2. CONSEQUÊNCIA
s.f.
1. Designação daquilo que resulta ou é causado na seqüência de; efeito ou resultado
espontâneo, presumível ou inevitável de algo;
2. Designação atribuída ao resultado de um pensamento lógico; denominação
daquilo que se depreende ou conclui através de raciocínio; dedução ou ilação;
3. Resultado ou efeito de enorme relevância; designação do resultado de relevância ou
peso descomedido; alcance, influência ou valor de algo.
(Etm. do latim: consequentia, ae “série, ordem, sucessão de acontecimentos”)
3. DESCRIÇÃO
CON(S)EQUÊNCIA... é uma EXPOSIÇÃO DE
EXPERIMENTOS VISUAIS, ora bidimensionais, ora tridimensionais, a
depender da vivência do espectador, concepcionada pelo cenógrafo,
aderecista, performer e artísta visual JOSAPHAT, que refletem o
estado de espirito do artísta na atualidade. Através dela, o artísta busca
devolver à sociedade em forma de obra de arte, os encontros e
desencontros com os elementos vitais que permitem a evolução
social, espiritual, cultural e financeira do homem contemporâneo,
roboticamente programado para gerar resultados.
As aspirações e inspirações para composição de suas obras
continuam as mesmas, porém, o apuro técnico e estético de sua
produção, encontra – se em plena evolução. Ressignificação de obras,
aplicações com restos de madeira, folhas de zinco e pedaços de ferros,
com pouca ou nenhuma intervenção do artísta, a não ser sua
composição, criam a atmosfera desta exposição, que vai do CAOS
social à HARMONIA espiritual em 21 (vinte e uma) inquietantes, e
por vezes , desconfortantes “OBRAS DE ARTE”.
As interposições, sobreposições, ou simplesmente
composições de camadas, ganham conotação de atmosfera, através
dos materiais utilizados, e revelam a visceralidade do artísta, que
desprende – se de preconceitos, e se deixa observar evidenciando a
áspera poesia das formas, ou ausência delas, despreocupado com o
belo e com as mensagens pré-formatadas. Neste caso, e em especifico,
o artísta é (ou está), exatamente como se vê!
4. OBJETIVOS
A exposição CON(S)EQUÊNCIA... tem por objetivo
apresentar a sociedade macapaense o trabalho artístico de JOSAPHAT,
ampliando as discussões acerca da arte que renega princípios
meramente estéticos, abrindo possibilidades para discussões ampliadas
e fundamentadas em conceitos/ inquietações. Trata – se de um
processo de ruptura com os padrões convencionais de exposições,
difundidas convencionalmente com o passar dos anos ao redor do
mundo. Neste caso, CON(S)EQUÊNCIA, uma exposição de
experimentos visuais, concepcionada para “galerias”, pode ser
experimentadas em outros formatos e ambientes.
Trata – de do aprofundamento das discussões da cultura e
das artes enquanto direitos humanos, e conseqüentemente, cidadãos,
pois esta deve ser encarada como bem de direito publico, necessária
ao entendimento do processo evolutivo da humanidade, e de
emancipação social da espécie humana.
A simplicidade, sutileza e sensibilidade empregada na
concepção das obras, deixa claro o pensamento do autor sobre o fato
da arte não conseguir dissociar-se da vida. Neste caso em especifico,
os resídios sólidos, antes lixo, resignificados pelo artístas, já imbuídos
da conotação de obra de arte nos fazem questionar sobre nossas
atitudes em prol da preservação da vida humana, deixando bem claro,
que seu papel enquanto artísta, vai muito além da CULTURA e das
ARTES!
5. JUSTIFICATIVA
Expor CON(S)EQUÊNCIAS, dentro da grade de
programação do SESC AMAZÔNIA DAS ARTES, vitrine de
bens, produtos e serviços artísticos e culturais da Região Norte
do Brasil, é compreender a potência da cultura e das artes
enquanto vetores de desenvolvimento social e humano, visto
que por décadas estiveram distantes do cotidiano das classes
populares, bombardeados pelas grandes mídias, fundamentado
apenas por seu valor mercantil.
Com esta exposição, o artista busca a resignificação
não somente da obra de arte, cuja intervenção do artista por
vezes se dá apenas na composição, mas também do espaço
expositivo, que apresenta – se cada vez mais distante das pálidas
paredes das galerias de arte convencionais. Acreditamos que
esta aproximação com o publico, favorece uma relação mais
profícua entre os mesmos, com possibilidades de despertá – los
enquanto apreciadores em potencial, e porque não o
sentimento: “Se isto é arte, eu também consigo fazer!”
Este tipo de relação pode e deve servir para
desmistificar conceitos errôneos acerca das artes
contemporâneas, atribuindo lugar de destaque a esta, nas
discussões sobre as inquietações, aspirações e inspirações do
homem, também contemporâneo. Discussão tardia por estas
bandas, porém, necessária!
6. CURRÍCULO DO ARTÍSTA
Cenógrafo, aderecista, performer e artísta visual,
JOSAPHAT, é conseqüência de divagações, restrições e inquietações
que permeiam sua vivência desde suas primeiras experimentações
artísticas e/ ou convencionais. Divagações personificadas pelo sonho,
às vezes confundido com a loucura de poder viver de arte no Extremo
Norte do Brasil. Restrições, ora geográficas, ora formativa e ora de
recursos. E inquietações, em busca de uma arte que o identifique. O
ano era 1997, e eis que a identificação surge com o nome de
CONART (Consciência Artística), que posteriormente, transformaria
- se no GRUPO URUCUM, em parceria com Nonato Reis (in
memoriam) e José Ribas. Com producões artísticas executadas na
Itália, Alemanha e Guiana Francesa, JOSAPHAT adquiriu prestígio
com exposições, performances e intervenções urbanas que
impulsionaram as discussões acerca da ARTE CONTEMPORÂNEA
por estas bandas, junto ao Grupo Urucum. Destaque para: Lotação de
Paus Mandados, Divisória Imaginária, Mensagens Vazias, Os Catadores
de Orvalho...e, Desculpe o Transtorno, Estamos em Obras,
apresentado no Rio de Janeiro, dentro da programação do “Açúcar
Invertido”, sob a curadoria de Edson Barrus. Com o Grupo Urucum,
foram os grandes homenageados do IV SALÃO DO SESC-AMAPÁ.
Suas obras também marcaram presença no SALÃO ARTE PARÁ de
2009, na Sala Poeira, com curadoria de Emanuel Franco, MOSTRA
AMAZÔNIA, A ARTE em 2010, MUSEU VALE no Espírito Santo e
PALÁCIO DAS ARTES em Belo Horizonte.
7. CLAUDIO SILVA/ O CURADOR
Graduado em Artes visuais pela Universidade Federal do Amapá –
UNIFAP, especialista em Gestão e Docência no Ensino Superior pela
FATECH e mestrando em Ciências da Educação, possui uma vida dedicada
a cultura e as artes do Estado do Amapá, em especial as artes do corpo,
com especial atenção e apreço pela performance e pela vídeo-arte. A
parceria e os experimentos ao lado de Josaphat iniciaram em 2008,
quando e coprodução com outras artístas visuais concepcionaram a
intervenção-instalação FELIZ 2009. Nela, à véspera de réveillon, os
artístas interventores após um dia inteiro catando lixo jogados na Foz do
Rio Amazonas, escrevem com pneus, garrafas, sofás, carcaças de fogão e
outro objetos inimagináveis descartados incorretamente sobre o leito do
maior rio do mundo, FELIZ 2009, propondo mudanças de hábitos para o
ano que se inicia.
Em conjunto também são coautores da intervenção artística feita no
muro da Fundação Municipal de Cultura de Macapá – FUMCULT, no ano
de 2015. Possui experiência no campo da cenografia, tendo assinado
importantes projeto para a Cia. Ói Nóiz Akí, onde atua como diretor
executivo e artístico. Parecerista/ curador selecionado para analise dos
projetos de artes visuais do SIMDEC pela Prefeitura de Joinville.
Atualmente dedica – se à gestão cultural e aos estudos informais na arte
da fotografia, com a qual esta a concepcionar alguns experimentos, a
serem expostos em breve!
8. Macapá está no „meio do mundo‟, ao mesmo tempo no centro e na periferia do mundo, atravessada
que é pela linha [imaginária] do equador, o círculo máximo da esfera terrestre, perpendicular e
eqüidistante à linha que une os dois pólos, que formam o eixo rotor da terra. Cortada pela linha do
equador, o cotidiano da cidade projeta-se continuamente sobre o trânsito dessa demarcação de
fronteiras que dividem o mundo em diásporas metades em diapasão. Em Macapá, deslocar-se para
casa, para o trabalho, para o mercado etc., pode significar mudar de hemisfério, sul-norte/ norte-
sul. A narrativa da situação evoca a compreensão de se estar vivendo também, em transito, entre a
abstração transposta pelo passo no espaço físico e o rigor da demarcação da fronteira cultural, como
quem não sabe ao certo a sua exata localização nos mundos, sua própria situação entre limites no
mundo. O universo que Josaphat reinvidicava nos anos de 1990, se apresentava como um mundo
marginal que agregava esforços de sobrevivência material, mas concomitantemente experimenta
linguagens artísticas que não cale a fala de suas origens e de suas vivencias em um transito infiel
pelos conflituosos territórios da arte, da história, da geografia, da economia, da política e da cultura
Mas o que seria a con(s)equência das poéticas de visualidade propostas por Josaphat? Vilén Flusser
concebe para a língua uma função poética. É o poético, conforme ele argumenta, que possibilita o
contato direto com o indizível, mas o indizível fala sem explicitar, com uma potência de significado.
Flusser diz então que o poeta arranca dessa potência a palavra primordial que dá início à conversação
a qual posteriormente se desdobrará em pensamentos e conhecimento. Josaphat é um catador de
estórias, ele anda pelas ruas, palcos de existências múltiplas, catando os resquícios de vivências dele
mesmo e de outras pessoas, ele mesmo entre tantos e tantos desconhecidos, e reconstrói o mundo
em pinturas que transitam pelos vários hemisférios de Macapá, transitam entre norte e sul, arte e
cultura, sociedade e política, particularidade e singularidade - do artista...? É essa singularidade de
uma narrativa sensível coletivizada na experiência amazônida que vemos nesta exposição, mas talvez
seja mais do que arte, talvez se aproxime daquilo que Walter Benjamim projetava quando dizia que
o menor fragmento de realidade falava mais do que a pintura. As con(s)equências de Josaphat são
como rastros de realidades que saltam aos seus olhos. Arthur Leandro/ Dr. Artes Visuais pela UFPA.
9. Todas as obras foram
executadas na segunda
quinzena de 2016,
utilizando-se de técnica
mista, que se utiliza de
assemblage, pintura,
escultura, reciclagem e
ressignificação de obras do
autor e intervenções
manuais.
Con(S)equência nº 01
Con(S)equência nº 02
Con(S)equência nº 03
Con(S)equência nº 04
Con(S)equência nº 05
Con(S)equência nº 06
Con(S)equência nº 07
Con(S)equência nº 08
Con(S)equência nº 09
Con(S)equência nº 10
Con(S)equência nº 11
Con(S)equência nº 12
Con(S)equência nº 13
Con(S)equência nº 14
Con(S)equência nº 15
Con(S)equência nº 16
Con(S)equência nº 17
Con(S)equência nº 18
Con(S)equência nº 19
Con(S)equência nº 20
Con(S)equência nº 21