1. ENSINO MÉDIO – NAP III
ESTUDANTE: ______________________________________________________________________
ANO: __ TURMA: TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012 TRIMESTRE: ___________
COMPONENTE CURRICULAR: GRAMÁTICA EDUCADOR(A): ANA CECÍLIA
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QUESTÃO 1
Texto comum às questões: 1 e 2.
Um caso especial de variação de estilo é o que se vê no tabu linguístico, quando os falantes evitam determinados assuntos como um
todo, ou certas palavras em situações particulares (por exemplo, na presença de estranhos, de membros do sexo oposto, de
crianças, de pessoas mais velhas etc). Tanto quanto se sabe, esse fenômeno é encontrado em todas as comunidades, embora o tipo
de assunto e de vocabulário, assim como as situações nas quais os tabus operam, variem consideravelmente. Na Inglaterra, nomes
de divindades e palavras com conotações religiosas (sem dúvida, relíquias de atitudes mágicas mais antigas em relação à língua),
da mesma forma que palavras consideradas obscenas, algumas vezes parecem aliviar os sentimentos de tensão simplesmente ao
serem pronunciadas; mas, na maioria das situações, seu uso é desaprovado como blasfêmia e outras expressões são introduzidas.
(R. H. Robins, Linguística Geral, Porto Alegre, Ed.Globo)
(ESPM RS/2012)
De acordo com o texto, podemos inferir que:
a) O indivíduo, ao falar, observa regras implícitas de comunicação.
b) A fala é decorrente do aprendizado de expressões religiosas.
c) Falar significa manifestar a própria personalidade.
d) Há indivíduos tímidos, que evitam a blasfêmia.
e) Há indivíduos que blasfemam em qualquer situação.
QUESTÃO 2
(ESPM RS/2012)
Para o autor, a Inglaterra:
a) simboliza um caso especial de variação de estilo de falar.
b) apresenta-se como uma exceção linguística ao usar nomes de divindades ou palavras religiosas.
c) observa regras de mágica religiosa em situações de tensão no ato da fala.
d) constitui um exemplo de variação de estilo de falar em decorrência de tabus linguísticos.
e) apresenta exemplos gritantes de xingamentos em situações de tensão.
QUESTÃO 3
Texto comum às questões: 3 e 4.
Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus
usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma
avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo,
embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma,
como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o
que se torna uma ponderável força contrária à variação.
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
(FUVEST SP/2012)
De acordo com o texto, em relação às demais variedades do idioma, a língua padrão se comporta de modo
a) inovador.
b) restritivo.
c) transigente.
d) neutro.
e) aleatório.
2. QUESTÃO 4
(FUVEST SP/2012)
Depreende-se do texto que uma determinada língua é um
a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser considerada exemplar.
b) sistema de signos estruturado segundo as normas instituídas pelo grupo de maior prestígio social.
c) conjunto de variedades linguísticas cuja proliferação é vedada pela norma culta.
d) complexo de sistemas e subsistemas cujo funcionamento é prejudicado pela heterogeneidade social.
e) conjunto de modalidades linguísticas, dentre as quais algumas são dotadas de normas e outras não o são.
QUESTÃO 5
Leia o texto.
– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.
O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou
sobre ele o pé, riscando com o dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais outra. 3 círculos entrelaçados, cujos centros formavam um
triângulo equilátero.
Isto era simpatia para fazer estiar.
ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto
M. (Org.). Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27.
(UEG GO/2012)
A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um
a) registro formal, seguido de um informal.
b) registro informal, seguido de um formal.
c) registro diacrônico, seguido de um regional.
d) registro regional, seguido de um diacrônico.
QUESTÃO 65
Entrevista com Evanildo Bechara
Jornalista. É fato que o português está sendo invadido por expressões inglesas ou americanizadas – como background,
playground, delivery, fastfood, dowload... Isso o preocupa?
Bechara. Não. É preciso diferenciar língua e cultura. O sistema da língua não sofre nada com a introdução de termos
estrangeiros. Pelo contrário, quando esses termos entram no sistema têm de se submeter às regras de funcionamento da
língua, no caso, o português. Um exemplo: nós recebemos a palavra xerox. Ao entrar na língua, ela acabou por se submeter a
uma série de normas. Daí surgiram xerocar, xerocopiar, xerografar, enfim, nasceu uma constelação de palavras dentro do
sistema da língua portuguesa.
Jornalista. Então esse processo não é ruim?
Bechara. É até enriquecedor, pois incorpora palavras. Não há língua que tenha seu léxico livre dos estrangeirismos. A
língua que mais os recebe, curiosamente, é o inglês, por ser um idioma voltado para o mundo.
Hoje, fala-se “delivery”, mas poderíamos dizer “entrega a domicílio”. E há quem diga que o correto é “entrega em
domicílio”. Será? Na dúvida, há quem fique com o “delivery”.
A palavra inglesa delivery não chegou a entrar nos sistemas da nossa língua, pois dela não resultam outras palavras.
Apenas entrou no vocabulário do dia a dia no contexto dos alimentos. Agora deram de falar que “entrega em domicílio” é
melhor do que “entrega a domicílio”. Não sei de onde isso saiu, porque o verbo entregar normalmente se constrói com a
preposição a. Fulano entregou a alma a Deus. De qualquer modo, a língua se enriquece quando você tem dois modos de dizer
a mesma coisa.
Jornalista. E por que usar “delivery”, se temos uma expressão própria em português? Não é mais um badulaque
desnecessário?
Bechara. Não sei se é badulaque, o fato é que a língua, que não tem vida independente, também admite modismos, além
de refletir todas as qualidades e os defeitos do povo que a fala. Estrangeirismos aparecem, somem e podem ser substituídos
por termos nossos. Foi o que aconteceu com a terminologia clássica e introdutória do futebol no Brasil, quando se falava em
goalkeeper, off side e corner. Com a passar do tempo, e sem nenhuma atitude controladora, os termos estrangeiros do
futebol foram dando lugar a expressões feitas no Brasil, como goleiro, impedimento, escanteio.
(Entrevista de Evanildo Bechara. Disponível em
http.//www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=. Acesso em 30
de março de 2008. Adaptado).
(UFAL/2011)
A compreensão global do Texto 1 – que resulta da articulação entre os elementos contextuais e o material linguístico
presente – nos leva a reconhecer como afirmações principais do texto as seguintes:
1. “o português está sendo invadido por expressões inglesas ou americanizadas”.
3. 2. “Não há língua que tenha seu léxico livre dos estrangeirismos”.
3. “a língua se enriquece quando você tem dois modos de dizer a mesma coisa”.
4. “O sistema da língua não sofre nada com a introdução de termos estrangeiros”.
5. “os termos estrangeiros do futebol foram dando lugar a expressões feitas no Brasil”.
Estão corretas:
a) 1, 2, 3 e 5 apenas
b) 2, 3 e 4 apenas
c) 3 e 5, apenas
d) 1, 2 e 4, apenas
e) 1, 2, 3, 4 e 5