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Dom Bosco
Parte I: Um sonho profético
www.catequesecasa.wordpress.com
Maio de 1825. A noite chega calma e serena
nas colinas e vales da Itália, onde vivem os
modestos camponeses. Foi mais um dia de
trabalho árduo. Mas para Joãozinho Bosco
foi também um dia de brincadeiras. Ele
agora dorme um sono tranquilo, e sonha…
Em seu sonho, percebe jovens que brincam
alegres, correm, e alguns que se
desentendem e falam palavrões. Joãozinho
pede a eles que não briguem nem digam
blasfêmias, mas não é atendido.
Vendo que com palavras nada conseguia,
pretendeu impor seu pensamento à base de
socos e bofetões. E a briga foi generalizada!
Em meio à pancadaria, um homem se
aproxima de Joãozinho e lhe fala: -”Não
será com pancadas que transformarás esses
jovens em amigos. Trata-os com bondade!
Mostra-lhes quão bela é a virtude e quão
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-”Quem é o Senhor, hein? Olha, moço, não
dá para fazer o que o Sr. pede! Eu nunca
iria conseguir!”
-”Certamente o conseguirás com
obediência e estudo. Para isso, tenho aqui
a mais sábia das mestras: minha mãe!”
Nossa Senhora pede a Joãozinho que olhe
em volta e diga o que vê. Ele diz que pode
ver lobos, ursos e outros animais ferozes.
Quando Maria pede que ele se aproxime
desses animais e tente domesticá-los,
Joãozinho se nega terminantemente.
De uma hora para a outra, então, todas aquelas
feras transformaram-se em cordeirinhos. João
Bosco não entende mais nada.
-”Eis tua missão: procura conduzir esses jovens
ao bom caminho. Leva-os a Deus! Tudo
compreenderás. Torna-te humilde, forte e
corajoso.”
A visão desaparece e Joãozinho acorda.
Fica a imaginar quem seria aquele Senhor
tão sábio e aquela Senhora tão bondosa…
Assim, decidiu contar aos outros da casa o
que sonhou.
João, na manhã seguinte, conta o sonho a seus
familiares. As interpretações são as mais variadas. Seu
irmão José acha que ele será pastor de ovelhas ou
caçador, já que no sonho apareciam cordeiros e
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Perguntando a opinião de sua mãe, ela responde:
-”Bem, filho, talvez você seja padre, algum dia!”
-”Acho que mamãe tem razão. Se quero
acabar com as desavenças, ser padre é uma
boa ideia. Minha campanha vai começar
agora: apresentarei números de mágica
para que a turma se divirta. Isto servirá
para mantê-los afastados das brigas!”
E, assim, João Bosco vai divertindo seus
amigos… Todos estão ali, com os olhos
pregados nos números de mágica. Ao fim
de cada apresentação, ele ouve palmas e
elogios!
Mas em casa não é nada disso que espera
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a Joãozinho que terá de trabalhar, se quiser
comer. De nada adianta explicar sobre a
necessidade daquela diversão.
No dia seguinte, durante a oração com os
amigos, Joãozinho mostra-se preocupado, e
a todo instante olha para os lados de sua
casa. Seus companheiros não entendem o
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Mesmo assim, os truques e acrobacias têm
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orientado por mamãe Margarida, a quem ele
pede que perdoe as faltas cometidas em casa.
Na quaresma de 1827, Margarida envia João
para a catequese paroquial.
A partir daquele momento, a cada dia ele
estava mais ligado à existência de Deus e às
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lhe saíam da cabeça – “Mostra-lhes quão
bela é a virtude”… – “Você vai ser pastor”...
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Em casa, a situação não é boa. Antônio diz não ter mais
paciência para aturar alguém que só quer estudar, sem
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João sai de casa para ser serviçal na casa dos Moglia,
em Moncucco. Ficaria ai até novembro de 1829.
Observando o filho que partia, mamãe Margarida o
abençoa e faz uma prece, pedindo a Deus que o
acompanhe, indicando o bom caminho.
A conselho da mãe, João procura os Moglia.
Conseguiu ser aceito como serviçal no campo com
a condição de o deixarem ir à escola do pároco em
Moncucco enquanto deixaria de bom grado o
salário. Nas horas livres, estudava com o pároco
Francisco Cottino (1768-1840), fazendo muito
proveito e progresso.
Em sua adolescência, Bosco conhece também o
padre João Calosso. O encontro aconteceu em
novembro de 1829, após um sermão, durante o
período das Missões. João diz ao padre do seu
interesse em conduzir os jovens ao caminho do
bem. Satisfeito, Calosso recomenda que cultive
esse pensamento e conte com ele para continuar
os estudos.
No domingo seguinte, João foi ver o padre
Calosso com sua mãe, e ficou combinado
que ele o daria diariamente uma aula e
João empregaria o resto do dia trabalhando
no campo, para contentar Antônio.
“Coloquei-me logo nas mãos do P. Calosso. Abri-me
inteiramente a ele. Fiquei sabendo assim quanto vale um guia
estável, um fiel amigo da alma, que até então não tivera”,
afirma D. Bosco nas Memórias do Oratório. E continua: “O
digno ministro de Deus me chamou um dia e me disse:
Joãozinho, puseste em mim tua confiança, e não quero que isso
seja inútil. Deixa, pois, esse irmão malvado, vem comigo e terás
um pai amoroso. Comuniquei à mamãe o caridoso convite, e foi
uma festa em casa. No mês de abril, passei a conviver com o
capelão, voltando para casa somente à noitinha para dormir. O
P. Calosso tornou-se como um pai admirável para mim”.
“Chegou o dia, no entanto, em que o P. Calosso foi vencido pelo
tempo. Em abril de 1830, o P. Calosso passou mal, sofreu um ataque
apoplético. Reconheceu-me, queria falar, mas já não podia articular
uma palavra. Deu-me a chave do dinheiro, fazendo gestos como para
indicar que não a entregasse a ninguém. Morreu no dia 21 de
novembro de 1830, com 75 anos. Eram 6.000 liras. Chegaram os
herdeiros e entreguei-lhes a chave e tudo o mais”.
Com a perda do mestre e companheiro, João retoma à casa
da mãe. Ele continua os estudos na escola municipal de
Castelnuovo. São 20 quilômetros por dia, e é inverno.
Muitas vezes vai de pés descalços, para economizar
calçados. Em 1830, com a chegada de Antônio à maioridade,
Margarida faz a divisão dos bens patrimoniais. A casa dos
Becchi foi dividida, com Antônio numa parte e José, com a
mãe e o irmão na outra. A avó havia morrido em 1826.
Certa noite, o sonho dos 9 anos volta a se repetir,
João revê Nossa Senhora e os cordeiros. Foi
asperamente repreendido por ter colocado esperança
nos homens e não na bondade do Pai do céu, devido
ao fato de até ter ficado doente, depois da morte do
P. Calosso. Ao acordar, se sentiria mais confiante e
corajoso para prosseguir e dirigir seu rebanho.
João sentia uma verdadeira atração pelos
sacerdotes que conhecia. Numa festa da
Igreja, ele conhece o seminarista Cafasso.
Isso aconteceu no segundo domingo de
outubro de 1830, festa da Maternidade de
Maria Santíssima.
–”Sou de Becchi, meu nome é João Bosco. O senhor
aceita um convite para visitar a barraca das mágicas?”
- Obrigado, João. Meus espetáculos são as cerimônias da
Igreja, sabe?”
–”Eu também gosto de Igreja, mas por enquanto vou
dividindo o meu tempo e faço as duas coisas.”
-”Entendo... Mas quando se é sacerdote, a gente se
consagra por inteiro a Deus. As outras coisas ficam em
segundo lugar!”
João Bosco chegou a Chieri em 3 de novembro de
1831 para prosseguir estudando. Inicia os estudos
de latinidade no “colégio” ou escola pública de
Chieri em um ano, faz a sexta e quinta séries. Em
1832, inicia a quarta série completando-a com a
terceira. Em 1833, inicia a segunda série ou ano de
humanidades. Foi crismado em 4 de agosto de 1834.
Na aula, tudo agora é contentamento. Com
alguns colegas, João funda a “Sociedade da
Alegria”, onde a obrigação de todo sócio é
cumprir com alegria todos os deveres com
Deus e com a escola.
João já se considera um jovem responsável.
Sente uma grande paixão pela juventude.
Aprimora seus dotes artísticos e
desportivos. Em todos os seus atos, Deus
está presente.
João fez amizade com um jovem judeu,
chamado “Jonas”, Jacob Levi. (1816-1870).
Contrariando seu pai, este jovem hebreu
preferiu ser expulso do lar a deixar a
amizade de Bosco.
João o preparou para
receber o batismo, realizado
na catedral de Chieri, em 10
de agosto de 1834, mudando
o nome e sobrenome para
Luís Bolmida.
Outro amigo especial de Bosco foi Luís
Comollo. Era um garoto alegre, comportado,
cumpridor de seus deveres.
Devido ao seu temperamento pacífico, os
outros se aproveitavam para provocá-lo e
zombar dele.
Um dia, estavam prestes a bater em
Comollo. Quando apareceu João Bosco.
Energicamente, ele mandou que parassem
logo com aquela covardia, batendo nos
colegas. Depois disso, os agressores se
retiraram.
A partir dai, Comollo e Bosco passam a cultivar uma grande
amizade. Ambos têm em mente o mesmo ideal: entrar para o
seminário! Dom Bosco escreveu nas Memórias do Oratório o
que lhe disse Comollo: “Meu amigo, tua força me espanta;
lembra-te, porém, que Deus não a deu para massacrar os
colegas. Ele quer que nos amemos e perdoemos, que
façamos o bem a quem nos faz o mal. Pus-me inteiramente
em suas mãos, deixando-me guiar”.
Em 1834, João pensava em entrar no Convento dos Franciscanos. Inscreveu-se no
convento de Santa Maria dos Anjos, em Turim. Porém, teve um sonho, onde era dito que
não deveria entrar no convento. Foi então se aconselhar com o P. Cafasso, em Turim. Seu
conselheiro espiritual foi radical: aconselhou-o a continuar seus estudos e depois
ingressar no seminário. Nada de ser frade! Deu a João coragem e otimismo, prometendo
inclusive ajudá-lo materialmente. Os amigos procuram João para dizer-lhe que todos
estarão presentes no dia de sua entrada no seminário. A notícia o deixa muito satisfeito.
Assim, aos vinte anos, João Bosco veste o hábito
eclesiástico, em 25 de outubro de 1835. Com a
ajuda da mãe e dos amigos, conseguiu alcançar
este grande dia. Mamãe Margarida era a mais
alegre entre todos, e não cansava de agradecer a
Deus e ao filho, por tamanha felicidade.
“João, você vestiu o hábito de sacerdote. Sinto toda a consolação que uma
mãe possa sentir. Lembre-se, porém, de que não é o hábito que o dignifica,
mas a virtude. Se algum dia vier a duvidar de sua vocação, não desonre este
hábito. Deixe-o imediatamente. Prefiro ter um filho pobre camponês a um
sacerdote que descure seus deveres. Quando você nasceu, consagrei-o a
Nossa Senhora. Quando começou os estudos, recomendei-lhe que amasse a
essa nossa boa Mãe. Agora, recomendo que seja todo d’Ela”. Estas foram as
palavras ditas por mamãe Margarida quando Dom Bosco entrou no
Seminário.

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Dom Bosco sonho profético

  • 1. Dom Bosco Parte I: Um sonho profético www.catequesecasa.wordpress.com
  • 2. Maio de 1825. A noite chega calma e serena nas colinas e vales da Itália, onde vivem os modestos camponeses. Foi mais um dia de trabalho árduo. Mas para Joãozinho Bosco foi também um dia de brincadeiras. Ele agora dorme um sono tranquilo, e sonha…
  • 3. Em seu sonho, percebe jovens que brincam alegres, correm, e alguns que se desentendem e falam palavrões. Joãozinho pede a eles que não briguem nem digam blasfêmias, mas não é atendido.
  • 4. Vendo que com palavras nada conseguia, pretendeu impor seu pensamento à base de socos e bofetões. E a briga foi generalizada!
  • 5. Em meio à pancadaria, um homem se aproxima de Joãozinho e lhe fala: -”Não será com pancadas que transformarás esses jovens em amigos. Trata-os com bondade! Mostra-lhes quão bela é a virtude e quão desprezível é o vício.”
  • 6. -”Quem é o Senhor, hein? Olha, moço, não dá para fazer o que o Sr. pede! Eu nunca iria conseguir!” -”Certamente o conseguirás com obediência e estudo. Para isso, tenho aqui a mais sábia das mestras: minha mãe!”
  • 7. Nossa Senhora pede a Joãozinho que olhe em volta e diga o que vê. Ele diz que pode ver lobos, ursos e outros animais ferozes. Quando Maria pede que ele se aproxime desses animais e tente domesticá-los, Joãozinho se nega terminantemente.
  • 8. De uma hora para a outra, então, todas aquelas feras transformaram-se em cordeirinhos. João Bosco não entende mais nada. -”Eis tua missão: procura conduzir esses jovens ao bom caminho. Leva-os a Deus! Tudo compreenderás. Torna-te humilde, forte e corajoso.”
  • 9. A visão desaparece e Joãozinho acorda. Fica a imaginar quem seria aquele Senhor tão sábio e aquela Senhora tão bondosa… Assim, decidiu contar aos outros da casa o que sonhou.
  • 10. João, na manhã seguinte, conta o sonho a seus familiares. As interpretações são as mais variadas. Seu irmão José acha que ele será pastor de ovelhas ou caçador, já que no sonho apareciam cordeiros e animais ferozes. Antônio, que será chefe de bandidos. Sua avó afirma que em sonhos não se deve acreditar. Perguntando a opinião de sua mãe, ela responde: -”Bem, filho, talvez você seja padre, algum dia!”
  • 11. -”Acho que mamãe tem razão. Se quero acabar com as desavenças, ser padre é uma boa ideia. Minha campanha vai começar agora: apresentarei números de mágica para que a turma se divirta. Isto servirá para mantê-los afastados das brigas!”
  • 12. E, assim, João Bosco vai divertindo seus amigos… Todos estão ali, com os olhos pregados nos números de mágica. Ao fim de cada apresentação, ele ouve palmas e elogios!
  • 13. Mas em casa não é nada disso que espera por ele. Seu irmão, Antônio, zangado, avisa a Joãozinho que terá de trabalhar, se quiser comer. De nada adianta explicar sobre a necessidade daquela diversão.
  • 14. No dia seguinte, durante a oração com os amigos, Joãozinho mostra-se preocupado, e a todo instante olha para os lados de sua casa. Seus companheiros não entendem o que se passa.
  • 15. Mesmo assim, os truques e acrobacias têm prosseguimento. A turma toda se alegra com as habilidades de João!
  • 16. Passa o tempo e João Bosco vai crescendo. Agora, prepara-se para a primeira comunhão, orientado por mamãe Margarida, a quem ele pede que perdoe as faltas cometidas em casa. Na quaresma de 1827, Margarida envia João para a catequese paroquial.
  • 17. A partir daquele momento, a cada dia ele estava mais ligado à existência de Deus e às maravilhas da natureza. Algumas frases não lhe saíam da cabeça – “Mostra-lhes quão bela é a virtude”… – “Você vai ser pastor”... – “Talvez você seja padre, algum dia.”
  • 18. Em casa, a situação não é boa. Antônio diz não ter mais paciência para aturar alguém que só quer estudar, sem se preocupar com o trabalho. Em fevereiro de 1828, João sai de casa para ser serviçal na casa dos Moglia, em Moncucco. Ficaria ai até novembro de 1829. Observando o filho que partia, mamãe Margarida o abençoa e faz uma prece, pedindo a Deus que o acompanhe, indicando o bom caminho.
  • 19. A conselho da mãe, João procura os Moglia. Conseguiu ser aceito como serviçal no campo com a condição de o deixarem ir à escola do pároco em Moncucco enquanto deixaria de bom grado o salário. Nas horas livres, estudava com o pároco Francisco Cottino (1768-1840), fazendo muito proveito e progresso.
  • 20. Em sua adolescência, Bosco conhece também o padre João Calosso. O encontro aconteceu em novembro de 1829, após um sermão, durante o período das Missões. João diz ao padre do seu interesse em conduzir os jovens ao caminho do bem. Satisfeito, Calosso recomenda que cultive esse pensamento e conte com ele para continuar os estudos.
  • 21. No domingo seguinte, João foi ver o padre Calosso com sua mãe, e ficou combinado que ele o daria diariamente uma aula e João empregaria o resto do dia trabalhando no campo, para contentar Antônio.
  • 22. “Coloquei-me logo nas mãos do P. Calosso. Abri-me inteiramente a ele. Fiquei sabendo assim quanto vale um guia estável, um fiel amigo da alma, que até então não tivera”, afirma D. Bosco nas Memórias do Oratório. E continua: “O digno ministro de Deus me chamou um dia e me disse: Joãozinho, puseste em mim tua confiança, e não quero que isso seja inútil. Deixa, pois, esse irmão malvado, vem comigo e terás um pai amoroso. Comuniquei à mamãe o caridoso convite, e foi uma festa em casa. No mês de abril, passei a conviver com o capelão, voltando para casa somente à noitinha para dormir. O P. Calosso tornou-se como um pai admirável para mim”.
  • 23. “Chegou o dia, no entanto, em que o P. Calosso foi vencido pelo tempo. Em abril de 1830, o P. Calosso passou mal, sofreu um ataque apoplético. Reconheceu-me, queria falar, mas já não podia articular uma palavra. Deu-me a chave do dinheiro, fazendo gestos como para indicar que não a entregasse a ninguém. Morreu no dia 21 de novembro de 1830, com 75 anos. Eram 6.000 liras. Chegaram os herdeiros e entreguei-lhes a chave e tudo o mais”.
  • 24. Com a perda do mestre e companheiro, João retoma à casa da mãe. Ele continua os estudos na escola municipal de Castelnuovo. São 20 quilômetros por dia, e é inverno. Muitas vezes vai de pés descalços, para economizar calçados. Em 1830, com a chegada de Antônio à maioridade, Margarida faz a divisão dos bens patrimoniais. A casa dos Becchi foi dividida, com Antônio numa parte e José, com a mãe e o irmão na outra. A avó havia morrido em 1826.
  • 25. Certa noite, o sonho dos 9 anos volta a se repetir, João revê Nossa Senhora e os cordeiros. Foi asperamente repreendido por ter colocado esperança nos homens e não na bondade do Pai do céu, devido ao fato de até ter ficado doente, depois da morte do P. Calosso. Ao acordar, se sentiria mais confiante e corajoso para prosseguir e dirigir seu rebanho.
  • 26. João sentia uma verdadeira atração pelos sacerdotes que conhecia. Numa festa da Igreja, ele conhece o seminarista Cafasso. Isso aconteceu no segundo domingo de outubro de 1830, festa da Maternidade de Maria Santíssima.
  • 27. –”Sou de Becchi, meu nome é João Bosco. O senhor aceita um convite para visitar a barraca das mágicas?” - Obrigado, João. Meus espetáculos são as cerimônias da Igreja, sabe?” –”Eu também gosto de Igreja, mas por enquanto vou dividindo o meu tempo e faço as duas coisas.” -”Entendo... Mas quando se é sacerdote, a gente se consagra por inteiro a Deus. As outras coisas ficam em segundo lugar!”
  • 28. João Bosco chegou a Chieri em 3 de novembro de 1831 para prosseguir estudando. Inicia os estudos de latinidade no “colégio” ou escola pública de Chieri em um ano, faz a sexta e quinta séries. Em 1832, inicia a quarta série completando-a com a terceira. Em 1833, inicia a segunda série ou ano de humanidades. Foi crismado em 4 de agosto de 1834.
  • 29. Na aula, tudo agora é contentamento. Com alguns colegas, João funda a “Sociedade da Alegria”, onde a obrigação de todo sócio é cumprir com alegria todos os deveres com Deus e com a escola.
  • 30. João já se considera um jovem responsável. Sente uma grande paixão pela juventude. Aprimora seus dotes artísticos e desportivos. Em todos os seus atos, Deus está presente.
  • 31. João fez amizade com um jovem judeu, chamado “Jonas”, Jacob Levi. (1816-1870). Contrariando seu pai, este jovem hebreu preferiu ser expulso do lar a deixar a amizade de Bosco.
  • 32. João o preparou para receber o batismo, realizado na catedral de Chieri, em 10 de agosto de 1834, mudando o nome e sobrenome para Luís Bolmida.
  • 33. Outro amigo especial de Bosco foi Luís Comollo. Era um garoto alegre, comportado, cumpridor de seus deveres.
  • 34. Devido ao seu temperamento pacífico, os outros se aproveitavam para provocá-lo e zombar dele.
  • 35. Um dia, estavam prestes a bater em Comollo. Quando apareceu João Bosco. Energicamente, ele mandou que parassem logo com aquela covardia, batendo nos colegas. Depois disso, os agressores se retiraram.
  • 36. A partir dai, Comollo e Bosco passam a cultivar uma grande amizade. Ambos têm em mente o mesmo ideal: entrar para o seminário! Dom Bosco escreveu nas Memórias do Oratório o que lhe disse Comollo: “Meu amigo, tua força me espanta; lembra-te, porém, que Deus não a deu para massacrar os colegas. Ele quer que nos amemos e perdoemos, que façamos o bem a quem nos faz o mal. Pus-me inteiramente em suas mãos, deixando-me guiar”.
  • 37. Em 1834, João pensava em entrar no Convento dos Franciscanos. Inscreveu-se no convento de Santa Maria dos Anjos, em Turim. Porém, teve um sonho, onde era dito que não deveria entrar no convento. Foi então se aconselhar com o P. Cafasso, em Turim. Seu conselheiro espiritual foi radical: aconselhou-o a continuar seus estudos e depois ingressar no seminário. Nada de ser frade! Deu a João coragem e otimismo, prometendo inclusive ajudá-lo materialmente. Os amigos procuram João para dizer-lhe que todos estarão presentes no dia de sua entrada no seminário. A notícia o deixa muito satisfeito.
  • 38. Assim, aos vinte anos, João Bosco veste o hábito eclesiástico, em 25 de outubro de 1835. Com a ajuda da mãe e dos amigos, conseguiu alcançar este grande dia. Mamãe Margarida era a mais alegre entre todos, e não cansava de agradecer a Deus e ao filho, por tamanha felicidade.
  • 39. “João, você vestiu o hábito de sacerdote. Sinto toda a consolação que uma mãe possa sentir. Lembre-se, porém, de que não é o hábito que o dignifica, mas a virtude. Se algum dia vier a duvidar de sua vocação, não desonre este hábito. Deixe-o imediatamente. Prefiro ter um filho pobre camponês a um sacerdote que descure seus deveres. Quando você nasceu, consagrei-o a Nossa Senhora. Quando começou os estudos, recomendei-lhe que amasse a essa nossa boa Mãe. Agora, recomendo que seja todo d’Ela”. Estas foram as palavras ditas por mamãe Margarida quando Dom Bosco entrou no Seminário.