SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará.
Departamento da Construção Civil
Química Aplicada
OS PARÂMETROS QUÍMICOS DA ÁGUA USADA NA
CONSTRUÇÃO CIVIL.
Pedro Santiago Holanda
20122015050234
Fortaleza – Ceará
Abril – 2013
ÍNDICE
Pág.
1. INTRODUÇÃO 3
2. DESENVOLVIMENTO 4
3. CONCLUSÃO 7
4. REFERÊNCIA 8
1. INTRODUÇÃO
A Engenharia utiliza a água em quase todos os serviços, sendo como
componentes ou ferramentas.
A construção civil utiliza a água como componente, principalmente, na
confecção do concreto e da argamassa e na umidificação do solo em compactação dos
aterros. Utiliza-se como ferramenta nos trabalhos de limpeza, resfriamento e cura do
concreto.
Entretanto, a água não é tratada como material de construção, sendo até
esquecida nas composições de custo de uma obra. A legislação brasileira para
fabricação do concreto, por exemplo, é nova, sendo publicada somente em 2009 (NBR
15900) e vale, especificamente, para a qualidade da água.
2. DESENVOLVIMENTO
A água precisa ser avaliada em alguns parâmetros para descobrir se pode ser
aproveitada na construção civil, tendo para cada uso parâmetros diferentes, alguns são:
pH
Representa a concentração de íons hidrogênio, H+
, dando uma indicação das
condições de acidez, neutralidade e basicidade da água. Alterações naturais advêm da
presença de ácidos carbônicos e húmicos dissolvidos. As maiores alterações no pH são
provocadas por despejos industriais e águas residuárias de minas. Águas com pH baixo
ou elevado são agressivas, podendo causar corrosão em tubulações.
Resíduos sólidos
Quanto ao tamanho, podem ser classificados em dissolvidos e em suspensão.
Os sólidos em suspensão dividem-se em sedimentáveis e não sedimentáveis. Os
sólidos dissolvidos incluem os coloides e os efetivamente dissolvidos. Quanto à
caracterização química, são classificados em voláteis e não voláteis se apresentam ou
não conteúdo orgânico.
Os sólidos dissolvidos são naturalmente encontrados nas águas devido ao
desgaste das rochas por intemperismo. Grandes concentrações decorrem do
lançamento de esgotos domésticos e despejos industriais. Os sólidos em suspensão
provêm do carreamento de solos pelas águas pluviais, devido a processos erosivos e
desmatamentos na bacia, do lançamento de esgotos domésticos, efluentes industriais,
e da dragagem para remoção de areia e atividades de garimpo.
Excesso de sólidos dissolvidos na água pode problemas de corrosão em
tubulações de distribuição. Os sólidos em suspensão aumentam a turbidez das águas,
prejudicando seus aspectos estéticos e a produtividade do ecossistema pela diminuição
da penetração da luz. Segundo a NBR a quantidade máxima de resíduos sólidos tem
que ser de 50000mg/l. A limitação da massa adicional de material sólido no concreto,
por exemplo, deve ser menor do que 1% (massa/massa) da massa total de agregados.
Dureza total
É caracterizada pela dificuldade de formação de espumas pelo uso de sabões.
Decorre da presença de sais alcalino-terrosos e alguns metais em menor grau.
Podendo causar incrustações em tubulações
Cloreto
O cloreto na forma iônica Cl- é um dos principais ânions inorgânicos presentes
na água e em efluentes. As concentrações de cloretos são geralmente mais altas em
águas residuárias do que em esgotos domésticos.
Os cloretos presentes na água de amassamento, dependendo do teor, podem
gerar patologias no concreto, como a corrosão de armaduras e o aparecimento de
eflorescência, além da formação de compostos expansivos como os cloroaluminatos
cálcicos. Embora pouco estáveis, esses compostos podem ocasionar fissuração da
microestrutura do concreto, o que favorece o aparecimento de outras patologias. Do
mesmo modo, teores mais elevados de cloretos tendem a acelerar as reações de
hidratação, acelerando a pega e a resistência inicial e reduzindo as resistências em
longo prazo, nem sempre desejáveis. Por essa razão, a Norma limita os teores de
cloretos na água de amassamento (expressos em íons CL) é de 500mg/l, podendo
variar pelo tipo do concreto.
Sulfato
São altamente tóxicos. Sendo fortemente redutores são responsáveis por uma
demanda imediata de oxigênio, reduzindo o oxigênio dissolvido nos corpos d’água.
Impedem a floculação nas estações de tratamento e provocam corrosão em tubulações
e estruturas de metal e concreto. A quantidade máxima de sulfatos (expresso em íons
SO4) é de 300mg/l para fabricação de concreto.
Concretos destinados a obras marítimas, subterrâneas, de condução de rejeitos
industriais e esgotos levam a necessidade de ter sua durabilidade assegurada frente ao
ataque por sulfatos. Efetivamente, o ataque da pasta de cimento endurecida por águas
e solos sulfatados é bastante conhecido e, se medidas preventivas não forem tomadas,
ocorre comprometimento da obra, decorrente da expansão causada pela formação de
componentes deletérios, gesso e etringita secundários.
Embora o mecanismo efetivo do ataque do concreto por sulfatos não esteja
totalmente esclarecido até hoje, os pesquisadores são unânimes em considerar que as
fases hidratadas de aluminato de cálcio do clínquer em contato com soluções contendo
sulfatos são as principais responsáveis pelo fenômeno. Esse tipo de patologia é
conhecido como ataque externo, pois os sulfatos provêm de fontes externas que
provocam uma degradação progressiva da superfície para o interior da peça de
concreto.Por outro lado, as estruturas de concreto podem ser atacadas por sulfatos
provenientes dos constituintes usados na preparação do concreto, sendo essa
manifestação patológica conhecida como reação sulfática de origem interna e atribuída
à formação de etringita tardia.Por essa razão e também para evitar problemas na
reologia do concreto, as normas internacionais limitam o teor de sulfatos na água.
Matéria Orgânica
Provêm naturalmente de processos cinéticos e fotossintéticos. Varia em função
da temperatura da água e pressão atmosférica.Reduções significativas nos teores de
oxigênio dissolvido são provocadas por despejos principalmente de origem
orgânica.Apesar de essencial à vida aeróbica, o oxigênio é fator significante na corrosão
de tubulações de ferro e aço. A quantidade máxima de matéria orgânica (expressa em
oxigênio consumido) é de 3mg/l.
A água do mar, as águas pluviais procedentes de terrenos não calcários, as
águas que contêm matérias químicas ou orgânicas atacam, desagregam ou
decompõem os aglomerantes tanto mais rápido quanto maior seja a dosificação em cal
dos mesmos, por isto devem ser excluídas da preparação dos concretos e
argamassas.
Outras substâncias contaminantes
Contaminações na água de amassamento do concreto por substâncias, como
açúcares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco podem alterar a cinética de hidratação da
pasta de cimento, afetando expressivamente os tempos de pega e resistências do
concreto. De fato, a literatura internacional mostra que esses compostos podem agir
tanto como aceleradores quanto retardadores da pega e do endurecimento,
dependendo da forma com se encontram combinados. Assim, nitratos de chumbo, zinco
e manganês retardam a pega, ao passo que nitratos de cromo promovem sua
aceleração. Por outro lado, os fosfatos e os boratos de zinco e chumbo reduzem a taxa
de hidratação, prolongam o tempo de pega e reduzem a evolução da resistência inicial.
Já, os sais de magnésio comportam–se como aceleradores da pega e endurecimento.
O açúcar é conhecido pela propriedade de retardamento da pega da pasta de cimento,
retardando a formação de C-S-H (Silicatos de Cálcio Hidratados). Dependendo do tipo
de cimento utilizado, da quantidade de açúcar e do instante em que ele entrou em
contanto com a mistura, a pega do concreto pode ser retardada em várias horas,
prejudicando também a evolução da resistência à compressão. Como alguns aditivos
retardadores são à base de açúcar, a água recuperada de processos de preparo do
concreto pode conter resíduos com açúcar. A quantidade máxima de açúcar deve ser
de 5 mg/l.
3. CONCLUSÃO
A importância de um laudo para especificar as características da água é de
extrema importância, possibilitando a parametrização com as características
necessárias para sua utilização, visto que substancias, como o sulfato, pode até mesmo
corroer o concreto. Nota-se o perigo em descumprir os parâmetros, resultando até em
acidentes de grande dimensão.
A reutilização da água na construção civil, desde que adequada, pode ser uma
maneira de usar uma água ‘segura’, contribuir para a sustentabilidade do planeta e
ainda trazer benefícios econômicos.
Os parâmetros da água para a construção civil vão evoluindo com as pesquisas
e constatações, se tornando amplo e seguro, mas no Brasil a legislação vigente não é
comprida e resulta problemas para os novos empreendimentos.
4. REFERÊNCIA
[1] NETO, ENG. ANTÔNIO FILHO. Água como material de construção.
Disponível em: <
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=43&Cod=625>. Acesso em:
23/04/2013 às 18h30min.
[2] BATTAGIN, INÊS LARANJEIRA DA SILVA. Nova norma da ABNT estabelece
critérios para o uso da água em concreto. Disponível em: <
http://www.cimentoitambe.com.br/nova-norma-da-abnt-estabelece-criterios-para-o-uso-
de-agua-em-concreto/>. Acesso em: 23/04/2013 às 18h50min.
[3] Características dos principais parâmetros para a determinação da qualidade
da água. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABNGQAH/dureza-
cloretos>. Acesso em: 23/04/2013 às 19h15min.
[4] BATTAGIN, Inês Laranjeiras da Silva. A NORMA BRASILEIRA DE ÁGUA DE
AMASSAMENTO DE CONCRETO: Uma contribuição para a
sustentabilidade. Concreto & Construção, São Paulo, v. 58, n. , p.37-45, abr. 2010.
Trimestral. Disponível em:
<http://www.ibracon.org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_construcao/pdf/Revista%20
Concreto%2058.pdf>. Acesso em: 23/04/2013 às 19h30min.
[6] PARÂMETROS RECOMENDADOS. Disponível em:
<http://www.laboratorioagrolab.com.br/parametros_recomendados.htm#Obras_-
_Constituição_de_argamassa_-_Construção_Civil>. Acesso em: 23/04/2013 às
19h40min.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...
Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...
Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...Mold Estruturas Pré-Fabricadas
 
Corrosão em Estrutura de Concreto Armado
Corrosão em Estrutura de Concreto ArmadoCorrosão em Estrutura de Concreto Armado
Corrosão em Estrutura de Concreto ArmadoRodrigo Duarte
 
Sinduscon 2015 parte 1_reduzida
Sinduscon 2015 parte 1_reduzidaSinduscon 2015 parte 1_reduzida
Sinduscon 2015 parte 1_reduzidaAdriana de Araujo
 
1º check do paper materiais
1º check do paper   materiais1º check do paper   materiais
1º check do paper materiaisJadna2704
 
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAndrea Chociay
 
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-cmdantasba
 
Patologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de BetãoPatologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de Betãoengenhariacivil91
 
Intercorr2014 303 Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...
Intercorr2014 303   Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...Intercorr2014 303   Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...
Intercorr2014 303 Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...Adriana de Araujo
 
Corrosão das armaduras
Corrosão das armadurasCorrosão das armaduras
Corrosão das armadurasjoseh1758
 
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicosProfjorge Silva
 
Zeolita clinoptilolita caracteristicas
Zeolita clinoptilolita caracteristicasZeolita clinoptilolita caracteristicas
Zeolita clinoptilolita caracteristicasEleomar Lena
 
1b alcali-agregado
1b   alcali-agregado1b   alcali-agregado
1b alcali-agregadoJho05
 
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concreto
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concretoRevestimento de proteção superficial das estruturas de concreto
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concretoAdriana de Araujo
 
Sinduscon 2015 parte 3_reduzida
Sinduscon 2015 parte 3_reduzidaSinduscon 2015 parte 3_reduzida
Sinduscon 2015 parte 3_reduzidaAdriana de Araujo
 

Mais procurados (20)

Monografia passivação das armaduras
Monografia passivação das armadurasMonografia passivação das armaduras
Monografia passivação das armaduras
 
Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...
Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...
Estudo de tratamentos com lítio no combate da reação álcali agregado - Parte ...
 
Corrosão em Estrutura de Concreto Armado
Corrosão em Estrutura de Concreto ArmadoCorrosão em Estrutura de Concreto Armado
Corrosão em Estrutura de Concreto Armado
 
Sinduscon 2015 parte 1_reduzida
Sinduscon 2015 parte 1_reduzidaSinduscon 2015 parte 1_reduzida
Sinduscon 2015 parte 1_reduzida
 
Artigo remoçao de ferro
Artigo remoçao de ferroArtigo remoçao de ferro
Artigo remoçao de ferro
 
1º check do paper materiais
1º check do paper   materiais1º check do paper   materiais
1º check do paper materiais
 
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
 
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-Pratica 03 -  teste de carbonatação do concreto-
Pratica 03 - teste de carbonatação do concreto-
 
Patologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de BetãoPatologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de Betão
 
Corrosão em concreto
Corrosão em concretoCorrosão em concreto
Corrosão em concreto
 
Mecanismos de deterioracão do Concreto
Mecanismos de deterioracão do ConcretoMecanismos de deterioracão do Concreto
Mecanismos de deterioracão do Concreto
 
Recuperação de armadura em corrosão
Recuperação de armadura em corrosãoRecuperação de armadura em corrosão
Recuperação de armadura em corrosão
 
Intercorr2014 303 Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...
Intercorr2014 303   Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...Intercorr2014 303   Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...
Intercorr2014 303 Corrosão de armadura de estruturas de concreto leve com a...
 
Corrosão das armaduras
Corrosão das armadurasCorrosão das armaduras
Corrosão das armaduras
 
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos
37473822 prevencao-da-corrosao-em-elementos-metalicos
 
Comportamento termico
Comportamento termicoComportamento termico
Comportamento termico
 
Zeolita clinoptilolita caracteristicas
Zeolita clinoptilolita caracteristicasZeolita clinoptilolita caracteristicas
Zeolita clinoptilolita caracteristicas
 
1b alcali-agregado
1b   alcali-agregado1b   alcali-agregado
1b alcali-agregado
 
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concreto
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concretoRevestimento de proteção superficial das estruturas de concreto
Revestimento de proteção superficial das estruturas de concreto
 
Sinduscon 2015 parte 3_reduzida
Sinduscon 2015 parte 3_reduzidaSinduscon 2015 parte 3_reduzida
Sinduscon 2015 parte 3_reduzida
 

Destaque

Aula 1 - materiais de construção - cimento
Aula 1 - materiais de construção - cimentoAula 1 - materiais de construção - cimento
Aula 1 - materiais de construção - cimentoprofNICODEMOS
 
Manual funasa análise de água
Manual funasa análise de águaManual funasa análise de água
Manual funasa análise de águabrayamperini
 
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos HídricosA utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos HídricosUNICAMP/SP
 
Relacão água e cimento materiais de construção
Relacão água e cimento   materiais de construçãoRelacão água e cimento   materiais de construção
Relacão água e cimento materiais de construçãoAndre Amaral
 
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIA
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIAUSO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIA
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIAFernanda Brito
 
Normas tecnicas edificacoes - livro web-rev02
Normas tecnicas   edificacoes - livro web-rev02Normas tecnicas   edificacoes - livro web-rev02
Normas tecnicas edificacoes - livro web-rev02Carlos Elson Cunha
 
Trabalho de conclusão de curso avaliação da qualidade da água
Trabalho de conclusão de curso  avaliação da qualidade da águaTrabalho de conclusão de curso  avaliação da qualidade da água
Trabalho de conclusão de curso avaliação da qualidade da águaRodrigo Aquino
 
Projeto Telhado
Projeto TelhadoProjeto Telhado
Projeto TelhadoSindic0
 
O FENOMENO DA CAVITAÇÃO
O FENOMENO DA CAVITAÇÃOO FENOMENO DA CAVITAÇÃO
O FENOMENO DA CAVITAÇÃOdelpriore
 
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeira
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeiraExemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeira
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeirateixeiracosta
 
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDF
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDFExemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDF
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDFteixeiracosta
 
Canteiro de obras
Canteiro de obrasCanteiro de obras
Canteiro de obrasAlan Santos
 
Portfolio unopar administração 7º periodo conceito excelente!
Portfolio unopar administração 7º periodo   conceito excelente!Portfolio unopar administração 7º periodo   conceito excelente!
Portfolio unopar administração 7º periodo conceito excelente!Rogerio Sena
 

Destaque (20)

Aula 1 - materiais de construção - cimento
Aula 1 - materiais de construção - cimentoAula 1 - materiais de construção - cimento
Aula 1 - materiais de construção - cimento
 
Parâmetros Físico-Químicos-Biológicos de Águas Residuais
Parâmetros Físico-Químicos-Biológicos de Águas ResiduaisParâmetros Físico-Químicos-Biológicos de Águas Residuais
Parâmetros Físico-Químicos-Biológicos de Águas Residuais
 
Manual funasa análise de água
Manual funasa análise de águaManual funasa análise de água
Manual funasa análise de água
 
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos HídricosA utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
A utilização da água na indústria - Gestão de Recursos Hídricos
 
Relacão água e cimento materiais de construção
Relacão água e cimento   materiais de construçãoRelacão água e cimento   materiais de construção
Relacão água e cimento materiais de construção
 
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIA
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIAUSO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIA
USO CONSCIENTE DA ÁGUA EM UMA RESIDÊNCIA
 
Manual da construção civil
Manual da construção civilManual da construção civil
Manual da construção civil
 
Normas tecnicas edificacoes - livro web-rev02
Normas tecnicas   edificacoes - livro web-rev02Normas tecnicas   edificacoes - livro web-rev02
Normas tecnicas edificacoes - livro web-rev02
 
Trabalho de conclusão de curso avaliação da qualidade da água
Trabalho de conclusão de curso  avaliação da qualidade da águaTrabalho de conclusão de curso  avaliação da qualidade da água
Trabalho de conclusão de curso avaliação da qualidade da água
 
Projeto Telhado
Projeto TelhadoProjeto Telhado
Projeto Telhado
 
Tipos de àgua
Tipos de àguaTipos de àgua
Tipos de àgua
 
O FENOMENO DA CAVITAÇÃO
O FENOMENO DA CAVITAÇÃOO FENOMENO DA CAVITAÇÃO
O FENOMENO DA CAVITAÇÃO
 
Manual Técnico Para Coleta de Amostras de Água
Manual Técnico Para Coleta de Amostras de ÁguaManual Técnico Para Coleta de Amostras de Água
Manual Técnico Para Coleta de Amostras de Água
 
Reiki em oncologia
Reiki em oncologiaReiki em oncologia
Reiki em oncologia
 
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeira
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeiraExemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeira
Exemplo de memorial de cálculo para uma viga de madeira
 
Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomerantes
 
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDF
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDFExemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDF
Exemplo de um projeto de estrutura de madeira para cobertura - Projeto PDF
 
Estruturas madeira
Estruturas madeiraEstruturas madeira
Estruturas madeira
 
Canteiro de obras
Canteiro de obrasCanteiro de obras
Canteiro de obras
 
Portfolio unopar administração 7º periodo conceito excelente!
Portfolio unopar administração 7º periodo   conceito excelente!Portfolio unopar administração 7º periodo   conceito excelente!
Portfolio unopar administração 7º periodo conceito excelente!
 

Semelhante a Os parâmetros químicos da água na construção civil

Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteELKA PORCIÚNCULA
 
Proteção Superficial das Estruturas de Concreto
Proteção Superficial das Estruturas de ConcretoProteção Superficial das Estruturas de Concreto
Proteção Superficial das Estruturas de ConcretoAdriana de Araujo
 
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892Barto Freitas
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxMarcelloSantos40
 
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenho
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenhoResistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenho
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenhoFelipe Lima da Costa
 
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptx
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptxUGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptx
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptxMarcelloSantos40
 
Apresentação do seminário de saa. final
Apresentação do seminário de saa. finalApresentação do seminário de saa. final
Apresentação do seminário de saa. finallenilson marinho barbosa
 
Materiais Construção ll
Materiais Construção llMateriais Construção ll
Materiais Construção llCamila Sauer
 
5º e 6º aula concreto - patologia e aditivos
5º e 6º aula   concreto - patologia e aditivos5º e 6º aula   concreto - patologia e aditivos
5º e 6º aula concreto - patologia e aditivosprofNICODEMOS
 
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptx
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptxPRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptx
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptxMarcelloSantos40
 
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...Adriana de Araujo
 
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Ronaldo Vasconcelos
 
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Ronaldo Vasconcelos
 
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...Adriana de Araujo
 
Abrandamento caio
Abrandamento caioAbrandamento caio
Abrandamento caioCaio1409
 
Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1profNICODEMOS
 
Corrosão das armaduras.pptx
Corrosão das armaduras.pptxCorrosão das armaduras.pptx
Corrosão das armaduras.pptxDeyvison5
 
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa grupo 1
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa   grupo 1Trabalho de aditivos para concreto e argamassa   grupo 1
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa grupo 1Marcio Wres
 

Semelhante a Os parâmetros químicos da água na construção civil (20)

Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
 
Proteção Superficial das Estruturas de Concreto
Proteção Superficial das Estruturas de ConcretoProteção Superficial das Estruturas de Concreto
Proteção Superficial das Estruturas de Concreto
 
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892
Mecanismosdedeterioracao 150519182813-lva1-app6892
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
 
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenho
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenhoResistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenho
Resistência à corrosão de concreto geopolimérico de ultra alto desempenho
 
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptx
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptxUGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptx
UGB MAT AULA 06 - PATOLOGIAS DAS ARGAMASSAS E CONCRETOS.pptx
 
Patologiastraba
PatologiastrabaPatologiastraba
Patologiastraba
 
Apresentação do seminário de saa. final
Apresentação do seminário de saa. finalApresentação do seminário de saa. final
Apresentação do seminário de saa. final
 
Materiais Construção ll
Materiais Construção llMateriais Construção ll
Materiais Construção ll
 
5º e 6º aula concreto - patologia e aditivos
5º e 6º aula   concreto - patologia e aditivos5º e 6º aula   concreto - patologia e aditivos
5º e 6º aula concreto - patologia e aditivos
 
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptx
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptxPRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptx
PRINCIPAIS-CAUSAS-DAS-PATOLOGIAS-CONCRETO.pptx
 
Cilclo do cálcio
Cilclo do cálcioCilclo do cálcio
Cilclo do cálcio
 
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...
Extensão da vida útil das estruturas de concreto com uso de armaduras de aço ...
 
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
 
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
Alternativas para gestão de resiudos de gesso v2
 
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...
Corrosão prematura em armadura de aço-carbono de paredes de concreto com ar i...
 
Abrandamento caio
Abrandamento caioAbrandamento caio
Abrandamento caio
 
Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1
 
Corrosão das armaduras.pptx
Corrosão das armaduras.pptxCorrosão das armaduras.pptx
Corrosão das armaduras.pptx
 
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa grupo 1
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa   grupo 1Trabalho de aditivos para concreto e argamassa   grupo 1
Trabalho de aditivos para concreto e argamassa grupo 1
 

Os parâmetros químicos da água na construção civil

  • 1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Departamento da Construção Civil Química Aplicada OS PARÂMETROS QUÍMICOS DA ÁGUA USADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Pedro Santiago Holanda 20122015050234 Fortaleza – Ceará Abril – 2013
  • 2. ÍNDICE Pág. 1. INTRODUÇÃO 3 2. DESENVOLVIMENTO 4 3. CONCLUSÃO 7 4. REFERÊNCIA 8
  • 3. 1. INTRODUÇÃO A Engenharia utiliza a água em quase todos os serviços, sendo como componentes ou ferramentas. A construção civil utiliza a água como componente, principalmente, na confecção do concreto e da argamassa e na umidificação do solo em compactação dos aterros. Utiliza-se como ferramenta nos trabalhos de limpeza, resfriamento e cura do concreto. Entretanto, a água não é tratada como material de construção, sendo até esquecida nas composições de custo de uma obra. A legislação brasileira para fabricação do concreto, por exemplo, é nova, sendo publicada somente em 2009 (NBR 15900) e vale, especificamente, para a qualidade da água.
  • 4. 2. DESENVOLVIMENTO A água precisa ser avaliada em alguns parâmetros para descobrir se pode ser aproveitada na construção civil, tendo para cada uso parâmetros diferentes, alguns são: pH Representa a concentração de íons hidrogênio, H+ , dando uma indicação das condições de acidez, neutralidade e basicidade da água. Alterações naturais advêm da presença de ácidos carbônicos e húmicos dissolvidos. As maiores alterações no pH são provocadas por despejos industriais e águas residuárias de minas. Águas com pH baixo ou elevado são agressivas, podendo causar corrosão em tubulações. Resíduos sólidos Quanto ao tamanho, podem ser classificados em dissolvidos e em suspensão. Os sólidos em suspensão dividem-se em sedimentáveis e não sedimentáveis. Os sólidos dissolvidos incluem os coloides e os efetivamente dissolvidos. Quanto à caracterização química, são classificados em voláteis e não voláteis se apresentam ou não conteúdo orgânico. Os sólidos dissolvidos são naturalmente encontrados nas águas devido ao desgaste das rochas por intemperismo. Grandes concentrações decorrem do lançamento de esgotos domésticos e despejos industriais. Os sólidos em suspensão provêm do carreamento de solos pelas águas pluviais, devido a processos erosivos e desmatamentos na bacia, do lançamento de esgotos domésticos, efluentes industriais, e da dragagem para remoção de areia e atividades de garimpo. Excesso de sólidos dissolvidos na água pode problemas de corrosão em tubulações de distribuição. Os sólidos em suspensão aumentam a turbidez das águas, prejudicando seus aspectos estéticos e a produtividade do ecossistema pela diminuição da penetração da luz. Segundo a NBR a quantidade máxima de resíduos sólidos tem que ser de 50000mg/l. A limitação da massa adicional de material sólido no concreto, por exemplo, deve ser menor do que 1% (massa/massa) da massa total de agregados. Dureza total É caracterizada pela dificuldade de formação de espumas pelo uso de sabões. Decorre da presença de sais alcalino-terrosos e alguns metais em menor grau. Podendo causar incrustações em tubulações
  • 5. Cloreto O cloreto na forma iônica Cl- é um dos principais ânions inorgânicos presentes na água e em efluentes. As concentrações de cloretos são geralmente mais altas em águas residuárias do que em esgotos domésticos. Os cloretos presentes na água de amassamento, dependendo do teor, podem gerar patologias no concreto, como a corrosão de armaduras e o aparecimento de eflorescência, além da formação de compostos expansivos como os cloroaluminatos cálcicos. Embora pouco estáveis, esses compostos podem ocasionar fissuração da microestrutura do concreto, o que favorece o aparecimento de outras patologias. Do mesmo modo, teores mais elevados de cloretos tendem a acelerar as reações de hidratação, acelerando a pega e a resistência inicial e reduzindo as resistências em longo prazo, nem sempre desejáveis. Por essa razão, a Norma limita os teores de cloretos na água de amassamento (expressos em íons CL) é de 500mg/l, podendo variar pelo tipo do concreto. Sulfato São altamente tóxicos. Sendo fortemente redutores são responsáveis por uma demanda imediata de oxigênio, reduzindo o oxigênio dissolvido nos corpos d’água. Impedem a floculação nas estações de tratamento e provocam corrosão em tubulações e estruturas de metal e concreto. A quantidade máxima de sulfatos (expresso em íons SO4) é de 300mg/l para fabricação de concreto. Concretos destinados a obras marítimas, subterrâneas, de condução de rejeitos industriais e esgotos levam a necessidade de ter sua durabilidade assegurada frente ao ataque por sulfatos. Efetivamente, o ataque da pasta de cimento endurecida por águas e solos sulfatados é bastante conhecido e, se medidas preventivas não forem tomadas, ocorre comprometimento da obra, decorrente da expansão causada pela formação de componentes deletérios, gesso e etringita secundários. Embora o mecanismo efetivo do ataque do concreto por sulfatos não esteja totalmente esclarecido até hoje, os pesquisadores são unânimes em considerar que as fases hidratadas de aluminato de cálcio do clínquer em contato com soluções contendo sulfatos são as principais responsáveis pelo fenômeno. Esse tipo de patologia é conhecido como ataque externo, pois os sulfatos provêm de fontes externas que provocam uma degradação progressiva da superfície para o interior da peça de concreto.Por outro lado, as estruturas de concreto podem ser atacadas por sulfatos provenientes dos constituintes usados na preparação do concreto, sendo essa manifestação patológica conhecida como reação sulfática de origem interna e atribuída
  • 6. à formação de etringita tardia.Por essa razão e também para evitar problemas na reologia do concreto, as normas internacionais limitam o teor de sulfatos na água. Matéria Orgânica Provêm naturalmente de processos cinéticos e fotossintéticos. Varia em função da temperatura da água e pressão atmosférica.Reduções significativas nos teores de oxigênio dissolvido são provocadas por despejos principalmente de origem orgânica.Apesar de essencial à vida aeróbica, o oxigênio é fator significante na corrosão de tubulações de ferro e aço. A quantidade máxima de matéria orgânica (expressa em oxigênio consumido) é de 3mg/l. A água do mar, as águas pluviais procedentes de terrenos não calcários, as águas que contêm matérias químicas ou orgânicas atacam, desagregam ou decompõem os aglomerantes tanto mais rápido quanto maior seja a dosificação em cal dos mesmos, por isto devem ser excluídas da preparação dos concretos e argamassas. Outras substâncias contaminantes Contaminações na água de amassamento do concreto por substâncias, como açúcares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco podem alterar a cinética de hidratação da pasta de cimento, afetando expressivamente os tempos de pega e resistências do concreto. De fato, a literatura internacional mostra que esses compostos podem agir tanto como aceleradores quanto retardadores da pega e do endurecimento, dependendo da forma com se encontram combinados. Assim, nitratos de chumbo, zinco e manganês retardam a pega, ao passo que nitratos de cromo promovem sua aceleração. Por outro lado, os fosfatos e os boratos de zinco e chumbo reduzem a taxa de hidratação, prolongam o tempo de pega e reduzem a evolução da resistência inicial. Já, os sais de magnésio comportam–se como aceleradores da pega e endurecimento. O açúcar é conhecido pela propriedade de retardamento da pega da pasta de cimento, retardando a formação de C-S-H (Silicatos de Cálcio Hidratados). Dependendo do tipo de cimento utilizado, da quantidade de açúcar e do instante em que ele entrou em contanto com a mistura, a pega do concreto pode ser retardada em várias horas, prejudicando também a evolução da resistência à compressão. Como alguns aditivos retardadores são à base de açúcar, a água recuperada de processos de preparo do concreto pode conter resíduos com açúcar. A quantidade máxima de açúcar deve ser de 5 mg/l.
  • 7. 3. CONCLUSÃO A importância de um laudo para especificar as características da água é de extrema importância, possibilitando a parametrização com as características necessárias para sua utilização, visto que substancias, como o sulfato, pode até mesmo corroer o concreto. Nota-se o perigo em descumprir os parâmetros, resultando até em acidentes de grande dimensão. A reutilização da água na construção civil, desde que adequada, pode ser uma maneira de usar uma água ‘segura’, contribuir para a sustentabilidade do planeta e ainda trazer benefícios econômicos. Os parâmetros da água para a construção civil vão evoluindo com as pesquisas e constatações, se tornando amplo e seguro, mas no Brasil a legislação vigente não é comprida e resulta problemas para os novos empreendimentos.
  • 8. 4. REFERÊNCIA [1] NETO, ENG. ANTÔNIO FILHO. Água como material de construção. Disponível em: < http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=43&Cod=625>. Acesso em: 23/04/2013 às 18h30min. [2] BATTAGIN, INÊS LARANJEIRA DA SILVA. Nova norma da ABNT estabelece critérios para o uso da água em concreto. Disponível em: < http://www.cimentoitambe.com.br/nova-norma-da-abnt-estabelece-criterios-para-o-uso- de-agua-em-concreto/>. Acesso em: 23/04/2013 às 18h50min. [3] Características dos principais parâmetros para a determinação da qualidade da água. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABNGQAH/dureza- cloretos>. Acesso em: 23/04/2013 às 19h15min. [4] BATTAGIN, Inês Laranjeiras da Silva. A NORMA BRASILEIRA DE ÁGUA DE AMASSAMENTO DE CONCRETO: Uma contribuição para a sustentabilidade. Concreto & Construção, São Paulo, v. 58, n. , p.37-45, abr. 2010. Trimestral. Disponível em: <http://www.ibracon.org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_construcao/pdf/Revista%20 Concreto%2058.pdf>. Acesso em: 23/04/2013 às 19h30min. [6] PARÂMETROS RECOMENDADOS. Disponível em: <http://www.laboratorioagrolab.com.br/parametros_recomendados.htm#Obras_- _Constituição_de_argamassa_-_Construção_Civil>. Acesso em: 23/04/2013 às 19h40min.