O documento descreve a estrutura do Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, projetado pelo arquiteto Josep Lluis Mateo. A estrutura é uma solução mista de aço e concreto, com consolas metálicas ligadas a um núcleo de concreto armado. As lajes e vigas dos pisos superiores são soluções mistas de aço e concreto, permitindo vãos maiores com menos material. O projeto estrutural otimizou o uso de materiais e agilizou a construção do edifício.
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O verdadeiro espírito da Estrutura Metálica e Mista
Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
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2. O CCCCB, concluído em 2013, é um dos inúmeros
equipamentos culturais da CMCB que visa promover a
cultura na cidade de Castelo Branco e, também, no
interior do país.
A empresa construtora Constrope-Congevia convidou o
gabinete de projectos DX2 Engenharia para
desenvolver o projecto de execução de estabilidade, no
intuito de complementar o projecto base, adaptar
determinadas soluções às características reais da obra
e optimizar a estrutura, sempre que possível.
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1. Enquadramento
3. O edifício está situado mesmo no Centro da Cidade de Castelo Branco e o
projecto arquitectónico é da autoria do arquitecto catalão Josep Lluis
Mateo, em colaboração com o arquitecto português Carlos Reis de
Figueiredo, tendo representado um investimento de cerca de cinco milhões
de euros.
O edifício é vazado, revestido a chapa metálica e madeira, com
4 pisos:
Piso -1: Entrada / Recepção / Área Expositiva / Serviços de Apoio,
Piso 0: Pista de Patinagem Gelo Sintético,
Piso 1: Área Expositiva / Auditório Música de Câmara,
Piso 2: Área Expositiva /Auditório Música Câmara / Cafetaria.
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1. Enquadramento (cont.)
4. A estrutura do edifício, além de conter várias soluções
metálicas e mistas em alguns elementos resistentes
(vigas e lajes), é, ela própria, uma solução mista aço-
betão (consolas metálicas – núcleo de betão).
Ao contrário do que possa parecer para alguns
observadores, a estrutura principal é muito simples,
baseando-se no princípio do equilíbrio entre dois
corpos balançados, sendo o desequilíbrio
remanescente (provocado pelas diferentes dimensões
das consolas) absorvido pelo corpo central, em betão
armado.
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2. Solução estrutural
6. Corte esquemático da estrutura – corpos balançados
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2. Solução estrutural (cont.)
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As duas consolas do edifício, de 21 e 16 metros, são
conseguidas através de duas grandes vigas
trianguladas metálicas (vigas trianguladas principais),
de cada um dos lados, e que ficam integradas nas
fachadas laterais do edifício.
Além das vigas trianguladas principais, existem vigas
trianguladas secundárias, transversais, de forma a
fornecer à estrutura alguma rigidez na direcção
transversal do edifício.
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2. Solução estrutural (cont.)
8. Consola frontal do edifício:
Vigas trianguladas principais
e viga triangulada secundária
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2. Solução estrutural (cont.)
9. Consolas frontal e traseira do edifício – vigas trianguladas
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2. Solução estrutural (cont.)
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A ligação das consolas ao núcleo central de betão é
realizada em toda a zona de contacto, através de
pernos deixados à betonagem, sendo os elementos
de betão armado, nessas zonas, altamente reforçados
com a introdução de varões e chapas metálicas.
Além de se garantir a resistência aos ELU das
ligações, houve uma grande preocupação em tentar
garantir que o betão à vista não abra fendas nas
zonas de contacto com tensões muito elevadas.
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3. Ligações estrutura metálica – betão armado
11. Ligações
utilizadas na
união entre a
estrutura
metálica e os
elementos de
betão armado
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3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
12. Pormenores de algumas ligações entre
a estrutura metálica e o betão armado
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3. Ligações estrutura metálica – betão armado (cont.)
13. Alguns tipos de
ligações utilizadas na
união entre
elementos metálicos
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As ligações entre elementos metálicos são aparafusadas e
soldadas.
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4. Ligações entre elementos metálicos
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Pormenores de
algumas ligações
metálicas
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4. Ligações entre elementos metálicos (cont.)
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A grande mais-valia desta obra está na solução das estruturas
de suporte dos pavimentos do piso 1 e da cobertura, tendo-se
conseguido vencer vãos de 18 metros, equilibrando o peso com
a deformação da estrutura.
A solução encontrada passa pela introdução de vigas e lajes
mistas (ligadas por conectores metálicos), que é, sem dúvida, a
solução económica ideal em situações deste género.
As vigas dos pisos são calculadas como secções mistas, o que
permite um aumento considerável na rigidez do piso e
possibilita a utilização de menores secções de perfis metálicos,
traduzindo-se numa grande redução de peso do aço empregue
na obra.
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5. Vigas e lajes mistas
16. Vistas superior (ainda sem chapa colaborante) e inferior (já com chapa
colaborante) das vigas mistas da cobertura
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
17. Cortes esquemáticos das vigas e lajes mistas
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
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As lajes dos pisos são, também, mistas, constituídas
por chapas metálicas colaborantes e betão armado.
A chapa perfilada colaborante, além de ser um
elemento resistente (substituindo grande parte da
armadura inferior), é ela própria uma cofragem
autoportante, deixando de ser necessária a fase de
descofragem do betão e sendo reduzida (ou mesmo
dispensada) a utilização de escoramentos verticais.
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
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Uma vez que as lajes são nervuradas, existe ainda
uma redução do volume e peso de betão, por
comparação com uma laje maciça da mesma
espessura.
Outra grande vantagem das lajes mistas, pelos motivos
atrás expostos, é a velocidade de execução dos
trabalhos, o que se traduz em excelentes rendimentos
em obra.
Em caso de incêndio, as lajes estão dimensionadas
para resistirem aos ELU apenas como lajes de betão
armado.
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
20. Vista inferior da
solução mista
(vigas e lajes) do
Piso 1
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
21. Planta estrutural da cobertura
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5. Vigas e lajes mistas (cont.)
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A estrutura foi estudada através de um modelo
tridimensional global.
Neste modelo foram tidas em conta as acções do
vento e do sismo, além das cargas permanentes e
sobrecargas, de modo a estudar o comportamento
geral da estrutura, quer em relação aos estados
limites últimos de rotura, quer em relação aos
estados limites de serviço.
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6. Modelo global
23. Esquema do modelo tridimensional
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6. Modelo global (cont.)
24. Estrutura de betão armado
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7. Desenvolvimento da obra
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O verdadeiro espírito da solução metálica e mista:
- Concepção mista (consolas metálicas / núcleo de betão)
- Lajes mistas (chapa metálica / lâmina de betão)
- Vigas mistas (perfis metálicos / laje mista)
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8. Conclusão
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Podia então o CCCCB ser projectado
de outra forma e com outros
materiais?
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8. Conclusão (cont.)
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Podia!
Mas não era a mesma coisa!
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8. Conclusão (cont.)
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Para questões relacionadas com o projecto de execução:
Eng. José Colen
geral@dx2.pt
www.dx2.pt
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Obrigado!