1. INSERÇÃO NA ESCOLA POLIVALENTE
Paulo Ricardo Ulrich (UERGS;PIBID/CAPES)
Orientadora: Profª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel(UERGS;PIBID/CAPES)
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS
Este artigo se originou das inserções em uma escola pública estadual no ano
de 2012 e 2013 em duas turmas de 8º série em um turno da tarde durante a
semana. Durante este período foi experienciado várias situações, especialmente
quanto à relação de alunos e professores. Neste sentido o maior aprendizado e valor
não é verificar a prática pedagógica ou atitude certa ou errada, e sim que esta
vivência seja uma possibilidade e exercício de construção como educador. Além
destas impressões, este relato faz reflexões e questionamentos quanto a
cotidianeidade deste espaço.
Pode-se verificar num primeiro momento o aluno com um comportamento
desmotivado, agitado ou com seu fone de ouvido escutando música na sala. De
outro lado a característica didática e conteudista do professor. No entanto,
contradizendo este quadro os professores de matemática e educação física tem
uma prática mais ligada ao cotidiano. Dialogando com eles foi observada uma
prática pedagógica com enfoque no desenvolver a consciência, colocar a matéria de
uma forma atraente, relação de proximidade com o aluno para conhecer sua história
e fazer uma relação com a vida. Praticar educação física não é somente pensar no
corpo. O que o aluno sente? O que ele tira de proveito para sua vida? Na disciplina
de matemática assuntos ligado ao dia a dia: Matemática financeira, juros e
porcentagem.
Aqui podemos ver a influência do pensamento de Edgar Morin:
“A primeira finalidade do ensino foi formulada por Montaigne:
mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia. O significado
de “uma cabeça bem cheia” é óbvio: é uma cabeça onde o
saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio
de seleção e organização que lhe dê sentido.” (MORIN, 2003,
p. 21).
O que pode-se observar é que a matéria com mais corporeidade como
exemplo educação física, que tenha alguma relação prática com assuntos cotidianos
2. ou que o educador se relacione com amor, proximidade e respeito, e desperte a
curiosidade através de perguntas. Assim o aprendizado torna-se mais atraente como
diz Antonio Faundez:
Somente a partir de perguntas é que se deve sair em busca de
respostas, e não o contrário: estabelecer as respostas, com o
que todo o saber fica justamente nisso, já está dado, é um
absoluto, não cede lugar à curiosidade nem a elementos por
descobrir. O saber já está feito, este é o ensino. Agora eu diria:
“a única maneira de ensinar é aprendendo”, e essa afirmação
valeria tanto para o aluno como para o professor. (FAUNDEZ,
1985, p. 23)
Pode-se verificar que os jovens estão muito ligados a toda esta revolução da
tecnologia que vivemos e acompanha nossas vidas em pequenas transformações:
novos comportamentos, idéias e formas de pensar. Será que transmitir informação é
a única função da escola? O professor pode ensinar algo que não tenha na internet?
Todo este universo é muito estimulante. No entanto todos os dias o aluno é obrigado
a assistir aula de uma maneira muito mecânica sem estimular sua criatividade.
Escrever, ler, saber apreciar algo com espírito crítico e se formar para o mercado de
trabalho, tudo isto é importante e pode ser aprendido de uma forma criativa.
Atualmente o governo implantou o Politécnico que incentiva o aluno de nível médio a
trabalhar com pesquisa. Será uma ação desta mudança?
3. BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. FAUNDEZ, Antonio. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio e
Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1985.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento
/ Edgar Morin; tradução Eloá Jacobina. - 8aed. -Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2003.