1. Trabalho realizado por: Luís Filipe Gonçalves Veloso nº13
Sara Inês Teixeira Freitas nº 25
Ano/Turma: 8ºA
Ano Letivo: 2014/2015
Disciplina: Português
Professora: Clementina Gomes
2. Nascimento: 7 de dezembro de 1937, Lisboa
Falecimento: 18 de janeiro de 1984, Lisboa
Educação: Universidade de Lisboa
Músicas: As Portas que Abril abriu
Álbuns: As Portas que Abril abriu
Biografia
3. Proveniente de uma família da alta burguesia, com
antepassados aristocratas, era filho do médico Carlos Ary dos Santos
(Lisboa, 31 de Maio de 1905 - Lisboa, 11 de Maio de 1957) e de sua mulher
Maria Bárbara de Miranda e Castro Pereira da Silva (Setúbal, 6 de Abril de
1899 - Lisboa, 9 de Abril de 1950), tetraneta do 2.º Senhor de Manique do
Intendente.
José Carlos Ary dos Santos
4. Estudou no Colégio de São João de Brito, em Lisboa, onde foi um dos
primeiros alunos. Após a morte da mãe, vê publicados, pela mão de vários
familiares, alguns dos seus poemas. Tinha catorze anos e viria, mais tarde, a
rejeitar esse livro. Ary dos Santos revelaria, verdadeiramente, as suas
qualidades poéticas em 1954, com dezasseis anos de idade.
Várias poesias suas integraram então a Antologia
do Prémio Almeida Garrett.
Estudos
5. Pela mesma altura, Ary, incompatibilizado com o pai, abandona a casa da
família. Para seu sustento económico exerce as mais variadas atividades, que
passariam pela venda de máquinas para pastilhas elásticas, até ao trabalho
numa empresa de publicidade. Não cessa de escrever e, entretanto, dá-se a
sua estreia literária efetiva, com a publicação de A Liturgia do Sangue (1963).
Em 1969 adere ao Partido Comunista Português, com qual participa ativamente
nas sessões de poesia do então intitulado Canto Livre Perseguido.
6. Através da música chegará ao grande público, concorrendo, por mais que
uma vez, ao Festival RTP da Canção, sob pseudónimo, como exigia o
regulamento. Classificar-se-ia em primeiro lugar com as canções “Desfolhada
Portuguesa” (1969), com interpretação de Simone de Oliveira, “Menina do Alto
da Serra” (1971), interpretada por Tonicha, “Tourada” (1973), interpretada
por Fernando Tordo e “Portugal no Coração” (1977), interpretada pelo
grupo Os Amigos.
7. Com Fernando Tordo escreve mais de
100 poemas para canções do músico e o duo
Tordo/Ary continua a ser, até hoje, um dos
mais profícuos da História da Música
Portuguesa. São de suas autorias canções
intemporais como Tourada, Estrela da Tarde,
Cavalo à Solta, Lisboa Menina e Moça, O amigo
que eu canto, Café, Dizer Que Sim à Vida e
Rock Chock. Estas canções foram
interpretadas por cantores como Fernando
Tordo, Carlos do Carmo, Mariza, Amália
Rodrigues, Mafalda Arnauth e Paulo de
Carvalho.
8. Após o 25 de Abril, torna-se um ativo dinamizador cultural da esquerda,
percorrendo o país de lés a lés. No Verão Quente de 1975, juntamente com
militantes da UDP e de outras forças radicais, envolve-se no assalto à Embaixada
de Espanha, em Lisboa.
9. Autor de mais de seiscentos
poemas para canções, Ary dos Santos fez
no meio muitos amigos. Gravou, ele
próprio, textos ou poemas de e com
muitos outros autores e intérpretes.
Notabilizou-se também como declamador,
tendo gravado um duplo álbum
contendo O Sermão de Santo António aos
Peixes, do Padre António Vieira. À data
da sua morte tinha em preparação um
livro de poemas intitulado As Palavras das
Cantigas, onde era seu propósito reunir
os melhores poemas dos últimos quinze
anos, e um outro intitulado Estrada da
Luz - Rua da Saudade, que pretendia ser
uma autobiografia romanceada.
10. Homem de forte personalidade
e de apetites excessivos, grande fumador
e bebedor, acabaria por adoecer
de cirrose, vindo a morrer a 18 de
Janeiro de 1984. O seu nome foi dado a
um largo do Bairro de Alfama,
descerrando-se uma lápide evocativa na
fachada da sua casa, na Rua da Saudade,
onde viveu praticamente toda a sua vida.
Em 1988, Fernando Tordo editou o
disco O Menino Ary dos Santos, com os
poemas escritos por Ary dos Santos na
sua infância. Em 2009, Mafalda
Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda
Cozetti dão voz ao álbum de tributo Rua
da Saudade - canções de Ary dos Santos.
11. Hoje, o poeta do povo é reconhecido por todos e todos conhecem José
Carlos Ary dos Santos, pois a sua obra permanece na memória de todos e,
estranhamente, muitos dos seus poemas continuam atualizados. Todos os
grandes cantores o interpretaram e ainda hoje surgem boas vozes a cantá-lo na
perfeição. Desde Fernando Tordo, Simone de Oliveira, Tonicha, Paulo de
Carvalho, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues, Maria Armanda, Teresa Silva
Carvalho, Vasco Rafael, entre outros, até aos mais recentes como Susana Félix,
Viviane, Mário Barradas, Vanessa Silva e Katia Guerreiro
A 4 de Outubro de 2004 foi
feito Grande-Oficial da Ordem do
Infante D. Henrique a título
póstumo.
12. Bibliografia
1953 - Asas
1956 - Rafael Bordalo Pinheiro e Eça de Queirós
1963 - A Liturgia do Sangue
1964 - Tempo da Lenda das Amendoeiras
1965 - Adereços, Endereços
1968 - Insofrimento In Sofrimento
1970 - Fotos-grafias
1970 - Ary por Si Próprio
1973- Resumo
13. 1974 - Poesia Política
1975 - Lllanto para Alfonso Sastre y Todos
1975 - As Portas que Abril Abriu
1977 - Bandeira Comunista
1979 - Ary por Ary
1979 - O Sangue das Palavras
1980 - Ary 80
1983 - Vinte Anos de Poesia
1984 - As Palavras das Cantigas
1984 - Estrada da Luz
1984 - Rua da Saudade