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Diretoria de Ensino – Região de Avaré – SP
Núcleo Pedagógico
Projeto de Reestruturação dos Módulos de Língua Inglesa –
CEEJA – DER – Avaré
Maria Glalcy Fequetia Dalcim
PCNP – LEM
Agosto / 2014
Projeto de Reestruturação dos Módulos de Língua Inglesa – CEEJA – DER – Avaré
Maria Glalcy Fequetia Dalcim – PCNP – LEM
Introdução
Na perspectiva atual no estudo de línguas, é mister que reconheçamos as linguagens como
elementos integradores dos sistemas de comunicação, advindo concomitantemente a construção de
uma consciência crítica sobre os usos que se fazem dela. E são os referentes usos que devem nortear
nossas práticas pedagógicas, principalmente no que se refere ao estudo de uma Língua Estrangeira
Moderna (LEM).
Inserido no contexto de ensino e aprendizagem de jovens e adultos, o papel mediador e
instrumentalizador do profissional docente faz-se indispensável, uma vez que o discente busca
ferramentas e estratégias de formação para dar continuidade em seus estudos, muitas vezes de
forma mais autônoma e independente.
Tais características são as marcas base do processo de ensino e aprendizagem desenvolvido
nos CEEJAs (Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos) que se configuram por oferecer
um atendimento personalizado, específico e flexível preferencialmente a alunos trabalhadores que
não cursaram ou não concluíram as etapas da educação básica, correspondentes aos anos finais do
Ensino Fundamental ou do Ensino Médio.
Como integrantes do sistema estadual de ensino, conjugam de mesma matriz curricular.
Torna-se então necessária a observância na manutenção do embasamento teórico e das
competências e habilidades primordiais ao desenvolvimento pleno do discente.
Diante do panorama exposto, salienta-se a necessidade de uma adaptação a proposta
curricular oficial que norteie as ações e planos pedagógicos do docente, bem como instrumente o
discente para o desenvolvimento em continuidade de sua formação.
Objetivos
Este plano tem por objetivo principal nortear as ações pedagógicas dos professores dos
Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no que tange a disciplina de Língua Inglesa e
os aspectos específicos da utilização de uma língua estrangeira moderna, tendo por base as
características inerentes da modalidade e do contexto local.
Dentro desse panorama, destacam-se três objetivos derivantes:
1- Elaborar uma estrutura esquelética curricular onde serão alocadas as ações pedagógicas e
que servirão de base composicional dos conteúdos curriculares.
2- Conceber, de forma sucinta, um conjunto de habilidades e competências norteadoras do
processo de ensino e aprendizagem.
3- Reunir os principais aportes teóricos que embasam o ensino de LEM bem como as
estratégias de leitura e o letramento por gênero.
Justificativa
De acordo com pesquisas elaboradas por Azevedo (2007) e Piconez (2011), entre os
principais desafios apontados por Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico (PCNP) e
Professores de EJA, e apontadas em Piconez (2013), priorizam-se:
• As dificuldades de conciliação entre o ponto de retomada da escolarização e as
possibilidades para seu desenvolvimento na continuidade de estudos;
• A necessidade de discutir efetivamente as estratégias articuladoras para o trabalho
pedagógico em diferentes disciplinas;
• Os desafios de adaptação de materiais destinados às classes de ensino regular e das
diferentes possibilidades de abordagem metodológica;
• A urgência da formação e atualização continuada dos professores para conhecimento
do perfil dos estudantes no contexto do EJA.
Para iniciarmos nossas asserções acerca do enfrentamento de tais dificuldades no trabalho
com jovens e adultos, é imprescindível que conheçamos as principais características desses alunos –
como eles são, o que desejam, como pensam, como aprendem, etc.
Dentro desse panorama, o aluno adulto caracteriza-se por apresentar uma maturidade
emocional e física, um maior nível de responsabilidade e autonomia, além de uma maior
independência financeira, compromisso, compreensão social e consciência de sua presença e de
seus posicionamentos dentro das relações sociais.
No que tange aos seus desejos, segundo Piconez (2013), a motivação está na própria vontade
de crescimento, de ultrapassar a dependência para uma personalidade mais autônoma.
Segundo Souza e Gonçalves (2012), as motivações, expectativas e representações sociais
dos alunos em relação ao trabalho e a escola tem ligação direta com as suas histórias de vida e seu
processo de formação escolar, preconizado de acordo com a realidade social, cultural, econômica e
política na qual esta juventude está inserida.
Outro ponto importante a respeito das dificuldades no trabalho com jovens e adultos é o
posicionamento docente frente ao trabalho pedagógico. Freire (1996) contribuiu de maneira infinda
para a docência de jovens e adultos. Segundo o autor, como presença consciente no mundo não
podemos escapar à responsabilidade ética no nosso mover-se no mundo, desse modo, o professor
deve estar “consciente” da sua atuação, isso exige saber escutar, ter disponibilidade para conversar,
querer bem os alunos. Além dos aspectos interpessoais, destaca que o cotidiano do professor deve
ser explorado como espaço de reafirmação, negociação, criação, resolução de saberes dos conteúdos
e desenvolvimento constante da formação docente, o que implica na abertura e na flexibilidade para
mudanças – necessárias á adaptação das mais diversas realidades que encontramos no trabalho
pedagógico de um modo geral, e mais inerente ainda no trabalho com jovens e adultos.
Ainda dentro dessa esfera, conectada às questões de flexibilização para mudanças, destaca-
se a imprescindibilidade da formação e do trabalho coletivo do corpo docente. Articular
conhecimentos, estratégias, mecanismos, procedimentos são ações essenciais nesse âmbito
característico de ensino, uma vez que o fator “tempo” é central e diminuto – o tempo do docente
com o discente, o tempo do discente para estudo dentro de suas tarefas diárias, além do tempo de
ambos para o desenvolvimento dos módulos. Desse modo, associar saberes, conteúdos, gêneros
dentro dos módulos disciplinares demonstra ser essencial para a otimização do trabalho pedagógico
e para a construção de uma visão geral e inter-relacionada do conhecimento, como realmente
acontece no mundo social.
Chega-se então ao ponto de destaque desse projeto, a necessidade de adaptação de materiais
e reestruturação curricular dos módulos de Língua Inglesa para o CEEJA. Para tanto, observa-se a
imposição de que todo trabalho seja embasado na legislação e nos parâmetros dispostos pelos
órgãos gestores. A seguir, será apresentada uma proposta de estrutura primária para
desenvolvimento das atividades dos módulos.
Embasamento teórico
Gêneros
Um dos pontos iniciais para a discussão e mobilização no processo de elaboração da
reestrutura dos módulos para a disciplina de Língua Inglesa para o CEEJA, fundamenta-se na
primordialidade do desenvolvimento das competências leitoras.
Duas competências gerais norteiam o trabalho com as línguas estrangeiras modernas:
• Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação e
construir uma consciência crítica sobre os usos que se fazem delas.
• Construir um conhecimento sobre a organização de um texto em LEM e aplicá-lo em
diferentes situações de comunicação, tendo por base os conhecimentos de língua
materna.
Como se pode perceber, a leitura constitui-se como aspecto fundamental para o
desenvolvimento social do indivíduo. Segundo Yunes (2009),
(...) o ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento do mundo do texto, seja
ele escrito ou não. A leitura carece da mobilização do universo de conhecimento do outro –
do leitor – para atualizar o universo do texto e fazer sentido na vida, que é o lugar onde o
texto realmente está. (p.9)
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – Língua
Estrangeira Moderna (PCN-LEM)
(...) a leitura atende, por um lado, às necessidades da educação formal, e, por outro, é a
habilidade que o aluno pode usar em seu contexto social imediato. Além disso, a
aprendizagem de leitura em Língua Estrangeira pode ajudar o desenvolvimento integral do
letramento do aluno. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em outra
língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna. (p.20)
Complementando ainda, os PCN-LEM discorrem que
Há ainda outro aspecto a ser considerado, do ponto de vista educacional. É a função
interdisciplinar que a aprendizagem de Língua Estrangeira pode desempenhar no currículo.
O benefício resultante é mútuo. O estudo das outras disciplinas, notadamente de História,
Geografia, Ciências Naturais, Arte, passa a ter outro significado se em certos momentos
forem proporcionadas atividades conjugadas com o ensino de Língua Estrangeira, levando-
se em consideração, é claro, o projeto educacional da escola. (p.37)
Esse mesmo documento traz como objetivo
(...) envolver o aluno desde o início do curso na construção do significado, pondo-se menos
foco no conhecimento sistêmico da Língua Estrangeira. Essa progressão deverá ser a ênfase
no terceiro ciclo (quinta e sexta séries). Já no quarto ciclo (sétima e oitava séries), pode-se
aumentar a proporção de conhecimento sistêmico da Língua Estrangeira. (p.72)
As Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCN- EM) propõe o
desenvolvimento da leitura, da comunicação oral e da escrita como práticas culturais
contextualizadas (p.111). Sugere, ainda, que o planejamento de curso para as aulas de Língua
Estrangeiras tenha, como ponto de partida, temas. O desenvolvimento das habilidades deve, então,
ser pensado a partir deles (p.112). Infere-se aqui o trabalho com os temas transversais – ética,
saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural. A proposta vem a ser educar por meio
do aprendizado de Línguas Estrangeiras. (p.113)
Como se pode constatar, todos esses aportes priorizam a competência leitora frente a um
universo textual ao qual o indivíduo está inserido. Esse universo textual é caracterizado por uma
série de convenções e funções as quais são submetidos. São construídos e delineados de acordo com
suas necessidades, usos, público envolvido, canais de veiculação, entre outras características que
acabam levando-os a constituir-se em “gêneros”.
A Proposta Curricular do Estado de São Paulo para as Línguas Estrangeiras Modernas
prioriza o estudo e o conhecimento de gêneros textuais por apresentarem-se como elementos
eficientes no processo de leitura, tanto em língua materna quanto em língua estrangeira, uma vez
que, promovem o engajamento em práticas de leitura e escrita contextualizadas, além da construção
da autonomia necessária para que o aluno desenvolva sua capacidade de aprender a aprender uma
língua estrangeira.
Para embasamento no estudo de “gêneros”, o presente plano se utilizará dos constructos de
Bakthin (1992), Schneuwly (2004), Bazerman (2006) e Marcuschi (2008), apresentados brevemente
a seguir.
Para Bakthin (1992), os gêneros do discurso são determinados sócio-historicamente, pois
resultam em formas padrão relativamente estáveis de um enunciado, pois, segundo o autor, nós nos
comunicamos, falamos e escrevemos através de um repertório infindável de gêneros, mas muitas
vezes não temos consciência desses processos.
Schneuwly (2004) defende a tese de gênero como “instrumento”, um objeto socialmente
elaborado que dá à atividade uma certa forma. Tais instrumentos encontram-se entre o indivíduo
que age e o objeto / situação na qual ele age. Dessa forma, a transformação do instrumento
transforma evidentemente as maneiras de nos comportarmos numa situação, que apesar de ser
mutável e flexível, tem uma certa estabilidade.
De acordo com Bazerman (2006), gêneros são fatos sociais sobre os tipos de atos de fala que as
pessoas podem realizar e sobre os modos como elas os realizam. Eles emergem nos processos
sociais em que as pessoas tentam compreender umas às outras para coordenar atividades e
compartilhar significados.
Segundo Marcuschi (2008), gêneros textuais “são os textos que encontramos em nossa vida
diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições
funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças
históricas, sociais, institucionais e técnicas.”
Estratégias de Leitura
Em uma visão panorâmica dos enunciados acima expostos, pode-se ressaltar a visão do texto
como produto da interação, lapidado na atividade cotidiana e produzido dentro de um contexto
sócio-histórico-cultural. Todas essas assertivas reiteram o papel protagonista da leitura dos mais
diversos gêneros. Desse modo, desenvolver a competência leitora é mister para que o indivíduo se
situe e se construa dentro de uma sociedade letrada e em tamanha velocidade de mudança.
Para tanto, o ensino de estratégias de leitura e compreensão apresenta-se como essencial na
formação de leitores autônomos, capazes de lidar inteligentemente com textos de diversos gêneros,
relacioná-los com seu próprio universo e utilizá-los como base para novos conhecimentos.
No estudo e demonstração de algumas estratégias de leitura e compreensão, foram elencados
alguns autores para embasar as práticas pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem de
língua estrangeira, entre eles, Solé (1998), Goodman (1990), Bazerman (2006b) e Bakthin (1992).
Segundo Solé (1998), fatores parcialmente responsáveis pela qualidade das relações (e
mobilizações) que fazemos com os conteúdos lidos são os objetivos ou intenções de leitura. De
acordo com a autora, a “questão dos objetivos que o leitor se propõe a alcançar com a leitura é
crucial, porque determina tanto as estratégias responsáveis pela compreensão, quanto o controle
que, de forma inconsciente, vai exercendo sobre ela, à medida que lê”, e o controle da compreensão
é um requisito fundamental para uma leitura eficaz.
Goodmann (1990) defende a ideia que o processo de construção de sentindo envolve estratégias
(ações) que o leitor se utiliza para guiar sua leitura. Entre essas estratégias, ele ressalta:
a) A seleção: o leitor pode selecionar o conteúdo ou informação de interesse.
b) A predição: o leitor pode levantar hipóteses do que foi lido.
c) A inferência: o leitor pode abstrair conclusões e informações a partir do que está nas
entrelinhas.
d) O autocontrole: o leitor pode reavaliar suas estratégias e caminhos tomados durante a
leitura, permanecendo ou modificando suas ações.
e) A autocorreção: o leitor pode ratificar informações inferidas.
Solé (1998) propõe estratégias de compreensão leitora antes, durante e depois do processo
de leitura. Para antes da leitura, a autora sugere:
a) Motivar para a leitura
b) Propor objetivos para essa leitura
c) Ativar o conhecimento prévio
d) Estabelecer previsões sobre o texto
e) Incentivar perguntas sobre o texto
Para durante a leitura:
a) Estabelecer tarefas de leitura compartilhada (alunos / alunos, alunos /professor) que se
pautam na previsão, questionamento, esclarecimento e recapitulação. Nesse processo, é
necessário que os alunos assumam progressivamente o controle do seu próprio processo
e que entenda que pode utilizar muitos conhecimentos para construir uma interpretação
plausível. Para isso, devem selecionar marcas e indicadores, formular hipóteses, verifica-
las, construir interpretações e saberem que isso é necessário para obter certos objetivos.
b) Estabelecer roteiros de questões para acompanharem uma leitura independente.
Para depois da leitura:
a) Buscar a ideia principal. Estabelecendo-se como uma tarefa compartilhada, os alunos
precisam saber o que é e para que serve a ideia principal. Desse modo, deve-se ensinar
como ela é identificada e gerada. Só assim, poderão encontrar os laços necessários entre
o que buscam, seus objetivos e conhecimentos prévios.
b) Elaborar resumos. Elaborar um resumo exige a identificação das ideias principais e das
relações que o leitor estabelece entre elas, tendo por base seus objetivos de leitura e
conhecimentos prévios.
c) Formular e responder perguntas. Nesse intento, a autora destaca três tipos de perguntas:
1. Perguntas de resposta literal; 2. Perguntas para pensar e buscar; 3. Perguntas de
elaboração pessoal.
Entre as teorias de leitura e compreensão, dois processos evidenciam-se: a ativação de
conhecimentos prévios e a inferência. Bakthin (1992) afirma que “Em realidade, repetimos, todo
enunciado além do seu objeto, sempre reponde (no sentido amplo da palavra) de uma forma ou de
outra aos enunciados do outro que o antecederam.” Segundo o mesmo autor, o “enunciado não está
ligado apenas aos elos precedentes mas também aos subsequentes da comunicação discursiva”. Ou
seja, nenhum enunciado é solitário, primeiro ou único. Todo texto configura-se como resultados de
outros textos, advindo então o conceito de intertextualidade.
Segundo Bazerman (2006b), intertextualidade são as relações explícitas e implícitas que um
texto ou um enunciado estabelecem como textos que lhe são antecedentes, contemporâneos ou
futuros (em potencial). Segundo o autor, a intertextualidade não é apenas uma questão ligada a que
outros textos você se refere, e sim como você os usa, para que você os usa, e, por fim, como você se
posiciona enquanto escritor diante deles para elaborar seus próprios argumentos.
Retomando, Bakthin (1992) afirma que o “enunciado está repleto de ecos, lembranças de outros
enunciados, aos quais está vinculado no interior de uma esfera comum de comunicação verbal. O
enunciado deve ser considerado acima de tudo como uma resposta a enunciados anteriores dentro
de uma dada esfera (...)”.
A relevância da intertextualidade irrompe em todos os processos comunicativos e de gêneros,
evidenciando seu caráter constitutivo e instrumentalizador dos processos de leitura e produção
escrita.
Bazerman (2006b) elenca algumas “Técnicas de Representação Intertextual”:
a) Citação direta;
b) Citação indireta;
c) Menção a uma pessoa, a um documento ou a declarações;
d) Comentário ou avaliação acerca de uma declaração, de um texto ou de outra voz evocada;
e) Uso de estilos reconhecíveis, de terminologia associada a determinadas pessoas ou grupo de
pessoas, ou de documentos específicos;
f) Uso de linguagens ou de formas linguísticas que parecem ecoar certos modos de
comunicação, discussões entre outras pessoas e tipos de documentos.
Outras abordagens estratégicas de leitura são destaque na Proposta Curricular do Estado de
São Paulo, e são, resumidamente, expostas a seguir:
a) Skimming – caracteriza-se por ser uma estratégia de leitura que usamos quando lemos um
texto rapidamente para obter uma compreensão geral. Uma leitura baseada nessa abordagem
atentará para informações textuais como: layout, gênero, elementos tipográficos, elementos
imagéticos, palavras cognatas e alavras conhecidas conectadas ao título.
b) Scanning – caracteriza-se por ser a estratégia que empregamos ao ler um texto buscando
informações mais específicas. Assim como em um movimento de um scanner, buscamos por
palavras chaves, elementos numéricos, palavras conhecidas e cognatas, procurando construir
um “link” de informações.
c) Detailed Reading - é o nome dado a uma leitura mais cuidadosa, por meio da qual
procuramos compreender e interpretar detalhes ou intenções do autor. Para tanto, deve-se
atenção á tarefa solicitada, ativação de conhecimentos prévios, tanto de mundo quanto de
língua (materna e estrangeira), além de repetições no processo de leitura.
d) Uso do Dicionário – o uso do dicionário tanto bilíngue ou monolíngue, deve ser usado como
um recurso final, pois além de atentar para a adequação do significado de dentro do
contexto, o uso do dicionário nos momentos iniciais do processo de leitura pode acarretar
em uma quebra na sequência e atrapalhar a continuidade da construção de sentido do
discurso
Proposta de esquematização dos módulos.
A orientação metodológica da Proposta Curricular do Estado de São Paulo enfatiza o
Letramento e destaca quatro pontos tendenciais característicos:
• Fazer e refletir sobre o fazer com as ferramentas do pensar;
• Relações entre forma e uso;
• Ampliação do repertório de práticas de leitura com base nas relações entre oralidade e
escrita;
• Padrões de adequação com base no conhecimento das convenções de diferentes modalidades
e gêneros textuais (orais e escritos);
Dentro dessa perspectiva, a linguagem vista então como uma forma de “inter-ação”, Geraldi
(1984) elucida que
(...) mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor,
a linguagem é vista como um lugar de interação humana: através dela o sujeito que fala
pratica ações que não conseguiria praticar a não ser falando; com ela o falante age sobre o
ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistem antes da fala. (...)
Acredito que esta concepção implicará numa postura educacional diferenciada, uma vez
que situa a linguagem como o lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes de
tornam sujeitos . (p.43)
Assim sendo, o foco no desenvolvimento da língua como instrumento promotor da interação
resultando em conhecimento deve ser o principal aspecto norteador na atuação pedagógica. Nas
características específicas dos módulos do CEEJA, a linguagem escrita tende a ser priorizada, e a
leitura torna-se o grande eixo orientador dos trabalhos.
Desse modo, optou-se por orientar os módulos inicialmente com uma seleção de gêneros
textuais elencados pela Proposta Curricular do Estado de São Paulo, tanto para o Ensino
Fundamental como no Ensino Médio. Cada módulo será contemplado com uma média de dois
gêneros diferentes, com temáticas abrangentes e ligadas ao cotidiano do aluno.
Alguns conteúdos de ordem instrucional devem fazer parte da composição de todos os
módulos como forma de anexos. Dá-se destaque para as principais estratégias de leitura, uma breve
explicação sobre a noção de gênero, as pessoas do discurso, os pronomes interrogativos, uma
seleção de verbos instrucionais, entre outros.
A seguir, apresenta-se um esqueleto curricular baseado nos diferentes gêneros contemplados
na Proposta Curricular do Estado de São Paulo. A divisão respeitou a já atual separação dos
módulos – 8 componentes para o Ensino Fundamental (Tabela 1) e 6 componentes para o Ensino
Médio (Tabela 2) .
Tabela 1
ENSINO FUNDAMENTAL
Módulo Gêneros Temas
Módulo I
• Cartões de Identificação –
RG
• Textos portadores de LEM –
camisetas, produtos, marcas,
etc.
• Informações
pessoais
Módulo II • Ficha cadastral online
• Textos portadores de LEM –
camisetas, produtos, marcas,
etc.
• Informações
pessoais
Módulo III • Folhetos de espaços
comerciais
• Guias de bairros e cidades
• Lugares e espaços
comerciais da cidade
Módulo IV • Cartões de identificação /
fichamento
• Verbete de enciclopédia
• Esportes
Módulo V • Email
• Diário sobre rotina
• Gráficos
• Atividades Diárias
• Lazer
Módulo VI • Cardápios
• Tabelas
• Rótulos
• Alimentação
Módulo VII • Biografia
• Autobiografia
• Verbete de enciclopédia
• História sobre
pessoas conhecidas
• História sobre
invenções famosas
Módulo VIII • Relato de experiência
• Artigos opinativos sobre o
futuro
• Experiências
vividas
• Desejos e sonhos
para o futuro
A seguir, segue a tabela referente ao Ensino Médio.
Tabela 2
ENSINO MÉDIO
Módulo Gêneros Temas
Módulo I
• Folhetos de viagens
• Programas de intercâmbio
• A Língua Inglesa no
mundo
Módulo II • Textos da esfera
jornalística- reportagem,
classificados, horóscopo,
etc.
• Informações gerais
Módulo III • Resumo
• Resenha
• Entrevista
• Cinema
• Arte
• Música
Módulo IV • Propaganda – diferentes
esferas midiáticas
• Produtos e serviços
diversos
Módulo V • Anúncio de emprego
• Brochuras sobre cursos
universitários
• Diferentes
profissões e
serviços
Módulo VI • Currículo – impresso e
digital
• Funções e
informações
essenciais
Conclusão
O presente documento teve como objetivo geral principal nortear as ações pedagógicas dos
professores dos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no que tange a disciplina de
Língua Inglesa e os aspectos específicos da utilização de uma língua estrangeira moderna, bem
como orientá-los para a reestruturação do material didático utilizado, tendo por base as
características inerentes da modalidade e do contexto local.
Inseriu-se no presente, um breve traçado teórico no que tange os processos de ensino e
aprendizagem de LEM, bem como importantes informações embasadas nos documentos
orientadores e parâmetros curriculares.
Por fim, propôs-se um esqueleto de curricular para reestruturação dos módulos de ensino,
principal fonte de material didático-pedagógico utilizado no CEEJA – DER – Avaré.
Bibliografia
AZEVEDO, B. A. de. (2007). Materiais didáticos para classes de Educação de Jovens e Adultos na
visão dos professores. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo , São Paulo.
BAKHTIN, M. (1992) Gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. São Paulo:Martins
Fontes.
BAZERMAN, C. (2006a) Gêneros textuais, tipificação e interação. São Paulo: Cortez.
BAZERMAN, C. (2006b) Gênero, agência e escrita. São Paulo: Cortez.
BRASIL. (2006) Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Orientações Curriculares
para o Ensino Médio. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Volume 1.
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do ensino fundamental: língua estrangeira /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC/SEF.
FREIRE, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra.
GERALDI, J. W. (1984). O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste.
GOODMAN, Kenneth S.(1990) O processo de leitura: considerações a respeito das línguas e do
desenvolvimento. In: FERREIRO, Emília & PALÁCIO, Margarita Gomes. Os processos de leitura
e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas.
MARCUSCHI, L. A. (2008) Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola.
PICONEZ, S. C. B. (2011) Estudo sobre os desafios e dificuldades da EJA sob a ótica de
professores coordenadores de apoio pedagógico e professores de EJA. São Paulo: Secretaria
Estadual da Educação / Cemp.
SÃO PAULO (Estado).(2008) Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo:
Inglês /Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: SEE.
SÃO PAULO (Estado).(2013) Secretaria da Educação. Centro de Educação de Jovens e Adultos.
Reflexões pedagógicas sobre o ensino e aprendizagem de pessoas jovens e adultas. (Elaborado por)
Stela C. Bertholo Piconez. São Paulo: SEE.
SCHNEUWLY, B. (2004) Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e ontogenéticas.
In: Gêneros orais e escritos na escola (Trad. E org. Roxane H. R. Rojo e Glaís S. Cordeiro).
Campinas: Mercado das Letras.
SOLÉ, I. (1998) Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed.
SOUZA, T. E. S.e GONÇALVES, M. C. P. B. (2012) A construção do jovem como sujeito social:
perspectiva e desafios do reconhecimento da juventude na educação de jovens e adultos. Disponível
em: http://www.uesb.br/eventos/semanapedagogia/anais/61CO.pdf . Acesso em: 1 de agosto de
2014.
YUNES, Eliana. (2009)Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará.

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Plano de reestruturação dos módulos de Língua Inglesa - CEEJA - Avaré/SP

  • 1. Diretoria de Ensino – Região de Avaré – SP Núcleo Pedagógico Projeto de Reestruturação dos Módulos de Língua Inglesa – CEEJA – DER – Avaré
  • 2. Maria Glalcy Fequetia Dalcim PCNP – LEM Agosto / 2014 Projeto de Reestruturação dos Módulos de Língua Inglesa – CEEJA – DER – Avaré Maria Glalcy Fequetia Dalcim – PCNP – LEM Introdução Na perspectiva atual no estudo de línguas, é mister que reconheçamos as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação, advindo concomitantemente a construção de uma consciência crítica sobre os usos que se fazem dela. E são os referentes usos que devem nortear nossas práticas pedagógicas, principalmente no que se refere ao estudo de uma Língua Estrangeira Moderna (LEM). Inserido no contexto de ensino e aprendizagem de jovens e adultos, o papel mediador e instrumentalizador do profissional docente faz-se indispensável, uma vez que o discente busca ferramentas e estratégias de formação para dar continuidade em seus estudos, muitas vezes de forma mais autônoma e independente. Tais características são as marcas base do processo de ensino e aprendizagem desenvolvido nos CEEJAs (Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos) que se configuram por oferecer um atendimento personalizado, específico e flexível preferencialmente a alunos trabalhadores que não cursaram ou não concluíram as etapas da educação básica, correspondentes aos anos finais do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio.
  • 3. Como integrantes do sistema estadual de ensino, conjugam de mesma matriz curricular. Torna-se então necessária a observância na manutenção do embasamento teórico e das competências e habilidades primordiais ao desenvolvimento pleno do discente. Diante do panorama exposto, salienta-se a necessidade de uma adaptação a proposta curricular oficial que norteie as ações e planos pedagógicos do docente, bem como instrumente o discente para o desenvolvimento em continuidade de sua formação. Objetivos Este plano tem por objetivo principal nortear as ações pedagógicas dos professores dos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no que tange a disciplina de Língua Inglesa e os aspectos específicos da utilização de uma língua estrangeira moderna, tendo por base as características inerentes da modalidade e do contexto local. Dentro desse panorama, destacam-se três objetivos derivantes: 1- Elaborar uma estrutura esquelética curricular onde serão alocadas as ações pedagógicas e que servirão de base composicional dos conteúdos curriculares. 2- Conceber, de forma sucinta, um conjunto de habilidades e competências norteadoras do processo de ensino e aprendizagem. 3- Reunir os principais aportes teóricos que embasam o ensino de LEM bem como as estratégias de leitura e o letramento por gênero. Justificativa De acordo com pesquisas elaboradas por Azevedo (2007) e Piconez (2011), entre os principais desafios apontados por Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico (PCNP) e Professores de EJA, e apontadas em Piconez (2013), priorizam-se: • As dificuldades de conciliação entre o ponto de retomada da escolarização e as possibilidades para seu desenvolvimento na continuidade de estudos;
  • 4. • A necessidade de discutir efetivamente as estratégias articuladoras para o trabalho pedagógico em diferentes disciplinas; • Os desafios de adaptação de materiais destinados às classes de ensino regular e das diferentes possibilidades de abordagem metodológica; • A urgência da formação e atualização continuada dos professores para conhecimento do perfil dos estudantes no contexto do EJA. Para iniciarmos nossas asserções acerca do enfrentamento de tais dificuldades no trabalho com jovens e adultos, é imprescindível que conheçamos as principais características desses alunos – como eles são, o que desejam, como pensam, como aprendem, etc. Dentro desse panorama, o aluno adulto caracteriza-se por apresentar uma maturidade emocional e física, um maior nível de responsabilidade e autonomia, além de uma maior independência financeira, compromisso, compreensão social e consciência de sua presença e de seus posicionamentos dentro das relações sociais. No que tange aos seus desejos, segundo Piconez (2013), a motivação está na própria vontade de crescimento, de ultrapassar a dependência para uma personalidade mais autônoma. Segundo Souza e Gonçalves (2012), as motivações, expectativas e representações sociais dos alunos em relação ao trabalho e a escola tem ligação direta com as suas histórias de vida e seu processo de formação escolar, preconizado de acordo com a realidade social, cultural, econômica e política na qual esta juventude está inserida. Outro ponto importante a respeito das dificuldades no trabalho com jovens e adultos é o posicionamento docente frente ao trabalho pedagógico. Freire (1996) contribuiu de maneira infinda para a docência de jovens e adultos. Segundo o autor, como presença consciente no mundo não podemos escapar à responsabilidade ética no nosso mover-se no mundo, desse modo, o professor deve estar “consciente” da sua atuação, isso exige saber escutar, ter disponibilidade para conversar, querer bem os alunos. Além dos aspectos interpessoais, destaca que o cotidiano do professor deve ser explorado como espaço de reafirmação, negociação, criação, resolução de saberes dos conteúdos e desenvolvimento constante da formação docente, o que implica na abertura e na flexibilidade para mudanças – necessárias á adaptação das mais diversas realidades que encontramos no trabalho pedagógico de um modo geral, e mais inerente ainda no trabalho com jovens e adultos.
  • 5. Ainda dentro dessa esfera, conectada às questões de flexibilização para mudanças, destaca- se a imprescindibilidade da formação e do trabalho coletivo do corpo docente. Articular conhecimentos, estratégias, mecanismos, procedimentos são ações essenciais nesse âmbito característico de ensino, uma vez que o fator “tempo” é central e diminuto – o tempo do docente com o discente, o tempo do discente para estudo dentro de suas tarefas diárias, além do tempo de ambos para o desenvolvimento dos módulos. Desse modo, associar saberes, conteúdos, gêneros dentro dos módulos disciplinares demonstra ser essencial para a otimização do trabalho pedagógico e para a construção de uma visão geral e inter-relacionada do conhecimento, como realmente acontece no mundo social. Chega-se então ao ponto de destaque desse projeto, a necessidade de adaptação de materiais e reestruturação curricular dos módulos de Língua Inglesa para o CEEJA. Para tanto, observa-se a imposição de que todo trabalho seja embasado na legislação e nos parâmetros dispostos pelos órgãos gestores. A seguir, será apresentada uma proposta de estrutura primária para desenvolvimento das atividades dos módulos. Embasamento teórico Gêneros Um dos pontos iniciais para a discussão e mobilização no processo de elaboração da reestrutura dos módulos para a disciplina de Língua Inglesa para o CEEJA, fundamenta-se na primordialidade do desenvolvimento das competências leitoras. Duas competências gerais norteiam o trabalho com as línguas estrangeiras modernas: • Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação e construir uma consciência crítica sobre os usos que se fazem delas. • Construir um conhecimento sobre a organização de um texto em LEM e aplicá-lo em diferentes situações de comunicação, tendo por base os conhecimentos de língua materna. Como se pode perceber, a leitura constitui-se como aspecto fundamental para o desenvolvimento social do indivíduo. Segundo Yunes (2009),
  • 6. (...) o ato de leitura não corresponde unicamente ao entendimento do mundo do texto, seja ele escrito ou não. A leitura carece da mobilização do universo de conhecimento do outro – do leitor – para atualizar o universo do texto e fazer sentido na vida, que é o lugar onde o texto realmente está. (p.9) Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – Língua Estrangeira Moderna (PCN-LEM) (...) a leitura atende, por um lado, às necessidades da educação formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto social imediato. Além disso, a aprendizagem de leitura em Língua Estrangeira pode ajudar o desenvolvimento integral do letramento do aluno. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna. (p.20) Complementando ainda, os PCN-LEM discorrem que Há ainda outro aspecto a ser considerado, do ponto de vista educacional. É a função interdisciplinar que a aprendizagem de Língua Estrangeira pode desempenhar no currículo. O benefício resultante é mútuo. O estudo das outras disciplinas, notadamente de História, Geografia, Ciências Naturais, Arte, passa a ter outro significado se em certos momentos forem proporcionadas atividades conjugadas com o ensino de Língua Estrangeira, levando- se em consideração, é claro, o projeto educacional da escola. (p.37) Esse mesmo documento traz como objetivo (...) envolver o aluno desde o início do curso na construção do significado, pondo-se menos foco no conhecimento sistêmico da Língua Estrangeira. Essa progressão deverá ser a ênfase no terceiro ciclo (quinta e sexta séries). Já no quarto ciclo (sétima e oitava séries), pode-se aumentar a proporção de conhecimento sistêmico da Língua Estrangeira. (p.72) As Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCN- EM) propõe o desenvolvimento da leitura, da comunicação oral e da escrita como práticas culturais
  • 7. contextualizadas (p.111). Sugere, ainda, que o planejamento de curso para as aulas de Língua Estrangeiras tenha, como ponto de partida, temas. O desenvolvimento das habilidades deve, então, ser pensado a partir deles (p.112). Infere-se aqui o trabalho com os temas transversais – ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural. A proposta vem a ser educar por meio do aprendizado de Línguas Estrangeiras. (p.113) Como se pode constatar, todos esses aportes priorizam a competência leitora frente a um universo textual ao qual o indivíduo está inserido. Esse universo textual é caracterizado por uma série de convenções e funções as quais são submetidos. São construídos e delineados de acordo com suas necessidades, usos, público envolvido, canais de veiculação, entre outras características que acabam levando-os a constituir-se em “gêneros”. A Proposta Curricular do Estado de São Paulo para as Línguas Estrangeiras Modernas prioriza o estudo e o conhecimento de gêneros textuais por apresentarem-se como elementos eficientes no processo de leitura, tanto em língua materna quanto em língua estrangeira, uma vez que, promovem o engajamento em práticas de leitura e escrita contextualizadas, além da construção da autonomia necessária para que o aluno desenvolva sua capacidade de aprender a aprender uma língua estrangeira. Para embasamento no estudo de “gêneros”, o presente plano se utilizará dos constructos de Bakthin (1992), Schneuwly (2004), Bazerman (2006) e Marcuschi (2008), apresentados brevemente a seguir. Para Bakthin (1992), os gêneros do discurso são determinados sócio-historicamente, pois resultam em formas padrão relativamente estáveis de um enunciado, pois, segundo o autor, nós nos comunicamos, falamos e escrevemos através de um repertório infindável de gêneros, mas muitas vezes não temos consciência desses processos. Schneuwly (2004) defende a tese de gênero como “instrumento”, um objeto socialmente elaborado que dá à atividade uma certa forma. Tais instrumentos encontram-se entre o indivíduo que age e o objeto / situação na qual ele age. Dessa forma, a transformação do instrumento transforma evidentemente as maneiras de nos comportarmos numa situação, que apesar de ser mutável e flexível, tem uma certa estabilidade. De acordo com Bazerman (2006), gêneros são fatos sociais sobre os tipos de atos de fala que as pessoas podem realizar e sobre os modos como elas os realizam. Eles emergem nos processos
  • 8. sociais em que as pessoas tentam compreender umas às outras para coordenar atividades e compartilhar significados. Segundo Marcuschi (2008), gêneros textuais “são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.” Estratégias de Leitura Em uma visão panorâmica dos enunciados acima expostos, pode-se ressaltar a visão do texto como produto da interação, lapidado na atividade cotidiana e produzido dentro de um contexto sócio-histórico-cultural. Todas essas assertivas reiteram o papel protagonista da leitura dos mais diversos gêneros. Desse modo, desenvolver a competência leitora é mister para que o indivíduo se situe e se construa dentro de uma sociedade letrada e em tamanha velocidade de mudança. Para tanto, o ensino de estratégias de leitura e compreensão apresenta-se como essencial na formação de leitores autônomos, capazes de lidar inteligentemente com textos de diversos gêneros, relacioná-los com seu próprio universo e utilizá-los como base para novos conhecimentos. No estudo e demonstração de algumas estratégias de leitura e compreensão, foram elencados alguns autores para embasar as práticas pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem de língua estrangeira, entre eles, Solé (1998), Goodman (1990), Bazerman (2006b) e Bakthin (1992). Segundo Solé (1998), fatores parcialmente responsáveis pela qualidade das relações (e mobilizações) que fazemos com os conteúdos lidos são os objetivos ou intenções de leitura. De acordo com a autora, a “questão dos objetivos que o leitor se propõe a alcançar com a leitura é crucial, porque determina tanto as estratégias responsáveis pela compreensão, quanto o controle que, de forma inconsciente, vai exercendo sobre ela, à medida que lê”, e o controle da compreensão é um requisito fundamental para uma leitura eficaz. Goodmann (1990) defende a ideia que o processo de construção de sentindo envolve estratégias (ações) que o leitor se utiliza para guiar sua leitura. Entre essas estratégias, ele ressalta: a) A seleção: o leitor pode selecionar o conteúdo ou informação de interesse.
  • 9. b) A predição: o leitor pode levantar hipóteses do que foi lido. c) A inferência: o leitor pode abstrair conclusões e informações a partir do que está nas entrelinhas. d) O autocontrole: o leitor pode reavaliar suas estratégias e caminhos tomados durante a leitura, permanecendo ou modificando suas ações. e) A autocorreção: o leitor pode ratificar informações inferidas. Solé (1998) propõe estratégias de compreensão leitora antes, durante e depois do processo de leitura. Para antes da leitura, a autora sugere: a) Motivar para a leitura b) Propor objetivos para essa leitura c) Ativar o conhecimento prévio d) Estabelecer previsões sobre o texto e) Incentivar perguntas sobre o texto Para durante a leitura: a) Estabelecer tarefas de leitura compartilhada (alunos / alunos, alunos /professor) que se pautam na previsão, questionamento, esclarecimento e recapitulação. Nesse processo, é necessário que os alunos assumam progressivamente o controle do seu próprio processo e que entenda que pode utilizar muitos conhecimentos para construir uma interpretação plausível. Para isso, devem selecionar marcas e indicadores, formular hipóteses, verifica- las, construir interpretações e saberem que isso é necessário para obter certos objetivos. b) Estabelecer roteiros de questões para acompanharem uma leitura independente. Para depois da leitura: a) Buscar a ideia principal. Estabelecendo-se como uma tarefa compartilhada, os alunos precisam saber o que é e para que serve a ideia principal. Desse modo, deve-se ensinar como ela é identificada e gerada. Só assim, poderão encontrar os laços necessários entre o que buscam, seus objetivos e conhecimentos prévios.
  • 10. b) Elaborar resumos. Elaborar um resumo exige a identificação das ideias principais e das relações que o leitor estabelece entre elas, tendo por base seus objetivos de leitura e conhecimentos prévios. c) Formular e responder perguntas. Nesse intento, a autora destaca três tipos de perguntas: 1. Perguntas de resposta literal; 2. Perguntas para pensar e buscar; 3. Perguntas de elaboração pessoal. Entre as teorias de leitura e compreensão, dois processos evidenciam-se: a ativação de conhecimentos prévios e a inferência. Bakthin (1992) afirma que “Em realidade, repetimos, todo enunciado além do seu objeto, sempre reponde (no sentido amplo da palavra) de uma forma ou de outra aos enunciados do outro que o antecederam.” Segundo o mesmo autor, o “enunciado não está ligado apenas aos elos precedentes mas também aos subsequentes da comunicação discursiva”. Ou seja, nenhum enunciado é solitário, primeiro ou único. Todo texto configura-se como resultados de outros textos, advindo então o conceito de intertextualidade. Segundo Bazerman (2006b), intertextualidade são as relações explícitas e implícitas que um texto ou um enunciado estabelecem como textos que lhe são antecedentes, contemporâneos ou futuros (em potencial). Segundo o autor, a intertextualidade não é apenas uma questão ligada a que outros textos você se refere, e sim como você os usa, para que você os usa, e, por fim, como você se posiciona enquanto escritor diante deles para elaborar seus próprios argumentos. Retomando, Bakthin (1992) afirma que o “enunciado está repleto de ecos, lembranças de outros enunciados, aos quais está vinculado no interior de uma esfera comum de comunicação verbal. O enunciado deve ser considerado acima de tudo como uma resposta a enunciados anteriores dentro de uma dada esfera (...)”. A relevância da intertextualidade irrompe em todos os processos comunicativos e de gêneros, evidenciando seu caráter constitutivo e instrumentalizador dos processos de leitura e produção escrita. Bazerman (2006b) elenca algumas “Técnicas de Representação Intertextual”: a) Citação direta; b) Citação indireta; c) Menção a uma pessoa, a um documento ou a declarações;
  • 11. d) Comentário ou avaliação acerca de uma declaração, de um texto ou de outra voz evocada; e) Uso de estilos reconhecíveis, de terminologia associada a determinadas pessoas ou grupo de pessoas, ou de documentos específicos; f) Uso de linguagens ou de formas linguísticas que parecem ecoar certos modos de comunicação, discussões entre outras pessoas e tipos de documentos. Outras abordagens estratégicas de leitura são destaque na Proposta Curricular do Estado de São Paulo, e são, resumidamente, expostas a seguir: a) Skimming – caracteriza-se por ser uma estratégia de leitura que usamos quando lemos um texto rapidamente para obter uma compreensão geral. Uma leitura baseada nessa abordagem atentará para informações textuais como: layout, gênero, elementos tipográficos, elementos imagéticos, palavras cognatas e alavras conhecidas conectadas ao título. b) Scanning – caracteriza-se por ser a estratégia que empregamos ao ler um texto buscando informações mais específicas. Assim como em um movimento de um scanner, buscamos por palavras chaves, elementos numéricos, palavras conhecidas e cognatas, procurando construir um “link” de informações. c) Detailed Reading - é o nome dado a uma leitura mais cuidadosa, por meio da qual procuramos compreender e interpretar detalhes ou intenções do autor. Para tanto, deve-se atenção á tarefa solicitada, ativação de conhecimentos prévios, tanto de mundo quanto de língua (materna e estrangeira), além de repetições no processo de leitura. d) Uso do Dicionário – o uso do dicionário tanto bilíngue ou monolíngue, deve ser usado como um recurso final, pois além de atentar para a adequação do significado de dentro do contexto, o uso do dicionário nos momentos iniciais do processo de leitura pode acarretar em uma quebra na sequência e atrapalhar a continuidade da construção de sentido do discurso Proposta de esquematização dos módulos. A orientação metodológica da Proposta Curricular do Estado de São Paulo enfatiza o Letramento e destaca quatro pontos tendenciais característicos:
  • 12. • Fazer e refletir sobre o fazer com as ferramentas do pensar; • Relações entre forma e uso; • Ampliação do repertório de práticas de leitura com base nas relações entre oralidade e escrita; • Padrões de adequação com base no conhecimento das convenções de diferentes modalidades e gêneros textuais (orais e escritos); Dentro dessa perspectiva, a linguagem vista então como uma forma de “inter-ação”, Geraldi (1984) elucida que (...) mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana: através dela o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria praticar a não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistem antes da fala. (...) Acredito que esta concepção implicará numa postura educacional diferenciada, uma vez que situa a linguagem como o lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes de tornam sujeitos . (p.43) Assim sendo, o foco no desenvolvimento da língua como instrumento promotor da interação resultando em conhecimento deve ser o principal aspecto norteador na atuação pedagógica. Nas características específicas dos módulos do CEEJA, a linguagem escrita tende a ser priorizada, e a leitura torna-se o grande eixo orientador dos trabalhos. Desse modo, optou-se por orientar os módulos inicialmente com uma seleção de gêneros textuais elencados pela Proposta Curricular do Estado de São Paulo, tanto para o Ensino Fundamental como no Ensino Médio. Cada módulo será contemplado com uma média de dois gêneros diferentes, com temáticas abrangentes e ligadas ao cotidiano do aluno. Alguns conteúdos de ordem instrucional devem fazer parte da composição de todos os módulos como forma de anexos. Dá-se destaque para as principais estratégias de leitura, uma breve explicação sobre a noção de gênero, as pessoas do discurso, os pronomes interrogativos, uma seleção de verbos instrucionais, entre outros. A seguir, apresenta-se um esqueleto curricular baseado nos diferentes gêneros contemplados na Proposta Curricular do Estado de São Paulo. A divisão respeitou a já atual separação dos módulos – 8 componentes para o Ensino Fundamental (Tabela 1) e 6 componentes para o Ensino Médio (Tabela 2) .
  • 13. Tabela 1 ENSINO FUNDAMENTAL Módulo Gêneros Temas Módulo I • Cartões de Identificação – RG • Textos portadores de LEM – camisetas, produtos, marcas, etc. • Informações pessoais Módulo II • Ficha cadastral online • Textos portadores de LEM – camisetas, produtos, marcas, etc. • Informações pessoais Módulo III • Folhetos de espaços comerciais • Guias de bairros e cidades • Lugares e espaços comerciais da cidade Módulo IV • Cartões de identificação / fichamento • Verbete de enciclopédia • Esportes Módulo V • Email • Diário sobre rotina • Gráficos • Atividades Diárias • Lazer Módulo VI • Cardápios • Tabelas • Rótulos • Alimentação Módulo VII • Biografia • Autobiografia • Verbete de enciclopédia • História sobre pessoas conhecidas • História sobre invenções famosas Módulo VIII • Relato de experiência • Artigos opinativos sobre o futuro • Experiências vividas • Desejos e sonhos para o futuro A seguir, segue a tabela referente ao Ensino Médio.
  • 14. Tabela 2 ENSINO MÉDIO Módulo Gêneros Temas Módulo I • Folhetos de viagens • Programas de intercâmbio • A Língua Inglesa no mundo Módulo II • Textos da esfera jornalística- reportagem, classificados, horóscopo, etc. • Informações gerais Módulo III • Resumo • Resenha • Entrevista • Cinema • Arte • Música Módulo IV • Propaganda – diferentes esferas midiáticas • Produtos e serviços diversos Módulo V • Anúncio de emprego • Brochuras sobre cursos universitários • Diferentes profissões e serviços Módulo VI • Currículo – impresso e digital • Funções e informações essenciais Conclusão O presente documento teve como objetivo geral principal nortear as ações pedagógicas dos professores dos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no que tange a disciplina de Língua Inglesa e os aspectos específicos da utilização de uma língua estrangeira moderna, bem como orientá-los para a reestruturação do material didático utilizado, tendo por base as características inerentes da modalidade e do contexto local. Inseriu-se no presente, um breve traçado teórico no que tange os processos de ensino e aprendizagem de LEM, bem como importantes informações embasadas nos documentos orientadores e parâmetros curriculares. Por fim, propôs-se um esqueleto de curricular para reestruturação dos módulos de ensino, principal fonte de material didático-pedagógico utilizado no CEEJA – DER – Avaré.
  • 15. Bibliografia AZEVEDO, B. A. de. (2007). Materiais didáticos para classes de Educação de Jovens e Adultos na visão dos professores. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo , São Paulo. BAKHTIN, M. (1992) Gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. São Paulo:Martins Fontes. BAZERMAN, C. (2006a) Gêneros textuais, tipificação e interação. São Paulo: Cortez. BAZERMAN, C. (2006b) Gênero, agência e escrita. São Paulo: Cortez. BRASIL. (2006) Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Volume 1. BRASIL. (1998) Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF. FREIRE, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. GERALDI, J. W. (1984). O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste. GOODMAN, Kenneth S.(1990) O processo de leitura: considerações a respeito das línguas e do desenvolvimento. In: FERREIRO, Emília & PALÁCIO, Margarita Gomes. Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas. MARCUSCHI, L. A. (2008) Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola. PICONEZ, S. C. B. (2011) Estudo sobre os desafios e dificuldades da EJA sob a ótica de professores coordenadores de apoio pedagógico e professores de EJA. São Paulo: Secretaria Estadual da Educação / Cemp. SÃO PAULO (Estado).(2008) Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Inglês /Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: SEE. SÃO PAULO (Estado).(2013) Secretaria da Educação. Centro de Educação de Jovens e Adultos. Reflexões pedagógicas sobre o ensino e aprendizagem de pessoas jovens e adultas. (Elaborado por) Stela C. Bertholo Piconez. São Paulo: SEE. SCHNEUWLY, B. (2004) Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e ontogenéticas. In: Gêneros orais e escritos na escola (Trad. E org. Roxane H. R. Rojo e Glaís S. Cordeiro). Campinas: Mercado das Letras. SOLÉ, I. (1998) Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed.
  • 16. SOUZA, T. E. S.e GONÇALVES, M. C. P. B. (2012) A construção do jovem como sujeito social: perspectiva e desafios do reconhecimento da juventude na educação de jovens e adultos. Disponível em: http://www.uesb.br/eventos/semanapedagogia/anais/61CO.pdf . Acesso em: 1 de agosto de 2014. YUNES, Eliana. (2009)Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará.