SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 1 
Praxe Académica: Opiniões e Praticas 
A elaboração de um relatório na unidade curricular Investigação em Educação I 
Patrícia Valério, Ana Beatriz Ferreira & Maria Morodo 
IE-UL, Lisboa 
1.º Ano Licenciatura Ciências da educação, Turma 2 
Dezembro 2013 
Resumo 
Este artigo encerra o trabalho desenvolvido ao longo do primeiro semestre, pelos alunos do primeiro 
ano da Licenciatura de Educação e Formação, no âmbito da unidade curricular Investigação em 
Educação, módulos II e III. Face aos objetivos estipulados relativos à metodologia de 
desenvolvimento de questionários, foi selecionado e trabalhado o tema da praxe académica. Após o 
desenvolvimento e operacionalização do problema de investigação foi construído e adaptado um 
questionário, posteriormente enviado aos alunos da licenciatura. Mais do que interpretar resultados, 
este trabalho visa demonstrar os conhecimentos e competências adquiridas, relativamente à 
elaboração de um questionário de investigação e respetivo relatório. A escolha do tema praxe visa 
contribuir também para o reforço da pouca informação existente sobre praxe académica, procurando 
descreve- lo com recurso às opiniões e práticas da praxe emitidas pelos alunos, promovendo a 
discussão dentro da comunidade académica. 
Palavras-Chave : Questionário de Investigação, Investigação em educação, Praxe Académica 
Para elaborar este artigo científico, procurou abordar-se o tema da praxe, devido ao facto, de como 
alunos de um curso de ensino superior, os alunos da unidade curricular de Investigação em 
Educação, terem acesso privilegiado a informação sobre esta prática estudantil, tendo parte deles
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 2 
vivenciado a praxe. Assim, procurou recolher-se junto dos alunos opiniões e práticas inerentes à 
temática referida, procurando recolher informação nas várias dimensões: afetiva, cognitiva e 
comportamental. Desta forma foram desenvolvidos conhecimentos e competências na elaboração de 
questionários de investigação, aplica-los, analisá- los e apresentar os resultados sob a forma de artigo 
científico, obedecendo às normas da American Psychological Association (APA) e simultaneamente 
dar um pequeno contributo para a caracterização do fenómeno da praxe, visto que em Portugal as 
culturas estudantis e universitárias são pouco estudadas. (Frias, 2003). Torna-se, por isso, necessário 
defini- las e entendê- las dentro de um quadro metodológico, social, histórico (Frias, 2003, p. 81) e 
psicológico. 
O conceito de praxe é marcadamente polissémico, o que determina que diferentes pessoas lhe 
atribuam diferentes significados. Alguns estudos elaborados referem-se à praxe académica como 
dimensão simbólica de uma entidade social: a Universidade. Esta entidade, é definida, por vários 
autores, como um sistema aberto de aprendizagem e de relações interpessoais, sendo por excelência 
um contexto de construção e consolidação da autonomia da identidade do sentido de vida do jovem 
adulto. (Almeida, 1998) Associada aos estudantes, a praxe, é a parte mais visível dos atos 
cerimoniais da comunidade universitária. Trata-se de um conjunto complexo de rituais formais e 
festivos, que envolvem mitos, imagens e objetos pré-concebidos, conferindo à Universidade uma 
singularidade, muito pouco estudada. (Frias, 2003, p. 81) Há quem lhe atribua o significado de ritual 
de passagem, uma forma de celebrar a entrada dos estudantes no ensino superior, de caracter 
integrador, uma vez que permite de alguma forma, a entrada numa comunidade e o assumir de uma 
determinada identidade. (Loureiro, Frederico-Ferreira, Ventura, Cardoso, & Bettencourt, 2009, p. 89) 
Os jovens que ingressam na universidade confrontam-se com uma série de desafios pessoais, 
interpessoais, familiares e institucionais que merecem uma análise mais atenta pelas autoridades e 
serviços académicos com maiores responsabilidades na receção e apoio aos estudantes. (Almeida, 
Soares, & Ferreira, 2002, p. 82) A praxe é um desses desafios, uma das vivências académicas, pelo
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 3 
que deve procurar-se uma avaliação de despiste das vivências académicas que mais poderão 
dificultar (ou facilitar?) a integração e ajustamento dos estudantes. 
O que em Portugal se designa por praxe, é o conjunto de tradições estudantis que refletem as mais 
diversas humilhações, mais ou menos ritualizadas, que os estudantes mais antigos, os “doutores”, 
impõem aos mais novos, os caloiros. A relação doutores/caloiros é assinalada por um conjunto de 
símbolos da Praxe, que podem variar consoante a região do país e a sua respetiva academia, que 
representa uma associação académica, que se constitui a diferentes níveis segundo as épocas, locais, 
sociabilidades e culturas mais ou menos homogéneas e partilhadas. (Frias, 2003, p. 83) A praxe 
académica refere-se também a brincadeiras, por vezes violentas, a comportamentos lúdicos e 
paródicos: troças, partidas, piadas, de que dão testemunho antigos estudantes. São referidos também, 
os registos subjetivo e representacional: o do vivido e o das perceções, que variam segundo os 
grupos e as épocas, porque a natureza destas tradições, evolui à imagem da Universidade e da própria 
sociedade. Tal como a praxe, a tradição, a cultura e os rituais não são processos óbvios. Este 
fenómeno complexo e multiforme implica inúmeros indivíduos, grupos, entidades e organismos. Em 
cidades como Porto, Braga e Coimbra, acontecimentos como a Queima das Fitas, regulam o 
calendário universitário e mesmo o da própria cidade. As práticas rituais estudantis, as suas normas 
reguladoras e os seus excessos são inseparáveis da Escola como instituição- universidade incluída-onde 
se desenvolvem. Estão ligadas aos códigos e costumes sócio históricos em vigor entre uma 
população jovem, e às sensibilidades coletivas (Frias, 2003, p. 88) em meio urbano, como é o caso da 
Universidade de Lisboa, na qual se insere o Instituto de Educação, onde foi aplicado o nosso 
questionário de investigação sobre as opiniões e as práticas da praxe. 
Esta complexidade do fenómeno da praxe pode indicar como estes desafios ilustram a riqueza de 
vivências proporcionadas ao jovem universitário, sobretudo nas fases iniciais de entrada e adaptação 
ao ensino superior. O sucesso deste processo de adaptação, especialmente durante o primeiro ano, 
constitui um preditor importante da persistência e do sucesso dos alunos ao longo da sua experiência
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 4 
académica bem como do real aproveitamento das novas oportunidades de desenvolvimento 
psicossocial. (Almeida, 1998, p. 114) 
A universidade e toda a comunidade académica, não podem viver à margem de que a adaptação à 
universidade, embora normal para os jovens que fazem essa opção vocacional, é geradora de stress, 
constituindo para os alunos menos resilientes, uma fonte de solidão, desinteresse e por vezes de 
depressão. (Almeida & Santos, 2001, pp. 205-206) Em 1997, um grupo de investigadores das 
Universidades do Minho e de Coimbra, desenvolveram um Questionário de Vivências Académicas, 
abrangendo várias dimensões, pessoais, académicas, relacionais e institucionais da adaptação dos 
jovens ao contexto universitário. Na sua versão original continha 170 itens, distribuídos por 17 
dimensões o que levantou dificuldades de utilização, pois a par do tempo exigido para a resposta, 
registou-se alguma tendência dos estudantes para responder ao questionário de uma forma 
estereotipada. (Almeida, Soares, & Ferreira, 2002, pp. 82-83) Sob a orientação da docente, a 
Professora Guilhermina Lobato Miranda, foi construído ao longo das aulas um questionário curto, 
para eliminar alguns dos problemas levantados por questionários extensos, de forma a contornar as 
respostas estereotipadas. Foi utilizada uma escala de Likert, uma das mais populares quando se 
pretende medir atitudes e comportamentos, utilizando para esse efeito opções de resposta que variam 
de um extremo a outro, estabelecendo diferentes níveis de opinião, importante quando se está a 
estudar assuntos sensíveis como é o caso da praxe. Apesar de ser necessário ter em conta que um 
estudo de investigação em Educação termina com a apresentação, análise e discussão dos resultados. 
(Almeida & Freire, 2008) O fundamental, neste artigo, é o desenvolvimento dos conhecimentos e das 
competências relativas à unidade curricular, visto que como alunos do primeiro ano, ainda não 
dispomos de tempo e meios necessários para analisar e caracterizar com todo o rigor necessário, o 
fenómeno da praxe.
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 5 
Método 
O trabalho de investigação realizado, como exercício académico, é de natureza descritiva, pois 
procura contribuir para descrever o fenómeno da praxe, identificando variáveis, partindo dos 
constructos formulados nas aulas e inventariando factos relativos às opiniões e práticas da praxe. 
Participantes: 
A população estudada é composta pelos alunos que frequentam os três anos das licenciaturas de 
Ciências da Educação e de Psicologia, no Instituto de Educação e Faculdade de Psicologia, da 
Universidade de Lisboa, no primeiro semestre de 2013. A amostra selecionada de forma aleatória 
constitui-se pelos alunos que responderam, dentro do prazo estipulado ao questionário enviado 
através de formato eletrónico. 
Procedimentos: 
Utilizando a ferramenta de formulários do Google, disponível através do correio eletrónico da 
universidade, foi construído um questionário científico, composto por questões formuladas em grupo 
nas aulas, pelos alunos das três turmas de Metodologias da Investigação em Educação, Módulos II e 
II. O questionário foi dividido em duas parte, sendo a primeira destinada a caracterizar os 
participantes relativamente ao sexo, idade, curso e ano que frequenta, e, se participou ou não na 
praxe. Para a segunda parte do questionário foram selecionadas 33 questões fechadas, abrangendo 
conteúdos das dimensões afetiva, cognitiva e comportamental. Além disso é um instrumento 
económico, e que permite uma menor possibilidade de enviesamento pelo entrevistador, e neste caso 
a aptidão dos inquiridos não suscitou problemas, dado que se considera que os alunos do ensino 
superior sejam detentores das competências necessárias ao nível das Tecnologias de Informção e 
Comunicação (TIC) para responder ao questionário em questão.
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 6 
Posteriormente, a hiperligação com o questionário foi disponibilizado aos alunos, através da 
plataforma Moodle da Universidade de Lisboa, e dado um prazo aos alunos, para que respondessem 
por via eletrónica ao questionário. Ficou à responsabilidade da docente da unidade curricular, enviar 
o questionário aos restantes alunos, das restantes turmas e curso. 
Foi apenas utilizada um instrumento de medida, para descrever as opiniões e práticas da 
praxe, através da frequência de ocorrência de determinada resposta. Para cada uma das dimensões, 
afetiva, cognitiva e comportamental, classificaram-se as respostas dadas às questões usando uma 
escala ordinal tipo Likert de 1-6, sendo 1 (discordo totalmente), 2 (discordo), 3 (discordo 
parcialmente), 4 (concordo parcialmente), 5 (concordo) e 6 (concordo totalmente). Todas as 
respostas foram dadas de forma anónima. Este instrumento foi selecionado porque permite recolher 
diretamente informações sobre variáveis subjetivas e garantir a confidencialidade e anonimato das 
respostas. 
Resultados 
Depois de terem sido obtidas as respostas ao questionário, a docente enviou aos alunos os 
resultados gerados automaticamente pela ferramenta do Google utilizada. Esta fez o tratamento 
estatístico automático dos dados, neste caso frequências absolutas, apresentando os resultados 
graficamente e em percentagem de respostas obtidas. 
Foram obtidas 46 respostas, sendo 96% das respostas de alunos do sexo feminino e apenas 
4% do sexo masculino. Relativamente às idades, o quadro seguinte caracteriza a amostra estudada, 
onde se verifica que 82% dos alunos que responderam ao inquérito, está na faixa etária 18-21 anos, 
apenas 4% tem menos de 18 anos e 13% mais de 21 anos. Apenas responderam ao questionário 
alunos da licenciatura de Ciências da Educação. Relativamente ao ano de frequência, 65% 
frequentam o primeiro ano da licenciatura, 28% frequenta o terceiro ano e 7% frequenta o segundo 
ano. Dos inquiridos que responderam, 33% nunca participou na praxe, 11% participou sempre em
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 7 
todas as atividades e 56% participou parcialmente na praxe, sendo que de forma equitativa, 28% 
participou em algumas atividades e os mesmos 28% participou em poucas atividades. 
Relativamente aos resultados obtidos às perguntas relacionadas com a praxe, os resultados 
encontram-se no quadro que se segue: 
Questão 
Escala Likert 1-6 
1 2 3 4 5 6 
Percentagem de respostas (%) 
1. A praxe é uma forma de integração na vida académica 0 4 15 33 24 24 
2. A praxe é uma forma de humilhação 20 22 13 24 11 11 
3. A praxe promove o espírito de união entre os alunos 4 4 20 20 26 26 
4. A praxe é uma forma divertida de integrar os novos alunos 2 11 24 24 26 13 
5. A praxe é uma forma de agressão física 28 37 15 9 9 2 
6. A praxe é uma forma de agressão psicológica 15 46 11 9 9 11 
7. A praxe permite construir novas amizades 0 0 17 22 30 30 
8. A praxe é um ritual de poder entre pares 7 15 15 26 20 17 
9. A praxe suprime o pensamento crítico 13 22 13 30 13 9 
10. Na praxe é respeitada a vontade de cada um 15 28 28 13 11 7 
11. A praxe estabelece uma hierarquia entre estudantes 2 0 9 24 35 30 
12. A praxe é uma antecâmara das futuras relações de poder 7 13 26 15 33 7 
13. Participei na praxe por receio de exclusão da comunidade académica 56 14 8 14 8 0 
14. Participei na praxe para trajar e poder praxar 18 15 15 6 26 21 
15. Durante a praxe há uma uniformização da apresentação pessoal (ex.: 
camisolas da mesma cor, sem pinturas e acessórios...) 
6 11 14 29 23 17 
16. Durante a praxe tive que exibir certos comportamentos (ex.: andar de 
pijama, andar com um penico na cabeça, falar com desconhecidos...) 
0 3 12 18 29 38 
17. Durante a praxe tive que decorar canções e dizer palavrões em 
público 
0 0 9 3 21 68 
18. Durante a praxe tive que fazer exercícios físicos (flexões, abdominais, 
correr, saltar, rastejar) 
3 0 6 0 22 69
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 8 
19. Durante a praxe pintaram-me o corpo (cara, braços, pernas) 3 0 9 9 29 50 
20. Durante a praxe fui sujeito a rituais de ascensão (batismo, enterro e 
traçar de capa) 
23 3 3 13 16 42 
21. Durante a praxe tive que comer alimentos desconhecidos e sem 
talheres 
32 9 9 12 18 21 
22. Durante a praxe é imposto o consumo de álcool 36 28 3 11 17 6 
23. Durante a praxe é incentivado o consumo de drogas leves (erva, 
haxixe) 
81 11 6 3 0 0 
24. Gostei de participar na praxe 9 12 9 18 30 21 
25. Gosto de falar sobre a praxe 4 9 28 4 35 20 
26. Senti-me humilhado(a) enquanto estava a ser praxado(a) 39 19 10 13 10 10 
27. Senti-me envergonhado(a) enquanto estava a ser praxado(a) 22 19 19 22 13 6 
28. Senti-me sem vontade própria enquanto estava a ser praxado(a) 38 13 6 16 13 16 
29. Senti-me acolhido(a)/protegido(a) durante a praxe 6 16 16 19 31 13 
30. Senti receio/medo das atividades da praxe 21 27 15 6 24 6 
31. Senti-me feliz durante a praxe 12 6 12 24 33 12 
32. Sinto vergonha quando assisto/vejo atividades de praxe 48 22 15 4 7 4 
33. Sinto orgulho quando assisto/vejo atividades de praxe 28 13 9 20 15 15 
Com as respostas obtidas às perguntas, não foi levantada numa primeira fase, nenhuma hipótese 
estatística, sendo essa relegada para uma fase posterior, quando forem adquiridos mais 
conhecimentos e competências de tratamento estatístico de dados e de interpretação de resultados. 
Conclusões 
O questionário elaborado e aplicado aos alunos obteve 46 respostas, num universo de x alunos. Face 
à população dos alunos que frequentam os três anos das licenciaturas, que se estima ser constituída 
por mais de 100 alunos, e partindo do pressuposto que receberam a hiperligação com o questionário, 
apenas 46 alunos responderam, sendo que apenas foram obtidas respostas de alunos da Licenciatura 
de Ciências de Educação. Assim a significância da amostra não nos permite considerar que a mesma 
seja significativa porque quando o efetivo da população é inferior a 100, o efetivo da amostra exigido
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 9 
é praticamente coincidente com o da população, que é mais ou menos n=80 (Almeida & Freire, 
2008, p. 103) Desta forma, analisando apenas as respostas dadas por 46 alunos de Ciências de 
Educação, verifica-se que o maior número de respostas vem de alunos do primeiro ano, 
provavelmente por serem os mesmos que frequentam a unidade curricular de Investigação em 
Educação I. Quanto ao facto dos alunos serem maioritariamente do sexo feminino, corroboram o 
facto da maioria dos alunos de ambos os cursos serem do sexo feminino. 
Os alunos participantes revelam na maioria um gosto em falar sobre praxe, pelo que 59% concorda, 
ainda que 4% revele que apenas concorda parcialmente em gostar de falar de praxe. Relativamente à 
participação na praxe, mais de metade afirmou participar de alguma forma nas atividades inerentes à 
praxe, cerca de 67% dos que responderam ao inquérito, os restantes 33% dos que responderam ao 
questionário, não participaram na praxe, mas mesmo não participando, responderam ao questionário. 
Assim podemos concluir que 33% dos que responderam, fizeram-no não com o recurso a uma 
vivência pessoal, mas com recurso a vivências de terceiros, o que poderá sustentar o carater 
mediatizado do fenómeno da praxe académica. Quando foram questionados, se gostaram de 
participar na praxe, 69% dos alunos que responderam ao questionário, concorda que gostou, sendo 
que 51% concorda ou concorda totalmente, e 18% concorda parcialmente, o que poderá revelar a não 
concordância com algumas práticas da praxe. 
Quando se aborda a questão das agressões físicas e psicológicas, 80% dos inquiridos discorda que a 
praxe seja uma forma de agressão física, ainda que 15% discorde parcialmente, e 11% concorde ou 
concorde totalmente que a praxe seja uma forma de agressão física, o que pode revelar que os alunos 
reagem de formas diferenciadas às atividades físicas da praxe, pelo que poderemos colocar a 
hipótese de que perante a mesma atividade física, uns alunos sintam que estão a ser agredidos 
fisicamente e outros não o considerem agressão. Relativamente às agressões psicológicas apesar 71% 
dos alunos discordar que a praxe seja uma forma de agressão psicológica, 29% dos alunos concorda 
com o oposto, admitindo que a praxe e as suas práticas, envolvem algum tipo de agressão
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 10 
psicológica, apesar de 9% concordar parcialmente, 9% concordar e 11% concordar totalmente, o que 
mais uma vez corrobora o caracter subjetivo das práticas e opiniões sobre praxe académica, devendo 
toda a comunidade académica manter-se atenta ao fenómeno em todas as suas dimensões. 
A resposta mais unânime obtida nas respostas ao questionário, foi relativa ao incentivo ao consumo 
de drogas leves durante as práticas da praxe, que revelou que 81% dos que responderam ao inquérito, 
discorda totalmente dessa afirmação, podendo indicar ou uma reduzida taxa de utilização de drogas 
leves, ou mesmo perante uma situação de anonimato, ter receio de assumir o consumo, visto tratar-se 
de um trabalho académico. 
Relativamente à participação na praxe por receio de exclusão da comunidade académica, 70% dos 
alunos discorda totalmente ou discorda, o que poderá revelar que os alunos que compõem a amostra 
participaram na praxe por outros motivos que não a inclusão no meio académico. Por outro lado 
relativamente à praxe permitir a construção de novas amizades, 60% dos alunos responde que 
concorda ou concorda totalmente. Apesar de não terem sido estudadas correlações entre os dados 
obtidos, apesar dos alunos não considerarem que participaram na praxe para serem aceites no meio 
académico, consideram que a mesma permite construir novas amizades o que nos pode remeter para 
a complexidade e subjetividade do fenómeno dos fenómenos inerentes à integração na universidade, 
como é o caso da praxe, temática já referida por vários autores, entre os quais Almeida & Santos em 
2001. As respostas obtidas ilustram também, em parte a definição de praxe no contexto português, 
como já referido, relativamente á participação em atividades que envolvem supostos 
comportamentos de humilhação, como andar de pijama, com um penico na cabeça, etc., sendo que 
85% dos alunos concorda de alguma forma com o facto de ter de exibir esses comportamentos e 92% 
dos alunos concordar que teve de decorar e d izer palavrões em público. 
Não tendo significância, os resultados obtidos poderão servir de futuro como ponto de partida para 
uma investigação mais aprofundada sobre a praxe. A elaboração do questionário e do relatório
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 11 
contribuiram para colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo das aulas e estimularam 
a aquisição e assimilação de competências relativamente à unidade curricular de Investigação em 
Educação, podendo contribuir para que no futuro, possamos realizar investigação em educação, 
aplicando as metodologias de investigação adequadas. 
Referências: 
Almeida, L. S. (1998). Questionário de Vivências Académicas para Jovens Universitários: Estudos de 
Construção e Validação. Revista galego-portuguesa de psicoloxía e educación, 03, pp. 113-130. 
Almeida, L. S., & Freire, T. (2008). Metodologia da investigação em psicologia e educação. Braga: 
Psiquilibrios. 
Almeida, L. S., & Santos, L. (Abril de 2001). Scientific Electronic Library Online. Obtido em 27 de Dezembro de 
2013, de Scielo Portugal: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0870- 
82312001000200001&script=sci_arttext 
Almeida, L. S., & Santos, L. (Abril de 2001). Vivências académicas e rendimento escolar: Estudo com alunos 
universitários do 1.º ano. Análise Psicológica, 19, pp. 205-217. 
Almeida, L. S., Soares, A. P., & Ferreira, J. A. (Novembro de 2002). Questionário de Vivências Acadêmicas 
(QVA-r):Avaliação do ajustamento dos estudantes universitários. Avaliação Psicológica, 1, pp. 81-93. 
Frias, A. (Outubro de 2003). Praxe académica e culturas universitárias em Coimbra.Lógicas das tradições e 
dinâmicas identitárias. Revista Crítica de Ciências Sociais, 66, pp. 81-116. 
Loureiro, C. R., Frederico-Ferreira, M. M., Ventura, M. C., Cardoso, E. M., & Bettencourt, J. A. (2009). A Praxe 
Académica na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Educação: Temas e Problemas, 8, pp. 89- 
97.
PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 12 
Anexos

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...
A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...
A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...ProfessorPrincipiante
 
3.9 os professores problematica_luciano_campos
3.9 os professores  problematica_luciano_campos3.9 os professores  problematica_luciano_campos
3.9 os professores problematica_luciano_camposJosé Fernando Souza
 
A importância do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas li...
A importância  do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas   li...A importância  do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas   li...
A importância do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas li...Marcelo Gomes
 
Estágio supervisionado
Estágio supervisionadoEstágio supervisionado
Estágio supervisionadoMarcelo Rony
 
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...ProfessorPrincipiante
 
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...ProfessorPrincipiante
 
Web caderno-4
Web caderno-4Web caderno-4
Web caderno-4luci96
 
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...ProfessorPrincipiante
 
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...ProfessorPrincipiante
 
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...ProfessorPrincipiante
 
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...ProfessorPrincipiante
 
Trabalho docente mapeando as pesquisas
Trabalho docente mapeando as pesquisasTrabalho docente mapeando as pesquisas
Trabalho docente mapeando as pesquisasJane Pontes
 
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...ProfessorPrincipiante
 
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTEPROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTEProfessorPrincipiante
 

Was ist angesagt? (19)

A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...
A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...
A DINÂMICA INTERATIVA DE UM GRUPO AUTÔNOMO DE PROFESSORES-PESQUISADORES EM RE...
 
Relatorio de pos
Relatorio de posRelatorio de pos
Relatorio de pos
 
3.9 os professores problematica_luciano_campos
3.9 os professores  problematica_luciano_campos3.9 os professores  problematica_luciano_campos
3.9 os professores problematica_luciano_campos
 
A importância do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas li...
A importância  do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas   li...A importância  do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas   li...
A importância do estágio supervisionado no curso de ciências biológicas li...
 
Artigo 7 saberes Andreucci
Artigo 7 saberes  AndreucciArtigo 7 saberes  Andreucci
Artigo 7 saberes Andreucci
 
Estágio supervisionado
Estágio supervisionadoEstágio supervisionado
Estágio supervisionado
 
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...
O início da carreira docente no Brasil: formas de entrada, primeiras experiên...
 
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...
DIFICULDADES DOS LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM TRABALHAR AS DIFERENT...
 
Web caderno-4
Web caderno-4Web caderno-4
Web caderno-4
 
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...
 
Itanildes silva
Itanildes silvaItanildes silva
Itanildes silva
 
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃ...
 
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO EDUCADOR DE INFÂNCIA: A ENTRADA NA PROFISSÃ...
 
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...
PROFESSORES INICIANTES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS NO CONTEXTO DA PRO...
 
Trabalho docente mapeando as pesquisas
Trabalho docente mapeando as pesquisasTrabalho docente mapeando as pesquisas
Trabalho docente mapeando as pesquisas
 
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES EM SUA PRIMEIRAS VIVENCIAS DE PRÁT...
 
1.2 artigo mec_propostas_curriculares_merces
1.2 artigo mec_propostas_curriculares_merces1.2 artigo mec_propostas_curriculares_merces
1.2 artigo mec_propostas_curriculares_merces
 
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTEPROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIO INICIANTES: FORMAÇÃO ACADÊMICA VERSUS PRÁTICA DOCENTE
 
Viviani alves de_lima
Viviani alves de_limaViviani alves de_lima
Viviani alves de_lima
 

Ähnlich wie Opiniões sobre a Praxe Académica

DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...
DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...
DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...ProfessorPrincipiante
 
Pesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresPesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresValmir Heckler
 
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...ProfessorPrincipiante
 
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃO
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃODIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃO
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃOProfessorPrincipiante
 
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA  DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA  DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...Inge Suhr
 
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...Alexandre da Rosa
 
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...ProfessorPrincipiante
 
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração Curricular
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração CurricularCaderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração Curricular
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração CurricularDillzzaa
 
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4jjamesmarques
 
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaA construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaGiseli Capaci
 
Projeto monografia 2
Projeto monografia 2Projeto monografia 2
Projeto monografia 2Leonor
 
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemO uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemGeorge Gomes
 
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...ProfessorPrincipiante
 
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE  CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE  CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...Marisa Correia
 
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivas
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivasO processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivas
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivasallanrdamasceno
 
11 lajpe 893_andre_taschetto
11 lajpe 893_andre_taschetto11 lajpe 893_andre_taschetto
11 lajpe 893_andre_taschettoloebens
 
Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo
 Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo
Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivoMarcos Elias
 

Ähnlich wie Opiniões sobre a Praxe Académica (20)

DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...
DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...
DISCUTINDO CONTROVÉRSIAS SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS POR MEIO DO “...
 
Pesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de ProfessoresPesquisa Formação Online de Professores
Pesquisa Formação Online de Professores
 
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...
POR QUE PEDAGOGIA? ESCOLHA DO CURSO E VIDA ACADÊMICA DE ALUNOS SEM EXPERIÊNCI...
 
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃO
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃODIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃO
DIÁLOGOS E ACOMPANHAMENTO: OS PROFESSORES INICIANTES E SUAS PRÁTICAS EM QUESTÃO
 
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA  DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA  DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...
A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS DE ESTUDO COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA CE...
 
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...
PROEJA-FIC - PROEJA-FIC em Salvador do Sul: Uma Experiência de Construção Col...
 
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
 
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração Curricular
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração CurricularCaderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração Curricular
Caderno 4- Áreas de Conhecimento e Integração Curricular
 
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4
Pacto Nacional do Ensino Medio Caderno4
 
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem químicaA construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
A construção social do conhecimento no ensino aprendizagem química
 
Projeto monografia 2
Projeto monografia 2Projeto monografia 2
Projeto monografia 2
 
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de AprendizagemO uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
O uso pedagógico da Lousa Digital associado à teoria dos Estilos de Aprendizagem
 
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DE FUTUROS...
 
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE  CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE  CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...
PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO B...
 
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivas
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivasO processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivas
O processo de desenvolvimento de práticas mais inclusivas
 
11 lajpe 893_andre_taschetto
11 lajpe 893_andre_taschetto11 lajpe 893_andre_taschetto
11 lajpe 893_andre_taschetto
 
Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo
 Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo
Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivo
 
Livreto quimica
Livreto quimicaLivreto quimica
Livreto quimica
 
Temas controversos 1
Temas controversos 1Temas controversos 1
Temas controversos 1
 
Sisifo0201
Sisifo0201Sisifo0201
Sisifo0201
 

Mehr von Patricia Valerio

Europa e a Educação no Séc. XXI
Europa e a Educação no Séc. XXIEuropa e a Educação no Séc. XXI
Europa e a Educação no Séc. XXIPatricia Valerio
 
Cobertura jornalistica, infancia e risco social
Cobertura jornalistica, infancia e risco socialCobertura jornalistica, infancia e risco social
Cobertura jornalistica, infancia e risco socialPatricia Valerio
 
Praxe in portuguese universities
Praxe in portuguese universitiesPraxe in portuguese universities
Praxe in portuguese universitiesPatricia Valerio
 
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...Patricia Valerio
 
A Avaliação como Profissão e Qualidade das Avaliações
A Avaliação como Profissão e Qualidade das AvaliaçõesA Avaliação como Profissão e Qualidade das Avaliações
A Avaliação como Profissão e Qualidade das AvaliaçõesPatricia Valerio
 
Ensaio final de Avalição
Ensaio final de AvaliçãoEnsaio final de Avalição
Ensaio final de AvaliçãoPatricia Valerio
 
Guião da apresentação oral
Guião da apresentação oralGuião da apresentação oral
Guião da apresentação oralPatricia Valerio
 
Luis Antonio Verney - Apresentação em aula
Luis Antonio Verney  - Apresentação em aulaLuis Antonio Verney  - Apresentação em aula
Luis Antonio Verney - Apresentação em aulaPatricia Valerio
 
Luis Antonio Verney: De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinas
Luis Antonio Verney:  De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinasLuis Antonio Verney:  De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinas
Luis Antonio Verney: De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinasPatricia Valerio
 
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...Patricia Valerio
 
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...Patricia Valerio
 
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar: Perspetiva d...
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar:  Perspetiva d...TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar:  Perspetiva d...
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar: Perspetiva d...Patricia Valerio
 
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR:
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR: ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR:
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR: Patricia Valerio
 

Mehr von Patricia Valerio (14)

Os media e a educação
Os media e a educaçãoOs media e a educação
Os media e a educação
 
Europa e a Educação no Séc. XXI
Europa e a Educação no Séc. XXIEuropa e a Educação no Séc. XXI
Europa e a Educação no Séc. XXI
 
Cobertura jornalistica, infancia e risco social
Cobertura jornalistica, infancia e risco socialCobertura jornalistica, infancia e risco social
Cobertura jornalistica, infancia e risco social
 
Praxe in portuguese universities
Praxe in portuguese universitiesPraxe in portuguese universities
Praxe in portuguese universities
 
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...
Praxe as Spaces and Times for Interactions among Peers: Participation, voice ...
 
A Avaliação como Profissão e Qualidade das Avaliações
A Avaliação como Profissão e Qualidade das AvaliaçõesA Avaliação como Profissão e Qualidade das Avaliações
A Avaliação como Profissão e Qualidade das Avaliações
 
Ensaio final de Avalição
Ensaio final de AvaliçãoEnsaio final de Avalição
Ensaio final de Avalição
 
Guião da apresentação oral
Guião da apresentação oralGuião da apresentação oral
Guião da apresentação oral
 
Luis Antonio Verney - Apresentação em aula
Luis Antonio Verney  - Apresentação em aulaLuis Antonio Verney  - Apresentação em aula
Luis Antonio Verney - Apresentação em aula
 
Luis Antonio Verney: De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinas
Luis Antonio Verney:  De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinasLuis Antonio Verney:  De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinas
Luis Antonio Verney: De jesuita a humanista e oraculo das reformas pombalinas
 
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...
Savater e Ética à lente de Bandura e Vygotsky: Reflexão crítica da obra “Étic...
 
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...
Simetrias, Assimetrias e Reflexões: O Regulamento de Polícia do Liceu do Func...
 
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar: Perspetiva d...
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar:  Perspetiva d...TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar:  Perspetiva d...
TrabalhoJustiça, sucesso, insucesso escolar e eficácia escolar: Perspetiva d...
 
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR:
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR: ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR:
ApresentaçãoJUSTIÇA, SUCESSO, INSUCESSO ESCOLAR E EFICÁCIA ESCOLAR:
 

Kürzlich hochgeladen

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoMary Alvarenga
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 

Kürzlich hochgeladen (20)

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 

Opiniões sobre a Praxe Académica

  • 1. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 1 Praxe Académica: Opiniões e Praticas A elaboração de um relatório na unidade curricular Investigação em Educação I Patrícia Valério, Ana Beatriz Ferreira & Maria Morodo IE-UL, Lisboa 1.º Ano Licenciatura Ciências da educação, Turma 2 Dezembro 2013 Resumo Este artigo encerra o trabalho desenvolvido ao longo do primeiro semestre, pelos alunos do primeiro ano da Licenciatura de Educação e Formação, no âmbito da unidade curricular Investigação em Educação, módulos II e III. Face aos objetivos estipulados relativos à metodologia de desenvolvimento de questionários, foi selecionado e trabalhado o tema da praxe académica. Após o desenvolvimento e operacionalização do problema de investigação foi construído e adaptado um questionário, posteriormente enviado aos alunos da licenciatura. Mais do que interpretar resultados, este trabalho visa demonstrar os conhecimentos e competências adquiridas, relativamente à elaboração de um questionário de investigação e respetivo relatório. A escolha do tema praxe visa contribuir também para o reforço da pouca informação existente sobre praxe académica, procurando descreve- lo com recurso às opiniões e práticas da praxe emitidas pelos alunos, promovendo a discussão dentro da comunidade académica. Palavras-Chave : Questionário de Investigação, Investigação em educação, Praxe Académica Para elaborar este artigo científico, procurou abordar-se o tema da praxe, devido ao facto, de como alunos de um curso de ensino superior, os alunos da unidade curricular de Investigação em Educação, terem acesso privilegiado a informação sobre esta prática estudantil, tendo parte deles
  • 2. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 2 vivenciado a praxe. Assim, procurou recolher-se junto dos alunos opiniões e práticas inerentes à temática referida, procurando recolher informação nas várias dimensões: afetiva, cognitiva e comportamental. Desta forma foram desenvolvidos conhecimentos e competências na elaboração de questionários de investigação, aplica-los, analisá- los e apresentar os resultados sob a forma de artigo científico, obedecendo às normas da American Psychological Association (APA) e simultaneamente dar um pequeno contributo para a caracterização do fenómeno da praxe, visto que em Portugal as culturas estudantis e universitárias são pouco estudadas. (Frias, 2003). Torna-se, por isso, necessário defini- las e entendê- las dentro de um quadro metodológico, social, histórico (Frias, 2003, p. 81) e psicológico. O conceito de praxe é marcadamente polissémico, o que determina que diferentes pessoas lhe atribuam diferentes significados. Alguns estudos elaborados referem-se à praxe académica como dimensão simbólica de uma entidade social: a Universidade. Esta entidade, é definida, por vários autores, como um sistema aberto de aprendizagem e de relações interpessoais, sendo por excelência um contexto de construção e consolidação da autonomia da identidade do sentido de vida do jovem adulto. (Almeida, 1998) Associada aos estudantes, a praxe, é a parte mais visível dos atos cerimoniais da comunidade universitária. Trata-se de um conjunto complexo de rituais formais e festivos, que envolvem mitos, imagens e objetos pré-concebidos, conferindo à Universidade uma singularidade, muito pouco estudada. (Frias, 2003, p. 81) Há quem lhe atribua o significado de ritual de passagem, uma forma de celebrar a entrada dos estudantes no ensino superior, de caracter integrador, uma vez que permite de alguma forma, a entrada numa comunidade e o assumir de uma determinada identidade. (Loureiro, Frederico-Ferreira, Ventura, Cardoso, & Bettencourt, 2009, p. 89) Os jovens que ingressam na universidade confrontam-se com uma série de desafios pessoais, interpessoais, familiares e institucionais que merecem uma análise mais atenta pelas autoridades e serviços académicos com maiores responsabilidades na receção e apoio aos estudantes. (Almeida, Soares, & Ferreira, 2002, p. 82) A praxe é um desses desafios, uma das vivências académicas, pelo
  • 3. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 3 que deve procurar-se uma avaliação de despiste das vivências académicas que mais poderão dificultar (ou facilitar?) a integração e ajustamento dos estudantes. O que em Portugal se designa por praxe, é o conjunto de tradições estudantis que refletem as mais diversas humilhações, mais ou menos ritualizadas, que os estudantes mais antigos, os “doutores”, impõem aos mais novos, os caloiros. A relação doutores/caloiros é assinalada por um conjunto de símbolos da Praxe, que podem variar consoante a região do país e a sua respetiva academia, que representa uma associação académica, que se constitui a diferentes níveis segundo as épocas, locais, sociabilidades e culturas mais ou menos homogéneas e partilhadas. (Frias, 2003, p. 83) A praxe académica refere-se também a brincadeiras, por vezes violentas, a comportamentos lúdicos e paródicos: troças, partidas, piadas, de que dão testemunho antigos estudantes. São referidos também, os registos subjetivo e representacional: o do vivido e o das perceções, que variam segundo os grupos e as épocas, porque a natureza destas tradições, evolui à imagem da Universidade e da própria sociedade. Tal como a praxe, a tradição, a cultura e os rituais não são processos óbvios. Este fenómeno complexo e multiforme implica inúmeros indivíduos, grupos, entidades e organismos. Em cidades como Porto, Braga e Coimbra, acontecimentos como a Queima das Fitas, regulam o calendário universitário e mesmo o da própria cidade. As práticas rituais estudantis, as suas normas reguladoras e os seus excessos são inseparáveis da Escola como instituição- universidade incluída-onde se desenvolvem. Estão ligadas aos códigos e costumes sócio históricos em vigor entre uma população jovem, e às sensibilidades coletivas (Frias, 2003, p. 88) em meio urbano, como é o caso da Universidade de Lisboa, na qual se insere o Instituto de Educação, onde foi aplicado o nosso questionário de investigação sobre as opiniões e as práticas da praxe. Esta complexidade do fenómeno da praxe pode indicar como estes desafios ilustram a riqueza de vivências proporcionadas ao jovem universitário, sobretudo nas fases iniciais de entrada e adaptação ao ensino superior. O sucesso deste processo de adaptação, especialmente durante o primeiro ano, constitui um preditor importante da persistência e do sucesso dos alunos ao longo da sua experiência
  • 4. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 4 académica bem como do real aproveitamento das novas oportunidades de desenvolvimento psicossocial. (Almeida, 1998, p. 114) A universidade e toda a comunidade académica, não podem viver à margem de que a adaptação à universidade, embora normal para os jovens que fazem essa opção vocacional, é geradora de stress, constituindo para os alunos menos resilientes, uma fonte de solidão, desinteresse e por vezes de depressão. (Almeida & Santos, 2001, pp. 205-206) Em 1997, um grupo de investigadores das Universidades do Minho e de Coimbra, desenvolveram um Questionário de Vivências Académicas, abrangendo várias dimensões, pessoais, académicas, relacionais e institucionais da adaptação dos jovens ao contexto universitário. Na sua versão original continha 170 itens, distribuídos por 17 dimensões o que levantou dificuldades de utilização, pois a par do tempo exigido para a resposta, registou-se alguma tendência dos estudantes para responder ao questionário de uma forma estereotipada. (Almeida, Soares, & Ferreira, 2002, pp. 82-83) Sob a orientação da docente, a Professora Guilhermina Lobato Miranda, foi construído ao longo das aulas um questionário curto, para eliminar alguns dos problemas levantados por questionários extensos, de forma a contornar as respostas estereotipadas. Foi utilizada uma escala de Likert, uma das mais populares quando se pretende medir atitudes e comportamentos, utilizando para esse efeito opções de resposta que variam de um extremo a outro, estabelecendo diferentes níveis de opinião, importante quando se está a estudar assuntos sensíveis como é o caso da praxe. Apesar de ser necessário ter em conta que um estudo de investigação em Educação termina com a apresentação, análise e discussão dos resultados. (Almeida & Freire, 2008) O fundamental, neste artigo, é o desenvolvimento dos conhecimentos e das competências relativas à unidade curricular, visto que como alunos do primeiro ano, ainda não dispomos de tempo e meios necessários para analisar e caracterizar com todo o rigor necessário, o fenómeno da praxe.
  • 5. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 5 Método O trabalho de investigação realizado, como exercício académico, é de natureza descritiva, pois procura contribuir para descrever o fenómeno da praxe, identificando variáveis, partindo dos constructos formulados nas aulas e inventariando factos relativos às opiniões e práticas da praxe. Participantes: A população estudada é composta pelos alunos que frequentam os três anos das licenciaturas de Ciências da Educação e de Psicologia, no Instituto de Educação e Faculdade de Psicologia, da Universidade de Lisboa, no primeiro semestre de 2013. A amostra selecionada de forma aleatória constitui-se pelos alunos que responderam, dentro do prazo estipulado ao questionário enviado através de formato eletrónico. Procedimentos: Utilizando a ferramenta de formulários do Google, disponível através do correio eletrónico da universidade, foi construído um questionário científico, composto por questões formuladas em grupo nas aulas, pelos alunos das três turmas de Metodologias da Investigação em Educação, Módulos II e II. O questionário foi dividido em duas parte, sendo a primeira destinada a caracterizar os participantes relativamente ao sexo, idade, curso e ano que frequenta, e, se participou ou não na praxe. Para a segunda parte do questionário foram selecionadas 33 questões fechadas, abrangendo conteúdos das dimensões afetiva, cognitiva e comportamental. Além disso é um instrumento económico, e que permite uma menor possibilidade de enviesamento pelo entrevistador, e neste caso a aptidão dos inquiridos não suscitou problemas, dado que se considera que os alunos do ensino superior sejam detentores das competências necessárias ao nível das Tecnologias de Informção e Comunicação (TIC) para responder ao questionário em questão.
  • 6. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 6 Posteriormente, a hiperligação com o questionário foi disponibilizado aos alunos, através da plataforma Moodle da Universidade de Lisboa, e dado um prazo aos alunos, para que respondessem por via eletrónica ao questionário. Ficou à responsabilidade da docente da unidade curricular, enviar o questionário aos restantes alunos, das restantes turmas e curso. Foi apenas utilizada um instrumento de medida, para descrever as opiniões e práticas da praxe, através da frequência de ocorrência de determinada resposta. Para cada uma das dimensões, afetiva, cognitiva e comportamental, classificaram-se as respostas dadas às questões usando uma escala ordinal tipo Likert de 1-6, sendo 1 (discordo totalmente), 2 (discordo), 3 (discordo parcialmente), 4 (concordo parcialmente), 5 (concordo) e 6 (concordo totalmente). Todas as respostas foram dadas de forma anónima. Este instrumento foi selecionado porque permite recolher diretamente informações sobre variáveis subjetivas e garantir a confidencialidade e anonimato das respostas. Resultados Depois de terem sido obtidas as respostas ao questionário, a docente enviou aos alunos os resultados gerados automaticamente pela ferramenta do Google utilizada. Esta fez o tratamento estatístico automático dos dados, neste caso frequências absolutas, apresentando os resultados graficamente e em percentagem de respostas obtidas. Foram obtidas 46 respostas, sendo 96% das respostas de alunos do sexo feminino e apenas 4% do sexo masculino. Relativamente às idades, o quadro seguinte caracteriza a amostra estudada, onde se verifica que 82% dos alunos que responderam ao inquérito, está na faixa etária 18-21 anos, apenas 4% tem menos de 18 anos e 13% mais de 21 anos. Apenas responderam ao questionário alunos da licenciatura de Ciências da Educação. Relativamente ao ano de frequência, 65% frequentam o primeiro ano da licenciatura, 28% frequenta o terceiro ano e 7% frequenta o segundo ano. Dos inquiridos que responderam, 33% nunca participou na praxe, 11% participou sempre em
  • 7. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 7 todas as atividades e 56% participou parcialmente na praxe, sendo que de forma equitativa, 28% participou em algumas atividades e os mesmos 28% participou em poucas atividades. Relativamente aos resultados obtidos às perguntas relacionadas com a praxe, os resultados encontram-se no quadro que se segue: Questão Escala Likert 1-6 1 2 3 4 5 6 Percentagem de respostas (%) 1. A praxe é uma forma de integração na vida académica 0 4 15 33 24 24 2. A praxe é uma forma de humilhação 20 22 13 24 11 11 3. A praxe promove o espírito de união entre os alunos 4 4 20 20 26 26 4. A praxe é uma forma divertida de integrar os novos alunos 2 11 24 24 26 13 5. A praxe é uma forma de agressão física 28 37 15 9 9 2 6. A praxe é uma forma de agressão psicológica 15 46 11 9 9 11 7. A praxe permite construir novas amizades 0 0 17 22 30 30 8. A praxe é um ritual de poder entre pares 7 15 15 26 20 17 9. A praxe suprime o pensamento crítico 13 22 13 30 13 9 10. Na praxe é respeitada a vontade de cada um 15 28 28 13 11 7 11. A praxe estabelece uma hierarquia entre estudantes 2 0 9 24 35 30 12. A praxe é uma antecâmara das futuras relações de poder 7 13 26 15 33 7 13. Participei na praxe por receio de exclusão da comunidade académica 56 14 8 14 8 0 14. Participei na praxe para trajar e poder praxar 18 15 15 6 26 21 15. Durante a praxe há uma uniformização da apresentação pessoal (ex.: camisolas da mesma cor, sem pinturas e acessórios...) 6 11 14 29 23 17 16. Durante a praxe tive que exibir certos comportamentos (ex.: andar de pijama, andar com um penico na cabeça, falar com desconhecidos...) 0 3 12 18 29 38 17. Durante a praxe tive que decorar canções e dizer palavrões em público 0 0 9 3 21 68 18. Durante a praxe tive que fazer exercícios físicos (flexões, abdominais, correr, saltar, rastejar) 3 0 6 0 22 69
  • 8. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 8 19. Durante a praxe pintaram-me o corpo (cara, braços, pernas) 3 0 9 9 29 50 20. Durante a praxe fui sujeito a rituais de ascensão (batismo, enterro e traçar de capa) 23 3 3 13 16 42 21. Durante a praxe tive que comer alimentos desconhecidos e sem talheres 32 9 9 12 18 21 22. Durante a praxe é imposto o consumo de álcool 36 28 3 11 17 6 23. Durante a praxe é incentivado o consumo de drogas leves (erva, haxixe) 81 11 6 3 0 0 24. Gostei de participar na praxe 9 12 9 18 30 21 25. Gosto de falar sobre a praxe 4 9 28 4 35 20 26. Senti-me humilhado(a) enquanto estava a ser praxado(a) 39 19 10 13 10 10 27. Senti-me envergonhado(a) enquanto estava a ser praxado(a) 22 19 19 22 13 6 28. Senti-me sem vontade própria enquanto estava a ser praxado(a) 38 13 6 16 13 16 29. Senti-me acolhido(a)/protegido(a) durante a praxe 6 16 16 19 31 13 30. Senti receio/medo das atividades da praxe 21 27 15 6 24 6 31. Senti-me feliz durante a praxe 12 6 12 24 33 12 32. Sinto vergonha quando assisto/vejo atividades de praxe 48 22 15 4 7 4 33. Sinto orgulho quando assisto/vejo atividades de praxe 28 13 9 20 15 15 Com as respostas obtidas às perguntas, não foi levantada numa primeira fase, nenhuma hipótese estatística, sendo essa relegada para uma fase posterior, quando forem adquiridos mais conhecimentos e competências de tratamento estatístico de dados e de interpretação de resultados. Conclusões O questionário elaborado e aplicado aos alunos obteve 46 respostas, num universo de x alunos. Face à população dos alunos que frequentam os três anos das licenciaturas, que se estima ser constituída por mais de 100 alunos, e partindo do pressuposto que receberam a hiperligação com o questionário, apenas 46 alunos responderam, sendo que apenas foram obtidas respostas de alunos da Licenciatura de Ciências de Educação. Assim a significância da amostra não nos permite considerar que a mesma seja significativa porque quando o efetivo da população é inferior a 100, o efetivo da amostra exigido
  • 9. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 9 é praticamente coincidente com o da população, que é mais ou menos n=80 (Almeida & Freire, 2008, p. 103) Desta forma, analisando apenas as respostas dadas por 46 alunos de Ciências de Educação, verifica-se que o maior número de respostas vem de alunos do primeiro ano, provavelmente por serem os mesmos que frequentam a unidade curricular de Investigação em Educação I. Quanto ao facto dos alunos serem maioritariamente do sexo feminino, corroboram o facto da maioria dos alunos de ambos os cursos serem do sexo feminino. Os alunos participantes revelam na maioria um gosto em falar sobre praxe, pelo que 59% concorda, ainda que 4% revele que apenas concorda parcialmente em gostar de falar de praxe. Relativamente à participação na praxe, mais de metade afirmou participar de alguma forma nas atividades inerentes à praxe, cerca de 67% dos que responderam ao inquérito, os restantes 33% dos que responderam ao questionário, não participaram na praxe, mas mesmo não participando, responderam ao questionário. Assim podemos concluir que 33% dos que responderam, fizeram-no não com o recurso a uma vivência pessoal, mas com recurso a vivências de terceiros, o que poderá sustentar o carater mediatizado do fenómeno da praxe académica. Quando foram questionados, se gostaram de participar na praxe, 69% dos alunos que responderam ao questionário, concorda que gostou, sendo que 51% concorda ou concorda totalmente, e 18% concorda parcialmente, o que poderá revelar a não concordância com algumas práticas da praxe. Quando se aborda a questão das agressões físicas e psicológicas, 80% dos inquiridos discorda que a praxe seja uma forma de agressão física, ainda que 15% discorde parcialmente, e 11% concorde ou concorde totalmente que a praxe seja uma forma de agressão física, o que pode revelar que os alunos reagem de formas diferenciadas às atividades físicas da praxe, pelo que poderemos colocar a hipótese de que perante a mesma atividade física, uns alunos sintam que estão a ser agredidos fisicamente e outros não o considerem agressão. Relativamente às agressões psicológicas apesar 71% dos alunos discordar que a praxe seja uma forma de agressão psicológica, 29% dos alunos concorda com o oposto, admitindo que a praxe e as suas práticas, envolvem algum tipo de agressão
  • 10. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 10 psicológica, apesar de 9% concordar parcialmente, 9% concordar e 11% concordar totalmente, o que mais uma vez corrobora o caracter subjetivo das práticas e opiniões sobre praxe académica, devendo toda a comunidade académica manter-se atenta ao fenómeno em todas as suas dimensões. A resposta mais unânime obtida nas respostas ao questionário, foi relativa ao incentivo ao consumo de drogas leves durante as práticas da praxe, que revelou que 81% dos que responderam ao inquérito, discorda totalmente dessa afirmação, podendo indicar ou uma reduzida taxa de utilização de drogas leves, ou mesmo perante uma situação de anonimato, ter receio de assumir o consumo, visto tratar-se de um trabalho académico. Relativamente à participação na praxe por receio de exclusão da comunidade académica, 70% dos alunos discorda totalmente ou discorda, o que poderá revelar que os alunos que compõem a amostra participaram na praxe por outros motivos que não a inclusão no meio académico. Por outro lado relativamente à praxe permitir a construção de novas amizades, 60% dos alunos responde que concorda ou concorda totalmente. Apesar de não terem sido estudadas correlações entre os dados obtidos, apesar dos alunos não considerarem que participaram na praxe para serem aceites no meio académico, consideram que a mesma permite construir novas amizades o que nos pode remeter para a complexidade e subjetividade do fenómeno dos fenómenos inerentes à integração na universidade, como é o caso da praxe, temática já referida por vários autores, entre os quais Almeida & Santos em 2001. As respostas obtidas ilustram também, em parte a definição de praxe no contexto português, como já referido, relativamente á participação em atividades que envolvem supostos comportamentos de humilhação, como andar de pijama, com um penico na cabeça, etc., sendo que 85% dos alunos concorda de alguma forma com o facto de ter de exibir esses comportamentos e 92% dos alunos concordar que teve de decorar e d izer palavrões em público. Não tendo significância, os resultados obtidos poderão servir de futuro como ponto de partida para uma investigação mais aprofundada sobre a praxe. A elaboração do questionário e do relatório
  • 11. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 11 contribuiram para colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo das aulas e estimularam a aquisição e assimilação de competências relativamente à unidade curricular de Investigação em Educação, podendo contribuir para que no futuro, possamos realizar investigação em educação, aplicando as metodologias de investigação adequadas. Referências: Almeida, L. S. (1998). Questionário de Vivências Académicas para Jovens Universitários: Estudos de Construção e Validação. Revista galego-portuguesa de psicoloxía e educación, 03, pp. 113-130. Almeida, L. S., & Freire, T. (2008). Metodologia da investigação em psicologia e educação. Braga: Psiquilibrios. Almeida, L. S., & Santos, L. (Abril de 2001). Scientific Electronic Library Online. Obtido em 27 de Dezembro de 2013, de Scielo Portugal: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0870- 82312001000200001&script=sci_arttext Almeida, L. S., & Santos, L. (Abril de 2001). Vivências académicas e rendimento escolar: Estudo com alunos universitários do 1.º ano. Análise Psicológica, 19, pp. 205-217. Almeida, L. S., Soares, A. P., & Ferreira, J. A. (Novembro de 2002). Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r):Avaliação do ajustamento dos estudantes universitários. Avaliação Psicológica, 1, pp. 81-93. Frias, A. (Outubro de 2003). Praxe académica e culturas universitárias em Coimbra.Lógicas das tradições e dinâmicas identitárias. Revista Crítica de Ciências Sociais, 66, pp. 81-116. Loureiro, C. R., Frederico-Ferreira, M. M., Ventura, M. C., Cardoso, E. M., & Bettencourt, J. A. (2009). A Praxe Académica na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Educação: Temas e Problemas, 8, pp. 89- 97.
  • 12. PRAXE: OPINIÕES e PRÁTICAS 12 Anexos