2. S, Martinho
«São Martinho é o primeiro dos Santos não
Mártires, o primeiro Confessor, que subiu
aos altares no Ocidente. No dizer de
Durando de Mende, a liturgia consagra-lhe
um lugar semelhante aos dos Apóstolos,
por ter sido ele quem concluiu a
evangelização das Gálias. A sua festa era de
guarda e favorecida frequentemente pelos
dias de "verão de São Martinho",
rivalizando, na exuberância da alegria
popular, com a festa de S. João. Tinha
Oitava como S. Lourenço, porque S.
Martinho, "pérola dos sacerdotes", era
entre os Confessores o que S. Lourenço era
entre os Mártires, o maior dos Confessores.
Nasceu na Sabária Panónia) e veio para as
Gálias como soldado.
3. Sendo ainda catecúmeno, deu um dia perto de
Amiens a um pobre, que Ihe pedia esmola por
amor de Cristo, metade da clâmide. Na noite
seguinte, Jesus Cristo apareceu-lhe vestido com
essa metade que ele dera ao pobre, e disse-lhe:
"Martinho, sendo ainda catecúmeno, vestiu-me
com este manto".
Recebeu o baptismo aos 18 anos. Depois de
viajar pelo Oriente, onde se iniciou na vida
monástica, faz por algum tempo vida de eremita
numa ilha das costas da Ligúria. Finalmente,
fez-se discípulo de Santo Hilário, que então
florescia na cadeira episcopal de Poitiers e
fundou no deserto de Ligugé, a duas léguas da
sede do Bispado, um mosteiro para onde se
retirou com alguns discípulos. Lançou assim os
alicerces do monaquismo nas Gálias.
4. Mas Deus não queria que esta luz, ficasse
oculta debaixo do alqueire, e S. Martinho foi
arrancado à paz da solidão e revestido da
dignidade episcopal, que lhe deu ensejo para
desenvolver largamente os dotes do seu
coração de apóstolo. Pregou o Evangelho pelos
campos da Gália e extirpou de vez os resíduos
tenazes do paganismo, que tinham resistido à
investida cristã a coberto da superstição e da
ignorância do povo. Colocado à frente da
diocese de Tours, fundou a célebre abadia de
Marmoutiers ou o grande mosteiro aonde com
frequência se retirava para viver mais longe do
mundo,e mais perto de Deus. Cercavam-no
oitenta monges de vida santíssima, pautada
pelo exemplo e regra dos eremitas da Tebaida.
5. Viveu mais de oitenta anos, ocupado
sempre com a glória de Deus e a
salvação das almas, e morreu em
Candes, perto de Tours, em 397.
Ao seu túmulo afluíam de toda a parte
peregrinações frequentes. Gregório de
Tours, que lhe sucedeu, não hesita em
chamar-lhe o "Patrono de todo o
mundo". Poucos santos alcançaram a
popularidade dele. Só em França há
perto de mil igrejas paroquiais e 485
burgos e lugares com o seu nome. Em
Roma é notável a igreja de S. Silvestre
e S. Martinho, onde se faz a estação de
quinta-feira da quarta semana da
Quaresma.
6. A capa de São Martinho era conduzida
à frente dos exércitos em tempo de
guerra e nela se pregavam os sermões
solenes em tempo de paz. Símbolo da
protecção, que S. Martinho dispensava
à França, esta capa deu o nome ao
oratório, que a guardava, e a todos os
Oratórios, ou “capelas”.
7. A história de S. Martinho
Diz a lenda que Martinho, nascido na Hungria em 316,
era um soldado. Era filho de um soldado romano. O seu
nome foi-lhe dado em homenagem a Marte, o Deus da
Guerra e protector dos soldados. Aos 15 anos vai para
Pavia (Itália). Em França abraçou a vida sacerdotal,
sendo famoso como pregador. Foi bispo de Tous.
Certo dia de Novembro, muito frio e chuvoso, estando
em França ao serviço do Imperador, ia Martinho no seu
cavalo a caminho da cidade de Amiens quando, de
repente, começou uma terrível tempestade. A certa
altura surgiu à beira da estrada um pobre homem a
pedir esmola.
Como nada tivesse, Martinho, sem hesitar, pegou na
espada e cortou a sua capa de soldado ao meio, dando
uma das metades ao pobre para que este se protegesse
do frio. Nessa altura a chuva parou e o Sol começou a
brilhar, ficando, inexplicavelmente, um tempo quase de
Verão.
Daí que esperemos, todos os anos, o Verão de S.
Martinho. E a verdade é que S. Martinho raramente nos
decepciona. Em sua homenagem, comemoramos o dia
11 Novembro com as primeiras castanhas do ano,
acompanhadas de vinho novo. É o Magusto, que faz
parte das tradições do nosso país.
Mais tarde terá tido uma visão de Jesus e decidiu
dedicar-se à religião cristã. Faleceu a 8 de Novembro de
397 em Tours.
8. S. Martinho na História
S. Martinho de Tours ou simplesmente S. Martinho, nasceu na Panónia, actual território da Hungria, no
ano de 316, filho dum oficial do exército romano.
Aos 16 anos de idade, sendo já catecúmeno – aquele que se prepara e instrui para o baptismo – entrou
para o exército, onde atingiu o posto de oficial da Guarda Imperial.
Abandonou a vida castrense, e como discípulo de Santo Hilário recebeu ordens sacras de frade em
354.
Em 361 fundou um mosteiro em Ligugé (Poitiers, França), sendo ordenado bispo de Tours em 371, e foi o
maior propagador da fé da Gália, hoje França.
Faleceu em 397, e durante muitos séculos foi um dos santos mais populares da Europa, cuja memória
litúrgica é comemorada a 11 de Novembro, data em que foi enterrada em Tours, França.
9. Rimas de “O S. Martinho”
O S. Martinho está a chegar, São tão boas as castanhas
As castanhas vamos assar, São tão boas para comer
Para as barrigas dos Assadas ou cozidas
Meninos agradar Para a barriga encher
Castanhas para apanhar
O S. Martinho a chegar
A fogueira está a arder
E as crianças a querer comer
As castanhas a assar Castanha
As crianças a cantar Castanhinha
À espera para saltar Salta bem
E as caras enfarruscar Na fogueirinha
10. No dia de S. Martinho No S. Martinho
Castanhas assadas Faz-se o magusto
Come-se castanhas e
É tão bom fazer Bebe-se vinho
É tão bom saborear
Mas ainda é melhor Muito baratinho
Aquele cheirinho
Comer
A castanha vai ser levada Castanha assadas
A castanha vai morrer Na fogueirinha a arder
O cheiro da castanha assada A arder para que nós
Mas o menino está pronto a comer. Todos possamos comer
As castanhas já
O S. Martinho já O S. Marinho já
comidas
passou. passou
O S. Martinho acabar
Nós comemos A festa foi a valer
E nós fartos de
castanhas assadas. Com as castanhas
brincar
Agora é para brincar. assadas
E a fogueira apagar. Que nós todos
À sala vamos voltar.
fomos comer