Este documento discute a reprovação escolar no 1o ano do ensino fundamental, com base em dados do Censo Escolar de 2010. 151 municípios brasileiros reprovam 20% ou mais dos alunos nessa série. Especialistas criticam a reprovação de crianças de 6 anos de idade, defendendo que a escola deve acompanhar o desenvolvimento de cada estudante ao invés de culpá-los.
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA DO ESPÍRITO SANTO
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
UNIDADE 8 – ANO 1
ANEXO 1: DEBATE SOBRE REPROVAÇÃO ESCOLAR NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO
1. Em pequenos grupos, leiam a reportagem que se segue e reflitam sobre o tema “a
reprovação escolar no ciclo de alfabetização”.
No Brasil, 151 municípios reprovam 20% ou mais das
crianças no 1º ano
Reprovação de alunos aos 6 anos, no início da alfabetização, vai contra a orientação do MEC.
Mariana Mandelli, de O Estado de S. Paulo
27 de dezembro de 2011 | 23h 14
SÃO PAULO - O Brasil tem 151 municípios que reprovam 20% ou mais dos alunos da rede
pública ao fim do 1.º ano do ensino fundamental. O número representa 2,7% do total de
cidades brasileiras. Mesmo assim, especialistas consideram a situação alarmante. Há
municípios onde metade das crianças, que nessa época da escolaridade têm cerca de 6 anos,
repetem. Os dados são do Censo Escolar 2010, do Ministério da Educação (MEC), e foram
mapeados pelo pesquisador e economista Ernesto Martins Faria. Ele considerou as redes
estaduais, municipais e federal.
Nenhum dos 151 municípios é capital de Estado. A maior parte – 81 deles– localiza-se na
Região Nordeste, que tem o Estado com maior número de municípios com as altas taxas de
reprovação: Piauí, com 39. Nele, encontram-se os índices mais altos do País: Lagoa do Piauí,
com 48,4%, e Aroeiras do Itaim, com 47,4%.
No Sudeste, a segunda região com maior número de cidades, 40 municípios reprovam mais de
20% dos estudantes do primeiro ano. O Estado campeão é o Rio de Janeiro, com 31 cidades,
incluindo Petrópolis (20,7%) e Paraty (24%). São Paulo tem apenas um município entre os 151:
Aramina, a 450 quilômetros da capital, com 26% de reprovação.
O Estado entrou em contato com algumas prefeituras e encontrou diversas justificativas,
como a evasão dos estudantes e a falta de infraestrutura das escolas rurais. Faria, autor do
estudo, considera inadmissível reprovar alunos aos 6 anos, com raras exceções. “A reprovação
ainda é uma questão cultural que existe em algumas regiões do País.”
O MEC é contra a reprovação de crianças nessa faixa etária, mas Estados e municípios têm
autonomia. Além disso, as diretrizes curriculares para essa etapa de ensino sugerem que não
haja reprovação nos três primeiros anos do ensino fundamental, já que é nessa época que
ocorre o ciclo de alfabetização da criança.
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2. “Reprovar é desistir da aprendizagem. É quando a escola coloca a culpa no aluno e não discute
seu processo de aprendizado”, afirma a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar
Lacerda. “Muitas dessas crianças não frequentaram educação infantil e seus pais não tiveram
direito à escola.” [...]
Prejuízos. Segundo especialista em educação é durante a alfabetização que a criança deveria
ter seu desenvolvimento acompanhado de perto. Além disso, estudos mostram que a
repetência não tem impacto positivo sobre o desempenho educacional e sobre a autoestima do
aluno.
“Na média, as crianças ganham mais passando de ano do que repetindo”, afirma Ocimar
Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP. “O aluno que reprova não recebe
tratamento pedagógico adequado, é tratado como um estudante qualquer e acaba excluído.
Segundo ele, não há justificativa pedagógica e social para reprovar crianças nessa idade. “Até
pouco tempo atrás, com 6 anos elas estavam na pré-escola. “Não há nenhum conhecimento
em jogo para ser dominado que determine a aprovação ou não”, diz.
Cesar Callegari, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional (CNE), afirma
que os altos índices de reprovação estão relacionados à taxa de frequência. “Mas as diretrizes
nacionais afirmam que, mesmo em se tratando de baixa presença – por conta de secas e
enchentes de rios, em lugares distantes, por exemplo –, o sistema de ensino tem a obrigação
de criar maneiras especiais para que a criança tenha acesso à escola.”
Mas ele também critica os sistemas que encaram a aprovação como promoção automática.
“Essa tradução fácil que ainda ocorre no Brasil provocou um dos piores estragos que se tem
notícia na história da nossa educação”, afirma.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,no-brasil-151-municipios-reprovam-20-ou-mais-das-criancas-no-1ano,815904,0.htm
1. Preparando para o debate:
Opção 1: Considerando os dados e argumentos apontados nessa reportagem, se coloque
como leitora crítica, apresentando um comentário sobre o tema em questão para ser
compartilhado com a turma. Os comentários serão afixados em um cartaz.
Opção 2: Listar, em cartaz para ser apresentado para a turma, argumentos a favor e/ou
contra a retenção no ciclo de alfabetização.
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3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA DO ESPÍRITO SANTO
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
UNIDADE 8 – ANO 1
ANEXO 2: AUTOANÁLISE DE INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO, ACOMPANHAMENTO E
REGISTRO DAS APRENDIZAGENS
NO 1º ANO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO
A partir dos instrumentos de diagnóstico, acompanhamento e registro das
aprendizagens no 1º ano do ciclo de alfabetização localizados em seus municípios,
analisem as contribuições e limites dos mesmos.
1. Em que esses registros se pautam para acompanhar as aprendizagens das crianças
(em textos, em atividades específicas, em lista de palavras, etc.)?
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2. Levam em consideração os conhecimentos a respeito das dimensões da alfabetização
(leitura, produção de textos, sistema de escrita)?
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3. Dentre os instrumentos há algum que auxilia a análise e acompanhamento das
produções escritas das crianças?
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4. Utilizando o instrumento que permite o acompanhamento das escritas, analise textos de
crianças do 1º ano respondendo as questões seguintes. Lembre-se de consultar os
conhecimentos
necessários
à
aprendizagem
da
linguagem
escrita
no
caderno
Alfabetização: teoria e prática.
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4. Quais conhecimentos sobre a escrita o instrumento discrimina?
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Quais conhecimentos do sistema de escritaele não permite acompanhar?
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Os instrumentos colaboram para a identificação das necessidades de aprendizagem?
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Os instrumentos contribuem para pensar na progressão das aprendizagens? Há
necessidade de ressignificar? Em quais aspectos eles podem ser aprimorados?
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