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A Menina do Mar
Adaptação da obra de
Sophia de Mello Breyner Andresen
Educação Especial
Escola Básica de Rio Tinto nº2
Junho de 2013
Era uma vez uma casa branca
nas dunas, voltada para o
mar. Tinha uma porta, sete
janelas e uma varanda de
madeira pintada de verde.
Em roda da casa havia um
jardim de areia onde
cresciam lírios brancos e uma
planta que dava flores
brancas, amarelas e roxas.
Nessa casa morava um
rapazito que passava os dias a
brincar na praia.
Era uma praia muito grande e
quase deserta onde havia
rochedos maravilhosos.
Um dia, enquanto estava a brincar, aconteceu uma coisa extraordinária: ouviu uma
gargalhada muito esquisita, depois ouviu uma segunda, em seguida uma terceira, mas o
mais extraordinário de tudo foi a quarta gargalhada! Com muito cuidado levantou-se e pôs-
se a espreitar. Viu um grande polvo a rir, um caranguejo a rir, um peixe a rir e uma menina
muito pequenina a rir também. A menina, que devia medir um palmo de altura, tinha
cabelos verdes, olhos roxos e um vestido feito de algas encarnadas. Os quatro nadavam e
riam. Escondido, atrás do rochedo, o rapaz, imóvel e, calado, olhava.
-Vem aí a maré alta, são horas de nos irmos embora – disse o caranguejo.
E puseram-se os quatro a caminho.
Até que chegaram a uma gruta para onde entraram. O rapaz quis ir atrás deles, mas a
entrada da gruta era muito pequena e ele não cabia.
Foi para casa muito espantado com o que tinha visto.
Na manhã seguinte mal acordou foi a
correr para a praia. Tornou a esconder-se
atrás das pedras, espreitou e ouviu as
mesmas gargalhadas da véspera. A
menina, o caranguejo, o polvo e o peixe
estavam a fazer uma roda dentro de água.
O rapaz não conseguiu ficar quieto mais
tempo. Deu um salto e agarrou a menina.
Então o polvo, o caranguejo e o peixe
começaram a tentar salvá-la. Mas o rapaz
tinha mais força, deu-lhes alguns pontapés
e fugiu para longe com a Menina do Mar.
-Não grites, não chores, não te assustes –
dizia o rapaz. Eu não te faço mal nenhum.
-Quero que me contes quem és, como
vives, o que fazes aqui no mar e como te
chamas.
Então ela parou de gritar e disse:
- Chamo-me Menina do Mar. Uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa
rocha e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos numa gruta. O
polvo arruma a casa, alisa a areia, vai buscar comida. O caranguejo é o cozinheiro. O peixe
não faz nada porque não tem mãos, mas é o meu melhor amigo. Sou a bailarina da Grande
Raia que é a dona destes mares. Mas eu não gosto nada da Raia e tenho medo dela. Agora,
leva-me outra vez para o pé dos meus amigos que devem estar aflitíssimos.
O rapaz pegou na Menina do Mar com muito cuidado na palma da mão e levou-a outra
vez para o sítio de onde a tinha trazido. Pediu à Menina do Mar, ao polvo, ao caranguejo
e ao peixe para voltarem no dia seguinte à mesma hora àquele mesmo sítio.
- Tenho tanta curiosidade da Terra. Amanhã, quando vieres, traz-me uma coisa da Terra.
E assim ficou combinado.
No dia seguinte, o rapaz foi ao seu jardim e colheu uma rosa muito perfumada.
- Trago-te aqui uma flor da Terra – disse; chama-se rosa.
- É linda, é linda – disse a Menina do Mar , dando palmas de alegria.
- Respira o seu cheiro para veres como é perfumada.
A menina pôs a sua cabeça dentro do cálice da rosa e respirou longamente.
- É um perfume maravilhoso. No mar não há perfume assim.
No dia seguinte, de manhã, tornaram a encontrar-se todos no sítio do costume.
- Bom dia – disse a menina – O que é que me trouxeste hoje?
- Trouxe-te isto - disse – É uma caixa de fósforos.
E o rapaz abriu a caixa e acendeu um fósforo.
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- É um sol pequenino – disse ela.
-As coisas da Terra são esquisitas e diferentes. Conta-me mais coisas.
E o rapaz contou-lhe.
No dia seguinte o rapaz chegou à praia, sentou-se ao lado da Menina do Mar e disse:
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- Tenho uma ideia – disse o rapaz – Amanhã trago um balde e encho-o com água do mar.
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- Está bem – disse a menina – Amanhã vou contigo dentro do balde de água.
No outro dia, o rapaz encontrou a Menina do Mar com um ar muito desesperado.
- Bom dia – disse o rapaz - Trago aqui o balde. Vamos embora depressa.
- Eu não posso ir – disse a Menina do Mar. E desatou a chorar.
- A Raia ordenou aos polvos que não me deixassem passar. Tenho que te dizer adeus.
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E, dito isto, pôs a Menina do Mar dentro do balde e pôs-se a correr. Mas, em sua roda os
polvos tinham feito um círculo fechado. Tentou saltar, mas logo dezenas de tentáculos lhe
ataram as pernas. E ele caiu nas rochas. Levantou-se e foi para casa devagar.
Passaram dias e dias. O rapaz voltou muitas vezes às rochas mas nunca mais viu a menina.
Até que chegou o inverno. E o
rapaz sentou-se na praia a pensar
na Menina do Mar.
E enquanto assim estava viu uma
gaivota que vinha com uma coisa
no bico. A gaivota deu uma volta
no ar e deixou cair uma coisa na
areia. O rapaz apanhou-a e viu
que era um frasco.
- O frasco que te dei tem dentro
suco de anémonas e de plantas
mágicas. Se o beberes passarás a
ser como a Menina do Mar.
Poderás viver dentro de água
como os peixes e fora como os
homens.
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Ali no mar – disse a gaivota – está um golfinho à tua espera.
Nadaram muitos dias e muitas noites e chegaram a uma ilha rodeada de corais.
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Todos se abraçaram. A Menina do Mar dançava, batia palmas e ria.
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- Agora nunca mais nos separamos – disse o rapaz.
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E foram os cinco através de florestas, areais e grutas.
Trabalho efetuado na sala
de Educação Especial pelos
alunos que frequentam um
Currículo Específico
Individual.
Ana Filipa
Bruna
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Fábio
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Marta
Vanessa
Junho de 2013
Escola Básica de Rio Tinto nº2
milperolas.blogs.sapo.pt

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A menina do mar

  • 1. A Menina do Mar Adaptação da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen Educação Especial Escola Básica de Rio Tinto nº2 Junho de 2013
  • 2. Era uma vez uma casa branca nas dunas, voltada para o mar. Tinha uma porta, sete janelas e uma varanda de madeira pintada de verde. Em roda da casa havia um jardim de areia onde cresciam lírios brancos e uma planta que dava flores brancas, amarelas e roxas.
  • 3. Nessa casa morava um rapazito que passava os dias a brincar na praia. Era uma praia muito grande e quase deserta onde havia rochedos maravilhosos.
  • 4. Um dia, enquanto estava a brincar, aconteceu uma coisa extraordinária: ouviu uma gargalhada muito esquisita, depois ouviu uma segunda, em seguida uma terceira, mas o mais extraordinário de tudo foi a quarta gargalhada! Com muito cuidado levantou-se e pôs- se a espreitar. Viu um grande polvo a rir, um caranguejo a rir, um peixe a rir e uma menina muito pequenina a rir também. A menina, que devia medir um palmo de altura, tinha cabelos verdes, olhos roxos e um vestido feito de algas encarnadas. Os quatro nadavam e riam. Escondido, atrás do rochedo, o rapaz, imóvel e, calado, olhava.
  • 5. -Vem aí a maré alta, são horas de nos irmos embora – disse o caranguejo. E puseram-se os quatro a caminho. Até que chegaram a uma gruta para onde entraram. O rapaz quis ir atrás deles, mas a entrada da gruta era muito pequena e ele não cabia. Foi para casa muito espantado com o que tinha visto.
  • 6. Na manhã seguinte mal acordou foi a correr para a praia. Tornou a esconder-se atrás das pedras, espreitou e ouviu as mesmas gargalhadas da véspera. A menina, o caranguejo, o polvo e o peixe estavam a fazer uma roda dentro de água. O rapaz não conseguiu ficar quieto mais tempo. Deu um salto e agarrou a menina. Então o polvo, o caranguejo e o peixe começaram a tentar salvá-la. Mas o rapaz tinha mais força, deu-lhes alguns pontapés e fugiu para longe com a Menina do Mar. -Não grites, não chores, não te assustes – dizia o rapaz. Eu não te faço mal nenhum. -Quero que me contes quem és, como vives, o que fazes aqui no mar e como te chamas.
  • 7. Então ela parou de gritar e disse: - Chamo-me Menina do Mar. Uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa rocha e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos numa gruta. O polvo arruma a casa, alisa a areia, vai buscar comida. O caranguejo é o cozinheiro. O peixe não faz nada porque não tem mãos, mas é o meu melhor amigo. Sou a bailarina da Grande Raia que é a dona destes mares. Mas eu não gosto nada da Raia e tenho medo dela. Agora, leva-me outra vez para o pé dos meus amigos que devem estar aflitíssimos.
  • 8. O rapaz pegou na Menina do Mar com muito cuidado na palma da mão e levou-a outra vez para o sítio de onde a tinha trazido. Pediu à Menina do Mar, ao polvo, ao caranguejo e ao peixe para voltarem no dia seguinte à mesma hora àquele mesmo sítio. - Tenho tanta curiosidade da Terra. Amanhã, quando vieres, traz-me uma coisa da Terra. E assim ficou combinado.
  • 9. No dia seguinte, o rapaz foi ao seu jardim e colheu uma rosa muito perfumada. - Trago-te aqui uma flor da Terra – disse; chama-se rosa. - É linda, é linda – disse a Menina do Mar , dando palmas de alegria. - Respira o seu cheiro para veres como é perfumada. A menina pôs a sua cabeça dentro do cálice da rosa e respirou longamente. - É um perfume maravilhoso. No mar não há perfume assim.
  • 10. No dia seguinte, de manhã, tornaram a encontrar-se todos no sítio do costume. - Bom dia – disse a menina – O que é que me trouxeste hoje? - Trouxe-te isto - disse – É uma caixa de fósforos. E o rapaz abriu a caixa e acendeu um fósforo. A menina deu palmas de alegria. - É um sol pequenino – disse ela. -As coisas da Terra são esquisitas e diferentes. Conta-me mais coisas. E o rapaz contou-lhe.
  • 11. No dia seguinte o rapaz chegou à praia, sentou-se ao lado da Menina do Mar e disse: - Hoje trago-te uma coisa da Terra que é bonita e tem lá dentro alegria. - Chama-se vinho. Quem bebe fica cheio de alegria. - É muito encarnado e muito perfumado – disse ela. E a menina bebeu o vinho, riu-se e disse: - É bom e é alegre. Agora já sei o que é a Terra. - Tenho uma ideia – disse o rapaz – Amanhã trago um balde e encho-o com água do mar. E tu pões-te dentro do balde para não secares e eu levo-te comigo a ver a Terra. - Está bem – disse a menina – Amanhã vou contigo dentro do balde de água.
  • 12. No outro dia, o rapaz encontrou a Menina do Mar com um ar muito desesperado. - Bom dia – disse o rapaz - Trago aqui o balde. Vamos embora depressa. - Eu não posso ir – disse a Menina do Mar. E desatou a chorar. - A Raia ordenou aos polvos que não me deixassem passar. Tenho que te dizer adeus. - Vamos experimentar fugir – disse o rapaz. E, dito isto, pôs a Menina do Mar dentro do balde e pôs-se a correr. Mas, em sua roda os polvos tinham feito um círculo fechado. Tentou saltar, mas logo dezenas de tentáculos lhe ataram as pernas. E ele caiu nas rochas. Levantou-se e foi para casa devagar. Passaram dias e dias. O rapaz voltou muitas vezes às rochas mas nunca mais viu a menina.
  • 13. Até que chegou o inverno. E o rapaz sentou-se na praia a pensar na Menina do Mar. E enquanto assim estava viu uma gaivota que vinha com uma coisa no bico. A gaivota deu uma volta no ar e deixou cair uma coisa na areia. O rapaz apanhou-a e viu que era um frasco. - O frasco que te dei tem dentro suco de anémonas e de plantas mágicas. Se o beberes passarás a ser como a Menina do Mar. Poderás viver dentro de água como os peixes e fora como os homens. - Vou beber já – disse o rapaz.
  • 14. Ali no mar – disse a gaivota – está um golfinho à tua espera. Nadaram muitos dias e muitas noites e chegaram a uma ilha rodeada de corais. - É aqui: entra na gruta e encontrarás a Menina do Mar. - Estou aqui! Cheguei! Sou eu! – gritou o rapaz. Todos se abraçaram. A Menina do Mar dançava, batia palmas e ria. - Estou tão feliz, tão feliz, tão feliz! Pensei que nunca mais te ia ver. - Agora nunca mais nos separamos – disse o rapaz. - Agora a tua terra é o mar – disse a Menina do Mar. E foram os cinco através de florestas, areais e grutas.
  • 15. Trabalho efetuado na sala de Educação Especial pelos alunos que frequentam um Currículo Específico Individual. Ana Filipa Bruna Cláudia Fábio Jorge Marta Vanessa Junho de 2013 Escola Básica de Rio Tinto nº2 milperolas.blogs.sapo.pt