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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL
PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
MANUAL
Necessidades
Nutricionais Específicas
Cachoeira do Sul
Julho/2013
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ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
ORIENTAÇÕES SOBRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA
O que é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?
Quais os fatores de risco associados à Pressão Alta?
A maioria dos casos de hipertensão não apresenta uma causa aparente, facilmente
identificável, e apenas uma pequena proporção dos Hipertensos têm as causas bem
estabelecidas.
Considerando que a pressão arterial de um indivíduo é determinada pela interação
entre fatores genéticos e ambientais, diz-se que a hipertensão é uma doença multicausal
e multifatorial, dentre esses se destaca: idade avançada, história familiar de hipertensão
(principalmente na infância ou adolescência); sobrepeso e obesidade, quando
relacionados aos índices de circunferência abdominal e índice de massa corporal;
sedentarismo; ingestão elevada de sal e alimentos ricos em sódio.
Com o aumento do consumo de produtos industrializados, frequentemente
ricos em sódio, vem aumentando também o número de indivíduos em idade escolar
que apresentam diagnóstico de hipertensão arterial.
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica
popularmente conhecida como “Pressão Alta”. Uma pessoa
hipertensa apresenta valores de pressão arterial iguais ou acima de
14 por 9 (140mmHg X 90mmHg) em repouso.
2
Quais os principais sinais, sintomas e consequências da Hipertensão Arterial
Sistêmica?
A hipertensão é uma doença de natureza assintomática (não tem sintomas na
maioria das vezes), por isso é chamada de “inimiga silenciosa”. Dentre os sinais e
sintomas da hipertensão, destacam-se: dor de cabeça, tontura e cansaço, em casos
mais graves de descontrole da pressão arterial pode ocorrer derrame cerebral, infarto,
insuficiência cardíaca, insuficiência renal e alterações na visão que podem levar à
cegueira.
Como é feito o diagnóstico da Hipertensão Arterial Sistêmica?
A medição da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do
diagnóstico, devendo essa mensuração ser realizada mais de uma vez, por meio de
métodos e condições apropriados, com aparelhos confiáveis, devidamente calibrados e
por profissional capacitado. Devendo o diagnóstico ser realizado por médico
competente.
Qual o tratamento não-medicamentoso para Hipertensão Arterial Sistêmica?
O tratamento não-medicamentoso consiste em modificações no estilo de vida.
Independente da idade algumas estratégias podem e devem ser adotadas, são elas:
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Cuidados com a alimentação das pessoas Hipertensas!!!
Considerando todos os cuidados exigidos na alimentação do hipertenso, de acordo
com as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2010,
adaptadas a Resolução do Programa Nacional da Alimentação Escolar FNDE nº 26 de
2013, no âmbito escolar, aconselha-se:
Reduzir a quantidade de sal na elaboração das preparações;
Dar preferência por temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e
cebolinha, em substituição aos similares industrializados;
Restringir a utilização de alimentos enlatados, embutidos, processados, alimentos
compostos, preparações semi-prontas ou prontas para o consumo;
Evitar o consumo de frituras e gordura saturada (gordura de origem animal);
Controlar a aquisição e o consumo de bebidas com baixo valor nutricional tais
como refrigerantes e refrescos artificiais, bebidas ou concentrados a base de
xarope de guaraná ou groselha, chás prontos para o consumo e outras bebidas
similares;
Reduzir os doces e bebidas contendo açúcar, pois estes apesar de doces também
contém muito sódio na sua composição;
Incluir diariamente porções de frutas e verduras no cardápio, com ênfase em
vegetais ou frutas cítricas e cereais integrais.
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ORIENTAÇÕES SOBRE A DIABETES MELLITUS
O que é Diabetes Mellitus (DM)?
A insulina é o hormônio responsável por regular a quantidade de glicose
circulante no sangue. A glicose por sua vez é o açúcar do sangue.
A deficiência desse hormônio resulta em hiperglicemia (glicose alta no sangue).
Quais os tipos mais frequentes de Diabetes Mellitus?
• Diabetes Mellitus Insulino Dependente ou Tipo I: é o tipo mais comum na
infância e na adolescência, sendo que as pessoas com esse diagnóstico têm deficiência
absoluta de insulina necessitando administrá-la por meio de injeção conforme orientação
médica.
• Diabetes Mellitus Não Insulino Dependente ou Tipo II: é mais comum em
adultos, mas pode aparecer na adolescência. Está associada à obesidade e a propensão
genética, ocorre devido à resistência à insulina em combinação com a diminuição da sua
produção no organismo. Grande parte dos indivíduos com este diagnóstico,
principalmente nos estágios iniciais, não necessitam de injeção de insulina.
É uma doença crônica caracterizada pela deficiência total ou
parcial na produção da insulina e/ou incapacidade da insulina de
exercer adequadamente seus efeitos no corpo.
5
Quais os principais sinais, sintomas e consequências da Diabetes Mellitus?
• DM tipo I: perda de peso, aumento da quantidade de urina, sede e fome
excessiva. Podem apresentar mau hálito (hálito cetônico), enjoos, vômitos, sonolência e
confusão mental. Em muitos casos a fome aumentada não é observada em crianças
menores de 2 anos de idade.
• DM tipo II: ocorre de forma lenta com ou sem presença de sintomas. Entretanto,
estes sintomas podem aparecer após um evento traumático como cirurgias e situações de
estresse metabólico (doença).
Como evitar a hipoglicemia (queda de glicose no sangue) e a hiperglicemia (glicose
alta no sangue) na escola?
A observância dos horários das refeições (fracionamento) assim como evitar jejuns
prolongados, são condições importantes e diminuem os quadros de descontrole da
glicemia (hipo e hiperglicemia). Para escolares que fazem o uso de insulina também deve-
se ter cuidado com os horários e tipo da alimentação, seguindo sempre a orientação
médica quanto aos horários da administração.
Sinais e Sintomas da Hipo e Hiperglicemia:
Hipoglicemia
Tremores, tonturas, palidez, suor frio, nervosismo, palpitações,
taquicardia, náuseas, vômitos, fome, cansaço, fraqueza, sensação de
desmaio, convulsões até o coma.
Hiperglicemia
Boca seca, sede, muita urina, fome acompanhada de emagrecimento,
cansaço, dor de cabeça podendo evoluir para náuseas e vômitos, pele
seca, dificuldades para respirar e hálito cetônico (hálito adocicado).
Qual o tratamento para a Diabetes Mellitus?
O cuidado com a alimentação e nutrição dos escolares com DM, associado a
mudanças no estilo de vida e a inclusão da atividade física, são considerados terapias de
primeira escolha.
Para controlar os níveis de glicose sanguínea, evitando
quadros de hipo e hiperglicemia, os indivíduos devem observar de
forma cuidadosa e cautelosa a ingestão alimentar, o fracionamento
das refeições, a ingestão de alimentos e/ou guloseimas ricos em
carboidratos simples (açúcar).
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É recomendada a ingestão preferencialmente dos carboidratos integrais, bem
como, o consumo de hortaliças, leguminosas e frutas,que devem ser consumidas na
perspectiva de uma alimentação adequada e saudável. O açúcar de mesa ou produtos
contendo açúcar podem eventualmente ser ingeridos, desde que a DM esteja controlada,
porém o ideal é que sejam evitados.
Orientações quanto à alimentaçãona escola!!!
O ambiente escolar faz parte importante da rede social da criança, do adolescente
e da juventude. A alimentação adequada e saudável deve ser parte integrante do
tratamento do indivíduo com DM. Sendo assim, alguns cuidados são essenciais para que
esses indivíduos e suas famílias possam desfrutar deste momento com segurança.
Algumas orientações para o âmbito escolar:
Orientar os alunos a organizar os horários da sua alimentação (ideal a cada 3
horas) evitando assim a hipoglicemia (queda da glicose no sangue);
Conhecer os sintomas e tratamento de hiper e hipoglicemia;
Estimular o aluno, quando for o caso, a acompanhar os níveis de glicose sanguínea
(açúcar no sangue) e complementar a refeição quando se fizer necessário;
Cuidar o tamanho das porções dos alimentos consumidos, principalmente no caso
dos alimentos fontes de carboidratos simples (arroz, farinhas, pães, bolachas, massas,
mandioca, batata, etc);
Informar ao aluno quanto ao oferecimento ou não de preparações que contenham
açúcar, bem como, a substituição por alimentos disponíveis na alimentação escolar;
Ficar atento e informar aos alunos sobre a leitura dos rótulos dos alimentos. Para
alimentos adoçados prefira os Diet ou Zero, pois nesse caso o açúcar foi totalmente
substituído por adoçante. Cuidado para os alimentos Light, pois nesses a quantidade de
açúcar foi apenas reduzida e não retirada totalmente;
Estimular o consumo diário das verduras e frutas disponíveis na alimentação
escolar;
7
****Alimentos que devem ser evitados!!!
Açúcar;
Frituras;
Bebidas alcoólicas;
Chocolate;
Doces, mel, melado, sorvetes, rapadura e tortas;
Refrigerantes;
Carnes gordurosas, pele de aves, embutidos (salsicha, linguiça, salame,
mortadela), industrializados (sopas em pacote, atum e sardinha enlatados, caldo de
carne concentrado);
Condimentos (molho inglês, shoyu, catchup).;
Certas combinações como: abacate, caqui, uva, figo, manga e jaca;
Arroz combinado com outras fontes de carboidratos como: batata, mandioca,
massas, pães, beterraba, abóbora. Pois se ingeridos juntos, a glicemia aumentará
rapidamente.
***Consumir sem culpa!!!
Frutas: maçã, pêra, laranja, mamão, melão, banana;
Verduras: acelga, escarola, almeirão, brócolis;
Legumes: abobrinha, vagem, chuchu, cenoura;
Óleo vegetal: algodão, girassol, milho, soja;
Carnes: bovina magra, peixe, frango (assados, grelhados ou cozidos);
Bebidas: leite, café, chá, suco de limão, refrigerantes dietéticos (diet e zero);
Produtos industrializados: queijo fresco (tipo minas), margarina, iogurte, geleia
dietética, bolacha de água, torrada não doce, pudins com adoçante, gelatina
dietética.
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ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
ORIENTAÇÕES SOBRE A DOENÇA CELÍACA
O que é Doença Celíaca (DC)?
Quais os principais sintomas da Doença Celíaca?
A doença celíaca pode aparecer de quatro maneiras diferentes: clássica ou típica,
não clássica ou atípica, assintomática ou silenciosa e latente:
Clássica ou típica: os sintomas aparecem normalmente no intestino da criança,
entre os 6 e 24 meses de idade ou quando se inicia a introdução de alimentos com glúten
no seu dia a dia. As crianças apresentam diarréia crônica, gases, redução da atividade
dos músculos, irritabilidade, vômitos, falta de apetite, sendo que nos casos com grave
má-absorção no intestino ocorre a desnutrição, podendo acarretar em diminuição do
crescimento.
digestivas estão ausentes ou são menos frequentes que na forma clássica. As crianças
podem apresentar manifestações isoladas como: anemia por deficiência de ferro, de
folato ou vitamina B12, diminuição na formação do esmalte dentário, dores nas
articulações ou artrites, constipação intestinal resistente ao tratamento. Quando
acomete adolescentes e/ou adultos, na forma mais grave (sem tratamento adequado)
A Doença Celíaca é uma doença que causa
inflamações nas camadas da parede do intestino delgado,
provocando má absorção dos nutrientes. É causada pela
intolerância permanente ao glúten em pessoas que já
possuam uma tendência genética.
O que é o GLÚTEN = é um
conjunto de proteínas
presentes em alguns cereais
como o trigo, centeio,
cevada, malte e aveia. Os
quais são amplamente
utilizados na fabricação de
diversos alimentos.
Não clássica ou atípica: acomete
crianças geralmente entre 5 e 7 anos,
caracterizando-se por apresentar poucos
sintomas, sendo que as manifestações
digesti
Em casos de presença de alguns desses
sintomas, deve-se orientar o escolar e seus
familiares a procurar um médico para que o
diagnóstico seja feito com eficiência e o
tratamento orientado corretamente.
9
pode haver atraso do desenvolvimento hormonal, irregularidade do ciclo menstrual,
esterilidade, abortos de repetição, entre outros sintomas.
Assintomática ou silenciosa: apresenta alterações nas paredes do intestino
delgado características da doença celíaca, associada à ausência de sintomas.
Latente: Nestes casos o indivíduo apresenta exames laboratoriais positivos, porém
a biópsia intestinal é normal, ou seja, sem manifestações da doença. No entanto, estes
indivíduos podem desenvolver a doença, por serem geneticamente predispostos à
mesma.
Como tratar a Doença Celíaca?
O tratamento da doença celíaca é essencialmente através de controle da dieta,
consistindo na retirada total do glúten da alimentação durante toda a vida, tanto para os
indivíduos sintomáticos, quanto para os assintomáticos. A retirada do glúten leva
progressivamente à diminuição dos sintomas e restauração das células da parede
intestinal.
Em substituição ao glúten (que está presente somente no trigo, centeio, aveia,
cevada, malte e seus derivados) é possível utilizar o milho (farinha de milho, amido de
milho, fubá), arroz (farinha de arroz), batata (fécula de batata) e mandioca (farinha de
mandioca e polvilho).
Outros alimentos como leguminosas, gorduras, óleos e azeites, legumes, hortaliças,
frutas, ovos, carnes e leite devem ser utilizados normalmente na dieta de indivíduos
celíacos, atendendo às necessidades nutricionais de acordo com a idade e o estado
nutricional das crianças.
Há um considerável número de produtos industrializados que apresentam glúten em
seus componentes. Por esse motivo a necessidade do celíaco e seus familiares em
ficarem atentos aos rótulos dos produtos, pois segundo o artigo 1º da Lei Federal nº
10.674, de 16 de maio de 2003, todos os alimentos industrializados que contenham
glúten, deverão conter, obrigatoriamente, as inscrições “Contém Glúten” ou “Não
Contém Glúten”.
Que cuidados devemos ter ao preparar os alimentos?
Ao preparar alimentos para celíacos, é preciso ter muito cuidado em todas as
etapas do processo. Um grande desafio ao trabalhar com coletividade (onde há presença
de indivíduos com e sem doença celíaca) é a contaminação dos alimentos e/ou
10
preparações que não contém glúten com aqueles que contém. Os alimentos sem glúten
devem, de acordo com as condições de cada local, ser preparados em locais e
horários diferenciados dos produtos que contenham glúten. O ambiente, a bancada
de trabalho e os utensílios a serem utilizados devem estar totalmente limpos e isentos de
quaisquer resíduos que contenham glúten.
Orientações quanto à alimentação na escola!!!
A escola aparece como espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de
melhoria das condições de saúde e do estado nutricional dos escolares, sendo um
ambiente estratégico para a concretização de iniciativas de promoção da saúde.
Especificações dos alimentos:
Obs: Na escola cabe aos manipuladores ter o cuidado para não haver a
contaminação dos produtos sem glúten no preparo dos alimentos e manuseio de
utensílios, visto que as escolas também fazem o preparo e manipulação de alimentos com
glúten (pão, biscoitos, macarrão, bolos).
Grupos de alimentos Permitidos Proibidos
Farinhas
Arroz = farinha de arroz, creme de arroz,
arrozina, arroz integral em pó e seus derivados.
Milho = fubá, farinha, amido de milho, flocos,
canjica e pipoca.
Batata = fécula ou farinha.
Mandioca ou Aipim = fécula ou farinha, como a
tapioca, polvilho doce ou azedo.
TRIGO, AVEIA, CENTEIO, CEVADA e
MALTE e todos os produtos elaborados
com os cereais citados acima = bolos,
bolachas, biscoitos, pães, massas, pizzas
tortas, salgadinhos, waffer.
Leites e derivados
Leite em pó, leites integrais, desnatados e semi
desnatados. Queijos frescos, tipo minas, ricota,
parmesão. Pães de queijo. Para iogurte e
requeijão, verifique observações nas
embalagens. Leite condensado e cremes de
leite.
Leites achocolatados que contenham malte
ou extrato de malte, queijos fundidos,
queijos preparados com cereais proibidos.
Na dúvida ou ausência das informações
corretas nas embalagens, não adquira o
produto.
Condimentos
Sal, pimenta, cheiro-verde, erva, temperos
caseiros, maionese caseira, vinagre fermentado
de vinhos tinto e de arroz, glutamato
monossódico (Ajinomoto).
Maionese, catchup, mostarda e temperos
industrializados podem conter o glúten.
Leia com muita atenção o rótulo.
Açúcares, doces e
achocolatados
Açúcar de cana, mel, melado, rapadura, glucose
de milho, malto-dextrina, dextrose, glicose.
Geléias de fruta e de mocotó, doces e sorvetes
caseiros preparados com alimentos permitidos.
Achocolatados de cacau, balas e caramelos.
Para todos os casos, verifique as
embalagens.
Carnes, peixes e
produtos do mar, ovos
e vísceras
Todas, incluindo presunto e lingüiça caseira.
Patês enlatados, embutidos (salame,
salaminho e algumas salsichas), carnes à
milanesa.
Gorduras e óleos Gorduras animais e óleos vegetais. -
Hortaliças e frutas Livre consumo. -
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ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
ORIENTAÇÕES SOBRE A INTOLERÂNCIA À LACTOSE
O que é Intolerância à Lactose?
A lactose é o açúcar predominante no leite e também presente em seus
derivados. Intolerância à lactose é a diminuição da capacidade de digerir esse açúcar e
ocorre devido à redução na atividade da lactase. A lactase é a enzima presente na
mucosa intestinal, responsável pela absorção da lactose.
Quais os principais sintomas da Intolerância à Lactose?
O que realmente caracteriza a intolerância à lactose são os sintomas decorrentes
da má absorção do açúcar, ocorrendo a fermentação no intestino. Essa fermentação
ocasiona os sintomas típicos da patologia que incluem: dor abdominal, inchaço,
flatulência, diarréia e em alguns casos náuseas e vômitos. Pode haver também
constipação.
Em alguns casos a intolerância à lactose pode ser responsável por diversos
sintomas sistêmicos, como dores de cabeça e vertigens, perda de concentração,
dificuldade de memória de curto prazo, dores musculares e articulares, cansaço intenso e
alergias diversas.
Obs: Esses sintomas podem variar com o tipo de alimento ingerido e de pessoa
para pessoa.
Considerações sobre o tratamento:
O tratamento indicado é a redução ou eliminação temporária do consumo de leite
e/ou derivados, a fim de aliviar os sintomas.
A exclusão total e definitiva da lactose da dieta não é aconselhada, especialmente
em crianças, pois pode acarretar prejuízo no consumo de outros nutrientes,
principalmente o cálcio.
12
Além disto, a quantidade que pode ser ingerida sem desencadear sintomas varia
conforme a tolerância individual. Dependendo da tolerância pode haver maior ou menor
exigência quanto à restrição da lactose, dessa forma, é válido enfatizar a importância da
leitura dos rótulos dos produtos industrializados para identificar a presença de lactose na
sua composição.
Além dos alimentos, a lactose também é utilizada na fabricação de medicamentos,
em comprimidos e cápsulas. Assim, ressalta-se também a importância da leitura da bula
antes da utilização do medicamento.
Como orientar a alimentação dos Intolerantes à Lactose?
Ao receber um aluno com diagnóstico de intolerância à lactose, deve-se questionar
sobre sua tolerância individual, que pode ser identificada através do diagnóstico e
orientação médica, e junto a família, que já conhece as limitações alimentares. Essa
informação é importante para a pessoa com intolerância à lactose e sua família, que
poderão adequar as quantidades de alimento a ser ingerido.
Além disso, a escola também deve ser informada dos principais sintomas e níveis
de tolerância dos escolares com diagnóstico da doença, uma vez que deverá adequar
suas preparações e trabalhar a educação alimentar e nutricional, com o objetivo de evitar
o desenvolvimento dos sintomas e fazer a inclusão social do escolar.
Dessa forma, o cardápio dos alunos com intolerância à lactose deverá ser
adaptado de acordo com o grau da intolerância. Orienta-se a adaptação das
preparações, substituindo os ingredientes que contém lactose por outros isentos.
13
Composição dos alimentos:
Contém Lactose – NÃO CONSUMIR Baixo Teor de Lactose – EVITAR Sem Lactose – PERMITIDOS
Leite Condensado integral / desnatado
Creme de leite integral / desnatado
Leite integral /semi-desnatado /
desnatado de vaca, cabra, ovelha
Chantilly
Iogurte comum
Queijos e requeijão
Chocolate
Maionese industrializada*
Achocolatados*
Sopa creme instantânea*
Biscoitos recheados*
Panquecas
Molhos para saladas*
Misturas para bolos
Purê de batatas
Ovos mexidos
Pudins
Souflês
Licores Cremosos
Adoçantes*
Leite com baixo teor de lactose
Iogurte com lactobacilos vivos
Leites fermentados (Yakult)
Queijos maturados (como o queijo
parmesão)
Chocolate meio-amargo* / amargo*
Margarina*
Massa folhada
Leite condensado de soja
Creme de leite de soja
Creme Vegetal (semelhante à
margarina)
Doce de soja
Iogurte à base de soja
Leite de soja e de cereais (arroz,
aveia)
Leite de coco
Pães em geral*
Carnes
Frutas, vegetais e leguminosas
Mostarda
Maionese caseira
Massas (fettucine, macarrão)
Molho de tomates
Cacau em pó
Cereais matinais*
Geleias
Merengue
Doces em calda
Temperos em pó / tabletes*
*Achocolatados: muitos são fabricados com leite em pó ou soro de leite em pó;
*Adoçantes: muitos adoçantes contêm lactose. É importante verificar o rótulo;
*Molhos para saladas: Muitos molhos para saladas são elaborados com queijo ou leite;
*Sopa creme instantânea: uma maioria leva creme de leite ou leite em pó em seus
ingredientes, mas há algumas poucas marcas sem laticínios na composição;
*Cereais matinais: atenção principalmente para os cereais com chocolate ou açucarados,
alguns podem ser feitos com leite em pó;
*Maionese industrializada: a maioria não é feita com leite, mas alguns produtos contêm
leite em pó;
*Pães em geral: muitos são elaborados com leite, mas dependendo do grau de
intolerância, a quantidade de leite usada no pão é pequena e pode não causar sintomas
ao intolerante;
14
*Temperos em pó: a maioria dos temperos não leva leite ou derivados, mas muitos
alertam que contém traços de leite. Para quem tem intolerância à lactose não é um
problema. Apenas para quem têm alergia as proteínas do leite.
Orientações gerais:
O consumo de queijos, iogurtes, bebidas lácteas, leite fermentado deve ser de
acordo com a tolerância de cada indivíduo;
Para substituir o leite de vaca usar na mesma quantidade a bebida à base de
soja (se não for alérgico à soja) ou água ou suco de frutas e/ou vegetais ou bebida à
base de arroz;
Para compensar a falta de cálcio, devem ser ingeridos os vegetais verdes-escuros
como: espinafre, brócolis e couve.
Alimentos processados podem conter uma série de ingredientes que muitas vezes
não estão especificados no rótulo. Prefira os alimentos naturais preparados por você ou
pessoas de sua confiança;
Observar a composição dos alimentos preparados, como: bolos, tortas e pudins,
verificando se usam leite e por tanto se contém lactose na sua composição;
Habitue-se a ler as embalagens de TODOS os produtos que adquirir (sopas, pães,
biscoitos, “papinhas”, etc.).
15
Referencias utilizadas:
Resolução/ CD/ FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da
alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE.
Manual de orientação sobre a alimentação escolar para portadores de diabetes,
hipertensão, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância a lactose / [organizadores
Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos...[et al.] – 2. ed. – Brasília: PNAE: CECANE-
SC, 2012. 54 p.
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Revista Brasileira de Hipertensão.
vol.17, nº 1, p. 11-17, 2010.
Conselho Federal de Nutricionistas. Disponível em <http://www.cfn.org.br>. Acesso em
24 de abril de 2013.
Ministério da Saúde. Disponível em <www.saude.gov.br>. Acesso em 23 de abril de
2013.
ACELBRA/SC. Doença celíaca. Disponível em: http://www.acelbra-sc.org.br/. Acesso em
08 de julho de 2013.
BRASIL. Lei Federal 10.674, de 16 de maio de 2003. Obriga a que os produtos
alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida
preventiva e de controle da doença celíaca. Brasília; 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.674.htm>. Acessado em: 08 de julho de
2013.
Sem Lactose. Disponível em <http://www.semlactose.com>. Acesso em 25 de março de
2013.
Elaborado por: Ines Neida Longhi e Gabriela Barchet – Nutricionistas SMEd
Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul
Secretaria Municipal de Educação – SMEd
Alimentação Escolar
E-mail: alimentacao.smedcds@gmail.com
Blog: alimentacao-smedcachoeiradosul.blogspot.com
Telefone: (51) 3724-6039
17 de julho de 2013

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  • 1. 0 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd ALIMENTAÇÃO ESCOLAR MANUAL Necessidades Nutricionais Específicas Cachoeira do Sul Julho/2013
  • 2. 1 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ORIENTAÇÕES SOBRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA O que é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)? Quais os fatores de risco associados à Pressão Alta? A maioria dos casos de hipertensão não apresenta uma causa aparente, facilmente identificável, e apenas uma pequena proporção dos Hipertensos têm as causas bem estabelecidas. Considerando que a pressão arterial de um indivíduo é determinada pela interação entre fatores genéticos e ambientais, diz-se que a hipertensão é uma doença multicausal e multifatorial, dentre esses se destaca: idade avançada, história familiar de hipertensão (principalmente na infância ou adolescência); sobrepeso e obesidade, quando relacionados aos índices de circunferência abdominal e índice de massa corporal; sedentarismo; ingestão elevada de sal e alimentos ricos em sódio. Com o aumento do consumo de produtos industrializados, frequentemente ricos em sódio, vem aumentando também o número de indivíduos em idade escolar que apresentam diagnóstico de hipertensão arterial. A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica popularmente conhecida como “Pressão Alta”. Uma pessoa hipertensa apresenta valores de pressão arterial iguais ou acima de 14 por 9 (140mmHg X 90mmHg) em repouso.
  • 3. 2 Quais os principais sinais, sintomas e consequências da Hipertensão Arterial Sistêmica? A hipertensão é uma doença de natureza assintomática (não tem sintomas na maioria das vezes), por isso é chamada de “inimiga silenciosa”. Dentre os sinais e sintomas da hipertensão, destacam-se: dor de cabeça, tontura e cansaço, em casos mais graves de descontrole da pressão arterial pode ocorrer derrame cerebral, infarto, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e alterações na visão que podem levar à cegueira. Como é feito o diagnóstico da Hipertensão Arterial Sistêmica? A medição da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do diagnóstico, devendo essa mensuração ser realizada mais de uma vez, por meio de métodos e condições apropriados, com aparelhos confiáveis, devidamente calibrados e por profissional capacitado. Devendo o diagnóstico ser realizado por médico competente. Qual o tratamento não-medicamentoso para Hipertensão Arterial Sistêmica? O tratamento não-medicamentoso consiste em modificações no estilo de vida. Independente da idade algumas estratégias podem e devem ser adotadas, são elas:
  • 4. 3 Cuidados com a alimentação das pessoas Hipertensas!!! Considerando todos os cuidados exigidos na alimentação do hipertenso, de acordo com as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2010, adaptadas a Resolução do Programa Nacional da Alimentação Escolar FNDE nº 26 de 2013, no âmbito escolar, aconselha-se: Reduzir a quantidade de sal na elaboração das preparações; Dar preferência por temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, em substituição aos similares industrializados; Restringir a utilização de alimentos enlatados, embutidos, processados, alimentos compostos, preparações semi-prontas ou prontas para o consumo; Evitar o consumo de frituras e gordura saturada (gordura de origem animal); Controlar a aquisição e o consumo de bebidas com baixo valor nutricional tais como refrigerantes e refrescos artificiais, bebidas ou concentrados a base de xarope de guaraná ou groselha, chás prontos para o consumo e outras bebidas similares; Reduzir os doces e bebidas contendo açúcar, pois estes apesar de doces também contém muito sódio na sua composição; Incluir diariamente porções de frutas e verduras no cardápio, com ênfase em vegetais ou frutas cítricas e cereais integrais.
  • 5. 4 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ORIENTAÇÕES SOBRE A DIABETES MELLITUS O que é Diabetes Mellitus (DM)? A insulina é o hormônio responsável por regular a quantidade de glicose circulante no sangue. A glicose por sua vez é o açúcar do sangue. A deficiência desse hormônio resulta em hiperglicemia (glicose alta no sangue). Quais os tipos mais frequentes de Diabetes Mellitus? • Diabetes Mellitus Insulino Dependente ou Tipo I: é o tipo mais comum na infância e na adolescência, sendo que as pessoas com esse diagnóstico têm deficiência absoluta de insulina necessitando administrá-la por meio de injeção conforme orientação médica. • Diabetes Mellitus Não Insulino Dependente ou Tipo II: é mais comum em adultos, mas pode aparecer na adolescência. Está associada à obesidade e a propensão genética, ocorre devido à resistência à insulina em combinação com a diminuição da sua produção no organismo. Grande parte dos indivíduos com este diagnóstico, principalmente nos estágios iniciais, não necessitam de injeção de insulina. É uma doença crônica caracterizada pela deficiência total ou parcial na produção da insulina e/ou incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos no corpo.
  • 6. 5 Quais os principais sinais, sintomas e consequências da Diabetes Mellitus? • DM tipo I: perda de peso, aumento da quantidade de urina, sede e fome excessiva. Podem apresentar mau hálito (hálito cetônico), enjoos, vômitos, sonolência e confusão mental. Em muitos casos a fome aumentada não é observada em crianças menores de 2 anos de idade. • DM tipo II: ocorre de forma lenta com ou sem presença de sintomas. Entretanto, estes sintomas podem aparecer após um evento traumático como cirurgias e situações de estresse metabólico (doença). Como evitar a hipoglicemia (queda de glicose no sangue) e a hiperglicemia (glicose alta no sangue) na escola? A observância dos horários das refeições (fracionamento) assim como evitar jejuns prolongados, são condições importantes e diminuem os quadros de descontrole da glicemia (hipo e hiperglicemia). Para escolares que fazem o uso de insulina também deve- se ter cuidado com os horários e tipo da alimentação, seguindo sempre a orientação médica quanto aos horários da administração. Sinais e Sintomas da Hipo e Hiperglicemia: Hipoglicemia Tremores, tonturas, palidez, suor frio, nervosismo, palpitações, taquicardia, náuseas, vômitos, fome, cansaço, fraqueza, sensação de desmaio, convulsões até o coma. Hiperglicemia Boca seca, sede, muita urina, fome acompanhada de emagrecimento, cansaço, dor de cabeça podendo evoluir para náuseas e vômitos, pele seca, dificuldades para respirar e hálito cetônico (hálito adocicado). Qual o tratamento para a Diabetes Mellitus? O cuidado com a alimentação e nutrição dos escolares com DM, associado a mudanças no estilo de vida e a inclusão da atividade física, são considerados terapias de primeira escolha. Para controlar os níveis de glicose sanguínea, evitando quadros de hipo e hiperglicemia, os indivíduos devem observar de forma cuidadosa e cautelosa a ingestão alimentar, o fracionamento das refeições, a ingestão de alimentos e/ou guloseimas ricos em carboidratos simples (açúcar).
  • 7. 6 É recomendada a ingestão preferencialmente dos carboidratos integrais, bem como, o consumo de hortaliças, leguminosas e frutas,que devem ser consumidas na perspectiva de uma alimentação adequada e saudável. O açúcar de mesa ou produtos contendo açúcar podem eventualmente ser ingeridos, desde que a DM esteja controlada, porém o ideal é que sejam evitados. Orientações quanto à alimentaçãona escola!!! O ambiente escolar faz parte importante da rede social da criança, do adolescente e da juventude. A alimentação adequada e saudável deve ser parte integrante do tratamento do indivíduo com DM. Sendo assim, alguns cuidados são essenciais para que esses indivíduos e suas famílias possam desfrutar deste momento com segurança. Algumas orientações para o âmbito escolar: Orientar os alunos a organizar os horários da sua alimentação (ideal a cada 3 horas) evitando assim a hipoglicemia (queda da glicose no sangue); Conhecer os sintomas e tratamento de hiper e hipoglicemia; Estimular o aluno, quando for o caso, a acompanhar os níveis de glicose sanguínea (açúcar no sangue) e complementar a refeição quando se fizer necessário; Cuidar o tamanho das porções dos alimentos consumidos, principalmente no caso dos alimentos fontes de carboidratos simples (arroz, farinhas, pães, bolachas, massas, mandioca, batata, etc); Informar ao aluno quanto ao oferecimento ou não de preparações que contenham açúcar, bem como, a substituição por alimentos disponíveis na alimentação escolar; Ficar atento e informar aos alunos sobre a leitura dos rótulos dos alimentos. Para alimentos adoçados prefira os Diet ou Zero, pois nesse caso o açúcar foi totalmente substituído por adoçante. Cuidado para os alimentos Light, pois nesses a quantidade de açúcar foi apenas reduzida e não retirada totalmente; Estimular o consumo diário das verduras e frutas disponíveis na alimentação escolar;
  • 8. 7 ****Alimentos que devem ser evitados!!! Açúcar; Frituras; Bebidas alcoólicas; Chocolate; Doces, mel, melado, sorvetes, rapadura e tortas; Refrigerantes; Carnes gordurosas, pele de aves, embutidos (salsicha, linguiça, salame, mortadela), industrializados (sopas em pacote, atum e sardinha enlatados, caldo de carne concentrado); Condimentos (molho inglês, shoyu, catchup).; Certas combinações como: abacate, caqui, uva, figo, manga e jaca; Arroz combinado com outras fontes de carboidratos como: batata, mandioca, massas, pães, beterraba, abóbora. Pois se ingeridos juntos, a glicemia aumentará rapidamente. ***Consumir sem culpa!!! Frutas: maçã, pêra, laranja, mamão, melão, banana; Verduras: acelga, escarola, almeirão, brócolis; Legumes: abobrinha, vagem, chuchu, cenoura; Óleo vegetal: algodão, girassol, milho, soja; Carnes: bovina magra, peixe, frango (assados, grelhados ou cozidos); Bebidas: leite, café, chá, suco de limão, refrigerantes dietéticos (diet e zero); Produtos industrializados: queijo fresco (tipo minas), margarina, iogurte, geleia dietética, bolacha de água, torrada não doce, pudins com adoçante, gelatina dietética.
  • 9. 8 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ORIENTAÇÕES SOBRE A DOENÇA CELÍACA O que é Doença Celíaca (DC)? Quais os principais sintomas da Doença Celíaca? A doença celíaca pode aparecer de quatro maneiras diferentes: clássica ou típica, não clássica ou atípica, assintomática ou silenciosa e latente: Clássica ou típica: os sintomas aparecem normalmente no intestino da criança, entre os 6 e 24 meses de idade ou quando se inicia a introdução de alimentos com glúten no seu dia a dia. As crianças apresentam diarréia crônica, gases, redução da atividade dos músculos, irritabilidade, vômitos, falta de apetite, sendo que nos casos com grave má-absorção no intestino ocorre a desnutrição, podendo acarretar em diminuição do crescimento. digestivas estão ausentes ou são menos frequentes que na forma clássica. As crianças podem apresentar manifestações isoladas como: anemia por deficiência de ferro, de folato ou vitamina B12, diminuição na formação do esmalte dentário, dores nas articulações ou artrites, constipação intestinal resistente ao tratamento. Quando acomete adolescentes e/ou adultos, na forma mais grave (sem tratamento adequado) A Doença Celíaca é uma doença que causa inflamações nas camadas da parede do intestino delgado, provocando má absorção dos nutrientes. É causada pela intolerância permanente ao glúten em pessoas que já possuam uma tendência genética. O que é o GLÚTEN = é um conjunto de proteínas presentes em alguns cereais como o trigo, centeio, cevada, malte e aveia. Os quais são amplamente utilizados na fabricação de diversos alimentos. Não clássica ou atípica: acomete crianças geralmente entre 5 e 7 anos, caracterizando-se por apresentar poucos sintomas, sendo que as manifestações digesti Em casos de presença de alguns desses sintomas, deve-se orientar o escolar e seus familiares a procurar um médico para que o diagnóstico seja feito com eficiência e o tratamento orientado corretamente.
  • 10. 9 pode haver atraso do desenvolvimento hormonal, irregularidade do ciclo menstrual, esterilidade, abortos de repetição, entre outros sintomas. Assintomática ou silenciosa: apresenta alterações nas paredes do intestino delgado características da doença celíaca, associada à ausência de sintomas. Latente: Nestes casos o indivíduo apresenta exames laboratoriais positivos, porém a biópsia intestinal é normal, ou seja, sem manifestações da doença. No entanto, estes indivíduos podem desenvolver a doença, por serem geneticamente predispostos à mesma. Como tratar a Doença Celíaca? O tratamento da doença celíaca é essencialmente através de controle da dieta, consistindo na retirada total do glúten da alimentação durante toda a vida, tanto para os indivíduos sintomáticos, quanto para os assintomáticos. A retirada do glúten leva progressivamente à diminuição dos sintomas e restauração das células da parede intestinal. Em substituição ao glúten (que está presente somente no trigo, centeio, aveia, cevada, malte e seus derivados) é possível utilizar o milho (farinha de milho, amido de milho, fubá), arroz (farinha de arroz), batata (fécula de batata) e mandioca (farinha de mandioca e polvilho). Outros alimentos como leguminosas, gorduras, óleos e azeites, legumes, hortaliças, frutas, ovos, carnes e leite devem ser utilizados normalmente na dieta de indivíduos celíacos, atendendo às necessidades nutricionais de acordo com a idade e o estado nutricional das crianças. Há um considerável número de produtos industrializados que apresentam glúten em seus componentes. Por esse motivo a necessidade do celíaco e seus familiares em ficarem atentos aos rótulos dos produtos, pois segundo o artigo 1º da Lei Federal nº 10.674, de 16 de maio de 2003, todos os alimentos industrializados que contenham glúten, deverão conter, obrigatoriamente, as inscrições “Contém Glúten” ou “Não Contém Glúten”. Que cuidados devemos ter ao preparar os alimentos? Ao preparar alimentos para celíacos, é preciso ter muito cuidado em todas as etapas do processo. Um grande desafio ao trabalhar com coletividade (onde há presença de indivíduos com e sem doença celíaca) é a contaminação dos alimentos e/ou
  • 11. 10 preparações que não contém glúten com aqueles que contém. Os alimentos sem glúten devem, de acordo com as condições de cada local, ser preparados em locais e horários diferenciados dos produtos que contenham glúten. O ambiente, a bancada de trabalho e os utensílios a serem utilizados devem estar totalmente limpos e isentos de quaisquer resíduos que contenham glúten. Orientações quanto à alimentação na escola!!! A escola aparece como espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de melhoria das condições de saúde e do estado nutricional dos escolares, sendo um ambiente estratégico para a concretização de iniciativas de promoção da saúde. Especificações dos alimentos: Obs: Na escola cabe aos manipuladores ter o cuidado para não haver a contaminação dos produtos sem glúten no preparo dos alimentos e manuseio de utensílios, visto que as escolas também fazem o preparo e manipulação de alimentos com glúten (pão, biscoitos, macarrão, bolos). Grupos de alimentos Permitidos Proibidos Farinhas Arroz = farinha de arroz, creme de arroz, arrozina, arroz integral em pó e seus derivados. Milho = fubá, farinha, amido de milho, flocos, canjica e pipoca. Batata = fécula ou farinha. Mandioca ou Aipim = fécula ou farinha, como a tapioca, polvilho doce ou azedo. TRIGO, AVEIA, CENTEIO, CEVADA e MALTE e todos os produtos elaborados com os cereais citados acima = bolos, bolachas, biscoitos, pães, massas, pizzas tortas, salgadinhos, waffer. Leites e derivados Leite em pó, leites integrais, desnatados e semi desnatados. Queijos frescos, tipo minas, ricota, parmesão. Pães de queijo. Para iogurte e requeijão, verifique observações nas embalagens. Leite condensado e cremes de leite. Leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos, queijos preparados com cereais proibidos. Na dúvida ou ausência das informações corretas nas embalagens, não adquira o produto. Condimentos Sal, pimenta, cheiro-verde, erva, temperos caseiros, maionese caseira, vinagre fermentado de vinhos tinto e de arroz, glutamato monossódico (Ajinomoto). Maionese, catchup, mostarda e temperos industrializados podem conter o glúten. Leia com muita atenção o rótulo. Açúcares, doces e achocolatados Açúcar de cana, mel, melado, rapadura, glucose de milho, malto-dextrina, dextrose, glicose. Geléias de fruta e de mocotó, doces e sorvetes caseiros preparados com alimentos permitidos. Achocolatados de cacau, balas e caramelos. Para todos os casos, verifique as embalagens. Carnes, peixes e produtos do mar, ovos e vísceras Todas, incluindo presunto e lingüiça caseira. Patês enlatados, embutidos (salame, salaminho e algumas salsichas), carnes à milanesa. Gorduras e óleos Gorduras animais e óleos vegetais. - Hortaliças e frutas Livre consumo. -
  • 12. 11 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL PRINCESA DO JACUÍ – CAPITAL NACIONAL DO ARROZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SMEd ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ORIENTAÇÕES SOBRE A INTOLERÂNCIA À LACTOSE O que é Intolerância à Lactose? A lactose é o açúcar predominante no leite e também presente em seus derivados. Intolerância à lactose é a diminuição da capacidade de digerir esse açúcar e ocorre devido à redução na atividade da lactase. A lactase é a enzima presente na mucosa intestinal, responsável pela absorção da lactose. Quais os principais sintomas da Intolerância à Lactose? O que realmente caracteriza a intolerância à lactose são os sintomas decorrentes da má absorção do açúcar, ocorrendo a fermentação no intestino. Essa fermentação ocasiona os sintomas típicos da patologia que incluem: dor abdominal, inchaço, flatulência, diarréia e em alguns casos náuseas e vômitos. Pode haver também constipação. Em alguns casos a intolerância à lactose pode ser responsável por diversos sintomas sistêmicos, como dores de cabeça e vertigens, perda de concentração, dificuldade de memória de curto prazo, dores musculares e articulares, cansaço intenso e alergias diversas. Obs: Esses sintomas podem variar com o tipo de alimento ingerido e de pessoa para pessoa. Considerações sobre o tratamento: O tratamento indicado é a redução ou eliminação temporária do consumo de leite e/ou derivados, a fim de aliviar os sintomas. A exclusão total e definitiva da lactose da dieta não é aconselhada, especialmente em crianças, pois pode acarretar prejuízo no consumo de outros nutrientes, principalmente o cálcio.
  • 13. 12 Além disto, a quantidade que pode ser ingerida sem desencadear sintomas varia conforme a tolerância individual. Dependendo da tolerância pode haver maior ou menor exigência quanto à restrição da lactose, dessa forma, é válido enfatizar a importância da leitura dos rótulos dos produtos industrializados para identificar a presença de lactose na sua composição. Além dos alimentos, a lactose também é utilizada na fabricação de medicamentos, em comprimidos e cápsulas. Assim, ressalta-se também a importância da leitura da bula antes da utilização do medicamento. Como orientar a alimentação dos Intolerantes à Lactose? Ao receber um aluno com diagnóstico de intolerância à lactose, deve-se questionar sobre sua tolerância individual, que pode ser identificada através do diagnóstico e orientação médica, e junto a família, que já conhece as limitações alimentares. Essa informação é importante para a pessoa com intolerância à lactose e sua família, que poderão adequar as quantidades de alimento a ser ingerido. Além disso, a escola também deve ser informada dos principais sintomas e níveis de tolerância dos escolares com diagnóstico da doença, uma vez que deverá adequar suas preparações e trabalhar a educação alimentar e nutricional, com o objetivo de evitar o desenvolvimento dos sintomas e fazer a inclusão social do escolar. Dessa forma, o cardápio dos alunos com intolerância à lactose deverá ser adaptado de acordo com o grau da intolerância. Orienta-se a adaptação das preparações, substituindo os ingredientes que contém lactose por outros isentos.
  • 14. 13 Composição dos alimentos: Contém Lactose – NÃO CONSUMIR Baixo Teor de Lactose – EVITAR Sem Lactose – PERMITIDOS Leite Condensado integral / desnatado Creme de leite integral / desnatado Leite integral /semi-desnatado / desnatado de vaca, cabra, ovelha Chantilly Iogurte comum Queijos e requeijão Chocolate Maionese industrializada* Achocolatados* Sopa creme instantânea* Biscoitos recheados* Panquecas Molhos para saladas* Misturas para bolos Purê de batatas Ovos mexidos Pudins Souflês Licores Cremosos Adoçantes* Leite com baixo teor de lactose Iogurte com lactobacilos vivos Leites fermentados (Yakult) Queijos maturados (como o queijo parmesão) Chocolate meio-amargo* / amargo* Margarina* Massa folhada Leite condensado de soja Creme de leite de soja Creme Vegetal (semelhante à margarina) Doce de soja Iogurte à base de soja Leite de soja e de cereais (arroz, aveia) Leite de coco Pães em geral* Carnes Frutas, vegetais e leguminosas Mostarda Maionese caseira Massas (fettucine, macarrão) Molho de tomates Cacau em pó Cereais matinais* Geleias Merengue Doces em calda Temperos em pó / tabletes* *Achocolatados: muitos são fabricados com leite em pó ou soro de leite em pó; *Adoçantes: muitos adoçantes contêm lactose. É importante verificar o rótulo; *Molhos para saladas: Muitos molhos para saladas são elaborados com queijo ou leite; *Sopa creme instantânea: uma maioria leva creme de leite ou leite em pó em seus ingredientes, mas há algumas poucas marcas sem laticínios na composição; *Cereais matinais: atenção principalmente para os cereais com chocolate ou açucarados, alguns podem ser feitos com leite em pó; *Maionese industrializada: a maioria não é feita com leite, mas alguns produtos contêm leite em pó; *Pães em geral: muitos são elaborados com leite, mas dependendo do grau de intolerância, a quantidade de leite usada no pão é pequena e pode não causar sintomas ao intolerante;
  • 15. 14 *Temperos em pó: a maioria dos temperos não leva leite ou derivados, mas muitos alertam que contém traços de leite. Para quem tem intolerância à lactose não é um problema. Apenas para quem têm alergia as proteínas do leite. Orientações gerais: O consumo de queijos, iogurtes, bebidas lácteas, leite fermentado deve ser de acordo com a tolerância de cada indivíduo; Para substituir o leite de vaca usar na mesma quantidade a bebida à base de soja (se não for alérgico à soja) ou água ou suco de frutas e/ou vegetais ou bebida à base de arroz; Para compensar a falta de cálcio, devem ser ingeridos os vegetais verdes-escuros como: espinafre, brócolis e couve. Alimentos processados podem conter uma série de ingredientes que muitas vezes não estão especificados no rótulo. Prefira os alimentos naturais preparados por você ou pessoas de sua confiança; Observar a composição dos alimentos preparados, como: bolos, tortas e pudins, verificando se usam leite e por tanto se contém lactose na sua composição; Habitue-se a ler as embalagens de TODOS os produtos que adquirir (sopas, pães, biscoitos, “papinhas”, etc.).
  • 16. 15 Referencias utilizadas: Resolução/ CD/ FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Manual de orientação sobre a alimentação escolar para portadores de diabetes, hipertensão, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância a lactose / [organizadores Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos...[et al.] – 2. ed. – Brasília: PNAE: CECANE- SC, 2012. 54 p. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Revista Brasileira de Hipertensão. vol.17, nº 1, p. 11-17, 2010. Conselho Federal de Nutricionistas. Disponível em <http://www.cfn.org.br>. Acesso em 24 de abril de 2013. Ministério da Saúde. Disponível em <www.saude.gov.br>. Acesso em 23 de abril de 2013. ACELBRA/SC. Doença celíaca. Disponível em: http://www.acelbra-sc.org.br/. Acesso em 08 de julho de 2013. BRASIL. Lei Federal 10.674, de 16 de maio de 2003. Obriga a que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da doença celíaca. Brasília; 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.674.htm>. Acessado em: 08 de julho de 2013. Sem Lactose. Disponível em <http://www.semlactose.com>. Acesso em 25 de março de 2013. Elaborado por: Ines Neida Longhi e Gabriela Barchet – Nutricionistas SMEd Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul Secretaria Municipal de Educação – SMEd Alimentação Escolar E-mail: alimentacao.smedcds@gmail.com Blog: alimentacao-smedcachoeiradosul.blogspot.com Telefone: (51) 3724-6039 17 de julho de 2013