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Arquiteturas
        de
Computadore
          s informal
Uma abordagem


                       1
O que é um computador?

 Computadores são ferramentas
 Servem para resolver problemas




                                   2
 Qualquer sistema computacional possui 3
características em geral
   Processamento
   Memória (armazenamento)
   Comunicação


 Um celular, por exemplo, é um sistema
computacional que possui como principal
característica a comunicação

                                            3
Curiosidades

 No Brasil, segundo o censo de 2010, há 190
milhões de habitantes
 Segundo o Portal Teleco, site de informações
sobre telecomunicações, dados de julho de 2011
mostram que há 220 milhões de celulares no país
 Pois é, há mais celulares do que pessoas no
Brasil. O mercado para profissionais de computação
é imenso!
                                                4
 Uma ferramenta deve possuir objetividade
(realizar sem restrições a tarefa para a qual ela foi
criada)
 Além disso, há 3 aspectos importantes que
definem sua qualidade:
   Desempenho (tempo de processamento)
   Custo-benefício
   Facilidade de uso




                                                    5
 Você pode optar por uma memória de 2 GB a
R$ 500,00 ou por uma de 4 GB a R$ 600,00. Qual é
a melhor opção?


            2 GB                        4 GB


                                               6
 A resposta é: depende
   Se a sua aplicação não necessitar de mais de 2 GB
  de memória, você estará gastando R$ 100,00 a mais
  que o necessário
 Isto faz parte da questão do custo-benefício
 No caso de carros e TVs, produtos novos e
melhores são lançados a preços mais caros que os
anteriores
 Já produtos da indústria computacional tem
preços iguais ou menores que os anteriores, e
ainda assim são geralmente melhores (mais ágeis)
                                                        7
Ok, mas chega de filosofar...




        Vamos à matéria de
Arquiteturas de Computadores!    8
Como funciona um computador?
 Algoritmos implementados por um programa

                           escrito em uma    sequências
                            linguagem de    de instruções
                             programação



Programadores se comunicam com computadores
através de uma linguagem de programação

                                                    9
 Para haver comunicação, é necessário que haja
uma linguagem em comum...




 ...ou um tradutor


                                              10
 Linguagens em geral...


Mais                                            Mais
 complexa   chinês       português,            simples
                            inglês etc      (computador
                     (usuário entende)        entende)




 É necessária uma espécie de tradução das
linguagens comuns para a linguagem binária, que é
o que o computador “entende” de fato

 Veremos a seguir que, na verdade, tradução é
apenas parte do processo
                                                 11
 A nível de                       Ling. de Prog.
                                                             T
                                                     N5      R
software, temos:                     Alto Nível
                                                             A
                                            Compilação       D
                                                             U
                                                             Ç
         Lê o código e, usando      Montagem         N4
                                                             Ã
         as informações nele                                 O
         contidas, manipula a
         memória.                            Montador

                                     Sistema         N3
                                    Operacional

                                             Interpretação
                                                 Parcial

                                 Macroprogramação     N2


                                             Interpretação
                                                             12
 A nível de hardware,                             Interpretação

temos:
                                       Microprogramação      N1
  Aqui, há um número muito maior de
  instruções do que havia no início.
  Com isso, mais circuitos devem ser                Só agora são executadas
  criados, aumentando o custo.                           as instruções
  Portanto, linguagem simples é
  necessária.
                                        Circuitos Digitais   N0




                                                                     13
Tradução X Interpretação

 O esquema das etapas de execução de um
 programa apresentado anteriormente não é uma
 generalização
 Isto porque existem linguagens compiladas
 (utilizam tradução) e outras, interpretadas
 A tradução é feita uma vez apenas. Já a
 interpretação é realizada cada vez que o programa
 é executado

                                              14
 Tradução:                            ________
                                       ________
                                                  Execução

                                       ________      ✔
           _________                   ________      ✔
           _________                   ________      ✔
           _________                   ________      ✔
           _________                   ________      ✔
           _________                   ________      ✔
           _________                   ________      ✔
                                       ________      .
              L2                                     .
                                       ________      .
                                             L1
 Interpretação:
           _________                    ✔
           _________                    ✔
           _________                    ✔
           _________
                                        ✔
           _________                     .
           _________                     .
                   Tempo de execução     .
              L2                         L1                  15
 Mas afinal, para que tantas etapas na
 execução de um programa?
 O esquema abaixo mostra um dos problemas
 que ocorreriam caso as instruções das
 linguagens em alto nível fossem executadas
 sem todas essas etapas

m        C       Pascal   Cobol   C++
                                        .....

 n     Pentium
          4
                   I7     Xeon    AMD   .....
                                                16
 Note que, para cada linguagem diferente, seria
  necessária uma maneira diferente de fazer suas
  instruções serem executadas. Isso para cada
  processador
 Para cada nova linguagem ou novo processador,
  já haveria uma nova necessidade para que o
  programa fosse executado
 No total, teríamos m*n
necessidades diferentes!

                                             17
 Todas aquelas etapas servem então para
 que, utilizando o conceito de divisão e
 conquista, os processadores não precisem “se
 preocupar” com linguagens, e vice-versa
 As instruções complexas são reduzidas a
 instruções em uma linguagem
 simples, entendida por todos os processadores
m        C       Pascal   Cobol   C++   .....


n      Pentium
          4
                   I7     Xeon    AMD   .....
                                                18
 Agora, são apenas m+n maneiras
 diferentes de execução de programas
 Intuitivamente, temos um custo maior por ter
 tantas etapas... mas não é bem assim. Dos níveis
 N5 até N3, o custo muitas vezes nem chega ao
 usuário, pois o software é compilado antes de
 chegar até ele
 É importante ressaltar que uma instrução em L2
 não pode nunca ser diretamente executada no
 nível N0.
 Depois de N2, não ocorre mais tradução, apenas
 interpretação
                                              19
 Na interpretação, as instruções são apenas
  convertidas nas ordens em que serão
  executadas, o que acontece de N1 para N0 no
  esquema apresentado anteriormente
 Relembrando:
                Macroprogramação
                                           L2
                           Interpretação

                Microprogramação
                                           L1
                           Execução

                 Circuitos digitais
                                           Instruções

 A seguir, uma melhor representação das etapas
 de um programa até que ele esteja em L2
                                                        20
_____________        L5
                          _____________
                          _____________
                          _____________

                              Compilação

                _______         _______             _______
 ....... +      _______
                _______
                          +     _______
                                _______
                                           +        _______
                                                    _______
                                                               + .......    L4


                              Montagem


                          010010101101
                          001010101010         L3 -> L2 + L1
O programa em L3 tem
                          101011100110
também os endereços de
                               ...
memória envolvidos no
processo
                          101101010101         L2
                          010100101101
                               ...                                         21
Curiosidades

 Em Delphi, é possível manipular o programa no
nível de montagem. Com isso, pode-se ter uma
noção maior de quanto tempo levará sua execução
 Atualmente, no caso de dispositivos móveis, por
exemplo, programa-se em alto nível e depois acessa-
se o programa em nível de montagem, para que
sejam reprogramadas apenas as partes “ruins”
                                               22
 Com o conceito de linguagens (L1, L2, L3 etc)
 apresentado, temos também o conceito de
 máquinas virtuais. Por exemplo:


                 Macroprogramação
                                                      Máquina
                                       L2             virtual L3


                 Microprogramação                   Máquina virtual L2

                                       L1
                                                    Máquina física
                  Circuitos digitais
                                       Instruções
                                                                   23
 Generalizando para o topo, temos:

            Linguagem de programação
                   de alto nível

                                         L5
                            Compilação


                        .
                        .
                        .
                        .
                        .
                        .
                        .                     Máquina
                        .                     virtual à vista
                        .                     do usuário
                        .                                       24
Abstração
 Considere o seguinte esquema:
       C                                       Pascal                        Java
                 Compilador B   Compilador C
                                                 Compilador D
  Compilador A




            Windows                    Linux


                                                                Política de compatibilidade
                                                                da Intel: todas as instruções
   Processador                  Processador
        1                            2                          entendidas por um Pentium
                                                                4 são entendidas também
                                                                pelo I7 (mais avançado)
                                                                                          25
 Vimos anteriormente que os compiladores A, B, C
 e D não são necessariamente diferentes, assim
 como os processadores
 Porém, com processadores que não sejam da
 Intel, é possível que sejam necessários diferentes
 compiladores para cada situação
 A linguagem Java, teoricamente, não possui
 restrições de plataforma
 Veremos a seguir que ela utiliza
 uma espécie de disfarce...

                                                26
Através da abstração, a JVM (Java Virtual Machine)
 “esconde” as complexidades que envolvem as
 plataformas

                                  ______________
                 Java             ______________
                                  ______________



                                _________________
                                _________________
                                _________________
                                _________________

                                   Java ByteCode

                 JVM

                        Máquina Virtual Java
                                                    27
Hardware X Software
 Considere o esquema abaixo:
                                N5
      COMPLEXIDADE
                                N4



                                N3



                                N2



                                N1


                                N0   28
 Mas, complexidade de...? Funcionalidade
 Cabe ao arquiteto do sistema saber onde cada
 função deve ser implementada
 Adição e multiplicação são sempre feitas em
 hardware, pois o desempenho é muito melhor.
 Mas então, por que não implementar tudo em
 hardware?
 Custo é a resposta. Operações mais sofisticadas,
 se implementadas todas em hardware,
 aumentariam demais o custo (circuitos demais)

                                               29
 Não são poucos os circuitos necessários para
 implementar operações de soma e multiplicação
 em hardware. Agora imagine implementar um
 programa complexo inteiro usando apenas esses
 circuitos digitais!
 Por outro lado, imagine também o gasto de
 tempo desnecessário que haveria se,
 para cada vez que precisássemos
 somar ou multiplicar, fosse neces-
 sário traduzir as instruções em
 software para hardware!
                                           30
 Outra desvantagem de hardware é: se ocorrer
 algum problema físico com as peças, como
 reparar?




 Softwares são mais baratos e, caso haja algum
 erro, é muito mais fácil localizar e consertá-lo.
 Porém, como já foi citado, o desempenho é
 menor.
                                                31
Computadores:
     Visão geral
                                                                         Placa
                                                                         mãe
                endereços            C
                                     A              C
Memória              dados           C              A
 RAM                                                     Processador /
                                     H              C
               leitura / escrita                             CPU
                                     E              H
                                                    E

 Hard Disk (HD)                          Central Processing
                                                Unit

Disquete / Blu-ray


  Rede Wi-Fi                                       Graphics Processing
                                   USB                    Unit

      GPU
                                                                            .
                                                                           32
                                                              Fonte
 Vamos começar falando superficialmente sobre o
 processador
 Sua função é executar programas armazenados na
 memória principal, buscando instruções, identificando e
 executando as mesmas uma após a outra
               Unidade de controle (UC):
                É responsável pela busca das instruções na memória
                principal e pelas suas identificações
               Unidade Lógica Aritmética (ULA):
                É responsável pela realização de operações como adição,
                AND booleano, entre outras, necessárias para a execução
                das instruções
               Registradores:
                Juntos, formam uma pequena memória de alta velocidade,
                que armazena resultados temporários e certas informações
                de controle. Cada registrador possui uma determinada
                função. Os dois mais importantes são o contador de
                programa, PC (responsável por apontar a próxima instrução
                a ser executada), e o registrador de instruções, IR
                (responsável por armazenar a instrução que será executada)
                                                                    33
 O processador executa as instruções através de
 uma pequena sequência de passos conhecida
 como o ciclo busca-decodifica-executa
 Este ciclo é o centro da operação de todos os
 computadores
 Veremos mais tarde por que o ciclo é tão
 determinante na execução das instruções de um
 programa




                                               34
 A memória é a parte do computador onde
 programas e dados são armazenados
Sem ela, os processadores não poderiam escrever
 informações, então não existiria nenhuma maneira
 de um computador armazenar um programa e
 dificilmente poderia executar algum
 Em um computador, geralmente existe memória
 primária e memória secundária


                                             35
 Memórias primárias:
   memórias que o processador pode endereçar
    diretamente
   elas geralmente fornecem uma ponte para as
    memórias secundárias, mas sua função principal é
    conter a informação necessária para o processador
    num determinado momento – por exemplo, dados
    dos programas em execução
   Exemplo: a memória principal, sobre a qual
    falaremos mais detalhadamente ao analisar o Modelo
    de Von Neumann

                                                  36
Memórias secundárias:
   não podem ser endereçadas diretamente; a
    informação precisa ser carregada em memória
    primária antes de poder ser tratada pelo processador
   não são fundamentais para a parte operacional do
    computador. Computadores feitos exclusivamente
    para efetuar cálculos matemáticos complexos, por
    exemplo, não precisam tanto desse tipo de memória
   são geralmente não-voláteis, permitindo guardar os
    dados permanentemente
   Exemplos: HD, CDs e DVDs

                                                    37
 RAM x CACHE
  Memória RAM: É a memória principal da máquina,
   onde todos os processos necessários para a inicialização
   e execução de programas
   armazenados em uma memória
   secundária são carregados
  Memória Cache: É uma
   memória com maior veloci-
   dade de acesso para o pro-
   cessador que a RAM. É localizada embutida no
   processador justamente para aumentar a velocidade de
   acesso. Entretanto, seus dados são temporários
                                                       38
 Pode-se dizer que o “mundo” do computador se
 resume a (esquema do Modelo de Von Neumann):

                     Busca

         Memória                       Processador




                               Sequência de bits



                             0 ou 1

             .
             .                 BUSCA próxima instrução L2
             .                 IDENTIFICA (decodifica e entende)
             .                 EXECUTA cada instrução L1
             .

                                                                   39
Curiosidades

 1 byte equivale a 8 bits
 1 kilobyte (KB) equivale a 1.000 bytes, 1 megabyte
(MB) equivale a 1.000.000 bytes, 1 gigabyte (GB)
equivale a 1.000.000.000 bytes, e assim por diante...
 ...ou não?



                                                 40
Curiosidades

 A memória é contada em potência de 2. Quando
dizemos “1 GB de memória RAM”, estamos usando a
sigla incorreta para gibibytes (GiB)
 Portanto, 1 GB coloquialmente representa 1
GiB, que equivale a 2³: bytes (1.073.741.824 bytes);
quase 7,4% mais do que 1.000.000.000 bytes
 Mas você provavelmente
já sabia disso
                                                41
 A seguir, será descrita mais detalhadamente a
 arquitetura interna de um processador
 Mas antes, vamos resolver uma espécie de
 enigma, apresentado em uma aula de
 Arquiteturas de Computadores, pelo professor
 Vinod                          processador
        memória

                   endereços       . . .
                     dados
                                   . . .
                  controle (r/w)
                                   . . .
                                              42
 Dado o esquema do slide anterior, deseja-se
 que os dados lidos da memória passem por
 todos os nove pontos do
 processador, utilizando o mínimo possível de
 fios
 Os fios são todos retos, ou seja, a solução
 para o problema será o mínimo de linhas retas
 que passem por todos os pontos
                            . . .
         Uma configuração
         óbvia seria:       . . .
                            . . .
                                             43
 Com essa solução, temos 5 retas
 Será que 5 é realmente o número mínimo de
 retas?
 Pense mais um pouco e clique para ver a
 resposta...

    . . .             Começando de uma forma diferente
                      Seguindo por mais 2 pontos...

    . . .            Podemos usar apenas mais 2 retas!
                      Por que não fazer isso...
                      ...para depois fazer isso?
    . . .             E finalmente isso. 4 retas!




                                                          44
Curiosidades
 Por que esta última solução não é tão óbvia
quanto a primeira, se não havia nenhuma restrição
de que as retas não podiam ultrapassar a caixa?
 Não estamos acostumados a pensar além do que
temos de concreto. Em países como os EUA, por
exemplo, os alunos são estimulados desde o
primário a “pensar fora da caixa”
 Não é à toa que a maioria das descobertas e
invenções vem de países desenvolvidos
 Então, lembre-se: “Think outside the box”    45
Processadores e
        Microprogramação

Vamos agora analisar mais a fundo o Modelo
 de Von Neumann
 Vamos definir conceitos como
 registradores, barramentos, Unidade Lógica
 Aritmética (ULA), entre outros
 Em seguida, construiremos nosso processador
 utilizando todas as componentes apresentadas

                                            46
 Registradores
       Locais onde são armazenadas informações
       A diferença dos registradores para as células da
       memória principal é que os primeiros estão
       localizados dentro do processador. Isso faz com que
       informações contidas nos registradores sejam
       buscadas bem mais rapidamente para processamento
       Representação*:

                               Registrador




*ATENÇÃO: tanto esta como as outras representações feitas aqui não fazem
parte de nenhum tipo de convenção – são meras ilustrações!
                                                                           47
 Barramentos
   Conjuntos de fios por onde passam bits de dados
   ou de controle
   Em outras palavras, artifícios utilizados para
   transmitir sinais de um dispositivo para outro
   Representação:


                  ou
                   n

                          Onde n é o número de fios
                          do barramento, lembrando
                          que por cada fio passa um
                          bit por vez                 48
 Multiplexadores (MUX)
   Circuitos que recebem entradas, selecionam uma
   delas através de sinais de controle e as liberam
   como saída
  Representação:



                    MUX




                                                  49
 Unidade Lógica Aritmética (ULA)
   Dispositivo que recebe dois dados de entrada A e
   B, opera-os sobre uma função pré-determinada e
   libera um dado de saída
   Recebe bits de controle que especificam a
   operação a ser realizada
   A ULA poderá fazer 4 operações em nossa
   abordagem, portanto são necessários 2 bits de
   controle (00, 01, 10 e 11 = 4 possibilidades)
   Por ora, a única operação relevante é a soma (00)
   Representação:
                 A          B

                     ULA                            50
 Deslocador
   Dispositivo que recebe um número binário e
   multiplica ou divide por 2, se desejado for, através
   do deslocamento à direita ou à esquerda
   Deslocar à direita significa “apagar” o bit mais à
   direita e adicionar um 0 à esquerda, e o
   procedimento é exatamente o oposto no
   deslocamento à esquerda
   Exemplo: 0010 (=2)
      Deslocando à direita (divisão): 0001 (=1)
      Deslocando à esquerda (multiplicação): 0100 (=4)
   Representação:
                            DES
                                                          51
 Vamos falar mais detalhadamente sobre
 registradores
 Sabemos que registradores contém dados que
 tanto podem ser lidos quanto sobrescritos
 Por isso, cada registrador precisa receber um
 bit que controla sua entrada, que chamaremos
 de HE, e outro que controla sua saída, HS
 Registradores possuem na sua estrutura
 interna um circuito flip-flop para cada bit que
 armazena, cada um deles conectado a um fio
 tanto do barramento de entrada como do
 barramento de saída
                                              52
 Abaixo, esquematizada a estrutura interna de
    um registrador de 8 bits:
                                   E
                                   N
                                   T
                                   R
 HE (habilita                      A
                                   D
 entrada)                          A




                                   S
                                   A
HS (habilita                       Í
saída)                             D
                                   A


                Tri-state buffer                53
 Tri-state buffers são circuitos que evitam
 conflitos entre as saídas para o
 barramento, fazendo um tipo de “desconexão
 virtual” entre registradores e barramentos
 Esses conflitos seriam possíveis porque várias
 saídas de registradores estarão conectadas a um
 mesmo barramento
 Nossa arquitetura terá 16 registradores para
 armazenar dados, dentre os quais alguns tem
 funções especiais: PC (Program Counter), IR
 (Instruction Register) e AC (Accumulator)
                                             54
 O Program Counter contém o endereço da
 próxima instrução a ser buscada na memória
 principal
 O Instruction Register armazena a instrução
 buscada na memória. Ou seja, IR = MP[pc],
 sendo IR o conteúdo do registrador e pc um
 endereço da memória principal MP
 Accumulator é um registrador que armazena
 valores intermediários, que não seriam úteis ao
 final da operação
 Haverá em nossa arquitetura, além dos 16,
 outros registradores espalhados no processador:
 dois latches, A e B, o Memory Adress Register
 (MAR) e o Memory Buffer Register (MBR)      55
 Os latches servem para “segurar” dados no
 barramento e evitar que sejam sobrescritos
 Precisamos sempre lembrar que os fios do
 barramento apenas conduzem eletricidade, que
 já é instável por si mesma
 Latches serão importantes então para captar
 dados do barramento que estão prontos para
 serem processados, isto é, estão estáveis
 É como tirar uma foto: é
 necessário esperar até que
 todos estejam parados
                                           56
O MAR é ligado ao barramento de endereços,
 que controla exclusivamente o fluxo de
 endereços que o processador envia para serem
 consultados na memória
 O MBR é ligado ao barramento de dados do
 sistema, e guarda os dados buscados na
 memória que serão processados na CPU ou os
 dados resultantes de algum processamento e
 que serão escritos na memória, ou até mesmo
 processados novamente

                                           57
 Podemos agora começar a “montar” o nosso
 processador
 Já foi dito que, para começar, vamos pensar
 apenas em somar dados. Para isso, precisamos
 simplesmente ler dois deles e somá-los
 Dois registradores e uma ULA são necessários
                        Escolheremos
 PC
 IR                    então, dentre nossos 16
 AC
 R1                    registradores, um
 R2                    registrador R1 e outro R2
 .           ULA
 .                     para ler e somar seus
 .
 .                     dados                  58
 Intuitivamente, ligamos tudo através de
   barramentos
   Vamos guardar o resultado da soma no
   registrador R3
               PC
               IR
               AC
                                         Barramento B
               R1
               R2   Barramento A

               R3
               .
               .
                                   ULA
               .


Barramento C

                                                        59
 Ainda não é o caso, mas se quiséssemos
 multiplicar ou dividir um número por
 2, precisaríamos adicionar um deslocador
 Posicionando os 2 dispositivos
 separadamente, teríamos a vantagem de fazer
 operações simultâneas. Colocando ambos
 juntos, podemos usá-los consecutivamente, isto
 é, multiplicar ou dividir direto o resultado de
 uma soma, sem precisar armazená-lo antes

                                             60
 Mesmo que ainda não seja necessário, vamos
 adiantar um deslocador para a nossa máquina,
 colocando o mesmo logo após a ULA:
                    PC
                    IR
                    AC
                                          Barramento B
                    R1
                    R2   Barramento A

                    R3
                    .
                    .
                                    ULA
                    .



                                   DES



     Barramento C                                        61
 Agora, precisamos pensar fisicamente
 Imagine se nossa soma fosse R1 ← R1 + R2, isto
 é, o registrador R1 receberia o resultado da soma
 de seu valor atual com o valor de R2
 Enquanto a ULA processa os primeiros bits de
 cada dado, o barramento de saída está sendo
 modificado e, portanto, os novos valores já estão
 sendo salvos em R1, o que poderia causar um
 erro na soma
 Uma das soluções para esse impasse é adicionar
 latches antes da ULA, que guardarão os valores
 originais de R1 e R2 enquanto são processados62
PC
               IR
               AC
                                         Barramento B
               R1
               R2   Barramento A

               R3
                      LA                   LB
               .
               .
               .


                                   ULA




                                   DES



Barramento C

                                                        63
 Ok, mas temos que pensar também na interação
 processador-memória
 É preciso adicionar, então, MAR e MBR. O MAR
 controla apenas informações (endereços) que
 vão do processador para a memória, mas o MBR
 controla o fluxo de dados de toda a
 interação, incluindo os dados de saída do
 deslocador, dados de entrada para a ULA e dados
 que serão lidos ou escritos na memória


              MAR           MBR

                                             64
 Em nossa arquitetura, o MAR poderá ser
 carregado a partir do latch B
 É interessante possibilitar o processamento de
 dados direto do MBR para a ULA, poupando
 assim o tempo de selecionar o registrador (entre
 16 deles!) desejado para armazenar o resultado
 da operação, e depois selecionar o mesmo
 novamente para buscar os bits e processá-los


                                              65
 Porém, repare que o MBR estará conectado à
 ULA, junto com o latch A. Há um conflito visível
 nessa configuração
                                       Latch A




   MBR
                        ULA

 Lembre-se de que a ULA é apenas um circuito
 combinatório. Os bits de controle que recebe são
 apenas para especificar a operação a ser feita, o
 que significa que está sempre recebendo dados   66
PC
                 IR
                 AC
                                                       Barramento B
                 R1
                 R2                   Barramento A

                 R3
                                       LA                 LB
                 .
  Barramento C   .
                 .


MAR                              Sem pânico!
                                       ULA


MBR
                                                 DES

                      A solução é simples!
                                                                      67
 Basta adicionar um multiplexador, que chamaremos de AMUX
(multiplexador A):
                  PC
                  IR
                  AC
                                                 Barramento B
                  R1
                  R2        Barramento A

                  R3
   Barramento C
                              LA                  LB
                  .
                  .
                  .           AMUX




MAR
                                           ULA
MBR

                                           DES

                                                                68
 O multiplexador controlará qual dos dados deve
 ser enviado para a ULA
 Mas e se a instrução a ser executada fosse
 R1 ← R1 + R2 + R3 + R4 ?
 Intuitivamente, a solução seria uma ULA com 4
 entradas, com a vantagem de resolver essa soma
 sem precisar guardar nenhum resultado
 intermediário
            A     B         C   D


                      ULA

                                             69
 Sendo assim, uma ULA com 4 entradas é mais
 vantajosa para os casos de soma com 4 parcelas.
   O problema é que isto não será econômico se essa
   soma não ocorrer com frequência
 E pensando bem, de fato ela não é tão comum
 quanto uma soma com apenas 2 operandos, para
 a qual basta uma ULA com 2 entradas
 Unindo o útil ao agradável, por que não pensar
 em uma solução alternativa para realizar esta
 soma, ainda sem precisar salvar valores
 intermediários?
                                                  70
 Eis a solução:

   A               B           C               D


       ULA 1                           ULA 2




               E                   F


                       ULA 3

                                                   A   B   C   D


                                                       ULA 4


                                                               71
Curiosidades


 Fabricar 3 ULA’s com 2 entradas é ainda mais
econômico do que projetar uma única ULA com 4
 Além disso, outra vantagem em reduzir o tamanho
das ULA’s pode ser explicada fazendo uma analogia
com a forma como são fabricados os próprios
processadores

                                             72
Curiosidades

 Processadores são obtidos através de fatias
redondas de silício, que podem ser divididas em
partes pequenas ou nem tanto:




                                                  73
Curiosidades

 Podemos pensar em cada um desses pedaços
como uma componente do processador
 As fatias, porém, sempre tem impurezas
 Imagine, por exemplo, a fatia abaixo, onde as
manchas vermelhas são suas impurezas



                                                  74
Curiosidades
 Cada parte atingida por uma impureza está
inutilizada
 Pensando nas partes como componentes, aquelas
que foram atingidas não irão funcionar
 Na partição em componentes menores, repare
que bem mais delas saíram ilesas

 O que restou:


                                            75
 Recapitulando, temos então um processador
que realiza a soma que queríamos

     Fora do      Dentro do
   Processador   Processador
    (memória)
                                 PC
                                 IR
                                 AC
                                                     Barramento B
                                 R1
                                      Barramento A
                                 R2
                                 R3
                  Barramento C    .    LA             LB
                                  .
                                  .     AMUX




                  MAR

                                               ULA
                  MBR


                                               DES

                                                                    76
 É importante ressaltar que as linhas que ilustram
 os barramentos estão sendo mostradas apenas
 nos caminhos que queríamos para a soma
 Na verdade, todos os registradores estão
 conectados aos barramentos A, B e C, e uma
 estrutura de controle é que determina de onde
 são lidos os dados e onde eles são gravados
 Falando em controle, já vimos que não são só os
 registradores que precisam de bits de controle
 para que o processador possa funcionar
 A seguir, vamos quantificar os bits de controle
 de todas as componentes e descrever para que
 eles servem em cada uma delas                 77
 Temos 16 registradores para leitura e escrita
 A intenção é ler sempre 2 dados (um vai para o
 barramento A e o outro para o barramento B),
 realizar uma operação na ULA e/ou no deslocador
 e, quando necessário, armazenar o resultado em
 outro registrador
 Isso faz com que precisemos de 16 bits de
 controle para cada uma dessas operações.
 Entenderemos o motivo logo a seguir

                                             78
 A posição do registrador-alvo seria dada pela
 posição do bit 1 em meio aos 16 bits de controle
 Por exemplo, na operação de leitura cujo controle
 é: 0000000000001000 seria lido o dado do
    0000000000001000
 quarto registrador
                                  0    PC
                                  0    IR
                                  0    AC
                                  1    R1
                                  0    R2
                                  0    R3
                                       .
                                       .
                                       .
                                  0   R13

                                               79
 Mas não é por mágica que a informação do
 registrador é lida quando ele recebe o bit 1
 Na estrutura interna dos registradores, vimos que
 eles recebem um bit HE para habilitar sua entrada
 e outro, HS, para habilitar sua saída
 No exemplo anterior, a operação a ser feita era de
 leitura. Então, é a saída do registrador que precisa
 ser habilitada, para que a informação seja jogada
 em um dos dois barramentos (A ou B)
 Bits de controle especificam qual dos dois
 barramentos será o destino dos dados, mas isso
 por ora não tem importância
                                                 80
 Caso a operação fosse de escrita no registrador, o
 bit que iria para cada registrador corresponderia
 ao HE, e aquele que recebesse 1 seria sobrescrito
 Mas, e se quisermos simplesmente gravar o
 resultado no MBR, e não gravar em nenhum
 registrador?
 Para isso, precisamos de um 17º
 bit de controle (EnC, Enable C),
 ao barramento C, que impeça
 escrita em qualquer um dos 16
 registradores caso isso não seja
 desejado                                        81
 Os outros registradores (latches A e B, MAR e
 MBR) recebem, separadamente, também 2 bits de
 controle (HE e HS), exceto pelo MBR que recebe 4
 Os outros 2 bits do MBR são comandos de leitura
 e escrita na memória (chamaremos RD, leitura, e
 WR, escrita)
 Nossa ULA recebe 2 bits de controle para as 4
 operações que pode executar a partir de dados de
 entrada A e B: 00 para A + B, 01 para a operação
 lógica A AND B, 10 para simplesmente retornar
 A, e 11 para retornar o inverso de A
                                             82
 O deslocador também precisa receber 2 bits de
 controle (00 para não deslocar, 01 para deslocar à
 esquerda, 10 para deslocar à direita e 11 nada faz)
 Finalmente, o multiplexador recebe apenas um
 bit para controlar qual dos dois dados que ele
 recebe deve seguir (0 para seguir o valor de latch
 A e 1 para seguir o valor que veio de MBR)
 Na ordem, temos então 16 + 16 + 17 + 2 + 2 +2 +
 4 + 2 + 2 + 1 = 64
 À primeira vista, precisamos apenas de um
 registrador especial para controle, de 64 bits, com
 um bit para cada sinal
 Mas serão todos esses 64 bits realmente
 necessários?                                   83
 A verdade é que muito
 desses bits podem ser
 dispensados



 Fazendo uma análise mais cuidadosa dos
 controles de cada componente, veremos por que
 muitos desses sinais são desnecessários
 Mas, antes disso, vamos introduzir uma nova
 componente que será necessária para nos
 livrarmos de alguns bits
                                            84
 Decodificador
   Dispositivo que, para a nossa abordagem,
   receberá um número binário de 4 bits e, com ele,
   liberará 16 bits onde o bit na posição i será 1 e os
   outros, 0
   OBS: i é o valor na base 10 do binário original.
   Note que i está entre 0 e 15
   Exemplo: se o decodificador recebe o binário
   0011 (=3), a saída será 00000000000010003 2 1 0

   Representação:

                    DEC


                                                          85
 Afinal, qual a grande utilidade do decodificador?
 Pense: se com apenas 4 bits, podemos
 representar até o número 15, então é possível
 especificar em 4 bits qual o registrador a ser
 selecionado
 Adicionando decodificadores para A, B e C,
 passamos a conta de 16 + 16 + 17 bits
 para 4 + 4 + 5, já que o bit EnC
 permanece
 Pois é, já economizamos 36 bits
 de controle
                                                86
 Os latches A e B são registradores que não precisam
 de controle na saída. Precisam apenas controlar os
 dados que entram, que vão sobrescrever as
 informações que eles guardavam até então
 A saída dos latches pode ficar sempre liberada, já que
 a função deles é simplesmente salvar valores e não
 deixar que outras informações de um barramento
 passem por cima deles
   HE




   HS                                               87
 Para a nossa abordagem, o MAR também precisa
 de controle apenas na entrada, para controlar os
 endereços que nele entram e que serão então
 enviados para a memória automaticamente
 O mesmo serve para o MBR. Apenas um bit de
 controle é necessário, que é enviado para a saída
 do MBR, controlando se a informação nele contida
 irá ou não para a memória
 As operações de leitura e escrita na memória
 continuam sendo comandadas pelos bits RD e WR
 descritos anteriormente
                                              88
 Ótimo, precisávamos de um registrador de 64 bits
 para controle, e agora conseguimos reduzir este
 tamanho para 24
 Superficialmente, o que nós temos até então é:

  Memória                         Processador
  principal
                   endereços     MAR
                                                     Controle
                                                     (24 bits)
                     dados
                                 MBR
                    controle
                    (leit/esc)
                                                             N1



              N2                                N0
                                                                  89
 Podemos imaginar N0 como um pobre estagiário,
 que trabalha e executa ordens
 O controle, N1, seria o chefe, quem dá as ordens,
 através da busca das instruções e dos recursos
 presentes na memória principal
 Aos poucos, iremos desvendar
 o que está por trás da nuvem
 no slide anterior


                                                90
A

 E nosso proces-                  16                                      4

                                                                           4
                                                                                                      Controle
                                                             B
  sador ficou assim:                    16
                                                                       4
                                                                                                           bits
                                                             C
                                             17
                                                                                                            0
                                                                               1
                                                                                                            1
                                                                   Barramento B                             2
                                              Barramento A                         1
                                                                                                            3
                         16                                                                                 4
                   registradores
                                                                                               1            .
    Barramento C
                                                  LA                LB
                                                                                                            .
                                                                                   1
                                                                                                            .
                                                  AMUX
                                                                                       1
                                                                                                            .
                                                                                                            .
                                                                                           2                .
 MAR                                                                                                        .
                                                                                                            .
                                                             ULA                                            .
                                                                                   1
 MBR                                                                                                        .
                                                                                                            23
                                                                                       2

                                                             DES
                                                                                       2
                                                                                                            91
                                                                                                   RD/WR
 Vamos dessa vez utilizar como exemplo a instrução
 R1 ← R1 + R2, para ilustrar como ficam os bits de
 controle durante o processo

    A   B   C   EnC   AMUX   ULA   RD WR   MAR MBR   DES   LA LB




                                                              92
 Chamaremos o momento inicial de t₀
 Os registradores R1 e R2 ficam nas posições 3 e 4,
 respectivamente, lembrando que o primeiro
 registrador, PC, fica na posição 0. O valor em R1
 será jogado no barramento A, e o valor de R2 no
 barramento B; logo, A = 0011 e B = 0100
 O resultado será armazenado em R1, então o
 controle do barramento C deve também ser 0011


                                                93
 Obviamente, no início do processo ainda não
 podemos gravar nada no destino, então EnC tem
 de estar “desativado”
 Neste momento, não há problemas em
 especificar qual dos 2 dados (vindos do MBR ou
 do latch A) o AMUX irá direcionar para a ULA.
 Sabemos que serão dados vindos de latch A, então
 o bit de controle para AMUX será 0
 Já vimos que a combinação do controle para que
 a ULA opere uma soma é 00

                                             94
 Nada está sendo lido ou escrito na memória (RD =
 0 e WR = 0)
 MAR não receberá nenhum endereço de
 memória
 MBR também não está realizando nenhuma
 atividade em t₀
 Também já vimos que a combinação que faz com
 que o deslocador retorne a própria entrada é 00
 As entradas dos latches A e B devem estar
 desabilitadas, pois as informações ainda não
 foram transferidas para os barramentos A e B
                                              95
 Temos então, no momento t₀:

     A     B    C     EnC   AMUX   ULA   RD WR   MAR MBR    DES   LA LB

t₀   0011 0100 0011    0     0     00    0   0    0   000   00    0    0




                                                                      96
 Após um tempo para busca dos dados, tь, os
 únicos controles que se modificam são aqueles
 dos latches
 Isso porque, agora que os dados já foram jogados
 aos barramentos, os latches precisam recebê-
 los, quando estáveis, para que sejam transferidos
 à ULA
 Vamos considerar t₁ = t₀ + tь


                                               97
 Temos então, no momento t₁ :

     A     B    C     EnC   AMUX   ULA   RD WR   MAR MBR    DES   LA LB

t₀   0011 0100 0011    0     0     00    0   0    0   000   00    0    0


t₁   0011 0100 0011    0     0     00    0   0    0   000   00    1    1




                                                                      98
 Após um tempo de execução, tє, os latches
 precisam voltar a ser 0, para que nada presente
 nos barramentos A e B sobrescreva os dados
 armazenados nos latches, já que não sabemos se
 eles virão a ser ainda necessários para a ULA
 futuramente
 Além disso, se queremos gravar o resultado de
 volta em R1, EnC precisa agora passar a ser 1
 O resto permanece inalterado
 Agora consideremos t₂ = t₀ + tь + tє

                                              99
 Temos então, no momento t₂ :

     A     B    C     EnC   AMUX   ULA   RD WR   MAR MBR    DES   LA LB

t₀   0011 0100 0011    0     0     00    0   0    0   000   00    0     0


t₁   0011 0100 0011    0     0     00    0   0    0   000   00    1     1


t₂   0011 0100 0011    1     0     00    0   0    0   000   00    0     0




                                                                      100
 Mas então, é necessário ler toda a sequência de
 bits de controle 3 vezes para uma simples
 operação de soma?
 Vimos pela tabela que pouca coisa se altera
 durante o tempo que decorre desde a leitura dos
 dados nos registradores até o armazenamento do
 resultado em um deles
 Então, deve haver uma maneira mais
 inteligente e menos custosa de
 executar instruções. Afinal,
 tempo é sempre precioso
                                              101
 Relógio (clock)
   Este é outro dispositivo importante, que emite
   uma sequência de pulsos periódicos que
   controlam alguns circuitos da máquina
   Se os pulsos são periódicos, quer dizer que
   possuem uma determinada frequência
   O período de cada pulsação define o ciclo da
   máquina
   A máquina realiza um conjunto de atividades
   durante um ciclo
   Representação:


                                     Ciclo
                       Marcador de                   102
                       frequência
 Agora, podemos conservar todos os bits que se
 mantiveram inalterados na tabela, deixando por
 conta do relógio as alterações necessárias
 Por exemplo, sabemos que o bit EnC está
 diretamente relacionado ao bit HE dos
 registradores
 Os pulsos enviados pelo clock definem então o
 momento exato em que a entrada do registrador
 deve ser habilitada, caso se deseje armazenar o
 resultado de algum cálculo em um registrador
 Isto pode ser feito através de um circuito bastante
 simples:       CK
                                HE
               EnC
                                                103
 Com isso, já temos tudo de que precisamos para
 começar a ver o que está por dentro da nuvem
 que havia em N1
 Em outras palavras, vamos agora entender como
 funciona toda a máquina de controle do
 processador e como ela executa o microprograma
 Microprogramas são sequências de instruções
 (em binário, evidentemente) que controlam o
 funcionamento de cada componente em N0
 Cada instrução de um microprograma é
 executada em um ciclo
                                            104
 O processamento de uma microinstrução se
 resume a:
   Busca da instrução
   Identificação da instrução
   “Execução”, entre aspas porque engloba na verdade:
      Busca dos operandos
      Operação
      Armazenamento do resultado
 Temos então 5 atividades que são realizadas pelo
 processador durante um ciclo

                                                   105
 Dentre as 5 atividades listadas, o tempo
 necessário para a segunda (identificação de uma
 instrução) será quase nulo na nossa abordagem
 Isto porque teremos na nossa arquitetura de
 controle (N1) um registrador especial chamado
 MIR (MicroInstruction Register), para onde cada
 microinstrução será carregada
 O MIR já “entende” o significado dos bits de uma
 instrução de acordo com a posição de cada um

                       MIR


                                               106
 Visto isso, o relógio que utilizaremos poderá ser
 dividido em 4 subciclos:


                Atraso


                 Atraso


                   Atraso

                              1 ciclo
                                        1 subciclo


 O relógio terá 4 saídas, das quais 3 possuem
 atrasos. Isso faz com que sejam gerados pulsos em
 momentos diferentes para cada saída
 Cada uma dessas saídas consiste em um subciclo,
 como vemos na representação acima                   107
 Teremos também em N1 uma memória, chamada
 memória de controle, onde são armazenadas e de
 onde serão lidas as microinstruções
 Nossa memória de controle poderá armazenar, no
 máximo, 256 instruções, cada uma com 32 bits
 Se é no MIR onde cada instrução será carregada,
 concluímos que a largura do MIR será de 32 bits
                   Memória de Controle


                              Carrega instrução


                         MIR

                                                  108
 Toda memória precisa estar ligada a um MAR e
 um MBR, e com a memória de controle não é
 diferente
 Portanto, vamos adicionar um registrador MAR,
 que chamaremos de MPC (MicroProgram
 Counter), cuja função é encontrar a próxima
 instrução do microprograma a ir para o MIR
                             Recebe endereço da próxima instrução


                         MPC
                             Envia endereço da próxima instrução



                   Memória de Controle




                         MIR                                        109
 O MBR da memória de controle
 já está em N1...
   ...é o próprio MIR!



 Mas precisamos voltar a falar do MPC. De onde
 ele recebe a próxima microinstrução?
 Podemos supor que as instruções são executadas
 sequencialmente. Neste caso, basta incrementar o
 endereço atual, e teremos o endereço da próxima
 Precisamos então de uma componente simples,
 mas que ainda não tínhamos visto
                                             110
 Incrementador
   Circuito relativamente simples de poucas portas
   lógicas que, como o nome já diz, recebe um
   número binário como entrada e retorna o seu
   sucessor
   O número binário de entrada, no incrementador
   que usaremos no nosso exemplo, será composto
   por 8 bits
   Representação:

                        INC



                                                  111
 Temos até agora:


               INC          MPC


                      Memória de Controle




                            MIR



 Visivelmente, temos um problema
 MPC precisa ser controlado para
 não ficar o tempo todo selecio-
 nando endereços na memória!                112
 Vamos inserir agora o relógio, que será uma
 componente fundamental para todo o
 processador, tanto em N0 quanto em N1
 Por enquanto, não falaremos da atuação do
 relógio em N0, e já podemos ligá-lo a duas das
 componentes de N1 que temos até agora:

                              I
                      1       N       MPC
                              C
                      2
          Atraso                    Memória de
                                     Controle
                      3
           Atraso


             Atraso
                      4               MIR


                                                  113
 Fazendo isso, permitimos que uma instrução seja
 carregada da memória para o MIR apenas no
 início do ciclo (subciclo 1), que é quando a
 instrução começará a ser processada
 Além disso, permitimos que a próxima instrução
 seja selecionada na memória pelo MPC apenas ao
 final de um ciclo (subciclo 4), para que seja
 recebida pelo MIR no início do ciclo seguinte
 Note que o MIR estará desabilitado e não irá
 mudar durante os subciclos 2, 3 e 4. O mesmo vale
 para o MPC durante os subciclos 1, 2 e 3
                                              114
 Nosso nível N1 está quase concluído, mas
 precisamos estudar o interior do MIR antes de
 continuar
 Você certamente achou estranho quando
 dissemos que o MIR entende a função de cada bit
 de uma instrução apenas pela posição. Observe:

                         MIR
  A      U   D   M   M            E
  M                       R   W
  U      L   E   B   A            n   C   B   A
                          D   R
  X      A   S   R   R            C



                                                  115
 No MIR, os bits da instrução que ele recebe se
 encaixam em cada uma das partes da figura
 Cada divisão do MIR serve para especificar o destino
 em N0 de cada bit. Por exemplo: o bit mais à esquerda
 será o controle de AMUX; do bloco DES saem os dois
 bits de controle para o deslocador; e assim por diante
 Não são mais necessários bits de controle para os
 latches. Já que eles possuem um momento certo para
 serem ativados e este é o mesmo em todos os ciclos,
 podemos deixar os latches por conta do relógio
 Para continuar a montagem do interpretador de
 microinstruções, precisamos primeiramente do que
 está por trás de                                 116
 Alguns slides atrás, fizemos uma suposição de que as
 instruções do microprograma seriam processadas
 sequencialmente. Porém, nem sempre isso acontece
 É comum que ocorram desvios de endereços durante
 o processamento, e por isso precisamos reservar bits
 em uma instrução que especifiquem o endereço da
 próxima, para quando for necessário que esse desvio
 ocorra
 Já podemos substituir      por ADDR, conjunto de bits
 que representam cada endereço da memória de
 controle
 Se nossa memória de controle armazena até 256
 instruções (= 2⁸), ADDR deve ser composto por 8 bits
 para poder representar todos os endereços
                                                  117
I
                     1      N           MPC
                            C
                     2
         Atraso                     Memória de
                                     Controle
                     3
          Atraso
                                                  A

                     4          .   .   .     .   D
                                                  D
            Atraso                                R




 Ops, o problema do conflito de novo
 Ainda se lembra da solução?

                                                      118
MMUX


                            I
                     1      N            MPC
                            C
                     2
         Atraso                      Memória de
                                      Controle
                     3
          Atraso
                                                   A

                     4          .    .    .    .   D
                                                   D
            Atraso                                 R




 Basta adicionar um multiplexador
 Chamaremos este de MMUX

                                                       119
 É bastante comum que esses desvios de
 endereços sejam condicionais
 Por exemplo, voltar ao primeiro endereço da
 memória de controle se uma condição X for
 satisfeita. Senão, selecionar o endereço seguinte
 Isto nos leva a revelar o que há por trás de  no
 nosso MIR: um par de bits, o qual chamaremos de
 COND, que determina se ocorrerá desvio ou se o
 endereço da próxima instrução será simplesmente
 o endereço atual + 1
 Se você entendeu isso, então você pode concluir
 que COND será o controle de MMUX. Ou pelo
 menos parte dele, como veremos mais adiante  120
 Lógica de microssequenciamento
   Diferente de todos os circuitos que apresentamos
   até aqui, este foi projetado para uma única
   situação, bem específica
   Ele recebe da ULA informações sobre o resultado de
   uma operação: um sinal N que diz se foi negativo e
   um sinal Z que diz se foi igual a 0
   Recebe também o par de bits COND do MIR
   Enfim, sabendo se o resultado da operação foi
   positivo, nulo ou negativo e sabendo a condição de
   desvio da microinstrução atual, podemos indicar se o
   endereço da próxima microinstrução será
   simplesmente o atual + 1 ou algum outro
                                                   121
 Lógica de microssequenciamento
   Talvez seja uma explicação confusa. Podemos clareá-
   la com um exemplo prático:
                 x = 5;
                 if (x > 0)
                      return x;
   Por que o trecho de programa acima é válido?
   Temos todas as informações necessárias para decidir
   se x será ou não retornado: sabemos qual a condição
   para retornar x, e sabemos se x satisfaz a condição
   (se x é 5, então x é maior que 0)
   A saída será o bit de controle para o nosso MMUX
   Representação:
                        LMS
                                                  122
 Temos enfim:                                         MUX

                                      I
                            1         N                 MPC
                                      C
                            2
          Atraso                                      Memória de
                                                       Controle
                            3
           Atraso
                                          A   C                    A
                                                  U


             Atraso
                            4
                                          M
                                          U
                                          X
                                              O
                                              N
                                              D
                                                  L
                                                  A   . . . . .    D
                                                                   D
                                                                   R




                                LMS
N1

N0




                    ULA
                      Z N


                                                                       123
 Agora, convencionando os significados dos bits
 COND:
   00 = não desviar; a próxima instrução estará no endereço
   seguinte na sequência de instruções
   01 = desviar para o endereço em ADDR se N = 1, isto é, se
   o resultado da operação realizada pela ULA for negativo
   10 = desviar para o endereço em ADDR se Z = 1, isto é, se o
   resultado for 0
   11 = desviar independente do resultado da ULA
 O sinal de controle de MMUX é resultado de
 R.N + L.Z + L.R (L é o bit à esquerda, e R é o bit à
 direita no par COND)
 Relembrando: ‘+’ é o operador lógico OR e ‘ . ’ é AND
                                                         124
 Nosso processador completo, incluindo N0 e N1, fica assim:




                      Figura retirada e adaptada do livro Organização Estruturada de   125
                             Computadores, de Andrew S. Tanenbaum (p. 140)
 Para concluir, falta apenas falar sobre as ligações do
 relógio com as componentes de N0, que ainda não
 havíamos visto
 Para isto, vamos supor um microprograma qualquer
 que interpreta a soma de x + y, que foi executada com
 x recebendo o valor 3 e y recebendo o valor 5
 Para simplificar o exemplo, escolheremos o ciclo em
 que a soma será efetuada. Isto significa que as
 constantes 3 e 5 já foram buscadas na memória e
 armazenadas nos registradores (suponhamos R1 e
 R2), e está pré-determinado que o resultado será
 armazenado em R3
 Assim, a microinstrução deste ciclo será r3 := r1 + r2
 (o símbolo “:=“ denota atribuição)
                                                   126
 Para conseguir passar esta microinstrução para
 sua forma real (binária), vamos relembrar as
 divisões do MIR:
 Depois, vamos analisar quais os bits de controle
 necessários para cada um desses campos e, dessa
 forma, teremos nossa instrução em bits



                                                 A
 A   C   U   D   M   M           E
 M   O                   R   W                   D
 U   N   L   E   B   A           n   C   B   A
                         D   R                   D
 X   D   A   S   R   R           C
                                                 R



                                                     127
 Sabemos que ambos os operandos virão dos
 latches, já que não buscamos nada do MBR. Para
 que AMUX direcione à ULA a informação contida
 no latch A, o controle deve ser 0
 Não há desvios nesta instrução, então COND = 00
 A operação é de soma. Esta operação é realizada
 pela ULA quando o controle é igual a 00


                                                   A
 A   C    U    D   M   M           E
 M   O                     R   W                   D
 U   N    L    E   B   A           n   C   B   A
                           D   R                   D
 X   D    A    S   R   R           C
                                                   R

 0   00   00
                                                       128
 Nada será feito além da soma, então o controle
 do deslocador precisa ser 00 para que sua saída
 seja igual à entrada
 Nada sairá de MBR para a memória ou vice-versa
 O campo MAR também será 0 já que não enviará
 nenhum endereço para a memória principal



                                                    A
 A   C    U    D    M   M           E
 M   O                      R   W                   D
 U   N    L    E    B   A           n   C   B   A
                            D   R                   D
 X   D    A    S    R   R           C
                                                    R

 0   00   00   00   0   0
                                                        129
 Nada será lido da memória neste ciclo (RD = 0)...
 ...nem escrito (WR = 0)
 O bit EnC deve ser 1 porque neste ciclo haverá
 armazenamento de um valor (o resultado da soma
 está sendo atribuído a R3 na microinstrução).
 Evidentemente, o relógio irá ditar o momento
 certo do armazenamento

                                                    A
 A   C    U    D    M   M           E
 M   O                      R   W                   D
 U   N    L    E    B   A           n   C   B   A
                            D   R                   D
 X   D    A    S    R   R           C
                                                    R

 0   00   00   00   0   0   0   0   1
                                                        130
PC         0

 Lembra-se dos nossos registradores?                        IR         1

                                                             AC         2

 Começando da posição 0, R1, que                             .
                                                             R1         3

                                                              .
                                                             R2         4
 contém o primeiro operando, está na                          .
                                                             R3         5

                                                              .
 posição 3. Logo, A = 0011 (3 na base 2)                      .
 R2, que contém o segundo operando,                          .
                                                              .
 está na posição 4. Logo, B = 0100
 Enfim, R3, destino do resultado, está na posição
 5. Logo, C = 0101
                                                             A
 A   C    U    D    M   M           E
 M   O                      R   W                            D
 U   N    L    E    B   A           n    C      B      A
                            D   R                            D
 X   D    A    S    R   R           C
                                                             R

 0   00   00   00   0   0   0   0   1   0101   0100   0011
                                                                  131
 Agora só nos resta o campo ADDR. Nossa
 microinstrução contém uma simples soma, sem
 desvio de endereços. Então, podemos atribuir
 qualquer valor para ADDR, já que ele será
 ignorado. Sendo assim, vamos optar por todos os
 bits sendo 0
 Enfim, nossa microinstrução na forma binária é:
 00000000000101010100001100000000

                                                                A
 A   C    U    D    M   M           E
 M   O                      R   W                               D
 U   N    L    E    B   A           n    C      B      A
                            D   R                               D
 X   D    A    S    R   R           C
                                                                R

 0   00   00   00   0   0   0   0   1   0101   0100   0011   00000000
                                                                    132
 Agora, podemos começar a processar a instrução
 No subciclo 1, o relógio ativa apenas o MIR,
 porque estamos ainda na etapa da busca da
 instrução
 Vimos que a instrução é automaticamente
 identificada no MIR e não leva praticamente
 tempo algum. Consideramos então que a
 identificação também ocorre no subciclo 1
                                                             Memória de Controle

0   00   00   00   0   0   0   0   1   0101   0100   0011   00000000
                                   .
                                   .
                                   .
                                   .
                                   .




                                                                             MIR
                                                                       133
 No subciclo 2, os bits dos campos A e B do MIR
 serão enviados aos decodificadores, para habilitar
 as saídas dos registradores R1 e R2
 Com isso, os valores 3 e 5 são jogados aos
 barramentos A e B, respectivamente
 Neste subciclo, o relógio ativa os latches, para
 que possam receber esses valores
 Retomaremos a figura do livro Organização
 Estruturada de Computadores para mostrar o
 caminho dos dados durante este subciclo

                                               134
3   5




        135
 O subciclo 3 é o intervalo em que ULA e
 deslocador irão operar sobre os dados recebidos
 Aqui seria também o momento certo para que o
 MAR fosse carregado, se fosse necessário. Mas a
 microinstrução deste ciclo não envolve essa
 necessidade, e por isso tivemos o bit 0 na parte do
 MIR destinada ao MAR


                      5+3       00 (soma)
                         8
                       ---      00 (saída = entrada)
                                                       136
                          8
 E finalmente, é no subciclo 4 em que ocorre o
 armazenamento do resultado em um dos nossos 16
 registradores, quando a instrução assim determina
 Nossa microinstrução r3 := r1 + r2 atribui o resultado
 da soma a R3, o que significa que temos, sim, que
 armazenar dados em um dos 16 durante este ciclo
 O valor 8, neste instante, está no barramento C
 Já vimos que EnC é 1 durante todo o ciclo, pois é um
 dos sinais de controle fornecidos pelo MIR. Cabe ao
 relógio habilitar a entrada de R3 no momento
 certo, que é o subciclo 4 para qualquer
 microinstrução
 Agora que 8 está em R3, podemos começar um novo
                                                    137
 ciclo com uma nova microinstrução, caso ela exista
 Podemos dividir o nosso MIR em 2 conceitos:
                                                                 A
  A    C     U     D    M M              E
  M    O                        R   W                            D
  U    N     L     E    B A              n   C   B       A
                                D   R                            D
  X    D     A     S    R R              C
                                                                 R



                  OPCODE                             Operandos
  (determina a operação da microinstrução)


 ADDR é formado por 8 bits, e A, B e C por mais 4
 cada. Ou seja, 20 bits compõem os operandos
 Os outros 12 do MIR compõem então o código da
 operação. Isto quer dizer que temos 2¹² (= 4096)
 possíveis instruções diferentes
                                                                     138
 Porém, queremos economizar
 novamente. Será que é possível?
 Com uma análise mais cuidadosa,
 veremos que podemos reduzir de
 4096 para 2048 possibilidades
                        Para iniciar nossa “eco-
                        nomia”, precisamos ter
                        em mente que alguns
                        pares de bits do MIR não
                        admitem todas as 4
                        combinações (00, 01, 10
                        e 11)                139
 Mais especificamente, o par de bits RD e WR não
 admite a combinação 11, já que é impossível que
 aconteçam simultaneamente operações de leitura
 e escrita na memória
 Vamos raciocinar: tínhamos 2¹² possibilidades
 0 ou 1

              2   2   2   2   2   2   2       2     2   2   2   2
          =   2x2x2x2x2x2x2x2x2x2x2x2     =   2¹²


 Quantas possibilidades teríamos se o par RD/WR
 apenas admitisse a combinação 11, isto é, se RD
 fosse sempre 1 e WR fosse sempre 1?
              2   2   2   2   2   2   2       2     2   1   1   2
          =   2x2x2x2x2x2x2x2x2x1x1x2     =   2¹⁰
                                                                    140
 Daí, temos que o nosso total de possibilidades
 agora é 2¹² - 2;:, isto é, 4096 - 1024 = 3072
 Podemos usar um raciocínio análogo para o
 deslocador, que nunca receberá a combinação 11
 Teremos 3072 - 1024 = 2048 microinstruções
 Assim, já reduzimos as possibilidades de
 instruções pela metade. Poderíamos levar em
 conta outras restrições, mas chega de ser pão
 duro e vamos voltar ao que interessa

                                             141
Pilhas
 Você já deve saber que uma pilha
 é uma estrutura de dados que
 consiste em um amontoado de valo-
 res (empilhados, daí o nome)
 Pilhas serão importantes na execução
 de programas. Veremos a seguir como
 elas são utilizadas

                                         142
 Toda pilha possui duas operações básicas: PUSH, que
 consiste em adicionar um valor
 na pilha; e POP, que retira da pilha o
 valor presente no topo
 Para a nossa arquitetura, pilhas serão
 blocos contíguos presentes na memó-
 ria principal que conterão dados a serem
 processados, com um ponteiro SP (Stack Pointer) que
 indicará o endereço onde está o topo da pilha
 À medida que descemos pela memória, os endereços
 aumentam. Ou seja, sempre que adicionarmos um
 valor na pilha (PUSH), o ponteiro SP apontará para o
 endereço atual – 1, um endereço acima
 O contrário acontece para a operação POP       143
 A pilha do exemplo a seguir começa no endereço
 1000 da memória, e seu topo está em 996
                  .
                  .
                  .
                  .
                  .
                  .

          996     9
          997     4
                  7
                              SP
          998
          999     2

          1000    5


                  .
                  .
                  .
                  .
                  .

                                             144
 Fazendo PUSH 3, o valor 3 será acrescentado na
 pilha, e o topo será o endereço 996 – 1 = 995
                  .
                  .
                  .
                  .
                  .
                  .
           995    3

           996    9
           997    4
                  7
                               SP
           998
           999    2

          1000    5


                  .
                  .
                  .
                  .
                  .

                                              145
 Por outro lado, se tivéssemos feito POP, sairia o valor 9
  que está no topo da pilha e o novo topo estaria em 996
  + 1 = 997
                      .
                      .
                      .
                      .
                      .
                      .

             996      9
             997      4
                      7
                                     SP
             998
             999      2

            1000      5


                      .
                      .
                      .
                      .
                      .

                                                       146
 Algumas linguagens de programação são
 organizadas em blocos (escopos)
 Em Java, por exemplo, o escopo de uma classe
 são todos os procedimentos existentes naquela
 classe, e no escopo de cada procedimento existem
 todas as operações realizadas por ele, inclusive
 eventuais chamadas a outros procedimentos




                                             147
 Para essas linguagens, é interessante utilizar
 pilhas durante a execução de um programa para
 liberar o espaço ocupado pelas variáveis locais de
 um procedimento, quando ele é finalizado
 Variáveis locais são variáveis utilizadas e
 conhecidas exclusivamente nos procedimentos
 onde foram inicializadas, e no nível de
 macroprogramação são geralmente carregadas
 nas pilhas
 Já as variáveis globais são variáveis conhecidas
 em todo o programa e a princípio estão presentes
 em endereços da memória que não fazem parte
 da pilha de um procedimento em particular     148
 Além das operações PUSH e POP, outra operação
 útil para pilhas é mover arbitrariamente o
 ponteiro SP, sem inserir dados inicialmente
 Isto é útil para quando a execução entrar em um
 procedimento que utilizará variáveis locais, de
 maneira que SP será decrementado (topo subirá)
 para reservar espaço para essas variáveis
 Em Pascal, isso fica fácil de ser visto, já que as
 variáveis locais são inicializadas antes da palavra
 begin, que indica o começo do procedimento
 O exemplo a seguir mostra o começo do método
 de ordenação BubbleSort, em Pascal
                                                 149
procedure BubbleSort(var A: ArrayType);
                 var i, j: integer;
                 begin
                 .
                 .
                 .



 Repare que as variáveis i e j são inicializadas. Em
 seguida, a palavra begin indica o começo das
 operações do procedimento – é neste ponto onde
 SP é decrementado em 2
 A pilha agora ocupa mais 2 espaços: os espaços
 de i e j, que eventualmente receberão valores
 durante a execução do procedimento
 E se o topo da pilha atingir endereços que já
 estão sendo usados pelo programa?                   150
 Familiar?




 Agora vamos supor uma função, também em
 Pascal, que recebe duas entradas e retorna como
 resultado o produto entre elas
 Perceba como fica sua pilha de execução
                                             151
function produto(a, b: integer): integer;
      var p, j: integer;
      begin
            if (a = 0) or (b = 0) then
                   produto := 0
            else
                   begin
                   p := 0;
                   for j := 1 to a do
                          p := p + b;
                   produto := p;
                   end
      end;


        j          Ao final desta linha, precisamosvariáveis
                    Quando a função termina, os espaços das de 2
        p        locais são liberados. Em outras palavras, SP é um
                    espaços para as variáveis a e b, mais
SP   end. ret.       Já aopara o endereço de retorno, de
                 incrementado em 2, voltando a ser o endereço de
                    espaço final desta linha, a execução estava
                                                   precisamos de
                 retorno. Este endereço dirá onde
                    mais 2que a as variáveis locais p e j
        b
                    modo paraafunção saberáepara onde a
                 quando chamou função produto, ela continuará
        a                                                        152
                 partir daquele ponto terminar
                    retornar quando
 Com apenas estas descrições, fica a
 impressão de que a função foi inútil,
 já que a pilha guardou apenas seus
 valores de entrada e manipulou as variáveis locais
 Mas é óbvio que isto não é verdade. De que
 maneira então foram usadas as variáveis
 a e b para chegar até o resultado final,
 e onde ele foi parar?
 Todos os resultados de operações intermediárias
 foram sendo armazenados no nosso registrador
 AC (Accumulator). O mesmo vale para o resultado
 final da função, que pode ser apenas um valor
 intermediário para o resto do programa        153
 O endereço de retorno está relacionado a outro
 registrador, o Program Counter
 Quando a função produto termina, o endereço de
 retorno é desempilhado e salvo em PC
 Caso você não se lembre, AC e PC são dois dos
 nossos 16 registradores conectados aos
 barramentos A, B e C em N0
 Isso nos dá bagagem suficiente para falar sobre o
 nível de macroprogramação

                                               154
Macroprogramação
 Vimos que existem milhares de possibilidades de
 microinstruções diferentes
 Surge a necessidade de haver instruções em um
 nível mais alto, para consequentemente reduzir o
 conjunto de instruções de forma significativa
 Veremos no slide seguinte uma tabela, mais uma
 vez do livro Organização Estruturada de
 Computadores, com todas as macroinstruções da
 nossa máquina e suas descrições
 Repare como diminuímos de mais de 2 mil para
 menos de 25 instruções                      155
156
 Antes de entender melhor a tabela, é importante
 ressaltar que seus bits não devem nunca ser
 confundidos com os bits das microinstruções! Até
 porque microinstruções são formadas por 32 bits,
 enquanto as macro possuem 16 apenas
 Dito isto, perceba que da 1ª até a 15ª instrução,
 nunca se repete uma combinação para os 4
 primeiros bits. Isto quer dizer que é possível
 identificar instruções que não comecem por 1111
 apenas pelos 4 primeiros bits
 Porém, quando a instrução começa por 1111, é
 necessário analisar os bits seguintes
                                               157
 Diferentemente das microinstruções, que tinham
 um número fixo para OPCODE e outro para os
 operandos, a parte de OPCODE varia nas macro
 A instrução LODD, por exemplo, possui 4 bits de
 operação, 0000, enquanto todos os outros
 representam seu operando. Já as instruções que
 começam por 1111 precisam de mais bits OPCODE
 para que possam ser diferenciadas entre si




                                             158
 Para ilustrar como é feita a identificação das
 macroinstruções, precisamos primeiro tornar
 aqueles nossos 16 registradores um pouco mais
 complexos
 Além de PC, IR e AC, precisamos de mais
 registradores com funções especiais para que seja
 possível implementar um microprograma que
 interprete nossas macroinstruções corretamente
 Mais uma vez, trabalharemos em cima de uma
 figura do livro Organizações Estruturadas de
 Computadores, que mostra os registradores
 adequadamente nomeados
                                              159
 O registrador SP armazena o endereço do
  topo da pilha
 TIR armazena uma cópia temporária da
  macroinstrução que está sendo executada, ou
  seja, uma cópia de IR. É usado para
  decodificar o OPCODE
 Os 3 registradores que seguem contém as
  constantes 0, +1 e -1
 AMASK contém a chamada máscara de
  endereços e é usado para separar bits
  OPCODE dos bits de endereço, através da
  operação AND do seu conteúdo com a
  macroinstrução da qual se quer separar os
  bits
 SMASK é útil nas instruções INSP e DESP, que
  contém 8 bits de operandos, pois a operação
  AND de seu conteúdo com a macroinstrução
  isolará esses 8 bits
 Os demais registradores permanecem sem
                                        160
  funções específicas
 É preciso convencionar os nomes de algumas
  operações feitas em microinstruções
 Para as operações da ULA, utilizaremos a + b para
  soma, band(a, b) para AND, a para retornar a própria
  entrada e inv(a) para retornar o inverso do primeiro
  operando
 Para operações do deslocador: lshift(a) desloca a
  entrada 1 bit para a esquerda, e rshift(a) faz o oposto
 Desvios condicionais serão representados por if b
  then goto addr, que significa: se o bit b for 1, vá para
  o endereço addr
 No nosso microprograma, b será N ou Z, os dois bits
  da ULA que indicam se o resultado foi menor que 0
  ou igual a 0, respectivamente                       161
 Veja a seguir quais valores cada conjunto de bits
 assume no MIR para os seguintes exemplos de
 microinstruções, em uma nova tabela do livro:




 Dito tudo isso, podemos ver um microprograma
 que interpreta macroinstruções                 162
163
 O microprograma começa com um loop principal,
 que só termina quando acabar o macroprograma, isto
 é, quando não mais houver macroinstruções a serem
 interpretadas
 Na linha 0, o MAR recebe o conteúdo de PC, que é o
 endereço da macroinstrução a ser interpretada.
 Também nesta linha, RD é ativado, para que a
 macroinstrução desejada comece a ser lida na
 memória a partir do endereço do MAR
 Na linha 1, o microprograma aproveita para
 incrementar o conteúdo de PC, já que isso alguma
 hora teria que acontecer. Se isto não fosse feito, a
 linha 1 seria desperdiçada, porque a macroinstrução
 ainda não chegou até o MBR. Pelo mesmo motivo, RD
 continua ativado, pois ainda estamos lendo a
 macroinstrução na memória                       164
 Na linha 2, a macroinstrução em MBR é salva em
 IR. Aqui ainda há tempo para testar o primeiro bit
 da instrução, da esquerda para a direita: se este
 não for 0, já sabemos que a macroinstrução não é
 nenhuma das 8 primeiras da nossa tabela, então
 podemos ir para a linha 28 e testar o segundo bit




                                               165
 Tanto na linha 28 quanto na linha 3, repare que o
 teste do desvio condicional é exatamente o
 mesmo: tir := lshift(ir + ir);
 Não é uma percepção trivial à primeira vista, mas
 o que acontece nesse teste é o deslocamento de
 dois bits à esquerda do conteúdo de IR
 Recordando, deslocar um bit à esquerda em um
 número binário é o mesmo que multiplicar o seu
 valor por 2. Fazer ir + ir é equivalente a fazer 2 * ir,
 ou seja, deslocar um bit à esquerda de ir. Fazer
 lshift(2 * ir) então é o mesmo que deslocar 2 bits
 Porém, lembre-se de que os testes são feitos
 sempre em função dos bits N e Z liberados pela
 ULA                                                166
 Vamos voltar a focar nas primeiras linhas do
 microprograma. Na linha 3 (tir := lshift(ir + ir); if n
 then goto 19;), a interpretação irá para a linha 19
 caso o bit N da saída da ULA seja 1
 Isto quer dizer que o teste é feito em cima da
 instrução vinda de IR deslocada um bit à
 esquerda, pois o segundo deslocamento à
 esquerda (feito por lshift) é feito somente no
 deslocador, e não mais na ULA
 Caso N tenha sido 0, passamos à linha 4
 (tir := lshift(tir); if n then goto 11;). Aqui, o
 registrador TIR receberá seu próprio conteúdo
 deslocado em um bit à esquerda                      167
 Só que este deslocamento é novamente feito por
 lshift, e opera em cima do próprio conteúdo de TIR.
 Isso significa que a ULA receberá tir como um dos
 operandos e retornará ele mesmo – lembrando que
 tir já é o conteúdo de IR deslocado 2 bits à esquerda,
 por causa do que aconteceu na linha 3
 Então, se na linha 3 testamos o segundo bit da
 instrução, na linha 4 testa-se o terceiro, e só depois
 desse teste o conteúdo de tir é novamente deslocado
 (lshift(tir))
 Na linha 5 (alu := tir; if n then goto 9;), alu é uma
 pseudovariável que representa que o conteúdo de TIR
 apenas passará pela ULA para que seja testado seu
 primeiro bit (4º da instrução original)          168
 Na linha 5, se o bit testado for 1, significa que o
 OPCODE da instrução é 0001, e STOD é a única
 macroinstrução cujo início é 0001. Por isso
 desviamos para a linha 9, linha onde STOD é
 executada em microinstruções
 Se o bit testado for 0, o OPCODE é 0000, então
 basta prosseguir para a linha seguinte, que é onde
 LODD é executada
 Esse processo teste-desvio-execução é a base do
 microprograma que interpreta macroinstruções
 Acompanhe a seguir um trecho, bastante simples,
 de um programa qualquer
                                                 169
se (i ≤ j) faça     // ‘i’ e ‘j’ são variáveis quaisquer
              m = a[i*2] // ‘a’ é um vetor e ‘m’ uma variável
                         // qualquer
     fim se


 Vamos expressar este algoritmo em nível de
 macroprogramação, e depois em microinstruções,
 para enfim nos despedirmos
 da nossa máquina-exemplo




                                                           170
 Serão realizadas 4 operações nesse algoritmo:         Macroprograma
     i ≤ j?
    i*2                                                  LODD j
     buscar valor em a[i * 2]                            SUBD i
     m := a[i * 2]                                       JNEG saida
 Testar se i ≤ j é o mesmo que testar se i - j ≤ 0
 Atenção: ‘i’ e ‘j’ são variáveis globais
 Com a instrução LODD passando j (entenda as
variáveis passadas no macroprograma como o
endereço onde essas variáveis estão, e não seus
respectivos valores), armazenamos no
registrador AC o valor contido no endereço            saida (continuação
passado                                                   do programa)
                                                                 .
 Precisamos agora subtrair do valor de i. Com a                 .
                                                                 .
instrução SUBD, o resultado já será armazenado                   .
em AC
 Hora de implementar o desvio condicional:
caso o conteúdo de AC seja negativo (j > i),
desviamos para o final do ‘se’ do algoritmo. Para
isso, criaremos um label “saida”                                     171
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  • 1. Arquiteturas de Computadore s informal Uma abordagem 1
  • 2. O que é um computador?  Computadores são ferramentas  Servem para resolver problemas 2
  • 3.  Qualquer sistema computacional possui 3 características em geral  Processamento  Memória (armazenamento)  Comunicação  Um celular, por exemplo, é um sistema computacional que possui como principal característica a comunicação 3
  • 4. Curiosidades  No Brasil, segundo o censo de 2010, há 190 milhões de habitantes  Segundo o Portal Teleco, site de informações sobre telecomunicações, dados de julho de 2011 mostram que há 220 milhões de celulares no país  Pois é, há mais celulares do que pessoas no Brasil. O mercado para profissionais de computação é imenso! 4
  • 5.  Uma ferramenta deve possuir objetividade (realizar sem restrições a tarefa para a qual ela foi criada)  Além disso, há 3 aspectos importantes que definem sua qualidade:  Desempenho (tempo de processamento)  Custo-benefício  Facilidade de uso 5
  • 6.  Você pode optar por uma memória de 2 GB a R$ 500,00 ou por uma de 4 GB a R$ 600,00. Qual é a melhor opção? 2 GB 4 GB 6
  • 7.  A resposta é: depende  Se a sua aplicação não necessitar de mais de 2 GB de memória, você estará gastando R$ 100,00 a mais que o necessário  Isto faz parte da questão do custo-benefício  No caso de carros e TVs, produtos novos e melhores são lançados a preços mais caros que os anteriores  Já produtos da indústria computacional tem preços iguais ou menores que os anteriores, e ainda assim são geralmente melhores (mais ágeis) 7
  • 8. Ok, mas chega de filosofar... Vamos à matéria de Arquiteturas de Computadores! 8
  • 9. Como funciona um computador?  Algoritmos implementados por um programa escrito em uma sequências linguagem de de instruções programação Programadores se comunicam com computadores através de uma linguagem de programação 9
  • 10.  Para haver comunicação, é necessário que haja uma linguagem em comum...  ...ou um tradutor 10
  • 11.  Linguagens em geral... Mais Mais complexa chinês português, simples inglês etc (computador (usuário entende) entende)  É necessária uma espécie de tradução das linguagens comuns para a linguagem binária, que é o que o computador “entende” de fato  Veremos a seguir que, na verdade, tradução é apenas parte do processo 11
  • 12.  A nível de Ling. de Prog. T N5 R software, temos: Alto Nível A Compilação D U Ç Lê o código e, usando Montagem N4 Ã as informações nele O contidas, manipula a memória. Montador Sistema N3 Operacional Interpretação Parcial Macroprogramação N2 Interpretação 12
  • 13.  A nível de hardware, Interpretação temos: Microprogramação N1 Aqui, há um número muito maior de instruções do que havia no início. Com isso, mais circuitos devem ser Só agora são executadas criados, aumentando o custo. as instruções Portanto, linguagem simples é necessária. Circuitos Digitais N0 13
  • 14. Tradução X Interpretação  O esquema das etapas de execução de um programa apresentado anteriormente não é uma generalização  Isto porque existem linguagens compiladas (utilizam tradução) e outras, interpretadas  A tradução é feita uma vez apenas. Já a interpretação é realizada cada vez que o programa é executado 14
  • 15.  Tradução: ________ ________ Execução ________ ✔ _________ ________ ✔ _________ ________ ✔ _________ ________ ✔ _________ ________ ✔ _________ ________ ✔ _________ ________ ✔ ________ . L2 . ________ . L1  Interpretação: _________ ✔ _________ ✔ _________ ✔ _________ ✔ _________ . _________ . Tempo de execução . L2 L1 15
  • 16.  Mas afinal, para que tantas etapas na execução de um programa?  O esquema abaixo mostra um dos problemas que ocorreriam caso as instruções das linguagens em alto nível fossem executadas sem todas essas etapas m C Pascal Cobol C++ ..... n Pentium 4 I7 Xeon AMD ..... 16
  • 17.  Note que, para cada linguagem diferente, seria necessária uma maneira diferente de fazer suas instruções serem executadas. Isso para cada processador  Para cada nova linguagem ou novo processador, já haveria uma nova necessidade para que o programa fosse executado  No total, teríamos m*n necessidades diferentes! 17
  • 18.  Todas aquelas etapas servem então para que, utilizando o conceito de divisão e conquista, os processadores não precisem “se preocupar” com linguagens, e vice-versa  As instruções complexas são reduzidas a instruções em uma linguagem simples, entendida por todos os processadores m C Pascal Cobol C++ ..... n Pentium 4 I7 Xeon AMD ..... 18
  • 19.  Agora, são apenas m+n maneiras diferentes de execução de programas  Intuitivamente, temos um custo maior por ter tantas etapas... mas não é bem assim. Dos níveis N5 até N3, o custo muitas vezes nem chega ao usuário, pois o software é compilado antes de chegar até ele  É importante ressaltar que uma instrução em L2 não pode nunca ser diretamente executada no nível N0.  Depois de N2, não ocorre mais tradução, apenas interpretação 19
  • 20.  Na interpretação, as instruções são apenas convertidas nas ordens em que serão executadas, o que acontece de N1 para N0 no esquema apresentado anteriormente  Relembrando: Macroprogramação L2 Interpretação Microprogramação L1 Execução Circuitos digitais Instruções  A seguir, uma melhor representação das etapas de um programa até que ele esteja em L2 20
  • 21. _____________ L5 _____________ _____________ _____________ Compilação _______ _______ _______ ....... + _______ _______ + _______ _______ + _______ _______ + ....... L4 Montagem 010010101101 001010101010 L3 -> L2 + L1 O programa em L3 tem 101011100110 também os endereços de ... memória envolvidos no processo 101101010101 L2 010100101101 ... 21
  • 22. Curiosidades  Em Delphi, é possível manipular o programa no nível de montagem. Com isso, pode-se ter uma noção maior de quanto tempo levará sua execução  Atualmente, no caso de dispositivos móveis, por exemplo, programa-se em alto nível e depois acessa- se o programa em nível de montagem, para que sejam reprogramadas apenas as partes “ruins” 22
  • 23.  Com o conceito de linguagens (L1, L2, L3 etc) apresentado, temos também o conceito de máquinas virtuais. Por exemplo: Macroprogramação Máquina L2 virtual L3 Microprogramação Máquina virtual L2 L1 Máquina física Circuitos digitais Instruções 23
  • 24.  Generalizando para o topo, temos: Linguagem de programação de alto nível L5 Compilação . . . . . . . Máquina . virtual à vista . do usuário . 24
  • 25. Abstração  Considere o seguinte esquema: C Pascal Java Compilador B Compilador C Compilador D Compilador A Windows Linux Política de compatibilidade da Intel: todas as instruções Processador Processador 1 2 entendidas por um Pentium 4 são entendidas também pelo I7 (mais avançado) 25
  • 26.  Vimos anteriormente que os compiladores A, B, C e D não são necessariamente diferentes, assim como os processadores  Porém, com processadores que não sejam da Intel, é possível que sejam necessários diferentes compiladores para cada situação  A linguagem Java, teoricamente, não possui restrições de plataforma  Veremos a seguir que ela utiliza uma espécie de disfarce... 26
  • 27. Através da abstração, a JVM (Java Virtual Machine) “esconde” as complexidades que envolvem as plataformas ______________ Java ______________ ______________ _________________ _________________ _________________ _________________ Java ByteCode JVM Máquina Virtual Java 27
  • 28. Hardware X Software  Considere o esquema abaixo: N5 COMPLEXIDADE N4 N3 N2 N1 N0 28
  • 29.  Mas, complexidade de...? Funcionalidade  Cabe ao arquiteto do sistema saber onde cada função deve ser implementada  Adição e multiplicação são sempre feitas em hardware, pois o desempenho é muito melhor. Mas então, por que não implementar tudo em hardware?  Custo é a resposta. Operações mais sofisticadas, se implementadas todas em hardware, aumentariam demais o custo (circuitos demais) 29
  • 30.  Não são poucos os circuitos necessários para implementar operações de soma e multiplicação em hardware. Agora imagine implementar um programa complexo inteiro usando apenas esses circuitos digitais!  Por outro lado, imagine também o gasto de tempo desnecessário que haveria se, para cada vez que precisássemos somar ou multiplicar, fosse neces- sário traduzir as instruções em software para hardware! 30
  • 31.  Outra desvantagem de hardware é: se ocorrer algum problema físico com as peças, como reparar?  Softwares são mais baratos e, caso haja algum erro, é muito mais fácil localizar e consertá-lo. Porém, como já foi citado, o desempenho é menor. 31
  • 32. Computadores: Visão geral Placa mãe endereços C A C Memória dados C A RAM Processador / H C leitura / escrita CPU E H E Hard Disk (HD) Central Processing Unit Disquete / Blu-ray Rede Wi-Fi Graphics Processing USB Unit GPU . 32 Fonte
  • 33.  Vamos começar falando superficialmente sobre o processador  Sua função é executar programas armazenados na memória principal, buscando instruções, identificando e executando as mesmas uma após a outra  Unidade de controle (UC): É responsável pela busca das instruções na memória principal e pelas suas identificações  Unidade Lógica Aritmética (ULA): É responsável pela realização de operações como adição, AND booleano, entre outras, necessárias para a execução das instruções  Registradores: Juntos, formam uma pequena memória de alta velocidade, que armazena resultados temporários e certas informações de controle. Cada registrador possui uma determinada função. Os dois mais importantes são o contador de programa, PC (responsável por apontar a próxima instrução a ser executada), e o registrador de instruções, IR (responsável por armazenar a instrução que será executada) 33
  • 34.  O processador executa as instruções através de uma pequena sequência de passos conhecida como o ciclo busca-decodifica-executa  Este ciclo é o centro da operação de todos os computadores  Veremos mais tarde por que o ciclo é tão determinante na execução das instruções de um programa 34
  • 35.  A memória é a parte do computador onde programas e dados são armazenados Sem ela, os processadores não poderiam escrever informações, então não existiria nenhuma maneira de um computador armazenar um programa e dificilmente poderia executar algum  Em um computador, geralmente existe memória primária e memória secundária 35
  • 36.  Memórias primárias:  memórias que o processador pode endereçar diretamente  elas geralmente fornecem uma ponte para as memórias secundárias, mas sua função principal é conter a informação necessária para o processador num determinado momento – por exemplo, dados dos programas em execução  Exemplo: a memória principal, sobre a qual falaremos mais detalhadamente ao analisar o Modelo de Von Neumann 36
  • 37. Memórias secundárias:  não podem ser endereçadas diretamente; a informação precisa ser carregada em memória primária antes de poder ser tratada pelo processador  não são fundamentais para a parte operacional do computador. Computadores feitos exclusivamente para efetuar cálculos matemáticos complexos, por exemplo, não precisam tanto desse tipo de memória  são geralmente não-voláteis, permitindo guardar os dados permanentemente  Exemplos: HD, CDs e DVDs 37
  • 38.  RAM x CACHE Memória RAM: É a memória principal da máquina, onde todos os processos necessários para a inicialização e execução de programas armazenados em uma memória secundária são carregados Memória Cache: É uma memória com maior veloci- dade de acesso para o pro- cessador que a RAM. É localizada embutida no processador justamente para aumentar a velocidade de acesso. Entretanto, seus dados são temporários 38
  • 39.  Pode-se dizer que o “mundo” do computador se resume a (esquema do Modelo de Von Neumann): Busca Memória Processador Sequência de bits 0 ou 1 . . BUSCA próxima instrução L2 . IDENTIFICA (decodifica e entende) . EXECUTA cada instrução L1 . 39
  • 40. Curiosidades  1 byte equivale a 8 bits  1 kilobyte (KB) equivale a 1.000 bytes, 1 megabyte (MB) equivale a 1.000.000 bytes, 1 gigabyte (GB) equivale a 1.000.000.000 bytes, e assim por diante...  ...ou não? 40
  • 41. Curiosidades  A memória é contada em potência de 2. Quando dizemos “1 GB de memória RAM”, estamos usando a sigla incorreta para gibibytes (GiB)  Portanto, 1 GB coloquialmente representa 1 GiB, que equivale a 2³: bytes (1.073.741.824 bytes); quase 7,4% mais do que 1.000.000.000 bytes  Mas você provavelmente já sabia disso 41
  • 42.  A seguir, será descrita mais detalhadamente a arquitetura interna de um processador  Mas antes, vamos resolver uma espécie de enigma, apresentado em uma aula de Arquiteturas de Computadores, pelo professor Vinod processador memória endereços . . . dados . . . controle (r/w) . . . 42
  • 43.  Dado o esquema do slide anterior, deseja-se que os dados lidos da memória passem por todos os nove pontos do processador, utilizando o mínimo possível de fios  Os fios são todos retos, ou seja, a solução para o problema será o mínimo de linhas retas que passem por todos os pontos . . . Uma configuração óbvia seria: . . . . . . 43
  • 44.  Com essa solução, temos 5 retas  Será que 5 é realmente o número mínimo de retas?  Pense mais um pouco e clique para ver a resposta... . . .  Começando de uma forma diferente  Seguindo por mais 2 pontos... . . . Podemos usar apenas mais 2 retas!  Por que não fazer isso...  ...para depois fazer isso? . . .  E finalmente isso. 4 retas! 44
  • 45. Curiosidades  Por que esta última solução não é tão óbvia quanto a primeira, se não havia nenhuma restrição de que as retas não podiam ultrapassar a caixa?  Não estamos acostumados a pensar além do que temos de concreto. Em países como os EUA, por exemplo, os alunos são estimulados desde o primário a “pensar fora da caixa”  Não é à toa que a maioria das descobertas e invenções vem de países desenvolvidos  Então, lembre-se: “Think outside the box” 45
  • 46. Processadores e Microprogramação Vamos agora analisar mais a fundo o Modelo de Von Neumann  Vamos definir conceitos como registradores, barramentos, Unidade Lógica Aritmética (ULA), entre outros  Em seguida, construiremos nosso processador utilizando todas as componentes apresentadas 46
  • 47.  Registradores  Locais onde são armazenadas informações  A diferença dos registradores para as células da memória principal é que os primeiros estão localizados dentro do processador. Isso faz com que informações contidas nos registradores sejam buscadas bem mais rapidamente para processamento  Representação*: Registrador *ATENÇÃO: tanto esta como as outras representações feitas aqui não fazem parte de nenhum tipo de convenção – são meras ilustrações! 47
  • 48.  Barramentos  Conjuntos de fios por onde passam bits de dados ou de controle  Em outras palavras, artifícios utilizados para transmitir sinais de um dispositivo para outro  Representação: ou n Onde n é o número de fios do barramento, lembrando que por cada fio passa um bit por vez 48
  • 49.  Multiplexadores (MUX)  Circuitos que recebem entradas, selecionam uma delas através de sinais de controle e as liberam como saída Representação: MUX 49
  • 50.  Unidade Lógica Aritmética (ULA)  Dispositivo que recebe dois dados de entrada A e B, opera-os sobre uma função pré-determinada e libera um dado de saída  Recebe bits de controle que especificam a operação a ser realizada  A ULA poderá fazer 4 operações em nossa abordagem, portanto são necessários 2 bits de controle (00, 01, 10 e 11 = 4 possibilidades)  Por ora, a única operação relevante é a soma (00)  Representação: A B ULA 50
  • 51.  Deslocador  Dispositivo que recebe um número binário e multiplica ou divide por 2, se desejado for, através do deslocamento à direita ou à esquerda  Deslocar à direita significa “apagar” o bit mais à direita e adicionar um 0 à esquerda, e o procedimento é exatamente o oposto no deslocamento à esquerda  Exemplo: 0010 (=2)  Deslocando à direita (divisão): 0001 (=1)  Deslocando à esquerda (multiplicação): 0100 (=4)  Representação: DES 51
  • 52.  Vamos falar mais detalhadamente sobre registradores  Sabemos que registradores contém dados que tanto podem ser lidos quanto sobrescritos  Por isso, cada registrador precisa receber um bit que controla sua entrada, que chamaremos de HE, e outro que controla sua saída, HS  Registradores possuem na sua estrutura interna um circuito flip-flop para cada bit que armazena, cada um deles conectado a um fio tanto do barramento de entrada como do barramento de saída 52
  • 53.  Abaixo, esquematizada a estrutura interna de um registrador de 8 bits: E N T R HE (habilita A D entrada) A S A HS (habilita Í saída) D A Tri-state buffer 53
  • 54.  Tri-state buffers são circuitos que evitam conflitos entre as saídas para o barramento, fazendo um tipo de “desconexão virtual” entre registradores e barramentos  Esses conflitos seriam possíveis porque várias saídas de registradores estarão conectadas a um mesmo barramento  Nossa arquitetura terá 16 registradores para armazenar dados, dentre os quais alguns tem funções especiais: PC (Program Counter), IR (Instruction Register) e AC (Accumulator) 54
  • 55.  O Program Counter contém o endereço da próxima instrução a ser buscada na memória principal  O Instruction Register armazena a instrução buscada na memória. Ou seja, IR = MP[pc], sendo IR o conteúdo do registrador e pc um endereço da memória principal MP  Accumulator é um registrador que armazena valores intermediários, que não seriam úteis ao final da operação  Haverá em nossa arquitetura, além dos 16, outros registradores espalhados no processador: dois latches, A e B, o Memory Adress Register (MAR) e o Memory Buffer Register (MBR) 55
  • 56.  Os latches servem para “segurar” dados no barramento e evitar que sejam sobrescritos  Precisamos sempre lembrar que os fios do barramento apenas conduzem eletricidade, que já é instável por si mesma  Latches serão importantes então para captar dados do barramento que estão prontos para serem processados, isto é, estão estáveis  É como tirar uma foto: é necessário esperar até que todos estejam parados 56
  • 57. O MAR é ligado ao barramento de endereços, que controla exclusivamente o fluxo de endereços que o processador envia para serem consultados na memória  O MBR é ligado ao barramento de dados do sistema, e guarda os dados buscados na memória que serão processados na CPU ou os dados resultantes de algum processamento e que serão escritos na memória, ou até mesmo processados novamente 57
  • 58.  Podemos agora começar a “montar” o nosso processador  Já foi dito que, para começar, vamos pensar apenas em somar dados. Para isso, precisamos simplesmente ler dois deles e somá-los  Dois registradores e uma ULA são necessários  Escolheremos PC IR então, dentre nossos 16 AC R1 registradores, um R2 registrador R1 e outro R2 . ULA . para ler e somar seus . . dados 58
  • 59.  Intuitivamente, ligamos tudo através de barramentos  Vamos guardar o resultado da soma no registrador R3 PC IR AC Barramento B R1 R2 Barramento A R3 . . ULA . Barramento C 59
  • 60.  Ainda não é o caso, mas se quiséssemos multiplicar ou dividir um número por 2, precisaríamos adicionar um deslocador  Posicionando os 2 dispositivos separadamente, teríamos a vantagem de fazer operações simultâneas. Colocando ambos juntos, podemos usá-los consecutivamente, isto é, multiplicar ou dividir direto o resultado de uma soma, sem precisar armazená-lo antes 60
  • 61.  Mesmo que ainda não seja necessário, vamos adiantar um deslocador para a nossa máquina, colocando o mesmo logo após a ULA: PC IR AC Barramento B R1 R2 Barramento A R3 . . ULA . DES Barramento C 61
  • 62.  Agora, precisamos pensar fisicamente  Imagine se nossa soma fosse R1 ← R1 + R2, isto é, o registrador R1 receberia o resultado da soma de seu valor atual com o valor de R2  Enquanto a ULA processa os primeiros bits de cada dado, o barramento de saída está sendo modificado e, portanto, os novos valores já estão sendo salvos em R1, o que poderia causar um erro na soma  Uma das soluções para esse impasse é adicionar latches antes da ULA, que guardarão os valores originais de R1 e R2 enquanto são processados62
  • 63. PC IR AC Barramento B R1 R2 Barramento A R3 LA LB . . . ULA DES Barramento C 63
  • 64.  Ok, mas temos que pensar também na interação processador-memória  É preciso adicionar, então, MAR e MBR. O MAR controla apenas informações (endereços) que vão do processador para a memória, mas o MBR controla o fluxo de dados de toda a interação, incluindo os dados de saída do deslocador, dados de entrada para a ULA e dados que serão lidos ou escritos na memória MAR MBR 64
  • 65.  Em nossa arquitetura, o MAR poderá ser carregado a partir do latch B  É interessante possibilitar o processamento de dados direto do MBR para a ULA, poupando assim o tempo de selecionar o registrador (entre 16 deles!) desejado para armazenar o resultado da operação, e depois selecionar o mesmo novamente para buscar os bits e processá-los 65
  • 66.  Porém, repare que o MBR estará conectado à ULA, junto com o latch A. Há um conflito visível nessa configuração Latch A MBR ULA  Lembre-se de que a ULA é apenas um circuito combinatório. Os bits de controle que recebe são apenas para especificar a operação a ser feita, o que significa que está sempre recebendo dados 66
  • 67. PC IR AC Barramento B R1 R2 Barramento A R3 LA LB . Barramento C . . MAR Sem pânico! ULA MBR DES A solução é simples! 67
  • 68.  Basta adicionar um multiplexador, que chamaremos de AMUX (multiplexador A): PC IR AC Barramento B R1 R2 Barramento A R3 Barramento C LA LB . . . AMUX MAR ULA MBR DES 68
  • 69.  O multiplexador controlará qual dos dados deve ser enviado para a ULA  Mas e se a instrução a ser executada fosse R1 ← R1 + R2 + R3 + R4 ?  Intuitivamente, a solução seria uma ULA com 4 entradas, com a vantagem de resolver essa soma sem precisar guardar nenhum resultado intermediário A B C D ULA 69
  • 70.  Sendo assim, uma ULA com 4 entradas é mais vantajosa para os casos de soma com 4 parcelas.  O problema é que isto não será econômico se essa soma não ocorrer com frequência  E pensando bem, de fato ela não é tão comum quanto uma soma com apenas 2 operandos, para a qual basta uma ULA com 2 entradas  Unindo o útil ao agradável, por que não pensar em uma solução alternativa para realizar esta soma, ainda sem precisar salvar valores intermediários? 70
  • 71.  Eis a solução: A B C D ULA 1 ULA 2 E F ULA 3 A B C D ULA 4 71
  • 72. Curiosidades  Fabricar 3 ULA’s com 2 entradas é ainda mais econômico do que projetar uma única ULA com 4  Além disso, outra vantagem em reduzir o tamanho das ULA’s pode ser explicada fazendo uma analogia com a forma como são fabricados os próprios processadores 72
  • 73. Curiosidades  Processadores são obtidos através de fatias redondas de silício, que podem ser divididas em partes pequenas ou nem tanto: 73
  • 74. Curiosidades  Podemos pensar em cada um desses pedaços como uma componente do processador  As fatias, porém, sempre tem impurezas  Imagine, por exemplo, a fatia abaixo, onde as manchas vermelhas são suas impurezas 74
  • 75. Curiosidades  Cada parte atingida por uma impureza está inutilizada  Pensando nas partes como componentes, aquelas que foram atingidas não irão funcionar  Na partição em componentes menores, repare que bem mais delas saíram ilesas O que restou: 75
  • 76.  Recapitulando, temos então um processador que realiza a soma que queríamos Fora do Dentro do Processador Processador (memória) PC IR AC Barramento B R1 Barramento A R2 R3 Barramento C . LA LB . . AMUX MAR ULA MBR DES 76
  • 77.  É importante ressaltar que as linhas que ilustram os barramentos estão sendo mostradas apenas nos caminhos que queríamos para a soma  Na verdade, todos os registradores estão conectados aos barramentos A, B e C, e uma estrutura de controle é que determina de onde são lidos os dados e onde eles são gravados  Falando em controle, já vimos que não são só os registradores que precisam de bits de controle para que o processador possa funcionar  A seguir, vamos quantificar os bits de controle de todas as componentes e descrever para que eles servem em cada uma delas 77
  • 78.  Temos 16 registradores para leitura e escrita  A intenção é ler sempre 2 dados (um vai para o barramento A e o outro para o barramento B), realizar uma operação na ULA e/ou no deslocador e, quando necessário, armazenar o resultado em outro registrador  Isso faz com que precisemos de 16 bits de controle para cada uma dessas operações. Entenderemos o motivo logo a seguir 78
  • 79.  A posição do registrador-alvo seria dada pela posição do bit 1 em meio aos 16 bits de controle  Por exemplo, na operação de leitura cujo controle é: 0000000000001000 seria lido o dado do 0000000000001000 quarto registrador 0 PC 0 IR 0 AC 1 R1 0 R2 0 R3 . . . 0 R13 79
  • 80.  Mas não é por mágica que a informação do registrador é lida quando ele recebe o bit 1  Na estrutura interna dos registradores, vimos que eles recebem um bit HE para habilitar sua entrada e outro, HS, para habilitar sua saída  No exemplo anterior, a operação a ser feita era de leitura. Então, é a saída do registrador que precisa ser habilitada, para que a informação seja jogada em um dos dois barramentos (A ou B)  Bits de controle especificam qual dos dois barramentos será o destino dos dados, mas isso por ora não tem importância 80
  • 81.  Caso a operação fosse de escrita no registrador, o bit que iria para cada registrador corresponderia ao HE, e aquele que recebesse 1 seria sobrescrito  Mas, e se quisermos simplesmente gravar o resultado no MBR, e não gravar em nenhum registrador?  Para isso, precisamos de um 17º bit de controle (EnC, Enable C), ao barramento C, que impeça escrita em qualquer um dos 16 registradores caso isso não seja desejado 81
  • 82.  Os outros registradores (latches A e B, MAR e MBR) recebem, separadamente, também 2 bits de controle (HE e HS), exceto pelo MBR que recebe 4  Os outros 2 bits do MBR são comandos de leitura e escrita na memória (chamaremos RD, leitura, e WR, escrita)  Nossa ULA recebe 2 bits de controle para as 4 operações que pode executar a partir de dados de entrada A e B: 00 para A + B, 01 para a operação lógica A AND B, 10 para simplesmente retornar A, e 11 para retornar o inverso de A 82
  • 83.  O deslocador também precisa receber 2 bits de controle (00 para não deslocar, 01 para deslocar à esquerda, 10 para deslocar à direita e 11 nada faz)  Finalmente, o multiplexador recebe apenas um bit para controlar qual dos dois dados que ele recebe deve seguir (0 para seguir o valor de latch A e 1 para seguir o valor que veio de MBR)  Na ordem, temos então 16 + 16 + 17 + 2 + 2 +2 + 4 + 2 + 2 + 1 = 64  À primeira vista, precisamos apenas de um registrador especial para controle, de 64 bits, com um bit para cada sinal  Mas serão todos esses 64 bits realmente necessários? 83
  • 84.  A verdade é que muito desses bits podem ser dispensados  Fazendo uma análise mais cuidadosa dos controles de cada componente, veremos por que muitos desses sinais são desnecessários  Mas, antes disso, vamos introduzir uma nova componente que será necessária para nos livrarmos de alguns bits 84
  • 85.  Decodificador  Dispositivo que, para a nossa abordagem, receberá um número binário de 4 bits e, com ele, liberará 16 bits onde o bit na posição i será 1 e os outros, 0  OBS: i é o valor na base 10 do binário original. Note que i está entre 0 e 15  Exemplo: se o decodificador recebe o binário 0011 (=3), a saída será 00000000000010003 2 1 0  Representação: DEC 85
  • 86.  Afinal, qual a grande utilidade do decodificador?  Pense: se com apenas 4 bits, podemos representar até o número 15, então é possível especificar em 4 bits qual o registrador a ser selecionado  Adicionando decodificadores para A, B e C, passamos a conta de 16 + 16 + 17 bits para 4 + 4 + 5, já que o bit EnC permanece  Pois é, já economizamos 36 bits de controle 86
  • 87.  Os latches A e B são registradores que não precisam de controle na saída. Precisam apenas controlar os dados que entram, que vão sobrescrever as informações que eles guardavam até então  A saída dos latches pode ficar sempre liberada, já que a função deles é simplesmente salvar valores e não deixar que outras informações de um barramento passem por cima deles HE HS 87
  • 88.  Para a nossa abordagem, o MAR também precisa de controle apenas na entrada, para controlar os endereços que nele entram e que serão então enviados para a memória automaticamente  O mesmo serve para o MBR. Apenas um bit de controle é necessário, que é enviado para a saída do MBR, controlando se a informação nele contida irá ou não para a memória  As operações de leitura e escrita na memória continuam sendo comandadas pelos bits RD e WR descritos anteriormente 88
  • 89.  Ótimo, precisávamos de um registrador de 64 bits para controle, e agora conseguimos reduzir este tamanho para 24  Superficialmente, o que nós temos até então é: Memória Processador principal endereços MAR Controle (24 bits) dados MBR controle (leit/esc) N1 N2 N0 89
  • 90.  Podemos imaginar N0 como um pobre estagiário, que trabalha e executa ordens  O controle, N1, seria o chefe, quem dá as ordens, através da busca das instruções e dos recursos presentes na memória principal  Aos poucos, iremos desvendar o que está por trás da nuvem no slide anterior 90
  • 91. A  E nosso proces- 16 4 4 Controle B sador ficou assim: 16 4 bits C 17 0 1 1 Barramento B 2 Barramento A 1 3 16 4 registradores 1 . Barramento C LA LB . 1 . AMUX 1 . . 2 . MAR . . ULA . 1 MBR . 23 2 DES 2 91 RD/WR
  • 92.  Vamos dessa vez utilizar como exemplo a instrução R1 ← R1 + R2, para ilustrar como ficam os bits de controle durante o processo A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB 92
  • 93.  Chamaremos o momento inicial de t₀  Os registradores R1 e R2 ficam nas posições 3 e 4, respectivamente, lembrando que o primeiro registrador, PC, fica na posição 0. O valor em R1 será jogado no barramento A, e o valor de R2 no barramento B; logo, A = 0011 e B = 0100  O resultado será armazenado em R1, então o controle do barramento C deve também ser 0011 93
  • 94.  Obviamente, no início do processo ainda não podemos gravar nada no destino, então EnC tem de estar “desativado”  Neste momento, não há problemas em especificar qual dos 2 dados (vindos do MBR ou do latch A) o AMUX irá direcionar para a ULA. Sabemos que serão dados vindos de latch A, então o bit de controle para AMUX será 0  Já vimos que a combinação do controle para que a ULA opere uma soma é 00 94
  • 95.  Nada está sendo lido ou escrito na memória (RD = 0 e WR = 0)  MAR não receberá nenhum endereço de memória  MBR também não está realizando nenhuma atividade em t₀  Também já vimos que a combinação que faz com que o deslocador retorne a própria entrada é 00  As entradas dos latches A e B devem estar desabilitadas, pois as informações ainda não foram transferidas para os barramentos A e B 95
  • 96.  Temos então, no momento t₀: A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0 96
  • 97.  Após um tempo para busca dos dados, tь, os únicos controles que se modificam são aqueles dos latches  Isso porque, agora que os dados já foram jogados aos barramentos, os latches precisam recebê- los, quando estáveis, para que sejam transferidos à ULA  Vamos considerar t₁ = t₀ + tь 97
  • 98.  Temos então, no momento t₁ : A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0 t₁ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 1 1 98
  • 99.  Após um tempo de execução, tє, os latches precisam voltar a ser 0, para que nada presente nos barramentos A e B sobrescreva os dados armazenados nos latches, já que não sabemos se eles virão a ser ainda necessários para a ULA futuramente  Além disso, se queremos gravar o resultado de volta em R1, EnC precisa agora passar a ser 1  O resto permanece inalterado  Agora consideremos t₂ = t₀ + tь + tє 99
  • 100.  Temos então, no momento t₂ : A B C EnC AMUX ULA RD WR MAR MBR DES LA LB t₀ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 0 0 t₁ 0011 0100 0011 0 0 00 0 0 0 000 00 1 1 t₂ 0011 0100 0011 1 0 00 0 0 0 000 00 0 0 100
  • 101.  Mas então, é necessário ler toda a sequência de bits de controle 3 vezes para uma simples operação de soma?  Vimos pela tabela que pouca coisa se altera durante o tempo que decorre desde a leitura dos dados nos registradores até o armazenamento do resultado em um deles  Então, deve haver uma maneira mais inteligente e menos custosa de executar instruções. Afinal, tempo é sempre precioso 101
  • 102.  Relógio (clock)  Este é outro dispositivo importante, que emite uma sequência de pulsos periódicos que controlam alguns circuitos da máquina  Se os pulsos são periódicos, quer dizer que possuem uma determinada frequência  O período de cada pulsação define o ciclo da máquina  A máquina realiza um conjunto de atividades durante um ciclo  Representação: Ciclo Marcador de 102 frequência
  • 103.  Agora, podemos conservar todos os bits que se mantiveram inalterados na tabela, deixando por conta do relógio as alterações necessárias  Por exemplo, sabemos que o bit EnC está diretamente relacionado ao bit HE dos registradores  Os pulsos enviados pelo clock definem então o momento exato em que a entrada do registrador deve ser habilitada, caso se deseje armazenar o resultado de algum cálculo em um registrador  Isto pode ser feito através de um circuito bastante simples: CK HE EnC 103
  • 104.  Com isso, já temos tudo de que precisamos para começar a ver o que está por dentro da nuvem que havia em N1  Em outras palavras, vamos agora entender como funciona toda a máquina de controle do processador e como ela executa o microprograma  Microprogramas são sequências de instruções (em binário, evidentemente) que controlam o funcionamento de cada componente em N0  Cada instrução de um microprograma é executada em um ciclo 104
  • 105.  O processamento de uma microinstrução se resume a:  Busca da instrução  Identificação da instrução  “Execução”, entre aspas porque engloba na verdade:  Busca dos operandos  Operação  Armazenamento do resultado  Temos então 5 atividades que são realizadas pelo processador durante um ciclo 105
  • 106.  Dentre as 5 atividades listadas, o tempo necessário para a segunda (identificação de uma instrução) será quase nulo na nossa abordagem  Isto porque teremos na nossa arquitetura de controle (N1) um registrador especial chamado MIR (MicroInstruction Register), para onde cada microinstrução será carregada  O MIR já “entende” o significado dos bits de uma instrução de acordo com a posição de cada um MIR 106
  • 107.  Visto isso, o relógio que utilizaremos poderá ser dividido em 4 subciclos: Atraso Atraso Atraso 1 ciclo 1 subciclo  O relógio terá 4 saídas, das quais 3 possuem atrasos. Isso faz com que sejam gerados pulsos em momentos diferentes para cada saída  Cada uma dessas saídas consiste em um subciclo, como vemos na representação acima 107
  • 108.  Teremos também em N1 uma memória, chamada memória de controle, onde são armazenadas e de onde serão lidas as microinstruções  Nossa memória de controle poderá armazenar, no máximo, 256 instruções, cada uma com 32 bits  Se é no MIR onde cada instrução será carregada, concluímos que a largura do MIR será de 32 bits Memória de Controle Carrega instrução MIR 108
  • 109.  Toda memória precisa estar ligada a um MAR e um MBR, e com a memória de controle não é diferente  Portanto, vamos adicionar um registrador MAR, que chamaremos de MPC (MicroProgram Counter), cuja função é encontrar a próxima instrução do microprograma a ir para o MIR Recebe endereço da próxima instrução MPC Envia endereço da próxima instrução Memória de Controle MIR 109
  • 110.  O MBR da memória de controle já está em N1...  ...é o próprio MIR!  Mas precisamos voltar a falar do MPC. De onde ele recebe a próxima microinstrução?  Podemos supor que as instruções são executadas sequencialmente. Neste caso, basta incrementar o endereço atual, e teremos o endereço da próxima  Precisamos então de uma componente simples, mas que ainda não tínhamos visto 110
  • 111.  Incrementador  Circuito relativamente simples de poucas portas lógicas que, como o nome já diz, recebe um número binário como entrada e retorna o seu sucessor  O número binário de entrada, no incrementador que usaremos no nosso exemplo, será composto por 8 bits  Representação: INC 111
  • 112.  Temos até agora: INC MPC Memória de Controle MIR  Visivelmente, temos um problema  MPC precisa ser controlado para não ficar o tempo todo selecio- nando endereços na memória! 112
  • 113.  Vamos inserir agora o relógio, que será uma componente fundamental para todo o processador, tanto em N0 quanto em N1  Por enquanto, não falaremos da atuação do relógio em N0, e já podemos ligá-lo a duas das componentes de N1 que temos até agora: I 1 N MPC C 2 Atraso Memória de Controle 3 Atraso Atraso 4 MIR 113
  • 114.  Fazendo isso, permitimos que uma instrução seja carregada da memória para o MIR apenas no início do ciclo (subciclo 1), que é quando a instrução começará a ser processada  Além disso, permitimos que a próxima instrução seja selecionada na memória pelo MPC apenas ao final de um ciclo (subciclo 4), para que seja recebida pelo MIR no início do ciclo seguinte  Note que o MIR estará desabilitado e não irá mudar durante os subciclos 2, 3 e 4. O mesmo vale para o MPC durante os subciclos 1, 2 e 3 114
  • 115.  Nosso nível N1 está quase concluído, mas precisamos estudar o interior do MIR antes de continuar  Você certamente achou estranho quando dissemos que o MIR entende a função de cada bit de uma instrução apenas pela posição. Observe: MIR A U D M M E M R W U L E B A n C B A D R X A S R R C 115
  • 116.  No MIR, os bits da instrução que ele recebe se encaixam em cada uma das partes da figura  Cada divisão do MIR serve para especificar o destino em N0 de cada bit. Por exemplo: o bit mais à esquerda será o controle de AMUX; do bloco DES saem os dois bits de controle para o deslocador; e assim por diante  Não são mais necessários bits de controle para os latches. Já que eles possuem um momento certo para serem ativados e este é o mesmo em todos os ciclos, podemos deixar os latches por conta do relógio  Para continuar a montagem do interpretador de microinstruções, precisamos primeiramente do que está por trás de 116
  • 117.  Alguns slides atrás, fizemos uma suposição de que as instruções do microprograma seriam processadas sequencialmente. Porém, nem sempre isso acontece  É comum que ocorram desvios de endereços durante o processamento, e por isso precisamos reservar bits em uma instrução que especifiquem o endereço da próxima, para quando for necessário que esse desvio ocorra  Já podemos substituir por ADDR, conjunto de bits que representam cada endereço da memória de controle  Se nossa memória de controle armazena até 256 instruções (= 2⁸), ADDR deve ser composto por 8 bits para poder representar todos os endereços 117
  • 118. I 1 N MPC C 2 Atraso Memória de Controle 3 Atraso A 4 . . . . D D Atraso R  Ops, o problema do conflito de novo  Ainda se lembra da solução? 118
  • 119. MMUX I 1 N MPC C 2 Atraso Memória de Controle 3 Atraso A 4 . . . . D D Atraso R  Basta adicionar um multiplexador  Chamaremos este de MMUX 119
  • 120.  É bastante comum que esses desvios de endereços sejam condicionais  Por exemplo, voltar ao primeiro endereço da memória de controle se uma condição X for satisfeita. Senão, selecionar o endereço seguinte  Isto nos leva a revelar o que há por trás de no nosso MIR: um par de bits, o qual chamaremos de COND, que determina se ocorrerá desvio ou se o endereço da próxima instrução será simplesmente o endereço atual + 1  Se você entendeu isso, então você pode concluir que COND será o controle de MMUX. Ou pelo menos parte dele, como veremos mais adiante 120
  • 121.  Lógica de microssequenciamento  Diferente de todos os circuitos que apresentamos até aqui, este foi projetado para uma única situação, bem específica  Ele recebe da ULA informações sobre o resultado de uma operação: um sinal N que diz se foi negativo e um sinal Z que diz se foi igual a 0  Recebe também o par de bits COND do MIR  Enfim, sabendo se o resultado da operação foi positivo, nulo ou negativo e sabendo a condição de desvio da microinstrução atual, podemos indicar se o endereço da próxima microinstrução será simplesmente o atual + 1 ou algum outro 121
  • 122.  Lógica de microssequenciamento  Talvez seja uma explicação confusa. Podemos clareá- la com um exemplo prático: x = 5; if (x > 0) return x;  Por que o trecho de programa acima é válido?  Temos todas as informações necessárias para decidir se x será ou não retornado: sabemos qual a condição para retornar x, e sabemos se x satisfaz a condição (se x é 5, então x é maior que 0)  A saída será o bit de controle para o nosso MMUX  Representação: LMS 122
  • 123.  Temos enfim: MUX I 1 N MPC C 2 Atraso Memória de Controle 3 Atraso A C A U Atraso 4 M U X O N D L A . . . . . D D R LMS N1 N0 ULA Z N 123
  • 124.  Agora, convencionando os significados dos bits COND:  00 = não desviar; a próxima instrução estará no endereço seguinte na sequência de instruções  01 = desviar para o endereço em ADDR se N = 1, isto é, se o resultado da operação realizada pela ULA for negativo  10 = desviar para o endereço em ADDR se Z = 1, isto é, se o resultado for 0  11 = desviar independente do resultado da ULA  O sinal de controle de MMUX é resultado de R.N + L.Z + L.R (L é o bit à esquerda, e R é o bit à direita no par COND)  Relembrando: ‘+’ é o operador lógico OR e ‘ . ’ é AND 124
  • 125.  Nosso processador completo, incluindo N0 e N1, fica assim: Figura retirada e adaptada do livro Organização Estruturada de 125 Computadores, de Andrew S. Tanenbaum (p. 140)
  • 126.  Para concluir, falta apenas falar sobre as ligações do relógio com as componentes de N0, que ainda não havíamos visto  Para isto, vamos supor um microprograma qualquer que interpreta a soma de x + y, que foi executada com x recebendo o valor 3 e y recebendo o valor 5  Para simplificar o exemplo, escolheremos o ciclo em que a soma será efetuada. Isto significa que as constantes 3 e 5 já foram buscadas na memória e armazenadas nos registradores (suponhamos R1 e R2), e está pré-determinado que o resultado será armazenado em R3  Assim, a microinstrução deste ciclo será r3 := r1 + r2 (o símbolo “:=“ denota atribuição) 126
  • 127.  Para conseguir passar esta microinstrução para sua forma real (binária), vamos relembrar as divisões do MIR:  Depois, vamos analisar quais os bits de controle necessários para cada um desses campos e, dessa forma, teremos nossa instrução em bits A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 127
  • 128.  Sabemos que ambos os operandos virão dos latches, já que não buscamos nada do MBR. Para que AMUX direcione à ULA a informação contida no latch A, o controle deve ser 0  Não há desvios nesta instrução, então COND = 00  A operação é de soma. Esta operação é realizada pela ULA quando o controle é igual a 00 A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 0 00 00 128
  • 129.  Nada será feito além da soma, então o controle do deslocador precisa ser 00 para que sua saída seja igual à entrada  Nada sairá de MBR para a memória ou vice-versa  O campo MAR também será 0 já que não enviará nenhum endereço para a memória principal A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 0 00 00 00 0 0 129
  • 130.  Nada será lido da memória neste ciclo (RD = 0)...  ...nem escrito (WR = 0)  O bit EnC deve ser 1 porque neste ciclo haverá armazenamento de um valor (o resultado da soma está sendo atribuído a R3 na microinstrução). Evidentemente, o relógio irá ditar o momento certo do armazenamento A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 0 00 00 00 0 0 0 0 1 130
  • 131. PC 0  Lembra-se dos nossos registradores? IR 1 AC 2  Começando da posição 0, R1, que . R1 3 . R2 4 contém o primeiro operando, está na . R3 5 . posição 3. Logo, A = 0011 (3 na base 2) .  R2, que contém o segundo operando, . . está na posição 4. Logo, B = 0100  Enfim, R3, destino do resultado, está na posição 5. Logo, C = 0101 A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 131
  • 132.  Agora só nos resta o campo ADDR. Nossa microinstrução contém uma simples soma, sem desvio de endereços. Então, podemos atribuir qualquer valor para ADDR, já que ele será ignorado. Sendo assim, vamos optar por todos os bits sendo 0  Enfim, nossa microinstrução na forma binária é: 00000000000101010100001100000000 A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R 0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 00000000 132
  • 133.  Agora, podemos começar a processar a instrução  No subciclo 1, o relógio ativa apenas o MIR, porque estamos ainda na etapa da busca da instrução  Vimos que a instrução é automaticamente identificada no MIR e não leva praticamente tempo algum. Consideramos então que a identificação também ocorre no subciclo 1 Memória de Controle 0 00 00 00 0 0 0 0 1 0101 0100 0011 00000000 . . . . . MIR 133
  • 134.  No subciclo 2, os bits dos campos A e B do MIR serão enviados aos decodificadores, para habilitar as saídas dos registradores R1 e R2  Com isso, os valores 3 e 5 são jogados aos barramentos A e B, respectivamente  Neste subciclo, o relógio ativa os latches, para que possam receber esses valores  Retomaremos a figura do livro Organização Estruturada de Computadores para mostrar o caminho dos dados durante este subciclo 134
  • 135. 3 5 135
  • 136.  O subciclo 3 é o intervalo em que ULA e deslocador irão operar sobre os dados recebidos  Aqui seria também o momento certo para que o MAR fosse carregado, se fosse necessário. Mas a microinstrução deste ciclo não envolve essa necessidade, e por isso tivemos o bit 0 na parte do MIR destinada ao MAR 5+3 00 (soma) 8 --- 00 (saída = entrada) 136 8
  • 137.  E finalmente, é no subciclo 4 em que ocorre o armazenamento do resultado em um dos nossos 16 registradores, quando a instrução assim determina  Nossa microinstrução r3 := r1 + r2 atribui o resultado da soma a R3, o que significa que temos, sim, que armazenar dados em um dos 16 durante este ciclo  O valor 8, neste instante, está no barramento C  Já vimos que EnC é 1 durante todo o ciclo, pois é um dos sinais de controle fornecidos pelo MIR. Cabe ao relógio habilitar a entrada de R3 no momento certo, que é o subciclo 4 para qualquer microinstrução  Agora que 8 está em R3, podemos começar um novo 137 ciclo com uma nova microinstrução, caso ela exista
  • 138.  Podemos dividir o nosso MIR em 2 conceitos: A A C U D M M E M O R W D U N L E B A n C B A D R D X D A S R R C R OPCODE Operandos (determina a operação da microinstrução)  ADDR é formado por 8 bits, e A, B e C por mais 4 cada. Ou seja, 20 bits compõem os operandos  Os outros 12 do MIR compõem então o código da operação. Isto quer dizer que temos 2¹² (= 4096) possíveis instruções diferentes 138
  • 139.  Porém, queremos economizar novamente. Será que é possível?  Com uma análise mais cuidadosa, veremos que podemos reduzir de 4096 para 2048 possibilidades  Para iniciar nossa “eco- nomia”, precisamos ter em mente que alguns pares de bits do MIR não admitem todas as 4 combinações (00, 01, 10 e 11) 139
  • 140.  Mais especificamente, o par de bits RD e WR não admite a combinação 11, já que é impossível que aconteçam simultaneamente operações de leitura e escrita na memória  Vamos raciocinar: tínhamos 2¹² possibilidades 0 ou 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 = 2x2x2x2x2x2x2x2x2x2x2x2 = 2¹²  Quantas possibilidades teríamos se o par RD/WR apenas admitisse a combinação 11, isto é, se RD fosse sempre 1 e WR fosse sempre 1? 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 2 = 2x2x2x2x2x2x2x2x2x1x1x2 = 2¹⁰ 140
  • 141.  Daí, temos que o nosso total de possibilidades agora é 2¹² - 2;:, isto é, 4096 - 1024 = 3072  Podemos usar um raciocínio análogo para o deslocador, que nunca receberá a combinação 11  Teremos 3072 - 1024 = 2048 microinstruções  Assim, já reduzimos as possibilidades de instruções pela metade. Poderíamos levar em conta outras restrições, mas chega de ser pão duro e vamos voltar ao que interessa 141
  • 142. Pilhas  Você já deve saber que uma pilha é uma estrutura de dados que consiste em um amontoado de valo- res (empilhados, daí o nome)  Pilhas serão importantes na execução de programas. Veremos a seguir como elas são utilizadas 142
  • 143.  Toda pilha possui duas operações básicas: PUSH, que consiste em adicionar um valor na pilha; e POP, que retira da pilha o valor presente no topo  Para a nossa arquitetura, pilhas serão blocos contíguos presentes na memó- ria principal que conterão dados a serem processados, com um ponteiro SP (Stack Pointer) que indicará o endereço onde está o topo da pilha  À medida que descemos pela memória, os endereços aumentam. Ou seja, sempre que adicionarmos um valor na pilha (PUSH), o ponteiro SP apontará para o endereço atual – 1, um endereço acima  O contrário acontece para a operação POP 143
  • 144.  A pilha do exemplo a seguir começa no endereço 1000 da memória, e seu topo está em 996 . . . . . . 996 9 997 4 7 SP 998 999 2 1000 5 . . . . . 144
  • 145.  Fazendo PUSH 3, o valor 3 será acrescentado na pilha, e o topo será o endereço 996 – 1 = 995 . . . . . . 995 3 996 9 997 4 7 SP 998 999 2 1000 5 . . . . . 145
  • 146.  Por outro lado, se tivéssemos feito POP, sairia o valor 9 que está no topo da pilha e o novo topo estaria em 996 + 1 = 997 . . . . . . 996 9 997 4 7 SP 998 999 2 1000 5 . . . . . 146
  • 147.  Algumas linguagens de programação são organizadas em blocos (escopos)  Em Java, por exemplo, o escopo de uma classe são todos os procedimentos existentes naquela classe, e no escopo de cada procedimento existem todas as operações realizadas por ele, inclusive eventuais chamadas a outros procedimentos 147
  • 148.  Para essas linguagens, é interessante utilizar pilhas durante a execução de um programa para liberar o espaço ocupado pelas variáveis locais de um procedimento, quando ele é finalizado  Variáveis locais são variáveis utilizadas e conhecidas exclusivamente nos procedimentos onde foram inicializadas, e no nível de macroprogramação são geralmente carregadas nas pilhas  Já as variáveis globais são variáveis conhecidas em todo o programa e a princípio estão presentes em endereços da memória que não fazem parte da pilha de um procedimento em particular 148
  • 149.  Além das operações PUSH e POP, outra operação útil para pilhas é mover arbitrariamente o ponteiro SP, sem inserir dados inicialmente  Isto é útil para quando a execução entrar em um procedimento que utilizará variáveis locais, de maneira que SP será decrementado (topo subirá) para reservar espaço para essas variáveis  Em Pascal, isso fica fácil de ser visto, já que as variáveis locais são inicializadas antes da palavra begin, que indica o começo do procedimento  O exemplo a seguir mostra o começo do método de ordenação BubbleSort, em Pascal 149
  • 150. procedure BubbleSort(var A: ArrayType); var i, j: integer; begin . . .  Repare que as variáveis i e j são inicializadas. Em seguida, a palavra begin indica o começo das operações do procedimento – é neste ponto onde SP é decrementado em 2  A pilha agora ocupa mais 2 espaços: os espaços de i e j, que eventualmente receberão valores durante a execução do procedimento  E se o topo da pilha atingir endereços que já estão sendo usados pelo programa? 150
  • 151.  Familiar?  Agora vamos supor uma função, também em Pascal, que recebe duas entradas e retorna como resultado o produto entre elas  Perceba como fica sua pilha de execução 151
  • 152. function produto(a, b: integer): integer; var p, j: integer; begin if (a = 0) or (b = 0) then produto := 0 else begin p := 0; for j := 1 to a do p := p + b; produto := p; end end; j   Ao final desta linha, precisamosvariáveis Quando a função termina, os espaços das de 2 p locais são liberados. Em outras palavras, SP é um espaços para as variáveis a e b, mais SP end. ret.  Já aopara o endereço de retorno, de incrementado em 2, voltando a ser o endereço de espaço final desta linha, a execução estava precisamos de retorno. Este endereço dirá onde mais 2que a as variáveis locais p e j b modo paraafunção saberáepara onde a quando chamou função produto, ela continuará a 152 partir daquele ponto terminar retornar quando
  • 153.  Com apenas estas descrições, fica a impressão de que a função foi inútil, já que a pilha guardou apenas seus valores de entrada e manipulou as variáveis locais  Mas é óbvio que isto não é verdade. De que maneira então foram usadas as variáveis a e b para chegar até o resultado final, e onde ele foi parar?  Todos os resultados de operações intermediárias foram sendo armazenados no nosso registrador AC (Accumulator). O mesmo vale para o resultado final da função, que pode ser apenas um valor intermediário para o resto do programa 153
  • 154.  O endereço de retorno está relacionado a outro registrador, o Program Counter  Quando a função produto termina, o endereço de retorno é desempilhado e salvo em PC  Caso você não se lembre, AC e PC são dois dos nossos 16 registradores conectados aos barramentos A, B e C em N0  Isso nos dá bagagem suficiente para falar sobre o nível de macroprogramação 154
  • 155. Macroprogramação  Vimos que existem milhares de possibilidades de microinstruções diferentes  Surge a necessidade de haver instruções em um nível mais alto, para consequentemente reduzir o conjunto de instruções de forma significativa  Veremos no slide seguinte uma tabela, mais uma vez do livro Organização Estruturada de Computadores, com todas as macroinstruções da nossa máquina e suas descrições  Repare como diminuímos de mais de 2 mil para menos de 25 instruções 155
  • 156. 156
  • 157.  Antes de entender melhor a tabela, é importante ressaltar que seus bits não devem nunca ser confundidos com os bits das microinstruções! Até porque microinstruções são formadas por 32 bits, enquanto as macro possuem 16 apenas  Dito isto, perceba que da 1ª até a 15ª instrução, nunca se repete uma combinação para os 4 primeiros bits. Isto quer dizer que é possível identificar instruções que não comecem por 1111 apenas pelos 4 primeiros bits  Porém, quando a instrução começa por 1111, é necessário analisar os bits seguintes 157
  • 158.  Diferentemente das microinstruções, que tinham um número fixo para OPCODE e outro para os operandos, a parte de OPCODE varia nas macro  A instrução LODD, por exemplo, possui 4 bits de operação, 0000, enquanto todos os outros representam seu operando. Já as instruções que começam por 1111 precisam de mais bits OPCODE para que possam ser diferenciadas entre si 158
  • 159.  Para ilustrar como é feita a identificação das macroinstruções, precisamos primeiro tornar aqueles nossos 16 registradores um pouco mais complexos  Além de PC, IR e AC, precisamos de mais registradores com funções especiais para que seja possível implementar um microprograma que interprete nossas macroinstruções corretamente  Mais uma vez, trabalharemos em cima de uma figura do livro Organizações Estruturadas de Computadores, que mostra os registradores adequadamente nomeados 159
  • 160.  O registrador SP armazena o endereço do topo da pilha  TIR armazena uma cópia temporária da macroinstrução que está sendo executada, ou seja, uma cópia de IR. É usado para decodificar o OPCODE  Os 3 registradores que seguem contém as constantes 0, +1 e -1  AMASK contém a chamada máscara de endereços e é usado para separar bits OPCODE dos bits de endereço, através da operação AND do seu conteúdo com a macroinstrução da qual se quer separar os bits  SMASK é útil nas instruções INSP e DESP, que contém 8 bits de operandos, pois a operação AND de seu conteúdo com a macroinstrução isolará esses 8 bits  Os demais registradores permanecem sem 160 funções específicas
  • 161.  É preciso convencionar os nomes de algumas operações feitas em microinstruções  Para as operações da ULA, utilizaremos a + b para soma, band(a, b) para AND, a para retornar a própria entrada e inv(a) para retornar o inverso do primeiro operando  Para operações do deslocador: lshift(a) desloca a entrada 1 bit para a esquerda, e rshift(a) faz o oposto  Desvios condicionais serão representados por if b then goto addr, que significa: se o bit b for 1, vá para o endereço addr  No nosso microprograma, b será N ou Z, os dois bits da ULA que indicam se o resultado foi menor que 0 ou igual a 0, respectivamente 161
  • 162.  Veja a seguir quais valores cada conjunto de bits assume no MIR para os seguintes exemplos de microinstruções, em uma nova tabela do livro:  Dito tudo isso, podemos ver um microprograma que interpreta macroinstruções 162
  • 163. 163
  • 164.  O microprograma começa com um loop principal, que só termina quando acabar o macroprograma, isto é, quando não mais houver macroinstruções a serem interpretadas  Na linha 0, o MAR recebe o conteúdo de PC, que é o endereço da macroinstrução a ser interpretada. Também nesta linha, RD é ativado, para que a macroinstrução desejada comece a ser lida na memória a partir do endereço do MAR  Na linha 1, o microprograma aproveita para incrementar o conteúdo de PC, já que isso alguma hora teria que acontecer. Se isto não fosse feito, a linha 1 seria desperdiçada, porque a macroinstrução ainda não chegou até o MBR. Pelo mesmo motivo, RD continua ativado, pois ainda estamos lendo a macroinstrução na memória 164
  • 165.  Na linha 2, a macroinstrução em MBR é salva em IR. Aqui ainda há tempo para testar o primeiro bit da instrução, da esquerda para a direita: se este não for 0, já sabemos que a macroinstrução não é nenhuma das 8 primeiras da nossa tabela, então podemos ir para a linha 28 e testar o segundo bit 165
  • 166.  Tanto na linha 28 quanto na linha 3, repare que o teste do desvio condicional é exatamente o mesmo: tir := lshift(ir + ir);  Não é uma percepção trivial à primeira vista, mas o que acontece nesse teste é o deslocamento de dois bits à esquerda do conteúdo de IR  Recordando, deslocar um bit à esquerda em um número binário é o mesmo que multiplicar o seu valor por 2. Fazer ir + ir é equivalente a fazer 2 * ir, ou seja, deslocar um bit à esquerda de ir. Fazer lshift(2 * ir) então é o mesmo que deslocar 2 bits  Porém, lembre-se de que os testes são feitos sempre em função dos bits N e Z liberados pela ULA 166
  • 167.  Vamos voltar a focar nas primeiras linhas do microprograma. Na linha 3 (tir := lshift(ir + ir); if n then goto 19;), a interpretação irá para a linha 19 caso o bit N da saída da ULA seja 1  Isto quer dizer que o teste é feito em cima da instrução vinda de IR deslocada um bit à esquerda, pois o segundo deslocamento à esquerda (feito por lshift) é feito somente no deslocador, e não mais na ULA  Caso N tenha sido 0, passamos à linha 4 (tir := lshift(tir); if n then goto 11;). Aqui, o registrador TIR receberá seu próprio conteúdo deslocado em um bit à esquerda 167
  • 168.  Só que este deslocamento é novamente feito por lshift, e opera em cima do próprio conteúdo de TIR. Isso significa que a ULA receberá tir como um dos operandos e retornará ele mesmo – lembrando que tir já é o conteúdo de IR deslocado 2 bits à esquerda, por causa do que aconteceu na linha 3  Então, se na linha 3 testamos o segundo bit da instrução, na linha 4 testa-se o terceiro, e só depois desse teste o conteúdo de tir é novamente deslocado (lshift(tir))  Na linha 5 (alu := tir; if n then goto 9;), alu é uma pseudovariável que representa que o conteúdo de TIR apenas passará pela ULA para que seja testado seu primeiro bit (4º da instrução original) 168
  • 169.  Na linha 5, se o bit testado for 1, significa que o OPCODE da instrução é 0001, e STOD é a única macroinstrução cujo início é 0001. Por isso desviamos para a linha 9, linha onde STOD é executada em microinstruções  Se o bit testado for 0, o OPCODE é 0000, então basta prosseguir para a linha seguinte, que é onde LODD é executada  Esse processo teste-desvio-execução é a base do microprograma que interpreta macroinstruções  Acompanhe a seguir um trecho, bastante simples, de um programa qualquer 169
  • 170. se (i ≤ j) faça // ‘i’ e ‘j’ são variáveis quaisquer m = a[i*2] // ‘a’ é um vetor e ‘m’ uma variável // qualquer fim se  Vamos expressar este algoritmo em nível de macroprogramação, e depois em microinstruções, para enfim nos despedirmos da nossa máquina-exemplo 170
  • 171.  Serão realizadas 4 operações nesse algoritmo: Macroprograma  i ≤ j? i*2 LODD j  buscar valor em a[i * 2] SUBD i  m := a[i * 2] JNEG saida  Testar se i ≤ j é o mesmo que testar se i - j ≤ 0  Atenção: ‘i’ e ‘j’ são variáveis globais  Com a instrução LODD passando j (entenda as variáveis passadas no macroprograma como o endereço onde essas variáveis estão, e não seus respectivos valores), armazenamos no registrador AC o valor contido no endereço saida (continuação passado do programa) .  Precisamos agora subtrair do valor de i. Com a . . instrução SUBD, o resultado já será armazenado . em AC  Hora de implementar o desvio condicional: caso o conteúdo de AC seja negativo (j > i), desviamos para o final do ‘se’ do algoritmo. Para isso, criaremos um label “saida” 171