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O verdadeiro espírito da Estrutura Metálica e Mista
Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
O CCCCB, concluído em 2013, é um dos inúmeros
equipamentos culturais da CMCB que visa promover a
cultura na cidade de Castelo Branco e, também, no
interior do país.
A empresa construtora Constrope-Congevia convidou o
gabinete de projectos DX2 Engenharia para
desenvolver o projecto de execução de estabilidade, no
intuito de complementar o projecto base, adaptar
determinadas soluções às características reais da obra
e optimizar a estrutura, sempre que possível.
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 2/32
1. Enquadramento
O edifício está situado mesmo no Centro da Cidade de Castelo Branco e o
projecto arquitectónico é da autoria do arquitecto catalão Josep Lluis
Mateo, em colaboração com o arquitecto português Carlos Reis de
Figueiredo, tendo representado um investimento de cerca de cinco milhões
de euros.
O edifício é vazado, revestido a chapa metálica e madeira, com
4 pisos:
Piso -1: Entrada / Recepção / Área Expositiva / Serviços de Apoio,
Piso 0: Pista de Patinagem Gelo Sintético,
Piso 1: Área Expositiva / Auditório Música de Câmara,
Piso 2: Área Expositiva /Auditório Música Câmara / Cafetaria.
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 3/32
1. Enquadramento (cont.)
A estrutura do edifício, além de conter várias soluções
metálicas e mistas em alguns elementos resistentes
(vigas e lajes), é, ela própria, uma solução mista aço-
betão (consolas metálicas – núcleo de betão).
Ao contrário do que possa parecer para alguns
observadores, a estrutura principal é muito simples,
baseando-se no princípio do equilíbrio entre dois
corpos balançados, sendo o desequilíbrio
remanescente (provocado pelas diferentes dimensões
das consolas) absorvido pelo corpo central, em betão
armado.
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 4/32
2. Solução estrutural
Equilíbrio entre dois
corpos balançados
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 5/32
2. Solução estrutural (cont.)
Corte esquemático da estrutura – corpos balançados
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 6/32
2. Solução estrutural (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
As duas consolas do edifício, de 21 e 16 metros, são
conseguidas através de duas grandes vigas
trianguladas metálicas (vigas trianguladas principais),
de cada um dos lados, e que ficam integradas nas
fachadas laterais do edifício.
Além das vigas trianguladas principais, existem vigas
trianguladas secundárias, transversais, de forma a
fornecer à estrutura alguma rigidez na direcção
transversal do edifício.
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2. Solução estrutural (cont.)
Consola frontal do edifício:
Vigas trianguladas principais
e viga triangulada secundária
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 8/32
2. Solução estrutural (cont.)
Consolas frontal e traseira do edifício – vigas trianguladas
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 9/32
2. Solução estrutural (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
A ligação das consolas ao núcleo central de betão é
realizada em toda a zona de contacto, através de
pernos deixados à betonagem, sendo os elementos
de betão armado, nessas zonas, altamente reforçados
com a introdução de varões e chapas metálicas.
Além de se garantir a resistência aos ELU das
ligações, houve uma grande preocupação em tentar
garantir que o betão à vista não abra fendas nas
zonas de contacto com tensões muito elevadas.
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3. Ligações estrutura metálica – betão armado
Ligações
utilizadas na
união entre a
estrutura
metálica e os
elementos de
betão armado
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 11/32
3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
Pormenores de algumas ligações entre
a estrutura metálica e o betão armado
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 12/32
3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
Alguns tipos de
ligações utilizadas na
união entre
elementos metálicos
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
As ligações entre elementos metálicos são aparafusadas e
soldadas.
13/32
4. Ligações entre elementos metálicos
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
Pormenores de
algumas ligações
metálicas
14/32
4. Ligações entre elementos metálicos (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
A grande mais-valia desta obra está na solução das estruturas
de suporte dos pavimentos do piso 1 e da cobertura, tendo-se
conseguido vencer vãos de 18 metros, equilibrando o peso com
a deformação da estrutura.
A solução encontrada passa pela introdução de vigas e lajes
mistas (ligadas por conectores metálicos), que é, sem dúvida, a
solução económica ideal em situações deste género.
As vigas dos pisos são calculadas como secções mistas, o que
permite um aumento considerável na rigidez do piso e
possibilita a utilização de menores secções de perfis metálicos,
traduzindo-se numa grande redução de peso do aço empregue
na obra.
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5. Vigas e lajes mistas
Vistas superior (ainda sem chapa colaborante) e inferior (já com chapa
colaborante) das vigas mistas da cobertura
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 16/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Cortes esquemáticos das vigas e lajes mistas
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 17/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
As lajes dos pisos são, também, mistas, constituídas
por chapas metálicas colaborantes e betão armado.
A chapa perfilada colaborante, além de ser um
elemento resistente (substituindo grande parte da
armadura inferior), é ela própria uma cofragem
autoportante, deixando de ser necessária a fase de
descofragem do betão e sendo reduzida (ou mesmo
dispensada) a utilização de escoramentos verticais.
18/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
Uma vez que as lajes são nervuradas, existe ainda
uma redução do volume e peso de betão, por
comparação com uma laje maciça da mesma
espessura.
Outra grande vantagem das lajes mistas, pelos motivos
atrás expostos, é a velocidade de execução dos
trabalhos, o que se traduz em excelentes rendimentos
em obra.
Em caso de incêndio, as lajes estão dimensionadas
para resistirem aos ELU apenas como lajes de betão
armado.
19/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Vista inferior da
solução mista
(vigas e lajes) do
Piso 1
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 20/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Planta estrutural da cobertura
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 21/32
5. Vigas e lajes mistas (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
A estrutura foi estudada através de um modelo
tridimensional global.
Neste modelo foram tidas em conta as acções do
vento e do sismo, além das cargas permanentes e
sobrecargas, de modo a estudar o comportamento
geral da estrutura, quer em relação aos estados
limites últimos de rotura, quer em relação aos
estados limites de serviço.
22/32
6. Modelo global
Esquema do modelo tridimensional
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 23/32
6. Modelo global (cont.)
Estrutura de betão armado
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 24/32
7. Desenvolvimento da obra
Estrutura metálica
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 25/32
7. Desenvolvimento da obra (cont.)
Cobertura
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 26/32
7. Desenvolvimento da obra (cont.)
Revestimentos
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 27/32
7. Desenvolvimento da obra (cont.)
Obra concluída
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 28/32
7. Desenvolvimento da obra (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
O verdadeiro espírito da solução metálica e mista:
- Concepção mista (consolas metálicas / núcleo de betão)
- Lajes mistas (chapa metálica / lâmina de betão)
- Vigas mistas (perfis metálicos / laje mista)
29/32
8. Conclusão
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
Podia então o CCCCB ser projectado
de outra forma e com outros
materiais?
30/32
8. Conclusão (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
Podia!
Mas não era a mesma coisa!
31/32
8. Conclusão (cont.)
Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
Para questões relacionadas com o projecto de execução:
Eng. José Colen
geral@dx2.pt
www.dx2.pt
32/32
Obrigado!

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Estrutura Metálica do CCCCB

  • 1. 1/32 O verdadeiro espírito da Estrutura Metálica e Mista Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014
  • 2. O CCCCB, concluído em 2013, é um dos inúmeros equipamentos culturais da CMCB que visa promover a cultura na cidade de Castelo Branco e, também, no interior do país. A empresa construtora Constrope-Congevia convidou o gabinete de projectos DX2 Engenharia para desenvolver o projecto de execução de estabilidade, no intuito de complementar o projecto base, adaptar determinadas soluções às características reais da obra e optimizar a estrutura, sempre que possível. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 2/32 1. Enquadramento
  • 3. O edifício está situado mesmo no Centro da Cidade de Castelo Branco e o projecto arquitectónico é da autoria do arquitecto catalão Josep Lluis Mateo, em colaboração com o arquitecto português Carlos Reis de Figueiredo, tendo representado um investimento de cerca de cinco milhões de euros. O edifício é vazado, revestido a chapa metálica e madeira, com 4 pisos: Piso -1: Entrada / Recepção / Área Expositiva / Serviços de Apoio, Piso 0: Pista de Patinagem Gelo Sintético, Piso 1: Área Expositiva / Auditório Música de Câmara, Piso 2: Área Expositiva /Auditório Música Câmara / Cafetaria. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 3/32 1. Enquadramento (cont.)
  • 4. A estrutura do edifício, além de conter várias soluções metálicas e mistas em alguns elementos resistentes (vigas e lajes), é, ela própria, uma solução mista aço- betão (consolas metálicas – núcleo de betão). Ao contrário do que possa parecer para alguns observadores, a estrutura principal é muito simples, baseando-se no princípio do equilíbrio entre dois corpos balançados, sendo o desequilíbrio remanescente (provocado pelas diferentes dimensões das consolas) absorvido pelo corpo central, em betão armado. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 4/32 2. Solução estrutural
  • 5. Equilíbrio entre dois corpos balançados Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 5/32 2. Solução estrutural (cont.)
  • 6. Corte esquemático da estrutura – corpos balançados Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 6/32 2. Solução estrutural (cont.)
  • 7. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 As duas consolas do edifício, de 21 e 16 metros, são conseguidas através de duas grandes vigas trianguladas metálicas (vigas trianguladas principais), de cada um dos lados, e que ficam integradas nas fachadas laterais do edifício. Além das vigas trianguladas principais, existem vigas trianguladas secundárias, transversais, de forma a fornecer à estrutura alguma rigidez na direcção transversal do edifício. 7/32 2. Solução estrutural (cont.)
  • 8. Consola frontal do edifício: Vigas trianguladas principais e viga triangulada secundária Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 8/32 2. Solução estrutural (cont.)
  • 9. Consolas frontal e traseira do edifício – vigas trianguladas Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 9/32 2. Solução estrutural (cont.)
  • 10. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 A ligação das consolas ao núcleo central de betão é realizada em toda a zona de contacto, através de pernos deixados à betonagem, sendo os elementos de betão armado, nessas zonas, altamente reforçados com a introdução de varões e chapas metálicas. Além de se garantir a resistência aos ELU das ligações, houve uma grande preocupação em tentar garantir que o betão à vista não abra fendas nas zonas de contacto com tensões muito elevadas. 10/32 3. Ligações estrutura metálica – betão armado
  • 11. Ligações utilizadas na união entre a estrutura metálica e os elementos de betão armado Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 11/32 3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
  • 12. Pormenores de algumas ligações entre a estrutura metálica e o betão armado Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 12/32 3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
  • 13. Alguns tipos de ligações utilizadas na união entre elementos metálicos Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 As ligações entre elementos metálicos são aparafusadas e soldadas. 13/32 4. Ligações entre elementos metálicos
  • 14. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 Pormenores de algumas ligações metálicas 14/32 4. Ligações entre elementos metálicos (cont.)
  • 15. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 A grande mais-valia desta obra está na solução das estruturas de suporte dos pavimentos do piso 1 e da cobertura, tendo-se conseguido vencer vãos de 18 metros, equilibrando o peso com a deformação da estrutura. A solução encontrada passa pela introdução de vigas e lajes mistas (ligadas por conectores metálicos), que é, sem dúvida, a solução económica ideal em situações deste género. As vigas dos pisos são calculadas como secções mistas, o que permite um aumento considerável na rigidez do piso e possibilita a utilização de menores secções de perfis metálicos, traduzindo-se numa grande redução de peso do aço empregue na obra. 15/32 5. Vigas e lajes mistas
  • 16. Vistas superior (ainda sem chapa colaborante) e inferior (já com chapa colaborante) das vigas mistas da cobertura Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 16/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 17. Cortes esquemáticos das vigas e lajes mistas Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 17/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 18. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 As lajes dos pisos são, também, mistas, constituídas por chapas metálicas colaborantes e betão armado. A chapa perfilada colaborante, além de ser um elemento resistente (substituindo grande parte da armadura inferior), é ela própria uma cofragem autoportante, deixando de ser necessária a fase de descofragem do betão e sendo reduzida (ou mesmo dispensada) a utilização de escoramentos verticais. 18/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 19. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 Uma vez que as lajes são nervuradas, existe ainda uma redução do volume e peso de betão, por comparação com uma laje maciça da mesma espessura. Outra grande vantagem das lajes mistas, pelos motivos atrás expostos, é a velocidade de execução dos trabalhos, o que se traduz em excelentes rendimentos em obra. Em caso de incêndio, as lajes estão dimensionadas para resistirem aos ELU apenas como lajes de betão armado. 19/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 20. Vista inferior da solução mista (vigas e lajes) do Piso 1 Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 20/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 21. Planta estrutural da cobertura Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 21/32 5. Vigas e lajes mistas (cont.)
  • 22. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 A estrutura foi estudada através de um modelo tridimensional global. Neste modelo foram tidas em conta as acções do vento e do sismo, além das cargas permanentes e sobrecargas, de modo a estudar o comportamento geral da estrutura, quer em relação aos estados limites últimos de rotura, quer em relação aos estados limites de serviço. 22/32 6. Modelo global
  • 23. Esquema do modelo tridimensional Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 23/32 6. Modelo global (cont.)
  • 24. Estrutura de betão armado Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 24/32 7. Desenvolvimento da obra
  • 25. Estrutura metálica Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 25/32 7. Desenvolvimento da obra (cont.)
  • 26. Cobertura Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 26/32 7. Desenvolvimento da obra (cont.)
  • 27. Revestimentos Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 27/32 7. Desenvolvimento da obra (cont.)
  • 28. Obra concluída Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 28/32 7. Desenvolvimento da obra (cont.)
  • 29. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 O verdadeiro espírito da solução metálica e mista: - Concepção mista (consolas metálicas / núcleo de betão) - Lajes mistas (chapa metálica / lâmina de betão) - Vigas mistas (perfis metálicos / laje mista) 29/32 8. Conclusão
  • 30. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 Podia então o CCCCB ser projectado de outra forma e com outros materiais? 30/32 8. Conclusão (cont.)
  • 31. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 Podia! Mas não era a mesma coisa! 31/32 8. Conclusão (cont.)
  • 32. Seminário | IPCB | 13 de Maio de 2014 Para questões relacionadas com o projecto de execução: Eng. José Colen geral@dx2.pt www.dx2.pt 32/32 Obrigado!

Notas do Editor

  1. <number>
  2. <number>
  3. <number>
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  5. <number>
  6. <number>
  7. <number>
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