Maçom entre o silêncio do templo e o mundo moderno
1. JB NEWS
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Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Feijó (AC) “Terra do Açaí”
2. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 2/30
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 321 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 45 dias para terminar este ano bissexto
Dia Internacional para a Tolerância
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.239 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrAilton Elisiário – Super Lua
Bloco 3-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Maçom e a sua Convivência entre o Silêncio do Templo e ...
Bloco 4-IrJosé Anselmo Cícero de Sá – Uma Visão sobre o Determinismo Absoluto
Bloco 5-IrSalvador Allende - Globalização, Sociedade em Rede e Maçonaria – ... (republicação)
Bloco 6-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do IrAugusto Pinz – Canguçu (RS)
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 16 de novembro e versos do Irmão e Poeta
Raimundo Augusto Corado (Barreiras-BA)
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16 de novembro
1532 — Francisco Pizarro captura o imperador inca Atahualpa.
1676 — Elevação da Diocese de São Salvador da Bahia à categoria de arquidiocese e da Prelazia de São
Sebastião do Rio de Janeiro à categoria de diocese, pelo Papa Inocêncio XI.
1907 — Oklahoma torna-se o 46º estado norte-americano.
1908 — Inicia-se o Culto de Umbanda, o médium Zélio Fernandino de Morais incorpora o Caboclo das 7
Encruzilhadas.
1918 — A Hungria torna-se uma república.
1937 — O grão-duque Jorge Donatus de Hesse-Darmstadt morre num acidente de avião em Oostende,
na Bélgica, juntamente com a sua esposa, a princesa Cecília da Grécia e Dinamarca (irmã do príncipe Filipe,
Duque de Edimburgo), dois dos seus três filhos e a mãe.
1938 — O químico suíço Albert Hofmann sintetiza o LSD pela primeira vez na história. [1]
1940 — Os nazistas fecham acesso ao Gueto de Varsóvia, construindo um muro ao redor.
1945 — Fundação da UNESCO.
1955 — É realizada a primeira edição da Feira do Livro de Porto Alegre.
1972 — Realizada Convenção sobre a Protecção do Património Cultural e Natural (v. Património Mundial).
1973 — Programa Skylab: a NASA lança do Cabo Canaveral, Flórida a Skylab IV com uma tripulação de
três astronautas para uma missão de 84 dias.
1992 — O Tesouro de Hoxne é descoberto com a ajuda de um detector de metais na vila de Hoxne em
Suffolk, Inglaterra.
1883 A Colônia São Bento recebe festivamente a visita do presidente da província de Santa Catarina,
Tehodureto Carlos de Faria Souto.
1893 Assume o governo do Estado de Santa Catarina o vice-governador Eliseu Guilherme da Silva,
substituindo o tenente Manoel Joaquim Machado, que deixou o cargo em virtude de pronunciamento
da Justiça baseado em denúncia feita pelo deputado Felipe Schmidt.
1823 Partem exilados para a França José Bonifácio, seus irmãos e partidários, desterrados até o fim do reinado
de D. Pedro I
1871 Fundação do Grande Capítulo dos Maçons do Real Arco de West Virginia, USA.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
Fatos históricos de santa catarina
4. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 4/30
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2 – Super Lua
Ailton Elisiário
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O Irmão Ailton Elisiário,
é membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas.
Publicação simultânea desta crônica às quartas-feiras
no JB News, Jornal da Paraíba e Paraiabaonline.
SUPER LUA
(Foto Socorro Elisiário)
Neste instante que escrevo esta crônica contemplo da sacada do meu apartamento a bela
paisagem lunar. Uma lua gigante, colorida e brilhante, toma o vasto espaço sideral iluminando a
terra, como que um sol noturno lançando seus raios de luz. A mídia já anunciara o fenômeno,
dizendo ser uma Super Lua.
Astronomicamente, ela é originária da maior aproximação do nosso satélite em sua órbita
ao redor do nosso planeta. O que a determina é a diferença de horário entre o momento exato de
sua fase cheia e o momento exato de sua maior proximidade com a Terra. Assim, quanto menor
for essa diferença, maior será a super lua. Diz-se que ela está no seu perigeu.
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O evento é real e deixa atônito quem o vê. Se em todas as noites vemos a lua branca,
pequena, distante, ora magra, ora cheia, ora como um quarto crescente, ora como um quarto
minguante, é inusitado vê-la mais brilhante, enorme, próxima e bem plena, quase que invadindo
todo o espaço para dela se ter uma única visão, a imagem de uma deusa da noite que preenche
toda a escuridão.
Quando era pequeno eu via sempre a lua muito longe. Mas, me sentia por ela arrebatado,
porque os meus sonhos eu os curtia como se realizando nela e, por consequência, se reproduzindo
aqui na terra. Sonhava em minhas viagens siderais pousando sobre o solo lunar, último ponto
obrigatório de passagem para a terra. Via nela a figura de São Jorge matando o Dragão, uma
mancha lunar que ainda hoje tem os contornos dessa imagem. Achava que ela era fria, porque seus
raios iluminantes não me esquentavam.
E agora, ela chega tão perto de mim. A réstia que dela desce me envolve num banho de luz
e me transporta ao passado. Vejo-a, no entanto, tão diferente. Enorme, sem sua intensa brancura,
sem mais o encanto que tinha em minha inocência. Vejo-a desvirginada, porque no seu solo
virgem penetraram os intrépidos astronautas. Porém, mesmo assim guardo, com reverência, sua
figura de pureza no recôndito de minhas doces lembranças. Minha ilusão de criança assim
permanece, não se desfazendo ante a triste realidade.
A lua romantiza a vida como o sol aquece a alma. Na lua encontro inspiração poética,
porque ela é feminina. Acho que é por isso que os amantes têm na lua o repositório de suas
sensações. Daí a alegre canção de Ângela Maria ao dizer que “A Lua é dos Namorados”. E
realmente a lua é dos namorados. Uma lua distante que prende os corações e que chega mais perto
para fortalecer o amor dos enamorados. Como o meu por minha mulher, a Super Lua amarrou
mais ainda o amor de todos os casais nessa noite romântica que a Terra remansosa recebeu o beijo
lunar.
7. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 7/30
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
O MAÇOM E A SUA CONVIVÊNCIA ENTRE O SILÊNCIO DO TEMPLO
E O RUIDOSO MUNDO MODERNO.
“A maioria dos relacionamentos humanos se restringe à troca de palavras – o
reino do pensamento. (...) Nenhum relacionamento pode existir sem a sensação
de espaço que vem com o silêncio e a calma. Meditar ou passar um tempo
juntos, em silêncio, na natureza, por exemplo. Se as duas pessoas forem
caminhar, ou mesmo se ficarem sentadas uma ao lado da outra no carro ou em
casa, elas irão se sentir bem por estarem juntas, em silêncio e na calma. Nem o
silêncio nem a calma precisam ser criados. Eles já estão presentes, embora
perturbados e obscurecidos pelo barulho da mente. Basta abrir-se para eles. Se
falta um espaço de silêncio e calma, o relacionamento será dominado pela
mente e correrá o risco de ser invadido por problemas e conflitos. Se há silêncio
e calma, eles se tornam capazes de dominar qualquer coisa.” (O Poder do
Silêncio – Eckhart Tolle)
INTRODUÇÃO
Do trecho acima: ”Eles já estão presentes, embora perturbados e obscurecidos pelo
barulho da mente.”
Uma coisa é o silêncio completo, outra é a idéia física de silêncio. Não sei, até que
ponto, temos noção de que os nossos pensamentos, as nossas imaginações e os nossos desejos
produzem ruído em um determinado nível. Alcançar o estado de silêncio total, não é uma tarefa
fácil, pois, temos que aquietar isso que brota do nosso íntimo, que são os pensamentos, as
emoções, além das ilusões criadas por nossas próprias mentes, para que, somente após vencida
essa etapa, que é longa, possamos alcançar a iluminação, ou perceber a divindade que permeia
todas as coisas. Estágio que talvez um dia possamos alcançar, depois de muitos exercícios, de
muito treino e de muita persistência.
O mundo moderno carece de um equilíbrio no que envolva o silêncio, as palavras e
os mais diversos sons. Desrespeitamos o silêncio dos outros a todo instante, inundamos o mundo
que nos cerca com todo o tipo de ruídos e sons e, deixamo-nos com facilidade levarmo-nos pelo
fato de que o normal é um mundo barulhento. Falamos durante todo o tempo, somos indiscretos e
ouvimos muito pouco do que os outros tem a dizer-nos. Nas palavras de Wayne Gatfield, da
Sociedade Teosófica inglesa: “Na sociedade moderna nós parecemos ter medo do silêncio; por
isso o preenchemos com conversa fiada ou passamos o tempo com entretenimentos.”
A passagem do livro, citada no começo deste artigo, ensina-nos sobre a importância e
o poder do silêncio, que também, de maneira dosada, deve estar incluso nos relacionamentos
3 – O Maçom e a sua Convivência entre o Silêncio do Templo e ...
José Ronaldo Viega Alves
8. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 8/30
humanos. Aproveitar, simplesmente, um da companhia do outro, onde, a pausa necessária, aquela
para “deixar fluir”, ou “dar um tempo”...
Nós, Maçons, ainda somos parte, desse mesmo mundo moderno feito de ruídos que
perturbam e enganam. No entanto, nós Maçons, nos reunimos no interior de um Templo que nos
irmana, em muito, pelo silêncio. O silêncio nos torna muito próximos uns dos outros, o silêncio
que nos isola do mundo profano pelo tempo que dura uma sessão maçônica nos irmana num
crescendo. Daí, a nossa aproximação com o exposto no fragmento do livro citado: estarmos lado
a lado em silêncio, no interior do nosso templo, meditando, refletindo, e passando um tempo
juntos onde esquecemos até das nossas agendas repletas ou do sem fim de atribuições com que o
mundo lá fora nos espera. O clima que se instaura durante a sessão, compreende um misto de
serenidade e contemplação, o que é exatamente o contrário do clima de intemperanças que
costumam reinar lá fora. Essa conquista, esse aprendizado, é da nossa obrigação levarmos para o
meio em que atuamos e vivemos, para o seio da nossa família, para a sociedade como um todo. O
mundo está precisando de pausas, de pequenos silêncios, de que contemos até dez antes de
soltarmos as palavras (sons) que saem com tanta facilidade e com muita freqüência, sem que
sejam medidas. O mundo todo está precisando de um pouco mais de paz, que uma vez obtida, só
poderá ser mantida com o que chamamos de silêncio. Aliás, o Maçom deve pensar duas vezes
antes de emitir uma opinião. O Maçom tem a obrigação de emiti-la de forma correta, livre da
intenção de ofender quem o ouve. O Maçom deve sempre ter em mente, que o silêncio, em muitas
situações que se lhe apresente, é a melhor resposta.
O INICIADO E O APRENDIZADO DO SILÊNCIO
Em algumas das escolas da Antiguidade, a imposição do silêncio aos que eram
iniciados em seus mistérios, era uma espécie de lei maior. Era prática comum, que os seus adeptos
fossem submetidos a um período de silêncio que poderia se prolongar por anos a fio. Assim
também, nas ordens religiosas. A Maçonaria, herdeira dessas escolas, adotou tais procedimentos,
sendo que no seu âmbito podemos citar dois tipos de silêncio: o silêncio iniciático da Ordem, onde
os Maçons prometem sempre, quando do encerramento dos trabalhos, o mais profundo silêncio
sobre tudo que se passou durante a sessão. E o outro tipo é o silêncio relativo ao Grau de
Aprendiz, que é imposto aos mesmos com o objetivo de que por meio do seu cultivo, possam
promover o seu autoconhecimento, exercitarem a sua autodisciplina e, sobretudo, desenvolverem
a arte de pensar.
O Iniciado Maçom desde o momento em que transpõe a Câmara de Reflexão começa
o seu aprendizado do silêncio: está só, imerso em reflexões e num lugar onde o silêncio é
fundamental. Momento para exercer a sua espiritualidade, deixando-se levar pelos pensamentos
que vão tomando conta, e que depois vão sendo colocados em ordem, até que tudo se aquiete de
vez. Momentos propícios à meditação: é tudo que ele tem agora. O silêncio na Maçonaria começa
a mostrar a sua importância, tanto que, decorrido um tempo na Ordem, ele passará a ver o mesmo
como uma virtude. Tal como o que está descrito no item 1 do verbete “Silêncio”, constante no
Vade-Mécum Maçônico, do Irmão João Ivo Girardi:
“SILÊNCIO: 1. Virtude maçônica, mediante a qual se desenvolve a discrição. Corrigem-se os
defeitos próprios e usam-se a prudência e Tolerância em relação à faltas e defeitos de outros. Na
Maçonaria se costuma simbolizá-la pela trolha, com a qual se deve estender uma camada de
silêncio sobre os defeitos alheios, tal qual faz o pedreiro vulgar com o cimento para cobrir as
arestas do edifício em construção.”
O silêncio exigido do Aprendiz, durante o tempo em que permanecer neste Grau, não
implica que, terminantemente, a palavra lhe será negada. Por sua tenra idade simbólica, ele não
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deverá tomar parte nas discussões entre seus maiores, salvo se interrogado ou solicitado. Haverá
uma vantagem indiscutível, pois, estando calado, pela submissão da vontade, ganhará condições
de absorver melhor os ensinamentos. Durante a sessão maçônica, o silêncio imperante na Coluna
do Norte, fará com que os Aprendizes se sintam integrados duplamente: corporal e
espiritualmente. A maneira mais rápida do aprendizado é observar e ouvir em silêncio ao Mestre,
e o Mestre que é sábio, por sua vez, sabe que há um silêncio que compete ao seu Grau.
SOBRE A AUSÊNCIA DO SILÊNCIO NO MUNDO MODERNO
Vivemos num século onde a comunicação é fundamental, no entanto, mais falamos
do que ouvimos. Não paramos para pensar, e muito menos para refletir, pois, a resposta, a fala está
sempre na ponta da língua. Falamos tanto e tão rapidamente, independente de qual seja o teor do
assunto, que não economizamos mais palavras. No silêncio que deveria caber-nos, no momento
em que é necessário a boa educação e o bom senso para dar a vez e a voz ao outro, falta-nos o
devido equilíbrio, e fundamentalmente a noção de que em determinados momentos o bom e o
correto era ter permanecido calado. Uma das grandes diferenças entre uma reunião de maçons e
uma reunião de profanos, ou do ambiente maçônico para o profano, passa certamente pelo excesso
de palavras, o que faz que presenciemos aí, novamente, de parte dos maçons em seus discursos
comedidos, a utilização correta da pausa, que é uma forma de silêncio.
Para exemplificar o quanto o assunto em pauta, serve de motivo à reflexão, a busca
para a obtenção do diálogo autêntico, foi objeto de uma mensagem do Papa Bento XVI, quando
proferiu na ocasião que “silêncio e palavra são dois momentos necessários para a obtenção desse
diálogo”, e que “educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para
além de falar.”
No mundo moderno, os papéis se inverteram, e é o silêncio que agora perturba. Não
valorizamos mais o silêncio, sendo que ele é fundamental para que encontremos o tão necessário
discernimento entre a quantidade de estímulos e respostas que recebemos durante a nossa rotina
diária.
A IMPORTÂNCIA DO SILÊNCIO NA RITUALÍSTICA MAÇÔNICA
Quando estamos reunidos em nossos Templos, em várias das situações que
compreendem o transcorrer de uma sessão somos lembrados ou até mesmo alertados para a
importância do silêncio. Já nos referimos anteriormente sobre o silêncio que deve reinar por
ocasião da permanência do candidato na Câmara de Reflexão, pois, o mesmo deverá estar imerso
em questões de ordem existencial, longe da correria do mundo profano e, portanto, em atitude
contemplativa e serena. Esta condição, ele somente poderá atingir, se em seu redor estiver
existindo paz. Na sequência da sua Iniciação, os Irmãos em muitos dos momentos que
compreendem a cerimônia deverão manter rigoroso silêncio, para que ocorram as pausas
necessárias que o candidato precisa para refletir quando das perguntas que lhe são dirigidas, além
de outros momentos em que o silêncio será requerido.
No transcorrer de cada sessão maçônica, haverão mais várias ocasiões com
referências ao silêncio. O 2° Diácono em determinado momento, responderá ao V.·. M.·. , que
deve vigiar para que os Irmãos se mantenham em suas colunas com o devido respeito, disciplina e
ordem. Ao final da Abertura dos Trabalhos, é dito pelo V.·. M.·. , que não será mais permitido
falar, nem ocupar-se de assunto proibidos pelas nossas Leis. Também, os Irmãos Vigilantes ao
anunciarem que reina silêncio em suas colunas, de certa forma estarão reforçando a ideia de que o
silêncio deverá ser a tônica até uma próxima intervenção de ordem ritualística.
10. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 10/30
CONCLUSÃO:
Durante o nosso dia-a-dia, deveremos tentar resolver os nossos problemas sem nos
apegarmos demais aos detalhes, ou cuidando para não darmos um falso valor aos mesmos. A
maioria dos eventos, dos quais somos atores não tem a importância exagerada que costumamos
dar e, na grande escala das coisas alguns chegam a ser insignificantes. Com isso, ganhamos alguns
silêncios, e fugimos da tendência para a verborragia e o palavrório fácil. Precisamos saber separar
o joio do trigo, deixando de enfatizarmos ou preocuparmo-nos com picuinhas. Assim, estaremos
preparando o caminho, guardando a energia e a clareza nos pensamentos que nos acometem para
realmente importarmo-nos com problemas ou coisas maiores.
E, aproveitemos ao máximo da nossa estada nas sessões em nossa Loja,
oportunidade para transformarmos aqueles momentos de ensinamentos em momentos de
reflexões, quando estamos imersos em um silêncio interior necessário para que encontremos a paz
tão buscada, além da serenidade para enfrentarmos a rotina ruidosa do mundo profano.
Diz o “Tao te King”:
‘Olhe para ele, não pode ser visto.
Ouça-o, não pode ser ouvido.
Use-o, não pode ser exaurido.’
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
“Silêncio e Palavra: Caminho da Evangelização” – disponível em:
www.diocesedeguanhaes.com.br/.../index.php?...aprendizes-do-silencio...
“Silêncio – A Língua do Maçom” – Klebber S. Nascimento - disponível em:
blogaprendiz.blogspot.com/2011/08/silencio-lingua-do-maçom.html
Revistas:
“A Trolha” n° 28, 260, 291 e 303
“Sophia” n° 46 – Editora TeosóficaLivros:
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora
Ltda. 2008
TOLLE, Eckhart. “O Poder do Silêncio” – Editora Sextante – 2003
Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS -2010-
2013
11. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 11/30
Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA)
VM da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ)
Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro
Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva –
UMA VISÃO SOBRE O DETERMINISMO ABSOLUTO.
O determinismo absoluto parte do princípio de que tudo tem uma causa. A experiência
cotidiana e a ciência confirmam a cada passo esta tese determinista. A Ciência nas suas
investigações e experiências parte do pressuposto de que tudo tem uma causa (não há causa
sem efeito, nem efeito sem causa), embora sempre a possamos conhecer.
O processo científico consistiu historicamente em estender a aplicação do princípio de
causalidade a um após outro dos setores da realidade: Físico, químico, biológico, etc. Em
nossos dias, revela-se cada vez mais a fecundidade desta aplicação ao terreno das ciências
sociais ou humanas. Aqui também se evidencia que a atividade do homem – seu modo de
pensar ou sentir, de agir e organizar-se política ou socialmente, seu comportamento moral, seu
desenvolvimento artístico etc. – está sujeito a causas. Todavia, se tudo é causado, como
podemos evitar agir como agimos? Se o que faço neste momento é resultado de atos
anteriores que, em muitos casos, nem sequer conheço como se pode dizer que a minha ação é
livre? Também a minha decisão, meu ato voluntário, é causado por um conjunto de
circunstâncias. Portanto, como poderíamos pretender que a vontade é livre – continuará a
argumentar o determinismo absoluto – ou que o homem faz alguma coisa livremente? Falando
em determinismo causal, não nos referimos certamente, a uma coação externa ou interna que
me obriga a agir de certa maneira, mas ao conjunto de circunstâncias que determinam o
comportamento do agente, de maneira que o ato – supostamente livre – não é senão um
efeito de uma causa ou de uma série causal. O fato de que minha decisão é causada – insiste o
determinista absoluto – significa que a minha escolha não é livre. A escolha livre revela como
uma ilusão, pois na verdade, não existe tal liberdade da vontade. Eu não escolho
propriamente: um conjunto de circunstância (enquanto causas) escolhe por mim.
4 – Uma Visão sobre o Determinismo Absoluto
José Anselmo Cícero de Sá
12. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 12/30
Nesta forma absoluta, o determinismo – e a sua consequente recusa da existência da
liberdade – encontra-se representada na história do pensamento filosófico e, em particular, na
história das doutrinas éticas, pelos materialistas franceses do século XVIII. Encabeçados por
Paul Henri Thiery, barão de Holbach, (1723-1789), que tentou provar com a sua vida que e
podia ser virtuoso e ateu, contrariamente à idéia comum no eu tempo. Rousseau que não
gostava de Holbach usou-o como modelo do “virtuoso não crente” em alguma da sua ficção.
Holbach defende que o ateísmo é um pré-requisito para qualquer teoria ética válida. A Religião,
para ele, é baseada em dogmas e rituais inúteis e sem sentido, donde a ética se deve basear
na utilidade social e na cooperação humana.
Segundo estes pensadores, os atos humanos não são nada mais que elos de uma cadeia
causal universal: nela, o passado determina o futuro. O físico Leplase, no século passado,
resumiu semelhante determinismo nos termos seguintes: “Um calculador divino, que
conhecesse velocidade e a posição e cada partícula do universo num dado momento, poderia
predizer todo o curso futuro dos acontecimentos na infinidade do tempo”. Como vemos, aqui
se elimina toda a possibilidade de intervenção livre do homem e se estabelece uma antítese
absoluta entre a necessidade causal e a liberdade humana.
A tese central da posição que estamos examinando é, pois, a seguinte: “Tudo é causado
e, por conseguinte, não existe liberdade humana e, portanto, responsabilidade moral”. É,
realmente,, se a determinação causal de nossas ações fosse tão absoluta e rigorosa até o
ponto de nos tornar meros efeitos de causas que escapam por completo ao nosso controle, não
se poderia falar em responsabilidade moral, por que não se nos poderia exigir que agíssemos
de maneira diferente daquela em que somos forçados a agir.
Ainda que a tese donde parte o determinismo absoluto seja verdadeira Isto é: (tudo –
incluindo os atos humanos de qualquer tipo – está sujeito a causas), não decorre disto que o
homem seja mero efeito ou joguete das circunstâncias que determinam o seu comportamento.
Ao tomar consciência destas circunstâncias, os homens podem decidir atuar de certa maneira e
esta decisão, traduzida em prática, se transforma, por sua vez, numa causa que reage sobre as
circunstâncias ou sobre as condições dadas.
Vendo a relação causal somente num sentido e não compreendendo que o efeito pode
transformar-se também em causa, o determinismo absoluto não capta com acerto a situação
peculiar que, dentro do contexto universal, é ocupada pelo homem, como ser consciente e
prático, isto é, como um ser que compreende a si mesmo e compreende o mundo que o cerca,
ao mesmo tempo que o transforma praticamente – de um modo consciente.
O ser dotado de consciência pode conhecer a causalidade que o determina a atuar
inconscientemente, transformando-se assim num fator causal determinante. Assim o homem
deixa de ser u m mero efeito para ser uma causa consciente de si mesmo e inserir-se
conscientemente em trama causal universal. Este fato não rompe a cadeia causal e continua
sendo válido o princípio – que é pedra angular do conhecimento científico – segundo o qual
nada se produz que não resulte de causas. Mas dentro desta cadeia causal universal, é preciso
distinguir – quando se trata de uma atividade não puramente natural, mas social, propriamente
humana – o fator causal particular constituído pelo homem como ser consciente e prático.
Em corolário, o fato de que seja causalmente determinado, não significa que o homem
não possa, por sua vez, ser causa consciente e livre de seus atos. Portanto, o que aqui se
impugna não é um determinismo universal, mas absoluto; ou seja, aquele que é incompatível
com a liberdade humana (com a existência de várias formas possíveis de comportamentos e
com a possibilidade de escolher livremente uma delas), até porque o homem é possuidor de
total livre arbítrio que lhe foi concedido pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.
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13. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 13/30
Ir Salvador Allende
M Mda Loja Salvador Allende,
ao vale de Lisboa - GOL
Globalização, Sociedade em Rede
e Maçonaria
perspectivas e interrogações
(Diversos irmãos reclamaram a não leitura completa pela defeituosa formatação deste artigo na
edição de nr. 2.237, razão pela qual estamos republicando este trabalho do Irmão Salvador
Allende, de Lisboa).
Globalização, Sociedade em Rede e Maçonaria – perspectivas e interrogações
I – Introdução
Nas reflexões éticas e filosóficas que fazemos, procuramos manter permanentemente vivos os
objectivos do nosso trabalho, questionando: É assim que me contruo plenamente como ser
humano? É esta a sociedade que permite o desenvolvimento integral do ser humano? Se
resolver a primeira é cumprir o caminho iniciático da Maç:. a segunda corresponde em manter o
comprometimento com o papel do homem na sociedade e no mundo. Como o iremos fazer nestes
tempos simultaneamente difíceis e desafiantes marcados pela Globalização, é o que
pretendemos lançar à reflexão.
Segundo o sociólogo( polaco) Zygmunt Bauman (10) “ a globalização é a desvalorização da
ordem enquanto tal”, já que pode ser considerada como subversão dos territórios por obra do
mercantilismo, dividindo mais do que une, já que cria uma diversidade cada vez maior entre quem
possui («the haves») e quem nada tem («the have-nots»). Para o intelectual (malaio) Martin Khor
(10) a globalização representa simplesmente «uma versão actual do colonialismo», já que não
sendo «natural» representa antes um “projecto preciso para tornar governos e indivíduos
subalternos às forças de mercado”, uma vez que a soberania popular que se exprime através da
eleição dos parlamentos e governos é minada pelo enorme poder das multinacionais e das
organizações internacionais, actuando como escudo e protecção daquelas.
Uma abordagem mais favorável é a de Thomas Friedman (10) que define a globalização como “a
inexorável integração dos mercados, estados-nações e tecnologias a um nível nunca antes
atingido, com a consequência de permitir aos indivíduos, empresas e estados-nações estender a
5 – Globalização, Sociedade em Rede e Maçonaria –
perspectivas e interrogações
Salvador Allende
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própria acção por todo o mundo mais rápida e profundamente e com menor custo do que alguma
vez foi possível anteriormente”.
A vastidão e importância do tema por certo nos levaria longe…. É inegável que a globalização,
correspondendo a uma nova etapa de desenvolvimento do capitalismo financeiro, se sustenta na
competição feroz pela conquista de novos mercados que possibilitem crescentes níveis de lucro
dos seus principais agentes (Banca, Industria, Serviços, Telecomunicações e Informática, etc.)
suportados por poderosas infraestruturas e meios financeiros.
Para tal foi necessário “padronizar e institucionalizar” uma cultura global fortemente consumista,
suportada em níveis progressivos de aculturação e passividade das sociedades, de modo a facilitar
a absorção dos valores impostos. Simultaneamente acentuou-se o rápido enriquecimento das
diferentes elites associadas (financeiras, gestão, serviços e industriais), nacionais e transnacionais,
ao mesmo tempo que se agravavam as desigualdades e até pauperização de largas franjas da
população.
Talvez à excepção pouco abonatória da Coreia do Norte e em parte de Cuba, já que a China se
rendeu ao capitalismo de Estado e de partido único, as novas vagas da Globalização reforçaram
na prática o domínio do capitalismo financeiro sobre os países e povos, sobrepondo
definitivamente a Finança especulativa global ao primado da Política. O Mundo passou a ser
definitivamente um gigantesco «Casino Royal».
Mas o avanço tecnológico de suporte a esta competição à escala mundial também possibilitou um
novo paradigma, o da «Sociedade em Rede», sociedade «da Informação e do Conhecimento», já
que a rápida expansão das Redes de telecomunicações e em especial da Internet potenciou um
diálogo, agora também «global» entre todos os cidadãos do Planeta. O que há apenas três décadas
e meia atrás era apanágio de uns tantos privilegiados, com meios e conhecimentos para tal,
transformou-se numa massiva «commodity».
Face à inexistência de regulação eficaz ou de «anti-corpos» capazes de bloquear as distorsões, os
grandes grupos económico-financeiros, mentores e arautos da Globalização, foram
progressivamente assumindo o controlo dos meios de comunicação, essenciais à sua estratégia de
«uniformização» das mentes e anestesia das sociedades. Pouco a pouco foram surgindo grandes
conglomerados, através de compra, cerco, falência ou domesticação dos anteriores meios de
comunicação, onde a liberdade e independência da informação é simplesmente figura de retórica.
Não há práticamente manchete informativa diária em que as agências de rating (por acaso todas
de natureza privada….) não apareçam a impor aos países, organizações e sociedades, uma
descarada chantagem através da desvalorização e subida dos colaterais dos títulos de dívida
pública e consequente aumento de juros. Estas acções especulativas são transmitidas «ad
nauseam» pelos meios de (des)informação e comunicação unidireccionais em concertação com os
fundos abutres, as agencias de rating e a Banca de Investimento transnacional, sempre em nome
da pretensa “sensibilidade” dos mercados a qualquer mudança política que os contrarie ou lhes
tente fazer frente.
Tudo o que possa fugir ao «pensamento único» e à liberdade de exploração sem limites que
preconizam e impõem, é desvirtuado e as respectivas linhas de força «marteladas» à exaustão, nos
jornais, telejornais, painéis com os habituais “comentadeiros” de controlo, em nome duma
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«pluralidade» unidirecional (recordemos o recente quotidiando dos anos do «troikismo», que
tantas e dolorosas marcas deixou…. ).
Cá pelo burgo este «estado de adormecimento» recorda-nos cada vez mais a trilogia dos 3 F’s da
ex-ditadura («Futebol, Fátima e Fado»), agora de fachada pretensamente democrática, com largo
predomínio do primeiro…. Mas quem se sature do futebol, tem sempre a “liberdade de escolha”
das incontáveis horas diárias de Telenovela com as ilusões de vidas cor de rosa baseadas no
sucesso sem ética e princípios, ou ainda dos episódios de degradação humana, cívica e cultural
dos «reality shows», em horário nobre. Em nome do «market share» dos canais televisivos, o
povo anestesiado agradece e esquece as agruras da vida !!!! (Portugal é um dos países europeus
com maior taxa de permanência diária face ao écran televisivo….).
A Globalização sendo responsável pelas deslocalizações, lay-outs, falências e encerramento das
organizações e empresas «não-rentáveis», por incapacidade de competir quer em custo de M.O,
quer de horários de trabalho ou regalias sociais, com os países asiáticos ou outros do chamado
terceiro-mundo ou em vias de desenvolvimento, propiciou ao mesmo tempo um conjunto de
oportunidades que urge analisar sem preconceitos, que vão desde as Redes Sociais aos negócios
de base «on-line», baseados na Internet e em poderosos centros computacionais que as novas
auto-estradas digitais suportadas nas novas tecnologias e meios de telecomunicações, interligam
eficazmente.
No entanto a globalização, apesar de ter contribuído para retirar milhões de seres humanos da
miséria (em especial na China), tem por outro lado provocado com as crises frequentes, crescentes
desequilíbrios económico-sociais e um crescente acréscimo de desigualdades a nível global. A
comprová-lo está, entre outros, o Relatório da OXFAM referente a 2015 que quantifica o
aumento significativo do fosso entre os mais ricos e os mais pobres, declarando que «A distância
entre ricos e pobres chegou a novos extremos».
O banco Credit Suisse revelou recentemente) que o 1% mais rico da população mundial
acumula actualmente mais riquezas que todo o resto do mundo junto.
Em 2015, apenas 62 indivíduos detinham a mesma riqueza que 3,6 biliões de pessoas – a metade
mais afectada pela pobreza da humanidade. Esse número representa uma concentração de 84%
em relação a 2010 (em que eram 388 os indivíduos que se enquadravam nessa categoria).
• A riqueza das 62 pessoas mais ricas do mundo aumentou em 44% nos cinco anos decorridos
desde 2010 – o que representa um aumento de mais de meio trilião de dólares (US$ 542 biliões)
dessa riqueza, saltando para US$ 1,76 trilião. Ao mesmo tempo, a riqueza da metade mais pobre
caiu em pouco mais de um trilião de dólares no mesmo período – uma queda de 41%.
• Desde o início do século, a metade da população mundial mais afectada pela pobreza ficou
com apenas 1% do aumento total da riqueza global, enquanto metade desse aumento beneficiou
a camada mais rica de 1% da população.
• O rendimento médio anual dos 10% da população mundial mais pobre, aumentou menos de
US$ 3 em quase um quarto de século. A sua renda diária aumentou menos de um centavo a cada
ano.
A crescente desigualdade económica mina o crescimento e a coesão social e as consequências
para as pessoas mais afectadas pela pobreza no mundo são particularmente graves.
Se a desigualdade dentro dos países não tivesse aumentado no mesmo período, outros 200
milhões de pessoas teriam saído da pobreza. Esse número poderia ter chegado a 700 milhões se
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as pessoas em situação de pobreza tivessem sido mais beneficiadas pelo crescimento económico
do que os ricos..»
Estes resultados são em nosso entender, dificilmente conciliáveis com os princípios referenciais
da L:. I:. F:. que enquanto MMaç:. jurámos defender e que não podemos esvaziar
progressivamente em formais e inofensivas manifestações de pretensa contestação, falhas de
conteúdo e sentido práticos, para que fiquemos em paz com a consciência.
O que é que a Maçonaria tem feito e sobretudo a A:.O:. para denunciar, desmascarar e
combater a sociedade e as consequências do «pensamento único»? Abstenho-me de
responder!!! (basta comparar com a recente actuação da Igreja, via Papa Francisco….)
II – A Maçonaria e a Sociedade «em Rede»
A Internet, espinha dorsal da «Sociedade em Rede», nasceu da encruzilhada insólita entre
Ciência, a investigação militar e a uma cultura libertária. Se por um lado a vertiginosa evolução
tecnológica registada sobretudo nos últimos 30 a 40 anos, foi um subproduto do esforço
milionário do complexo militar-industrial americano, as inovações que estiveram na origem da
Internet, foram fruto do trabalho de investigação e desenvolvimento de instituições
governamentais, centros de investigação e grandes universidades, não tendo origem restrita ao
mundo empresarial, e daí os graus de liberdade, acessibilidade e flexibilidade originais.
Actualmente estima-se que no final de 2016, os utilizadores dos diferentes serviços da Internet
totalizem o dobro de 2010 (ou seja 4 000 milhões) , equivalendo a cerca de 50% da população
mundial ou seja, 10 X 2000, ou 250 X 1995, mesmo tendo em conta os países e regiões mais
afectados pela pobreza e atraso tecnológico.
Manuel Castells (3) refere que: «A Internet é o tecido das nossas vidas. Se as tecnologias de
informação são o equivalente histórico do que foi a electricidade na era industrial, poderíamos
comparar a Internet com a rede eléctrica e o motor eléctrico, dada a sua capacidade para
distribuir o poder da informação por todos os âmbitos da sociedade humana. Tal como as novas
tecnologias de geração e distribuição de energia permitiram que as fábricas e as grandes
empresas se estabelecessem como as bases organizacionais da sociedade industrial, a Internet
constitui actualmente a base tecnológica da forma organizacional que caracteriza a era da
informação: a Rede».
Julgamos encontrar razoáveis semelhanças entre a organização Maç:. básica e as Redes, ao
abordar as LLoj:. como nós essenciais da «rede maçónica» e os Maçons como pontos de acesso
(captação / difusão) da informação e conhecimento, trabalhando disciplinada e organizadamente
para o correcto funcionamento do Nó, ou seja da Loja. A par dos valores e objectivos que
defendemos, esta característica organizativa e socialmente activa terá sido, durante os três
séculos de existência oficial da Maç:. especulativa, uma componente determinante quer na
resistência aos períodos de maior repressão, quer na expansão nos períodos de maior
atractividade.
A Maç:. pela sua dimensão social e cultural na sociedade, não ficou indiferente ou estática face à
Sociedade em Rede (nem o deveria ter feito), embora quanto a nós, se tenha atrasado
razoávelmente no acesso, sobretudo por parte das Organizações que a enquadram. O acréscimo
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significativo de Sites e/ou Blogs deve-se essencialmente à iniciativa individual e menos às Lojas
(com algumas honrosas excepções, entre as quais…..), o que é perfeitamente compreensível,
dado o Maçom ser por característica e função o agente dinâmico da célula social /organizacional,
o nó da Rede maçónica, que é a Loja.
Nicolas Carr (7), um dos investigadores que mais a fundo tem estudado o impacto das novas
tecnologias de informação, salienta por outro lado: “ a Internet está a provocar a erosão da
capacidade de controlar os nossos pensamentos e de pensar de forma autónoma» e mais à frente:
“a multi-tarefa instigada pela utilização da Internet elimina-nos formas de pensamento que
requerem reflexão e contemplação, converte-nos em seres mais eficientes a processar
informação, mas menos capazes de aprofundar essa informação e ao fazê-lo não só nos
desumaniza um pouco, como nos uniformiza”. Daqui a premência em mantermos o espírito
aberto, não descurando o combate ao colete de forças da “uniformização”.
Como meio de comunicação aberto, a Internet é também fonte de distorsão sobre a Maçonaria, já
que obviamente os nossos inimigos também a utilizam. Tendo sido a Internet por razões
históricas e culturais, desenhada como tecnologia de comunicação livre, será que podemos
concluir que somos todos mais livres graças à Internet ? Tudo dependerá sobretudo do conteúdo e
do contexto e menos do processo, já que a tecnologia, nesta sociedade global, poderá não ser tão
neutra como por vezes nos querem fazer crer, cabendo-nos a responsabilidade de retirar dela o
correcto proveito.
Actualmente e ainda mais no futuro, a «nuvem» («Cloud Computing») representa o novo
paradigma da sociedade de informação. O importante é o resultado que se pretende obter e não a
forma como se obtém.. Estima-se (dados da IDC) que em 2020, a ‘cloud’ cobrirá a maior parte
do investimento em TI [tecnologias de informação] das empresas, incluindo as de grande
dimensão. Em Portugal, prevê-se que por volta de 2020 as três categorias de serviços de “Cloud
Computing” (Cloud Pública, Cloud Privada e Cloud Privada em Hosting) irão representar mais
de 40% do orçamento corporativo nas médias e grandes organizações.
Mas como garantir um controlo independente e efectivo destes gigantescos centros
computacionais globais e dos respectivos acessos, tendo em conta entre outras, a actual ameaça
terrorista??
A vida moderna, a tecnologia, o progresso imparável, o céu como limite do pujante avanço
científico e tecnológico da Humanidade, será que relegam a vetusta organização maçónica para a
sala dos fundos onde sob uma respeitável poeira se acumulam as relíquias do passado?
III – A Loja como microcosmo Social, irá resistir?
Segundo K. Krause (7) «Maç:. é a única instituição que se ocupa do homem na sua pura e
completa humanidade, na sua totalidade». A Loja propicia o ambiente adequado para levar a
cabo as vivências, aprendizagens e pesquisas que não podemos efectuar a descoberto. Este
ambiente funciona como um microcosmo composto por uma linguagem e símbolos próprios,
decoração particular, indumentária única e uma forma peculiar e ordenada de ocupar o
espaço, movimentar-se, falar, etc. Este conjunto define o espaço humano e a atmosfera
adequada que recria o ambiente sócio-natural adaptado ao ser evoluido: uma comunidade
democrática de seres humanos, procurando colectivamente a interpretação da existência.
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Entendemos que, sobretudo em tempos de globalização, as Lojas devem, mais do que nunca,
continuar a agir como verdadeiros Templos de Transformação, onde as mulheres e os
homens se preparem para responder às rápidas mudanças exigidas pelo mundo actual.
Na complexidade social actual, o ser humano é submetido a todos os tipos de constrangimentos,
sejam sociais, laborais, políticos, de mercado ou afectivos ou outros, para se integrar socialmente
e tentar sobreviver. Não sendo a Maçonaria um clube, um partido político, um ateneu cultural
ou um método dirigido à acção social directa, embora não inteiramente alheia a vários daqueles
objectivos, representa contudo um método com vocação formativa, aplicado em conjunto e
dirigido ao interior do indivíduo. Permite-nos perceber a realidade com todo o sentido, e com
ela encontrar um propósito e uma vontade renovados de agir em sociedade, através dum eu mais
esclarecido.
É aqui onde valerá a pena concentrar os esforços, tirando partido da Globalização e
eventualmente inovar a nossa relação com os nossos concidadãos, assumindo o desafio e a
nossa responsabilidade perante a sociedade, agindo de acordo com os princípios que nos
norteiam .
IV - A Maç:. e a Globalização
Com a conclusão da II Guerra Mundial iniciou-se uma nova fase da Globalização que se prolonga
até à actualidade. O Comércio mundial cresceu a uma taxa média anual de 6% (mais do dobro
do crescimento do rendimento). No espaço de 50 anos, os volumes do comércio mundial
multiplicaram-se por 20 e o PIB global por 3. F. Bourguignon e C. Morrisson (10)
reconstituiram a distribuição do rendimento num número elevado de países entre 1820-1992.
Constactaram a emergência de 2 tendências:
- Aumentaram notávelmente as diferenças nos rendimentos per capita entre países– os países
ricos tornaram-se mais ricos e os pobres mais pobres, mas o número destes reduziu-se
significativamente, sobretudo devido às enormes melhorias alcançadas pela China.
- Nos anos 90 as análises dos dados disponíveis confirmam o aumento das disparidades entre
países e a persistência da desigualdade entre indivíduos no interior de alguns países.
P. Lindert e J. Williamson (10) analisaram o resultado da liberalização e da maior integração
comercial com a evolução da diferença de rendimento entre países e o impacto sobre a pobreza e a
desigualdade nos países individualmente, tendo concluído que o aumento da integração comercial
correspondeu a uma acentuada deterioração da distribuição do rendimento entre países: a relação
entre o rendimento “per capita” dos países mais ricos e dos mais pobres aumentou de 11 x
(1870) para 38 x (1960), atingindo os 52 x (1985).
Em resumo a abertura financeira para o capital entrar ou sair dum determinado país, expõe esse
país à voracidade dos mercados financeiros e aos ataques especulativos que aumentam a
instabilidade e a probabilidade de crises bancárias e monetárias. Estas crises, agora de tipo novo,
têm origem não só na má gestão macro-económica de governos que vivem acima dos próprios
meios (sujeitando-se a ataques especulativos), mas também no risco excessivo assumido pelo
sistema bancário e pelas estruturas financeiras das empresas, fortemente endividados no curto-
prazo, o que pode ter efeitos devastadores na economia real e propagar-se a nível regional ou
mundial. Adicionalmente às debilidades dos mercados financeiros dos países devedores as crises
foram agudizadas pela assumpção de riscos excessivos decorrentes da voracidade dos investidores
dos países mais industrializados.
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Ao longo das três a quatro últimas décadas acelerou-se ainda mais a natureza mutável do nosso
modo de vida e ao longo das diferentes crises avolumaram-se as incertezas e preocupações quanto
ao futuro, que as consequências da actual vieram agudizar. No entanto a natureza aberta e flexível
do método maçónico pode e deve ajudar-nos a enfrentar melhor as mudanças que caracterizam
este nosso tempo, propiciando um porto de abrigo seguro a todo o ser humano de bons costumes,
se soubermos trabalhar para tal.
A Maçonaria , sobretudo a de matriz anglo-saxónica, registou em termos quantitativos o seu
apogeu após a Segunda Guerra Mundial (no bloco de Leste a Maçonaria era proibida…). Os
sobreviventes aos episódios de horror e violência indescritíveis e inqualificáveis sentiram
necessidade de manter a camaradagem, a união, o espírito de corpo, que tinham estado na base da
sua sobrevivência. Uma das formas em que o fizeram, foi a de procurar a admissão nas Lojas
maçónicas e aí praticar essa particular forma de camaradagem que inexoravelmente os marcou.
As condições sociais foram evoluindo e o desenvolvimento capitalista sobretudo nos países
ocidentais foi gerando uma nova prosperidade material, que cada vez mais amplos sectores
desfrutaram. Para as gerações do pós-guerra (as do chamado «baby-boom») o tempo da guerra
passou a ser mera matéria de documentário histórico. À fase de crescimento da Maçonaria seguiu-
se inevitavelmente uma fase de declínio, em que passou a ser vista como uma coisa de cotas
nostálgicos e ultrapassados e/ ou de cromos com a mania de se armarem em diferentes.
Tantas coisas para fazer na vida, tanta vida para viver, tanto trabalho para fazer e tanto para
conquistar - para quê perder tempo com essa coisa esquisita e meio desconhecida, fechada ou até
«secreta»? A Maçonaria não passava, para muitos, de um resquício do passado, em persistente
declínio e inevitável decadência, a caminho do impiedoso arquivamento na prateleira das
curiosidades da história!
Outras solicitações sociais e de utilização de tempos livres se perfilavam. Não era evidente que
cada geração era melhor, mais sabedora, mais dinâmica, mais apta, do que a anterior? Alain
Bauer (6), refere que no Reino Unido, nas duas últimas décadas, a Maç:. perdeu cerca de metade
do seus membros (cerca de 150 000 IIr:.), e nos EUA a percentagem embora menor será também
da ordem dos 30 a 40% , para além de que, em ambos os casos, decresceu fortemente (cerca de
40 a 50%) a presença dos Maç:. em Loja.
No final da década de 80 do Século passado, a implosão do antigo bloco soviético e a consequente
queda do muro de Berlim, representaram como que o gatilho («triger») da expansão da
globalização. A partir daí as actividades económicas, sociais, politicas e culturais têm vindo
progressivamente a estruturar-se em redor da Internet, representando nas sociedades mais
desenvolvidas a exclusão destas Redes, uma forma grave de exclusão social, cultural e económica.
Os ditos «mercados» e as suas forças de suporte tinham finalmente alcançado o objectivo
supremo, enquadradas pelo suporte politico e ideológico das politicas neo-liberais de Reagan e
Tatcher. Segundo J. Stiglitz (5) os programas do F.M.I. agravaram claramente as crises da Ásia
oriental e a terapia de choque aplicada na antiga União Soviética e países satélites desempenhou
um importante papel no falhanço da transição. Amiúde surgiram em curto espaço de tempo novos
magnatas, muitas vezes ex-membros de segunda linha das antigas «nomenklaturas», agora
convertidos à «sociedade de consumo» e ao «mercado livre», quase sempre à custa da apropriação
indevida de valiosos bens públicos que, em nome dos cidadãos, antes dirigiam…
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Nos paises em que a liberdade de expressão é inexistente (ou figura mais virtual do que real), o
veiculo comunicacional proporcionado pelas Redes Sociais (se disponível) começou a ter um
papel cada vez mais importante (apesar dos bloqueios e censuras) como principal suporte na
«democratização» do protesto. Sendo a juventude e as gerações mais novas, por adaptabilidade e
criatividade, a principal base de consumo das novas tecnologias, têm sido naturalmente os
principais dinamizadores destes novos media.
Mas a Globalização e sobretudo a internet apresenta também outra face, sendo igualmente um
meio de excelência para suporte a actividades altamente criminosas (especialmente a «dark
internet»), desde a propagação do terrorismo (como diária e trágicamente vemos, ouvimos e
lemos….), aos ataques dos «hackers cibernéticos» a bancos, governos e instituições, da
pornografia a fraudes e chantagens várias, etc…., ou seja nela cabe tudo, do melhor ao pior, das
melhores contribuições aos mais repugnantes crimes e/ou atentados a liberdade individual ou
colectiva.
O homem profano perde-se nas solicitações mundanas. O consumismo, a falta de interiorização
deixa-o esquecido de si mesmo. Nessa alienação passa a buscar a felicidade fora de si mesmo,
no fanatismo religioso, no alcoolismo, noutros extremismos, nas drogas e em tudo o mais que
foge à própria pessoa, numa fuga ao seu mundo vazio. A convivência com os vícios, acaba por
fazê-lo cada vez mais infeliz.
A Maçonaria sendo o oposto de tudo isso, persiste no desenvolvimento pessoal e social, no seu
seio. Será que no nosso modesto contributo para a transformação da «pedra bruta» que alimenta
permanentemente a nossa acção não poderíamos fazer mais e melhor para uma aplicação prática
dos nossos princípios ao mundo profano? Sempre preconizámos que os Maçons, com o devido
resguardo das actividades em loja (rituais, funcionamento interno, etc), devem disponibilizar
informação seleccionada que possibilite esclarecer e formar, no fundo divulgar sustentadamente
os fundamentos e os objectivos que nos unem, reforçando a difusão correcta dos nossos valores.
Basta pesquisar na Net para nos certificarmos que são crescentemente numerosos os sites e/ ou
Blogs de Lojas, Obediências, individuais, de grupo e livrarias dedicadas, onde se faz divulgação
da Maçonaria. Os sites / Blogs das Lojas estão cada vez mais sofisticados e apelativos, evoluindo
de aspecto gráfico, tirando partido das novas facilidades e SW disponíveis. Porém nem sempre os
conteúdos acompanharão plenamente o grafismo que os envolve ou vice-versa. Essa será também
uma tarefa a melhorar e um objectivo a ter sempre presente.
Sendo óbvio que o acesso universal à informação não se traduz automaticamente em
conhecimento, representa «à priori» uma pretensa igualdade de oportunidades, mas será que
potencia ou reforça aquele objectivo? O acesso à informação (vide: Barreto, Castells e outros)
(1), (2) e (9) deve também pressupor um patamar mínimo individual, ou seja níveis mínimos de
literacia, cultura e «consciência crítica» por parte da generalidade da população, para que possa
efectivamente tirar proveito da informação e transformá-la em algum conhecimento.
V – A Maçonaria e o Futuro – questões e interrogações
O combate de há trezentos anos era o de convencer a sociedade inteira da igualdade essencial dos
seus membros. Hoje, e sobretudo no Futuro o desafio é o de consciencializar todos de que essa
igualdade só se concretiza verdadeiramente se for permitido a cada um desenvolver a sua
21. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 21/30
individualidade. Porque cada um de nós é verdadeiramente único e diferente entre iguais. E é essa
Diferença na Igualdade que, afinal, constitui a maior riqueza de uma sociedade.
Importa pois ter consciência das potencialidades / ameaças que a Globalização oferece à Maç:. e
à Sociedade, sem perder a noção do que é mais importante: a vivência maçónica na sua
globalidade, o trabalho dos obreiros em Loja e a sua ligação e continuidade no mundo profano.
Poderão os princípios que defendemos pactuar com a sociedade unidirecional que nos impõem,
em nome da idolatria aos omnipresentes mercados e do bezerro de ouro do sucesso individual,
sem princípios, sem ética e sem valores, baseado numa «competitividade» em que muitos partem
de situações tão díspares ??? Poderá um Maçom aprovar aqueles pressupostos ou permanecer
alheado, indiferente, olhando convenientemente para o lado, fingindo ignorar ou até ver ???
Nas suas áreas originais, a Maç:. anglo-saxónica auto-classificada de “regular”, está a encontrar
cada vez mais dificuldades, vítima da sua incapacidade de se renovar, apesar de ainda contribuir
com cerca de 85% a 90% dos efectivos maçónicos a nível mundial (A. Bauer (6)). Mas na Europa
e no resto do mundo, o espaço maçónico liberal, adogmático e laico apesar de ter crescido, não
conseguiu compensar estas perdas, para além de não ter práticamente representação no mundo
asiático.
Com a globalização, a vida moderna empurra-nos insensivelmente para a massificação e a
generalização. Cada vez mais, cada um de nós é menos um indivíduo e mais um número, um
factor, um pequeno elemento de um conjunto cada vez mais numeroso, uma formiga num
gigantesco formigueiro global.
É cada vez mais urgente que o ser humano descubra que a Maçonaria permite aos que a integram
dispor de um espaço, de tempo e de locais em que cada um consegue afastar essa asfixiante
sensação de ser apenas uma peça do imenso formigueiro humano e assumir-se como indivíduo
inserido numa comunidade, interagindo com ela e com os outros componentes.
A história mostra-nos contudo que as Obediências Maçónicas são estruturas pesadas e com muitos
(e por vezes difíceis) equilíbrios internos e que os grandes avanços e/ ou alterações sociais nos
quais muitos maçons têm tomado parte activa, só mais tarde e com muita resistência, vêm a ser
endogeneizados (recorde-se a situação da mulher na Maçonaria, a Obediência «Prince-Hall», entre
outros….).
A Maçonaria, entre o esquadro e o compasso, tem de encontrar o seu próprio modo de incorporar
a nova realidade no desenvolvimento da sua actividade, ou não fosse a nobre herdeira do
iluminismo e da Royal Society.... . Sem prescindir dos seus princípios fundamentais, deve
aproveitar a oportunidade para divulgar e reforçar a sua mensagem solidária de Liberdade,
Igualdade, e Fraternidade.
Alguns IIr:. (4) acreditam que a Internet banaliza e desvirtua a Maçonaria. Cremos que tal não
acontecerá se, para além do necessário resguardo do trabalho em Loja, a Informação dos Sites /
Blogs estiver bem estruturada e consistente, moldada por uma estética apelativa mas
simultânemente sóbria, conducente com a dignidade da Instituição. A disponibilidade da
informação, os grupos formais ou informais de Iir:. em todas as obediências, os blogs e as
páginas pessoais nos novos meios de comunicação e de informação representam esta nova
tendência.
22. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 22/30
A respeito da inter-relação entre a Globalização, a Sociedade e a Maçonaria, coloco
resumidamente à V/ apreciação algumas questões com que me interogo, face ao futuro:
1 – Como contrariar os danos profundos na coesão social das sociedades, na democracia e no
ambiente e ao mesmo tempo tirar partido dos impactos eventualmente positivos? Qual o papel da
Maçonaria face às consequências da Globalização desregulada?
2 –Nos tempos actuais será que a Maç:. é uma questão de género? Qual o papel da Mulher na
Maçonaria ? Será que ainda faz sentido interpretar dogmáticamente as «Constituições de
Anderson»? Até quando estaremos a afastar a outra metade do mundo dos nosso meio ? (de
salientar o papel do GOdF a par da aparente estagnação da N:.A:.O:.? )
3 - Que evolução se perspectiva para a Maç:., e em que moldes poderá contribuir para o reforço
dos valores individuais e colectivos da Sociedade?
4 - Com a globalização, a sociedade da Informação e as redes sociais podem ou não contribuir
para uma difusão mais eficaz dos princípios e ideais maçónicos, um mundo mais humanizado e
justo e uma sociedade progressivamente mais aberta e livre?
5 - Será que, internamente, a Internet (como entendemos) pode ser ( ou já é) importante para:
- difusão e pesquisa de documentação complementar (literatura, bibliografia, trabalhos, de
autores, historiadores ou investigadores devidamente certificados e /ou consistentes) ;
– Divulgação de realizações / eventos programados, desde que não afecte a integridade,
segurança e desempenho da organização, face ao mundo profano.
- Contrariar consistentemente as provocações / distorções e auxiliar a correcta divulgação dos
nossos principios; e até perspectivar o arquivo e històrico das LLoj.. na «Cloud», apesar dos
eventuais vulnerabilidades de segurança (mas a que todos computadores e sistemas actuais não
fogem....), desde que alvo de protecção adequada.
6 – Como captar o interesse e mobilizar a juventude, dado que sem rejuvenescimento e sem
Transmissão, vamos alegremente definhando, sendo urgente inverter a tendência…..
7 - Como nos adaptar aos novos tempos, face aos perigos do isolamento e da obsolescência.
Intervenção mais aberta na sociedade ?. As eventuais “Conferências on-line” podem não
estar assim tão longe, e não só...
Curiosamente, a imutável linha de rumo da Maçonaria parece actuar como força de equilíbrio na
Sociedade. No passado, quando imperavam os dogmas, as castas sociais e a exploração, a
Maçonaria foi um espaço de igualdade e fraternidade, de liberdade e de futuro. Hoje, quando os
globalizadores da Finança nos pretendem impor uma normalização acrítica e o «pensamento
único», a Maçonaria tem de permitir a cada um de nós que exercite, execute e desenvolva a sua
individualidade.
As épocas sucedem-se, as modas vêm e vão, os tempos mudam mas os Valores essenciais são
perenes e cultivá-los com equilíbrio saudável é Arte verdadeiramente Real! Porque os Valores
que cultivamos e recebemos dos nossos antecessores e que temos a obrigação de transmitir aos
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vindouros, são intemporais, essenciais e imprescindíveis para o Homem e para a Humanidade, o
tempo futuro tem de ser de crescimento, consolidação e de valorização.
É necessário, como acreditamos, que a Maçonaria e as Lojas subsistam e se desenvolvam,
neste novo contexto, em prol da expansão dos valores humanistas estruturantes que
preconizamos, como refúgio e protecção face aos desiquilíbrios sociais vigentes, que a
Globalização perspectiva cada vez mais ameaçadores.
Para o concretizar teremos provávelmente de nos abrir mais à Sociedade, sem nos descaracterizar
ou transformar os rituais em memórias ou relíquias do passado, o que por si só não será tarefa
fácil, já que internamente será preciso encontrar o justo equilíbrio entre as concepções mais
dogmáticas e as demasiado liberalizantes. Esta é por certo uma das tarefas chave dos MMaç:. e
das Lojas nos novos tempos. O Grande Arquitecto do Universo por certo nos apoiará no
aproveitamento e utilização adequados das novas ferramentas e oportunidades proporcionadas
pela sociedade em Rede, já que para a divulgação criteriosa da nossa mensagem e valores são
essenciais o conteúdo e o objectivo e não tanto o veiculo de transmissão……
Como o faremos cabe-nos a nós MM:. MMaç:., a nível individual e colectivo, analisar, decidir e
sobretudo implementar para possamos dar corpo à nossa missão primordial, que é a de
TRANSMITIR .
Bibliografia
1) - «A Sociedade em Rede» – Manuel Castells
2) - «A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade» – Manuel Castells
3) - "L’Internet est-il Maçonnique ?", Jiri Pragman
4) - «La Franc-Maçonnerie est-Elle Internet Compatible?» - Georges-marc Benamou
5) - «Making Globalization Work» – Joseph E. Stiglitz – W. W. Norton & Company (2006)
6) - « Le Crépuscule des Fréres» - Alain Bauer
7) – Revista “Cultura Masònica” Nº 10 -. Editorial Masónica
8) – “A Sociedade em Rede - considerações numa perspectiva maçónica” - Salvador Allen:. M:.M:.
9) – “Globalização e Desenvolvimento” – Frederico Bonaglia e A.Goldstein – Editorial Presença (Jan.2006)
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Este Bloco é produzido
pelo Irmão Pedro Juk, às segundas,
quartas e sextas-feiras
mestre de cerimônias
Em 18/04/2016 o Respeitável Irmão Augusto Pinz, Loja José Bonifácio, 55,
REAA, Grande Loja do Rio Grande do Sul, Oriente de Canguçu, Estado do Rio
Grande do Sul, solicita o seguinte esclarecimento:
gutopinz@yahoo.com.br
Estou enviando e-mail para indagar uma questão que se mantém viva em nossos
encontros: O Mestre de Cerimônia vai à frente ou atrás dos Mestres?
Tenho certeza que já ouvi "que o Mestre de Cerimônias só vai atrás de Mestre Instalado", porém
ouço, em Loja, que só vai à frente de Aprendiz e Companheiro. Mestre, independente de
instalado ou não, iria à frente do Mestre de Cerimônias.
O que é certo para o REAA da Grande Loja?
Considerações:
A questão não é a do que é certo para essa ou aquela Obediência. A questão é do que
é certo no REAA, embora eu até entenda que no Brasil, rituais e rituais emanam seus próprios
conceitos, sendo que não raras vezes muitos deles estejam bastante distantes da originalidade
do Rito.
No caso do Mestre de Cerimônias quando no exercício do seu ofício, ele “conduz”
alguém e não “acompanha” esse alguém, independente do cargo ou título que o conduzido
tenha na Maçonaria. Assim, o Mestre de Cerimônias vai à frente, como estivesse ele abrindo
caminho. Não existe essa de outros quaisquer irem à frente. Como dito, independente de quem
seja, todos “acompanham” o Mestre de Cerimônias.
Quanto a essas ideias contrárias, elas não passam de invenção ou de mera
especulação.
No que trata o Ritual da vossa Respeitável Grande Loja eu não posso opinar, até
porque não o conheço.
Concluindo, devo salientar que as minhas considerações acompanham a tradição do
Rito em questão e não o que preceitua esse ou aquele ritual específico, embora ratifique que um
ritual em vigência é Lei e, por assim ser, estando ele certo ou errado o mesmo deve ser
rigorosamente observado.
T.F.A. PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com -
Jun/2016
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
GOB/SC –
Data Nome da Loja Oriente
05.11.1997 União do Vale nr. 69 Blumenau
10.11.2001 Arte Real Santamarense nr. 83 Sto. Amaro da Imperatriz
14.11.1983 Obreiros da Liberdade, nr. 37 Xaxim
14.11.1983 29 de Setembro nr. 38 S. Miguel do Oeste
17.11.1950 14 de Julho nr. 03 Florianópolis
17.11.1986 Templários da Arte Real nr. 44 Blumenau
17.111993 Rei David nr. 58 Florianópolis
18.11.1993 Ottokar Dörffel nr. 59 Joinville
19.111996 Ordem e Progresso nr. 65 Joaçaba
19.11.2003 Fraternidade Lourenciana nr. 86 S. Lourenço do Oeste
19.11.1996 Manoel Gomes nr. 24 Florianópolis
21.11.1986 Liberdade e Justiça nr. 45 Abelardo Luz
21.11.1994 Fraternidade Capinzalense nr. 52 Capinzal
21.11.1992 União e Verdade nr. 53 Florianópolis
24.11.1982 Ary Batalha nr. 31 Florianópolis
Data Nome da Loja Oriente
02/11/1991 Seixas Neto Florianópolis
03/11/1971 Acácia dos Campos Campos Novos
03/11/2010 Colunas da Sabedoria Joinville
07/11/2001 Zodiacal Florianópolis
11/11/2005 Harmonia e Perseverança Itajaí
15/11/1979 Ciência e Trabalho Tubarão
22/11/1997 Templários da Liberdade Pinhalzinho
25/11/1977 Fraternidade Catarinense Florianópolis
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Novembro
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http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome da Loja Oriente
03.11.99 Delta do Norte - 3273 Florianópolis
04.11.81 Palmeira da Paz - 2121 Blumenau
09.11.10 Regeneração Guabirubense, 4100 Brusque
12.11.99 União e Justiça - 3274 Chapecó
15.11.01 Verdes Mares - 3426 Camboriú
15.11.96 Verde Vale - 3838 Blumenau
19.11.80 União Brasileira - 2085 Florianópolis
19.11.04 Verdade e Justiça - 3646 Florianópolis
21.11.69 Jerônimo Coelho - 1820 Florianópolis
22.11.95 Luz da Verdade - 2933 Lages
24.11.92 Nereu de O. Ramos - 2744 Florianópolis
25.11.04 Luz e Frat Rionegrinhense -3643 Rio Negrinho
25.L1.06 Obreiros da Terra Firme - 3827 Florianópolis
29.11.11 Ciência e Misticismo - 4177 São José
Palestra
“As Influências da Cabala na
Maçonaria”
C O N V I T E
O Irmão João Anatalino Rodrigues (foto), de Mogi
das Cruzes, palestrante, pesquisador, escritor e colunista do JB News, onde
expõe seus artigos nas edições de quintas-feiras e domingos, estará em
Florianópolis neste sábado, dia 19, às 10h00, proferindo a palestra
“As Influências da Cabala na Maçonaria”, como atração da Sessão Conjunta das
Lojas “Templários da Nova Era” nr. 91 e “Agnus Dei” nr. 782 de São Paulo
(GLESP).
A palestra e Sessão Conjunta serão no Templo principal do Condomínio Monte
Verde, à Rua Amilscar, nr. 33 (atrás do Shopping Floripa). Ao após, haverá no
salão de eventos, almoço por adesão.
Reservas pelo e-mail jbnews@floripa.com.br
27. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 27/30
Caro Irmão: (Palestra para o dia 19 de novembro em Porto Alegre)
A Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônica, a Chio da Botica, sente-se honrada em
convidá-lo para mais uma brilhante palestre a ser proferida pelo nosso Irmão Hercule Spoladore,
Membro Fundador da Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil, Oriente de Londrina – PR e Membro
Correspondente nº 1 da Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas, em comemoração ao
21º aniversário de fundação de nossa Loja;
Vossa presença muito nos honrará.
Pela atenção e comparecimento deixamos um TFA
Cesar Volnei da Luz Gomes
Venerável Mestre
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas – GORGS - Porto Alegre - RS
28. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 28/30
Um dos símbolos templários encontrados
no piso de uma das salas da Quinta da Regaleira.
Foto JB News na Expedição Maçônica em Portugal - nov. 2011.
29. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 29/30
1 – Um búfalo contra 9 leões. Incrível o que aconteceu!
https://www.youtube.com/watch?v=b-LEGzctexM
2 – Vídeo: Rolando Nero
Rolando Lero - Um dos gênios do humorismo.wmv
3 - - Simca Chambord:
Sinca_Chambord.pps
4- Laguna – SC
Laguna - SC.PPS
5 – Lugares únicos:
LUGARES UNICOS.pps
6 – Magnífica China rural:
Magnifique Chine rurale1.pps
7 – Filme do dia “Uma Chance paras Viver” – dublado
Este filme relata a pesquisa sobre a cura do Câncer de Mama, feita por um médico Norte Americano. Lindo
e emocionante filme.
https://www.youtube.com/watch?v=ocfEnZOQFtI
30. JB News – Informativo nr. 2.239– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 16 de novembro de 2016 Pág. 30/30
À BUSCA DE SONO
Autor: Raimundo A. Corado.
Barreiras, 14 de julho de 2015
É computador, é celular;
É cachorro latindo;
Ainda não consegui deitar;
Enquanto todos estão dormindo.
Sempre encontro ocupação;
Quando percebo é madrugada;
Pra variar, uma ligação;
Ao atender, é ligação errada.
Deito e fico buscando sono;
Pego o celular e fico navegando;
Antes que as mensagens me escape.
Não acho sono, fico entretido;
Com os grupos de maçons envolvido;
No facebook e no WhatsApp.