O documento descreve as atribuições e deveres das forças armadas e das polícias militares, civis e federais no Brasil de acordo com a Constituição Federal. Ele também detalha os valores, deveres, direitos e punições disciplinares dos policiais militares segundo o Estatuto da Polícia Militar do Estado da Bahia.
2. Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas CF 88 – Cap II - Das Forças Armadas - Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
3. Situações especiais dos militares: - Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. - As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; - Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; - O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos. - O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra. - O serviço militar é obrigatório nos termos da lei (menos mulheres e eclesiásticos)
4. Segurança pública Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
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6. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
11. Estatuto da Polícia militar do estado da bahia Art. 7º - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los. Art. 10 -Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado e registrado em Carta Patente; Graduação é o grau hierárquico do Praça conferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar. Art. 11 - A precedência entre policiais militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antigüidade no posto ou graduação e pelo Quadro, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em Lei. Art. 17 - O policial militar de carreira é aquele que se encontra no desempenho do serviço policial militar a partir da conclusão com aproveitamento, do respectivo curso de formação. Art. 35 - O policial militar, habilitado em concurso público e nomeado para cargo de sua carreira, adquirirá estabilidade ao completar três anos de efetivo exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório, por ato homologado pela autoridade competente.
12. CAPÍTULO IDAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES - DOS VALORES POLICIAIS MILITARESArt 37 – valores institucionais DA ORGANIZAÇÃO: A dignidade do homem; A disciplina; A hierarquia; A credibilidade; A ética; A efetividade; A solidariedade; A capacitação profissional; A doutrina; A tradição
13. CAPÍTULO IDAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES - DOS VALORES POLICIAIS MILITARESArt 37 – valores institucionais DO PROFISSIONAL: A eficiência e a eficácia; O espírito profissional; A aparência pessoal; A auto-estima; O profissionalismo; A bravura; A solidariedade; A dedicação.
14. CAPÍTULO IDAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES - DOS VALORES POLICIAIS MILITARES Art. 38 - São manifestações essenciais dos valores policiais militares: O sentimento de servir à sociedade, traduzido pela vontade de cumprir o dever policial militar e pelo integral devotamento à preservação da ordem pública e à garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana; O civismo e o respeito às tradições históricas; A fé na elevada missão da Polícia Militar; O orgulho do policial militar pela Instituição; O amor à profissão policial militar e o entusiasmo com que é exercida; O aprimoramento técnico-profissional.
15. Ética policial Art. 39 - O sentimento do dever, a dignidade policial militar e o decoro da classe impõem a cada um dos integrantes da Polícia Militar conduta moral e profissional irrepreensíveis, tanto durante o serviço quanto fora dele, com observância dos seguintes PRECEITOS DA ÉTICA policial militar:
16. Ética policial Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal; Exercer com autoridade, eficiência, eficácia, efetividade e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo; Respeitar a dignidade da pessoa humana; Cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes, à exceção das manifestamente ilegais; Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
17. Ética policial Zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum; Praticar a solidariedade e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação; Ser discreto em suas atitudes e maneiras e polido em sua linguagem falada e escrita; Abster-se de tratar de matéria sigilosa, de qualquer natureza, fora do âmbito apropriado; Cumprir seus deveres de cidadão;
18. Ética policial Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; Comportar-se educadamente em todas as situações; Conduzir-se de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial militar; Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
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21. Art. 42 -Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o policial militar é investido legalmente, quando conduz seres humanos ou dirige uma organização policial militar, sendo vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se caracteriza como chefe. Art. 43 - A subordinação é o respeito ao princípio da hierarquia, em face do qual as ordens dos superiores, salvo as manifestamente ilegais, devem ser plena e prontamente acatadas. Art. 48 - O policial militar em função de comando responde integralmente pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir, pelos atos que praticar, bem como pelas conseqüências que deles advierem. § 1º - Cabe ao policial militar subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários ao seu total entendimento e compreensão. Art. 49 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais militares poderá constituir crime ou transgressão disciplinar, segundo disposto na legislação específica.
22. Art. 50 - O policial militar responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Civilmente: Por ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo que cause prejuízo ao erário público ou a terceiro. Penalmente: Por crimes militares e/ ou comuns Administrativamente: Por ato omissivo ou comissivo no desempenho de suas funções e por transgressão disciplinar § 4º - As responsabilidades civil, penal e administrativa poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 52 - São sanções disciplinares a que estão sujeitos os policiais militares: ADVERTENCIA, DETENÇÃO e DEMISSÃO (Art 57). Art. 53 - Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os antecedentes funcionais, os danos que dela provierem para o serviço público e as circunstâncias agravantes e atenuantes.
23. Art. 57 - A pena de demissão, observada as disposições do art. 53 desta Lei, será aplicada nos seguintes casos: VIOLENCIA FÍSICA, MORAL, TORTURA OU COAÇÃO COMETIMENTO OU TENTATIVA DE CRIMES TRÁFICO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS TERRORISMO INTEGRAÇÃO OU FORMAÇÃO DE QUADRILHA REVELAÇÃO DE SEGREDO EM RAZÃO DE CARGO OU FUNÇÃO INSUBORDINAÇÃO OU GRAVE DESRESPEITO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA UTILIZAR PESSOAL OU RECURSO PÚBLICO PARA USO PARTICULAR OBTER FACILIDADES PESSOAIS POR USO DO POSTO OU GRADUAÇÃO PARTICIPAR DE FIRMA OU ATIVIDADE COMERCIAL REMUNERADA DAR ORDEM DE CARÁTER ILEGAL PERMANECER NO MAU COMPORTAMENTO ALÉM DE 18 MESES SEGUIDOS HOMICÍDIO – GRUPO DE EXTERMÍNIO ou QUALIFICADO LATROCÍNIO EXTORSÃO ESTUPRO ou ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR EPIDEMIA CONTRA A FÉ PÚBLICA CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE DESERÇÃO
24. Art. 58 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço é obrigada a promover a sua imediata apuração mediante sindicância ou processo disciplinar. Art. 94 - É assegurado ao policial militar o direito de requerer, representar, pedir reconsideração e recorrer, dirigindo o seu pedido, por escrito, à autoridade competente. Art. 97 - O direito de requerer prescreve em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de inatividade ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes da relação funcional e nos demais casos em cento e vinte dias. Art. 101 - Os policiais militares são alistáveis como eleitores e elegíveis - segundo as regras constitucionais. Art. 60 - A sindicância será instaurada para apurar irregularidades ocorridas no serviço público, identificando a autoria e materialidade da transgressão, dela podendo resultar: I - arquivamento do procedimento; II - instauração de processo disciplinar sumario; III - instauração de processo administrativo disciplinar; IV - instauração de inquérito policial militar; V - encaminhamento ao Ministério Público, quando resultar provado o cometimento de ilícito penal de competência da Justiça Comum. § 3º - O processo disciplinar sumario destina-se a apuração de falta que, em tese, seja aplicada a pena de advertência e detenção. § 4º - O processo administrativo disciplinar será instaurado quando, em tese, sobre a falta se aplique a pena de demissão, mediante a nomeação pela autoridade competente da Comissão do Processo Administrativo Disciplinar.
25. Art. 155 - As prerrogativas do policial militar são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e aos cargos. Parágrafo único - São prerrogativas do policial militar: Uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas da Polícia Militar do Estado, correspondentes ao posto ou à graduação; Honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em Leis e regulamentos; Cumprimento das penas disciplinares de prisão ou detenção somente em organização policial militar cujo Comandante, Coordenador, Chefe ou Diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou detido; Julgamento em foro especial, nos crimes militares; o porte de arma, na conformidade da legislação federal pertinente.
26. Art. 156 - Somente em caso de flagrante delito ou em cumprimento de mandado judicial, o policial militar poderá ser preso por autoridade policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial militar mais próxima, só podendo retê-lo em dependência policial civil durante o tempo necessário à lavratura do flagrante. Art. 158 - O porte de arma é inerente ao policial militar, sendo impostas restrições ao seu uso apenas aos que revelarem conduta contra-indicada (mau comportamento) ou inaptidão psicológica para essa prerrogativa. – A arma deve estar registrada em nome do policial. Art. 159 - Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias, emblemas, são privativos dos policiais militares e simbolizam as prerrogativas que lhes são inerentes. (é proibido o uso em manifestações político-partidárias; em eventos no exterior sem autorização e pelos policiais da reserva, salvo em solenidades especiais devidamente autorizadas). Art. 161 - É vedado a pessoas ou organizações civis de qualquer natureza usar uniformes, mesmo que semelhantes, ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.
27. Art. 162 - O serviço policial militar consiste no desempenho das funções inerentes ao cargo policial militar e no exercício das atividades inerentes à missão institucional da Polícia Militar, compreendendo todos os encargos previstos na legislação peculiar e específica relacionados com a preservação da ordem pública no Estado. § 1º - A jornada de trabalho do policial militar será de 30 (trinta) horas semanais ou de 40 (quarenta) horas semanais, de acordo com a necessidade do serviço. Art. 163 - A carreira policial militar é caracterizada pela atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades da Instituição denominada atividade policial militar e pela possibilidade de ascensão hierárquica, na conformidade do merecimento e antigüidade do policial militar.
28. Art. 166 -Cargo policial militar é o conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um policial militar em serviço ativo, com as características essenciais de criação por Lei, denominação própria, número certo e pagamento pelos cofres públicos, em caráter permanente ou temporário. Art. 171 -Função policial militar é o exercício das atribuições inerentes ao cargo policial militar.
29. Art. 173 -A exclusão do serviço ativo e o conseqüente desligamento da organização a que estiver vinculado o policial militar, decorrem dos seguintes motivos: transferência para a reserva remunerada; reforma; demissão; perda do posto, da patente e da graduação; exoneração; deserção; falecimento; extravio. Art. 176 - A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida mediante requerimento escrito, ao policial militar que contar, no mínimo, trinta anos de serviço.
30. Art. 189 - O Oficial só perderá o posto e a patente se for declarado indigno para a permanência na Polícia Militar ou tiver conduta com ela incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em decorrência de julgamento a que for submetido. Art. 193 - A demissão será aplicada como sanção aos policiais militares de carreira, após a instauração de processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa e o contraditório nos seguintes casos: incursão numa das situações constantes do art. 57 desta Lei ; quando assim se pronunciar a Justiça Militar ou Tribunal de Justiça, após terem sido condenados, por sentença transitada em julgado, a pena privativa ou restritiva de liberdade individual superior a dois anos; que incidirem nos casos que motivarem a apuração em processo administrativo disciplinar e nele forem considerados culpados. Art. 196 - A deserção do policial militar acarreta a interrupção do cômputo do tempo de serviço policial militar e a conseqüente demissão “ex officio”.