1. Higiene e Segurança do Trabalho – ENG 295
Módulo VI
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres parte III
2. Agentes Químicos
• Estão presentes em todos os ambientes, em maior ou menor quantidade.
• A Insalubridade dependerá do agente, da concentração e do tempo de
exposição.
• O efeito à saúde dependerá também da predisposição dos indivíduos.
• A NR-15 aborda a maior parte dos Agentes Químicos ocupacionais nos
anexos 11, 13 e 13-A
• As Poeiras Minerais, que também são agentes químicos, são tratadas no
anexo 12.
3. Agentes Químicos
• Para efeito de exposição ocupacional, consideraremos como “Agentes
Químicos”:
• Gases e Vapores
• Aerodispersóides: poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras.
5. NR-15 – Atividades e Operações Insalubres
Agentes Químicos
Anexo 11
Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por
limite de tolerância e inspeção no local de trabalho
Anexo 12
Poeiras minerais
Anexo 13
Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos,
consideradas, insalubres em decorrência de inspeção realizada no local
de trabalho
Anexo 13A
Benzeno
6. Anexo 11
Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e
inspeção no local de trabalho
7. Anexo 11
Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e
inspeção no local de trabalho Principais agentes Anexo 11:
compostos orgânicos, gases
nobres e algumas substâncias
inorgânicas
OBS: O Benzeno constava na lista até 1994, quando foi removido e passou a ser tratado no
anexo 13A
8. Exemplos de Agentes Químicos do anexo 11 e suas aplicações
Ácido Cianídrico - HCN
Aplicações Industriais:
• Fabricação de Nylon e Acrílico
• Indústria Farmacêutica
• Indústria de Agroquímicos (Herbicidas)
• Indústria têxtil (corantes para blue jeans)
• Extração e refino de metais preciosos (ouro, prata etc.), indústrias metalúrgicas e em
eletrodeposição de metais (galvanoplastia), disposição eletrolítica de revestimentos
metálicos (cobre, zinco, cádmio, etc.), tratamentos térmicos de aços,
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9. Exemplos de Agentes Químicos do anexo 11 e suas
aplicações
Ácido Cianídrico - HCN
Formas de absorção:
•Inalação
•Absorção pela pele
•Ingestão
Efeitos - Exposição Aguda:
Mais grave s e rápidos – Via respiratória
•Tontura, convulsão, morte
Efeitos – Exposição Crônica:
•Danos ao SNC e tireóide
• Tontura, sonolência, dor de cabeça
10. Exemplos de Agentes Químicos do anexo 11 e suas
aplicações
Formaldeído
Etanol
Metanol
Neônio. Radônio, Xenônio
Tolueno
Xileno
13. Anexo 12 – Poeiras Minerais
Asbestos
Crisotila:
É o mineral mais utilizado na produção de asbesto. As suas aplicações são
inúmeras incluindo:
•Telhas de fibrocimento (cerca de 85% do consumo mundial)
•Revestimentos de embreagens de automóveis
•Revestimentos e coberturas de edifícios
•Gessos e estuques
•Revestimentos à prova de fogo
•Vestimentas de proteção à prova de fogo
Anfibólio:
•Tubagens e coberturas de edifícios (misturado com cimento, fibrocimento)
• Isolamentos térmicos e acústicos
• Revestimentos de teto
17. Manganês
Área de estudo : Cotegipe
Modo de contaminação: Poeira Respirável
Efeitos:
• Diminuição da capacidade cognitiva, déficit de atenção e memória.
• Problemas motores.
18. Manganês – Doenças relacionadas
Portaria Nº. 1339/GM em 18 de novembro de 1999
19. Anexo 12 – Poeiras Minerais
Sílica
•Construção civil
•Produção de Sílica gel
•Fabricação de vidro e cerâmica
•Fabricação de eletro-eletrônicos: Chips,
sensores ópticos.
Principal via de exposição:
•Respiratória
Efeitos:
Danos permanentes ao pulmão
20. Sílica – Doenças relacionadas
Portaria Nº. 1339/GM em 18 de novembro de 1999
21. Anexo 13 –Relação das atividades e operações envolvendo agentes
químicos, consideradas, insalubres em decorrência de inspeção
realizada no local de trabalho
22. Anexo 13 –Relação das atividades e operações envolvendo agentes
químicos, consideradas, insalubres em decorrência de
inspeção realizada no local de trabalho
Exemplos de Compostos listados no anexo 13:
Metais: Cromo, Chumbo, Mercúrio
Semi-metais: Arsênio
Não-metais: Fósforo
Hidrocarbonetos
Silicatos
23. Anexo 13– Doenças relacionadas
Portaria Nº. 1339/GM em 18 de novembro de 1999
24. Anexo 13– Doenças relacionadas
Portaria Nº. 1339/GM em 18 de novembro de 1999
26. Anexo 13A – Benzeno
Aplicações industriais
A seguir, as atividades e a relação de indústrias que envolvem risco de exposição
ao benzeno:
• Indústria do petróleo / petroquímica / borracha
• Siderurgia
• Usinas de álcool
• Gráficas
• Pintura
• Indústria de móveis
• Construção civil
• Indústria e reparo de calçados
• Indústria Farmacêutica
• Postos de gasolina
http://www.eclac.cl/ddpe/noticias/paginas/4/19834/LianzayNadim.pdf
27. Anexo 13A – Benzeno
• O benzeno: Líquido claro, de odor aromático, volátil e
inflamável.
o Pode ser extraído do carvão mineral.
o Obtido comercialmente por hidrogenação catalítica.
o Componente da gasolina 1- 5%.
• Toxicocinética
o Lipossolúvel - é rapidamente absorvido pela via
pulmonar com retenção de 50%.
o Distribuição e depósito em tecidos ricos em gordura
(medula, SNC, fígado e outros).
28. Anexo 13A – Benzeno
Efeitos da exposição
• Principais Efeitos Tóxicos
o Exposição aguda: Asfixia, depressão do SNC (tontura, ataxia e confusão
mental), disritmia cardíaca; Inflamação do trato respiratório, hemorragia
pulmonar, congestão dos rins e edema cerebral. Morte.
o Exposição crônica (efeito sistêmico): Mielotoxicidade, Mutagenicidade ,
Aplasia medular com redução dos elementos figurados do sangue,
Leucemia.
29. Monitoramento da exposição ao Benzeno
• Monitorização biológica:
o Hemograma completo e plaquetas: (NR-07)
• Admissional
• Periódico: Seis meses
• Demissional
32. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
Fonte: Tese de doutorado.
Danilo Fernandes Costa.
Faculdade de medicina
USP. 2009
33. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
Fonte: Tese de doutorado.
Danilo Fernandes Costa.
Faculdade de medicina
USP. 2009
34. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
Fonte: Tese de doutorado.
Danilo Fernandes Costa.
Faculdade de medicina
USP. 2009
35. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
3.2.1 Denúncias e interdições
•Em 1983 o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santos constatou através da
realização de exames clínicos em trabalhadores da Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA), em
Cubatão, São Paulo, que 150 trabalhadores estavam leucopênicos, ou seja apresentavam alterações
no sangue. Esse número entre 1983 a 1992 tomou proporção de uma epidemia, mais de dois mil
trabalhadores dessa siderúrgica foram afastados do trabalho.
•Em 1985, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicos de Volta Redonda, Rio de
Janeiro denunciava outros 50 casos de leucopenia na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
•Em 1986, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Petroquímicas do ABC
•consegue a interdição, junto a Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo e posteriormente o
fechamento da unidade que produzia Benzeno Hexa Cloro (BHC) das Indústrias Químicas
Matarazzo, em São Caetano do Sul, São Paulo. Eram 60 trabalhadores contaminados e duas mortes
comprovadas por exposição ao benzeno.
http://www.eclac.cl/ddpe/noticias/paginas/4/19834/LianzayNadim.pdf
36. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
3.2.1 Denúncias e interdições
•De 1983 a 1988 o movimento sindical e os organismos públicos conseguiram o reconhecimento do
benzenismo como doença profissional e o estabelecimento de critérios de afastamento e alta de
trabalhadores contaminados.
•Em 1990, a Nitrocarbono S.A. do pólo petroquímico de Camaçari foi interditada pela DRT Bahia
devido a duas mortes por benzenismo.
http://www.eclac.cl/ddpe/noticias/paginas/4/19834/LianzayNadim.pdf
37. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
38. Anexo 13A – Benzeno
Histórico
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
39. Caso Nitrocarbono: Camaçari- Bahia Julho de 1990
Morte de um médico por aplasia medular e de um operário por
leucemia - Associadas a exposição ao Benzeno
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
40. Tribuna da Bahia, 24/10/90
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
41. Jornal da Bahia, 03/04/91
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
Foto: assinatura não identificada
42. Jornal da Bahia, 26/07/90
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
Foto: Valter Pontes
43. Correio da Bahia, 13/11/90
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
Foto: Márcia Raquel
44. Correio da Bahia, 13/11/90
Fonte: Prof. Ligia Rangel lirangel@ufba.br ISC/UFBA Botucatu, março de 2009
45. Evidências das exposição – Pólo Petroquímico de Camaçari
Monitoramento realizado em 1990:
• 7.356 trabalhadores examinados;
• 850 suspeitos de leucopenia por exposição ao benzeno;
• 216 casos de benzenismo.
• Dois mortos:
o Julho de 1990 – Dr Armando Sobrinho, médico do trabalho, Aplasia medular.
o Outubro de 1990 - Antônio Lázaro, operário, Leucemia mielóide crônica.
• A avaliação ambiental revelou níveis acentuados de contaminação
atmosférica.
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
46. Evidências das exposição – Outras localidades
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
47. Evidências das exposição – Outras localidades
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
48. Evidências das exposição – Outras localidades
Fonte: Tese de doutorado. Danilo Fernandes Costa. Faculdade de medicina USP. 2009
49. Benzeno – Situação atual
Várias ações ocorreram a partir da assinatura do Acordo e legislação sobre benzeno,
em dezembro de 1995, e com a formação da CNPBz, entre elas, as bancadas de
governo e de trabalhadores consideraram a necessidade de formação de Comissões
Regionais para a implementação do Acordo.
Hoje existem Comissões Regionais Tripartites nos principais pólos petroquímicos,
siderúrgicos, de produção de combustíveis e de petróleo do país (Bahia, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul).
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/Benzeno_10a
nos.pdf
51. Benzeno – Exposições não ocupacionais
Em 2009, a associação analisou 24 amostras de diversos refrigerantes e detectou a presença de benzeno em sete
delas. Em duas amostras de bebidas cítricas – Fanta Laranja Light (da Coca-Cola) e Sukita Zero (Ambev) - o nível
foi superior ao considerado tolerável para o consumo humano. Depois da pesquisa, o MPF começou a investigar o
caso.
Nos refrigerantes, o benzeno surge da mistura do ácido benzóico com a vitamina C. Nos refrigerantes normais, esse
processo não ocorre por causa do açúcar, que inibe a reação química.
Estudos de mais de três décadas atrás apontam que a exposição ao benzeno eleva o potencial de câncer e doenças no
sangue. “Ele é tóxico e causador de leucemia e outros tumores, dependendo da quantidade e do tempo de
exposição”, disse o presidente da Associação Brasileira de Hemoterapia e Hematologia (ABHH), Cármino de Souza.
A maioria das pesquisas avaliou públicos específicos, como trabalhadores dos setores petroquímico e de siderurgia
que lidam diretamente com a substância. O médico explicou que ainda há pouca informação sobre os efeitos do
benzeno na saúde da população em geral, mas advertiu que a menor exposição ao agente químico diminui as
chances de doenças sanguíneas. “Temos contato com benzeno diariamente. O ideal é zero, o mínimo possível”.
O benzeno está presente na fumaça do cigarro e dos carros. É também usado na fabricação de plásticos, borrachas e
detergentes.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/11/05/fabricantes-
vao-reduzir-nivel-de-benzeno-nas-principais-marcas-de-refrigerante.htm
55. Próxima aula
•Controle de Exposição a Agentes Químicos
•Processos Industriais & Agentes Ambientais
•Exercícios de Percepção de Risco
•Elaboração do Mapa de Riscos