1. PANORAMA SEMANAL
VEJA NESTA EDIÇÃO
Macroeconomia e Mercados – Como encerramos a terceira semana de Julho
Agenda Econômica
Reforma Financeira Americana
Fique de Olho – Análise Técnica (Ibovespa, S&P 500, Dólar e Petróleo)
2. PANORAMA SEMANAL
19 de Julho de 2010
O mercado começou a semana operando "expectativas". Quais seriam? A pesada agenda da semana, que incluiu
importantes indicadores e o início da fase de balanços corporativos. Mas, chegando na sexta-feira e sem motivos palpáveis
que sustentassem a alta da semana, o mercado se rendeu à desvalorização. Internamente, o Ibovespa encerrou a semana
com quedas em torno de 2%.
Em relação aos dados econômicos, os mais relevantes vieram da China, evidenciando que o crescimento econômico se
desacelerou, na medida em que os gastos públicos de estímulo continuaram a diminuir gradualmente e a economia
começou a sentir os efeitos dos controles sobre os empréstimos bancários e a especulação imobiliária. O Produto Interno
Bruto (PIB) cresceu 10,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, comparado a uma taxa de
11,9% no primeiro trimestre. A produção industrial e as vendas no varejo também mostraram um crescimento menos
expressivo. O desempenho econômico da China é observado com atenção em todo o mundo, em meio aos sinais de que o
enfraquecimento da recuperação nas economias dos EUA e da Europa pode estar comprometendo o crescimento global.
Com a China reprimindo sua expansão, espalha-se o “desgosto” de que ela ajudará menos a retomada econômica mundial.
No cenário americano, os indicadores também decepcionaram, deixando mais claro o cenário esperado de desaceleração
da economia americana nesse segundo semestre. Os números mais esperados eram de produção industrial, que
apresentaram um crescimento de somente 0,1% em relação ao mês passado. A boa notícia é que ele veio ligeiramente
melhor que as expectativas de queda de 0,1%. Mas, tivemos vários outros dados que vieram negativos, como os índices
regionais de atividade, confiança dos consumidores e vendas no varejo.
O que sustentou os mercados nessa semana foram os resultados corporativos americanos. A Alcoa abriu a temporada,
apresentando números melhores que o esperado, seguida dos balanços positivos da Intel, Bank of America, Citigroup e
GE. Até agora, entre as gigantes companhias americanas, a única que teve seu balanço abaixo das estimativas foi o
Google.
Para esta semana a agenda internacional é mais branda, inclusive nos Estados Unidos, mas os poucos indicadores do
setor imobiliário que serão divulgados têm o poder de manter os mercados em tendência cautelosa, pois reforçam a
avaliação da atividade econômica mais fraca no país nos próximos meses. Sem os estímulos governamentais, o setor
imobiliário tem dificuldade de manter o ritmo de expansão observado até então, dada a fragilidade dos mercados de
trabalho e crédito. Além da agenda, as atenções estarão voltadas para os resultados corporativos, e por fim, estará no foco
das atenções, o teste de estresse dos bancos europeus, cujo resultado será divulgado no dia 23 de julho.
No campo doméstico, o destaque é a reunião do Copom, para definir a taxa. Diante dos sinais de desaceleração da
economia e inflação corrente muito benigna, o mercado começa a dividir as opiniões se o aumento da Selic será em 0,5%
ou 0,75%, trazendo mais expectativa em torno da reunião do Copom, que se encerra na quarta-feira (21).
Variações da Semana
3. PANORAMA SEMANAL
Agenda da Semana
- Indicadores
Horário País Indicador Período Unidade Estimativa Anterior
Segunda-Feira, 19/07/2010
05:00 Zona do Euro Transações Correntes mai/10 EUR Bilhões - -5,1
07:00 Brasil FIPE: IPC (2ª Quadrissemana) jul/10 (% ) MoM - 0,1
08:30 Brasil Banco Central: Boletim Focus jul/10 nº índice - -
11:00 Brasil MDIC: Balança Comercial Semanal 18/jul USD Milhões - -
- Brasil SERASA: Dem. das Empresas por Crédito jun/10 nº índice - 103,6
- Brasil BOVESPA: Vencto. de Opções sobre Ações - - - -
17:30 XP Investimentos BHG - Apresentação no Lector
Terça-Feira, 20/07/2010
02:00 Japão Indicadores Antecedentes mai/10 nº índice - 98,7 / 101,2
03:00 Alemanha Preços ao Produtor jun/10 (% ) MoM / YoY 0,2 / 1,2 0,3 / 0,9
08:00 Brasil FGV: IGP-M (2ª Prévia) jul/10 (% ) MoM - -
09:00 Brasil IBGE: IPCA-15 jul/10 (% ) MoM 0,08 0,19
09:30 EUA Inicio de construções / Permissão para construir jun/10 (% ) MoM 2,9 / 4,5 -10,0 / -5,9
- Brasil SERASA: Cheques sem fundo jun/10 - - -
Quarta-Feira, 21/07/2010
05:30 Reino Unido Ata do BoE - - - -
11:00 EUA Estoques de Petróleo 16/jul Mil Barris - -5058K
12:30 Brasil Fluxo Cambial Semanal 16/jul USD Milhões -
- Brasil Copom - Taxa de Juros - (% ) a.a. 11 10,25
Quinta-Feira, 22/07/2010
04:00 Zona do Euro Índice de Manufatura (Preliminar) jul/10 nº índice 55,2 55,6
04:00 Alemanha Índice de Manufatura (Preliminar) jul/10 nº índice 58 58,4
05:30 Reino Unido Vendas no Varejo jun/10 (% ) MoM / YoY 0,5/ 1,0 0,6 / 2,2
06:00 Zona do Euro Novos pedidos industriais mai/10 (% ) MoM / YoY -0,2 / 19,5 0,9 / 22,1
08:00 Brasil FGV: Sondagem do Consumidor jul/10 nº índice - 118,5
09:00 Brasil IBGE: Taxa de Desemprego jun/10 (% ) 7,5 7,5
09:30 EUA Pedidos de Auxílio Desemprego 17/jul Mil pedidos 460 429
11:00 EUA Indicadores Antecedentes jun/10 (% ) MoM -0,3 0,4
11:00 EUA Vendas de casas existentes jun/10 (% ) MoM -8,1 -2,2
11:00 Zona do Euro Confiança do Consumidor jul/10 nº índice -17 -17
- Brasil TESOURO: Leilão Trad. - LTN, LFT e NTN-F - - - -
- Brasil TESOURO: Resgate Antecipado - NTN-F - - - -
Sexta-Feira, 23/07/2010
05:00 Alemanha Indicador de clima dos negócios jul/10 nº índice 101,5 101,8
05:30 Reino Unido PIB II/10 (% ) QoQ / YoY 0,6 / 1,1 0,3 / -0,2
08:00 Brasil FGV: IPC-S (3ª Quadrissemana) jul/10 (% ) MoM - -
- Brasil SERASA: Indicador de Ativ. Econômica jun/10 - - -
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4. PANORAMA SEMANAL
Reforma Financeira Americana
Na semana que passou o senado americano aprovou a mais importante reforma do sistema financeiro americano desde a
grande depressão de 1930. Foi mais uma vitória política importante do governo Obama, que está com sua popularidade em
baixa em virtude da desaceleração econômica e das altas taxas de desemprego vigentes no país.
A reforma do sistema financeiro americano tornou-se imprescindível após a crise que o país enfrentou em 2008. O projeto
de lei com mais de 2300 páginas foi todo desenhado para dar maior controle sobre o sistema financeiro americano. O texto
aprovado tem várias mudanças importantes, dentre as quais podemos destacar o maior poder de regulação do FED (Banco
Central americano) sobre o sistema financeiro, controle sobre os produtos de derivativos e a “Regra Volker” que
estabelece que bancos comerciais não poderão mais assumir riscos nos mercados de renda variável.
O FED passa a ser uma espécie de supervisor geral, o que claramente ajudará a aumentar o grau de sinergias entre os
responsáveis por regular e fiscalizar os mercados. Haverá avanço na qualidade da supervisão e elevação da transparência,
criação de regras e fiscalização para aqueles produtos que estavam praticamente sem supervisão. No entanto, ainda
existem vários aspectos a serem esclarecidos, que trazem incertezas em relação ao que está por vir e de que forma essa
regulamentação será implementada.
Vale notar que riscos e crises fazem parte da evolução econômica. Neste sentido, as autoridades devem estar sempre
atentas às novidades do mercado, investigar seus riscos e, se necessário, tomar medidas preventivas ou corretivas. Mas,
se houver exagero nos mecanismos de controle dos negócios, no caso atual, os bancos americanos podem perder
competitividade, quebrando parte da dinâmica do capitalismo.
Em uma entrevista, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola exemplifica: “Os carros hoje são muito mais
perigosos que os do início do século XX. Em sua evolução, eles se tornaram espantosamente mais potentes e velozes.
Conseqüentemente, causam estragos maiores também. Em compensação, possuem hoje muito mais itens de segurança.
Aí, eu pergunto. O que as pessoas vão preferir? Os carros de hoje ou os do século passado? Ocorre a mesma coisa com a
indústria financeira. O grande risco é justamente o de destruir ou diminuir o ritmo natural do progresso da intermediação
financeira, aumentar seus custos, etc.”
Em uma primeira análise, esta reforma trará mais burocracias e engessamento ao sistema financeiro, o que acarretará em
menos dinheiro circulando, em menos crédito ao mercado e menos negócios aos participantes. Pelo menos é assim que o
mercado interpretou nos primeiros dias após a aprovação da reforma. Porém, acreditamos que no médio/longo prazo esta
reforma é essencial para trazer segurança e credibilidade ao um sistema que sofreu sérios abalos em sua estrutura na
última crise que enfrentamos. Mas, não descartamos os riscos de que a proibição ou uma excessiva regulação de
operações especulativas podem incentivar os investidores e instituições a encontrar novas formas de realizar suas
operações, sobretudo em mercados novos, com fiscalização e regras mais frouxas.
5. PANORAMA SEMANAL
Análise Semanal
Ibovespa
O Ibovespa está em um triângulo, com resistência em 63.800 e suporte nos 60.900. A tendência atual está indefinida, e o
rompimento do triângulo deve dar a direção da nova tendência. A indefinição também aparece nos indicadores, assim
como o volume vem diminuindo, as médias móveis mostram a indefinição começando a cruzar e descruzar. Na semana
passada o índice fechou abaixo do suporte de uma congestão de curto prazo em 62.700, e abaixo das linhas das médias
móveis, que estão cruzadas para alta, trazendo um padrão negativo para a bolsa caso permaneça abaixo dos 62.700. Se
voltar a subir pode testar o topo do triângulo ou o topo anterior nos 65.800.
SP500
O SP500 fechou a semana passada respeitando a resistência de uma LTB (linha de tendência baixista) nos 1.100 pontos, o
que pode testar suportes em 1.040 ou 1.010 pontos. As médias cruzaram para baixa na última barra que formou um Candle
também baixista chamado Morubozu, aumentando a probabilidade de queda na semana que entra, mas se o mercado
reagir e voltar a subir, pode deixar novo suporte em 1.063 e testar os 1.100 ou 1.131 no topo anterior.
6. PANORAMA SEMANAL
Petróleo Futuro
O Petróleo futuro está testando a resistência de um triângulo nos 78,15, que se for superada pode testar resistências em
78,55 ou 83,00. Se não subir, pode recuar para suportes em 74,25 ou 72,25 no fundo do triângulo ou o Pivô de baixa
deixado nos 71,09. As médias estão cruzadas para alta e o volume tem sido melhor nas altas favorecendo o rompimento
para cima do triângulo.
Dólar Comercial
O Dólar comercial fechou a semana em alta, deixando suportes em 1,751 e 1,725, e rompeu a média de 9 sinalizando uma
possível recuperação para cima no curto prazo, aonde pode testar resistências em 1,813 ou 1,836 aonde ficou um GAP. O
movimento altista ganha mais força com a linha de suporte inclinada para cima.
7. PANORAMA SEMANAL
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