Este documento discute a importância da sabedoria divina para o viver cristão de acordo com o livro de Tiago. Ele resume que (1) devemos pedir sabedoria a Deus, (2) demonstrar a sabedoria humilde por meio de boas obras e (3) evitar atitudes como inveja e arrogância que levam a contenda em vez da verdadeira sabedoria que vem de Deus.
3. VERDADE PRÁTICA
A sabedoria que procede de Deus é
humilde, por isso, equilibra o crente
em todas as circunstâncias da vida.
4. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
TIAGO 1.5; 3.13-18
5. E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
13. Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as
suas obras em mansidão de sabedoria.
14. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração,
não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
15. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e
diabólica.
16. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra
perversa.
17. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade, e sem hipocrisia.
18. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
5. INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos os ensinamentos da Palavra de
Deus acerca da importância da sabedoria divina para o
nosso viver diário. Tiago inicia a temática em tom de
exortação, enfatizando a necessidade da sabedoria
divina como condição básica de levar a igreja a viver a
Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e
responsabilidade. E isso tudo sem precisar fugir das
tribulações ou negar que o crente passa por problemas. A
nossa expectativa é que você abrace o estilo de vida
proposto pelo Santo Espírito nesta carta. Não fugindo da
realidade da vida, mas enfrentando-a com sabedoria do
alto e na força do Espírito Santo.
6. I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS
(TG 1.5)
1. A sabedoria que vem de Deus. Tiago fala da sabedoria que vem do
alto para distingui-la da humana, de origem má (Tg 3.13-17).
Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o
homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita
vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta
sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias
iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais
drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a Palavra de Deus nos
orienta a vivermos com prudência. Todavia, quando nos achamos em
meio às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o texto
de Tiago revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se,
adquirindo maturidade espiritual.
7. I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS
(TG 1.5)
2. Deus é o doador da sabedoria. O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus
concede sabedoria. Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a
súplica pela sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos
ensinamentos (v.5):
a) O Senhor é quem dá sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles
que o pedirem (Mt 7.7,8).
b) O Senhor dá todas as coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: "Aquele
que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como
nos não dará também com Ele todas as coisas?" (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
c) O Senhor dá a todos os homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11;
Ef 6.9; Tg 2.1,9).
d) O Senhor dá liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de
pessoas, em seu nome, "comercializá-las".
e) O Senhor dá sem lançar em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular "jogar na
cara". O Pai Celeste não age dessa forma.
8. I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS
(TG 1.5)
3. Peça a Deus sabedoria. Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a
fazermos as seguintes perguntas: Falta-nos sabedoria espiritual?
Sentimental? Emocional? Nos relacionamentos? Caso ache em si falta
de sabedoria em alguma área, não desanime! Peça-a a Deus, pois é Ele
quem dá liberalmente. E mais: não lança em rosto! Ouça as Escrituras e
ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim, terás sabedoria do alto.
9. II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA
HUMILDE (TG 3.13)
1. A sabedoria colocada em prática. Tiago conclama os servos
de Deus, mais notadamente aqueles que exercem alguma
liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina
através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12). A
sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em
nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5.13-16). O tempo
do verbo "mostrar", utilizado por Tiago em 3.13, indica uma
ação contínua em torno da finalidade ou do resultado de uma
obra. Desta maneira, a Bíblia está determinando uma atuação
cristã que promova as boas obras no relacionamento
humano.
10. II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA
HUMILDE (TG 3.13)
2. A humildade como prática cristã. Instruída pela Palavra de Deus,
a humildade cristã promove as boas obras na vida do crente (Tg
1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa humildade
revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e
edificação (Mt 5.16). A fim de redundar em honra e glória ao nome
do Senhor Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso
a torna igualmente uma porta fechada para o crente não retornar
às velhas práticas. O homem natural, dominado pelo pecado,
não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a
honra e glória dEle. Porém, o que nasceu de novo e, portanto,
"ressuscitou com Cristo", busca ajuda do alto para viver em plena
comunhão e humildade com o seu semelhante (Cl 3.1-17).
11. II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA
HUMILDE (TG 3.13)
3. Obras em mansidão de sabedoria. Vivemos em um tempo
onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa, onde tudo é
motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no
trânsito, o destempero na fila, a pouca cordialidade com o
colega de trabalho e coisas afins. Parece que as pessoas não
convivem espontaneamente com as outras. Apenas se
toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo
relevante: "Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em
mansidão de sabedoria" (v.13). Amor, cordialidade e
solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no
Evangelho. Ouçamos a sua voz!
12. III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A
ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (TG 3.14-18)
1. Administrando a sabedoria. A sabedoria mencionada por Tiago
assinala a vontade de Deus para a vida do crente. Uma vez dada por
Deus, tal sabedoria constitui-se parte da natureza do crente. É
resultado do novo caráter lapidado pelo Espírito Santo. É um novo
pensar, um novo sentir, um novo agir. Deus dá ao homem essa
sabedoria para que ele administre as bênçãos, os dons e todas as
esferas de relacionamentos da vida humana. Quando Jesus de
Nazaré expressou "assim brilhe a vossa luz diante dos homens" (Mt
5.16), Ele estava refletindo sobre o propósito divino de o crente viver a
inteireza do Reino de Deus diante dos homens.
13. III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A
ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (TG 3.14-18)
2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. admitem serem
aconselhadas ou há pessoas orgulhosas que, por se julgarem sábias,
não admitem serem aconselhadas ou advertidas. Sobre tais pessoas as
Escrituras são claras (Jr 9.23). Entre os filhos de Deus não há uma
pessoa que seja tão sábia que possa abrir mão da necessidade de
aconselhar-se com alguém. O livro de Provérbios descreve que há
sabedoria e segurança na multidão de conselheiros, pois do contrário: o
povo perece (11.14). O rei Salomão orou a Deus pedindo-lhe sabedoria
para entrar e sair perante o povo judeu (2 Cr 1.10). Disto podemos
concluir que lidar com o povo sem depender dos sábios conselhos de
Deus é um pedantismo trágico para a saúde espiritual da igreja.
Portanto, leve em conta a sabedoria divina! É um bem indispensável
para os filhos de Deus. Para quem sente falta de sabedoria, Tiago
continua a aconselhar: "peça-a a Deus".
14. III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A
ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (TG 3.14-18)
3. Atitudes a serem evitadas. "Onde há inveja e espírito faccioso, aí há
perturbação e toda obra perversa" (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o
resultado de uma "sabedoria" soberba e terrena. Classificando tal sabedoria,
Tiago utiliza dois termos fortíssimos, afirmando que ela é "animal" e "diabólica".
Animal, porque é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural,
primitivo, irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer
preocupação espiritual. Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a
transbordarem desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do
fruto do Espírito, antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as
obras da carne (2 Tm 4.1-3; Gl 5.19-21). Atitudes que trazem contenda,
facções, divisão, gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa
família, em nossa igreja ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos
com o outro. O Senhor nos chamou para paz e não para confusão. Vivamos,
pois uma vida cristã sábia e em paz com Deus!
15. CONCLUSÃO
Após estudarmos o tema "sabedoria humilde" é impossível ao
crente admitir a possibilidade de vivermos a vida cristã em
qualquer esfera humana sem depender da sabedoria do alto.
A sabedoria divina não só garante a saúde espiritual entre os
irmãos, mas da mesma maneira, a emocional e psíquica. Ela
estabelece parâmetros para o convívio social sadio ao
mesmo tempo em que nos previne para que não caiamos nos
escândalos e pecados que entristecem o Espírito Santo.
Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos viver de forma
sóbria, justa e piamente (Tt 2.12).