28. Amor e sexo
Amor... Nem sei ao certo o que é
Mas sexo é algo mágico, divino.
Não falo do sexo desregrado, animalesco, depravado, mas do sexo que se
confunde com carinho.
Amor talvez seja a última instância do sexo; o momento em que ele
cresceu tanto que se sublima
É quando nos contentamos com um olhar, um afago, uma visita ao
coração sem nada cobrar
Sexo é emoção suada; quando o coração acelera querendo voltar para o
começo.
Amor talvez seja quando o sexo se acalma e os amantes, abraçados,
ficam parados olhando nos olhos o efeito, a culminância do que
fizeram.
Sexo é atrito, gemidos, promessas, corcel sem rédeas
Amor talvez seja o silêncio que os amantes fazem quando ficam
quietinhos, sentindo a
29. respiração do outro, felizes por terem se doado por inteiro.
Sexo são os aromas, os pelos, as planícies e os planaltos dos corpos
que se tocam
Amor talvez seja quando os olhos falam poemas que não precisam ser
escritos, mas sussurrados.
Penetrações mentais sutis que acalmam e enchem de confiança.
Sexo é beijo, fantasia, labaredas que não queimam a pele
Amor talvez seja quando os amantes não necessitam mais dizer te amo
para que entendam que são amados.
Sexo é quando a gente busca Deus no outro, nas formas, nos poemas; é
quando precisamos pegar para crer
Amor é quando a gente O encontra em tudo, leva-O dentro de si e não
precisa mais ver para ter certeza.
Luiz Gonzaga Pinheiro