2. CASAMENTO_ origem
Na Inglaterra da Idade Média, a rainhaVitória nem
poderia prever que os seus atos repercutiriam tanto
e se tornariam uma tradição.
O que teria feito Sua Majestade?
Tomou atitude muito simples: decidiu se casar de véu -
naquela época, os soberanos jamais se cobriam para
poder comprovar sua identidade -, com flores no cabelo
e um vestido branco.
A cena parece familiar?
3. CASAMENTO_ origem
Seu ritual iniciava na Roma Antiga,
quando era possível encontrar
registos de que as mulheres se
vestiam adequadamente para a
ocasião.
O principal objetivo era gerar
filhos legítimos, que herdariam a
propriedade e o estatuto dos pais.
Entre as classes mais prestigiadas,
servia também para selar alianças
de natureza política ou económica.
O casamento como se conhece nos dias atuais, é muito
mais antigo que a rainhaVitória.
4. CASAMENTO_ no espiritismo
Porém, a união de um casal, na visão
espírita, vai além de uma cerimónia,
com seus festejos e vestimentas.
6. CASAMENTO_ no espiritismo
A diferença é que não temos o ritual religioso.
O casamento tradicional, independentemente da religião,
é um ritual.
E como não temos rituais, não há uma cerimónia religiosa
em um casamento entre espíritas.
Na realidade, o que importa são as intenções
pelas quais o casal decidiu se unir.
E aí, deve-se colocar em foco o que seria
um princípio básico do Espiritismo:
O AMOR
7. CASAMENTO_ no espiritismo
A rainhaVitória,
personagem da História que
iniciou a apresentação,
causou repercussão em sua
época não só por ter
introduzido hábitos, mas
principalmente porque foi
uma das poucas soberanas
que se casou por AMOR.
8. CASAMENTO_ segundo o espiritismo
O casamento não é uma incursão ao país da felicidade,
feita de sonhos e ilusões.
É um ensaio na área da educação do sexo,
exercitando a fraternidade e o entendimento, que
capacitam as criaturas para mais largas incursões na área
do relacionamento social.
É um compromisso fixado
antes da reencarnação.
É uma experiência
emocional que propicia
a comunhão afetiva, da qual
resulta a prole sob a
responsabilidade dos cônjuges.
Joanna de Ângelis – SOS Família
9. CASAMENTO_ segundo o espiritismo
O que seria, verdadeiramente, o casamento, segundo a
visão que a Doutrina Espírita nos apresenta?
A união de duas pessoas que se reencontram para auxiliarem,
mutuamente, em busca do progresso.
No entanto, no casamento, normalmente, chegam os filhos,
espíritos que Deus nos confia nesta vida para cumprirmos a
função de pais e, com isso, possibilitarmos o ambiente e
estímulo necessário ao seu adiantamento.
Portanto, uma vez que envolve tamanhas responsabilidades, o
casamento deve e precisa ser baseado no amor, respeito,
afinidade, amizade, compromisso, cumplicidade
para o bem, na intenção de levar uma vida conjunta.
10. 695 - O casamento, quer dizer, a união permanente
de dois seres, é contrário à lei natural?
- É um progresso na marcha da Humanidade.
696 – Qual seria o efeito da abolição do casamento
na sociedade humana?
- O retorno à vida animal.
CASAMENTO_ Livro dos Espíritos
11. CASAMENTO_ Livro dos Espíritos
A união livre e fortuita dos sexos é um estado natural. O
casamento é um dos primeiros atos de progresso das
sociedades humanas, porque ele estabelece a
solidariedade fraternal e se encontra entre todos os
povos, ainda que em condições diversas.
A abolição do casamento seria o retorno à infância da
Humanidade, e colocaria o homem abaixo mesmo de
certos animais que lhe dão o exemplo de uniões
constantes.
12. CASAMENTO_ Livro dos Espíritos
701 – Qual das duas, a poligamia ou a monogamia,
está mais conforme com a lei natural?
- A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um
progresso social. O casamento, segundo os objetivos de
Deus, deve ser fundado sobre a afeição dos seres
que se unem. Com a poligamia não há afeição
real, mas sensualidade.
13. CASAMENTO_ Joanna de Ângelis
“Em verdade, o que mantém o matrimónio não é o
prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando
inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde
pelo intercâmbio emocional através do diálogo, do
interesse nas realizações do outro, na convivência
compensadora, na alegria de
sentir-se útil e estimado.”
(Joanna de Ângelis,
Amor, Imbatível Amor)
16. CASAMENTO_ tipos
Pessoas que, defrontando-se um dia, se vêem, se conhecem, se
aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem qualquer
ascendente espiritual.
Esses casamentos podem determinar o início de futuros
encontros, noutras reencarnações.
18. CASAMENTO_ tipos
Duas almas se reencontram em processo de reajustamento,
necessário ao crescimento espiritual, esses são os mais
frequentes. A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma
dúvida, a esse desiderato. Por isso existem tantos lares onde
reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os
conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas
tragédias.
19. CASAMENTO_ tipos
A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a
humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves
amortecedores.
O Espiritismo, pela soma de conhecimentos que espalha, tem
sido meio eficiente para que muitos lares, construídos na base da
provação, se reajustem e se consolidem, dando, assim, os
primeiros passos na direção do Infinito Bem.
21. CASAMENTO_ tipos
Esses reúnem almas possuidoras de virtude e
sentimentos opostos.
É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se
propõe ajudar a que se atrasou na jornada
ascensional.
Como a própria palavra indica, é casamento
de sacrifício, para um dos cônjuges.
22. CASAMENTO_ tipos
O mais elevado concorda sempre em
amparar o desajustado.
Assim sendo, a mulher ou o homem que
escolhe companhia menos elevada deve ser
resignado na resolução dos problemas do
casal, uma vez que se comprometeu na
Espiritualidade.
O recuo, nesse caso, seria deserção ao
compromisso assumido.
23. CASAMENTO_ tipos
Mas uma vez se evidencia o valor do
Evangelho nos lares, como em toda a parte,
funcionando à maneira de estimulante da
harmonia e construtor do entendimento.
25. CASAMENTO_ tipos
São os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam.
São Espíritos que, pelo matrimónio, no doce reduto do lar,
consolidam velhos laços de afeição.
27. CASAMENTO_ tipos
São constituídos por almas engrandecidas no amor fraterno e
que se reencontram, no plano físico, para as grandes
realizações de interesse geral.
A vida desses casais encerra uma finalidade superior.
O ideal do Bem enche-lhes as horas e os minutos.
28. CASAMENTO_ tipos
O anseio do Belo repleta-lhes as almas de doce ventura,
pairando, acima de quaisquer vulgaridades terrestres, acima do
campo das emoções inferiores, o amor puro e santo.
29. CASAMENTO_ tipos
Todos nós passamos ou ainda passaremos por toda essa
sequência de casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais,
até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo dia, a condição
de construirmos um lar terreno na base do idealismo
transcendental ou da afinidade superior
Todos nós passamos, ou ainda passaremos por toda essa
sequência de casamentos: acidentais, provacionais e
sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo
dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do
idealismo transcendental ou da afinidade superior.
(Martins Peralva,
Estudando a mediunidade)
30. CASAMENTO_ problemas conjugais
Todas as vezes que a vinculação conjugal se alicerça
sobre carências, advém a certeza de que será de
curta duração o cometimento, ainda que
permaneçam os parceiros sob o mesmo teto.
31. CASAMENTO_ problemas conjugais
“Enquanto as criaturas vulgares atravessam a florida região do
noivado, elas procuram-se, mobilizando os máximos recursos do
espírito. Mas logo que recebem a benção nupcial, a maioria
atravessa os véus do desejo, e cai nos braços dos velhos monstros
que tiranizam corações. Não há concessões recíprocas. Não há
tolerância e, por vezes, nem mesmo fraternidade. Daí em diante,
os mais educados respeitam-se; os mais rudes mal se suportam.
Não se entendem. Por mais que se unam os corpos, vivem as
mentes separadas, operando em rumos opostos.”
(Nosso Lar - André Luiz)
32. CASAMENTO_ problemas conjugais
Há muitos fatores que contribuem para o desconcerto
conjugal:
De natureza íntima:
insegurança,
busca de realização pelo método da fuga,
insatisfação em relação a si mesmo,
transferência de objetivos, que nunca se completarão em
uma união que não foi amadurecida pelo amor real.
De natureza psico-social, económica,
educacional:
cultura,
religião,
raça,
nacionalidade
33. CASAMENTO_ problemas conjugais
Todo compromisso afetivo, portanto, que envolve dois
indivíduos, torna-se de magna importância para o
comportamento psicológico de ambos.
Rupturas abruptas, cenas agressivas, atitudes levianas e
vulgaridade geram lesões na alma da vítima, assim como
naquele que as assume.
(Joanna de Ângelis,Amor, Imbatível Amor)
34. CASAMENTO_ problemas conjugais
O ciúme, que é um tipo de
desconfiança infundada e injusta, é
desastroso na vida conjugal e tem
sido causa de inúmeras desuniões.
O ciumento fere profundamente o
outro, o que contribui para esfriar
o relacionamento conjugal.
A atitude do ciumento de cobrar
exageradamente do cônjuge, de
exigir-lhe explicações de tudo,
acaba magoando-o profundamente,
abrindo uma ferida difícil de
cicatrizar-se.
35. CASAMENTO_ problemas conjugais
E esse estado dificulta o próprio
relacionamento sexual. Por essa e
outras razões, o ciúme exagerado
tem sido causa frequente de
separações.”
(Umberto Ferreira ,Vida conjugal)
Suas causas interiores, segundo
o Espírito Joanna de Ângelis, são
encontradas principalmente na
insegurança psicológica, na baixa
autoestima, no orgulho
avassalador que não suporta
rivalidades.
36. CASAMENTO_ problemas conjugais
Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?
O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia
do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem as
obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de
serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos
compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros.
37. CASAMENTO_ problemas conjugais
Fácil, desta forma, reconhecer que todas as dificuldades
domésticas são obstáculos, trazidos por nós
próprios, das existências passadas.
Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento, é
melhor permanecer dentro delas?
Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.
(Emmanuel, Leis de Amor)
38. CASAMENTO_ Livro dos Espíritos
939 –Visto que os Espíritos simpáticos são levados a
unir-se, como se dá que, entre os Espíritos encarnados, a
afeição não esteja, frequentemente, senão de um lado?
- é uma punição, mas não é senão passageira.
- quantos não há que crêem amar perdidamente, porque não
julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a
viver com as pessoas, não tardam a reconhecer que isso não
é senão uma admiração material.
- É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e não
o corpo, e quando a ilusão material se dissipa, o
Espírito vê a realidade.
39. CASAMENTO_ Livro dos Espíritos
Há duas espécies de afeições:
do corpo – perecível
da alma – quando pura e simpática, é durável
Frequentemente, toma-se uma pela outra e por isso, aqueles
que crêem se amar com um amor eterno, se odeiam quando a
ilusão termina.
40. CASAMENTO_ Livro dos Espíritos: divórcio
697 – A indissolubilidade absoluta do casamento está
na lei natural ou somente na lei humana?
- É uma lei humana muito contrária à lei natural. Mas os
homens podem mudar suas leis: só as da Natureza são
imutáveis.
O divórcio é lei humana que tem por objeto separar
legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário
à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens
hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou
em conta a lei divina.
41. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
Dona Flausina quase poderia considerar-se uma mulher
realizada e feliz: espírita consciente, participante de obras
assistenciais, três filhos íntegros e carinhosos, oito netos
adoráveis, idéias lúcidas, saúde razoável, situação financeira
estável...
O único problema era a ‘cruz’ que
carregava no lar: seu marido.
Existia, latente, um profundo
desentendimento entre eles, que
eclodia, vezes inúmeras, em atritos e
discussões acaloradas que, não raro,
desciam ao nível da agressividade.
42. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
- Só o Espiritismo me dá
forças para ‘aguentar’ o
Alfredo - proclamava, enfática.
- Quero estar com
ele até o fim, cumprindo meu
compromisso. Então estarei
livre! Junto, nunca mais!
Assim foi até seu desencarne,
após 48 anos de convivência
difícil.
Não que fosse má pessoa. Era um homem até generoso,
bom pai, caseiro, sem vícios, mas feitio difícil, um tanto
impertinente,‘qualidades’ que, para Dona Flausina, pareciam
desenvolver-se na medida em que ele envelhecia.
43. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
De retorno à Espiritualidade, já integrada naVida Maior, Dona
Flausina analisava, com generoso mentor, seus sucessos na vida
física.
- Minha filha - dizia-lhe, gentil - você levou existência
proveitosa, foi diligente mãe de família, batalhadora nas lides
espíritas, servidora da Caridade...Traz bela bagagem de
realizações... Mas tem um problema grave, um compromisso
não cumprido: seu marido.
- Como? - interrogou a senhora com
estranheza - Não fui fiel aos deveres
matrimoniais? Não o suportei, estoicamente,
durante quase meio século?!
44. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
- Esse é o seu problema: você o suportou apenas! No
entanto, seu compromisso era bem diferente... Deveria
harmonizar-se com ele, superando antigas mágoas
remanescentes de convivência anterior.
- Faltou-lhe, minha filha, o exercício da caridade que
silencia, que perdoa, que não guarda ressentimentos,
que supera desavenças. E ele precisava muito de sua
compreensão. É uma alma perturbada, não obstante suas
virtudes.
- Como você de certa forma contribuiu para que seja assim,
não vejo outra solução para o problema senão uma nova
união entre vocês, em existência futura, repetindo as lições
do matrimónio, até que aprendam a conviver pacificamente.
45. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
Após o encantamento do início, fatalmente surgem dificuldades
de relacionamento na vida conjugal. Somos, na Terra, aprendizes
insipientes na arte de conviver.
No entanto, aqueles que atravessam o casamento a ‘ranger os
dentes’, como se submetidos a intolerável prisão, forçosamente
reencontrarão o cônjuge em novas experiências matrimoniais,
presos um ao outro por algemas de ressentimento, mágoa,
aversão...
Somente quando formados por flores de amizade os elos do
casamento, desfrutarão os cônjuges a liberdade de decidir se
seguirão juntos nos caminhos do porvir.”
(Richard Simonetti,Atravessando a rua, 15. ed., p. 134-136)
46. CASAMENTO_ caso: compromisso não cumprido
Saibamos que, em nosso planeta, há raríssimas
uniões de almas gémeas, poucos matrimónios
de almas afins e grande número de ligações de
resgate.
Tenhamos, assim,
paciência e resignação
e adiemos o máximo
possível a ruptura de uma
união matrimonial.