Este documento descreve como as rochas sedimentares e fósseis fornecem informações sobre a história da Terra. Explica que fósseis preservam restos de seres vivos no passado e que diferentes tipos de rochas e fósseis podem ser usados para datar rochas, reconstruir paleoambientes e entender a evolução ao longo do tempo geológico.
2. O TEMPO,
e os fósseis
2
Que informações fornecem as rochas sobre a história
da Terra?
E as rochas que contêm fósseis?
“O presente é a chave do passado”
3. O TEMPO,
e os fósseis
3
Fósseis são restos, marcas ou vestígios da atividade de seres
vivos, que ficaram preservados nas rochas ou outros
materiais naturais
4. Condições de fossilização
4
O isolamento rápido dos cadáveres
e restos de seres vivos
da erosão atmosférica
Os cadáveres ou restos de seres vivos têm de
ficar rapidamente isolados dos agentes
erosivos, do seu poder oxidante e microbiano
que rapidamente os decompõem, inclusive as
partes duras mineralizadas.
A presença de esqueleto interno ou externo
mineralizado resistente
Os organismos que possuem esqueleto interno
ou externo, resistente, de natureza mineral,
têm mais hipóteses de fossilizar do que os
organismos de corpo mole.
5. Condições de fossilização
5
A natureza dos sedimentos (finos)
Se os sedimentos que envolvem e cobrem os
cadáveres e restos de organismos são finos, como
as argilas e os siltes, a fossilização é bem sucedida.
Nos sedimentos grosseiros, como as areias e os
conglomerados, as águas de circulação destroem e
decompõem a matéria orgânica.
A geoquímica do meio (redutor)
O meio oxidante não facilita a fossilização, ao
contrário do meio redutor ou anaeróbio que
propícia a conservação, inclusive das partes
moles dos organismos
6. Condições de fossilização
6
As características do meio ambiente
(superpovoados)
Os ambientes em que há abundância de
alimentos, são, em geral, superpovoados , o que
aumenta a probabilidade dos organismos
fossilizarem.
Quando existe um grande número de
predadores e necrófagos os organismos são
consumidos como alimento de outros seres vivos.
Clima (frio)
Nos climas frios dá-se a preservação dos
organismos, uma vez que a baixa temperatura
inibe a acção de bactérias.
Nos climas tropicais quentes e húmidos a
decomposição dos organismos dá-se de forma
extremamente rápida.
7. Condições de fossilização
7
Inerentes ao ser vivo
• Presença de partes duras (esqueleto interno ou externo),
Inerentes ao meio
• Elevada velocidade de sedimentação,
• Sedimentos finos, como as argilas e os siltes (nos sedimentos grosseiros
as águas de circulação destroem e decompõem a matéria orgânica),
• Meio calmo, com reduzida energia hidrodinâmica (como as águas paradas
facilitadoras da sedimentação rápida),
• Meio redutor ou anaeróbio (inibe a ação das bactérias),
• Temperaturas baixas (inibem a ação das bactérias).
8. Processos de fossilização
8
CONSERVAÇÃO Mamute
conservado no gelo
É o aprisionamento/ envolvimento de
organismos em substâncias como o âmbar,
asfalto, gelo, permanecendo aí conservados.
Este processo inclui a mumificação, em que
o cadáver sofre sobretudo desidratação.
Inseto conservado em âmbar
9. Processos de fossilização
9
MINERALIZAÇÃO
A fossilização dá-se por transformações químicas,
pelas quais a matéria orgânica é substituída por
matéria mineral, como a calcite, a sílica e a pirite,
entre outros.
Trilobite
Estruturas de Corais
em calcite
Amonite
Cabeça de dinossauro
10. Processos de fossilização
10
MOLDAGEM
Não se conservam quaisquer partes do organismo, mas somente um molde da
sua estrutura interna – moldes internos, ou da sua estrutura externa – moldes
externos, resultantes da consolidação dos sedimentos que preenchiam ou
envolviam o ser vivo.
Molde Interno Molde Externo
O interior do organismo enche-
se de sedimentos que O organismo, ao morrer, cai sobre os
reproduzem os detalhes da sua sedimentos, deixando impressas as suas
estrutura interna características estruturais externas
11. Processos de fossilização
11
IMPRESSÃO
As impressões são moldes externos de estruturas finas (baixo relevo), como folhas
ou penas e rastos deixados por seres vivos.
A impressão é um caso particular de moldagem.
Impressão de folha
Impressão da asa de inseto
12. Processos de fossilização
12
MARCAS OU VESTÍGIOS DE
ACTIVIDADES
Conhecidas por icnofósseis – como
pistas, pegadas, ovos, ninhos e fezes.
Pegadas
Ovos fossilizados
Coprólito - Fezes fossilizadas
13. A importância dos fósseis
13
Fósseis de idade – datam as rochas onde se encontram
Fóssil de ser vivo de uma espécie que :
- viveu durante um curto período de tempo geológico,
- apresentou grande distribuição geográfica,
- teve muitos representantes
Trilobites Amonites
Era Paleozóica Era Mesozóica
14. A importância dos fósseis
14
Fósseis de fácies ou de ambiente – caracterizam ambientes antigos
Fóssil de um ser vivo de uma espécie que viveu em condições ambientais muito
restritas.
Coral
Atualmente vive apenas em
ambientes de águas calmas,
quentes e pouco profundas
17. Reconstituição de paleoambientes
17
Paleoambientes
Ambientes antigos, retratados pela presença de fósseis de fácies
e/ou pela interpretação de sequências estratigráficas.
As rochas sedimentares:
• geram-se em ambientes muito próprios
• conservam-se indicadores das condições desses ambientes.
A fácies estratigráfica, por comparação com os ambientes atuais, permite
conhecer e interpretar os ambientes do passado, ou paleoambientes, que dão
origem a uma fácies semelhante.
Esta interpretação baseia-se no Princípio do Atualismo Geológico.
18. Reconstituição de paleoambientes
18
Fácies da rocha
Conjunto de características litológicas (texturais, mineralógicas,
químicas, estruturais...) e paleontológicas da rocha
permite:
compreender e interpretar o ambiente reinante na época da
formação da rocha,
reconstruir ambientes do passado ( Paleoambientes)
Diferentes tipos de fácies.
Diferentes ambientes de sedimentação.
Diferentes paleoambientes.
21. Datação das rochas
21
Estratigrafia
Ramo da geologia que se ocupa do estudo, descrição, correlação de
idades e classificação das rochas sedimentares.
22. Datação das rochas
22
Datação relativa (Idade relativa) – corresponde ao
estabelecimento da idade de uma formação geológica em relação a
outra.
A datação relativa não permite obter um valor numérico, apenas um
valor comparativo com outras estruturas geológicas (outras rochas
ou fósseis).
Diferentes princípios estratigráficos podem ser utilizados para
fazer a datação relativa de formações geológicas (princípio da
horizontalidade , princípio da sobreposição dos estratos e princípio
da identidade paleontológica).
Datação radiométrica (Idade absoluta) - corresponde ao
estabelecimento da idade de uma formação geológica, referida em
valores numéricos, geralmente em milhões de anos (M. a.).
23. Datação Relativa
P. da horizontalidade
23
Princípio da horizontalidade
A deposição de sedimentos ocorre numa posição
horizontal
Numa sequência estratigráfica não deformada, um estrato mais recente
sobrepõe-se a um estrato mais antigo,
os estratos serão tanto mais antigos quanto mais profundos se encontrarem
e tanto mais recentes quanto mais superiormente se encontrarem na
sequência estratigráfica.
24. Datação Relativa
P. da horizontalidade
24
Qualquer fenómeno que altere a horizontalidade das
camadas é sempre posterior à sedimentação
25. Datação Relativa
P. da sobreposição
25
Princípio da sobreposição dos
estratos
Numa sucessão de estratos não
deformados, um estrato é mais
antigo do que aquele que o cobre
e mais recente do que aquele
que lhe serve de base.
26. Datação Relativa
26
As grandes descontinuidades no registo geológico devido à ausência de
camadas (explicadas por falta de sedimentação ou por erosão) designam-se
discordâncias estratigráficas ou lacunas.
27. Datação Relativa
P. da identidade paleontológica
27
Princípio da identidade paleontológica
Dois estratos apresentam a mesma idade
se apresentarem o mesmo fóssil de idade.
A presença de um fóssil de idade em dois estratos diferentes, mesmo que
se encontrem muito distanciados, permite-nos afirmar que os dois estratos
possuem a mesma idade.
28. Datação Relativa
P. da continuidade lateral
28
Princípio da continuidade lateral
Um estrato tem sempre a mesma idade ao
longo de toda a sua extensão,
independentemente da ocorrência da
variação horizontal (lateral) de fácies.
29. Datação Relativa
P. da continuidade lateral
29
Princípio da continuidade lateral
Em diferentes afloramentos, rochas
intercaladas em camadas que se
reconhecem como idênticas possuem a
mesma idade.
Se as rochas que se querem datar estão intercaladas em camadas que se
reconhecem como idênticas, pode-se estabelecer uma correlação entre
essas rochas intercaladas, de um afloramento para o outro.
Deste modo, uma camada limitada por um muro (base) e por um teto (topo)
e definida por uma certa fácies tem a mesma idade ao longo de toda a sua
extensão lateral.
30. Datação Relativa
P. da intersecção
30
Princípio da intersecção
Toda a estrutura geológica que intersecta
outra é mais recente do que ela.
A intrusão é mais recente do que os estratos A, B, C, D e E.
O filão é mais recente do que todas as outras formações, dado que as
intersecta.
31. Datação Relativa
P. da inclusão
31
Princípio da inclusão
Fragmentos de rochas incorporadas numa
rocha são mais antigas do que a rocha que
os engloba.
O estrato F é mais recente do que os outros pois inclui fragmentos de D,
C e B.
32. Escala do Tempo Geológico
32
São muitos e variados os acontecimentos que marcam a História da Terra
Alguns acontecimentos assumiram proporções dramáticas
Períodos de intensa e Impacto da Terra
contínua atividade com corpos vindos do
vulcânica espaço
Períodos mais ou menos
Períodos de aquecimento prolongados de subida e
ou arrefecimento global descida do nível do mar
35. Escala do Tempo Geológico
35
As informações resultantes tanto de datações relativas como, mais
tarde, de datações absolutas, permitiram aos geólogos a elaboração
de escalas de tempo geológico.
Estas representações esquemáticas da história da Terra,
representam sequências de divisões do tempo geológico, sendo as
respetivas idades registadas em milhões de anos.
36. Escala do Tempo Geológico
36
Os 4,6 mil milhões de anos da Terra
estão divididos em grandes unidade de
tempo:
Pré-Câmbrico
Era Paleozóica
Era Mesozóica
Era Cenozóica
43. Escala do Tempo Geológico
43
Nestas escalas, as divisões mais alargadas de tempo designam-se por
eons.
Nesses grandes intervalos de tempo consideram-se divisões de
duração inferior chamadas eras, cada uma das quais se subdivide em
períodos que, por sua vez, se dividem ainda em épocas.
As transições entre as diferentes divisões correspondem sobretudo
a momentos de grandes extinções ocorridas no passado e
testemunhadas pelo registo fóssil.
Fósseis de muitos organismos, como os dinossauros e outros grupos animais e
vegetais, aparecem pela última vez em estratos rochosos cuja datação
absoluta revelou a idade de 66,4M. a.,
Estas espécies ter-se-ão extinto nesta época
Transição entre a Era Mesozoica e a Era Cenozoica
44. Escala do Tempo Geológico
44
Pré-Câmbrico
4600 M. a. – 542M. a.
Era mais longa.
Origem da crusta terrestre, atmosfera primordial e primeiros mares.
Seres aquáticos sem esqueleto.
Escassos registos fósseis.
As primeiras cianobactérias utilizam a fotossíntese e produzem
oxigénio.
45. Escala do Tempo Geológico
45
Era Paleozoica
542 M. a. – 251 M. a.
Desenvolvimento das comunidades marinhas.
Desenvolvem-se os primeiros peixes.
Origem dos anfíbios, insectos e répteis.
Domínio das plantas produtoras de esporos.
Formação do super continente Pangea.
Extinção em massa
90 % de todas as Famílias desaparecem.
Fim da Era Paleozoica
46. Escala do Tempo Geológico
46
Era Mesozoica
251 M. a. – 65 Ma.
A idade dos dinossauros
Dominam as plantas terrestres
Origem das gimnospérmicas – plantas com sementes
Origem das angiospérmicas – plantas com flor
Origem dos mamíferos e das aves
Impacto de um asteroide? Vulcanismo intenso?
Extinção em massa de dinossauros e
de muitos organismos marinhos
Fim da Era Mesozoica
47. Escala do Tempo Geológico
47
Era Cenozoica
251 M. a. - …
Evolução continuada e adaptações das plantas com flor, insectos,
aves e mamíferos
Domínio dos mamíferos
Movimentos significativos da crusta e formação de montanhas
(Alpes e Himalaias)
Evolui o mais primitivo hominídeo (antepassado dos humanos) há
aproximadamente 4,4 milhões de anos atrás.
Os primeiros Homo sapiens surgiram há aproximadamente 100 mil
anos atrás.