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Catolicismo
Do fogo à fé
Umas das religiões mais influentes do mundo, a Igreja Apostólica Romana também
foi uma das instituições mais poderosas do planeta, e ainda se mantém, com o
maior número de adeptos em todo o mundo
U
ma das religiões mais poderosas de todos
os tempos, tanto no que se diz respeito a
sua influência, quando ao seu poder po-
lítico, o catolicismo é a vertente mais ex-
pressiva do Cristianismo e, segundo dados, com o
maior número de adeptos em todo o mundo; cer-
ca de mais de um bilhão de seguidores. Seu nome
vem do grego “katholikos”, que significa “geral” ou
“universal”. O termo “Igreja Católica” é utilizado
desde o século I, e para alguns historiadores tal
termo tenha sido usado pelos próprios apóstolos
para designar sua igreja.
Marcada por uma rígida hierarquia, onde as pa-
róquias, as dioceses e as
arquidioceses estão subme-
tidas ao Vaticano, localizado
em Roma, a Igreja Apostóli-
ca Romana possui suas pró-
prias legislações, como se
fosse um estado indepen-
dente. Seu símbolo máximo é o “Papa”, que possui
um governo vitalício e só deixa o papado de outra
forma se for por vontade própria, como aconte-
ceu com Bento XVI, a ultima renúncia, no entanto,
foi de Gregório XII, em 1415. Em ambos os casos
o novo papa é eleito por uma votação fechada, a
qual nós chamamos de conclave, por um colégio
de cardeais. Assim é feito há séculos. Todavia, dei-
xemos os detalhes “episcopais” de lado e vamos
aos fatos que estigmatizou a religião católica e a
tornou o centro político e religioso mais influente
de todas as eras.
Por mais de dois milênios a religião católica se im-
pôs ao mundo, legitimando seu poder dominar
e mostrando ao planeta que seu “deus” único e
onipotente era a verdadeira salvação para a huma-
nidade. Marcada por dogmas, sendo estes inques-
tionáveis, milhares de pessoas foram perseguidas
e queimadas vivas pela Igreja, convertendo à sua
fé inúmeros povos com seu poder um tanto quan-
to “persuasivo”. Na realidade era o mais primitivo
sentimento de autodefesa humana que sustenta-
va o Vaticano: o medo.
No século XVI Lutero propõe uma reforma no seio
do catolicismo e na porta do Castelo de Wittenberg
prega suas 95 teses su-
gerindo uma mudança
urgente na doutrina da
Igreja Católica. O ano
era 1517 e nasce então
o “Protestantismo”.
Apoiada por diversos
religiosos e governantes europeus, essa espécie
de “revolução religiosa” iniciada na Alemanha,
estendeu-se pela Suíça, França, Países Baixos, Rei-
no Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste
europeu, principalmente nos Países Bálticos e na
Hungria. Ameaçada, a Igreja Católica propõe um
movimento que ficou conhecido na história como
“A Contra Reforma”, um dos períodos mais mar-
cantes e sangrentos da história do catolicismo.
Segundo Daniel-Rops (1901-1965), escritor e his-
toriador Frances, “já na segunda metade do século
XV, tudo o que havia de mais representativo entre
“Por mais de dois milênios a reli-
gião católica se impôs ao mundo”
os católicos, todos os que tinham verdadeiramen-
te consciência da situação, reclamavam a refor-
ma, por vezes num tom de violência feroz, e mais
frequentemente como um ato de fé nos destinos
eternos da “Ecclesia Mater”.
Em 1545, a Igreja Católica Apostólica Romana con-
vocou o Concílio de Trento estabelecendo entre
outras medidas, a retomada do Tribunal do San-
to Ofício (inquisição), a criação do Index Librorum
Prohibitorum, com uma relação de livros proibidos
pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do
Novo Mundo, com a criação de novas ordens reli-
giosas, dentre elas a Companhia de Jesus. Outras
medidas incluíram a reafirmação da autoridade
papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a re-
forma das ordens religiosas, a edição do catecismo
tridentino, reformas e instituições de seminários e
universidades, a supressão de abusos envolvendo
indulgências e a adoção da Vulgata como tradução
oficial da Bíblia.
A partir daí inicia-se um verdadeiro processo de
caça as bruxas, combatendo a heresia e colocando
definitivamente a fé católica como única e verda-
deira. Tal período foi retratado em “Malleus Male-
ficarum” (o martelo das feiticeiras), um autêntico
manual de “caça as bruxas”, do período renascen-
tista.
Todavia, com os questionamentos “hereges” do
monopólio intelectual da Igreja e a crescente va-
lorização das ciências e do homem se colocando
como peça central da sua história, o catolicismo,
mesmo tentando combater esse processo de de-
cadência da sua fé literalmente a “ferro e fogo”, foi
perdendo sua força. Entretanto, nunca deixou de
Infográfico
Com o maior número de seguidores em todo o mundo, intenda quais
são as proporções de católicos em todo o mundo
Fonte: Enciclopédia Mundial Cristã 2003
ser a religião mais seguida do mundo.
Com o Concílio de Vaticano II, no século XX, a Igre-
ja Católica sofreu uma profunda renovação de suas
práticas. Tal acontecido deu-se na década de 1960.
Nesse evento – que mobilizou as principais lideran-
ças da Igreja – uma nova postura da instituição foi
orientada em direção às questões sociais e injusti-
ças que afligiam os menos favorecidos. Essa tônica
social acabou dando origem à chamada Teologia
da Libertação, que aproximou os clérigos das cau-
sas populares, principalmente na América Latina.
Recentemente com a eleição do Papa Francisco
e seu discurso de “não se esquecer dos pobres”
esses ideais parecem ter sido retomados. Ao con-
trário de Bento VXI, extremamente conservador, o
novo Papa veio para dar uma cara nova ao catoli-
cismo, tendo sido aprovado pelo mundo e o con-
quistado com sua simpatia. Sem dúvida a Igreja
Apostólica Romana precisa de uma reforma urgen-
te, sobretudo no que se diz respeito à sociedade,
que a cada dia que passa, parece se perde mais em
seus princípios bíblicos medievais. Oremos.
O Malleus Maleficarum foi compilado e escri-
to por dois inquisidores dominicanos, Heinrich
Kraemer e James Sprenger. Os autores funda-
mentavam as premissas do livro com base na
bula “Summis desiderantes affectibus”, emiti-
da pelo Papa Inocêncio VIII em cinco de de-
zembro de 1484, o prin-
cipal documento papal
sobre a bruxaria. Nela,
Sprenger e Kramer são
nomeados para comba-
ter a bruxaria no norte
da Alemanha.
Kramer e Sprenger apre-
sentaram o Malleus Ma-
leficarum à Faculdade
de Teologia da Univer-
sidade de Colônia, na
Alemanha, em nove de
maio de 1487, esperan-
do que fosse aprovado.
Entretanto, o clero da
Universidade condenou
a obra, declarando-a ile-
gal e antiética. Kramer,
porém, inseriu uma
falsa nota de apoio da
Universidade em poste-
riores edições impressas
do livro. O ano de 1487
é geralmente aceito
como a data de publicação, ainda que edições
mais antigas da obra tenham sido produzidas
em 1485 ou 1486. A Igreja Católica proibiu o
livro pouco depois da publicação, colocando-o
no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Li-
vros Proibidos). Apesar disso, entre os anos de
1487 e 1520, a obra foi publicada 13 vezes. En-
tre 1574 e a edição de Lyon de 1669, o Malleus
recebeu um total de 16 novas reimpressões.
Os efeitos do Malleus Maleficarum se espa-
lharam muito além das
fronteiras da Alemanha,
provocando grande im-
pacto na França e Itália,
e, em grau menor, na In-
glaterra.
Embora a crença popu-
lar consagrasse o Mal-
leus Maleficarum como
o clássico texto católico
romano no que cabia à
bruxaria, a obra nunca
foi oficialmente usada
pela Igreja Católica.
Kramer foi condena-
do pela Inquisição em
1490, e sua demonolo-
gia considerada não de
acordo com a doutrina
católica. Porém, seu li-
vro continuou sendo
publicado e usado tam-
bém por protestantes
em alguns de seus julga-
mentos contra bruxas.
No Brasil foi publicado pela editora Três em
1976 com o título “Malleus Maleficarum: Ma-
nual de Caça às Bruxas” e, posteriormente,
com o título O Martelo das Feiticeiras.
Malleus Maleficarum
Por João Oliveira
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A história de 2 mil anos do catolicismo

  • 1. Catolicismo Do fogo à fé Umas das religiões mais influentes do mundo, a Igreja Apostólica Romana também foi uma das instituições mais poderosas do planeta, e ainda se mantém, com o maior número de adeptos em todo o mundo U ma das religiões mais poderosas de todos os tempos, tanto no que se diz respeito a sua influência, quando ao seu poder po- lítico, o catolicismo é a vertente mais ex- pressiva do Cristianismo e, segundo dados, com o maior número de adeptos em todo o mundo; cer- ca de mais de um bilhão de seguidores. Seu nome vem do grego “katholikos”, que significa “geral” ou “universal”. O termo “Igreja Católica” é utilizado desde o século I, e para alguns historiadores tal termo tenha sido usado pelos próprios apóstolos para designar sua igreja. Marcada por uma rígida hierarquia, onde as pa- róquias, as dioceses e as arquidioceses estão subme- tidas ao Vaticano, localizado em Roma, a Igreja Apostóli- ca Romana possui suas pró- prias legislações, como se fosse um estado indepen- dente. Seu símbolo máximo é o “Papa”, que possui um governo vitalício e só deixa o papado de outra forma se for por vontade própria, como aconte- ceu com Bento XVI, a ultima renúncia, no entanto, foi de Gregório XII, em 1415. Em ambos os casos o novo papa é eleito por uma votação fechada, a qual nós chamamos de conclave, por um colégio de cardeais. Assim é feito há séculos. Todavia, dei- xemos os detalhes “episcopais” de lado e vamos aos fatos que estigmatizou a religião católica e a tornou o centro político e religioso mais influente de todas as eras. Por mais de dois milênios a religião católica se im- pôs ao mundo, legitimando seu poder dominar e mostrando ao planeta que seu “deus” único e onipotente era a verdadeira salvação para a huma- nidade. Marcada por dogmas, sendo estes inques- tionáveis, milhares de pessoas foram perseguidas e queimadas vivas pela Igreja, convertendo à sua fé inúmeros povos com seu poder um tanto quan- to “persuasivo”. Na realidade era o mais primitivo sentimento de autodefesa humana que sustenta- va o Vaticano: o medo. No século XVI Lutero propõe uma reforma no seio do catolicismo e na porta do Castelo de Wittenberg prega suas 95 teses su- gerindo uma mudança urgente na doutrina da Igreja Católica. O ano era 1517 e nasce então o “Protestantismo”. Apoiada por diversos religiosos e governantes europeus, essa espécie de “revolução religiosa” iniciada na Alemanha, estendeu-se pela Suíça, França, Países Baixos, Rei- no Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente nos Países Bálticos e na Hungria. Ameaçada, a Igreja Católica propõe um movimento que ficou conhecido na história como “A Contra Reforma”, um dos períodos mais mar- cantes e sangrentos da história do catolicismo. Segundo Daniel-Rops (1901-1965), escritor e his- toriador Frances, “já na segunda metade do século XV, tudo o que havia de mais representativo entre “Por mais de dois milênios a reli- gião católica se impôs ao mundo”
  • 2. os católicos, todos os que tinham verdadeiramen- te consciência da situação, reclamavam a refor- ma, por vezes num tom de violência feroz, e mais frequentemente como um ato de fé nos destinos eternos da “Ecclesia Mater”. Em 1545, a Igreja Católica Apostólica Romana con- vocou o Concílio de Trento estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do San- to Ofício (inquisição), a criação do Index Librorum Prohibitorum, com uma relação de livros proibidos pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens reli- giosas, dentre elas a Companhia de Jesus. Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a re- forma das ordens religiosas, a edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de seminários e universidades, a supressão de abusos envolvendo indulgências e a adoção da Vulgata como tradução oficial da Bíblia. A partir daí inicia-se um verdadeiro processo de caça as bruxas, combatendo a heresia e colocando definitivamente a fé católica como única e verda- deira. Tal período foi retratado em “Malleus Male- ficarum” (o martelo das feiticeiras), um autêntico manual de “caça as bruxas”, do período renascen- tista. Todavia, com os questionamentos “hereges” do monopólio intelectual da Igreja e a crescente va- lorização das ciências e do homem se colocando como peça central da sua história, o catolicismo, mesmo tentando combater esse processo de de- cadência da sua fé literalmente a “ferro e fogo”, foi perdendo sua força. Entretanto, nunca deixou de Infográfico Com o maior número de seguidores em todo o mundo, intenda quais são as proporções de católicos em todo o mundo Fonte: Enciclopédia Mundial Cristã 2003
  • 3. ser a religião mais seguida do mundo. Com o Concílio de Vaticano II, no século XX, a Igre- ja Católica sofreu uma profunda renovação de suas práticas. Tal acontecido deu-se na década de 1960. Nesse evento – que mobilizou as principais lideran- ças da Igreja – uma nova postura da instituição foi orientada em direção às questões sociais e injusti- ças que afligiam os menos favorecidos. Essa tônica social acabou dando origem à chamada Teologia da Libertação, que aproximou os clérigos das cau- sas populares, principalmente na América Latina. Recentemente com a eleição do Papa Francisco e seu discurso de “não se esquecer dos pobres” esses ideais parecem ter sido retomados. Ao con- trário de Bento VXI, extremamente conservador, o novo Papa veio para dar uma cara nova ao catoli- cismo, tendo sido aprovado pelo mundo e o con- quistado com sua simpatia. Sem dúvida a Igreja Apostólica Romana precisa de uma reforma urgen- te, sobretudo no que se diz respeito à sociedade, que a cada dia que passa, parece se perde mais em seus princípios bíblicos medievais. Oremos. O Malleus Maleficarum foi compilado e escri- to por dois inquisidores dominicanos, Heinrich Kraemer e James Sprenger. Os autores funda- mentavam as premissas do livro com base na bula “Summis desiderantes affectibus”, emiti- da pelo Papa Inocêncio VIII em cinco de de- zembro de 1484, o prin- cipal documento papal sobre a bruxaria. Nela, Sprenger e Kramer são nomeados para comba- ter a bruxaria no norte da Alemanha. Kramer e Sprenger apre- sentaram o Malleus Ma- leficarum à Faculdade de Teologia da Univer- sidade de Colônia, na Alemanha, em nove de maio de 1487, esperan- do que fosse aprovado. Entretanto, o clero da Universidade condenou a obra, declarando-a ile- gal e antiética. Kramer, porém, inseriu uma falsa nota de apoio da Universidade em poste- riores edições impressas do livro. O ano de 1487 é geralmente aceito como a data de publicação, ainda que edições mais antigas da obra tenham sido produzidas em 1485 ou 1486. A Igreja Católica proibiu o livro pouco depois da publicação, colocando-o no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Li- vros Proibidos). Apesar disso, entre os anos de 1487 e 1520, a obra foi publicada 13 vezes. En- tre 1574 e a edição de Lyon de 1669, o Malleus recebeu um total de 16 novas reimpressões. Os efeitos do Malleus Maleficarum se espa- lharam muito além das fronteiras da Alemanha, provocando grande im- pacto na França e Itália, e, em grau menor, na In- glaterra. Embora a crença popu- lar consagrasse o Mal- leus Maleficarum como o clássico texto católico romano no que cabia à bruxaria, a obra nunca foi oficialmente usada pela Igreja Católica. Kramer foi condena- do pela Inquisição em 1490, e sua demonolo- gia considerada não de acordo com a doutrina católica. Porém, seu li- vro continuou sendo publicado e usado tam- bém por protestantes em alguns de seus julga- mentos contra bruxas. No Brasil foi publicado pela editora Três em 1976 com o título “Malleus Maleficarum: Ma- nual de Caça às Bruxas” e, posteriormente, com o título O Martelo das Feiticeiras. Malleus Maleficarum Por João Oliveira Fonte: Google Imagem