O movimento de mulheres nas comunidades de Software Livre - MNT 2015

Mônica Paz | GIG@/UFBA
3º Encontro Nacional de Mulheres na Tecnologia | 11 e 12 de Setembro | Goiânia/GO
O movimento de mulheres na
comunidade Software Livre do
Brasil
Mônica Paz
GIG@ - Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias
Digitais e Cultura da UFBA

Gênero
● Categoria analítica e relacional
● Construção social das diferenças percebidas
entre os sexos
● Busca dar significados às relações de poder
● Rejeita o determinismo biológico das
explicações sobre a subordinação feminina

Mulheres
● Categoria empírica de gênero
● Grupo social heterogêneo (plural)
– Raça, etnia, classe, idade, cultura, orientação
sexual, religião, etc.
● Matriz de diferenças e semelhanças
● Identificação subjetiva

O sujeito hegemônico da C&T e
da Teoria social
● Não é uma mulher
● Não é qualquer homem
– Homem, branco, adulto, heterossexual, casado,
proprietário, forte, etc.

Uma questão de gênero da TI
● O atributo feminino não é domínio das
mulheres ou característica que lhe seja
inerente
● Contudo, a área da TI tende a ser
masculinizante e não apenas masculina
● Há uma desvalorização sistemática do que não
é masculino

Alternativas contra-hegemônicas
● Teoria feminista
– Crítica aos padrões sexistas da ciência e da teoria
social
● Tecnofeminismo
– Críticas aos estudos de C&T sem abordagem de gênero
– Crítica às teorias feministas essencialistas
● Software Livre
– Crítica às práticas proprietárias da tecnologia e
inovação

Comunidade Software Livre
● Associação de pessoas que possuem
vínculos entre si criados a partir de seus
interesses comuns e de seus ambientes de
sociação e comunicação.
● Comunidade que gira em torno do tema SL
– Produção, consumo e debates
– Implicações sociais, técnicas e políticas no Brasil
– Espaços presenciais e online.

Quais as barreiras de gênero?
● TI em geral x Software livre
● Ênfase em possibilidades e otimismo
● Convívio em ambiente masculino/masculinizante
● Participar e opinar em público
➔ Exigências advindas da colaboração e
meritocracia

Mapeamento de iniciativas do
movimento de mulheres no SL
● 27 iniciativas em gênero e software livre no
Brasil
– 15 foco exclusivo em SL
● 6 iniciativas em gênero e software livre
internacionais com participação de brasileiras
➔ Sociabilidade, debates, visibilidade,
capacitação, tutoria e pesquisa

Por uma mudança de abordagem
● Ir além da questão quantitativa
● Focar nas experiências e iniciativas ativistas
– Motivações
– Problemáticas e temas
– Linhas de ações
– Relação entre gênero e tecnologia

Motivação para participar de grupos de
mulheres da TI

Convivência online com quem
tem as mesmas experiências
“A motivação inicial era apenas de conhecer
mais mulheres que atuassem na área de TI”
“Motivação: Encontrar mulheres que atuam na
área”
“É a de poder aprender a [lidar] com as
questões sociais, principalmente com o
machismo, que é bem intenso”●

A palavra é União

Ambiente mais agradável para
tirar dúvidas e compartilhar
conhecimentos e experiências
“Acompanhar e crescer aprendendo mais a cada dia. Ver
também o quanto a mulher tem força e juntas seremos
cada dia mais forte!”
“[...] Companhia para participar de eventos”
“pela integração através da troca de ideias, contatos
para projetos, etc...”

A palavra é compartilhamento

Inclusão de mulheres na TI
“Empoderar as mulheres nas TICs”
“Compartilhar meu conhecimento e ajudar para que outras mulheres
ingressem na área de tecnologia”
“A motivação foi encontrar um grupo que buscasse incentivar a
participação feminina na tecnologia”
“Queria ajudar mulheres a participar mais de comunidades de software”
“Motivação: incentivar + mulheres a entrarem p/ área”

A palavrar é mudar

A palavra é feminismo.
Unir, compartilhar e mudar

Questionário
● 26 respondentes:
– 19 em grupos de mulheres
– 8 em grupos de SL

Participação em grupos de
mulheres
● Mecanismos de autoinclusão
● Grupos x Eventos
● Projetos e programas pró gênero
● Ativismo feminista

Atuação do Movimento de
Mulheres na comunidade
● Fomentar a diversidade
● Empoderamento das mulheres
● Debates sobre gênero
● Caráter sócio-técnico-econômico
– Fortalecimento/apoio coletivo
– Compartilhamento do conhecimento (técnico, etc.)
– Preparação para/do mercado

Pela diversidade de abordagens
● Reconhecimento e respeito
● Diferentes tipos de iniciativas
– Diferentes necessidades
● Estimular uma melhor distribuição

A apropriação do SL pelo
movimento de mulheres
● Caráter ideológico e de movimento social
– Interlocução com outros movimentos e minorias
● Abertura à debates
– Diversidade, igualdade, direitos humanos e liberdade
● Adaptação à realidades locais e culturas
● Inclusão Digital
● Novos modelos de negócio e trabalho
– Empreendedorismo

Por uma atuação ainda mais ativista

Considerações Finais
● Software livre
– Artefato sociotecnológico
● Gênero e SL
– Convivência em comunidade
● Movimento de mulheres no SL
– Pluralidade de linhas de ação
– Ainda há muito o que ser explorado

Para conhecer mais sobre o tema no contexto
acadêmico

GIG@/UFBA
● Grupo acadêmico da UFBA
● Pesquisa e Extensão
● Site
– Publicações, referências bibliográficas,
mapeamento de iniciativas, calendário de eventos,
notícias, entrevistas, vídeos, etc.

Internet en código femenino.
Teorías y prácticas
• Profª. Drª Graciela
Natansohn
• 2013
• Editora La Crujía
• PT-BR
• Espanhol

A divisão digital de gênero no
movimento software livre do Brasil
● Ebook
– PT-Br
– http://gigaufba.net/

Trabalho Acadêmico
● Tese
● Mulheres e Tecnologia:
hackeando as relações de
gênero na comunidade
software livre do Brasil”
● 2015
● PósCom/ FACOM / UFBA

Dúvidas e questões?
Muito Obrigada!
Mônica Paz
monicapazz@gmail.com

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