2. GEOGRAFIA
Lorena (Lorraine) é uma região situada a
nordeste da França.
Situa-se entre as regiões Champagne-
Ardenne, Alsace e Franche-Comté.
É a única região francesa que faz fronteira
com outros três países: a Bélgica,
Luxemburgo e a Alemanha.
Área: 23.547 km²
Prefeitura: Metz
População: 2.356.600 (2012)
Densidade: 100,1 hab/km²
Departamentos: Meurthe-et-Moselle, Meuse,
Moselle e Vosges
Chefs-lieux: Metz, Nancy, Bar-le-Duc, Épinal
3. GEOGRAFIA
Ao sul da região, encontra-se os Vosges,
uma cadeia de montanhas que se estende
ao longo da margem oeste do Vale do
Reno por aproximadamente 250 km.
É caracterizada por florestas de coníferas
nas suas altitudes mais baixas e apresenta
regiões de pasto em altitudes mais
elevadas.
O ponto mais alto na região de Lorena é o
Hohneck com 1.364 metros de altitude.
4. GEOGRAFIA
Clima: oceânico / temperado marítimo
As estações da região de Lorena são bem
marcadas, mas devido aos ventos há
períodos de chuvas repentinas (influência
oceânica) ou amplitude térmica elevada
(influência continental).
Os Vosges é muito mais úmido, havendo
fortes nevascas no inverno.
Lorena é conhecida por seu clima severo e
suas nevascas bastante frequentes. No
entanto, esta má reputação é muito
exagerada, provavelmente devido ao inverno
de 1939-1940, que foi excepcional, quando
um grande número de soldados franceses
ficaram em guarnição nas fortificações da
Linha Maginot.
O clima permite o cultivo de videiras e árvores
frutíferas.
A mirabelle, uma variedade de ameixa, é uma
especialidade da região.
5. GEOGRAFIA
Mosa (Meuse) e Mosela (Moselle) são dois
grandes rios da região, e juntamente com
seus afluentes, compõem quase toda a bacia
hidrográfica da região.
O rio Saône nasce ao sul dos Vosges e é o
principal afluente do rio Ródano.
6. GEOGRAFIA
A região de Lorena também possui muitos
lagos, quase todos artificiais, exceto alguns
lagos dos Vosges.
Eles foram criados por monges para a
piscicultura na Idade Média ou são
consequências da exploração de pedreiras.
A grande maioria desses lagos estão
localizados na planície de Woëvre (Meuse),
no vale dos lagos (Vosges) e na terra dos
lagos (sudeste do Mosela)
Principais lagos: Lago de Gérardmer, Lago
de Madine, Lagoa de Gondrexange, os lagos
de Pierre-Percée, Lagoa de Stock, Lagoa de
Lindre.
7. ECONOMIA
Lorena é responsável por 3,4% do PIB francês, o que a
situa no oitavo lugar entre as regiões francesas.
Os serviços terciários e a logística são os setores com
a mais forte desenvolvimento, enquanto a situação das
indústrias tradicionais (indústria têxtil, exploração
mineira e metalurgia) vem regredindo.
A região se beneficia, como a Alsácia, com o comércio
fronteiriço com Luxemburgo e Alemanha.
É o primeiro produtor mundial de mirabelles um total de
15 000 toneladas por ano, ou 70% da produção
mundial.
Lorena exportou para toda a França o seu carvão por
redes fluviais e ferroviária. Através da região foram
efetuadas as exportações da grande região carbonífera
francesa Nord-Pas-de-Calais para a Alemanha.
O fechamento das minas de ferro e de carvão e crise
siderúrgica afetou o norte da Lorena. Limitando as
minas de carvão em operação à fronteira, em Sarre.
Por atender a demanda de materiais ferroviários,
muitos pátios ferroviários foram construídos em
Lorena.
8. ECONOMIA
Principais atividades industriais: exportação de
energia elétrica, indústria automobilística, produção de
agroalimentos, indústria química e plástica, metalurgia,
indústria madereira e de papel, fabricação de vidro e
cristais.
9. EMBLEMAS
Brasão: apresenta-se em dourado com uma faixa
vermelha com três aleriões prateados.
Remonta ao brasão medieval do Ducado de Lorena
(Herzogtum Lothringen; 959–1766), antigo estado
do Sacro Império Romano Germânico.
A faixa vermelha aparece no ano de 1195 nos selos
do duque Simon II de Lorena, sendo os aleriões
adicionados somente no século 15.
10. EMBLEMAS
Cruz de Lorena (Croix de Lorraine): é o emblema mais
conhecido da região. Símbolo da França Livre do De Gaulle
(1940–44), é herança da dinastia dos duques de Anjou. Ela
apareceu durante a batalha de Nancy (1477). Diz-se que a
cruz de Lorena foi escolhida durante a 2ª Guerra Mundial
em oposição à suástica nazista.
Chardon de Lorena (Chardon lorrain): é originária da comuna de
Angers (Pays de la Loire). Foi introduzida na região por Renato I de
Nápoles, também conhecido como Renato de Anjou, sendo adotada
logo em seguida. Renato II de Lorena acrescentou o subtítulo “Ne
toquès mi, je poins” (Não me toque, eu pico).
Palais Ducal de Nancy
11. HISTÓRIA
Durante a Idade do Ferro, a atual
Lorena era ocupada por vários povos
gauleses e celtas. Ali se encontram
muitos sítios arqueológicos.
Na conquista romana da Gália, a região
foi anexada à Gália Belga.
Após o ataque dos hunos de Átila, os
francos conquistaram a Gália Belga e
criaram ali um reino sob o domínio da
dinastia dos merovíngios, cuja capital
era Metz, chamado Austrásia.
12. HISTÓRIA
Lorena como conhecemos hoje, é um
remanescente do reino criado em 843 para
Lotário II, da dinastia carolíngia, a partir da
divisão do Império Franco pelo Tratado de
Verdun.
Assim, passou a se chamar de Lotharii regnum,
em latim, e depois Lotharingia (Lotaríngia).
Após a morte de Lotário II, é dividida em 870 pelo
Tratato de Meerssen entre Luís, o Germânico, e
Carlos II, o Calvo.
Pelo Tratado de Ribemont, em 880, os reis de
França cederam à Luís III da Germânia parte da
Lotaríngia em troca de sua neutralidade, sendo
assim reunificada.
Deste modo, a Lotaríngia foi integrada à Frância
Oriental (atual Alemanha), precursor do Sacro
Império Romano Germânico.
13. HISTÓRIA
Em 903, é nomeado por Luís, a Criança, o
primeiro duque da Lotaríngia.
Henrique I da Germânia, em 925, toma posse
de toda a Lotaríngia. Ele separa a Alsácia da
Lotaríngia para anexá-la ao ducado da Suábia.
Em 959, Bruno I, Arcebispo de Colônia,
concede sua autoriadade sobre a Lotaríngia a
Frederico I de Lorena e a Godofredo I,
dividindo a região em Alta Lotaríngia e Baixa
Lotaríngia.
É a Alta Lotaríngia que se tornará mais tarde no
ducado de Lorena.
14. HISTÓRIA
No Sacro Império Romano Germânico (982-1766),
passa a ser Ducado de Lorena.
Em 1542, no Tratado de Nuremberg, Lorena é
declarada estado independente pelo imperador.
Em 1552, depois de um acordo com os protestantes
alemães, o rei Henrique II de França anexou três
cidades episcopais da região (Metz, Toul, Verdun),
as Trois-Évêchés (Três Bispados).
As Trois-Évêchés (1552–1790) serão oficialmente
anexadas à França em 1648 pela Paz de Vestfália
para pôr fim à Guerra dos Trinta Anos.
O ducado de Lorena foi ocupada pela França no
reinado de Luís XIII e Luís XIV, mas recupera a sua
independência em 1697 com o duque Leopoldo I.
Em 1738, o imperador Carlos VI obteve a aceitação
da Pragmática Sanção em troca dos ducados de
Lorena e de Bar. Os ducados serão doados ao rei
caído da Polônia, Stanislas Leszczynski.
Em 1766, a França recebeu os ducados de Lorena
e de Bar, tornando-se províncias do reino francês.
15. HISTÓRIA
Em 1790, foram criados 4 departamentos:
Meuse, Meurthe, Moselle e Vosges.
Em 1871, o Tratado de Frankfurt concede ao
Império Alemão o domínio sob os
departamentos de Moselle e de Meurthe que
formaram, juntamente com a Alsácia, o
território imperial de Alsácia-Lorena
(Reichsland Elsaß-Lothringen).
A 1ª Guerra Mundial marcou profundamente
Lorena, cujos habitantes se encontraram
divididos. De 1914 a 1918, 380.000
alsacianos-lorenos lutaram em nome do
Império Alemão até o fim da guerra. A Batalha
de Verdun, uma das mais longas e fatais,
acontece em 1916, em Meuse.
O Tratado de Versalhes de 1919 devolve a
Alsácia-Lorena para a França.
Em 1940, durante a 2ª Guerra, Moselle foi
novamente anexada à Alemanha, sendo
libertada entre 1944 e 1945 pelo Aliados.
16. HISTÓRIA
Em 1960, com a criação das regiões da França, surge a região de Lorena.
Em 1972, foi concedido à região o estatuto de Établissement public, mas devido às leis de
descentralização de 1982, as regiões receberam o status de Collectivités territoriales.
Em 1986, os conselhos regionais foram eleitos diretamente pela primeira vez. Desde então,
os poderes da região diante o governo central em Paris foi gradualmente ampliado.
17. DIALETOS
A língua oficial da regíão é, obviamente, o francês. No
entanto, na região há dialetos tanto de origem românica
quanto germânica.
Lorrain: é uma langue d’oïl, que compreende os
dialetos romanos de Lorena, pouco usado hoje em
dia. Chega até a fronteira belga onde é chamado
gaumais.
Também foi falado nos altos vales dos Vosges,
mantendo lá formas arcaicas da língua.
O observatório linguístico Linguasphere distingue
sete variantes do Loreno: argonnais, longovicien,
gaumais, messin, nancéien, spinalien, déodatien.
18. DIALETOS
Ç'ost lo docteur que s'y k'nnot
Depeus trâs moûs, lo Lèyon wâdait lo lèyt. Lo mèd'cîn pessait doux foûs lè s'maine, po
sovoû çu qu'i fèyit. Cè n'tait mi r'luhant, tocoûs èteur lè vie et lè môt. În jo, lè Mèlie
eppelle lo docteur i tèlèphone : V'niz-o tot d'suite, lo Lèyon ne r'moûe pus. J'crâs bé qu'il
ost môt. Errivè è lè mâhon, lo mèd'cîn lo voût stondu sus so lèyt. Snos lo r'wêti, i dit tot
haut : Lo keûp-ci, ç'ost fait, lo peûre (h)omme. Il è bé soffri. Sèyiz corègeûse, Mèlie,
faut n-ollè chîz lo curè, et co è lè mair'rie. Tot d'în keûp, mo Lèyon se r'leuve în peû :
Niant ! Niant ! Je n'sèys mi môt... Je sèys co vikant ! Voyos, Lèon, lo docteur sait tot
d'même meux qu'ti. Couhhe-teu !
C'est le docteur qui s'y connait
Depuis trois mois, le Léon gardait le lit. Le médecin passait deux fois par semaine, pour
savoir ce qu'il faisait. Ce n'était pas brillant (reluisant), toujours entre la vie et la mort.
Un jour, l'Amélie appelle le docteur au téléphone : Venez-en tout de suite, le Léon ne
remue plus. Je crois bien qu'il est mort. Arrivé à la maison, le médecin le voit étendu sur
son lit. Sans le regarder, il dit tout haut : Le coup-ci, c'est fini, le pauvre homme. Il a
bien souffert. Soyez courageuse, Amélie, il faut aller chez le cur, et encore à la mairie.
Tout à coup, mon Léon se relève un peu : Non ! Non ! Je ne suis pas mort... Je suis
encore vivant ! Voyons, Léon, le docteur sait tout de même mieux que toi. Tais-toi !
19. DIALETOS
Francique lorrain (Lothringer Platt / Lothringer Déitsch / Platt):
É um termo genérico para todos os dialetos do médio alemão
(Mitteldeutsch) e do alemão superior (Oberdeutsch) falados na parte
germanófona do departamento de Moselle.
Como outros dialetos, o francique lorrain não é reconhecido como
língua oficial. Apenas possui o status de língua regional da França.
Classifica-se o francique lorrain em
três variantes:
• francique rhénan de Lorena
• francique mosellan
• francique luxembourgeois
São dialetos orais com pouca
produção literária, sendo o alemão
padrão (Hochdeutsch) usado como
língua escrita.
20. DIALETOS
«O! Du klääne Prinsje, so longsom hon ich m'r kinne e Bild mache,
wie trurich din klien Läwe isch. 'S änzichte, was dich devun abgelenkt
hat, war de zart Stimmung vum Sunnenunnergong. Diss isch m'r klar
worr om vierte Morje, wie de m'r gesaat hast: ich sieh so gär de Sunn
unnergehn.»
„Ach, kleiner Prinz, so nach und nach habe ich dein kleines
schwermütiges Leben verstanden. Lange Zeit hast du, um dich zu
zerstreuen, nichts anderes gehabt als die Lieblichkeit der
Sonnenuntergänge. Das erfuhr ich am Morgen des vierten Tages, als
du mir sagtest: ich liebe Sonnenuntergänge sehr."
«Ah ! petit prince, j’ai compris, peu à peu, ainsi, ta petite vie
mélancolique. Tu n’avais eu longtemps pour distraction que la
douceur des couchers de soleil. J’ai appris ce détail nouveau, le
quatrième jour au matin, quand tu m’as dit : – J’aime bien les
couchers de soleil.»
21. CULTURA
Pela sua posição geográfica e bilinguismo, a Lorena foi uma região de trocas culturais
entre a França e as culturas germânicas. Assim, diversas inovações entraram pela Lorena
antes de se espalhar pelo resto da França (música, gastronomia, etc.).
.Durante a dinastia merovíngia, Lorena foi centro político e cultural. Seus numerosos
mosteiros desempenharam papel importante na conservação e desenvolvimento de
iluminuras (École de Metz). Foi também um dos centros do renascimento carolíngio com a
introdução do canto gregoriano pelos monges da Abadia de Gorze.
A Lorena também foi o berço de movimentos culturais
originais, dentre os quais o mais famoso é certamente o art
nouveau, levado à França pela École de Nancy.
A região também possui grande quantidade de artistas e
músicos profissionais. Todos os anos é realizado um grande
festival de música (Fête de la Musique) no dia 21 de junho
que reúne músicos e fabricantes de instrumentos musicais de
toda a região.
22. TURISMO
O turismo em Lorena é uma atividade antiga e que tem sido redescoberto recentemente.
A região é conhecida pelas estâncias termais, pelas peregrinações e pelo turismo militar.
As principais atrações turísticas são os parques naturais, os museus, as instalações
militares, monumentos (castelos e locais históricos), a gastronomia e o artesanato.
La basilique Saint-Nicolas-de-Port
La basilique du Bois-Chenu
Parc naturel régional
des Ballons des Vosges
24. GASTRONOMIA
Miel de sapin
des Vosges
Bergamote
de Nancy
Macarons
Pâté lorrain
Potée lorraine
Amêndoas
25. PERSONALIDADE
S
Joana D’Arc
Francisco I do Sacro Império
Paul Verlaine,
poeta
Émile Durkheim, pai da sociologia Patricia Kaas, cantora
Émile Gallé, artista art nouveau