Este documento discute diferentes opiniões sobre a adaptação cinematográfica do livro "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago. Enquanto um crítico elogia a forma como o diretor Fernando Meirelles capturou a atmosfera do romance, outro critica a estratégia do diretor e acha que o filme ficou indefinido.
6. • numa síntese, evitar expressões do
texto-fonte
• ao preencher texto lacunar, é preciso
verificar se o texto fica com sintaxe
certa (se há «coesão»)
7. Segundo Jorge Leitão Ramos, o
livro Ensaio sobre a Cegueira punha
dificuldades especiais de adaptação ao
cinema: por um lado, trata de uma
epidemia de cegueira, descrita em
termos bastante conotativos, mas que
o filme teria de mostrar objetivamente;
por outro, essa cegueira funciona
também como metáfora e o cinema não
costuma conseguir traduzir bem esses
momentos alegóricos da literatura.
8.
9.
10. Mesmo assim — e continuamos a
seguir «Ensaio sobre o cinema», de
Ramos —, Fernando Meirelles foi feliz
na maneira como transpôs em filme a
particular ambiência do romance de
Saramago. Conclui o crítico que, não
sendo fácil adaptar grandes obras
literárias, neste caso o filme não
desmerece do livro.
11. Por sua vez, Manuel Cintra Ferreira
não tem boa [a mesma?] opinião
acerca do filme do realizador brasileiro.
Começa por, ironicamente, pôr a
hipótese de Meirelles ter sido afetado
pela cegueira psicossomática de que
sofria o protagonista de Hollywood
Ending (em que Woody Allen
interpretava um realizador que, mesmo
sem nada ver, dirigia um filme). Depois,
considera que o argumento, em termos
cinematográficos, é limitado e que o
12. sofria o protagonista/herói de
Hollywood Ending (em que Woody
Allen interpretava um realizador que,
mesmo sem nada ver, dirigia um filme).
13.
14.
15. próprio realizador também não soube
encontrar a melhor estratégia para
encenar algumas das situações de
tensão do enredo do Ensaio
saramaguiano. Segundo Cintra
Ferreira, o filme, hesitante entre o tom
sério do livro e a abordagem típica do
género fantástico, acaba por resultar
num produto indefinido, que o trabalho
dos atores também não favorece.
16. género fantástico, acaba por resultar
num produto indefinido/híbrido, que o
trabalho dos atores também não
favorece.
não melhora
esta última oração tem de ser adjetiva
de produto indefinido/híbrido.
21. As vírgulas na linha 1 e na linha 3
delimitam o
a) vocativo.
b) modificador apositivo.
c) sujeito.
d) complemento direto.
22. Christopher Wool, artista nova-
iorquino nascido em 1955 e conhecido
pela sua «pintura de signos e marcas»
e «pela ultilização de padrões regulares
aplicados a rolo, palavras isoladas ou
textos amargos» (J. Fernandes), tem
agora a sua segunda presença em
Serralves [...]
23. Do primeiro parágrafo do texto (ll. 1-6) se
pode concluir que
a) Wool esteve em Serralves.
b) quadros de Wool estiveram expostos
em Serralves.
c) Wool esteve duas vezes em Serralves.
d) Wool passeou de mão dada com Loock.
24. Christopher Wool, artista nova-
iorquino nascido em 1955 e conhecido
pela sua «pintura de signos e marcas»
e «pela ultilização de padrões regulares
aplicados a rolo, palavras isoladas ou
textos amargos» (J. Fernandes), tem
agora a sua segunda presença em
Serralves [...]
estamos perante a apresentação de
três dezenas de obras recentes [...]
25. A expressão «há dois anos» (l. 4)
a) está mal grafada.
b) deveria ser substituída por «à dois
anos».
c) deveria ser substituída por «á dois
anos».
d) está correta.
27. O pronome «elas» (l. 8) é um
a) termo anafórico cujo antecedente é
«as pinturas recentes» (l. 7).
b) termo catafórico cujo sucedente é
«desmanchados e remanchados» (l.
10).
c) referente de «recentes» (l. 7).
d) correferente de «prolongam» (l. 8).
28. termo referencial (ou antecedente)
As pinturas recentes não entram no
jogo da reprodução mecânica ou
informática, fundamental nos trabalhos
sobre papel. Por feliz coincidência, elas
anáfora
prolongam o universo cinzento e pun-
gente de Juan Muñoz, mesmo ali ao
lado, [...]
29. Pelo período final do segundo parágrafo
(ll. 8-11) ficamos a saber que
a) haveria obras de Juan Muñoz em
exposição no mesmo museu.
b) o universo de Juan Muñoz é a cidade
do Porto.
c) as pinturas de Wool são cinzentas e
pungentes.
d) os trabalhos de Muñoz são cinzentos
e pungentes.
30. Por feliz coincidência, elas
prolongam o universo cinzento e
pungente de Juan Muñoz, mesmo ali ao
lado, [...]
31.
32. A palavra «remanchados» (l. 10)
a) é um antónimo de «desmanchados».
b) significa ‘feitos a partir da mancha’.
c) significa ‘manchados de novo’.
d) foi criada pelo autor do texto.
33. a partir de grandes gestos,
feitos, desfeitos, refeitos,
ou desmanchados e remanchados
34. «Delas» (l. 13) contrai «de» com «elas»,
pronome que tem como referente
(como antecedente)
a) «a dimensão das pinturas» (l. 12).
b) «a lei da gravidade» (ll. 12-13).
c) todo o texto da l. 12 e da l. 13 até
«gravidade» (inclusivé).
d) «as pinturas» (l. 12).
35. antecedente
A dimensão das pinturas, os
escorridos, ora para baixo ora para
cima, contrariando a lei da gravidade,
mostram como o autor anda em torno
delas
anáfora
36. O «autor» (l. 13) é
a) José Luís Porfírio.
b) Pollock.
c) correferente de «Wool».
d) catáfora de «Pollock».
37. Pollock (l. 14) é um
a) dançarino.
b) artista plástico.
c) contradançarino.
d) destruidor.
38.
39. «Suponho que, muito prosaicamente,
porque tem de parar.» (ll. 16-17)
corrresponde a um ato ilocutório
a) assertivo.
b) declarativo.
c) compromissivo.
d) diretivo.
40. «Esta memória» (l .21) é
a) um deítico, indicando uma de várias
memórias do enunciador.
b) o termo anafórico cujo antecedente é
todo o período anterior (ll. 18-21).
c) uma anáfora cujo referente é «Mira
Schendel» (l. 19).
d) uma catáfora que tem como termo
sucedente todo o último parágrafo (ll.
23-25).
41. O penúltimo parágrafo (ll. 18-22) é
a) uma alusão a episódio do passado,
para estabelecer analogias com a
pintura de Wool.
b) memorialístico, constituindo aparte
relativamente ao foco do restante texto.
c) a recordação de uma exposição alemã.
d) um trecho narrativo claramente
fictício.
42.
43. O parágrafo final (ll. 23-25), relativamente
aos quadros em análise,
a) mostra-se bastante reticente.
b) é notoriamente crítico.
c) revela-se muito elogioso.
d) contém uma apreciação desfavorável.
45. O título («Apagar é pintar») contém
a) uma perífrase, que remete para a
importância da crítica.
b) um trocadilho entre «a pagar» e
«apagar».
c) uma hipérbole não isenta de ironia (e
com sentido pejorativo).
d) um oxímoro que salienta o processo
de trabalho de Wool.
46. Este texto é um «texto de apreciação
crítica», porque
a) é bastante crítico [= negativo] dos quadros
que estão em causa.
b) desenvolve, fundamentando-a, uma
opinião acerca de uma obra.
c) não é um texto jornalístico mas
ensaístico.
d) é uma crónica que valoriza a obra
sobre que se escreve.
47.
48.
49. Algo muito estranho se passax
quando fazemos uma obra de arte. Por
vezes, não nos apercebemos da junção
dos elementosX e, quando todos se
juntam, algo de mágico, algo orgânicox
acontecex e foi isso que se passou
hoje.
50. Todos disseram que isto não ia
resultar. Disseram que era um enorme
riscox mas quero continuar a fazer
filmes como este. A combinação do
cinema e do vídeo é algo que já foi
feitoX anteriormentex mas nãoX
exactamenteX desta forma.
51. Estou contente por a receção ter
sido tão fantásticaX e estou feliz por cá
estar. Viva a França. Deus vos
abençoe.
52. Anseio esquecer-te. Esquecer os
teus beijos, como fruta macia; o teu
riso irrompendo na luz do dia, como
prata; o teu sorriso, como a curva do
quarto crescente no céu da noite; a tua
beleza luminosa, a tua bondade, a tua
paciência e quanto te agarravas a cada
uma das palavras por mim proferidas.
53. Estás agora nos braços de outro.
Quem é ele? Este homem? Tem porte?
Tem encanto? É um amante? Ou um
lutador? Que poderes tem ele sobre ti?
Dançarão os teus olhos, quais pirilam-
pos na noite, quando ele vem ao teu
encontro? Amaciar-se-á o teu corpo,
enquanto os teus lábios balbuciam o
nome dele?
54.
55.
56. Trazer questionário de gramática
na primeira aula do 3.º período
(para fazermos então a correção)
57. Ir fazendo sempre tarefas pedidas para
casa:
– Escritos
– Leituras de gramática
– (Recitação e leitura em voz alta)
– (Recuperação de gravação)
[total em tempo: uma tarde]
58. Saber os tepecês que haja para fazer
lendo mesmo as folhas das aulas (ou
vendo pelo blogue).
59. Nota do 2.º período
incorpora também 1.º período
63. TPC — Vai preparando bibliofilme (o
que implica as leituras que estejam em
curso também). Instruções para o
bibliofilme, a entregar antes de 17 de
abril, estão em Gaveta de Nuvens.