DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Consílio dos deuses
1. Consílio dos Deuses
ESQUEMA DO EPISÓDIO
“Já no largo Oceano navegavam”
(plano da viagem)
“Quando os deuses no Olimpo luminoso”
(plano dos deuses)
Júpiter convoca o Consílio para que os deuses se pronunciem
sobre o futuro dos homens que levam a cabo um novo
empreendimento: chegar à Índia por mar.
Júpiter conhece o valor do povo português e pretende
premiá-lo ajudando-o a encontrar um porto seguro onde possa
repousar.
Gera-se uma discussão
Vénus e Baco opositor
Marte ao
defensores empreendimen-
dos to dos
Portugueses Portugueses
Júpiter decide a favor
dos Portugeses
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Cristina Seiça
2. SÍNTESE
Plano da Viagem –os portugueses navegam no oceano Índico
Plano dos deuses – Mercúrio, por ordem de Júpiter, convoca todos os deuses para
em consílio discutirem sobre “as cousas futuras do Oriente”
Utilização do maravilhoso (pagão) como uma das regras do poema épico
• A chegada dos deuses ao Olimpo
• O discurso de Júpiter
• O debate dos deuses
A chegada dos deuses ao Olimpo ( est. 20 a 23)
• Caracterização do espaço: luminosidade, brilho, riqueza
• Caracterização da divindade máxima:
Carácter divino – “Do rosto respirava um ar divino
Que divino tornara um corpo humano”
Estatuto de chefe supremo dos deuses – detentor do poder:
“Alto poder”
“ Que do poder mais alto lhe foi dado”
“ Gesto alto, severo e soberano”
“ voz grave e horrenda” (autoritário)
“ com hua coroa e ceptro” ( símbolos do poder)
O discurso de Júpiter ( est. 24 à 29)
• Finalidade do discurso: informar e convencer o público
• Informação
desígnio dos Fados: os Portugueses tornar-se-ão mais famosos que os
povos da Antiguidade;
parte desse desígnio já foi cumprido: os portugueses construíram o seu
reino, lutando contra mouros, castelhanos e romanos;
falta concretizar-se o que está prometido: o governo dos mares do
Oriente;
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Cristina Seiça
3. • Convencer: - a argumentação do discurso
a) o valor guerreiro dos Portugueses:
“cum poder tão singelo e tão pequeno” na luta contra o:
- “o Mouro forte e guarnecido”
- “ o castelhano tão temido”
- os Romanos (senhores de um grande império)
b) a coragem, a ousadia deste povo:
- atravessar o mar duvidoso num lenho leve
- não teme a força dos ventos
- a mais se atreve
c) a sua persistência apesar:
- do tempo já decorrido;
- das dificuldades da viagem: duro Inverno, ásperos perigos,
climas experimentados, furor dos ventos inimigos
- do cansaço
O discurso de Júpiter visa convencer o público e justificar a sua posição:
ajudar os Portugueses, ou seja, fazer cumprir as decisões dos Fados.
O debate dos deuses (est.30 – 40)
• intervenção de Baco
- motivo : o deus mais lesado com a chegada do povo português à Índia
- Baco opõe-se à chegada dos Portugueses à Índia, visto que estes apagarão
o poder e a fama que ele aí conquistara
• intervenção de Vénus
- posição de Vénus: pretende ajudar os Portugueses
- motivos: - o povo português assemelha-se ao povo romano pelas qualidades
guerreiras, pela língua
- o povo português, pelo seu carácter amoroso, torná-la-ão
célebre, onde quer que eles cheguem
• intervenção de Marte
- motivos: - o apoio a Vénus “porque amor antigo o obrigava”
- a rejeição do tumulto que reinava no consílio
- caracterização psicológica de Marte: poder de decisão, firmeza, segurança
de um chefe militar
- discurso: - apelo à autoridade de Júpiter como chefe supremo dos deuses
- condenação de Baco
- uma proposta de acção
Decisão final (est. 41)
Este consílio termina com a decisão de Júpiter favorável aos
portugueses e cada um dos deuses regressa ao seu domínio
celeste.
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Cristina Seiça