O documento discute a importância das segundas oportunidades na educação e como o Canadá fornece um bom exemplo ao oferecer programas flexíveis para estudantes em risco de não completar a educação básica. Embora as primeiras oportunidades sejam importantes, estudos mostram que segundas chances raramente permitem que os estudantes alcancem os colegas, exceto no Canadá, onde programas inovadores mediem resultados e deem uma verdadeira segunda chance. Portugal também teve sucesso com o programa Novas Oportunidades, elevando as taxas de
Financing Schools in Europe: Mechanisms, Methods and Criteria in Public Funding
Por uma Segunda Oportunidade...
1. Por uma Segunda Oportunidade…
Sendo certo que as primeiras oportunidades são muito importantes, as segundas
oportunidades são também elas essenciais em termos da justiça social que a
educação deve promover.
No entanto, e apesar disso, os estudos internacionais têm demonstrado que quando
a primeira oportunidade falha e o jovem vê comprometida a sua educação básica,
são excepcionais as situações em que ele consegue recuperar e "apanhar" os seus
pares no resto do seu percurso académico ou laboral.
Mas também existem casos de sucesso e o Canadá é um deles. Para resolver os
problemas da sua população emigrante, este País tem vindo a reinventar soluções
para os jovens que se debateram com problemas ao nível da sua escolaridade básica.
Conclui o estudo e a OCDE que esta boa e promissora notícia se deve à qualidade das
ofertas de segunda oportunidade, à flexibilidade e inovação que o sistema canadiano
tem vindo a desenvolver no seu desenho curricular e à medição dos resultados das
aprendizagens. Fica assim a certeza de que as segundas oportunidades, afinal,
podem ser mais do que uma certificação e tornar-se numa boa ferramenta para uma
verdadeira segunda chance.
No relatório sobre a Economia Portuguesa e agora no estudo "Education at a
Glance", a OCDE sublinha a importância da certificação escolar que as Novas
Oportunidades ofereceram a milhares de jovens que não tinham conseguido
inicialmente ou estariam em risco de não terminar o seu percurso educativo com
sucesso. Foi assim que em 2010 a taxa de conclusão do ensino secundário
ultrapassou os 100%, o que representa um aumento de 41 pontos percentuais por
comparação com 2008 e, se considerarmos apenas os jovens estudantes, a taxa de
conclusão do ensino secundário para os que se encontravam no ensino regular foi em
2010 de 66,8% e de 63,2% em 2011 (note-se que a média da OCDE é de cerca de
75%).
(continua…)
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2. Estes números são expressivos mas também inquietantes, porque nos obrigam a
pensar no elevado número de jovens aos quais ainda não conseguimos
proporcionar uma educação de qualidade em percurso regular e na idade certa.
Mas são também encorajadores e reflectem a enorme preocupação social em
resolver, mesmo que tardiamente, os problemas com os quais eles se debatem.
Mas são, sobretudo, uma enorme responsabilidade por sabermos que só estaremos
verdadeiramente a colmatar esta deficiência do nosso sistema, se estes jovens
recuperarem o que não aprenderam na primeira oportunidade ficando em linha
com os seus pares. Isto pressupõe a medição de aprendizagens e muita ambição ao
nível da definição das metas destes programas. Mas só desta forma a segunda
oportunidade terá valor e será mais do que uma redução do direito à educação ao
direito à certificação
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