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história da língua portuguesa
História da Língua Portuguesa
             Manoel Neves
PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO
   história da língua portuguesa
PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO
                                       história da língua portuguesa




UFRN. Limites da Europa no II milênio a.C. Disponível em: http://linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.1.php. Acesso em: 10/11.
PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO
                                história da língua portuguesa

                                    aspectos gerais
 entre o segundo e o primeiro milênio antes de Cristo os Celtas habitavam o centro da Europa;
             na Península Ibérica, os Celtas recebem a denominação de Cetíberos;
as invasões territoriais romanas levam os Celtas para Irlanda, Grã-Bretanha e Bretanha Francesa;
                           o galego-português tem influência celta.
PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO
                            história da língua portuguesa

                       contribuições lexicais
                                        ibéricas
abóbora            barro                bezerro             cama             garra
          louça              manteiga              sapo              seara
                                        fenícias
          apenas               saco                mapa              malha
                                         celtas
 bico              cabana               arminho             camisa           cerveja
           gato                légua               peça              touca
PERÍODO ROMÂNICO
 história da língua portuguesa
PERÍODO ROMÂNICO
                     história da língua portuguesa

                             o romance
    estágio intermediário entre o latim vulgar e o português moderno

                          aspectos gerais
              de 218 a. C. até o século IX, fala-se o romance;
    de 409 d. C. até 711, os germanos instalam-se na península Ibérica
      a partir de 711, ocorre uma invasão moura na península Ibérica;
 o árabe é adotado como língua oficial, mas se continua a falar o romance;
          do século IX até o século XI, há um período de transição
       [termos portugueses aparecem em textos escritos em latim]
neste período, o português [galego-português] é falado apenas na Lusitânia.
PERÍODO ROMÂNICO
                  história da língua portuguesa

                 contribuições lexicais
                          germanas
Rodrigo   Godofredo          guerra               elmo       trégua
arauto     esgrimir          brandir              roubar    escarnecer
                            árabes
alface     algodão           álcool               xarope    almôndega
           alfaiate          alaúde               alicate
O GALEGO-PORTUGUÊS
  história da língua portuguesa
O GALEGO-PORTUGUÊS
                                    história da língua portuguesa




UFRN. Mapa da reconquista de Portugal. Disponível em: http://linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.3.php. Acesso: 10/11.
O GALEGO-PORTUGUÊS
                         história da língua portuguesa

                             aspectos gerais
           reconquista: retomada dos territórios das mãos dos árabes;
com a reconquista, o galego-português torna-se a língua falada e escrita na região;
       nela são escritos os cancioneiros [coletânea de poemas medievais]:
             Cancioneiros: da Ajuda, Da Vaticana, Colocci-Brancutti.
O PORTUGUÊS ARCAICO
   história da língua portuguesa
O PORTUGUÊS ARCAICO
                              história da língua portuguesa

                                  aspectos gerais
      os cristãos avançam em direção ao sul e seu dialeto interagem com os moçárabes;
a cisão do português em relação ao galego-português ocorre com a Independência de Portugal ;
    o português consolida-se com a expulsão dos mouros (1249) e dos castelhanos (1385);
                     no século XIV, surge a prosa literária em português:
        Crônica geral de Espanha e Livro de linhagens, de Dom Pedro, ambos de 1344;
           com o Renascimento, o português incorpora italianismos e helenismos;
    com a expansão ultramarina, são incorporados vocábulos dos territórios conquistados;
   a publicação do Cancioneiro geral de Garcia de Resende dá início ao português moderno.
O PORTUGUÊS ARCAICO
                        história da língua portuguesa

                      contribuições lexicais
                                      gregas
farol           guitarra             microscópio            telefone            telepatia
                                     asiáticas
azul            bambu                 berinjela               chá               jangada
        leque              laranja                 tafetá              tulipa
TEXTO EM PORTUGUÊS ARCAICO
                                 história da língua portuguesa
                               O RATO, A RÃ E O MINHOTO
Comta-sse que hu rrato, amdando sseu caminho para emderençar sseus neguoçios, ueo arriba
de ha augua, a quall ell nom podia passar. E . E estamdo assy cuydadoso arriba da augua, veo a
ell hua rrãa e disse-lhe:
- Sse te prouuer, eu te ajudarey a passar esta augua.
E o rrato rrespomdeo que lhe prazia e que lho agradeçia muyto. E a rrãa fazia esto pera emganar
o rrato, e disse-lhe:
- Amiguo, legemos ha linha no pee teu e meu e ssube em cyma de mym.
E o rrato feze-o assy. E, depois que forom no meo da augua, a rrãa disse ao rrato:
- Dom velhaco, aqui morredes maa morte.
E a rrãa tiraua pera fundo, pera afoguá-lo de so a augua, e ho rrato tiraua pera çima. E, estando
em esta batalha , vios hu minhoto que andaua voamdo pello aar e tomou-os com as hunhas e
comeos ambos.
Em aquesta hestoria este doutor rreprehemde os homes, os quaes com boas palauras e doçes
de querer fazer proll e homra a sseu proximo, (e) emganosamente lhes fazem maas obras,
porque all dizem com as limguoas e all teem nos sseus corações.
E esto sse demostra per a rrãa, a quall dizia que queria passar o rrato e tijnha no sseu coraçom
preposito de ho afoguar e matar, como dicto he em cima
VERSÃO DO TEXTO NO PORTUGUÊS MODERNO
                                 história da língua portuguesa
                           O RATO, A RÃ E A AVE DE RAPINA
Conta-se que um rato, indo em seu caminho para dirigir seus negócios, chegou à margem de um
lago sobre o qual não poderia passar. E, quando estava assim pensativo, veio-lhe uma rã e lhe
disse:
- Se te aprouver, ajudar-te-ei a passar esta água.
E o rato respondeu que queria e que agradecia muito. E a rã, que fazia isso para enganar o rato,
disse-lhe:
- Amigo, liguemos esta linha no teu pé e no meu e sobe em cima de mim.
E o rato fez assim. E, depois que estavam no meio do lago, a rã disse ao rato:
- Dom velhaco, aqui morrerás de má morte.
E a rá puxava para o fundo, para afogá-lo, e o rato puxava para cima. E, estando os dois
entretidos nesta batalha, viu-os uma ave de rapina que andava voando pelo ar e os tomou com
as unhas e comeu-os a ambos.
Nesta história, este doutor repreende os homens, que, com palavras boas e doces de querer,
tiram proveito de seu próximo e enganosamente lhes faz más obras, porque uma coisa dizem e
outra têm em seus corações
E isso se mostra por intermédio da rã, que dizia que queria ajudar o rato a atravessar a água e
tinha no seu coração propósito de o afogar e o matar, conforme dito anteriormente.
O PORTUGUÊS MODERNO
   história da língua portuguesa
O PORTUGUÊS MODERNO
                               história da língua portuguesa

                                   aspectos gerais
    no século XVI, surgem gramáticas que definem a morfologia e a sintaxe do português;
  em Camões, tanto a seleção vocabular como a estrutura frasal já nos são contemporâneas;
         com a língua consolidada, as mudanças sofridas pelo idioma serão menores;
     durante o domínio espanhol [1580-1640], houve poucas incorporações vocabulares;
        Crônica geral de Espanha e Livro de linhagens, de Dom Pedro, ambos de 1344;
 no início do século XX, criam-se novos vocábulos para designar as contribuições tecnológicas;
normalmente os termos relativos a estas conquistas, são de origem inglesa, os estrangeirismos.
O PORTUGUÊS MODERNO
                    história da língua portuguesa

               contribuições lexicais
                             francesas
chefe      hotel               jardim          paisagem     vitral
                             italianas
adágio    confete              gazeta          macarrão    serenata
                             inglesas
futebol   deletar              córner          sanduíche   repórter
O PORTUGUÊS NA EUROPA
    história da língua portuguesa
ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS DE PORTUGAL
             história da língua portuguesa
ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS DE PORTUGAL
                           história da língua portuguesa

                               dialetos galegos
                                 G - Galego ocidental
                                  F - Galego oriental

                dialetos portugueses setentrionais
                     E - Dialetos transmontanos e alto-minhotos
                   C - Dialetos baixo-minhotos, durienses e beirões

                dialetos portugueses setentrionais
                             D - Dialetos do centro-litoral
                        B - Dialetos do centro-interior e do sul
   A - Limite de região subdialetal com características peculiares bem diferenciadas
A IMPLEMENTAÇÃO DO PORTUGUÊS NO BRASIL
            história da língua portuguesa
A IMPLEMENTAÇÃO DO PORTUGUÊS NO BRASIL
                               história da língua portuguesa

                                   aspectos gerais
      com o início da colonização, os europeus que para cá vieram, falam sua língua-mãe;
      o contato com os índios, fê-los, entretanto, adotar uma língua geral, o nheengatu;
      nheengatu: é o tupi com a sintaxe portuguesa [também chamada de língua geral];
               na verdade, havia uma língua da costa e outra língua do sertão;
   em 1757, a Lei do Diretório [Marquês de Pombal], impõe o português como língua oficial;
            o objetivo era combater o bilinguismo e a disseminação do nheengatu;
a atividade mineradora é determinante na disseminação do português, ao longo do século XVIII.
AS ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
              história da língua portuguesa
ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
                                 história da língua portuguesa




 UFC. Mapa das zonas dialetais do português brasileiro. Disponível em: http://www.ufc.br . Acesso: 10/11.
CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO
             história da língua portuguesa
CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO
                                 história da língua portuguesa

                                         topônimos
Abaeté, Andaraí, Aracaju, Anhangabaú, Atibaia, Araxá, Baependi, Bagé, Bauru, Borborema,
Butantã, Caçapava, Cabuçu, Caju, Carioca, Catete, Catumbi, Cambuquira, Gamboa, Guanabara,
Guaratiba, Jacarepaguá, Jurujuba, Inhaúma, Irajá, Icaraí, Itajaí, Maracanã, Pavuna, Pará, Paraná,
Paranaguá, Paranaíba, Paraopeba, Paranapanema, Tijuca, Taubaté, Tamandaré, Tabatinga,
Sumaré, etc.

                                      antropônimos
Araci, Baraúna, Cotegipe, Caminhoá, Guaraciaba, Iracema, Iraci, Jaci, Juraci, Jurema, Jupira, Jucá,
Moema, Piragibe, Sucupira, Ubirajara, Araripe, Sinimbu, Bartira, Graciema, Inaiá, Irani, Jacira,
Jandira, Iara, Oiticica, etc.

                                              flora
abacaxi, brejaúva, buriti, carnaúba, capim, caruru, cipó, jacarandá, jaboticaba, peroba, pitanga,
canjarana, caroba, jiquitibá, mandioca, aipim, imbuia, ingá, ipê, sapé, taquara, tiririca, araticum,
maracujá, caju, caatinga, etc.
CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO
                                história da língua portuguesa

                                            fauna
araponga, acará, caninana, capivara, coati, curiango, curió, gambá, irara, jacu, jaburu, jararaca,
juriti, lambari, nhambu, mandi, paca, piranha, sabiá, sanhaço, maitaca, saúva, tamanduá,
siriema, tanajura, tatu, urubu, saracura, surubi, sucuri, sagui, etc.

                                    usos, crenças...
arapuca, jacaá, pari, tipiti, urupema; moqueca, curau, mirandó; saci, caipora, curupira, cuca;
sapiroca, catapora, sapiranga; pororoca, piracema, carijó, sambanga, sarambê, punga, etc

                                        fraseologia
estar ou andar na pindaíba, andar ao uatá ou atá, chorar pitanga, estar à tocaia ou de tocaia,
cair na arataca, estar em arataca, ficar de bubuia, etc.
A CONTRIBUIÇÃO AFRO AO LÉXICO BRASILEIRO
             história da língua portuguesa
A CONTRIBUIÇÃO AFRO AO LÉXICO BRASILEIRO
                               história da língua portuguesa

                                  da língua nàgó
Ogum, Orixá, vatapá, abará, cará, acarajé, afurá, alujá, babalaô, babalorixá, Exu, orô, Oxum,
Xangô, aberém, acassá, afofiê, agogô, etc.

                                  do quimbundo
moleque, cachimbo, quitanda, maxixe, samba, molambo, bangüê, banzar, caçula, cafuné,
camundongo, canga, carcunda, cochilar, dengue, fubá, marimbondo, marimba, birimbau,
mocambo, muxiba, quitute, senzala, sungar, xingar, etc
DISCUTINDO O ESTRANGEIRISMO
      história da língua portuguesa
INSTRUÇÃO
Língua Portuguesa, UFMG-2002
        Leia este texto.
TEXTO
                              Língua Portuguesa, UFMG-2002
Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando, estar imprimindo e
estar fazendo diversas cópias, para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que
não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o
gerundismo. [...]
Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar
fazendo com que esteja caindo a ficha das pessoas que costumam estar falando desse jeito sem
estar percebendo.
Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!, pode
estar existindo uma maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito.
[...]
A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização
à qual precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos como o “a nível de”, o
“enquanto”, o “pra se ter uma ideia” e outros menos votados.
A nível de linguagem, enquanto falante da língua, o que você acha de tá insistindo em tá falando
desse jeito?
QUESTÃO 01
                             Língua Portuguesa, UFMG-2002
REDIJA um texto, discutindo o uso do gerúndio nesse trecho.
No texto elaborado, destaque três exemplos de diferentes empregos do gerúndio do trecho lido
e mostre como podem ser substituídos por formas verbais mais adequadas. Nessa substituição,
considere o registro culto do português brasileiro e mantenha o sentido original.
SOLUÇÃO COMENTADA
                                Língua Portuguesa, UFMG-2002
o texto emprega o gerúndio de forma irônica, a fim de criticar seu uso excessivo no português moderno

                                  gerúndio e gerundismo
                     o gerundismo é, na verdade, o uso inadequado do gerúndio
 a forma nominal serve, normalmente, para indicar ação que transcorre no momento em que se fala
              são, pois, corretas, do ponto de vista da língua formal, padrão, frases como
                Carolina está fazendo um exercício enquanto José fica batendo os pés.

                                    Mariana chegou falando alto.
              Elisa escreveu uma carta explicando por que havia atrasado o pagamento.
             outro uso igualmente correto indica uma ação durativa ocorrida no passado:
                            Júlia estava brincando de boneca quando a vi.
                 Ontem fiquei falando sobre os verbos defectivos durante meia hora.
SOLUÇÃO COMENTADA
                                 Língua Portuguesa, UFMG-2002

                        uso do gerúndio no texto fornecido
         Para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém. [ERRO: equivale ao infinitivo]

                     Para deixar discretamente sobre a mesa de alguém [CORREÇÃO]

               Esteja caindo a ficha das pessoas. [ERRO: equivale ao presente do subjuntivo]

                                  Caia a ficha das pessoas. [CORREÇÃO]

A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo. [ERRO: equivale ao futuro do presente do indicativo]

                        A única solução será submeter o gerundismo. [CORREÇÃO]
INSTRUÇÃO
Língua Portuguesa, UFMG-2002
    Leia esta letra de música.
SAMBA DO APPROACH
 Língua Portuguesa, UFMG-2002
     Venha provar meu brunch
    Saiba que eu tenho approach
          Na hora do lunch
        Eu ando de ferryboat
       Eu tenho savoir-faire
    Meu temperamento é light
         Fica ligada no link
   Que eu vou confessar my love
      Depois do décimo drink
    Só um bom e velho engov
     Eu tirei o meu green card
       E fui pra Miami beach
      Posso não ser pop star
   Mas já sou um nouveau riche
SAMBA DO APPROACH
 Língua Portuguesa, UFMG-2002
        Minha casa é hi-tech
     Toda hora rola um insight
       Já fui fã do Jethro Tull
     Hoje me amarro no Slash
      Minha vida agora é cool
    Meu passado é que foi trash
        Eu tenho sex appeal
     Saca só meu background
      Veloz como Damon Hill
       Tenaz como Fittipaldi
    Não dispenso um happy end
    Quero jogar no dream team
         De dia macho man
      E de noite drag queen
QUESTÃO 02
                            Língua Portuguesa, UFMG-2002
REDIJA um texto, explicitando efeitos de sentido produzidos pelo uso reiterado de palavras e
expressões estrangeiras.
SOLUÇÃO COMENTADA
                              Língua Portuguesa, UFMG-2002
Nesta questão espera-se que o candidato, ainda que não entenda todas as palavras em inglês,
perceba a crítica que se faz ao uso delas. A crítica é a de que é preciso falar inglês para ser
refinado. É como se a língua estrangeira fosse um passaporte para a riqueza, mesmo que falsa. A
personagem do texto confessa ser agora um novo rico, o que leva o leitor a perceber que a
crítica é dirigida aos emergentes, que para provar que são “finos”, “cultos”, viajados, ricos e têm
poder, lançam mão de expressões em inglês para impressionar os interlocutores.
Esperava-se que o candidato percebesse que o uso das palavras estrangeiras não era aleatório,
nem incompetência ou desconhecimento da língua portuguesa por parte do autor. Pelo
contrário, o candidato deveria perceber que o uso era intencional, e que o autor buscava
despertar no leitor a construção de vários sentidos, entre os quais, pode-se apontar: a) crítica
ao uso excessivo de estrangeirismo; b) fazer uma caricatura do novo rico; c) mostrar como é
natural a incorporação de vocábulos estrangeiros em nossa língua; d) criticar os sonhos de
consumo do novo rico [ou da classe média]; e) provocar humor/fazer deboche.
O candidato deveria perceber, também, que quem fala nesse texto não é o autor-compositor,
mas uma personagem que se autocaracteriza como “nouveau riche”.
INSTRUÇÃO
                           Redação, UFMG-2002
Leia os três trechos, observando com atenção as palavras destacadas no Trecho 2
TEXTO 01
                                      Redação, UFMG-2000
O ser humano já não exibe o mesmo talento na arte de apelidar os objetos e fenômenos à sua
volta. A capacidade de dar nome às coisas revela-se em crise.
À mais apavorante das doenças surgidas nos últimos anos deu-se o nome de Aids, uma mera
sigla. Aids, além de ser sigla, leva outra característica de nosso tempo, o cientificismo, com sua
referência à imunodeficiência adquirida. No caso brasileiro, há a agravante de, incuráveis
americanófilos, termos adotado a sigla em inglês. Ao contrário, franceses e espanhóis
conformaram-na à ordem das palavras em seus idiomas (síndrome da imunodeficiência
adquirida) e obtiveram resultado muito mais afeito à índole latina - Sida. Também os
portugueses falam Sida e não Aids.
                          Veja, Rio de Janeiro, 3 mar.1999, p.126. ( Texto adaptado)
TEXTO 02
                                   Redação, UFMG-2000
João da Silva teve um dia estressante. Enfrentou um rush danado e chegou atrasado ao meeting
com o sales manager da empresa onde trabalha. Antes do workshop com o expert em top
marketing foi servido um brunch, mas a comida era muito light para a sua fome. À tarde plugou-
se na rede e conseguiu dar um donwload em alguns softwares que precisava para preparar seu
paper do dia seguinte. Deletou uns tantos arquivos, pegou sua pick-up e seguiu para o point
onde estava marcada uma happy hour. Mais tarde no flat, ligou para o delivery e traçou um
milkshake e um hambúrguer, enquanto assistia ao Non Stop na MTV. À noite, pôs sua camisa
mais fashion, comprada num sale do shopping, e foi assistir ao Shine no cinema. Voltou para o
apart-hotel a tempo de ver um pedaço de seu talk-show preferido na TV.
                              Veja, Rio de Janeiro, 9 de abr. 1997. p. 124,
TEXTO 03
                                     Redação, UFMG-2000
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma garantia de acesso às culturas de prestígio,
permitindo o domínio científico, tecnológico, artístico, etc.
Por outro lado, afirma o Prof. Erik Sabison que, no Brasil, “usa-se a língua estrangeira para criar
jogos de inferioridade”. E, ainda, segundo o Prof. Dino Pretti, “adotam-se termos em inglês para
passar a ideia de que o produto é sofisticado.”
                                  Veja, Rio de Janeiro, 9 abr.1997, p.126.
QUESTÃO 03
                                 Redação, UFMG-2000
A partir dessa leitura, REDIJA um texto dissertativo, posicionando-se quanto à presença do
inglês no uso cotidiano da língua portuguesa.
Para tanto: a) apoie-se em uma das posições presentes no Trecho 3; e b) apresente
considerações sobre as palavras aportuguesadas em destaque no Trecho 2.
SOLUÇÃO COMENTADA
                                    Redação, UFMG-2000

                                 analisando os textos
O primeiro texto aborda o problema da colonização linguística que tem como efeito nocivo, na
visão do autor, promover a adoção de termos ingleses em detrimento da criação de palavras no
português.
O segundo exemplifica, de forma parodística, a colonização linguística que se dissemina no
Brasil, ultrapassando o âmbito da terminologia científica e invadindo todos os espaços
linguísticos da vida cotidiana.
O terceiro apresenta algumas reflexões sobre a relação língua/cultura, chamando a atenção para
a possibilidade de uma relação de inferioridade e superioridade no uso da língua estrangeira.

                                    o gênero textual
O objetivo da questão é que o candidato, a partir da leitura e análise dos textos seja capaz de se
posicionar sobre o problema, redigindo um texto dissertativo e argumentando, de forma
consistente, apoiando-se em uma das posições presentes no trecho 3.
SOLUÇÃO COMENTADA
                                  Redação, UFMG-2000

               posicionamento contrário à língua inglesa
                 devemos preservar nossa identidade cultural e linguística;
                      devemos valorizar nossa cultura e nossa língua.

               posicionamento favorável à língua inglesa
                 a língua inglesa possibilita acesso às culturas de prestígio;
                  a língua inglesa é garantia de acesso ao conhecimento.

                   acerca das palavras aportuguesadas
Em relação às palavras aportuguesadas, o candidato deverá revelar que entende o
aportuguesamento como uma aceitação tácita da cultura estrangeira, mas, ao mesmo tempo,
como uma reelaboração da mesma.

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História da Língua Portuguesa: Evolução e Influências

  • 1. história da língua portuguesa História da Língua Portuguesa Manoel Neves
  • 2. PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO história da língua portuguesa
  • 3. PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO história da língua portuguesa UFRN. Limites da Europa no II milênio a.C. Disponível em: http://linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.1.php. Acesso em: 10/11.
  • 4. PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO história da língua portuguesa aspectos gerais entre o segundo e o primeiro milênio antes de Cristo os Celtas habitavam o centro da Europa; na Península Ibérica, os Celtas recebem a denominação de Cetíberos; as invasões territoriais romanas levam os Celtas para Irlanda, Grã-Bretanha e Bretanha Francesa; o galego-português tem influência celta.
  • 5. PERÍODO PRÉ-ROMÂNICO história da língua portuguesa contribuições lexicais ibéricas abóbora barro bezerro cama garra louça manteiga sapo seara fenícias apenas saco mapa malha celtas bico cabana arminho camisa cerveja gato légua peça touca
  • 6. PERÍODO ROMÂNICO história da língua portuguesa
  • 7. PERÍODO ROMÂNICO história da língua portuguesa o romance estágio intermediário entre o latim vulgar e o português moderno aspectos gerais de 218 a. C. até o século IX, fala-se o romance; de 409 d. C. até 711, os germanos instalam-se na península Ibérica a partir de 711, ocorre uma invasão moura na península Ibérica; o árabe é adotado como língua oficial, mas se continua a falar o romance; do século IX até o século XI, há um período de transição [termos portugueses aparecem em textos escritos em latim] neste período, o português [galego-português] é falado apenas na Lusitânia.
  • 8. PERÍODO ROMÂNICO história da língua portuguesa contribuições lexicais germanas Rodrigo Godofredo guerra elmo trégua arauto esgrimir brandir roubar escarnecer árabes alface algodão álcool xarope almôndega alfaiate alaúde alicate
  • 9. O GALEGO-PORTUGUÊS história da língua portuguesa
  • 10. O GALEGO-PORTUGUÊS história da língua portuguesa UFRN. Mapa da reconquista de Portugal. Disponível em: http://linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.3.php. Acesso: 10/11.
  • 11. O GALEGO-PORTUGUÊS história da língua portuguesa aspectos gerais reconquista: retomada dos territórios das mãos dos árabes; com a reconquista, o galego-português torna-se a língua falada e escrita na região; nela são escritos os cancioneiros [coletânea de poemas medievais]: Cancioneiros: da Ajuda, Da Vaticana, Colocci-Brancutti.
  • 12. O PORTUGUÊS ARCAICO história da língua portuguesa
  • 13. O PORTUGUÊS ARCAICO história da língua portuguesa aspectos gerais os cristãos avançam em direção ao sul e seu dialeto interagem com os moçárabes; a cisão do português em relação ao galego-português ocorre com a Independência de Portugal ; o português consolida-se com a expulsão dos mouros (1249) e dos castelhanos (1385); no século XIV, surge a prosa literária em português: Crônica geral de Espanha e Livro de linhagens, de Dom Pedro, ambos de 1344; com o Renascimento, o português incorpora italianismos e helenismos; com a expansão ultramarina, são incorporados vocábulos dos territórios conquistados; a publicação do Cancioneiro geral de Garcia de Resende dá início ao português moderno.
  • 14. O PORTUGUÊS ARCAICO história da língua portuguesa contribuições lexicais gregas farol guitarra microscópio telefone telepatia asiáticas azul bambu berinjela chá jangada leque laranja tafetá tulipa
  • 15. TEXTO EM PORTUGUÊS ARCAICO história da língua portuguesa O RATO, A RÃ E O MINHOTO Comta-sse que hu rrato, amdando sseu caminho para emderençar sseus neguoçios, ueo arriba de ha augua, a quall ell nom podia passar. E . E estamdo assy cuydadoso arriba da augua, veo a ell hua rrãa e disse-lhe: - Sse te prouuer, eu te ajudarey a passar esta augua. E o rrato rrespomdeo que lhe prazia e que lho agradeçia muyto. E a rrãa fazia esto pera emganar o rrato, e disse-lhe: - Amiguo, legemos ha linha no pee teu e meu e ssube em cyma de mym. E o rrato feze-o assy. E, depois que forom no meo da augua, a rrãa disse ao rrato: - Dom velhaco, aqui morredes maa morte. E a rrãa tiraua pera fundo, pera afoguá-lo de so a augua, e ho rrato tiraua pera çima. E, estando em esta batalha , vios hu minhoto que andaua voamdo pello aar e tomou-os com as hunhas e comeos ambos. Em aquesta hestoria este doutor rreprehemde os homes, os quaes com boas palauras e doçes de querer fazer proll e homra a sseu proximo, (e) emganosamente lhes fazem maas obras, porque all dizem com as limguoas e all teem nos sseus corações. E esto sse demostra per a rrãa, a quall dizia que queria passar o rrato e tijnha no sseu coraçom preposito de ho afoguar e matar, como dicto he em cima
  • 16. VERSÃO DO TEXTO NO PORTUGUÊS MODERNO história da língua portuguesa O RATO, A RÃ E A AVE DE RAPINA Conta-se que um rato, indo em seu caminho para dirigir seus negócios, chegou à margem de um lago sobre o qual não poderia passar. E, quando estava assim pensativo, veio-lhe uma rã e lhe disse: - Se te aprouver, ajudar-te-ei a passar esta água. E o rato respondeu que queria e que agradecia muito. E a rã, que fazia isso para enganar o rato, disse-lhe: - Amigo, liguemos esta linha no teu pé e no meu e sobe em cima de mim. E o rato fez assim. E, depois que estavam no meio do lago, a rã disse ao rato: - Dom velhaco, aqui morrerás de má morte. E a rá puxava para o fundo, para afogá-lo, e o rato puxava para cima. E, estando os dois entretidos nesta batalha, viu-os uma ave de rapina que andava voando pelo ar e os tomou com as unhas e comeu-os a ambos. Nesta história, este doutor repreende os homens, que, com palavras boas e doces de querer, tiram proveito de seu próximo e enganosamente lhes faz más obras, porque uma coisa dizem e outra têm em seus corações E isso se mostra por intermédio da rã, que dizia que queria ajudar o rato a atravessar a água e tinha no seu coração propósito de o afogar e o matar, conforme dito anteriormente.
  • 17. O PORTUGUÊS MODERNO história da língua portuguesa
  • 18. O PORTUGUÊS MODERNO história da língua portuguesa aspectos gerais no século XVI, surgem gramáticas que definem a morfologia e a sintaxe do português; em Camões, tanto a seleção vocabular como a estrutura frasal já nos são contemporâneas; com a língua consolidada, as mudanças sofridas pelo idioma serão menores; durante o domínio espanhol [1580-1640], houve poucas incorporações vocabulares; Crônica geral de Espanha e Livro de linhagens, de Dom Pedro, ambos de 1344; no início do século XX, criam-se novos vocábulos para designar as contribuições tecnológicas; normalmente os termos relativos a estas conquistas, são de origem inglesa, os estrangeirismos.
  • 19. O PORTUGUÊS MODERNO história da língua portuguesa contribuições lexicais francesas chefe hotel jardim paisagem vitral italianas adágio confete gazeta macarrão serenata inglesas futebol deletar córner sanduíche repórter
  • 20. O PORTUGUÊS NA EUROPA história da língua portuguesa
  • 21. ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS DE PORTUGAL história da língua portuguesa
  • 22. ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS DE PORTUGAL história da língua portuguesa dialetos galegos G - Galego ocidental F - Galego oriental dialetos portugueses setentrionais E - Dialetos transmontanos e alto-minhotos C - Dialetos baixo-minhotos, durienses e beirões dialetos portugueses setentrionais D - Dialetos do centro-litoral B - Dialetos do centro-interior e do sul A - Limite de região subdialetal com características peculiares bem diferenciadas
  • 23. A IMPLEMENTAÇÃO DO PORTUGUÊS NO BRASIL história da língua portuguesa
  • 24. A IMPLEMENTAÇÃO DO PORTUGUÊS NO BRASIL história da língua portuguesa aspectos gerais com o início da colonização, os europeus que para cá vieram, falam sua língua-mãe; o contato com os índios, fê-los, entretanto, adotar uma língua geral, o nheengatu; nheengatu: é o tupi com a sintaxe portuguesa [também chamada de língua geral]; na verdade, havia uma língua da costa e outra língua do sertão; em 1757, a Lei do Diretório [Marquês de Pombal], impõe o português como língua oficial; o objetivo era combater o bilinguismo e a disseminação do nheengatu; a atividade mineradora é determinante na disseminação do português, ao longo do século XVIII.
  • 25. AS ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO história da língua portuguesa
  • 26. ZONAS DIALETAIS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO história da língua portuguesa UFC. Mapa das zonas dialetais do português brasileiro. Disponível em: http://www.ufc.br . Acesso: 10/11.
  • 27. CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO história da língua portuguesa
  • 28. CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO história da língua portuguesa topônimos Abaeté, Andaraí, Aracaju, Anhangabaú, Atibaia, Araxá, Baependi, Bagé, Bauru, Borborema, Butantã, Caçapava, Cabuçu, Caju, Carioca, Catete, Catumbi, Cambuquira, Gamboa, Guanabara, Guaratiba, Jacarepaguá, Jurujuba, Inhaúma, Irajá, Icaraí, Itajaí, Maracanã, Pavuna, Pará, Paraná, Paranaguá, Paranaíba, Paraopeba, Paranapanema, Tijuca, Taubaté, Tamandaré, Tabatinga, Sumaré, etc. antropônimos Araci, Baraúna, Cotegipe, Caminhoá, Guaraciaba, Iracema, Iraci, Jaci, Juraci, Jurema, Jupira, Jucá, Moema, Piragibe, Sucupira, Ubirajara, Araripe, Sinimbu, Bartira, Graciema, Inaiá, Irani, Jacira, Jandira, Iara, Oiticica, etc. flora abacaxi, brejaúva, buriti, carnaúba, capim, caruru, cipó, jacarandá, jaboticaba, peroba, pitanga, canjarana, caroba, jiquitibá, mandioca, aipim, imbuia, ingá, ipê, sapé, taquara, tiririca, araticum, maracujá, caju, caatinga, etc.
  • 29. CONTRIBUIÇÕES TUPIS AO LÉXICO BRASILEIRO história da língua portuguesa fauna araponga, acará, caninana, capivara, coati, curiango, curió, gambá, irara, jacu, jaburu, jararaca, juriti, lambari, nhambu, mandi, paca, piranha, sabiá, sanhaço, maitaca, saúva, tamanduá, siriema, tanajura, tatu, urubu, saracura, surubi, sucuri, sagui, etc. usos, crenças... arapuca, jacaá, pari, tipiti, urupema; moqueca, curau, mirandó; saci, caipora, curupira, cuca; sapiroca, catapora, sapiranga; pororoca, piracema, carijó, sambanga, sarambê, punga, etc fraseologia estar ou andar na pindaíba, andar ao uatá ou atá, chorar pitanga, estar à tocaia ou de tocaia, cair na arataca, estar em arataca, ficar de bubuia, etc.
  • 30. A CONTRIBUIÇÃO AFRO AO LÉXICO BRASILEIRO história da língua portuguesa
  • 31. A CONTRIBUIÇÃO AFRO AO LÉXICO BRASILEIRO história da língua portuguesa da língua nàgó Ogum, Orixá, vatapá, abará, cará, acarajé, afurá, alujá, babalaô, babalorixá, Exu, orô, Oxum, Xangô, aberém, acassá, afofiê, agogô, etc. do quimbundo moleque, cachimbo, quitanda, maxixe, samba, molambo, bangüê, banzar, caçula, cafuné, camundongo, canga, carcunda, cochilar, dengue, fubá, marimbondo, marimba, birimbau, mocambo, muxiba, quitute, senzala, sungar, xingar, etc
  • 32. DISCUTINDO O ESTRANGEIRISMO história da língua portuguesa
  • 34. TEXTO Língua Portuguesa, UFMG-2002 Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando, estar imprimindo e estar fazendo diversas cópias, para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o gerundismo. [...] Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja caindo a ficha das pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo. Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim!, pode estar existindo uma maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito. [...] A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização à qual precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos como o “a nível de”, o “enquanto”, o “pra se ter uma ideia” e outros menos votados. A nível de linguagem, enquanto falante da língua, o que você acha de tá insistindo em tá falando desse jeito?
  • 35. QUESTÃO 01 Língua Portuguesa, UFMG-2002 REDIJA um texto, discutindo o uso do gerúndio nesse trecho. No texto elaborado, destaque três exemplos de diferentes empregos do gerúndio do trecho lido e mostre como podem ser substituídos por formas verbais mais adequadas. Nessa substituição, considere o registro culto do português brasileiro e mantenha o sentido original.
  • 36. SOLUÇÃO COMENTADA Língua Portuguesa, UFMG-2002 o texto emprega o gerúndio de forma irônica, a fim de criticar seu uso excessivo no português moderno gerúndio e gerundismo o gerundismo é, na verdade, o uso inadequado do gerúndio a forma nominal serve, normalmente, para indicar ação que transcorre no momento em que se fala são, pois, corretas, do ponto de vista da língua formal, padrão, frases como Carolina está fazendo um exercício enquanto José fica batendo os pés. Mariana chegou falando alto. Elisa escreveu uma carta explicando por que havia atrasado o pagamento. outro uso igualmente correto indica uma ação durativa ocorrida no passado: Júlia estava brincando de boneca quando a vi. Ontem fiquei falando sobre os verbos defectivos durante meia hora.
  • 37. SOLUÇÃO COMENTADA Língua Portuguesa, UFMG-2002 uso do gerúndio no texto fornecido Para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém. [ERRO: equivale ao infinitivo] Para deixar discretamente sobre a mesa de alguém [CORREÇÃO] Esteja caindo a ficha das pessoas. [ERRO: equivale ao presente do subjuntivo] Caia a ficha das pessoas. [CORREÇÃO] A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo. [ERRO: equivale ao futuro do presente do indicativo] A única solução será submeter o gerundismo. [CORREÇÃO]
  • 38. INSTRUÇÃO Língua Portuguesa, UFMG-2002 Leia esta letra de música.
  • 39. SAMBA DO APPROACH Língua Portuguesa, UFMG-2002 Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu ando de ferryboat Eu tenho savoir-faire Meu temperamento é light Fica ligada no link Que eu vou confessar my love Depois do décimo drink Só um bom e velho engov Eu tirei o meu green card E fui pra Miami beach Posso não ser pop star Mas já sou um nouveau riche
  • 40. SAMBA DO APPROACH Língua Portuguesa, UFMG-2002 Minha casa é hi-tech Toda hora rola um insight Já fui fã do Jethro Tull Hoje me amarro no Slash Minha vida agora é cool Meu passado é que foi trash Eu tenho sex appeal Saca só meu background Veloz como Damon Hill Tenaz como Fittipaldi Não dispenso um happy end Quero jogar no dream team De dia macho man E de noite drag queen
  • 41. QUESTÃO 02 Língua Portuguesa, UFMG-2002 REDIJA um texto, explicitando efeitos de sentido produzidos pelo uso reiterado de palavras e expressões estrangeiras.
  • 42. SOLUÇÃO COMENTADA Língua Portuguesa, UFMG-2002 Nesta questão espera-se que o candidato, ainda que não entenda todas as palavras em inglês, perceba a crítica que se faz ao uso delas. A crítica é a de que é preciso falar inglês para ser refinado. É como se a língua estrangeira fosse um passaporte para a riqueza, mesmo que falsa. A personagem do texto confessa ser agora um novo rico, o que leva o leitor a perceber que a crítica é dirigida aos emergentes, que para provar que são “finos”, “cultos”, viajados, ricos e têm poder, lançam mão de expressões em inglês para impressionar os interlocutores. Esperava-se que o candidato percebesse que o uso das palavras estrangeiras não era aleatório, nem incompetência ou desconhecimento da língua portuguesa por parte do autor. Pelo contrário, o candidato deveria perceber que o uso era intencional, e que o autor buscava despertar no leitor a construção de vários sentidos, entre os quais, pode-se apontar: a) crítica ao uso excessivo de estrangeirismo; b) fazer uma caricatura do novo rico; c) mostrar como é natural a incorporação de vocábulos estrangeiros em nossa língua; d) criticar os sonhos de consumo do novo rico [ou da classe média]; e) provocar humor/fazer deboche. O candidato deveria perceber, também, que quem fala nesse texto não é o autor-compositor, mas uma personagem que se autocaracteriza como “nouveau riche”.
  • 43. INSTRUÇÃO Redação, UFMG-2002 Leia os três trechos, observando com atenção as palavras destacadas no Trecho 2
  • 44. TEXTO 01 Redação, UFMG-2000 O ser humano já não exibe o mesmo talento na arte de apelidar os objetos e fenômenos à sua volta. A capacidade de dar nome às coisas revela-se em crise. À mais apavorante das doenças surgidas nos últimos anos deu-se o nome de Aids, uma mera sigla. Aids, além de ser sigla, leva outra característica de nosso tempo, o cientificismo, com sua referência à imunodeficiência adquirida. No caso brasileiro, há a agravante de, incuráveis americanófilos, termos adotado a sigla em inglês. Ao contrário, franceses e espanhóis conformaram-na à ordem das palavras em seus idiomas (síndrome da imunodeficiência adquirida) e obtiveram resultado muito mais afeito à índole latina - Sida. Também os portugueses falam Sida e não Aids. Veja, Rio de Janeiro, 3 mar.1999, p.126. ( Texto adaptado)
  • 45. TEXTO 02 Redação, UFMG-2000 João da Silva teve um dia estressante. Enfrentou um rush danado e chegou atrasado ao meeting com o sales manager da empresa onde trabalha. Antes do workshop com o expert em top marketing foi servido um brunch, mas a comida era muito light para a sua fome. À tarde plugou- se na rede e conseguiu dar um donwload em alguns softwares que precisava para preparar seu paper do dia seguinte. Deletou uns tantos arquivos, pegou sua pick-up e seguiu para o point onde estava marcada uma happy hour. Mais tarde no flat, ligou para o delivery e traçou um milkshake e um hambúrguer, enquanto assistia ao Non Stop na MTV. À noite, pôs sua camisa mais fashion, comprada num sale do shopping, e foi assistir ao Shine no cinema. Voltou para o apart-hotel a tempo de ver um pedaço de seu talk-show preferido na TV. Veja, Rio de Janeiro, 9 de abr. 1997. p. 124,
  • 46. TEXTO 03 Redação, UFMG-2000 A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma garantia de acesso às culturas de prestígio, permitindo o domínio científico, tecnológico, artístico, etc. Por outro lado, afirma o Prof. Erik Sabison que, no Brasil, “usa-se a língua estrangeira para criar jogos de inferioridade”. E, ainda, segundo o Prof. Dino Pretti, “adotam-se termos em inglês para passar a ideia de que o produto é sofisticado.” Veja, Rio de Janeiro, 9 abr.1997, p.126.
  • 47. QUESTÃO 03 Redação, UFMG-2000 A partir dessa leitura, REDIJA um texto dissertativo, posicionando-se quanto à presença do inglês no uso cotidiano da língua portuguesa. Para tanto: a) apoie-se em uma das posições presentes no Trecho 3; e b) apresente considerações sobre as palavras aportuguesadas em destaque no Trecho 2.
  • 48. SOLUÇÃO COMENTADA Redação, UFMG-2000 analisando os textos O primeiro texto aborda o problema da colonização linguística que tem como efeito nocivo, na visão do autor, promover a adoção de termos ingleses em detrimento da criação de palavras no português. O segundo exemplifica, de forma parodística, a colonização linguística que se dissemina no Brasil, ultrapassando o âmbito da terminologia científica e invadindo todos os espaços linguísticos da vida cotidiana. O terceiro apresenta algumas reflexões sobre a relação língua/cultura, chamando a atenção para a possibilidade de uma relação de inferioridade e superioridade no uso da língua estrangeira. o gênero textual O objetivo da questão é que o candidato, a partir da leitura e análise dos textos seja capaz de se posicionar sobre o problema, redigindo um texto dissertativo e argumentando, de forma consistente, apoiando-se em uma das posições presentes no trecho 3.
  • 49. SOLUÇÃO COMENTADA Redação, UFMG-2000 posicionamento contrário à língua inglesa devemos preservar nossa identidade cultural e linguística; devemos valorizar nossa cultura e nossa língua. posicionamento favorável à língua inglesa a língua inglesa possibilita acesso às culturas de prestígio; a língua inglesa é garantia de acesso ao conhecimento. acerca das palavras aportuguesadas Em relação às palavras aportuguesadas, o candidato deverá revelar que entende o aportuguesamento como uma aceitação tácita da cultura estrangeira, mas, ao mesmo tempo, como uma reelaboração da mesma.