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O PODER INFLUENCIADOR DAS MÍDIAS SOCIAIS ATRAVÉS DO ESTUDO DE
CASO DA CAMPANHA ELEITORAL DO CANDIDATO BARACK HUSSEIN
OBAMA
Gustavo Souza Moreira (IC) e Mariza de Fátima Reis (Orientadora)
Apoio: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa


Resumo

O artigo apresenta o desenvolvimento e os resultados da pesquisa sobre persuasão com foco em
mídias sociais aplicada no estudo de caso no candidato Barack Hussein Obama a presidência dos
Estados Unidos da América. Uma análise sob a perspectiva teórica sobre os processos de persuasão
do discurso e tom das mensagens de campanha e marketing viral das ações realizadas com o intuito
de atingir e mobilizar voluntários para a causa dentro de uma plataforma digital.

Palavras-chaves: processo de persuasão, marketing digital, mobilização digital, Barack Obama


Abstract

The article presents the development and results of research on persuasion with a focus on social
media case study applied to the candidate Barack Hussein Obama presidency campaign on 2008. An
analysis from the theoretical perspective on the processes of persuasion speech, tone of the
campaign messages and viral marketing actions carried out in order to reach and mobilize
volunteers for the cause on a digital platform.

Key-words: process of persuasion, digital marketing, digital mobilization, Barack Obama




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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


INTRODUÇÃO

Apresentação de dois estudos de caso do candidato Barack Hussein Obama com o objetivo
de avaliar, sob a perspectiva teórica e catalogar os processos de persuasão das redes
sociais usadas pelo candidato Barack Obama durante a campanha, aproveitando o poder
das mídias sociais de conseguir difundir idéias muito mais rápido que as mídias de massas
tradicionais, mobilizando em torno de valores culturais.

O discurso do candidato e o tom das mensagens passadas, fragmentos do livro de David
Plouffe, campaign manager de Obama, foram analisados a fim de traçar uma linha de
pensamento sob a ótica da persuasão, definida por Robert Cialdini e Alexandr Luria, e as
estratégias e técnicas de marketing digital definidas por Philip Kotler, com o objetivo de
atingir, primeiramente, e reunir os voluntários dentro de uma plataforma ou diretriz com a
finalidade de traçar ações nas quais agregam pessoas por meio de uma ideologia, conceito
definido por Adolf Hitler, nas quais tiveram sucesso durante os dois fatos analisados neste
artigo.



REFERÊNCIAL TEÓRICO

Em todas as relações com outros indivíduos, o homem usa a linguagem como um
mecanismo de ação carregado de intencionalidade. A linguagem torna-se o instrumento
para interação social, transmitindo pensamentos, vontades, experiências, tentando envolver
o destinatário na consciência interior do locutor, a fim de quem participe da sua realidade
não só entenda o conhecimento de mundo, mas tenha uma produção imagética de algo que
está sendo persuadido. Segundo, Adilson Citelli (2001), a palavra nasce neutra, e ao se
contextualizar ela passar a expressar idéias, passando a mensagem da ideologia,
desempenhando assim a sua função persuasiva na linguagem humana.

“A palavra falada, por motivos psicológicos é a única força capaz de provocar grandes
revoluções (HITLER, 2001). O ato de argumentar com o público é o elemento principal na
persuasão. Não há construção de um enunciado neutro, ele sempre terá uma intenção por
trás do orador, obrigando o outro usuário a perceber a intencionalidade e conduzir seu
raciocínio para uma determinada conclusão, seja ela positiva ou negativa sobre a ideologia
passada.

O discurso, no momento em que se realiza é composto por fatores lógicos, psicológicos e
fatores sociológicos, nos quais são fatores influenciadores para a orientação argumentativa,
a narrativa, portanto é que faz esses fatores se alterem validando ou não a argumentação
apresentada no discurso.(LURIA, 1896)




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Segundo Luria (1986), a linearidade de pensamento proposta em um conteúdo audiovisual
traz um reforço sonoro-auditivo que participa de todos os ambientes, e estruturado em um
discurso coletivo, tem como poder a abstração da sensação de isolamento social, fazendo
com que a população pudesse projetar um mundo em que o candidato fosse o “salvador dos
males do mundo”.

A fim de estabelecer uma conexão do discurso político com o silogismo, desenvolvido por
Aristóteles, o argumento de qualquer discurso político pode ser dedutivo de três
proposições. Temos a) uma premissa maior (julgamento geral determinado); b) uma
premissa menor (objeto dado pertence àquela categoria formulada na premissa maior); c) e
uma conclusão (resultado da combinação de ambas premissas). Temos como exemplo no
pensamento de Obama

       a) Todo político pensa no povo.
       b) Porém, há poucos políticos que pensam no povo hoje em dia
       c) Portanto, há poucos bons políticos hoje em dia.


                      Para que possa haver uma conclusão lógica, é necessária que a premissa maior
                      tenha um caráter universal, sem permitir conclusão lógica, a premissa menor deverá
                      ter um convencimento absoluto a respeito da primeira premissa e para a conclusão
                      da mesma, as primeiras premissas deverão formar um sistema lógico único para que
                      o convencimento passe a ser um produto do ato persuasivo pela construção de
                      provas, tanto objetivas, de raciocínio lógico quanto de constituintes de
                      ideologia.(LURIA, 1968 p. 205)



Assim como Luria (1968) defende, Adilson Citelli (2004) afirma que na construção de um
discurso político, é necessário se firmar sobre três movimentos estratégicos, baseado nos
elementos da persuasão: Divulgação, Adesão e Justificativas/Explicação.

Na parte da Adesão, o discurso político tem como propósito “garantir que a opinião pública,
em setores mais amplos possíveis, adira às mensagens enunciadas.” (CITELLI, 2004, p.87).

A adesão às idéias do candidato de melhora no sistema político americano depende das
justificativas e explicações que sustentam o projeto de um candidato político. A condição de
irredutibilidade, ou seja, de que o candidato é o único que poderá trazer a esperança ao
povo americano, é comumente detectada aos discursos políticos, assim como Bush o faz
em 2003.

                      “O presidente Bush – e todo o seu staff – quando da invasão do Iraque pelos
                      americanos em 2003, afirmava que sua missão era de “libertar” o povo do Iraque. Ou
                      seja, o discurso proferido pelo presidente dos EUA se atribuía propriedade única:
                      somente ele poderia garantir prosperidade e democracia ao iraquianos. (CITELLI,
                      2004, p. 87)




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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


Na medida em que as mídias sociais se tornam cada vez mais expressivas no mundo
contemporâneo, os consumidores podem, cada vez mais, influenciar outros consumidores
com suas experiências online (KOTLER, 2010 p. 9). Isso nos traz a discussão da influencia
no meio digital, através das avaliações dos usuários pelas experiências negativas ou
positivas com relação à marca.

Mesmo através do uso da tecnologia, que traz a possibilidade de um feedback rápido e a
mudança de pensamentos que vivemos na revolução tecnológica, a padronização de
condutas ainda está enraizada no comportamento humano. Segundo Hitler (2001) “As
massas humanas são naturalmente preguiçosas, e por isso, inclinadas a conservar os seus
hábitos antigos. Raramente, por impulso próprio, procuram ler qualquer coisa que não
correspondam às idéias que já possuem ou que não encerrem aquilo que esperem
encontrar.”

A partir da análise do comportamento humano e as condutas analisadas, surgiu a
necessidade de guiar o usuário a entender os oportunidades e fazer a melhor escolha para
a sua decisão, na qual estamos estudando, a eleição do candidato Obama. “Hoje, os
profissionais de marketing não têm mais o controle total sobre as suas marcas, pois agora
estão competindo com o poder coletivo dos consumidores” (KOTLER, 2010 p.11)

Partindo da premissa que Robert Cialdini (2008) cita em seu livro, os seis princípios básicos
da persuasão podem ser aplicados em diversos momentos das ações digitais feitas pelo
candidato através dos casos que serão analisados.

Como primeiro princípio, o Princípio da Amizade, ou Liking, conclui que pessoas são mais
receptivas a comprar algo se o vendedor lhe agrada de alguma forma. O princípio da
reciprocidade conclui que as pessoas tendem a retornar um favor feito a elas, assim como
os casos de amostras grátis distribuídas pelo ponto de venda. Cialdinni (2008) também cita
o princípio da Consistência e Comprometimento, no qual ele conclui que se as pessoas se
comprometem, oralmente ou por escrito, a uma idéia ou um objetivo, elas têm uma maior
tendência em honrar os compromissos assumidos, mesmo que a motivação inicial seja
removida após a pessoa ter se comprometido. Ele cita como exemplo um usuário que
decide comprar um carro, mesmo o preço subindo repentinamente, o usuário compra o
carro mesmo assim, pois ele está comprometido a um objetivo, que no caso é comprar o
carro. O quarto princípio, chamado de Princípio da Autoridade cita que as pessoas tendem a
obedecer a figuras de autoridade mesmo que elas forem chamadas para realizar atos
censuráveis. O princípio da Validação Social, ou Social Proof, define que as pessoas
repetem gestos que elas vêem em outras pessoas. Como um por exemplo, em um
experimento, um ou mais pessoas do grupo analisado olhou para o céu, fazendo com que



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automaticamente todas as pessoas do grupo olharem para o céu em busca de algo que a
primeira pessoa do grupo estava olhando.

E o último princípio, chamado de Princípio da Raridade consiste na escassez de algo.
Cialdini analisa que uma vez detectada a escassez de algo, seja por informação ou produto,
isto gerará demanda. O autor cita como exemplo as promoções “Por tempo limitado” que
estimulam as vendas.

O povo americano, em 2008, exigia uma real mudança de atitude política em seu país,
através de uma política com princípios e ideais claros que pudessem atender a maior
parcela da população americana através de um interlocutor que transmitisse confiança ao
eleitorado. David Plouffe, estrategista da campanha Obama for America em 2008, junto a
Chris Hughes, fundador da rede social Facebook e consultor de mídias digitais para o
partido democrata, foram os responsáveis por detectar a lacuna no pensamento americano
e permitir que o povo pudesse discutir abertamente a política norte americana sem nenhum
tipo de censura ou parcialidade da informação.

                       “Obama não só permitiu que a discussão política fosse aberta e discutida
                       abertamente, mas também trouxe feedbacks de grande valia para os próximos
                       passos da campanha, devido ao monitoramento das ferramentas digitais utilizada.”
                       (PLOUFFE, 2009, p. 92)



David Plouffe em seu livro, explicitada a necessidade da população americana através do
relato no qual sintetiza o anseio do eleitorado por informações precisas e claras para que
pudesse escolher o candidato que julgassem ser o ideal para a presidência do país. “A
população queria informações, e muitas informações. Nós costumávamos mandar mais e-
mails do que nos foi aconselhado anteriormente” (PLOUFFE 2009, p. 76) além de
humanizar o contato com a população através das dezesseis redes sociais utilizadas, com o
objetivo de planificar a hierarquia social das diferentes classes sociais, étnicas ou
ideológicas.



APRESENTAÇÃO DOS CASOS

As eleições primárias americanas, tempo analisadas nos estudos de caso, são eleições
aonde membros do partido político e/ou os simpatizantes pela ideologia dos partidos têm a
chance de eleger o candidato que representará o seu partido durante as eleições gerais dos
Estados Unidos da América. A partir do momento dado, os casos apresentados são
contados por David Plouffe, campaign manager, da campanha Obama for America, e autor
do livro na qual é baseada o estudo de caso. O primeiro caso a ser analisado trata-se da
reação popular em relação ao memorando enviado, em formato audiovisual á partidos



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políticos e jornalistas, no qual foi descoberta a lacuna que permitiu o candidato a se
diferenciar dos demais através de uma mensagem clara e com elementos que sustentassem
uma premissa maior.

CASO 01 – VÍDEO DO MEMORANDO NO DIA 20 DE JULHO

No dia 01 de Julho de 2007, David Plouffe, o campaign manager da campanha Obama for
America enviou a todos os partidos interessados uma carta sobre o atual status da corrida
eleitoral. Em sua carta, Plouffe dizia estar muito contente com os primeiros seis meses de
campanha, pois de acordo com os princípios que baseavam a campanha: “derrotar a política
do cinismo e das divisões partidárias que são tão perversas atualmente em Washington e
transformar a política em uma unidade de esperança e um propósito comum.” (PLOUFFE,
2009, p. 79).

No memorando de mais de três páginas, Plouffe ressalta a importância da ajuda dos
voluntários na arrecadação dos fundos e que em menos de três meses de campanha o
objetivo de angariação dos fundos para a nomeação do partido Democrata já estava
ultrapassada em um milhões e quinhentos mil dólares, ao total a campanha conseguiu
angariar trinta e dois milhões e quinhentos mil dólares americanos para a campanha da
nomeação. Além de ter colocados pontos como o engajamento dos voluntários na
organização de eventos.

Pouco tempo depois, o memorando foi gravado em vídeo para enviarem a todos os
colaboradores da campanha, mas segundo Plouffe, o vídeo não teria muita aceitação devido
a ser um conteúdo político e desinteressante. (PLOUFFE, 2009). Mas ao contrário do que
David Plouffe pensava, o vídeo acabou sendo uma das maiores audiências no canal do
YouTube da campanha até aquele momento. David afirma que as pessoas sentiam carência
de informações com relação à corrida presidencial e por isso mesmo o vídeo do memorando
acabou se tornando um marco para a campanha de Obama.

Aproveitando a oportunidade de que a população não sabia aonde procurar informações
relevantes, a equipe de Obama preparou um discurso político com um forte elemento de
persuasão       para   que   as   pessoas   pudessem    acreditar   mais     no      candidato   e
conseqüentemente conseguir mais votos nas urnas.

CASO 02 – MyBarackObama.com

       O partido democrata, como parte de sua estratégia digital, adotou como base de
concentração      de   informações   e   organização   dos   comitês    eleitorais     o   website
www.mybarackobama.com, no qual o mesmo tinha não só o objetivo de traçar o perfil do
candidato democrata, mas o de buscar uma maior interação com o público, em uma




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tentativa para gerar ainda mais engajamento, e não apenas servirem de receptores de uma
mensagem eleitoral.

O website apresentava de diferencial a personalização do ambiente virtual, aonde os
voluntários poderiam construir o seu próprio canal de comunicação (blog), fazer doações ou
promover eventos independentes.

Através das segmentações, a equipe de estrategistas pôde identificar cada uma das
necessidades listadas por Robert Cialdini (2008) e atuar de acordo como cada segmento
para que pudessem persuadir o usuário para a escolha do candidato Obama.

Pensado em todo o colégio eleitoral americano, foi estruturado em 22 segmentos
demográficos, divididos principalmente pelas etnias e conceitos ideológicos parecidos com o
do candidato. Através dos vinte e dois segmentos selecionados, a equipe de Obama lançou
conversas em dezesseis diferentes redes sociais para que pudesse ter um esforço maior de
comunicação nos primeiros meses. Mobilizar os jovens, afro-americanos e latinos eram os
principais objetivos do website. (PLOUFFE, 2009, p. 213)




ANÁLISE CASO 01 – VÍDEO DO MEMORANDO NO DIA 20 DE JULHO

O discurso de Obama, criado por David Plouffe, na gravação do memorando é possível
identificar claramente os três movimentos estratégicos, baseado nos elementos da
persuasão: Divulgação, adesão e justificativas/explicação.

Divulgação: Na primeira parte do discurso do memorando, Obama se apresenta para os
eleitores, e deixa claro o seu comprometimento de defender a política do cinismo e divisão
de partidos em Washington e substituir com uma unidade política única, confiança e um
propósito único.

A adesão ao discurso político pode ser detectada em discurso no qual o candidato tem
como objetivo principal que a mensagem passada em seu discurso possa ser entendida por
pessoas nas mais diferentes classes sociais ou níveis educacionais. Obama em seu
discurso usa diversas vezes as palavras American People (povo americano) e Nation
(nação) para se referir a todo o eleitorado americano e os objetivos para o senso comum.

No discurso de Obama fica claro a posição dos princípios de autoridade e o princípio de
consistência e comprometimento, por estar sempre reforçando em suas palavras os ideais
de Barack e sua representação política na sociedade. Além da parte estratégica associada
ao princípio da Raridade, aonde a equipe de estratégia do candidato percebeu que os
eleitores estavam sedentos por informações, pois não a encontrava facilmente. Assim como



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Plouffe afirma “A população queria informações, e muitas informações. Nós costumávamos
mandar mais e-mails do que nos foi aconselhado anteriormente” (PLOUFFE, 2009, p. 76).

As palavras do memorando enviado, no contexto em que foram veiculadas, perdem a o
sentido puro e único da palavra para serem transformadas, criando um circuito de formação
e reformulação da mensagem passada para que se adéqüe a ideologia, ou a linearidade de
pensamento do candidato.

O ato de argumentar com o público é principal ferramenta da persuasão. Não há construção
de um enunciado neutro, ele sempre terá uma intenção por trás do orador, obrigando o outro
usuário a perceber a intencionalidade e conduzir seu raciocínio para uma determinada
conclusão, seja ela positiva ou negativa sobre a ideologia passada.



ANÁLISE CASO 02 – MyBarackObama.com

Durante os monitoramentos, sempre que necessário Obama estabelecia contato com os
eleitores, proporcionando assim uma maior aproximação dos eleitores com o candidato.
Além dos princípios claros de seu plano de governo, Obama também usou como princípio, a
Validação Social de que uma rede de relacionamento propõe.

Como atestado por Cialdini, as pessoas têm tendência em concordar sobre um argumento
se um de seus amigos ou semelhantes também concordam, ou no caso de Obama, se
cadastram no website. O princípio, não só, se aplica na rede social mybarackobana.com,
como também em sua estratégia de voluntariado, pois pessoas com os mesmo ideais fazem
a estratégia de divulgação member get member (informação verbal)1, ou seja, se o propósito
me agrada e está condizendo com os meus princípios de vida de que eu acredito, eu divulgo
para os meus semelhantes.

Apesar de todas as ferramentas e tecnologia que o website dispunha. Os acessos
aconteceram sem imposição de nenhuma das partes, tanto dos voluntários como do
candidato. Para gerar uma naturalidade de acessos a equipe de mídia digital criou diversos
widgets (pequenos aplicativos multiplataformas) para que o usuário pudesse fazer a sua
doação no momento de sua preferência. Resultado disso, segundo Plouffe (2009), foi o
“montante arrecadado (100 milhões de dólares), 87% das doações foram feitas pela internet,
e 93% de usuários que fizeram uma doação menor do que cem dólares.” (PLOUFFE, 2009,
p.263)

                          “No My BarackObama,com, ou MyBO, a rede social de Barack Obama, dois milhões de perfis
                          foram criados, Duzentos mil eventos offline foram planejados pela plataforma, por volta de

1
  Informe recebido durante palestra do professor Philip Kotler no evento HSM ExpoManagement 2010 sobre o
livro Marketing 3.0


                                                                                                                  8
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                      quatrocentos mil posts em blogs foram feitos e mais de trinta e cinco mil grupos de
                      voluntários foram criados, sendo pelo menos mil grupos criados no dia em que Barack
                      Obama anunciou sua candidatura.” (VARGAS, 2008 - Disponível em: < http://wapo.st/peccYL
                      > Acesso em: 10 de Agosto de 2011.)

Robert Cialdini, em dentre os seis princípios básicos da persuasão, podemos destacar os
princípios da Consistência e Comprometimento e o princípio da Validação Social.

O Princípio da consistência e comprometimento, assim com o próprio nome explica, se vale
do fator de que as pessoas seguem e perseguem compromissos claros e consistentes a
partir de uma pessoa reconhecida pelo notório saber. Obama, em seu website, coloca em
seu discurso e em todo o material visual utilizado no site o seu plano de governo no que
consistia principalmente em, fazer a reforma no sistema de saúde americano, aproveitando
para conseguir os votos da maioria da população americana, a classe média, acabar com a
prisão de Guantánamo, e retirar as tropas do Afeganistão.

O website de Obama fez com que toda a população se tornasse membro de uma
coletividade. A rede de contatos que o website possibilitou se estendeu e se alastrou
geograficamente abrangendo todo o território americano, o usuário passou de fazer parte da
massificação anônima e solitária para ativações solidárias através do meio apresentado. Por
meio da análise do website, podemos concluir que após uma primeira onda de divulgação
do website para conseguir os primeiros persuadidos, não houve mais nenhum grupo
persuasivo e sim persuadidos persuadindo. A massificação através da comunicação foi
abandonada e pelo feedback do usuário foi possível identificar um coletivo predeterminado
para que a comunicação do candidato pudesse atingir todas as camadas sociais.

Hitler contextualiza a necessidade humana           da convivência social, participando de uma
coletividade, já que o mundo moderno vive em um momento de individualidade e sugere que
“a vontade, os anseios, também a força de milhares, acumulam-se em cada pessoa”
(HITLER, 2001, p. 298) fazendo com que cada um dos voluntários se unissem em torno de
um ideal comum.

Por causa da excessividade das informações, rapidez em que as notícias chegam e a
globalização contribuíram para que os usuários abandonassem o hábito de se prender a
dados classificados pré-existentes para começar a usar um sistema de identificações por
padrões de comportamentos ou geográficos.

Segundo Kotler (2010), as pessoas começaram a sentir a pressão para serem cidadãos
globais assim como cidadãos locais.

                      “Como resultado, as pessoas estão ansiosas a carregam consigo valores
                      conflitantes em suas mentes. Portanto, para satisfazer os clientes individualmente,
                      as empresas precisam enxergar que as origens culturais também. Porque cada
                      indivíduo tem uma diferente cultura, normas, valores e costumes.” (KOTLER, 2010).




                                                                                                           9
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Através de satisfação das necessidades culturais das diferentes etnias e grupos culturais
americanos, aliado as necessidades do ser humano se tornar membro de uma coletividade
que trouxe a interação e arrecadação desejada ao candidato Barack Hussein Obama.


CONCLUSÃO

Obama conseguiu desenvolver um estreitamento que nenhum outro candidato conseguiu
gerando um apelo para a geração do novo milênio. Como membros da nova geração, o time
de publicitários e especialistas em web marketing conseguiu adaptar a linguagem à
comunicação online através de processos lingüísticos usados na publicidade, de uma forma
mais leve, considerando a persuasão como elemento principal de viralização e participação
do eleitorado americano.

A campanha feita em 2008 pode tomar como referência como a primeira vez na história
onde a população efetivamente decidiu de forma quase absoluta sobre a escolha do
candidato, e o candidato conseguiu adaptar suas idéias às mensagens conseguindo
persuadir o maior número de pessoas.

O candidato foi eleito por aplicar seus recursos lingüísticos midiáticos muito bem à sua
oratória, potencializando o seu poder de engajamento e comoção dos impactados pela
mensagem de Obama. Além das ferramentas online de engajamento usadas, a equipe
utilizou uma ferramenta, que mais tarde se tornou essencial para a vitória nas urnas
americanas: os voluntários. A equipe lançou o site www.mybarackobama.com, onde através
da motivação dadas aos potenciais eleitores do candidato, pudessem promover eventos e
aglomerações para que não deixasse de existir o contato humano, segundo David Plouffe.
“Nothing is a substitute for human, in-person contact for hatching plans and hashing thing
out.” (Nada substitui o contato humano, para amadurecer os planos de campanha ou para
disparar notícias). (PLOUFFE, 2009, p. 20).

O website foi o elemento central de sustentação de toda a campanha, usando como uma
extensão ao conteúdo veiculado nas mídias tradicionais. Usando a plataforma como
elemento agregador dos voluntários para que pudessem organizar eventos e mutirões a
favor de uma causa.




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REFERÊNCIAS


CIALDINI, Robert. GOLDSTEIN, Noah, MARTIN, Steve J. Yes!: 50 Scientifically Proven
Ways to Be Persuasive. Free Press, 2008.


CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo, Ática, 2004.


HITLER, Adolf. Minha Luta. Trad. Klaus Von Puschen. São Paulo. Centauro, 2001.


KOTLER, Philip. KARTAJAYA, Hermawan. SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0. São Paulo.
Elsevier, 2010.


LURIA, Alexandr Romanvich. Pensamento e Linguagem: as últimas conferências de
Luria. Trad. Diana Myriam Lichtentein e Mário Corso. Porto Alegre, 1986.


PLOUFFE, David. The Audacity to win: The inside story and lessons of Barack
Obama’s Historic Victory. Viking Adult, 2009.


POLANSKI, Tom. Dr. Robert Cialdini and 6 pricniples of persuasion. eBuZine.
<http://bit.ly/r8FYG0> acesso em: 10 ago. 2011.


VARGAS, José Antonio. Obama Raised Half a Billion Online. Washington Post. Disponível
< http://wapo.st/peccYL>. Acesso em: 10 ago. 2011



Contato: gus@gusmoreira.com e marizareis@mackenzie.com.br




                                                                                         11
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


Referência 01. Carta aos partidos eleitorais

       TO: Interested Parties

       FR: David Plouffe, campaign manager, Obama for America

       DA: July 1, 2007

       RE: The State of the race

       TO: Interested Parties

Less than six months ago, we began this campaign with a mission.

Barack and all of us were determined to defeat the politics of cynicism and division that is so
pervasive in Washington today and replace it with a politics of unity, hope and common
purpose.

The pundits and political insiders questioned whether a new leader and fledgling campaign
could compete with the big money and massive organization of other candidates who have
been preparing to run for years, and even decades.

Well, for the second consecutive quarter, you’ve helped send a resounding answer.

I’m thrilled to report that in the last three months, the Obama campaign has set a new record
for fundraising. Thanks to you, we raised at least $32.5 million including at least $31 million
that we can spend on the battle for the Democratic nomination.

But as astonishing as that feat is, much more important is how we raised it.

To date, more than 258,000 Americans have contributed to this effort, much of it coming in
small donations. This, too, shatters all records and sends an unmistakable message to the
political establishment that the same old politics just won’t do in 2008.


The American people are demanding real change, a politics of principle and not just
expediency. They want to turn the page, and they’re turning out and supporting this effort in
unprecedented numbers. It has become more than a campaign. It is a movement.


Our financial success will provide the campaign important momentum. But there is practical
application as well, which gives us a decided advantage in the nomination fight.

First, we are on a financial course that will allow us to both fully fund efforts in the early
primary and caucus states, and also participate vigorously in all the February 5 contests,
including large states like California, New Jersey, New York, Georgia and Missouri.




                                                                                                 12
Universidade Presbiteriana Mackenzie


Frankly, when we entered this race, we did not think that was possible. We estimated at this
point of the campaign we’d be at least $20-25 million behind one of our fellow candidates.
But due to the amazing outpouring of support from people all across the country, remarkably,
we should be on at least even financial footing for the duration of the campaign.

Secondly, because so many states are holding early contests that may have significant
impact on deciding the ultimate Democratic nominee, a winning campaign will need deep
organizations in dozens of states to prevail. Our more than 258,000 donors provide us the
foundation of an unprecedented volunteer army in all 50 states. We also have thousands
more who are not able to contribute but are already volunteering or who plan too. For
example, early in June, more than 10,000 Americans took part in our “Walk for Change” --
canvassing neighborhoods in all 50 states, visiting more than 350,000 households.

We will have the largest and most committed grassroots organization in the race, allowing us
to build our support, chase absentee ballots, conduct early vote programs and turn out
Obama supporters in any state we need to.

This is a tremendous asset and is one more manifestation of the “enthusiasm gap” we have
over our rivals.

Six months into the race, we simply could not be in a better position. We have built a
powerful, well funded grassroots movement and strong organizations in each of the critical
early states. Barack’s call to change our politics and put government back on the side of the
American people and our best ideals is resonating more strongly every day.

If you don’t believe it, take a look at how so many of our opponents have in recent months
embraced Barack’s critique, positions -- and even his language.

Some of our opponents have tried to deflect attention from the obvious power and
momentum of the movement we’re building by pointing to national polls, that are all but
meaningless. Indeed, at this juncture four years ago, Joe Lieberman had a solid lead in
national polls. In the fall of 2003, the leaders were Howard Dean and Wesley Clark. You’ll
recall, none of these men were the nominee.

We’re pleased to be running as strongly as we are in the national polls, but they are beside
the point in a process that will be shaped by a series of early contests that will begin in Iowa.

One of our opponents is also the quasi-incumbent in the race, who in our belief will and
should lead just about every national poll from now until the Iowa caucuses. Expect nothing
different and attach no significance to it. It is clear you did not in this past quarter and we
would encourage everyone to keep our sights focused on doing well in the early primaries




                                                                                               13
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


and caucuses, and then using our organizational advantage nationally to clinch the
/nomination in February.

Just as a refresher, below are some Democratic primary national polls going back to 1980.
You’ll see how effective they have been as crystal balls.

       * 2003: In August 2003, Joe Lieberman led the national polls, in September, Howard
       Dean led, in October, Wesley Clark led, and in December – one month before the
       Iowa Caucuses – a Wall Street Journal/NBC poll showed John Kerry, the eventual
       nominee, in fifth place trailing among others Joe Lieberman and Dick Gephardt. Yet
       after winning Iowa and New Hampshire, Kerry vaulted to 49% in national polls before
       the end of January, This has been true in nearly every previous Democratic
       nomination contest:

        * 1992: According to a November 1991 Los Angeles Times poll, Bill Clinton was in
       3rd place with less than half the support of the then-frontrunner, Jerry Brown.

        * 1988: A January 1988 New York Times/CBS Poll showed Michael Dukakis in fourth
       place with 6 percent.

        * 1980: An August 1979 poll showed President Carter trailing Senator Ted Kennedy
       by 36 points

Time is a friend to our campaign.

While voters have a distinctly positive feeling about Barack, they don’t have a great depth of
knowledge about his life and history of leadership in Illinois and Washington. That history,
which we have begun sharing in the early states, distinguishes Barack as someone who not
only speaks about change, but who has spent a lifetime working to bring it about.

As we educate voters about Barack, we have strong reason to believe that our already
impressive support in the early states will solidify and slowly build later in the year.

It is clear we have the most room to grow in the race, given that the majority of voters do not
know much about Barack beyond what they have gleaned from news reports over the last
few months.

We also remain the candidate most clearly synched up with the electorate, an electorate
clamoring for change and ready for our relationships around the world to be repaired. The
election is after all about the voters, and we are very confident that Barack Obama is the type
of leader Democrats are looking for in the standard bearer.

If we prevail in the nomination fight, there is mounting evidence that Barack Obama would be
the strongest general election candidate. Barack is consistently the strongest Democrat with



                                                                                                  14
Universidade Presbiteriana Mackenzie


independents in general election polling, who are the voters that are the pathway to the
presidency. Barack also has a 2-1 fav/unfav with general election voters, which is also the
best score in the Democratic field. That strength with independents, plus what would likely be
very strong Democratic turnout across the country as a result of an Obama candidacy, also
likely puts more states in play. We cannot afford another election where we have to run the
table to win the Electoral College.

So, the point is this. We are off to a great start because of your help. We are going to keep
our head down and focus on continuing to build a powerful grassroots movement, focus on
the early states but plan for the states to come in early February and continue to both
introduce Barack Obama and the kind of President he would be to the American people.

In a little over six months, the contest begins in earnest. We are ahead of schedule in every
phase of the campaign. Let’s keep it going and elect a leader who will transform our country.

Thank you again for all you have done in the last five months.




                                                                                           15

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O poder das mídias sociais na campanha de Obama

  • 1. Universidade Presbiteriana Mackenzie O PODER INFLUENCIADOR DAS MÍDIAS SOCIAIS ATRAVÉS DO ESTUDO DE CASO DA CAMPANHA ELEITORAL DO CANDIDATO BARACK HUSSEIN OBAMA Gustavo Souza Moreira (IC) e Mariza de Fátima Reis (Orientadora) Apoio: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa Resumo O artigo apresenta o desenvolvimento e os resultados da pesquisa sobre persuasão com foco em mídias sociais aplicada no estudo de caso no candidato Barack Hussein Obama a presidência dos Estados Unidos da América. Uma análise sob a perspectiva teórica sobre os processos de persuasão do discurso e tom das mensagens de campanha e marketing viral das ações realizadas com o intuito de atingir e mobilizar voluntários para a causa dentro de uma plataforma digital. Palavras-chaves: processo de persuasão, marketing digital, mobilização digital, Barack Obama Abstract The article presents the development and results of research on persuasion with a focus on social media case study applied to the candidate Barack Hussein Obama presidency campaign on 2008. An analysis from the theoretical perspective on the processes of persuasion speech, tone of the campaign messages and viral marketing actions carried out in order to reach and mobilize volunteers for the cause on a digital platform. Key-words: process of persuasion, digital marketing, digital mobilization, Barack Obama 1
  • 2. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 INTRODUÇÃO Apresentação de dois estudos de caso do candidato Barack Hussein Obama com o objetivo de avaliar, sob a perspectiva teórica e catalogar os processos de persuasão das redes sociais usadas pelo candidato Barack Obama durante a campanha, aproveitando o poder das mídias sociais de conseguir difundir idéias muito mais rápido que as mídias de massas tradicionais, mobilizando em torno de valores culturais. O discurso do candidato e o tom das mensagens passadas, fragmentos do livro de David Plouffe, campaign manager de Obama, foram analisados a fim de traçar uma linha de pensamento sob a ótica da persuasão, definida por Robert Cialdini e Alexandr Luria, e as estratégias e técnicas de marketing digital definidas por Philip Kotler, com o objetivo de atingir, primeiramente, e reunir os voluntários dentro de uma plataforma ou diretriz com a finalidade de traçar ações nas quais agregam pessoas por meio de uma ideologia, conceito definido por Adolf Hitler, nas quais tiveram sucesso durante os dois fatos analisados neste artigo. REFERÊNCIAL TEÓRICO Em todas as relações com outros indivíduos, o homem usa a linguagem como um mecanismo de ação carregado de intencionalidade. A linguagem torna-se o instrumento para interação social, transmitindo pensamentos, vontades, experiências, tentando envolver o destinatário na consciência interior do locutor, a fim de quem participe da sua realidade não só entenda o conhecimento de mundo, mas tenha uma produção imagética de algo que está sendo persuadido. Segundo, Adilson Citelli (2001), a palavra nasce neutra, e ao se contextualizar ela passar a expressar idéias, passando a mensagem da ideologia, desempenhando assim a sua função persuasiva na linguagem humana. “A palavra falada, por motivos psicológicos é a única força capaz de provocar grandes revoluções (HITLER, 2001). O ato de argumentar com o público é o elemento principal na persuasão. Não há construção de um enunciado neutro, ele sempre terá uma intenção por trás do orador, obrigando o outro usuário a perceber a intencionalidade e conduzir seu raciocínio para uma determinada conclusão, seja ela positiva ou negativa sobre a ideologia passada. O discurso, no momento em que se realiza é composto por fatores lógicos, psicológicos e fatores sociológicos, nos quais são fatores influenciadores para a orientação argumentativa, a narrativa, portanto é que faz esses fatores se alterem validando ou não a argumentação apresentada no discurso.(LURIA, 1896) 2
  • 3. Universidade Presbiteriana Mackenzie Segundo Luria (1986), a linearidade de pensamento proposta em um conteúdo audiovisual traz um reforço sonoro-auditivo que participa de todos os ambientes, e estruturado em um discurso coletivo, tem como poder a abstração da sensação de isolamento social, fazendo com que a população pudesse projetar um mundo em que o candidato fosse o “salvador dos males do mundo”. A fim de estabelecer uma conexão do discurso político com o silogismo, desenvolvido por Aristóteles, o argumento de qualquer discurso político pode ser dedutivo de três proposições. Temos a) uma premissa maior (julgamento geral determinado); b) uma premissa menor (objeto dado pertence àquela categoria formulada na premissa maior); c) e uma conclusão (resultado da combinação de ambas premissas). Temos como exemplo no pensamento de Obama a) Todo político pensa no povo. b) Porém, há poucos políticos que pensam no povo hoje em dia c) Portanto, há poucos bons políticos hoje em dia. Para que possa haver uma conclusão lógica, é necessária que a premissa maior tenha um caráter universal, sem permitir conclusão lógica, a premissa menor deverá ter um convencimento absoluto a respeito da primeira premissa e para a conclusão da mesma, as primeiras premissas deverão formar um sistema lógico único para que o convencimento passe a ser um produto do ato persuasivo pela construção de provas, tanto objetivas, de raciocínio lógico quanto de constituintes de ideologia.(LURIA, 1968 p. 205) Assim como Luria (1968) defende, Adilson Citelli (2004) afirma que na construção de um discurso político, é necessário se firmar sobre três movimentos estratégicos, baseado nos elementos da persuasão: Divulgação, Adesão e Justificativas/Explicação. Na parte da Adesão, o discurso político tem como propósito “garantir que a opinião pública, em setores mais amplos possíveis, adira às mensagens enunciadas.” (CITELLI, 2004, p.87). A adesão às idéias do candidato de melhora no sistema político americano depende das justificativas e explicações que sustentam o projeto de um candidato político. A condição de irredutibilidade, ou seja, de que o candidato é o único que poderá trazer a esperança ao povo americano, é comumente detectada aos discursos políticos, assim como Bush o faz em 2003. “O presidente Bush – e todo o seu staff – quando da invasão do Iraque pelos americanos em 2003, afirmava que sua missão era de “libertar” o povo do Iraque. Ou seja, o discurso proferido pelo presidente dos EUA se atribuía propriedade única: somente ele poderia garantir prosperidade e democracia ao iraquianos. (CITELLI, 2004, p. 87) 3
  • 4. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Na medida em que as mídias sociais se tornam cada vez mais expressivas no mundo contemporâneo, os consumidores podem, cada vez mais, influenciar outros consumidores com suas experiências online (KOTLER, 2010 p. 9). Isso nos traz a discussão da influencia no meio digital, através das avaliações dos usuários pelas experiências negativas ou positivas com relação à marca. Mesmo através do uso da tecnologia, que traz a possibilidade de um feedback rápido e a mudança de pensamentos que vivemos na revolução tecnológica, a padronização de condutas ainda está enraizada no comportamento humano. Segundo Hitler (2001) “As massas humanas são naturalmente preguiçosas, e por isso, inclinadas a conservar os seus hábitos antigos. Raramente, por impulso próprio, procuram ler qualquer coisa que não correspondam às idéias que já possuem ou que não encerrem aquilo que esperem encontrar.” A partir da análise do comportamento humano e as condutas analisadas, surgiu a necessidade de guiar o usuário a entender os oportunidades e fazer a melhor escolha para a sua decisão, na qual estamos estudando, a eleição do candidato Obama. “Hoje, os profissionais de marketing não têm mais o controle total sobre as suas marcas, pois agora estão competindo com o poder coletivo dos consumidores” (KOTLER, 2010 p.11) Partindo da premissa que Robert Cialdini (2008) cita em seu livro, os seis princípios básicos da persuasão podem ser aplicados em diversos momentos das ações digitais feitas pelo candidato através dos casos que serão analisados. Como primeiro princípio, o Princípio da Amizade, ou Liking, conclui que pessoas são mais receptivas a comprar algo se o vendedor lhe agrada de alguma forma. O princípio da reciprocidade conclui que as pessoas tendem a retornar um favor feito a elas, assim como os casos de amostras grátis distribuídas pelo ponto de venda. Cialdinni (2008) também cita o princípio da Consistência e Comprometimento, no qual ele conclui que se as pessoas se comprometem, oralmente ou por escrito, a uma idéia ou um objetivo, elas têm uma maior tendência em honrar os compromissos assumidos, mesmo que a motivação inicial seja removida após a pessoa ter se comprometido. Ele cita como exemplo um usuário que decide comprar um carro, mesmo o preço subindo repentinamente, o usuário compra o carro mesmo assim, pois ele está comprometido a um objetivo, que no caso é comprar o carro. O quarto princípio, chamado de Princípio da Autoridade cita que as pessoas tendem a obedecer a figuras de autoridade mesmo que elas forem chamadas para realizar atos censuráveis. O princípio da Validação Social, ou Social Proof, define que as pessoas repetem gestos que elas vêem em outras pessoas. Como um por exemplo, em um experimento, um ou mais pessoas do grupo analisado olhou para o céu, fazendo com que 4
  • 5. Universidade Presbiteriana Mackenzie automaticamente todas as pessoas do grupo olharem para o céu em busca de algo que a primeira pessoa do grupo estava olhando. E o último princípio, chamado de Princípio da Raridade consiste na escassez de algo. Cialdini analisa que uma vez detectada a escassez de algo, seja por informação ou produto, isto gerará demanda. O autor cita como exemplo as promoções “Por tempo limitado” que estimulam as vendas. O povo americano, em 2008, exigia uma real mudança de atitude política em seu país, através de uma política com princípios e ideais claros que pudessem atender a maior parcela da população americana através de um interlocutor que transmitisse confiança ao eleitorado. David Plouffe, estrategista da campanha Obama for America em 2008, junto a Chris Hughes, fundador da rede social Facebook e consultor de mídias digitais para o partido democrata, foram os responsáveis por detectar a lacuna no pensamento americano e permitir que o povo pudesse discutir abertamente a política norte americana sem nenhum tipo de censura ou parcialidade da informação. “Obama não só permitiu que a discussão política fosse aberta e discutida abertamente, mas também trouxe feedbacks de grande valia para os próximos passos da campanha, devido ao monitoramento das ferramentas digitais utilizada.” (PLOUFFE, 2009, p. 92) David Plouffe em seu livro, explicitada a necessidade da população americana através do relato no qual sintetiza o anseio do eleitorado por informações precisas e claras para que pudesse escolher o candidato que julgassem ser o ideal para a presidência do país. “A população queria informações, e muitas informações. Nós costumávamos mandar mais e- mails do que nos foi aconselhado anteriormente” (PLOUFFE 2009, p. 76) além de humanizar o contato com a população através das dezesseis redes sociais utilizadas, com o objetivo de planificar a hierarquia social das diferentes classes sociais, étnicas ou ideológicas. APRESENTAÇÃO DOS CASOS As eleições primárias americanas, tempo analisadas nos estudos de caso, são eleições aonde membros do partido político e/ou os simpatizantes pela ideologia dos partidos têm a chance de eleger o candidato que representará o seu partido durante as eleições gerais dos Estados Unidos da América. A partir do momento dado, os casos apresentados são contados por David Plouffe, campaign manager, da campanha Obama for America, e autor do livro na qual é baseada o estudo de caso. O primeiro caso a ser analisado trata-se da reação popular em relação ao memorando enviado, em formato audiovisual á partidos 5
  • 6. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 políticos e jornalistas, no qual foi descoberta a lacuna que permitiu o candidato a se diferenciar dos demais através de uma mensagem clara e com elementos que sustentassem uma premissa maior. CASO 01 – VÍDEO DO MEMORANDO NO DIA 20 DE JULHO No dia 01 de Julho de 2007, David Plouffe, o campaign manager da campanha Obama for America enviou a todos os partidos interessados uma carta sobre o atual status da corrida eleitoral. Em sua carta, Plouffe dizia estar muito contente com os primeiros seis meses de campanha, pois de acordo com os princípios que baseavam a campanha: “derrotar a política do cinismo e das divisões partidárias que são tão perversas atualmente em Washington e transformar a política em uma unidade de esperança e um propósito comum.” (PLOUFFE, 2009, p. 79). No memorando de mais de três páginas, Plouffe ressalta a importância da ajuda dos voluntários na arrecadação dos fundos e que em menos de três meses de campanha o objetivo de angariação dos fundos para a nomeação do partido Democrata já estava ultrapassada em um milhões e quinhentos mil dólares, ao total a campanha conseguiu angariar trinta e dois milhões e quinhentos mil dólares americanos para a campanha da nomeação. Além de ter colocados pontos como o engajamento dos voluntários na organização de eventos. Pouco tempo depois, o memorando foi gravado em vídeo para enviarem a todos os colaboradores da campanha, mas segundo Plouffe, o vídeo não teria muita aceitação devido a ser um conteúdo político e desinteressante. (PLOUFFE, 2009). Mas ao contrário do que David Plouffe pensava, o vídeo acabou sendo uma das maiores audiências no canal do YouTube da campanha até aquele momento. David afirma que as pessoas sentiam carência de informações com relação à corrida presidencial e por isso mesmo o vídeo do memorando acabou se tornando um marco para a campanha de Obama. Aproveitando a oportunidade de que a população não sabia aonde procurar informações relevantes, a equipe de Obama preparou um discurso político com um forte elemento de persuasão para que as pessoas pudessem acreditar mais no candidato e conseqüentemente conseguir mais votos nas urnas. CASO 02 – MyBarackObama.com O partido democrata, como parte de sua estratégia digital, adotou como base de concentração de informações e organização dos comitês eleitorais o website www.mybarackobama.com, no qual o mesmo tinha não só o objetivo de traçar o perfil do candidato democrata, mas o de buscar uma maior interação com o público, em uma 6
  • 7. Universidade Presbiteriana Mackenzie tentativa para gerar ainda mais engajamento, e não apenas servirem de receptores de uma mensagem eleitoral. O website apresentava de diferencial a personalização do ambiente virtual, aonde os voluntários poderiam construir o seu próprio canal de comunicação (blog), fazer doações ou promover eventos independentes. Através das segmentações, a equipe de estrategistas pôde identificar cada uma das necessidades listadas por Robert Cialdini (2008) e atuar de acordo como cada segmento para que pudessem persuadir o usuário para a escolha do candidato Obama. Pensado em todo o colégio eleitoral americano, foi estruturado em 22 segmentos demográficos, divididos principalmente pelas etnias e conceitos ideológicos parecidos com o do candidato. Através dos vinte e dois segmentos selecionados, a equipe de Obama lançou conversas em dezesseis diferentes redes sociais para que pudesse ter um esforço maior de comunicação nos primeiros meses. Mobilizar os jovens, afro-americanos e latinos eram os principais objetivos do website. (PLOUFFE, 2009, p. 213) ANÁLISE CASO 01 – VÍDEO DO MEMORANDO NO DIA 20 DE JULHO O discurso de Obama, criado por David Plouffe, na gravação do memorando é possível identificar claramente os três movimentos estratégicos, baseado nos elementos da persuasão: Divulgação, adesão e justificativas/explicação. Divulgação: Na primeira parte do discurso do memorando, Obama se apresenta para os eleitores, e deixa claro o seu comprometimento de defender a política do cinismo e divisão de partidos em Washington e substituir com uma unidade política única, confiança e um propósito único. A adesão ao discurso político pode ser detectada em discurso no qual o candidato tem como objetivo principal que a mensagem passada em seu discurso possa ser entendida por pessoas nas mais diferentes classes sociais ou níveis educacionais. Obama em seu discurso usa diversas vezes as palavras American People (povo americano) e Nation (nação) para se referir a todo o eleitorado americano e os objetivos para o senso comum. No discurso de Obama fica claro a posição dos princípios de autoridade e o princípio de consistência e comprometimento, por estar sempre reforçando em suas palavras os ideais de Barack e sua representação política na sociedade. Além da parte estratégica associada ao princípio da Raridade, aonde a equipe de estratégia do candidato percebeu que os eleitores estavam sedentos por informações, pois não a encontrava facilmente. Assim como 7
  • 8. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Plouffe afirma “A população queria informações, e muitas informações. Nós costumávamos mandar mais e-mails do que nos foi aconselhado anteriormente” (PLOUFFE, 2009, p. 76). As palavras do memorando enviado, no contexto em que foram veiculadas, perdem a o sentido puro e único da palavra para serem transformadas, criando um circuito de formação e reformulação da mensagem passada para que se adéqüe a ideologia, ou a linearidade de pensamento do candidato. O ato de argumentar com o público é principal ferramenta da persuasão. Não há construção de um enunciado neutro, ele sempre terá uma intenção por trás do orador, obrigando o outro usuário a perceber a intencionalidade e conduzir seu raciocínio para uma determinada conclusão, seja ela positiva ou negativa sobre a ideologia passada. ANÁLISE CASO 02 – MyBarackObama.com Durante os monitoramentos, sempre que necessário Obama estabelecia contato com os eleitores, proporcionando assim uma maior aproximação dos eleitores com o candidato. Além dos princípios claros de seu plano de governo, Obama também usou como princípio, a Validação Social de que uma rede de relacionamento propõe. Como atestado por Cialdini, as pessoas têm tendência em concordar sobre um argumento se um de seus amigos ou semelhantes também concordam, ou no caso de Obama, se cadastram no website. O princípio, não só, se aplica na rede social mybarackobana.com, como também em sua estratégia de voluntariado, pois pessoas com os mesmo ideais fazem a estratégia de divulgação member get member (informação verbal)1, ou seja, se o propósito me agrada e está condizendo com os meus princípios de vida de que eu acredito, eu divulgo para os meus semelhantes. Apesar de todas as ferramentas e tecnologia que o website dispunha. Os acessos aconteceram sem imposição de nenhuma das partes, tanto dos voluntários como do candidato. Para gerar uma naturalidade de acessos a equipe de mídia digital criou diversos widgets (pequenos aplicativos multiplataformas) para que o usuário pudesse fazer a sua doação no momento de sua preferência. Resultado disso, segundo Plouffe (2009), foi o “montante arrecadado (100 milhões de dólares), 87% das doações foram feitas pela internet, e 93% de usuários que fizeram uma doação menor do que cem dólares.” (PLOUFFE, 2009, p.263) “No My BarackObama,com, ou MyBO, a rede social de Barack Obama, dois milhões de perfis foram criados, Duzentos mil eventos offline foram planejados pela plataforma, por volta de 1 Informe recebido durante palestra do professor Philip Kotler no evento HSM ExpoManagement 2010 sobre o livro Marketing 3.0 8
  • 9. Universidade Presbiteriana Mackenzie quatrocentos mil posts em blogs foram feitos e mais de trinta e cinco mil grupos de voluntários foram criados, sendo pelo menos mil grupos criados no dia em que Barack Obama anunciou sua candidatura.” (VARGAS, 2008 - Disponível em: < http://wapo.st/peccYL > Acesso em: 10 de Agosto de 2011.) Robert Cialdini, em dentre os seis princípios básicos da persuasão, podemos destacar os princípios da Consistência e Comprometimento e o princípio da Validação Social. O Princípio da consistência e comprometimento, assim com o próprio nome explica, se vale do fator de que as pessoas seguem e perseguem compromissos claros e consistentes a partir de uma pessoa reconhecida pelo notório saber. Obama, em seu website, coloca em seu discurso e em todo o material visual utilizado no site o seu plano de governo no que consistia principalmente em, fazer a reforma no sistema de saúde americano, aproveitando para conseguir os votos da maioria da população americana, a classe média, acabar com a prisão de Guantánamo, e retirar as tropas do Afeganistão. O website de Obama fez com que toda a população se tornasse membro de uma coletividade. A rede de contatos que o website possibilitou se estendeu e se alastrou geograficamente abrangendo todo o território americano, o usuário passou de fazer parte da massificação anônima e solitária para ativações solidárias através do meio apresentado. Por meio da análise do website, podemos concluir que após uma primeira onda de divulgação do website para conseguir os primeiros persuadidos, não houve mais nenhum grupo persuasivo e sim persuadidos persuadindo. A massificação através da comunicação foi abandonada e pelo feedback do usuário foi possível identificar um coletivo predeterminado para que a comunicação do candidato pudesse atingir todas as camadas sociais. Hitler contextualiza a necessidade humana da convivência social, participando de uma coletividade, já que o mundo moderno vive em um momento de individualidade e sugere que “a vontade, os anseios, também a força de milhares, acumulam-se em cada pessoa” (HITLER, 2001, p. 298) fazendo com que cada um dos voluntários se unissem em torno de um ideal comum. Por causa da excessividade das informações, rapidez em que as notícias chegam e a globalização contribuíram para que os usuários abandonassem o hábito de se prender a dados classificados pré-existentes para começar a usar um sistema de identificações por padrões de comportamentos ou geográficos. Segundo Kotler (2010), as pessoas começaram a sentir a pressão para serem cidadãos globais assim como cidadãos locais. “Como resultado, as pessoas estão ansiosas a carregam consigo valores conflitantes em suas mentes. Portanto, para satisfazer os clientes individualmente, as empresas precisam enxergar que as origens culturais também. Porque cada indivíduo tem uma diferente cultura, normas, valores e costumes.” (KOTLER, 2010). 9
  • 10. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Através de satisfação das necessidades culturais das diferentes etnias e grupos culturais americanos, aliado as necessidades do ser humano se tornar membro de uma coletividade que trouxe a interação e arrecadação desejada ao candidato Barack Hussein Obama. CONCLUSÃO Obama conseguiu desenvolver um estreitamento que nenhum outro candidato conseguiu gerando um apelo para a geração do novo milênio. Como membros da nova geração, o time de publicitários e especialistas em web marketing conseguiu adaptar a linguagem à comunicação online através de processos lingüísticos usados na publicidade, de uma forma mais leve, considerando a persuasão como elemento principal de viralização e participação do eleitorado americano. A campanha feita em 2008 pode tomar como referência como a primeira vez na história onde a população efetivamente decidiu de forma quase absoluta sobre a escolha do candidato, e o candidato conseguiu adaptar suas idéias às mensagens conseguindo persuadir o maior número de pessoas. O candidato foi eleito por aplicar seus recursos lingüísticos midiáticos muito bem à sua oratória, potencializando o seu poder de engajamento e comoção dos impactados pela mensagem de Obama. Além das ferramentas online de engajamento usadas, a equipe utilizou uma ferramenta, que mais tarde se tornou essencial para a vitória nas urnas americanas: os voluntários. A equipe lançou o site www.mybarackobama.com, onde através da motivação dadas aos potenciais eleitores do candidato, pudessem promover eventos e aglomerações para que não deixasse de existir o contato humano, segundo David Plouffe. “Nothing is a substitute for human, in-person contact for hatching plans and hashing thing out.” (Nada substitui o contato humano, para amadurecer os planos de campanha ou para disparar notícias). (PLOUFFE, 2009, p. 20). O website foi o elemento central de sustentação de toda a campanha, usando como uma extensão ao conteúdo veiculado nas mídias tradicionais. Usando a plataforma como elemento agregador dos voluntários para que pudessem organizar eventos e mutirões a favor de uma causa. 10
  • 11. Universidade Presbiteriana Mackenzie REFERÊNCIAS CIALDINI, Robert. GOLDSTEIN, Noah, MARTIN, Steve J. Yes!: 50 Scientifically Proven Ways to Be Persuasive. Free Press, 2008. CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. São Paulo, Ática, 2004. HITLER, Adolf. Minha Luta. Trad. Klaus Von Puschen. São Paulo. Centauro, 2001. KOTLER, Philip. KARTAJAYA, Hermawan. SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0. São Paulo. Elsevier, 2010. LURIA, Alexandr Romanvich. Pensamento e Linguagem: as últimas conferências de Luria. Trad. Diana Myriam Lichtentein e Mário Corso. Porto Alegre, 1986. PLOUFFE, David. The Audacity to win: The inside story and lessons of Barack Obama’s Historic Victory. Viking Adult, 2009. POLANSKI, Tom. Dr. Robert Cialdini and 6 pricniples of persuasion. eBuZine. <http://bit.ly/r8FYG0> acesso em: 10 ago. 2011. VARGAS, José Antonio. Obama Raised Half a Billion Online. Washington Post. Disponível < http://wapo.st/peccYL>. Acesso em: 10 ago. 2011 Contato: gus@gusmoreira.com e marizareis@mackenzie.com.br 11
  • 12. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Referência 01. Carta aos partidos eleitorais TO: Interested Parties FR: David Plouffe, campaign manager, Obama for America DA: July 1, 2007 RE: The State of the race TO: Interested Parties Less than six months ago, we began this campaign with a mission. Barack and all of us were determined to defeat the politics of cynicism and division that is so pervasive in Washington today and replace it with a politics of unity, hope and common purpose. The pundits and political insiders questioned whether a new leader and fledgling campaign could compete with the big money and massive organization of other candidates who have been preparing to run for years, and even decades. Well, for the second consecutive quarter, you’ve helped send a resounding answer. I’m thrilled to report that in the last three months, the Obama campaign has set a new record for fundraising. Thanks to you, we raised at least $32.5 million including at least $31 million that we can spend on the battle for the Democratic nomination. But as astonishing as that feat is, much more important is how we raised it. To date, more than 258,000 Americans have contributed to this effort, much of it coming in small donations. This, too, shatters all records and sends an unmistakable message to the political establishment that the same old politics just won’t do in 2008. The American people are demanding real change, a politics of principle and not just expediency. They want to turn the page, and they’re turning out and supporting this effort in unprecedented numbers. It has become more than a campaign. It is a movement. Our financial success will provide the campaign important momentum. But there is practical application as well, which gives us a decided advantage in the nomination fight. First, we are on a financial course that will allow us to both fully fund efforts in the early primary and caucus states, and also participate vigorously in all the February 5 contests, including large states like California, New Jersey, New York, Georgia and Missouri. 12
  • 13. Universidade Presbiteriana Mackenzie Frankly, when we entered this race, we did not think that was possible. We estimated at this point of the campaign we’d be at least $20-25 million behind one of our fellow candidates. But due to the amazing outpouring of support from people all across the country, remarkably, we should be on at least even financial footing for the duration of the campaign. Secondly, because so many states are holding early contests that may have significant impact on deciding the ultimate Democratic nominee, a winning campaign will need deep organizations in dozens of states to prevail. Our more than 258,000 donors provide us the foundation of an unprecedented volunteer army in all 50 states. We also have thousands more who are not able to contribute but are already volunteering or who plan too. For example, early in June, more than 10,000 Americans took part in our “Walk for Change” -- canvassing neighborhoods in all 50 states, visiting more than 350,000 households. We will have the largest and most committed grassroots organization in the race, allowing us to build our support, chase absentee ballots, conduct early vote programs and turn out Obama supporters in any state we need to. This is a tremendous asset and is one more manifestation of the “enthusiasm gap” we have over our rivals. Six months into the race, we simply could not be in a better position. We have built a powerful, well funded grassroots movement and strong organizations in each of the critical early states. Barack’s call to change our politics and put government back on the side of the American people and our best ideals is resonating more strongly every day. If you don’t believe it, take a look at how so many of our opponents have in recent months embraced Barack’s critique, positions -- and even his language. Some of our opponents have tried to deflect attention from the obvious power and momentum of the movement we’re building by pointing to national polls, that are all but meaningless. Indeed, at this juncture four years ago, Joe Lieberman had a solid lead in national polls. In the fall of 2003, the leaders were Howard Dean and Wesley Clark. You’ll recall, none of these men were the nominee. We’re pleased to be running as strongly as we are in the national polls, but they are beside the point in a process that will be shaped by a series of early contests that will begin in Iowa. One of our opponents is also the quasi-incumbent in the race, who in our belief will and should lead just about every national poll from now until the Iowa caucuses. Expect nothing different and attach no significance to it. It is clear you did not in this past quarter and we would encourage everyone to keep our sights focused on doing well in the early primaries 13
  • 14. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 and caucuses, and then using our organizational advantage nationally to clinch the /nomination in February. Just as a refresher, below are some Democratic primary national polls going back to 1980. You’ll see how effective they have been as crystal balls. * 2003: In August 2003, Joe Lieberman led the national polls, in September, Howard Dean led, in October, Wesley Clark led, and in December – one month before the Iowa Caucuses – a Wall Street Journal/NBC poll showed John Kerry, the eventual nominee, in fifth place trailing among others Joe Lieberman and Dick Gephardt. Yet after winning Iowa and New Hampshire, Kerry vaulted to 49% in national polls before the end of January, This has been true in nearly every previous Democratic nomination contest: * 1992: According to a November 1991 Los Angeles Times poll, Bill Clinton was in 3rd place with less than half the support of the then-frontrunner, Jerry Brown. * 1988: A January 1988 New York Times/CBS Poll showed Michael Dukakis in fourth place with 6 percent. * 1980: An August 1979 poll showed President Carter trailing Senator Ted Kennedy by 36 points Time is a friend to our campaign. While voters have a distinctly positive feeling about Barack, they don’t have a great depth of knowledge about his life and history of leadership in Illinois and Washington. That history, which we have begun sharing in the early states, distinguishes Barack as someone who not only speaks about change, but who has spent a lifetime working to bring it about. As we educate voters about Barack, we have strong reason to believe that our already impressive support in the early states will solidify and slowly build later in the year. It is clear we have the most room to grow in the race, given that the majority of voters do not know much about Barack beyond what they have gleaned from news reports over the last few months. We also remain the candidate most clearly synched up with the electorate, an electorate clamoring for change and ready for our relationships around the world to be repaired. The election is after all about the voters, and we are very confident that Barack Obama is the type of leader Democrats are looking for in the standard bearer. If we prevail in the nomination fight, there is mounting evidence that Barack Obama would be the strongest general election candidate. Barack is consistently the strongest Democrat with 14
  • 15. Universidade Presbiteriana Mackenzie independents in general election polling, who are the voters that are the pathway to the presidency. Barack also has a 2-1 fav/unfav with general election voters, which is also the best score in the Democratic field. That strength with independents, plus what would likely be very strong Democratic turnout across the country as a result of an Obama candidacy, also likely puts more states in play. We cannot afford another election where we have to run the table to win the Electoral College. So, the point is this. We are off to a great start because of your help. We are going to keep our head down and focus on continuing to build a powerful grassroots movement, focus on the early states but plan for the states to come in early February and continue to both introduce Barack Obama and the kind of President he would be to the American people. In a little over six months, the contest begins in earnest. We are ahead of schedule in every phase of the campaign. Let’s keep it going and elect a leader who will transform our country. Thank you again for all you have done in the last five months. 15