1. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica – H. Santa Cruz
Estudo de Caso, Família Figueiredo
1 – INTRODUÇÃO
Este Estudo de Caso foi realizado no âmbito da unidade curricular de Enfermagem de
Saúde Infantil e Pediátrica, do VII Curso de Licenciatura em Enfermagem, 2º ano, 1º semestre
da Universidade Atlântica.
Este trabalho tem como finalidade, escolher uma criança inserida no seu habitual
contexto familiar, de forma a realizar uma avaliação da sua “normal condição de vida”.
Deve-se ter sempre em atenção, aquando da realização do estudo de caso a uma
criança, à família e ao seu contexto familiar. A família é um sistema aberto que demonstra
uma determinada estrutura, função e organização interna e possui elementos que interagem
entre si. Por isso, a família da criança transporta uma perspectiva única para as questões, que
devem ser levantadas, relativamente à saúde.
Assim sendo, com a elaboração deste Estudo de Caso, propusemo-nos a atingir os
seguintes objectivos:
⇒ Elaborar um histórico de enfermagem;
⇒ Analisar as actividades de vida da criança em estudo, segundo Nancy Roper;
⇒ Realizar um exame físico à criança, analisando-a no sentido cefalo-caudal, enquadrando
os valores recolhidos nos padrões de normalidade para a sua idade e fase de
desenvolvimento;
⇒ Elaborar um Diagnóstico de Enfermagem relativo à criança.
A elaboração deste estudo de caso será alicerçada no processo de enfermagem, como
metodologia científica e no modelo de Enfermagem de Nancy Roper como orientação teórica.
A metodologia utilizada para a realização deste estudo de caso teve como base alguns
critérios predefinidos.
Escolhemos uma criança/família que pelo menos um dos membros do grupo
conhecesse, para conseguirmos uma melhor e mais eficaz recolha de dados. Para a recolha
dessa informação, utilizámos três tipos de fontes diferentes. Uma das fontes foi uma entrevista
realizada à mãe da criança em estudo e à própria criança. Uma outra fonte, foi a realização do
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exame físico à criança em estudo e por último, foram os dados recolhidos do Boletim de
Saúde Infantil da criança, bem como a sua história clínica anterior.
Como instrumentos de estudo utilizados na abordagem de enfermagem da família
utilizámos: um genograma (diagrama que detalha o histórico e a estrutura familiar) e um
ecomapa (diagrama das relações estabelecidas entre a comunidade e a família).
Neste trabalho seguimos as regras da APA.
2 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1 - A FAMÍLIA
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Família é um termo que pode ser definido de várias maneiras e para inúmeras
finalidades de acordo com a própria estrutura de referência do indivíduo, a disciplina e o
julgamento de valores.
A psicologia realça os aspectos interpessoais da família e a sua responsabilidade no
desenvolvimento da personalidade.
A família também pode ser definida tendo-se em conta as pessoas que constituem a
unidade familiar. Os tipos mais comuns de relacionamento são o consanguíneo (relações
sanguíneas), o afim (relações maritais) e a família de origem (a unidade familiar em que a
pessoa nasceu).
Tradicionalmente, uma família foi considerada como um grupo, com a crença de que
um pai e uma mãe são necessários para criar uma criança. Já na sociedade moderna, é
necessária uma definição ampla de família, como um grupo de pessoas, que vivem juntas ou
em contacto íntimo, que cuidam uns dos outros e propiciam orientação para os seus membros
dependentes.
A enfermagem de lactentes e crianças está intimamente ligada com o cuidado da
criança e da família. No entanto, as enfermeiras devem ter em conta as funções da família, os
diversos tipos de estruturas familiares e as teorias que fornecem uma base para se
compreender as alterações dentro de uma família, direccionando as intervenções orientadas
para esta.
Bolander, 1998.
Wong, 1999.
2.2 - ESTRUTURA E FUNÇÃO DA FAMÍLIA
2.2.1 - Estrutura da Família
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A estrutura da família pode variar de acordo com a composição das suas partes
associadas e de acordo com o seu ciclo de vida caracteriza a forma de organização ou a
disposição de diversas partes que estão interrelacionadas de modo recorrente e específico.
Existem cinco tipos de família: a família nuclear (engloba o conjugue e respectivos
filhos, naturais ou adoptados, que vivem num domicílio comum e é a mais característica de
uma sociedade urbana e móvel, sendo considerada a unidade reprodutora em que os laços
maritais, legais ou de outra maneira sancionados, constituem a principal força de união) a
família mista (engloba o conjugue, filhos biológicos do casal e filhos de casamentos prévios,
vivendo todos juntos num domicílio comum) sendo esta o tipo de família da criança em
estudo, a família alargada (engloba o conjugue e respectivos filhos e parentes
consanguíneos), a família monoparental (engloba apenas um progenitor e seus filhos) e a
família homossexual (engloba duas pessoas do mesmo sexo que estabelecem uma relação
afectiva e que possuem filhos).
Bolander, 1998; Wong, 1999.
2.2.2 - Função da Família
Relativamente à função, a família tem várias: função educacional, relativa ao ensino
de tarefas, atitudes e conhecimentos; função psicológica, como promover um ambiente que
promova o desenvolvimento saudável da personalidade da criança; função biológica, como
cuidar e educar as crianças e manter uma nutrição equilibrada; função económica, como gerir
o orçamento familiar e assegurar a estabilidade financeira dos membros da família e a função
sócio-cultural, na transferência de valores relacionados com atitudes morais, com o
comportamento, linguagem, tradição, e a religião.
Wong, 1999.
2.3 – TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO
Pode-se definir desenvolvimento como “a sequência das modificações físicas e psicológicas
que se observam no ser humano, que acompanham a idade, desde a concepção. O
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desenvolvimento não é, assim, um patamar de chegada, mas um processo de transformação
ininterrupto.” (Rocha; Fidalgo, pág. 125).
A criança escolhida para a realização deste estudo de caso, R.F., nasceu dia 8 de
Novembro de 1991. Uma vez que esta criança tem 17 anos encontra-se no período da
adolescência, que vai dos 12 anos aos 18 anos de idade.
A adolescência é um espaço/ tempo onde os jovens através de momentos de maturação
diversificados fazem um trabalho de reintegração do seu passado e das suas ligações infantis,
numa nova unidade.
Nesta etapa de desenvolvimento, predomina o jogo, os amigos, o desporto, o saber, a
aprendizagem, o desenho e a escola. Existem diversas alterações a nível comportamental e
cognitivo, como por exemplo ao nível da concentração, capacidade de se exprimir,
autoconfiança, estar sossegado, prestar atenção, ter perseverança, estar com os seus pares,
fazer amigos, escrever e ler e ter curiosidade em saber sempre mais. Daí coincidir com o
período em que estas crianças entram para a escola, por estarem mais despertas para este
meio.
O entanto, esteja a criança em que etapa do desenvolvimento estiver, é necessária a
relação continuada com o educador, a estrutura e a disciplina, a protecção e segurança física,
proporcionar experiências adequadas às diferenças individuais e cuidados adequados ao
desenvolvimento, bem como comunidades estáveis e proteger o seu futuro.
Rocha, Fidalgo, 2001.
2.3.1 - Desenvolvimento Psicossocial (Erikson)
A teoria de desenvolvimento psicossocial de Erikson propõe oito estádios
psicossociais: perspectiva oito idades no desenvolvimento do ciclo de vida, desde o
nascimento até à morte. Neste processo de desenvolvimento tem em conta os aspectos
biológicos, individuais e sociais.
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Para Erikson cada estádio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente
positiva e uma negativa. Estas duas vertentes são dialecticamente necessárias e é essencial
que se sobreponha a vertente positiva.
Os oito estádios de desenvolvimento da teoria de desenvolvimento psicossocial de
Erikson são:
1ª Idade: Confiança versus Desconfiança (0 – 18 meses);
2ª Idade: Autonomia versus Vergonha e Dúvida (18 meses – 3 anos);
3ª Idade: Iniciativa versus Culpa (3 – 6 anos);
4ª Idade: Indústria/Mestria versus Inferioridade (6 – 12 anos);
5ª Idade: Identidade versus Difusão/Confusão (12 – 18/20 anos);
6ª Idade: Intimidade versus Isolamento (dos 18/20 anos – 30);
7ª Idade: Produtividade versus Estagnação (30 – 60 anos);
8ª Idade: Integridade versus Desespero (depois dos 65 anos).
De acordo com Erikson, o estádio de desenvolvimento onde se enquadra R.F. é a 5ª
Idade, que corresponde à Identidade versus Difusão/Confusão (12 – 18/20 anos)
A quinta idade de Erickson surge na adolescência/puberdade, o R.F está a adquirir
uma identidade psicossocial, isto é, compreende a sua singularidade, o seu papel no mundo.
Não devemos encarar os diferentes estádios como etapas isoladas, logo as fases
anteriores deixaram marcas que influenciam a forma como R.F está a vivenciar este período,
desenvolvendo uma perspectiva histórica na qual se vai a perceber e integrar elementos
identitários adquiridos nas idades anteriores.
A identidade, forma-se num processo contínuo e une as diferentes transformações de
uma forma cumulativa de desenvolvimento.
Neste estágio os indivíduos estão recheados de novas potencialidades cognitivas,
exploram e ensaiam estatutos e papéis sociais, a sociedade torna-se o espaço de
experimentação ao adolescente. É neste âmbito que ressalta um dos conceitos eriksonianos
que ajuda a conferir tanta relevância a este estágio, ou seja, a moratória psicossocial.
Embora a construção da identidade se realize ao longo do ciclo da vida, constitui uma tarefa
específica desta idade
Monteiro, Manuela; Ribeiro dos Santos, Milice; 2001: p.38
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O versus negativo menciona os aspectos, sentimentos relacionados à confusão/difusão
de quem ainda não se descobriu a si próprio, e não sabe o que pretende, tendo dificuldade em
optar.
2.3.2 - Desenvolvimento Psicossexual (Freud)
Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição do aparelho psíquico, são
explicados pela evolução da psicossexualidade.
A sexualidade esta integrada no nosso desenvolvimento desde o nascimento,
evoluindo através de estágios, com predomínio de uma zona erógena. Cada estádio é marcado
pelo confronto entre as pulsões sexuais e as forças que se lhe opõem.
Freud define e caracteriza cinco estádios de desenvolvimento psicossocial:
• Estádio Oral (do nascimento aos 12/18 meses);
• Estádio Anal (dos 12/18 meses aos 2/3 anos);
• Estádio Fálico (dos 2/3 anos aos 5/6 anos);
• Estádio de Latência (dos 5/6 anos ate à puberdade);
• Estádio Genital (depois da puberdade).
A adolescente R.F. está no Estádio Genital de Freud e a sexualidade que esteve adormecida,
no período anterior (Estádio de Latência), está a ser revivida.
Neste estádio o adolescente revive o complexo de Édipo e o modo como o ultrapassa,
é muito importante para o seu desenvolvimento e equilíbrio psicológico.
R.F. já demonstra ser capaz de fazer escolhas sexuais fora da família e adaptar-se a
um conjunto de valores socioculturais.
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Alguns adolescentes vão sofrer retrocessos no seu desenvolvimento e regressam a
estádios anteriores. O ascetismo e a intelectualização são mecanismos de defesa do ego, para
esconder desequilíbrios emocionais inerentes a alguns adolescentes. Caso não ultrapassem
esses desequilíbrios, poderão ter dificuldade em ser autónomos, em ter confiança em si
próprios, sendo irresponsáveis e incapazes de se respeitarem a si e aos outros.
3 - MODELO DE NANCY ROPER
Modelo pode-se definir como “um conjunto de conceitos sistematicamente
construído, cientificamente fundamentado e logicamente relacionado que identifique os
componentes essenciais da prática de enfermagem, junto às bases teóricas destes conceitos e
dos valores necessários para a sua utilização por quem os pratique” (Roper, Logan, Tierney,
pág. 13).
Alguns objectivos deste modelo são: facilitar a realização das actividades de vida, com
a independência afim de evitar a perda de saúde; que o indivíduo adquira, mantenha ou
recupere a independência ou que aprenda a enfrentar a sua dependência e pretende executar
estratégias para promover a recuperação e a independência do indivíduo nas actividades de
vida.
O Modelo Teórico de Nancy Roper tem cinco componentes principais: Actividades de
vida, Etapas de vida, Grau de dependência/independência, Factores que influenciam as
actividades de vida e a Individualidade no viver.
Os pressupostos deste modelo são: o indivíduo é avaliado em todas as etapas da sua
vida, e a forma como cada etapa é vivida por cada pessoa, contribui para a individualidade no
viver; a vida pode ser descrita como um conjunto de actividades de vida, e embora se valorize
a independência dessas etapas, a sua dependência não deverá diminuir a dignidade do
indivíduo e ao longo de todas as etapas de vida o indivíduo tende a tornar-se cada vez mais
independente na realização dessas actividades.
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As Actividades de Vida são o foco do modelo uma vez que são centrais na profissão
de enfermagem. Quanto mais se analisam as actividades de vida, mais se compreende a sua
complexidade individual. Os componentes desta complexidade são a confirmação de que elas
estão intimamente relacionadas.
O Modelo de Nancy Roper possui doze actividades de vida.
Roper, Logan, Tierney, 1995.
3.1 - ACTIVIDADES DE VIDA
Tal como no Modelo de Vida, as actividades de vida são também consideradas como
um componente principal do modelo de enfermagem.
1. Manutenção de Um Ambiente Seguro
“Para se manter vivo e desempenhar qualquer uma das actividades de vida, é imperativo
que sejam tomadas certas acções para manter um ambiente seguro. De facto, todos os dias,
muitas actividades são desempenhadas com este único objectivo e, embora se trate de rotina,
realizam-se quase sem um esforço consciente.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
2. Comunicação
“ Os seres humanos são essencialmente seres sociais e uma parte importante da vida
engloba comunicação com outras pessoas de uma forma ou de outra. A comunicação não
envolve apenas a utilização da linguagem verbal, como escrever e falar, mas ainda a
transmissão não verbal de informação através de expressões faciais e expressão corporal.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
3. Respiração
“A primeira actividade de vida de um recém-nascido é respirar. A capacidade para fazer
isto é vital, pois esta acção das células corporais vai receber do ar oxigénio que foi
anteriormente fornecido pelo sangue da mãe. Mas daqui em diante, a respiração torna-se
numa actividade sem esforço e as pessoas não têm consciência de que a executam, até que
alguma circunstância anormal force a sua atenção.”
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Roper, Logan, Tierney, 1995.
4. Alimentação
“Desempenha um papel significativo no padrão de vida diária de todos os grupos etários e,
para a maioria das pessoas, é uma actividade agradável. Mas, independentemente do prazer
obtido, ela é essencial à vida.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
5. Eliminação
“Eliminar é um acto de vida praticado por todos os indivíduos, com uma regularidade
constante e durante toda a vida. Façam as pessoas o que fizerem, estejam onde estiverem, e
em qualquer momento do dia, elas reagem à necessidade de eliminar, e essa resposta faz
parte integrante da vida diária.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
6. Higiene Pessoal e Vestuário
“Uma boa higiene pessoal e brio são encontrados em muitas culturas, quaisquer que sejam
os padrões específicos e normas.”
“Em relação ao vestuário é interessante notar que as roupas não apenas preenchem a
função de protecção do corpo mas reflectem ainda aspectos importantes da cultura e
tradição; têm associações sexuais e são um meio de comunicação não-verbal.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
7. Controlo da Temperatura Corporal
“O sistema de controlo da temperatura não é completamente sensível ao nascer, mas assim
que a função é estabelecida, a temperatura do corpo humano é mantida dentro de uma faixa
bastante estreita. Isso é essencial para garantir muitos dos processos biológicos e ainda o
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bem-estar pessoal em temperaturas ambientais que variam continuamente e às vezes
dramaticamente.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
8. Mobilidade
“Embora seja uma palavra bastante desajeitada, «mobilidade» parece ser mais esplícita do
que «andar» para descrever a capacidade de movimento que é uma das essenciais e mais
importantes actividades humanas. Os efeitos devastadores de qualquer limitação grave a
longo prazo no movimento são testemunho deste facto a todos os níveis: físico, psicológico,
económico e social.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
9. Trabalho e Lazer
“Quando não estão a dormir, quase todas as pessoas estão a trabalhar ou em actividades de
lazer; este tem sido descrito como o trabalho de crianças. Geralmente, para a maioria dos
adultos o trabalho oferece um rendimento pelo qual, depois de os custos essenciais serem
pagos, as actividades de lazer são financiadas. As actividades de trabalho e lazer podem ter
significados diferentes para indivíduos diferentes.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
10. Expressão da Sexualidade
“A actividade específica que tende a estar directamente associada com sexo é a relação
sexual. Evidentemente que isto é um componente importante nas relações do adulto – e
essencial para a continuação da raça humana – mas também existem muitas outras formas
nas quais a sexualidade humana é expressa.
A sexualidade individual é determinada na concepção e através das etapas de vida, por isso,
a sexualidade é uma dimensão importante da personalidade e do comportamento.”
Roper, Logan, Tierney, 1995
11. Sono
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“Pode parecer estranho descrever o sono como uma actividade até se compreender que os
processos corporais não param no período de actividade nem a dormir. Todos os organismos
vivos têm períodos de alternância entre actividade e o sono.”
“Também é uma actividade essencial; o crescimento e reparação das células acontece
durante o sono que permite que as pessoas descontraiam e estejam capazes de aguentar os
esforços e os requisitos da vida diária. Sem um período de sono adequado as pessoas sofrem
de mal-estar e descompensação e uma variedade de doenças resultam de privação
aumentada de sono.”
Roper, Logan, Tierney, 1995.
12. Morte
“ A morte é o que marca o fim da vida tal como o nascimento marca o seu início. No
entanto, a preocupação não é apenas com o acontecimento da morte, mas ainda com o
processo de morrer.”
“Ao descrever a «vida» parece essencial reconhecer que a morte é a única coisa
realmente certa nesta vida. O total da vida de uma pessoa é vivido à luz da inevitabilidade
da morte; para algumas pessoas sobrepõe-se à vida e para outras dá um significado
positivo à mesma.” ´
Roper, Logan, Tierney, 1995.
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4 - HISTÓRICO DE ENFERMAGEM DA FAMÍLIA
4.1 - GENOGRAMA
O genograma é um diagrama que detalha a estrutura e o histórico familiar, fornece
informações sobre os vários papéis dos seus membros e das diferentes gerações.
J. A. M.A
67 Anos 66 Anos
Reformado Reformada
F.F.
49 Anos M.T.F
Engº técnico de 44 Anos
segurança Analista
Clinica
M.F
10 Anos R.F
Estudante. 17 Anos
Estudante
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Figura 1 – Genograma família Figueiredo
4.2 - ECOMAPA
O Ecomapa é um diagrama das relações entre a família e a comunidade e ajuda a avaliar
os apoios disponíveis e sua utilização pela família.
Trabalho
Escola
Centro
Igreja
comercial F. F.
M.F.
47 Anos
44 Anos
Engº
Analista Clínica
Ginási
M.F R.F o
10 Anos 17 Anos
Esudante Estudante
Família
e amigos Supermercad
o
Hospital de Santa
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Maria e Santa
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Cruz
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Figura 2 – Ecomapa
Relação muito forte
Relação forte
------------ Relação de Fraca Intensidade
A família de R.F. é uma família com uma estrutura do tipo nuclear, ou seja, é uma
unidade familiar que engloba o conjugue e filhos biológicos do casal, vivendo todos juntos
num domicílio comum.
A adolescente relaciona-se adequadamente com a mãe, pai e os irmão.
Podemos observar, através do ecomapa, que a família em estudo apenas frequenta o
supermercado onde realiza semanalmente as compras para a casa de necessidade primária. Por
outro lado, a família estabelece uma relação forte com o Hospital de Santa Cruz e com a
família, estando com ela frequentemente. Os pais de R.F. trabalham e mantêm uma boa
relação com o trabalho apresentando um rendimento e emprego fixo
R.F. e o irmão M.F. estudam e têm uma boa relação com a escola, R.F. diz ser uma aluna
exemplar e M.F. também bom aluno mas por vezes com mau comportamento.
4.3 - IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA
Nome: R.F.
Filiação: .M.T.F e F.F.
Data de Nascimento: 8 de Novembro de 1991
Idade: 17 anos
Sexo: Feminino
Altura: 1,69 m
Percentil da altura: 90-75
Peso: 56,6 kg
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Percentil do peso: 90-75
IMC: 19.8 (percentil 50-25)
Raça: Caucasiana
Local de residência: Carnaxide
Naturalidade: Lisboa
Nacionalidade: Portuguesa
Escolaridade: 12º ano (Ensino Secundário)
4.4 - IDENTIFICAÇÃO DO AGREGADO FAMILIAR
Mãe: M.T.F.
Pai: F.F.
Irmão: M.F.
4.5 - PERÍODO PRÉ-NATAL
Duração da gestação: 40 semanas
Gestação: Vigiada
Número de consultas durante a gravidez: 6 consultas
4.6- PERÍODO NEONATAL
Local do parto: Hospital S.Francisco de Xavier.
Tipo de parto: Eutócico
Peso ao nascer: 3700 g
Estatura ao nascer: 50 cm
Perímetro Cefálico ao nascer: 35 cm
Índice de Apgar ao 1º minuto e ao 5º minutos: 10/10
Reanimação: Não
Vacinas realizadas na maternidade: BCG e Hepatite B
Rastreio de doenças metabólicas: 13/11/1991
4.7 - AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE I.F.R.D.
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Sorri: 1 Mês
Vocaliza: 2 Meses
Controla da Cabeça: 3 Meses
Preensão Palmar: 4 Meses
Vira-se na cama: 5 meses
Preensão em Pinça: 8 Meses
Senta-se sem apoio: 5 Meses
Arrasta-se: 7 meses
Põe-se de pé: 9 meses
Anda com apoio: 9 meses
Anda sozinha: 12 meses
Reflexo de marcha automática: extinto às 3 Semanas
Reflexo dos pontos cardeais: extinto aos 3 Meses
Reflexo de Moro: extinto 3 Meses
Reflexo tónico-cervical: extinto aos 4 Meses
Reflexo de Babinski: extinto aos 9 Meses
Criança com um desenvolvimento normal e adequado para a idade.
4.8 - REGISTO DO CRESCIMENTO DE R.F.
DATA IDADE PESO (g) ESTATURA P. CEFÁLICO
(cm) (cm)
11/11/91 3 dias 3370 g ---- ----
13/11/91 5 dias 3620 g ---- ----
20/11/91 12 dias 3750 g ---- ----
22/11/91 14 dias 3750 g 51,5 cm 35 cm
06/12/91 29 dias 4350 g 53,4 cm 35,2 cm
13/12/91 1 Mes 5 dias 4480 g ---- ----
19/12/91 1 Mes e 11 dias 4750 g ---- ----
26/12/91 1 Mes e 18 dias 4820 g 55,5 cm 37,2
02/01/92 4 Meses 5150 g ---- ----
15/01/92 4 Meses e 14 dias 5300 g 57 cm 37,8 cm
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22/01/92 5 Meses 5520 g ---- ----
05/02/92 5 Meses e 27 dias 5690 g ---- ----
22/02/92 6 Meses e 26 dias 5950 g 61 cm 39,5 cm
18/03/92 9 Meses e 12 dias 6670 g 64,3 cm 40 cm
04/04/92 10 Meses e 16 dias 7050 g 65 cm 41,3 cm
20/05/92 12 Meses e 3 dias 7750 g 67,5 cm 41,5 cm
08/06/92 15 Meses e 5 dias 8060 g ---- ----
01/07/92 15 Meses e 23 dias 8350 g 70,5 cm 42 cm
10/07/92 1 8500 g 71 cm 43 cm
05/08/92 5 anos e 10 meses 8750 g 72,3 cm 43,2 cm
09/11/92 6 anos e 1 dia 9530 g 76 cm 44,2 cm
11/11/92 6 anos e 3 dias 9680 g 77 cm 44,5 cm
03/02/93 6 anos 10310 g ---- ----
10/02/93 10320 g 79,5 cm 45 cm
20/02/93 10500 g 81 cm 45 cm
10/05/93 11210 g 82 cm ----
23/06/93 11220 g 85 cm 46 cm
23/07/93 11250 g 87 cm 46 cm
02/11/93 10000 g 87 cm ----
10/11/93 11600 g 90 cm 46 cm
03/12/93 12000 g 90 cm ----
31/01/94 12600 g 91 cm 46.5 cm
04/02/94 12250 g 92,5 cm ----
12/02/94 12500 g ---- ----
28/05/95 23500 g 127 cm ----
16/5/00 26500 g 132 cm ----
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nº200791562
19. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Estudo de Caso, Família Figueiredo
Figura 3: Percentil peso de I.F.R.S dos 0-24 meses
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20. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Estudo de Caso, Família Figueiredo
Figura 4: Percentil do comprimento de I.F.R.D. dos 0-24 meses
Figura 5: Percentil do perímetro cefálico de I.F.R.D. dos 0-24 meses
Figura 6: percentil peso de I.F.R.D. dos 2 – 7 anos
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21. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Figura 7: percentil estatura 2 – 7 anos
4.9 - ALIMENTAÇÃO DE I.F.R.D. DURANTE O PRIMEIRO ANO DE VIDA
Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12
0
Leite Materno X X X X X X X X X X X X
Fórmula Comercial
Leite em Natureza
Cereais X X X X X X X X X
Legumes X X X X X X X X X
Frutas X X X X X X X X X
Carne X X X X
Peixe X X X X
Ovo X X X X
Dieta Familiar X
Vitamina D X X
Flúor X
Ferro
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22. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Não se verificaram nenhumas alergias durante o processo de introdução dos alimentos e
I.F.R.D. adaptou-se muito bem. Actualmente, come todo o tipo de alimentos, com os mesmos
horários da família.
4.10 - ANTECEDENTES DE SAÚDE PESSOAIS E FAMILIARES
Como antecedentes pessoais, foi diagnosticada a I.F.R.D. em 2004, Varicela.
Já recorreu ao Hospital de Tomar, onde ficou internada no serviço de pediatria, de 16 a
19/09/05 devido a um episódio de bronqueolite.
Como antecedentes familiares, há a referir que à mãe foi diagnosticada Diabetes
Gestacional na sua gestação e o avô materno tem Hipertensão.
4.11 - AMBIENTE FAMILIAR E DOMICILIAR
A família em estudo habita num apartamento duplex, T3, 5º andar, localizado em Rio
de Mouro. O apartamento é constituído por três quartos, duas casas de banho, um hall de
entrada, três varandas, uma cozinha, uma despensa e uma sala. I.F.R.D. divide o quarto com a
irmã.
O prédio possui cinco andares, um elevador e uma entrada apresentável. Mora num
bairro sossegado e possui nas traseiras da sua casa um grande jardim onde I.F.R.D. costuma
habitualmente brincar.
4.12 - CONTEXTO SÓCIO-ECONÓMICO
Em relação ao contexto Sócio-Económico, de acordo com a informação recolhida, a
família de I.F.R.D. pertence à classe média. Ambos os pais trabalham, num entanto o pai de
I.F.R.D. trabalha em Angola tendo a profissão de arvoredo, por isso só vem a Portugal em
épocas festivas importantes e férias. Mantêm uma boa relação com a família materna que
apesar de distante (Tomar) comunicam-se várias vezes.
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23. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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5 - EXAME FÍSICO
O exame físico foi realizado no decorrer da entrevista, no dia 1 de Outubro de 2008.
5.1 - ASPECTO GERAL
Relativamente a esta questão, I.F.R.D. apresenta um aspecto bastante bem cuidado,
ficando notória a atenção dada à criança por parte da mãe.
5.2 - PELE
A pele foi avaliada quanto à sua coloração, textura, turgor tecidual/elasticidade,
através da palpação, hidratação e temperatura.
Quanto à coloração, I.F.R.D apresentava uma pele rosada, e no Verão adquire bronze
facilmente. Relativamente à textura esta apresentava-se com um aspecto liso e suave, firme,
integra e sem oleosidade. Em relação à elasticidade, puxando a pele do abdómen de I.F.R.D. o
tecido elástico rapidamente voltou ao seu estado normal. I.F.R.D. apresenta pele e mucosas
coradas e hidratadas. Em relação à sua temperatura corporal é de 36,3 º C.
5.3 - CABEÇA
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24. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Na avaliação da cabeça, foram observados o formato e simetria, postura e simetria
facial.
Em relação ao formato e simetria da cabeça, verifiquei que esta tem um formato
normocefálico, aparentando ser simétrica e forma oval. Não apresenta nenhuma cicatriz.
Relativamente à simetria facial, I.F.R.D. apresenta movimentos simétricos.
5.4 - CABELO
Em relação ao cabelo analisamo-lo quanto à cor, textura, qualidade, e distribuição.
I.F.R.D. tem cabelo de cor castanho-claro, fino, ondulado, brilhante e comprido.
Apresenta-se distribuído homogeneamente por toda a cabeça. O couro cabeludo apresentava-
se limpo e sem qualquer sinal de lesões, descamação, infecções e cicatrizes.
5.5 - FACE
A avaliação da face foi feita através da observação da sua simetria. I.F.R.D. apresenta
simetria facial e não tem anormalidades.
5.6 - OLHOS
A avaliação dos olhos é feita em relação à cor, inspecção das pálpebras, das fendas
palpebrais, da conjuntiva palpebral, das pupilas (redondas, claras e iguais), da simetria e
tamanho, da distância.
I.F.R.D. tem olhos azuis brilhantes, simétricos e grandes. As pálpebras bem como as
pestanas que lhe estão associadas encontram-se bem posicionadas.
As fendas palpebrais situam-se horizontalmente entre as duas pálpebras. O saco
conjuntival da pálpebra encontra-se rosado e hidratado. Os olhos bem distanciados.
I.F.R.D. apresenta boa acuidade visual.
5.7 - NARIZ
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25. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Observou-se o nariz quanto ao seu posicionamento, alinhamento e septo nasal.
O nariz encontrava-se bem posicionado e alinhado. Narinas íntegras e septo nasal
dividindo igualmente os dois vestíbulos.
5.8 - OUVIDOS
Avaliaram-se os ouvidos quanto ao alinhamento, superfície cutânea e higiene.
Os ouvidos encontram-se alinhados e simétricos.
A superfície cutânea do ouvido não aparenta qualquer anomalia.
Em relação a higiene esta é adequada não estando presente cerúmen no canal auditivo
externo. Apresenta boa acuidade auditiva.
5.9 - BOCA
Apresenta uma boa higiene oral e não tem dentes cariados. Possui 12 dentes em cima e
12 dentes em baixo. O palato, de cor rosado, não apresenta quaisquer lesões ou malformações.
A língua apresentava-se rosada e hidratada.
5.10 - PESCOÇO
Relativamente ao pescoço, observamos o seu tamanho, forma e mobilidade, os quais
se apresentaram dentro dos padrões normais.
5.11 - TÓRAX E ABDÓMEN
Observei o tórax em relação à sua forma e simetria, bem como das glândulas
mamárias.
Tórax simétrico e sem deformações ósseas, ausência de pêlos, abaulamentos e de
cicatrizes Os mamilos são bem formados e simétricos. A expansão torácica é igualmente
simétrica. O seu perímetro torácico é de 60 cm.
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26. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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No abdómen avaliamos a sua forma, formato, simetria, movimentos, ruídos e massas.
Pudemos observar uma pele lisa sem pêlos. O umbigo apresenta um tamanho e
posicionamento adequado, sem evidência de qualquer anomalia. A distensão abdominal é
normal e simétrica. O seu perímetro Abdominal é de 54 cm.
5.12 - ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS
A sua vulva não apresenta nenhuma alteração sendo morfologicamente normal.
5.13 - MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
Para a avaliação dos membros superiores e inferiores, observamos o tamanho,
comprimento, simetria e número de dedos.
Tanto os membros superiores como os inferiores apresentam um tamanho, simetria e
comprimento normais para a idade da criança, bem como o número normal de dedos (cinco
em cada extremidade).
5.14 - UNHAS
I.F.R.D apresenta unhas aparadas, fortes e lisas, com uma coloração rosada e limpas
5.15 - SINAIS VITAIS
• Frequência cardíaca: 91 batimentos/minuto – Acordada (valor padrão: 60 a 165
batimentos/minuto)
• Frequência Respiratória: 22 ciclos/minuto (valor padrão: 20-30 ciclos/min)
• Tensão arterial: 112/74 mmHg
• Temperatura: 36.3ºC
• Dor: 0. A criança não tem queixas álgicas.
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27. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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0 1 2 3 4 5
Imagem 1 – Escala de Faces
6. CONSULTAS DE VIGILÂNCIA DE SAÚDE INFANTIL
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28. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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As consultas de vigilância de saúde infantil em cuidados de saúde primários têm como
objectivos a avaliação do desenvolvimento físico, mental, emocional e social da criança,
estimular a opção por comportamentos saudáveis, prevenir, identificar e saber como abordar
as doenças comuns, detectar e encaminhar precocemente qualquer desvio, cumprimento do
Programa Nacional de Vacinação, zelar pela saúde oral, prevenção de acidentes e
intoxicações, promover a auto-estima do adolescente entre outros.
É muito importante que haja um envolvimento da família nas consultas de vigilância
da saúde da criança de forma a que compreendam as diferentes fases de desenvolvimento da
criança. É fulcral recordar que a presença de um profissional de saúde é pontual e a família é
uma constante.
A calendarização das consultas da criança é feita em “idades-chave” de forma a haver
uma harmonização destas consultas com o esquema cronológico de vacinação bem como a
articulação com os acontecimentos importantes da vida da criança consoante a etapa de
desenvolvimento em que esta se encontra.
6.1 - PERIODICIDADE E PARÂMETROS A AVALIAR NAS CONSULTAS DE
VIGILÂNCIA DE SAÚDE INFANTIL E JUVENIL
1º ANO DE VIDA 1 – 3 ANOS 4 – 9 ANOS 10 -18 ANOS
1ª Semana de vida 12 Meses 4 Anos 11/13 Anos
Realizada: 17/07/01 Não realizada Realizada a: 29/12/05 (Exame global de
saúde)
• Peso
• Comprimento • Peso • Peso • Peso
• Perímetro • Estatura • Estatura • Estatura
cefálico • Perímetro cefálico • Tensão arterial • Tensão arterial
• Coração • Dentes • Dentes • Visão
• Anca • Exame físico • Visão • Postura
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29. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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• Visão • Desenvolvimento • Audição • Estado pubertário
• Audição • Imitação • Exame Físico • Exame Físico
• Exame físico • Linguagem • Linguagem • Desenvolvimento
• Desenvolvimento • Desenvolvimento • Sinais/sintomas de
• Vacinação alerta
• Verificar a • Alimentação
realização do desequilibrada
diagnóstico • Perturbação da
precoce imagem
corporal
• Comportament
os sexuais de
risco
• Suicídio
• Perfil lipidico
• Vacinação
1 Mês 15 Meses 5/6 Anos 15 Anos
Realizada : 28/08/01 Realizada: 17/10/02 (Exame global de
saúde) • Peso
• Peso • Peso Realizada a: 22/03/07 • Estatura
• Comprimento • Estatura • Tensão arterial
• Perímetro • Perímetro cefálico • Peso
• Visão
cefálico • Dentes • Estatura
• Postura
• Coração • Coração • Tensão arterial
• Estado pubertário
• Anca • Anca/marcha • Dentes
• Exame Físico
• Visão • Visão • Coração
• Desenvolvimento
• Audição • Audição • Postura
• Sinais/sintomas de
• Exame físico • Exame Físico • Visão
alerta (os
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30. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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• Desenvolvimento • Desenvolvimento • Rastreio das mesmos)
• Ansiedade de perturbações • Perfil lipido
separação visuais
• Linguagem • Audição
• Vacinação • Audiograma, nos
grupos de risco
• Exame Físico
• Linguagem
• Desenvolvimento
• Vacinação
2 Meses 18 Meses 8 Anos 18 Anos
Realizada: 18/10/01 Não realizada
(3meses) • Peso • Peso
• Peso • Estatura • Estatura
• Peso • Estatura • Tensão arterial • Tensão arterial
• Comprimento • Perímetro cefálico • Dentes • Visão
• Perímetro • Dentes • Postura • Postura
cefálico • Anca/marcha • Visão • Exame Físico
• Coração
• Problemas • Audição • Desenvolvimento
• Anca ortopédicos • Exame Físico • Sinais/sintomas de
• Exame físico • Exame Físico
• Desenvolvimento alerta (os
• Desenvolvimento • Desenvolvimento mesmos)
• Sorriso social • Linguagem • Perfil lipido
• Vacinação • Vacinação
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31. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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4 Meses 2 Anos
Realizada: 14/11/01 Realizada: 26/06/03
(23 Meses)
• Peso • Peso
• Comprimento • Estatura
• Perímetro • Perímetro cefálico
cefálico • Dentes
• Visão • Anca/marcha
• Audição • Problemas
• Exame físico ortopédicos
• Desenvolvimento • Exame Físico
• Vacinação • Desenvolvimento
• Jogo “faz de
conta”
• Linguagem
6 Meses 3 Anos
Realizada: 07/02/02 Não realizada
• Peso • Peso
• Comprimento • Estatura
• Perímetro • Perímetro cefálico
cefálico • Dentes
• Dentes • Visão
• Anca • Audição
• Visão • Exame Físico
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32. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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• Audição • Desenvolvimento
• Exame físico
• Desenvolvimento
• Reacção ao
estranho
• Vacinação
9 Meses
Realizada: 24/04/02
• Peso
• Comprimento
• Perímetro
cefálico
• Dentes
• Visão
• Audição
• Exame físico
• Desenvolvimento
Tabela 1 – Esquema das idades recomendadas para realização das Consultas de
Vigilância Infantil segundo o C.S.P.
6.2 - CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO – PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO 2006
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33. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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* - Aplicável aos nascidos antes de 1999 e ainda não vacinados.
** - Nos nascidos em 1993, esta dose deverá ser tomada aos 13 anos.
Legenda:
BCG – Tuberculose VHB – Hepatite B DTP – Difteria, Tétano e Tosse Convulsa
VAP – Poliomielite Hib – Doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b
MenC – Meningites e septicemias causadas pela bactéria meningococo
VASPR – Sarampo, Papeira e Rubéola Td – Tétano e Difteria
6.2.1 Boletim de Vacinas de I.F.R.D.: Actualizado
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34. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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7– AVALIAÇÃO DAS ACTIVIDADES DE VIDA DIÁRIAS
7.1 – MANUTENÇÃO DE UM AMBIENTE SEGURO
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35. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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A criança em estudo vive num andar que se situa no quinto piso. No entanto, a criança
mostrou saber os perigos existentes de se aproximar demasiado da janela.
Na parte de trás do prédio onde a família mora, existe um grande parque onde a
I.F.R.D. costuma brincar. Neste parque, existe um riacho que o atravessa. A criança refere
que, quando estão a jogar com uma bola, por vezes ela vai parar ao riacho e que, uma delas
(uma das crianças) vai lá buscá-la. O riacho não tem qualquer protecção e por isso, existe
sempre o risco de uma criança, ao ir buscar a bola ou algum brinquedo que lá tenha caído,
escorregue e se magoe. A criança em estudo, refere que nunca entrou dentro do riacho para ir
buscar qualquer brinquedo e, reconhece que é muito perigoso entrar no mesmo.
Apesar dos potenciais riscos referidos e de todos os outros por que diariamente a
I.F.R.D. passa e no geral, todas as pessoas estão sujeitas, a Actividade de Vida Manutenção de
um Ambiente Seguro não se encontra alterada.
7.2 – COMUNICAÇÃO
I.F.R.D. já fala fluentemente e emprega vocabulário correcto. Consegue conjugar
correctamente verbos e expressa-se com simpatia e à vontade.
Apesar do pai da I.F.R.D. estar a trabalhar em Angola, relacionam-se telefonicamente
ou então em épocas festivas ou férias, altura em que este vem a Portugal. No entanto a
comunicação entre a criança e o seu pai é de certa forma afectada, pois, apesar de existir
alguma comunicação verbal, o pai da criança não tem muito contacto físico com a criança.
Assim relativamente à Actividade de Vida Comunicação, concluímos que apesar do
pouco contacto físico que o pai tem com a criança, existe comunicação entre ambos e, existe
uma boa comunicação entre a criança e o resto da família, e por isso, não se encontra alterada.
7.3 – RESPIRAÇÃO
Apresenta uma respiração predominantemente torácica, com uma frequência
respiratória regular, dentro do padrão de regularidade, tendo em conta a idade da criança e o
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36. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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seu desenvolvimento e que, compreende o intervalo de frequência respiratória entre os 20/30
ciclos por minuto.
Pode-se dizer então, que a Actividade de Vida Respiração não se encontra alterada.
7.4 – ALIMENTAÇÃO
A alimentação de I.F.R.D encontra-se adequada à sua idade e às actividades que
diariamente desenvolve. A criança faz entre 5 a 6 refeições diárias e a mãe refere que esta tem
bastante apetite.
Não existe qualquer restrição alimentar
Dieta:
Pequeno-almoço: um copo de leite branco e pão de mistura com fiambre ou cereais.
Meio da manhã: um iogurte líquido e uma maçã.
Almoço: Refeitório da escola – prato principal (carne ou peixe). Embora a criança seja
aconselhada, em casa, a comer sopa e fruta ao almoço esta confessa não o fazer. A mãe diz ser
difícil controlar esta refeição uma vez que é realizada no refeitório da escola. Refere ainda
que a sua filha não gosta de verduras mas que em casa consegue que esta coma mesmo que
em quantidades reduzidas.
Lanche: sandes mista e um iogurte líquido. Pode comer um bolo 2 vezes por semana embora
não seja habitual.
Jantar: sopa, prato principal (carne ou peixe) acompanhado com arroz ou massa e salada de
alface e tomate e uma peça de fruta.
Ceia: só se realiza se a criança referir que tem fome. Habitualmente costuma beber um copo
de leite com chocolate antes de ir para a cama.
A mãe foi questionada em relação à frequência com que a criança ingere fritos e “fast
food” e afirma que a ingestão desse tipo de alimentos não é habitual acontecendo no máximo
3 vezes por mês.
A criança é incentivada a beber água e sumos naturais evitando os refrigerantes.
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37. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Embora a criança se encontre numa fase de transição em relação à dentição, não são
necessárias fazer alterações na sua dieta alimentar.
7.5 – ELIMINAÇÃO
I.F.R.D realiza esta actividade de vida de forma autónoma.
A criança urina cerca de 5 vezes por dia e faz cerca de 1 dejecção por dia.
I.F.R.D e a sua mãe, referem que a sua urina é clara e sem cheiro fétido e que as fezes têm
uma consistência dura e cheiro sui generis. Foi ainda referido que esta criança apresenta
situações de obstipação revelando assim alterações gastrointestinais. Estas alterações resultam
de uma reduzida ingestão de fibras tendo sido realizado ensino junto da mãe e da criança de
forma a evitar ou reduzir mais situações de obstipação.
7.6 – HIGIENE PESSOAL E VESTUÁRIO
O Ser Humano desde sempre apresentou preocupação com a sua higiene pessoal.
Podemos afirmar que esta actividade é mesmo executada durante todas as actividades de vida.
Esta varia de pessoa para pessoa e depende de muitos factores. A higiene pessoal é
fundamental para o bom estado do nosso organismo. (Roper, 1995).
I.F.R.D toma banho todos os dias depois da escola, muda de roupa diariamente ou
quando está suja. A criança não gosta especialmente do momento do banho, ficando mais
agitada.
A pele da criança e a boca encontram-se hidratadas.
O banho e cuidados de higiene à criança são fundamentais, para o seu
desenvolvimento, prevenindo infecções, irritações cutâneas entre outros.
I.F.R.D é independente no momento do banho e a vestir-se, gosta de escolher a roupa
que vai vestir, apesar da sua mãe supervisionar estas actividades.
A mãe e a criança apresentam uma boa higiene pessoal. A nível do vestuário
apresentam vestuário adequado, utilizando roupas limpas, largas e confortáveis.
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7.7 – CONTROLO DA TEMPERATURA CORPORAL
Não se verificam alterações ao nível da temperatura corporal da criança.
A temperatura corporal normal da criança é de 36,3ºC (temperatura axilar)
I.F.R.D só apresenta temperaturas superiores a 37,5-38ºC quando apresenta alguma
virose.
7.8 – MOBILIDADE
Mover-se está intimamente relacionado com a maior parte das outras necessidades
humanas básicas. As estruturas do corpo associadas com a mobilidade são muitas. A
actividade física é uma orientação humana básica e é importante durante toda a vida, (Roper,
1995).
No que se refere à mobilidade I.F.R.D, não apresenta qualquer problema, uma vez que
os movimentos que efectua estão adequados à sua idade.
Nesta fase é essencial avaliar o desenvolvimento motor grosso e o desenvolvimento
motor fino da criança. Aos 7 anos a criança encontra-se na idade escolar.
Desenvolvimento Motor Grosso idade escolar
A criança é capaz de saltar ¾ degraus, subir e descer escadas, está a aprender a nadar,
e já sabe andar de bicicleta, corre e gosta de fazer desporto, o que se enquadra no
desenvolvimento normal para esta idade.
Desenvolvimento Motor Fino
A criança já consegue coordenar músculos mais pequenos com alguma destreza, bem
como os necessários para escrever ou pintar.
7.9 – JOGOS E BRINCDEIRAS
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39. 7ºCLE – 2ºAno, 1ºSemestre
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Brincar consiste no trabalho das crianças. A brincadeira é essencial ao
desenvolvimento, assim deve estar sempre adequada à fase de desenvolvimento da criança, de
modo a estimulá-la.
Nesta fase em que I.F.R.D se encontra, as crianças passam do individual e vão para o
social, os jogos possuem regras básicas e necessitam de interacção entre as crianças. São
resultados deste tipo de jogo, a aprendizagem de regras de comportamento, respeito às ideias
e argumentos contraditórios e a construção de relacionamentos afectivos.
Cerca de 10% das brincadeiras dos escolares nos recreios consistem num brincar
impetuoso, um modo vigoroso de brincar, que envolve lutar, chutar, rolar no chão, agarrar-se
e, às vezes, perseguir, em geral acompanhado de risos e gritos. O brincar impetuoso permite
às crianças manobrar para obter domínio de grupo de amigos, avaliando a sua própria força e
a dos outros. Através dos jogos com regras, segundo Piaget (1978), as actividades lúdicas
atingem um carácter educativo, tanto na formação psicomotora, como também na formação
da personalidade das crianças. Assim, valores morais como honestidade, fidelidade,
perseverança, respeito ao social e aos outros são adquiridos.
I.F.R.D prefere brincar em grupo. Segundo esta, as suas ocupações preferidas são
praticar desporto, ir à praia, jogar computador e ver televisão.
Pode-se concluir então que não existem alterações nesta actividade de vida diária.
7.10 – EXPRESSÃO DA SEXUALIDADE
Cada ser humano é um ser sexual e tem uma identidade sexual. O sexo de um
indivíduo é determinado na concepção e durante todas as etapas da vida; a sexualidade é uma
dimensão significativa da personalidade e do comportamento interpessoal. A feminilidade e a
masculinidade são reflectidas não apenas no aspecto físico e força mas também: no estilo do
vestuário, em muitas formas de comunicação verbal e não verbal, nos papéis familiares,
sociais e relacionamentos, e nas escolhas relacionadas com o trabalho e lazer, (Roper, 1995).
A criança segundo Freud, encontra-se no estádio de latência até à puberdade, a sua
zona erógena não existe, pois ocorre o esquecimento dos primeiros episódios da sexualidade
infantil nesta idade.
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7.11 – SONO E REPOUSO
O sono e o repouso é uma actividade fundamental, para uma pessoa se sentir bem,
assim em média necessita-se de dormir cerca de oito horas.
O sono constitui um estado de relaxamento necessário, durante o sono deve-se realizar
o sono de movimentos rápidos dos olhos (REM) e o sono de movimento não rápidos dos
olhos (NRM), de modo atingir o maior relaxamento, (Enfermagem Fundamental, 1998).
I.F.R.D dorme num quarto partilhado com a irmã de 20 anos, o colchão é duro,
colocam almofadas e dorme em posição de decúbito dorsal e lateral alternadamente. Dorme
cerca de nove horas durante a noite, demora aproximadamente 10 minutos a adormecer e tem
um sono tranquilo. Sendo assim, não existem alterações nesta actividade de vida diária.
7.12 - MORTE
Morrer constitui o acto final da vida. A morte é o que marca o fim da vida sobre a
Terra, tal como o nascimento marca o início. A única certeza nas nossas vidas. Assim a morte
provoca inquietação, quando se pede às pessoas que pensem sobre a perspectiva da sua
própria morte e da morte daqueles que amam. Assim ultrapassar uma morte de um ente
querido é sempre algo complicado e doloroso, (Roper, 1995).
A criança em estudo é de religião católica mas não praticante e tem noção que a morte
é irreversível. Relativamente a medos e receios, a criança I.F.R.D afirma ter medo de animais.
I.F.R.D nunca enfrentou nenhuma situação de morte, contudo, encontra-se separada do pai
devido a questões de trabalho. Apesar disso, comunica frequentemente com o pai, não
apresentado por isso alterações nesta actividade de vida diária.
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8 – DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
8.1- PLANO DE CUIDADOS À CRIANÇA
Diagnóstico de Objectivos Intervenções
Enfermagem
• Alteração da Realização de ensino sobre:
Restabelecer a normal
• Benefícios da ingestão de
actividade de vida
realização da actividade
fibras e líquidos (sobretudo
Eliminação
de vida eliminação.
de água).
relacionada com
• Importância de manter
alimentação
Realizar ensino não só
inadequada intacta a flora intestinal;
aos pais como à criança
manifestada por • Importância de evacuar
para que esta adquira
obstipação. diariamente.
comportamentos
adequados quando se
encontra na escola
(local onde
habitualmente almoça).
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Risco de alteração da Que a criança não entre Sensibilizar a família para o perigo
Actividade de Vida no riacho. da criança brincar naquela zona.
Manutenção de um Prevenir a aproximação da criança
Ambiente Seguro do riacho enquanto brinca.
relacionada com Desencorajar a criança a entrar no
inexistência de riacho, mesmo que seja para ir
protecção no riacho buscar uma brinquedo que lá tenha
que se encontra no caído, chamando sempre um adulto
parque onde a criança para o fazer.
brinca.
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Risco de alteração da Que a criança não caia da Sensibilizar a criança/família para
Actividade de Vida janela. os perigos da janela aberta, devido à
Manutenção de um altura a que esta se encontra do
Ambiente Seguro chão.
relacionada com Prevenir acidentes tendo em atenção
aproximar demasiado fechando sempre as janelas, ou os
da janela. estores.
Risco de alteração da Proporcionar Através da tecnologia, realizar
Actividade de Vida comunicação não verbal vídeo-conferencias através da
Comunicação entre a criança e ao pai. internet, ou mesmo, video-
relacionada com a chamadas através do telefone
inexistência de móvel.
comunicação não
verbal com o pai.
9 – CONCLUSÃO
Para a realização deste trabalho foi necessário fazer uma colheita de dados a uma
criança/família, para a elaboração de um genograma e um ecopama, que são instrumentos de
estudo da família, assim como a história de saúde da criança e da família. Tendo esta
anamnese sido facilitada devido a um dos membros deste grupo conhecer a família em
questão.
Ao longo do trabalho, procuramos abordar temas que consideramos pertinentes para a
compreensão do Estudo de Caso, pontos esses relativos à idade da criança, relativamente à
sua Etapa de Desenvolvimento segundo diversas correntes da Psicologia de modo a
compreendermos os comportamentos relativos à sua etapa de desenvolvimento.
Durante a realização deste trabalho, pudemos concluir que é na família que se devem
centrar os cuidados de enfermagem à criança, uma vez que ela é membro integrante da família
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e a sua saúde depende do funcionamento do núcleo familiar e também do sistema de saúde da
criança.
Relativamente às Actividades de Vida do Modelo de Nancy Roper, quatro encontram-
se alteradas. Realizamos um Plano de Cuidados para elas com o objectivo de que as
intervenções de enfermagem possam levar ao restabelecimento dessa actividade de vida.
Após a elaboração deste estudo de caso podemos concluir que criança apresenta
comportamentos adequados à idade em que se encontra e padrões de desenvolvimento e
crescimento adaptados.
Os objectivos propostos foram atingidos.
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10 – BIBLIOGRAFIA
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972-770-109-4
• Roper,N;Logan,W;Tierney,A. (1995) – Modelo de Enfermagem 3ªed McGraw-Hill
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(Orientações Técnicas; 12) 2ª edição. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde, 48 p. ISBN 972-
675-084-9
• Whaley,L;Wong,D. (2001) – Enfermagem Pediátrica, 2ªed, Rio de Janeiro, Editora
Guanabara, ,1303p,ISBN13:978-0-323-02593-5
Endereços electrónicos:
• http://www.gpsaude.pt/NR/rdonlyres/53858F58-A9D3-44E3-B581-
792B93730C47/2040/calend%C3%A1riodevacina%C3%A7%C3%A3o2006.pdf
• http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008188.pdf
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• Whaley,L;Wong,D. (2001) – Enfermagem Pediátrica, 2ªed, Rio de Janeiro, Editora
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