2. ELIPSE
omissão de algum termo na frase ou verso
Veio sem pinturas, um vestido leve, sandálias coloridas.
No mar, tanta tormenta e tanto dano.
ZEUGMA
omissão de elemento mencionado anteriormente
Nossos bosques têm mais vida,/ Nossa vida, mais amores. [Gonçalves Dias]
A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes. [Carlos Drummond de Andrade]
3. ASSÍNDETO
omissão das conjunções ou conectivos
Chegou, viu; gostou, pediu.
Não posso sair, está a chover muito.
sequências autônomas ritmo marcado aumenta velocidade
POLISSÍNDETO
emprego reiterado de conjunções
E ele foi depois tomado e preso e arrastado e decepado e enforcado. [Fernão Lopes]
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro. [Fernando Pessoa]
sequências autônomas ritmo mais lento diminui velocidade
4. ANACOLUTO
expressão sem função sintática no início do período
Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas. [Alcântara Machado]
Poesia, ninguém gosta de choradeiras poéticas. [Mário Quintana]
Eu, porque sou mole, você fica abusando. [Rubem Braga]
5. APÓSTROFE
interpelação: pessoas, divindades etc.
Pai nosso, que estais no Céu...
Ave Maria, cheia de graça...
Ó mar, por que não apagas/ Co’as esponjas de tuas vagas/ Do teu manto este borrão.
apóstrofe = vocativo
6. HIPÉRBATO
inversão da ordem natural da frase [S-V-C]
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas,/ de um povo heroico o brado retumbante.
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.
Passarinho, desisti de ter. [Rubem Braga]
Das minhas coisas, cuido eu.
caráter clássico elaboração
7. GRADAÇÃO
palavras em ordem; mesmo campo semântico; mínimo três
SONETO, Gregório de Matos
Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora,
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia:
Enquanto com gentil descortesia,
O Ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora
Quando vem passear-te pela fria.
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota, a toda a ligeireza
E imprime em toda flor sua pisada.
Oh não aguardes que a madura idade
te converta essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
terra cinza pó sombra nada
8. ANÁFORA
repetição de estrutura no início [verso, estrofe, frase...]
PRALAPRACÁ, Cassiano Ricardo
Ilha cheia de graça
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz
Ilha verde onde havia
mulheres morenas e nuas
paralelismo sintático repetição = reforço
9. PLEONASMO
repetição de uma mesma ideia com palavras similares
tb chamado redundância; no texto literário, o pleonasmo é um recurso de reforço poético
Ó mar salgado, quanto do teu sal, são lágrimas de Portugal. [Fernando Pessoa]
Vamos fugir pra outro lugar. [Gilberto Gil]
Eu nasci há dez mil anos atrás. [Raul Seixas]
PLEONASMO VICIOSO
repetição de uma mesma ideia com palavras similares
em situações de escrita não-literária ou coloquiais, é considerado vício de linguagem
acabamento final goteira no teto virar para o lado países do mundo
elo de ligação hemorragia de sangue repetir de novo opinião individual
sorriso nos lábios almirante da marinha amanheceu o dia novo lançamento
fatos reais encarar de frente gritar alto demente mental