O documento discute os conceitos fundamentais de composição em artes visuais, como a organização do espaço, uso de linhas, equilíbrio e hierarquia visual. Apresenta diversas técnicas de composição como a regra dos terços, estruturas harmônicas baseadas no número de ouro e composição triangular. Explica como elementos como cor, tamanho, textura e movimento afetam o peso visual de cada forma na composição.
2. A palavra universo tem origem no latim universus,
"todo inteiro", composto de unus e versus
Unus – unidade
Versos – diversidade
Unidade sem diversidade - é monotonia.
Diversidade sem unidade - é caos.
Unidade com diversidade - é harmonia.
composição
3. • “ A composição consistia em encontrar e representar: A
variedade dentro da unidade.”
Platão
composição
• O termo “composito” surge com Vitrúvio, que o aplicava à
arquitetura e de Cícero que o aplicava ao corpo humano.
•Mas foi Alberti, no Livro II de “De Pictura” quem
estabeleceu o seu uso na pintura: “distribuição dos
elementos de forma a produzir sentido numa superfície
plana.”
4. "A disposição da minha pintura tende
inteiramente para a expressão pela composição.
O lugar ocupado por figuras e objetos, os
espaços vazios que o cercam, as proporções,
tudo tem seu papel".
Matisse
composição
5. composição
•Uma composição é uma organização de formas num
determinado espaço.
•É a forma como o autor coloca e dispõe as formas positivas
e os espaços negativos dentro de um determinado formato.
•As formas positivas:
-os elementos gráficos, objetos e
pessoas
•Os espaços negativos:
-áreas vazias.
6. composição
•Elementos básicos na composição:
•Formas
•Linhas
•Planos
•Volumes
•Espaços
•Cores
•Texturas
•Estes elementos são organizadas para formarem
uma unidade com coerência. Essa coerência existe
quando encontramos equilíbrio e harmonia entre as
formas.
-ritmos
-tensões
-direções
7. composição
•Campo
Suportes:
-uma folha de papel;
-um muro;
-uma mesa;
-uma tela;
-o chão;
-uma cortina;
-enfim, onde
pretendemos intervir.
Formas:
-Oval;
-Retangular;
-Triangular;
-ou ter qualquer outra
forma, embora o suporte
mais frequente seja o
plano retangular.
• Ao espaço onde se organiza a composição chamamos campo.
8. composição
-Hervé Télèmaque,
The Red model, 1983
-Frank Stella, Harran II, 1967
-Frank Stella, Firuzabad, 1970
-Jean Arp, , 1925
•Diversas formas de Campo
10. composição
•Se uma imagem não está bem composta, o observador
desvia sua atenção para um ponto menos interessante da
imagem.
•O campo retangular, o suporte em forma de retângulo,
tem uma estrutura básica que condiciona as formas que
nele figuram.
•Essa estrutura compreende, para além dos lados, as
medianas e as diagonais.
12. composição
•Estruturas harmónicas
•Desde sempre, o homem procurou criar formas e
composições harmoniosas, ou seja, cuja proporção
agrada à vista.
•Este tipo de estruturas são aquelas que são aceites
universalmente como “agradáveis” ou harmoniosas.
•Estas estruturas são baseadas em regras matemáticas
e geométricas rigorosas.
•Algumas das mais importantes são: retângulo de ouro,
regra dos terços, composição triangular e grelha/rede.
13. composição
•Equilíbrio e o número de ouro
•O número de ouro foi estudado pelos gregos na sua
procura de formas harmoniosas e equilibradas e antes
deles, pelos egípcios.
•Estes comparavam
as relações de
grandeza do corpo
humano e
idealizavam as
proporções
perfeitas.
14. composição
•Na arquitetura existia a mesma preocupação.
•A planta retangular e a fachada do Partenon, em
Atenas, inscrevem-se num retângulo de ouro.
•O retângulo de ouro tem as dimensões dos seus lados
proporcionais segundo o número de ouro.
15. composição
•Número de ouro
• Em 1202, o matemático italiano, Leonardo
Fibonacci, publicou uma tabela com uma
sequência numérica, em que cada número é a
soma dos dois que o precedem.
16. composição
•Número de ouro
•A relação entre esses dois números tende para o
número de ouro: Ф=1,61803…..é uma constante
algébrica, um número irracional (que tal como π
não tem fim).
Ф = 1,2,3,5,8,13,….
• Lê-se Fi e vem de Fídias, o escultor grego na Antiguidade.
17. composição
•Número de ouro
•Este número tem a particularidade de se relacionar
com o crescimento biológico, e com a proporção
entre o todo e as partes de muitas formas da
natureza.
19. composição
•Construção de retângulo de ouro
•Via do cálculo
•Para determinar as medidas para um retângulo de ouro,
basta multiplicar a medida que for atribuída ao lado
menor, pelo número de ouro e temos a medida do lado
maior.
•Por exe: para um retângulo com 3 cm de lado menor,
multiplicamos por 1,618 que dá 4,854.
3 X 1,618 = 4,854
20. composição
•Via da construção geométrica
•Construção de um quadrado [A;B;C;D]
•O lado do quadrado é o lado menor do retângulo.
•Prolongar o lado AB do quadrado.
•Encontrar a mediatriz do lado AB
•Com centro em M e abertura do
compasso até C traçar o arco de
circunferência até intersetar o
prolongamento de AB no ponto E.
•O ponto AE é o lado maior do
retângulo de ouro.
21. composição
•Número de ouro e o pentágono
•Encontramos a mesma relação de
ouro no pentágono.
•O número de ouro encontra-se na
relação do lado do pentágono e a sua
diagonal.
•Número de ouro e a estrela pentagonal
•Aqui é possível encontrar diversas
relações de ouro
24. •Outros tipos de proporção
•Traçados geométricos que permitem obter retângulos a partir do
desenvolvimento de medidas do quadrado.
composição
25. •Outros tipos de proporção
•Traçados geométricos que permitem obter retângulos a partir do
desenvolvimento de medidas do quadrado.
composição
26. composição
•Regra dos terços
•É uma regra clássica muito utilizada na Renascença.
•O campo visual encontra-se dividido em nove partes iguais.
•O artista desenvolve a composição de modo a orientar a
atenção do observador para um dos 4 pontos centrais, e
assim fugir do centro dos cantos e das diagonais.
27. composição
•De acordo com esta lei, os melhores pontos para
colocar um elemento é nas intersecções das linhas,
uma vez que o centro é considerado como um ponto
passivo ou “morto”.
•É de evitar que o centro de interesse fique ao meio.
•As imagens com mais força são aquelas onde o
assunto principal não está no centro, mas sim num dos
quatro pontos de interseção.
30. composição
•Composição triangular
•Este tipo de estrutura tem sido muito utilizado na
organização de obras de arte de pintura e de escultura.
•A estrutura em triângulo tem uma relação muito direta com
a nossa experiência visual quotidiana.
•De facto os objetos que
fazem parte da nossa
realidade diária
assentam na parte
inferior do nosso campo
visual.
Josefa Óbidos, Caixa com Potes, 1660
31. composição
•O centro de interesse encontra-se no vértice de um
triângulo.
•Os elementos são colocados de forma triangular,
ficando o ponto de interesse muito claro, com o apoio
dos outros elementos da cena.
32.
33. composição
• O séc. XX não destituiu a ideia de composição, antes a
reforçou, reinventando a composição em grelha/ rede.
• Este tipo de composição foi bastante explorada pelas
abstrações.
•Composição em grelha/rede
Jean-Michel Basquiat, Tenor, 1985
34. composição
• É uma figuração do infinito, pois a composição pode
alongar-se para todos os lados exteriores da tela.
• Em termos de conteúdo e simbolismo, a rede/grelha
nega a perspetiva e a temporalidade, uma vez que
ela regista um presente perpétuo.
•Composição em grelha/rede
Vasalery, 1983.Keit Haring, Arte de Rua, 1988.
35. composição
•Linhas
•As linhas de uma imagem são formadas pelos elementos que
as compõem.
•Os contornos dos objetos são formadas por linhas, estas
linhas direcionam nossa atenção para determinados
lugares.
Fernand Leger
36. composição
•As linhas podem ser explícitas, intrínsecas e implícitas.
•Trabalhando estas linhas conseguimos chamar a atenção
para determinado ponto do quadro.
•Estas linhas conduzem a atenção do observador ao
centro de interesse que o artista pretende evidenciar.
Fernand Leger, The City 1919-20.
37. composição
•Linhas explícitas
•São facilmente percecionáveis, fazem parte objetivamente
da aparência de uma forma plástica.
•São produzidas por diversos elementos:
-contornos,
-fronteiras de claro/escuro
-fronteiras de contrastes
-perspetivas
Giogio Morandi , Natureza Morta, 1956.
38. composição
• São linhas que não são visíveis na aparência em causa, mas que
podem estar sugeridas numa espécie de estrutura interna de
construção.
• É uma linha subentendida, uma linha que sublinha
imaginariamente a orientação de uma forma ou a sua organização
interna.
•Linhas intrínsecas
Pablo Picasso , Mandolin and Guitar, 1924
39.
40. composição
• São linhas que estão para além da análise comum:
são as linhas que pressupomos como estrutura
construtiva de um corpo.
• São elas:
-Linhas estruturais
-Linhas construtivas
Rubens, The descent from the Cross, 1630
41. composição
•Linhas implícitas
•São linhas, que tal como as linhas intrínsecas, não
são visíveis, numa primeira analise, mas que
adquirem um papel determinante na imagem.
•Podem ser sugeridas através de um olhar, através
de uma indicação de uma mão, de um dedo
indicador.
•Parecem ligar atitudes e indicar movimentos.
•São elas:
-Linhas de força;
-Linhas de tensão.
44. composição
“Em muitas composições pictóricas, e mesmo
escultóricas, as figuras em presença, opondo-se
umas às outras, ou conjugando-se de certa
maneiras, sugerem movimentos, tensões, percursos
direccionalmente definidos.”
Rocha de Sousa, 1981
45. composição
•Significado das linhas
•A linha enquanto elemento de significação por colocação
•As linhas também têm um significado global
determinado pela experiencia da visão e do nosso
posicionamento no espaço.
•Este significado está estritamente associado à
cultura em que nos encontramos inseridos.
46. composição
•Linhas verticais sugerem
dignidade, poder.
•As horizontais sugerem
estabilidade.
•Linhas paralelas aos
limites da imagem criam
uma sensação de
formalidade e ordem, mas
deixam a imagem
monótona.
•Já as diagonais transmitem mais emoção, vigor e
dinamismo.
49. composição
•As linhas diagonais são sempre mais dinâmicas que as
horizontais e verticais, no entanto, transmitem instabilidade.
Rubens, A rapto das filhas de Leucipo, 1577-1640
50. composição
•As linhas curvas, por sua vez,
passam uma sensação de suavidade,
tranquilidade, graça, movimento e
sensualidade.
Sónia Delaunay, Petite Automme, 1938
(tapeçaria)
51. composição
•O "movimento" de um quadro está
diretamente relacionado com as linhas.
Através do movimento podemos
chamar a atenção para o centro de
interesse.
Robert Delaunay, Ritmo, 1939
• Por exemplo, quando todas as
linhas da composição dirigem o olhar
ao objeto principal ou quando uma
cor localizada num canto da tela tem
sua ligação com a mesma cor em
outro canto da tela.
Luigi Russol, Dinamismo de um Automóvel, 1911
52. composição
•Peso visual
• O peso visual corresponde à atração que uma forma exerce sobre
o olhar do observador.
• Esta força ótica pode acontecer com maior ou menor intensidade.
• Se a forma é muito atraente, tem muito peso.
• Os elementos da composição podem ser entendidos como pesos
de uma balança.
• Uma composição está equilibrada, se os pesos dos seus
elementos se compensam entre si.
53. composição
•O peso visual depende de diversos fatores:
•Localização
•Dimensão
•Cor
•Textura
•Movimento
56. composição
•Dimensão
•Uma forma maior é
visualmente mais pesada do
que uma menor.
• Ao afastarmos a forma
com menor dimensão do
centro, ela ganha peso
visual.
57. composição
•Cor
•Uma forma com uma cor
quente ou luminosa atrai
mais o nosso olhar.
•O contraste que a cor faz
com o fundo pode alterar o
seu peso visual.
58. Paul Klee, O mensageiro de Outono, 1922
composição
59. composição
•Textura
•Uma forma com configuração
recortada tem mais peso visual do
que uma configuração mais
simplificada.
•Através da textura, a forma
simplificada adquiriu peso visual.
Quanto mais texturada for uma
forma, maior o seu peso visual.
60. composição
•Movimento
•Se colorimos uma forma
horizontal com uma cor quente, ela
vai atrair o nosso olhar e adquirir
peso visual.
•Uma forma colocada na horizontal
parece parada, logo tem menos
peso visual de que uma colocada
com a direção obliqua.
61. Rua Fernando Namora - Odivelas
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