O documento descreve várias revoltas coloniais no Brasil colonial entre 1684 e 1757, incluindo a Revolta dos Irmãos Beckman contra os abusos da Companhia do Comércio de Maranhão, a Guerra dos Emboabas entre paulistas e forasteiros nas Minas Gerais, e as Guerras Guaraníticas entre jesuítas espanhóis e portugueses pela posse da região dos Sete Povos das Missões.
1. A crise do sistema colonial
Revoltas Nativistas
Revolta dos Irmãos BeckMan (1684)
Companhia do Comércio de Maranhão se comprometera a cumprir
determinado acordo em troca do monopólio do comércio da região do Maranhão,
porém, sequer comprava parte da produção local, e ainda assim, a preços baixos.
Diante dessas dificuldades, os grandes proprietários do Maranhão, liderados
pelos irmãos BeckMan (Tomás e Manuel), rebelaram-se contra os abusos da
Companhia em 1684.
Seus objetivos eram o fim do monopólio comercial e a liberdade de
escravizar os índios.
Os irmãos BeckMan foram
enforcados e o movimento aniquilado. Seu objetivo principal, no entanto, acabou sendo
atingido, pois o contrato comercial com a Companhia foi anulado.
Guerra dos Emboabas (1707-1708)
Os habitantes da capitania de São Vicente, tendo sido os primeiros a descobrir a
região das Minas Gerais, opunham-se à presença de estrangeiros na área,
alegando seu direito de posse.
Para os paulistas, emboabas era um termo pejorativo para todos que não fossem
da capitania vicentina.
2. Os incidentes começaram em 1707, com o linchamento de um chefe paulista por
estrangeiros. Um ano depois, os emboabas já haviam dominado grande parte da
região das Minas.
Finalmente, a Coroa interviu, preocupada com a possível queda de produção
aurífera devido aos conflitos, criando a capitania de São Paulo e das Minas do
Ouro, distribuindo perdão geral.
Guerra dos Mascastes (1710)
No início do século XVII, os senhores de engenho sofriam com a
concorrência interna (Rio de Janeiro) e externa na produção de cana-de-
açúcar. Além disso, o aumento do preço dos escravos. A consequência
imediata foi o endividamento dos senhores de engenho com os comerciantes.
Tal endividamento, incorporado na rivalidade entre Olinda e Recife, acabou
gerando o conflito entre comerciantes (em sua maioria, portugueses) e
senhores de engenho. Os senhores de engenho exigiam a anulação do
decreto de elevação de Recife a vila, o tabelamento dos escravos africanos, a
não hipoteca das terras dos proprietários aos comerciantes e a permissão de
comércio direto com ingleses e franceses.
No entanto, a Coroa portuguesa interviu e aniquilou a revolta, não só
determinando, por fim, o status de vila a Recife, como a elevando a capital
de Pernambuco.
A Revolta de Vila Rica (1720)
A partir de 1710, a Coroa portuguesa passou a aumentar os impostos, o que
corroborou com o aumento de contrabandos e maneiras de enganar a
fiscalização.
Conscientes disso, os portugueses passaram a designar funcionários para
fiscalizar as Câmaras e criou as Casas de Fundição para arrecadar os quintos.
Em 1720, um levante comandado por Filipe dos Santos tomou Vila Rica e
apresentou as seguintes reivindicações: fechamento das Casas de Fundição,
extinção do monopólio da Coroa sobre o sal e perdão aos rebeldes.
O governador da capitania comandou uma repressão violenta à revolta, que
culminou no enforcamento de Filipe dos Santos.
Guerras Guaraníticas (1752 a 1757)
Reação dos padres jesuítas espanhóis que não concordaram com o Tratado de
Madri que cedia aos portugueses a região dos Sete Povos das Missões.
Após um combate sangrento entre índios, comandados pelos jesuítas, e
portugueses, o Tratado de Santo Ildefonso e o Tratado de Badajoz reafirmarão a
3. configuração do Tratado de Madri, com a colônia de Sacramento sob controle da
Espanha e Sete Povos das Missões sob controle de Portugal.