Comunicação: "Modelos Pedagógicos de Intervenção - Do acesso ao sucesso", no âmbito do XX Ciclo de Sábados - Falando com quem Faz, organizado pela Pró-Inclusão na Escola Superior de Educação de Santarém.
Apresentação no XX Ciclo de Sábados - Falando com quem Faz
1. Modelos Pedagógicos de Intervenção -
Do acesso ao sucesso
Nelson Santos
20 de janeiro de 2018
XX Ciclo de Sábados - Falando com quem faz…
ESE Santarém
2. neldav25@gmail.com
“ (…) ganhámos a batalha da presença, mas falta ganhar a da aprendizagem. É um dos
grandes desafios que temos pela frente”.
(Nóvoa, 2014)
4. neldav25@gmail.com
Objetivo central:
“Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos”
Rumo a 2030: uma nova visão para a educação
(Declaração de Incheon, Unesco, 2015)
5. O acesso equitativo ao currículo implica que todos
os alunos têm o direito de trabalhar para os
mesmos objetivos educacionais.
(Jackson, R. 2017)
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7. Pretende-se um currículo em que…
(Leite, C., 2003)
“…é imprescindível uma participação e uma escolarização comuns, onde, para além de existir
uma diversidade de conhecimentos, de experiências e de competências, cada um não recebe,
apenas, as decisões tomadas por outros, mas onde, pelo contrário, participa ativamente na
construção desses conhecimentos.”
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8. (Pacheco, J., 2001)
Contextos/níveis de decisão curricular
a) Político administrativo
no âmbito da administração
central;
b) Gestão
no âmbito da escola e da
administração regional;
c) Realização
no âmbito da sala de aula
Contextos de decisão curricular
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9. neldav25@gmail.com
“One size does not fit all”
Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. , 2014
O “currículo uniforme pronto-a-vestir de tamanho único”
(João Formosinho, 1987), deu lugar a um novo conceito de
currículo ficando evidente a “necessidade de diversificar o
ensino e as práticas pedagógicas em função da diversidade dos
alunos”
(Barroso, 2005, p. 49)
10. neldav25@gmail.com
“(…) as pressões de tempo criadas por um currículo fortemente formatado podem criar novas
dificuldades para as escolas, fazendo com que os professores possam sentir necessidade de
aderir aos métodos «tradicionais» de ensino e avaliação, (…).”
(Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial, 2014, p.16)
12. neldav25@gmail.com
Um currículo para ser rigoroso e ter sucesso é aquele que proporciona oportunidades de
aprendizagem para todos os alunos.
(Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. , 2014)
13. neldav25@gmail.com
Quando os alunos encontram algum tipo de dificuldade, o currículo - não o aluno –
deveria ser assumido como sendo inadequado para atender às diferentes necessidades
dos alunos.
(Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. , 2014)
14. neldav25@gmail.com
(...) Tem de haver uma mudança no pensamento através
dos quatro componentes do currículo: objetivos,
avaliação, métodos e materiais. Não podemos continuar
a olhar para o currículo de forma tradicional, como uma
sequência de elementos de conteúdo transmitidas por um
determinado conjunto de materiais didáticos.
(Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. , 2014)
Para termos (efetiva) qualidade na educação…
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Qual o nosso destino? Como vamos chegar lá?
Valorizar a diversidade
A Educação precisa desta flexibilidade!
(Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. , 2014)
17. (Unesco, 2017)
Trabalho de equipa e
cooperação
Experiência, capacidades e
desenvolvimento profissional de cada
professor
Todos os agentes
envolvidos
DiálogoConsenso em torno da definição de
sucesso (à luz da educação inclusiva)
Participação significativa
Professores apoiados por
todo o sistema de ensino
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18. Dois conceitos considerados essenciais
Diferenciação
Pedagógica
Desenho
Universal para a
Aprendizagem
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19. Healey (2016)
conhecer os alunos - iniciar por avaliar os seus interesses e competências
considerar o currículo – definir as competências e objetivos de aprendizagem associados
bem como os conteúdos e conceitos a apresentar e explorar
criar expetativas altas – clarificar o que poderão aprender os alunos mais proficientes e
planificar estratégias e acomodações necessárias para alguns alunos
prever diversas atividades e tarefas – recorrer na apresentação e exploração de conceitos e
conteúdos a diversos meios, materiais e temas de interesse e significativos para os alunos
diversificar mecanismos de avaliação – prover várias formas e materiais para os alunos
demonstrarem o que aprenderam.
Pressupostos Diferenciação Pedagógicaneldav25@gmail.com
20. neldav25@gmail.com
O conceito de Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) baseia-se
no princípio do desenho universal, mas liga-se a área da educação
tendo por base uma educação acessível para todos os alunos.
Concentra-se nos objetivos, métodos, materiais e a avaliação que se
pretendem flexíveis para poderem ser personalizados para as diferentes
necessidades de cada aluno.
(CAST, 2014)
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Princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem
1 – Proporcionar múltiplos meios de envolvimento
2 - Proporcionar múltiplos meios de representação
3 - Proporcionar múltiplos meios de ação e de expressão
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Estimular o interesse dos
alunos e motivá-los para
a aprendizagem;
Proporcionar múltiplas
formas de envolvimento e
motivação dos alunos;
Ajudá-los a manter e a
persistir nos objetivos e a
autorregular
comportamentos;
Neurociências – Redes neuronais
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Como é que aprendemos?
Imagem retirada de: http://www.psiconlinews.com/2015/05/teoria-das-inteligencias-multiplas-de-gardner.html
27. Diferenciação Pedagógica e Flexibilidade Curricular
Não existe diferenciação pedagógica sem
flexibilidade curricular.
Não existem dois alunos iguais. A chave para
responder a esta heterogeneidade é
diferenciar o ensino para garantir a
diferenciação das aprendizagens.
(Côloa, J., 2016)
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28. Diferenciação Pedagógica e Adequações Curriculares
Não existem adequações curriculares
sem práticas de diferenciação
pedagógica.
(Côloa, J., 2016)
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30. Dimensões da Diferenciação Pedagógica
O clima de sala de aula, os contextos de
aprendizagem (o contexto e o ambiente no qual os
alunos aprendem e demonstram o que aprenderam).
Contextos
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31. Objetivo: trabalhar áreas e perímetros;
Verificou-se que alguns alunos têm dificuldades em concretizar após serem dadas as fórmulas;
Proposta da professora de Matemática: ir para a rua medir a área e o perímetro dos canteiros.
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32. Objetivo: Contactar, observar e descrever diferentes locais
de comércio (supermercado, mercearia, sapataria, praça,
feira…):
- o que vendem;
- onde se abastecem;
- Identificar notas e moedas do sistema monetário
em uso no nosso país;
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Proposta do professor de 1.ºCEB: distribuir a turma em grupos (produtores, vendedores e consumidores.
Fazerem as trocas comerciais usando as notas e as moedas de acordo com os preços previamente
estipulados.
33. Objetivo: trabalhar/sistematizar o algoritmo com centenas,
dezenas e unidade;
Existem alunos que estão a ter dificuldades na operação com centenas; A turma tem um aluno com uma
problemática a nível neuromotor: como adaptar esta atividade?
Proposta da professora de 1.ºCEB: ir para a rua e fazer um jogo de bowling. Os garrafões representavam as
centenas, as garrafas de 1,5l eram as dezenas e as garrafas de 0,5l eram as unidades. 1.º jogavam a bola,
viam quantos objetos deitavam abaixo e de seguida faziam as operações
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35. Diferenciação de Processos
O mesmo feedback escrito para os alunos prosseguirem o seu trabalho
na aula seguinte, dado ter interpretado que o problema tinha a ver com
não se ter entrado em linha de conta que o total de cubinhos constituía
também um cubo .
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36. Dimensões da Diferenciação Pedagógica
Como têm os alunos que
demonstrar o que aprenderam?
Produtos
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40. Escolha da história que viria a ser trabalhada feita pelos alunos.
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41. Leitura da história disponível em
vários formatos (leitura em voz alta
por um par ou adulto, papel,
powerpoint, cd com áudio,
adaptação SPC sempre que
necessário…)
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48. Objetivos 4.º ano - Português
(…)
Ler e ouvir ler textos literários.
1. Ler e ouvir ler obras de literatura para a infância e textos da tradição popular.
(…)
Compreender o essencial dos textos escutados e lidos.
(…)
3. Identificar, justificando, personagens principais e coordenadas de tempo e de lugar.
4. Delimitar os três grandes momentos da ação: situação inicial, desenvolvimento e situação final.
(…)
6.Recontar histórias lidas, distinguindo introdução, desenvolvimento e conclusão.
(…)
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49. Adaptação dos Objetivos - Português
(…)
Responde a questões simples: Quem? O quê? Onde?, relacionadas com as histórias
Reconstitui, através de imagens, das histórias lidas
Reconstitui, através de frases simples, das histórias lidas
Identifica as personagens nas histórias lidas
Identifica os heróis nas histórias lidas
Identifica os lugares nas histórias lidas
Identifica os tempos nas histórias lidas
Identifica as ações nas histórias lidas
Identifica os amigos nas histórias lidas
Identifica os inimigos nas histórias lidas
(…)
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50. Unidade Temática 1 - A importância das rochas e do solo na manutenção da vida
1.2. Distinguir ambientes terrestres de ambientes aquáticos, com base na exploração de documentos
diversificados.
1.2.1. Identificar ambientes terrestres com base em imagens.
1.2.2. Identificar ambientes terrestres com base em descrições em diferentes textos (histórias, notícias,
reportagens, etc.).
1.2.3. Identificar ambientes aquáticos com base em imagens.
1.2.4 Identificar ambientes aquáticos com base em descrições em diferentes textos (histórias, notícias,
reportagens, etc.).
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51. 1.3. Caracterizar dois habitats existentes na região onde a escola se localiza.
1.3.1. Conhecer as características de uma foz (foz do rio Trancão).
1.3.2. Conhecer as características de um estuário (estuário do rio Tejo).
1.3.3. Identificar outros locais com as mesmas características.
1.5. Relacionar os impactes da destruição de habitats com as ameaças à continuidade dos seres vivos.
1.5.1.Conhecer o conceito de sustentabilidade.
1.5.2.Conhecer o conceito de biodiversidade.
1.5.3.Conhecer o conceito de habitat.
1.5.4.Conhecer o conceito de biosfera.
1.5.5.Conhecer diferentes tipos de impacto e destruição dos habitats (incêndios, poluição, desflorestação, etc. )
1.5.6.Relacionar a diminuição de biodiversidade com a destruição dos habitats.
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52. 1. Frações equivalentes
1.1. Obter frações equivalentes a uma fração dada multiplicando o numerador e o denominador pelo mesmo número
natural
1.2. Simplificar uma fração:
1.2.1. identificar um divisor comum ao numerador e denominador
1.2.2. dividir o numerador e o denominador pelo divisor comum
1.3. Frações irredutíveis:
1.3.1. Dividir sucessivamente o numerador e o denominador por divisores comuns
1.3.2. calcular o máximo divisor comum (m.d.c.) do numerador e do denominador
1.3.3. Dividir o numerador e o denominador pelo m.d.c
Números e Operações
Números racionais não negativos
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53. 2. Redução de duas frações ao mesmo denominador
2.1. Multiplicar os denominadores um pelo outro
2.2. Reconhecer que um dos denominadores é múltiplo do outro
2.3. Calcular o mínimo múltiplo comum (m.m.c.) entre os denominadores
3. Ordenação de números racionais representados por frações
3.1. Comparação com a unidade
3.2. Comparação de frações com o mesmo denominador
3.3. Comparação de frações com o mesmo numerador
3.4. Comparação de frações com denominadores ou numeradores diferentes
3.4.1. transformar as frações em numeral decimal (recorrendo à calculadora) e comparar
3.4.2. reduzir as frações ao mesmo denominador ou numerador.
Números e Operações
Números racionais não negativos
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54. Números e Operações
Números racionais não negativos
4. Representação de números racionais na forma de numerais mistos
4.1. Utilizando a representação em figuras
4.1.1. Identificar a parte inteira, como sendo o número total de unidades completas pintadas
4.1.2. Identificar a parte fracionária, na unidade não completa
4.1.3. Escrever o numeral misto
4.1.4. Passar de numeral misto para fração (contar o número de partes em que está dividida a unidade - denominador; e o número
de partes pintadas – numerador)
4.2. Sem utilizar a representação em figuras
4.2.1. Fazer a divisão inteira do numerador pelo denominador
4.2.2. Identificar o quociente da divisão inteira como a parte inteira
4.2.3. Identificar o resto como o numerador da parte fracionária (o denominador mantém-se)
4.2.4. Passar de numeral misto para fração: multiplicar a parte inteira pelo denominador e somar o numerador para obter o
numerador da fração (o denominador mantém-se).
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55. “(…) todas escolas são uma ponte, a ponte que todos os alunos devem atravessar para
chegar a um lugar no futuro. Não podemos permitir que algum fique a meio.”
Morgado, José (2017)
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56. Referências Bibliográficas
• Agência Europeia para as Necessidades Especiais e a Educação Inclusiva, (2014). Organização dos Recursos para o Apoio à Educação Inclusiva – Relatório Síntese. Odense, Dinamarca: Agência Europeia para as Necessidades Especiais e
a Educação Inclusiva.
• Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial (2012). Processo de Avaliação em Contextos Inclusivos – Avaliação para a Aprendizagem e Alunos com Necessidades Educativas Especiais. Odense, Denmark: Agência
Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial.
• Barroso, João (2005). Políticas Educativas e Organização Escolar. Lisboa: Universidade Aberta.
• Carvalho, F., (2007) in Rodrigues, David e Magalhães, Maria Bibiana (Org.) (2007). Aprender Juntos para Aprender Melhor. Fórum de Estudos de Educação Inclusiva – Faculdade de Motricidade Humana.
• CAST (2011). Universal Design for Learning Guidelines version 2.0. Wakefield, MA
• Center for Applied Research and Technology [CAST]. (2010). Research and development in universal design for learning. Consultado em julho, 2016. http://www.cast.org/research/index.html
• Center for Applied Special Technology [CAST]. (2014). Universal Design for Learning: Theory and Practice. Consultado em julho, 2016. http://udltheorypractice.cast.org
• Colôa, J. e Santos, N. (2016). A Medida Educativa Adequações Curriculares Individuais e Diferenciação Pedagógica. Covilhã.
• Dias, J. C., (2014). Avaliação para as Aprendizagens de Alunos com Necessidades Educativas Especiais no 1.º Ciclo do Ensino Básico: da Diversidade da Avaliação à Avaliação da Diversidade. Lisboa: Universidade de Lisboa – Instituto de
Educação.
• Jackson, R. (2005). Curriculum access for students with low-incidence disabilities: The promise of universal design for learning. Wakefield, MA: National Center on Accessing the General Curriculum. (Links updated 2011). Retrieved [agosto,
2017] from http://aem.cast.org/about/publications/2005/ncac-curriculum-access-low-incidence-udl.html
• Leite, T. S. (2013). Adequações curriculares: perspetivas e práticas de planeamento e intervenção. Da investigação às práticas, III (I). 30 – 52.
• Meo, G. (2008). Curriculum planning for all learners: Applying universal design for learning (UDL) to a high school reading comprehension program. Preventing School Failure, 52(2), 21-30.
• Meyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. (2014). Universal design for learning: Theory and practice. Wakefield: CAST Professional Publishing.
• Morgado, José. (2017). Todas as escolas são uma ponte. Consultado em maio, 2017. http://atentainquietude.blogspot.pt/2017/05/todas-as-escolas-sao-uma-ponte.html
• Nóvoa, A. (2014, abril 30). Apostar na educação para Reinventar Portugal. Jornal de Letras Artes e Ideias. consultado em http://aulp.org/noticias/revista-de-imprensa/ensino-superior/11017-apostar-na-educacao-para-reinventar-
portugalentrevista-a-antonio-novoa
• Rodrigues, D. (2013, março). Os desafios da Equidade e da Inclusão na Formação de Professores de Educação Especial. Comunicação apresentada na Conferência Parlamentar sobre Formação Inicial e Contínua, na área da Educação
Especial, face aos desafios do alargamento da escolaridade obrigatória inclusiva, realizada na Assembleia da República, Portugal.
• Santos, L. (2009). Diferenciação pedagógica: Um desafio a enfrentar. Lisboa: Noesis.79. 52-57
• The 47th session of International Conference on Education. (2004). Discussion Paper, Workshop 2 “Quality Education and Social Inclusion”. Geneva: IBE-UNESCO.
• The World Education Forum. (2000). Dakar Framework for Action. Senegal.
• UNESCO – Inclusive Education in Action, consultado em http://www.inclusive-education-in-action.org/iea/index.php?menuid=1
• United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. (2017). A guide for ensuring inclusion and equity in education. France. Unesco.
• World Education Forum (2015). Incheon Declaration. Education 2030: Towards inclusive and equitable quality education and lifelong learning for all. Paris: UNESCO. Consultado em dezembro, 2016:
http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002331/233137POR.pdf