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“ Portugal, um Abril sem fim? ”<br /> “Quis saber quem sou, o que faço aqui …” e, por isso, vi-me na obrigação, ou melhor, tomei a liberdade de perceber o porquê do rumo que a minha vida leva enquanto membro da sociedade, o rumo que a minha família leva enquanto agente integrante de um grupo social, de um povo, que ao longo dos tempos sempre lutou virtuosamente pela conquista dos seus direitos enquanto povo, mas principalmente enquanto Nação. Dispus-me a perceber, portanto, o rumo que o meu país tinha tomado. Longínquo vai o pensamento, bem como o ano de 1143, altura em que oficialmente se dava inicio à construção de uma nova e gloriosa pátria, ou então o distante ano de 1640 em que a restauração da independência havia sido conseguida face à valentia e ao inconformismo demonstrado pelo povo lusitano, contra o vizinho espanhol, que tentava retirar aquilo que “O Conquistador” havia conquistado. Neste seguimento de grandes conquistas, surge-me o 25 de Abril. Não um 25 de Abril qualquer, pois desses houve para cima de 2000, e isto contando apenas a partir do momento em que a Cristandade entrou na contagem temporal. Surge-me um 25 de Abril de 1974, não como mais uma dessas valorosas datas que enchem e preenchem todo um calendário nacional de feriados comemorativos, motivados por determinadas conquistas e/ou acontecimentos, mas sim, um 25 de Abril que conseguiu catapultar uma Nação da estagnação em que se encontrava, a praticamente todos os níveis, através da implantação um regime, grosso modo, muito mais aprazível para uma sociedade já de si, tão fustigada como é a portuguesa. Embora não desminta o que foi até aqui escrito (até porque de mentiroso, pouco ou nada tenho), a verdade é que se me coloca uma interrogação sobre a forma como as coisas aconteceram após esta data. Terá o rumo seguido, sido aquele que mais interessava e beneficiava as ambições de uma Nação carente do prestígio que, outrora, havia possuído? Assim, interpela-se-me uma questão, que em todas as suas vertentes, é complexamente simples: Afinal, para a Nação Portuguesa, terão os meses pós-Abril de 74 sido melhores que aqueles que o antecederam?<br />Sim!<br />A revolta, o descontentamento e a repressão sentidas, aliadas à necessidade de efectuar uma ruptura com o então presente, serviram de motivos para que a nação se desunisse em conformismo e se unisse na busca de um novo rumo, em busca de um novo timoneiro, em busca de uma nova vida, que pudesse, acima de tudo, ser por si escolhida. Se verificarmos a História, esta dir-nos-á que os momentos imediatamente posteriores à intervenção do povo nos carris do país, não terão sido, na generalidade, melhores que aqueles que o antecederam. Entendamos que tal como não se pode exigir a um pássaro que esteve toda a vida “engaiolado”, que bata asas e voe em busca do seu caminho, também não se pode implementar a liberdade sobre um povo oprimido, que, não sabe, de um momento para o outro, conviver e sobreviver numa sociedade livre de pressões políticas. A sucessão de governos provisórios, pós-intervenção militar é a prova disso. Mas não se pense que isto era algo de novo, até porque, como se sabe, Portugal de novo nada tem! Assim, nesta linha do tempo e também do desenrolar histórico, surge-nos a título de exemplo, a reedição da instabilidade republicana, aquando da sua nascença, onde se havia verificado que a liberdade de escolher, não havia sido bem colhida, por não ter existido nem uma boa delineação, nem tão pouco, uma boa aplicação da mesma. Aqui é me imediata a exclamação de que, apesar da experiência vivida, a repetição dos erros primordiais republicanos se voltavam a verificar, quando havia sido isso mesmo, que nos tinha conduzido a décadas de ditadura. Ora, se era para seguir este rumo, de que teria valido então, o esforço de Abril? Se a situação se tivesse prolongado certamente que haveria sido um enorme desperdício de tempo e de emoções fortes, ter destituído o Sr.Marcelo Caettano, do seu posto de pai, à mesa familiar portuguesa. Porém, tamanho erro não se prolongou muito mais, sendo que, com isto, não quero dizer que o erro não tenha voltado a surgir. Não! Ele apareceu, como aliás aparece e aparecerá sempre, porque errar é humano, e apesar de muitos contestarem o carácter da actual humanidade, acredito que estes costumes ainda se mantêm intactos. Apareceu mas em outras formas e sem as proporções que aquele poderia atingir, caso se mantivesse de pedra e cal. Num país faminto de liberdade, o “vira o disco e toca o mesmo”, motivado por uma degradação estável, não seria de todo desejável, apesar de a oportunidade ter surgido. Colocar não o teu, nem o meu, mas sim o nosso Portugal, numa rota que conduziria à bandeira vermelha comunista, e tudo o que ela acarretaria, só faria com que de nada valesse Abril. Mas eu reitero que valeu, e não só pelo facto de me permitir a mim e aos restantes portugueses gozar de mais um dia de “folga” laboral. Valeu porque a oportunistas da desgraça humana, já estamos todos habituados, e não poderia ter sido uma tentativa de aproveitamento “comuna”, que travaria todo um rumo traçado por milhares de Delgados, Maias, Humbertos e Salgueiros, que pretendiam ver a sua pátria livre, não só do Estado Novo, mas sim livre da “desliberdade” existente. Mas atenção, não há que culpabilizar Cunhais, muito menos os Álvaros por tentarem impor esta ideologia. Não foi caso isolado, e aliás, ainda na actualidade, os oportunismos políticos se apresentam na ordem do Sol, e consequentemente também do dia. Abril não trouxe apenas as águas mil, trouxe também liberdades mil, que são muitas vezes abusivamente utilizadas. Quando face à existência de liberdade, existem pessoas que se aproveitam de tudo e de nada, excedendo os limites da moralidade (que aliás é algo que se perdeu, infelizmente, na cadeira de António de Oliveira Salazar), para tentarem alcançar os seus objectivos políticos, isto só poderá merecer a minha repulsa. Vejamos o caso de José Sócrates, o actual timoneiro da Nação. É por estes dias, provavelmente, o maior exemplo do alvo desse oportunismo, onde todo e qualquer argumento, baseado na especulação e difamação, servem para tentar colocar o governo e a pessoa que o encabeça, em situação difícil, retirando a confiança que a maioria popular lhe havia dado em eleições livres e democráticas. Não será este um exemplo de falta de civismo, e, logicamente, de ausência de respeito pelas liberdades democráticas?<br />Sim!<br /> Apregoa-se a existência de uma censura, com semelhanças àquela que se verificou durante o período do Estado Novo, sob pretexto de se violar constantemente o direito e uma conquista da revolução de 74, ou seja, a liberdade de expressão. Certamente que quem o refere é porque decerto não entende o verdadeiro significado da Revolução de Abril, bem como não compreende os pressupostos necessários para a existência da liberdade, ou da falta dela. Não poder escrever as verdades incómodas era regra em Ditadura, em liberdade, escrevem-se as verdades e as mentiras, as certezas e as suposições, as conveniências e as inconveniências, nomeadamente através da comunicação social, e diz-se que há ausência de liberdade de expressão. Ora se efectivamente esta não existisse, como seria possível termos conhecimento de casos como o da Universidade Independente, Freeport, Face Oculta, envolvendo a imagem do chefe de governo? Por certo, se a censura existisse, determinados serviços noticiosos e imprensa escrita, não teriam sequer a oportunidade de abrir janelas, quanto mais de irradiar o dia-a-dia dos cidadãos com a sua “aurora” de imprensa de final de semana, que marca pela indiferença pelo respeito individual de todos, mas especialmente de cada um. Reitero que a liberdade de expressão tem de ser vista como uma base dum sistema democrático, que se pretenda dar a conhecer por isso mesmo, ou seja, por uma democracia, e é essa democracia que Abril conquistou. Não uma democracia de fachada, ou asfixiada, como muitos pretendem dar a entender, e continuam a reivindicar. E se as coisas ainda ocorrem desta forma, por certo algo se perdeu na mentalidade da população. O peso da palavra e os valores característicos da sociedade rural, do sucessor do Estado Velho, perderam-se. <br />Sim! <br />Perderam-se e esta é no meu entender, ainda a grande causa, para a discussão sobre o verdadeiro valor da Revolução. Reitero que dessa sociedade rural (sob a qual me indigna que até 74 se tenha mantido o seu último vocábulo, quando a modernização e a industrialização acompanhavam todos os países, que ainda hoje são as grandes potências mundiais), apenas manteria esse espírito de compromisso que valoriza um ser humano, e que inflaciona ainda mais uma sociedade. Porém a realidade é que, com a ausência de valores que se foram perdendo com o passar dos anos de uma, quiçá, libertinagem excessiva, os problemas que hoje marcam a nossa sociedade foram surgindo e crescendo. Um exemplo disso é a criminalidade violenta, que hoje mancha de sangue as ruas e os becos, as televisões e as rádios, com noticias constantes de graves atentados à vida das pessoas e respectivos bens materiais. Com a ditadura, este tipo de acontecimentos eram evitados, pois, por certo, ninguém pretenderia usufruir da oficial e legalizada, criminalidade violenta, protagonizada pela PIDE/DGS. Aí, talvez o nosso estado democrático devesse dar um passo atrás, para dar dois em frente, pois se a autoridade (entenda-se GNR, PSP, PJ, Tribunais) fosse por vezes mais rígida e linear nas sanções a aplicar a quem não anda por cá a fazer nada de útil, e muito de inútil, por certo índices como os da criminalidade seriam reduzidos, beneficiando índices como o da confiança da população, segurança, entre outros. O significado de Abril é neste aspecto doloroso, pois a realidade é que hoje em dia, as pessoas sofrem na pele, e também nas carteiras, o peso do não saber usar um direito como o da liberdade. “As liberdades ilimitadas destroem-se a si próprias.” foi expressão de Oliveira Salazar, e será que este dito, era coerente e leal amigo da razão?<br />Sim!<br />Retomo então à democracia, (sinónimo, no meu entender, da revolução de Abril), não que alguma vez me tenha escondido dela, mas para falar mais um pouco, daquilo que ela acarreta. Falo de algo imensamente popular e que está inerentemente ligado à vida política. Falo das promessas, essas frases e compromissos que se estabelecem entre os órgãos governativos e o povo. Ora Abril foi também um mar de promessas, em que muitas das idealizadas, não passaram de isso mesmo, de um pensamento. A questão é que a democracia vive de votos, e a realidade é que o cidadão vota naqueles que melhor defendem os seus interesses. Isto por sua vez faz com que, os políticos, para angariarem a confiança e o voto popular prometam coisas, que vastas vezes acabam por não conseguir cumprir, acabando por ficarem, vastas vezes, apenas como pensamentos bonitos e bem-intencionados, mas não concretizáveis. Abril prometia igualdade, mas hoje sabemos que ela não existe em todos os campos. Continuam a existir pobres e ricos, mulheres e homens, se bem que, ao contrário do que a Ditadura indicava, agora a distinção, por exemplo, ao nível do género, já não é tão vincada como era. A emancipação está totalmente efectuada e a mulher consegue desempenhar, por estes dias, um papel de extrema importância na vida da sociedade portuguesa. Não que dantes não o fizesse, através dos excelentes trabalhos que obrava enquanto dona de casa, mas agora já assistimos à mulher com poder em autarquias, nas assembleias, e, inclusivamente em governos, como é o caso da Sra.Isabel Alçada, detentora da actual pasta da Educação, ou da já falecida e saudosa Maria de Lurdes Pintassilgo, que inclusive, foi chefe de governo. Depois destes parênteses, retomo a ideia principal: sem Abril isto não seria possível. Quanto às promessas que não foram e não são cumpridas, isso faz parte da política, e a verdade é que o povo e os eleitores já não se devem amargurar por algumas delas não serem cumpridas. Afinal já dizia a sabedoria popular que “promessas não pagam dívidas”, excepção feita a Oliveira Salazar, que havia prometido sanear as contas públicas e conseguiu-o. Porém, neste caso, como todos os políticos, ainda para mais ditadores, terão existido muitas, e muitas mais, que terão ficado pelo caminho, no que concerne, à rota do cumprimento. <br />Sim!<br />Á medida que estes escritos vão progredindo, a história também, porque minuto a minuto se faz o momento, minuto a minuto se faz o acontecimento, minuto a minuto se faz a história. Realcemos agora que Abril trouxe consigo a libertação de verdadeiros ícones da liberdade, e que assim, livres, conseguiram dar impulsos, para passos importantes no desenvolvimento democrático do país. Surge-me de forma clara o nome de Mário Soares, como um excelente exemplo disso. Acérrimo defensor das liberdades e não menos feroz opositor do regime salazarista, a ele estão ligados inúmeros factores que só Abril poderia ter trazido. A simbologia de ter sido o primeiro chefe de governo, eleito pelo povo (não se entenda por PCP), em eleições democráticas e livres, aliado à obra ao nível da estabilização política pós-76, fazem dele, na actualidade, uma figura incontornável no plano nacional. Recordo, neste contexto, as eleições de 1976, em que Mário Soares alcança uma vitória estrondosa sobre a oposição comunista, reafirmando que o seu governo, e consequentemente, o seu país era “(…) a favor do Socialismo autêntico e não do Socialismo de miséria (…)” dizendo um claro  “olhe que não” à intenção de tornar Portugal, num bastão comunista, num bastão de pobreza (um pouco à imagem do que havia sucedido com o Estado Novo). Não nos esqueçamos ainda que foi com ele, o intitulado “fixe”, que nos tornámos verdadeiramente europeus, abrindo portas ao desenvolvimento, em virtude, de tudo o que a adesão à CEE (1986) significou. Por exemplo a chegada de fundos comunitários, que para além de terem proporcionado uma importante ajuda no progresso do país, permitiram também desenvolvimento de grandes famas, nomeadamente de políticos, que, estando no governo na altura em que as remessas eram efectivamente elevadas, beneficiaram de uma elevada popularidade e credibilidade. Exemplo claro disso é, o actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Mas enfim, como em tudo na vida, nada tem só vantagens, e esta popularidade, decerto, não poderá embelezar muito mais o que é, foi, e será, Abril (antes pelo contrário).<br />Sim!<br />Não poderá embelezar mais, mas Abril trouxe muitas outras novidades que merecem todo o meu apreço, tal como deverá merecer a todos os portugueses, que se auto-denominem por esse nome. A revolução desvendou, finalmente a verdadeira cultura portuguesa. Uma cultura livre a vários pontos de vista, o que permitiu o seu grande desenvolvimento, e essa é no meu ver, uma das grandes batalhas vencidas, e conquistadas por todos os revolucionários. Repare-se numa coisa, ou melhor em duas. Duas palavras: José Saramago. Ou então em outras duas: Prémio Nobel. Inquestionavelmente, seria impensável, escritores que tão longe levam Portugal na actualidade, conseguirem-no fazer sem Abril, sem aquele Abril. Em que sonho poderia Saramago ousar rotular Cristo, como um “filho da puta”? Num país de regime religiosamente vincado, afirmações destas não mereceriam, por certo, complacência por parte dos “Deuses policiais”. Mas vejamos mais casos: Homens (com H grande) como Raul Solnado, que só após o 25 de Abril de 1974, puderam por em prática a sua verdadeira arte (antes eram aprisionados no aparelho da censura), permitindo dar um outro espírito a um Portugal morto culturalmente, e amarrado a um isolamento que em nada abonou (nem abanou) na credibilidade ditatorial. No plano da comédia, a sátira evidenciada pelo Pai, e seguida pelos seus delfins, que desde então, até à actualidade, têm transformado assuntos que em nada merecem o nosso esboçar sorridente, em situações com as quais podemos encarar-nos de forma mais leviana, evidenciando uma alegria atenuadora, muitas vezes, das desilusões que os cidadãos sofrem no seu dia-a-dia. Fica aqui, e antes que tenha que utilizar o pretérito perfeito do indicativo, e sim não suponho a utilização de um não perfeito, pois o nome não merece tal desfeita, a sentida homenagem a um homem da cultura pré e pós-Abril, que tal como muitos outros, só graças à liberdade conquistada em 74, conseguiram conquistar o carinho de todo um povo. Parabéns e Obrigado António Feio! E estas são felicitações colectivas para todos aqueles, que, como ele, fazem e fizeram, todos os dias, um pouco por um Portugal melhor, por um Portugal mais livre, por um Portugal mais Português. Vejamos “Desfolhando” que este salto cultural não se remete apenas a cantores, actores, e outros acabados em qualidade (como já havia referido). Grande português (não daqueles concursos televisivos que pouca ou nenhuma credibilidade merecem, onde ainda se vê um ditador a conquistar o título de grande português, e um aspirante a tirano a ficar em segundo classificado) e também porque nem só das minhas palavras deve viver esta reflexão, as palavras que se seguem são de Ary dos Santos, num dos seus poemas, em que, de forma clara e inequívoca, demonstra o significado da revolução de Abril:<br />“E se esse poder um diao quiser roubar alguémnão fica na burguesiavolta à barriga da mãe!Volta à barriga da terraque em boa hora o pariuagora ninguém mais cerraas portas que Abril abriu! “<br />Palavras para quê? A liberdade libertou vozes, mentes, inspirações, e se apenas para isso, Abril tivesse servido, pois bem, eu diria que teria sido uma revolução com uma causa plenamente justificada, e enriquecedora de um Portugal que se quer rico e próspero. Poderia eu, na actualidade, admirar tanto os artistas portugueses, pela sua originalidade e talento, sem o 25 de Abril? Poder podia, mas não era a mesma coisa.<br />Sim!<br />Não era a mesma coisa, mas felizmente, hoje, dizemos desde 74 “não!” ao “orgulhosamente sós”, e sim à livre circulação de pessoas, bens e serviços, sim à liberdade, sim à autodeterminação dos povos, mas também dizemos não. Dizemos não o que convém, mas sim o que queremos, e pelo facto dessa prerrogativa estar em vigor, posso afirmar, sem pudor, que Abril cometeu um grave erro. Não um erro recuperável, infelizmente. É irreversível e a verdade é que a história nunca nos dirá se na realidade foi um erro, porém, na minha história, e nestas linhas, a história far-se-á como eu entendo que ela se faria, pelo que nego categoricamente a minha concordância com a descolonização efectuada pós-Abril. A remoção do sonho de um Portugal, em todos os seus quadrantes de descobridor, a remoção de um sonho para os povos de Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé, a remoção de umas tropas, foram um grande percalço. Portugal tinha a obrigação de fazer mais por si, e também mais por estes portugueses, pois descolonizar por descolonizar não beneficiou nem os colonizadores nem os colonos. Porquê descolonizar? Argumenta-se que as pessoas eram obrigadas a ir para uma Guerra, cuja causa, não valeria a pena. Pois bem, é um facto. Eram obrigadas a ir, mas a causa? A causa era nossa, era a causa Portuguesa! Será uma causa melhor a do Afeganistão, cujo envio de tropas portuguesas proporcionou? Porventura há quem considere que essa será uma causa em que a aplicação dos nossos ente-queridos, é (passe a redundância) melhor aplicada. Porquê a subjugação subsequente à ideia de que aquilo pelo qual lutamos é mau, e que aquilo pelos quais os outros lutam, é bom? Abril não terá então vincado como deveria, a ideia de que o que é nacional é bom (excepção feita à marca de massas). Os territórios eram legitimamente portugueses, e os factos, apontam, para que não possamos afirmar que para o Portugal Africano, o processo de saída portuguesa tenha beneficiado as suas populações, que é como quem diz(ia), as Nossas Populações.<br /> Sim!<br />“Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza”, afirmou Mahatma Gandhi, quando se referia à sua Índia. Conhecido defensor do cariz liberal, certamente que não se importaria que uma associação das suas palavras seja feita ao caso português. Eu, estou realmente convencido que a liberdade conquistada em Abril, o seu significado, só se perderá por culpa própria de quem a defende, pelo que a manutenção não linearmente recta, dos princípios que regeram a revolução mais floreira do mundo, adaptados convenientemente à situação da sociedade actual, trará apenas benefícios, a todos os portugueses, e a todos os defensores do progresso, apoiado numa estrutura marcada pela possibilidade de uma escolha. E sim, foi uma escolha, a escolha de querer saber quem sou, de querer saber o que faço aqui, (sentida homenagem a Paulo de Carvalho) e a escolha recai num sim a Abril, um sim a que os Cravos não se tornem apenas num farol de ética, de virtude e de humanismo, e que desta forma, os delfins desta liberdade não se “incultem” face à causa que os seus avós defenderam. Que tenhamos um Abril sem fim, que a liberdade esteja sempre e para sempre “Aqui ao luar, ao pé de ti, ao pé do mar (...)”, ou seja, que a liberdade, que a nossa liberdade esteja sempre o pé de ti Portugal, ao pé de nós Portugueses!<br />Sim, Abril!<br />André Santos<br />
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Portugal, um Abril sem fim

  • 1. “ Portugal, um Abril sem fim? ”<br /> “Quis saber quem sou, o que faço aqui …” e, por isso, vi-me na obrigação, ou melhor, tomei a liberdade de perceber o porquê do rumo que a minha vida leva enquanto membro da sociedade, o rumo que a minha família leva enquanto agente integrante de um grupo social, de um povo, que ao longo dos tempos sempre lutou virtuosamente pela conquista dos seus direitos enquanto povo, mas principalmente enquanto Nação. Dispus-me a perceber, portanto, o rumo que o meu país tinha tomado. Longínquo vai o pensamento, bem como o ano de 1143, altura em que oficialmente se dava inicio à construção de uma nova e gloriosa pátria, ou então o distante ano de 1640 em que a restauração da independência havia sido conseguida face à valentia e ao inconformismo demonstrado pelo povo lusitano, contra o vizinho espanhol, que tentava retirar aquilo que “O Conquistador” havia conquistado. Neste seguimento de grandes conquistas, surge-me o 25 de Abril. Não um 25 de Abril qualquer, pois desses houve para cima de 2000, e isto contando apenas a partir do momento em que a Cristandade entrou na contagem temporal. Surge-me um 25 de Abril de 1974, não como mais uma dessas valorosas datas que enchem e preenchem todo um calendário nacional de feriados comemorativos, motivados por determinadas conquistas e/ou acontecimentos, mas sim, um 25 de Abril que conseguiu catapultar uma Nação da estagnação em que se encontrava, a praticamente todos os níveis, através da implantação um regime, grosso modo, muito mais aprazível para uma sociedade já de si, tão fustigada como é a portuguesa. Embora não desminta o que foi até aqui escrito (até porque de mentiroso, pouco ou nada tenho), a verdade é que se me coloca uma interrogação sobre a forma como as coisas aconteceram após esta data. Terá o rumo seguido, sido aquele que mais interessava e beneficiava as ambições de uma Nação carente do prestígio que, outrora, havia possuído? Assim, interpela-se-me uma questão, que em todas as suas vertentes, é complexamente simples: Afinal, para a Nação Portuguesa, terão os meses pós-Abril de 74 sido melhores que aqueles que o antecederam?<br />Sim!<br />A revolta, o descontentamento e a repressão sentidas, aliadas à necessidade de efectuar uma ruptura com o então presente, serviram de motivos para que a nação se desunisse em conformismo e se unisse na busca de um novo rumo, em busca de um novo timoneiro, em busca de uma nova vida, que pudesse, acima de tudo, ser por si escolhida. Se verificarmos a História, esta dir-nos-á que os momentos imediatamente posteriores à intervenção do povo nos carris do país, não terão sido, na generalidade, melhores que aqueles que o antecederam. Entendamos que tal como não se pode exigir a um pássaro que esteve toda a vida “engaiolado”, que bata asas e voe em busca do seu caminho, também não se pode implementar a liberdade sobre um povo oprimido, que, não sabe, de um momento para o outro, conviver e sobreviver numa sociedade livre de pressões políticas. A sucessão de governos provisórios, pós-intervenção militar é a prova disso. Mas não se pense que isto era algo de novo, até porque, como se sabe, Portugal de novo nada tem! Assim, nesta linha do tempo e também do desenrolar histórico, surge-nos a título de exemplo, a reedição da instabilidade republicana, aquando da sua nascença, onde se havia verificado que a liberdade de escolher, não havia sido bem colhida, por não ter existido nem uma boa delineação, nem tão pouco, uma boa aplicação da mesma. Aqui é me imediata a exclamação de que, apesar da experiência vivida, a repetição dos erros primordiais republicanos se voltavam a verificar, quando havia sido isso mesmo, que nos tinha conduzido a décadas de ditadura. Ora, se era para seguir este rumo, de que teria valido então, o esforço de Abril? Se a situação se tivesse prolongado certamente que haveria sido um enorme desperdício de tempo e de emoções fortes, ter destituído o Sr.Marcelo Caettano, do seu posto de pai, à mesa familiar portuguesa. Porém, tamanho erro não se prolongou muito mais, sendo que, com isto, não quero dizer que o erro não tenha voltado a surgir. Não! Ele apareceu, como aliás aparece e aparecerá sempre, porque errar é humano, e apesar de muitos contestarem o carácter da actual humanidade, acredito que estes costumes ainda se mantêm intactos. Apareceu mas em outras formas e sem as proporções que aquele poderia atingir, caso se mantivesse de pedra e cal. Num país faminto de liberdade, o “vira o disco e toca o mesmo”, motivado por uma degradação estável, não seria de todo desejável, apesar de a oportunidade ter surgido. Colocar não o teu, nem o meu, mas sim o nosso Portugal, numa rota que conduziria à bandeira vermelha comunista, e tudo o que ela acarretaria, só faria com que de nada valesse Abril. Mas eu reitero que valeu, e não só pelo facto de me permitir a mim e aos restantes portugueses gozar de mais um dia de “folga” laboral. Valeu porque a oportunistas da desgraça humana, já estamos todos habituados, e não poderia ter sido uma tentativa de aproveitamento “comuna”, que travaria todo um rumo traçado por milhares de Delgados, Maias, Humbertos e Salgueiros, que pretendiam ver a sua pátria livre, não só do Estado Novo, mas sim livre da “desliberdade” existente. Mas atenção, não há que culpabilizar Cunhais, muito menos os Álvaros por tentarem impor esta ideologia. Não foi caso isolado, e aliás, ainda na actualidade, os oportunismos políticos se apresentam na ordem do Sol, e consequentemente também do dia. Abril não trouxe apenas as águas mil, trouxe também liberdades mil, que são muitas vezes abusivamente utilizadas. Quando face à existência de liberdade, existem pessoas que se aproveitam de tudo e de nada, excedendo os limites da moralidade (que aliás é algo que se perdeu, infelizmente, na cadeira de António de Oliveira Salazar), para tentarem alcançar os seus objectivos políticos, isto só poderá merecer a minha repulsa. Vejamos o caso de José Sócrates, o actual timoneiro da Nação. É por estes dias, provavelmente, o maior exemplo do alvo desse oportunismo, onde todo e qualquer argumento, baseado na especulação e difamação, servem para tentar colocar o governo e a pessoa que o encabeça, em situação difícil, retirando a confiança que a maioria popular lhe havia dado em eleições livres e democráticas. Não será este um exemplo de falta de civismo, e, logicamente, de ausência de respeito pelas liberdades democráticas?<br />Sim!<br /> Apregoa-se a existência de uma censura, com semelhanças àquela que se verificou durante o período do Estado Novo, sob pretexto de se violar constantemente o direito e uma conquista da revolução de 74, ou seja, a liberdade de expressão. Certamente que quem o refere é porque decerto não entende o verdadeiro significado da Revolução de Abril, bem como não compreende os pressupostos necessários para a existência da liberdade, ou da falta dela. Não poder escrever as verdades incómodas era regra em Ditadura, em liberdade, escrevem-se as verdades e as mentiras, as certezas e as suposições, as conveniências e as inconveniências, nomeadamente através da comunicação social, e diz-se que há ausência de liberdade de expressão. Ora se efectivamente esta não existisse, como seria possível termos conhecimento de casos como o da Universidade Independente, Freeport, Face Oculta, envolvendo a imagem do chefe de governo? Por certo, se a censura existisse, determinados serviços noticiosos e imprensa escrita, não teriam sequer a oportunidade de abrir janelas, quanto mais de irradiar o dia-a-dia dos cidadãos com a sua “aurora” de imprensa de final de semana, que marca pela indiferença pelo respeito individual de todos, mas especialmente de cada um. Reitero que a liberdade de expressão tem de ser vista como uma base dum sistema democrático, que se pretenda dar a conhecer por isso mesmo, ou seja, por uma democracia, e é essa democracia que Abril conquistou. Não uma democracia de fachada, ou asfixiada, como muitos pretendem dar a entender, e continuam a reivindicar. E se as coisas ainda ocorrem desta forma, por certo algo se perdeu na mentalidade da população. O peso da palavra e os valores característicos da sociedade rural, do sucessor do Estado Velho, perderam-se. <br />Sim! <br />Perderam-se e esta é no meu entender, ainda a grande causa, para a discussão sobre o verdadeiro valor da Revolução. Reitero que dessa sociedade rural (sob a qual me indigna que até 74 se tenha mantido o seu último vocábulo, quando a modernização e a industrialização acompanhavam todos os países, que ainda hoje são as grandes potências mundiais), apenas manteria esse espírito de compromisso que valoriza um ser humano, e que inflaciona ainda mais uma sociedade. Porém a realidade é que, com a ausência de valores que se foram perdendo com o passar dos anos de uma, quiçá, libertinagem excessiva, os problemas que hoje marcam a nossa sociedade foram surgindo e crescendo. Um exemplo disso é a criminalidade violenta, que hoje mancha de sangue as ruas e os becos, as televisões e as rádios, com noticias constantes de graves atentados à vida das pessoas e respectivos bens materiais. Com a ditadura, este tipo de acontecimentos eram evitados, pois, por certo, ninguém pretenderia usufruir da oficial e legalizada, criminalidade violenta, protagonizada pela PIDE/DGS. Aí, talvez o nosso estado democrático devesse dar um passo atrás, para dar dois em frente, pois se a autoridade (entenda-se GNR, PSP, PJ, Tribunais) fosse por vezes mais rígida e linear nas sanções a aplicar a quem não anda por cá a fazer nada de útil, e muito de inútil, por certo índices como os da criminalidade seriam reduzidos, beneficiando índices como o da confiança da população, segurança, entre outros. O significado de Abril é neste aspecto doloroso, pois a realidade é que hoje em dia, as pessoas sofrem na pele, e também nas carteiras, o peso do não saber usar um direito como o da liberdade. “As liberdades ilimitadas destroem-se a si próprias.” foi expressão de Oliveira Salazar, e será que este dito, era coerente e leal amigo da razão?<br />Sim!<br />Retomo então à democracia, (sinónimo, no meu entender, da revolução de Abril), não que alguma vez me tenha escondido dela, mas para falar mais um pouco, daquilo que ela acarreta. Falo de algo imensamente popular e que está inerentemente ligado à vida política. Falo das promessas, essas frases e compromissos que se estabelecem entre os órgãos governativos e o povo. Ora Abril foi também um mar de promessas, em que muitas das idealizadas, não passaram de isso mesmo, de um pensamento. A questão é que a democracia vive de votos, e a realidade é que o cidadão vota naqueles que melhor defendem os seus interesses. Isto por sua vez faz com que, os políticos, para angariarem a confiança e o voto popular prometam coisas, que vastas vezes acabam por não conseguir cumprir, acabando por ficarem, vastas vezes, apenas como pensamentos bonitos e bem-intencionados, mas não concretizáveis. Abril prometia igualdade, mas hoje sabemos que ela não existe em todos os campos. Continuam a existir pobres e ricos, mulheres e homens, se bem que, ao contrário do que a Ditadura indicava, agora a distinção, por exemplo, ao nível do género, já não é tão vincada como era. A emancipação está totalmente efectuada e a mulher consegue desempenhar, por estes dias, um papel de extrema importância na vida da sociedade portuguesa. Não que dantes não o fizesse, através dos excelentes trabalhos que obrava enquanto dona de casa, mas agora já assistimos à mulher com poder em autarquias, nas assembleias, e, inclusivamente em governos, como é o caso da Sra.Isabel Alçada, detentora da actual pasta da Educação, ou da já falecida e saudosa Maria de Lurdes Pintassilgo, que inclusive, foi chefe de governo. Depois destes parênteses, retomo a ideia principal: sem Abril isto não seria possível. Quanto às promessas que não foram e não são cumpridas, isso faz parte da política, e a verdade é que o povo e os eleitores já não se devem amargurar por algumas delas não serem cumpridas. Afinal já dizia a sabedoria popular que “promessas não pagam dívidas”, excepção feita a Oliveira Salazar, que havia prometido sanear as contas públicas e conseguiu-o. Porém, neste caso, como todos os políticos, ainda para mais ditadores, terão existido muitas, e muitas mais, que terão ficado pelo caminho, no que concerne, à rota do cumprimento. <br />Sim!<br />Á medida que estes escritos vão progredindo, a história também, porque minuto a minuto se faz o momento, minuto a minuto se faz o acontecimento, minuto a minuto se faz a história. Realcemos agora que Abril trouxe consigo a libertação de verdadeiros ícones da liberdade, e que assim, livres, conseguiram dar impulsos, para passos importantes no desenvolvimento democrático do país. Surge-me de forma clara o nome de Mário Soares, como um excelente exemplo disso. Acérrimo defensor das liberdades e não menos feroz opositor do regime salazarista, a ele estão ligados inúmeros factores que só Abril poderia ter trazido. A simbologia de ter sido o primeiro chefe de governo, eleito pelo povo (não se entenda por PCP), em eleições democráticas e livres, aliado à obra ao nível da estabilização política pós-76, fazem dele, na actualidade, uma figura incontornável no plano nacional. Recordo, neste contexto, as eleições de 1976, em que Mário Soares alcança uma vitória estrondosa sobre a oposição comunista, reafirmando que o seu governo, e consequentemente, o seu país era “(…) a favor do Socialismo autêntico e não do Socialismo de miséria (…)” dizendo um claro “olhe que não” à intenção de tornar Portugal, num bastão comunista, num bastão de pobreza (um pouco à imagem do que havia sucedido com o Estado Novo). Não nos esqueçamos ainda que foi com ele, o intitulado “fixe”, que nos tornámos verdadeiramente europeus, abrindo portas ao desenvolvimento, em virtude, de tudo o que a adesão à CEE (1986) significou. Por exemplo a chegada de fundos comunitários, que para além de terem proporcionado uma importante ajuda no progresso do país, permitiram também desenvolvimento de grandes famas, nomeadamente de políticos, que, estando no governo na altura em que as remessas eram efectivamente elevadas, beneficiaram de uma elevada popularidade e credibilidade. Exemplo claro disso é, o actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Mas enfim, como em tudo na vida, nada tem só vantagens, e esta popularidade, decerto, não poderá embelezar muito mais o que é, foi, e será, Abril (antes pelo contrário).<br />Sim!<br />Não poderá embelezar mais, mas Abril trouxe muitas outras novidades que merecem todo o meu apreço, tal como deverá merecer a todos os portugueses, que se auto-denominem por esse nome. A revolução desvendou, finalmente a verdadeira cultura portuguesa. Uma cultura livre a vários pontos de vista, o que permitiu o seu grande desenvolvimento, e essa é no meu ver, uma das grandes batalhas vencidas, e conquistadas por todos os revolucionários. Repare-se numa coisa, ou melhor em duas. Duas palavras: José Saramago. Ou então em outras duas: Prémio Nobel. Inquestionavelmente, seria impensável, escritores que tão longe levam Portugal na actualidade, conseguirem-no fazer sem Abril, sem aquele Abril. Em que sonho poderia Saramago ousar rotular Cristo, como um “filho da puta”? Num país de regime religiosamente vincado, afirmações destas não mereceriam, por certo, complacência por parte dos “Deuses policiais”. Mas vejamos mais casos: Homens (com H grande) como Raul Solnado, que só após o 25 de Abril de 1974, puderam por em prática a sua verdadeira arte (antes eram aprisionados no aparelho da censura), permitindo dar um outro espírito a um Portugal morto culturalmente, e amarrado a um isolamento que em nada abonou (nem abanou) na credibilidade ditatorial. No plano da comédia, a sátira evidenciada pelo Pai, e seguida pelos seus delfins, que desde então, até à actualidade, têm transformado assuntos que em nada merecem o nosso esboçar sorridente, em situações com as quais podemos encarar-nos de forma mais leviana, evidenciando uma alegria atenuadora, muitas vezes, das desilusões que os cidadãos sofrem no seu dia-a-dia. Fica aqui, e antes que tenha que utilizar o pretérito perfeito do indicativo, e sim não suponho a utilização de um não perfeito, pois o nome não merece tal desfeita, a sentida homenagem a um homem da cultura pré e pós-Abril, que tal como muitos outros, só graças à liberdade conquistada em 74, conseguiram conquistar o carinho de todo um povo. Parabéns e Obrigado António Feio! E estas são felicitações colectivas para todos aqueles, que, como ele, fazem e fizeram, todos os dias, um pouco por um Portugal melhor, por um Portugal mais livre, por um Portugal mais Português. Vejamos “Desfolhando” que este salto cultural não se remete apenas a cantores, actores, e outros acabados em qualidade (como já havia referido). Grande português (não daqueles concursos televisivos que pouca ou nenhuma credibilidade merecem, onde ainda se vê um ditador a conquistar o título de grande português, e um aspirante a tirano a ficar em segundo classificado) e também porque nem só das minhas palavras deve viver esta reflexão, as palavras que se seguem são de Ary dos Santos, num dos seus poemas, em que, de forma clara e inequívoca, demonstra o significado da revolução de Abril:<br />“E se esse poder um diao quiser roubar alguémnão fica na burguesiavolta à barriga da mãe!Volta à barriga da terraque em boa hora o pariuagora ninguém mais cerraas portas que Abril abriu! “<br />Palavras para quê? A liberdade libertou vozes, mentes, inspirações, e se apenas para isso, Abril tivesse servido, pois bem, eu diria que teria sido uma revolução com uma causa plenamente justificada, e enriquecedora de um Portugal que se quer rico e próspero. Poderia eu, na actualidade, admirar tanto os artistas portugueses, pela sua originalidade e talento, sem o 25 de Abril? Poder podia, mas não era a mesma coisa.<br />Sim!<br />Não era a mesma coisa, mas felizmente, hoje, dizemos desde 74 “não!” ao “orgulhosamente sós”, e sim à livre circulação de pessoas, bens e serviços, sim à liberdade, sim à autodeterminação dos povos, mas também dizemos não. Dizemos não o que convém, mas sim o que queremos, e pelo facto dessa prerrogativa estar em vigor, posso afirmar, sem pudor, que Abril cometeu um grave erro. Não um erro recuperável, infelizmente. É irreversível e a verdade é que a história nunca nos dirá se na realidade foi um erro, porém, na minha história, e nestas linhas, a história far-se-á como eu entendo que ela se faria, pelo que nego categoricamente a minha concordância com a descolonização efectuada pós-Abril. A remoção do sonho de um Portugal, em todos os seus quadrantes de descobridor, a remoção de um sonho para os povos de Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé, a remoção de umas tropas, foram um grande percalço. Portugal tinha a obrigação de fazer mais por si, e também mais por estes portugueses, pois descolonizar por descolonizar não beneficiou nem os colonizadores nem os colonos. Porquê descolonizar? Argumenta-se que as pessoas eram obrigadas a ir para uma Guerra, cuja causa, não valeria a pena. Pois bem, é um facto. Eram obrigadas a ir, mas a causa? A causa era nossa, era a causa Portuguesa! Será uma causa melhor a do Afeganistão, cujo envio de tropas portuguesas proporcionou? Porventura há quem considere que essa será uma causa em que a aplicação dos nossos ente-queridos, é (passe a redundância) melhor aplicada. Porquê a subjugação subsequente à ideia de que aquilo pelo qual lutamos é mau, e que aquilo pelos quais os outros lutam, é bom? Abril não terá então vincado como deveria, a ideia de que o que é nacional é bom (excepção feita à marca de massas). Os territórios eram legitimamente portugueses, e os factos, apontam, para que não possamos afirmar que para o Portugal Africano, o processo de saída portuguesa tenha beneficiado as suas populações, que é como quem diz(ia), as Nossas Populações.<br /> Sim!<br />“Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza”, afirmou Mahatma Gandhi, quando se referia à sua Índia. Conhecido defensor do cariz liberal, certamente que não se importaria que uma associação das suas palavras seja feita ao caso português. Eu, estou realmente convencido que a liberdade conquistada em Abril, o seu significado, só se perderá por culpa própria de quem a defende, pelo que a manutenção não linearmente recta, dos princípios que regeram a revolução mais floreira do mundo, adaptados convenientemente à situação da sociedade actual, trará apenas benefícios, a todos os portugueses, e a todos os defensores do progresso, apoiado numa estrutura marcada pela possibilidade de uma escolha. E sim, foi uma escolha, a escolha de querer saber quem sou, de querer saber o que faço aqui, (sentida homenagem a Paulo de Carvalho) e a escolha recai num sim a Abril, um sim a que os Cravos não se tornem apenas num farol de ética, de virtude e de humanismo, e que desta forma, os delfins desta liberdade não se “incultem” face à causa que os seus avós defenderam. Que tenhamos um Abril sem fim, que a liberdade esteja sempre e para sempre “Aqui ao luar, ao pé de ti, ao pé do mar (...)”, ou seja, que a liberdade, que a nossa liberdade esteja sempre o pé de ti Portugal, ao pé de nós Portugueses!<br />Sim, Abril!<br />André Santos<br />