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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Mogi das Cruzes (SP) “Terra do Caqui”
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.221 – Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella – O Cuidado na Prática do Bem – Show Time
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi - Felicidade
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Oriente do Templo: A influência do mito solar e ...
Bloco 5-IrHercule Spoladore – O Maçom, esse desconhecido
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – Em Busca do Equilíbrio Perdido
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 30 de outubro e versos do IrSinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 2/33
30 de outubro
Nelson Piquet Souto Maior –
1987: tricampeão mundial de F-1
 701 - É eleito o Papa João VI.
 942 - É eleito o Papa Marino II.
 1340 - Atribuída ao processo de Reconquista, os reis de Castela e Portugal uniram-se na Batalha
do Salado contra os mouros.
 1470 - Henrique VI de Inglaterra é reinvestido como rei, após a vitória do seu general Ricardo
Neville, Conde de Warwick sobre Eduardo IV.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 304º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Nova às 14h38)
Faltam 62 dias para terminar este ano bissexto
Dia Nacional da Juventude e dia do Comerciário
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 3/33
 1500 - D. Manuel I casa-se com Maria de Aragão.
 1537 - Prazo para todos os moradores de Genebra se pronunciarem quanto à sua religião
(veja João Calvino).
 1889 - Casamento de Alberto I de Mónaco, com a norte-americana Marie Alice Heine.
 1905 - O tzar Nicolau II da Rússia assina o Manifesto de Outubro prometendo uma constituição
representativa.
 1925 - Primeira exibição de imagens em movimento na televisão.
 1938 - Uma adaptação para o rádio do romance de ficção científica A Guerra dos Mundos, de H. G.
Wells, dirigida por Orson Welles, é transmitida em Nova York, causando pânico na população, que
achou que a Terra estava realmente sendo invadida por extraterrestres.
 1945 - A Índia é admitida como Estado-membro das Nações Unidas.
 1961 - A União Soviética detona a maior bomba nuclear da história (a Tsar Bomba, com 57
megatons) na ilha russa de Nova Zembla.
 1967 - Bondes elétricos são extintos no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro.
 1969 - Anos de Chumbo: o general Médici assume a Presidência da República do Brasil.
 1973 - Criada a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) no Brasil. Órgão que mais tarde formará
o IBAMA.
 1975 - Por determinação do ditador Francisco Franco, o príncipe Juan Carlos é interinamente
alçado como chefe de Estado da Espanha.
 1978 - Início da dedicação do Templo de São Paulo pela A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, o primeiro no Brasil.
 1987 - Nelson Piquet torna-se tricampeão mundial de Fórmula 1.[1]
 1988 - Ayrton Senna vence em Suzuka, no Japão, e é campeão mundial de Fórmula 1 pela primeira
vez.[2]
 1995
 França faz lançamento bem sucedido do foguete Ariane 5.
 Separatistas perdem no plebiscito pedindo a independência de Quebeque do Canadá.
 2001 - Michael Jackson lança o álbum de estúdio Invincible, que bate recorde na semana de
lançamento.
 2003 - O CPOR de São Paulo é homenageado pelo Conselho da Ordem do Ministério Público
Militar, que concedeu a Ordem do Mérito Público Militar.
 2007 - A Federação Internacional de Futebol escolhe o Brasil como país-sede da Copa do Mundo
de 2014, encerrando o rodízio de continentes adotado pela entidade.
1899 Morre na sua cidade natal, Brunswick, na Alemanha, Hermann Otto Blumenau ()
fundador da colônia que levou o seu nome, hoje município de Blumenau.
Fatos históricos de santa catarina
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1667 Nasce o irmão Jonathan Swift, escritor inglês, autor de “As Viagens de Gulliver”.
1735 Decreto do Magistrado de Amsterdam proíbe a Maçonaria, passando a ser perseguidas as Lojas na Holanda e na
Frísia Ocidental, embora nada fosse encontrado que pudesse desabonar nem a Ordem nem os Maçons.
1736 Fundação da Grande Loja da Escócia
1740 Fundação da GL Provincial de Hamburgo, Alemanha, sob a GL da Inglaterra.
1756 Recebe a Carta Constitutiva a Loja Saint Andrew’s cujos membros iriam ter grande projeção na
independência americana.
1769 Quatro Maçons são feitos Mestres Instalados ou “passados pela Cadeira”, alusão ao Grau de Past Master, em
Bolton, Inglaterra.
1899 Falecimento do Ir.´. Hermann Blumenau, na cidade de Braunschwieg, Alemanha. Doutor em Filosofia, pela
Academia Real Ludovico, em 23.03.1846. Ela fundou a colônia que leva seu nome. Quanto à sua vida maçônica,
entretanto, perdura ainda bastante discussão: Segundo Kurt PROBER o Dr. Blumenau foi iniciado em 1845, na
Loja "Carl Zur Gekroenten Saeule”, de Brunsviga (sic), na Alemanha.
em Heiden, na Suíça. Criador da Cruz Vermelha Internacional e Prêmio Nobel da Paz em 1901. Ele nasceu em
08.05.1828, em Genebra, na Suíça. A Cruz Vermelha é uma organização que ajuda pessoas doentes no mundo
inteiro. Ele também criou a Convenção de Genebra.(maçom)1910 – Falecimento do suíço Jean Henri Dunant
1937 Iniciação, na Johnson City Lodge, do Ir.'. Lyndon B. Johnson, futuro presidente americano, Texas, mas ficou
adormecido.
1983 Fundação da Loja Maçônica Segredo De Fraternidade no. 167 – Oriente de Belo Horizonte MG. Obediência: G
L M M G – Reunião: Sexta-Feira – Rito: REAA.
1993 Fundação da Loja Maçônica Cavaleiros Da Paz nr. 87 – Oriente de Coromandel MG. Obediência: G L M M G
– Reunião: Segunda-Feira – Rito: REAA
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
De Irmão para Irmão
As publicidades veiculadas nas edições diárias do JB News são cortesia deste informativo,
como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, preferindo o que está sendo anunciado.
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Em Florianópolis visite Marinas Palace Hotel
Rua Manoel Mancellos Moura, 630 - Reservas: 3266-0010 – 3266-0271
O hotel dos Irmãos na Praia de Canasvieiras - http://www.marinashoteis.com.br
(Mesmo na temporada o Irmão sempre tem desconto especial)
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O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
: "O CUIDADO NA PRÁTICA DO BEM - SHOW TIME "
Bastante desagradável o que se tem observado da parte de alguns Maçons
quanto a falta de critério e cuidado no que diz respeito a questão da
espetacularização da filantropia ou beneficência.
Não raro, temos visto especialmente nos grupos de whatsapp e em outras
midias sociais, Irmãos que numa necessidade incontida de quererem
aparecer a qualquer custo, despejam inúmeras fotos e vídeos dando conta de
suas ações filantrópicas a entidades como asilos, abrigos, igrejas e por aí
afora, ostentando uma postura olímpica e de incomparável generosidade,
referendando-se como exemplos para outros Irmãos.
Esse tipo de atitude tem se tornado frequente, e poucos são os Veneráveis,
ou Mestres mais experientes que têm se ocupado de orientar esses
"filantropos" no sentido de ensiná-los que um dos principais postulados da
Ordem é justamente o que ensina :
"O que a mão direita dá, a esquerda não precisa ficar sabendo”.
O próprio ritual do REAA bem como inúmeras publicações maçônicas fazem
referência a isso.
2 – O Cuidado na Prática do Bem – Show Time
Newton Agrella
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A Filantropia só faz sentido para a Maçonaria quando emanada do coração do
Maçom e despojada de qualquer intenção de querer se fazer reconhecido e
objeto de elogios pelos outros.
É na realidade um exercício de bem estar para consigo mesmo e sobretudo
de respeito para aqueles que estão sendo assistidos.
Infelizmente e por incrível que possa parecer, são principalmente os Irmãos
Aprendizes - que no afã de quererem mostrar atitudes de abnegação e de
benemerência ao próximo - acabam por tornarem-se reféns e algozes de suas
próprias ações.
Senão vejamos como exemplo a propagação de imagens na Internet onde o
referido "filantropo" faz questão de aparecer nas fotos ou vídeos e divulgá-las
mostrando o processo de distribuição de brinquedos, medicamentos, roupas e
alimentos - sempre norteados por uma frase de efeito como que querendo
manifestar sua humildade e desprendimento - fazendo daquele instante uma
ação irreparável de bondade e de virtude sem igual...
A bem da verdade essa atitude acaba soando falsa, pois não há a mínima
necessidade de se exaltar e difundir aos quatro ventos o que de positivo se
está fazendo pelos nossos semelhantes menos favorecidos.
Como se não bastasse, há ainda outros Irmãos que acabam aplaudindo e
elogiando tal atitude sem se dar conta que essa ação individual ou coletiva
colide com os princípios da Maçonaria.
Quando se diz que "o que a mão direita dá, a esquerda não precisa ficar
sabendo” isso tem um significado bem claro e definido, ou seja; o mérito
está em fazer o bem sem ostentação.
Esconder a mão que dá é mais meritório. É o claro sinal de uma grande
superioridade moral.
O que conta sim, é renunciar à satisfação do testemunho dos homens e
almejar a aprovação de Deus. Isso sim vale como traço meritório da ação.
A Caridade deve ser anônima, outrossim torna-se evidente exemplo de
vaidade.
E como é sabido a Vaidade é uma das características do ser humano que a
Maçonaria mais combate e repele.
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É claro que assistir aos mais necessitados, ampará-los e contribuir com as
mais diversas formas de donativos é algo extremamente importante.
A Caridade é um exercício que nutre a alma e que nos faz sentir melhor com
o nosso próprio interior.
Essa satisfação deve ser de âmbito natural sem que haja a menor
necessidade de compartilhar com outras pessoas como que se tivéssemos
que mostrar aos outros como somos altruístas e bons.
A prática da benemerência, filantropia e caridade devem estar munidas sim
de uma única razão chamada "fraternidade" e essa razão é de foro íntimo e
que deve partir de dentro do coração e da consciência de cada um.
A Filantropia não deve ser instrumento midiático - sobretudo dentro da
instituição maçônica, e portanto vale reiterar que uma orientação clara,
direta e sobretudo franca, em especial aos Irmãos Aprendizes - que mal
iniciaram a longa caminhada maçônica - deve ser ministrada desde o início,
com muito critério e propriedade, de maneira que possam abstrair com
sabedoria e como inequívoca instrução - qual o verdadeiro propósito da
Caridade.
Nunca é demais lembrar que a Maçonaria entende a beneficência como uma
das mais importante virtudes a ser praticada pelo homem, porém ela não se
constitui na principal finalidade da Ordem, sendo apenas uma consequência
do que a doutrina maçônica ensina.
Vale sempre destacar que o aprimoramento moral e intelectual do Obreiro é a
transformação de pessoas comuns em pessoas espiritualizadas buscando
sempre um estado superior de consciência e sentimentos.
Fraternalmente
NEWTON AGRELLA
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve às quartas-feiras e domingos.
FELICIDADE
“A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falsei-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta
de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a”. (Marguerite Yourcenar).
1. Eudaimonia: No grego antigo há uma constelação de palavras que podem ser mais ou menos
vistas como relacionadas ao antigo conceito de felicidade, palavras como feliz, abençoado,
próspero/prosperidade.
A palavra principal, porém, para a felicidade em grego antigo é eudaimonia e eudaimon é o
adjetivo para feliz. O significado original destas palavras nos diz muito sobre a maneira como a
felicidade era concebida. De acordo com sua etimologia eudaimonia significa que tem um poder
divino (daimon) bem disposto (eu).
No pensamento grego antigo a felicidade é uma condição concedida por favor divino, e é feliz
aquele que desfruta do favor dos daimones, isto é, daqueles poderes divinos que poderiam ser
hostís. A manifestação visível e tangível de ser favorecido pelos poderes divinos, isto é, de ser livre
da má vontade divina, é o que é comumente chamado de prosperidade, em termos tanto da riqueza
material como do sucesso
O eudemonismo era a posição sustentada por todos os filósofos da Antiguidade, apesar das
diferenças acerca da concepção de felicidade de cada um deles. Segundo Aristóteles: A felicidade é
um princípio; é para alcançá-la que realizamos todos os outros atos; ela é exatamente o gênio de
nossas motivações. Opondo-se às morais que estimam que o homem deve procurar outros valores
além da felicidade: a verdade, a justiça,a santidade. O eudemonismo qualifica as doutrinas éticas que
fazem da felicidade o valor supremo e critério último da escolha das ações humanas: Aristóteles,
Epicuro, Montaigne, Spinoza, Diderot. O eudemonismo funda-se sobre uma confiança geral no
homem que continua a ser a chave insubstituivel do humanismo. A doutrina concentra-se sobre esta
oportunidade única de desenvolvimento pleno que constitue a vida terrestre e é por conseguinte no
sucesso desta vida,na felicidade imediata ou racionalizada sobre um tempo longo, tanto à sua quanto
à de outrem, que ela consagra logicamente o seu esforço. Entre os mais conhecidos, o aristotelismo é
um eudemonismo intelectualista que coloca a felicidade na satisfação ligada à comtemplação da
verdade pelo espírito. O epicurismo é um eudemonismo hedonista que coloca a felicidade no prazer
sensível do corpo mas ele repousa igualmente sobre a prática da filosofia, único meio de liberar a
alma dos seus tormentos e alcançar a serenidade e a amizade. O espinozismo, por sua vez,coloca a
felicidade na alegria de compreender a natureza, o amor de si e do mundo e o poder da razão que
permite viver livre de paixões.
3 – Felicidade
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 10/33
2. Felicidade: Não importa qual seja a nossa situação, se somos ricos ou pobres, educados ou
não, de uma raça, gênero, religião ou outra coisa, todos desejamos ser felizes
Entre os problemas comuns que, através dos séculos, têm preocupado a humanidade, de poetas a
filósofos a pessoas comuns, podemos com certeza colocar a questão da felicidade. Desejar felicidade
uns aos outros em várias circunstâncias da vida, ouvir de pessoas que aparentemente têm tudo o que
queriam e, no entanto não podem dizer que são completamente felizes, ver pessoas que têm tudo que
nós achamos que traria a felicidade e que no fim de contas têm todos os tipos de problemas - tais
como as drogas e o álcool - problemas que o sentido comum nos diria que são problemas das pessoas
que estão lutando com a vida: todas estas experiências e pensamentos todos nós já tivemos pelo
menos uma vez. Ironicamente, é possível que nós, depois de termos testemunhado este paradoxo,
mesmo assim muitas vezes não nos perguntamos o que é a felicidade, ou, quando perguntamos,
sentimos um certo desconforto ao tentar dar uma resposta, se ela não for simplesmente uma resposta
vaga cheia de lugares comuns.
É interessante como este desconforto e esta dificuldade em definir a felicidade estão aparentes
nos dicionários da maioria das línguas modernas da civilização ocidental: todas as definições
parecem ser parcialmente tautológicas (redundantes), e certamente insatisfatórias, dada a recorrência
de motivos como o estado de bem estar, contentamento, satisfação. Nenhuma dessas definições, por
exemplo, nos diz explicitamente em quê consiste este estado de bem estar. Além do mais, este
estado parece não espelhar realmente a visão comum de uma pessoa feliz: aquela que tem tudo o que
pensa que quer, deveria estar sempre em um estado de bem estar, mas pode ser infeliz. Isto significa
que a felicidade não pode depender do que está fora do indivíduo, isto é, bens materiais e outras
possíveis fontes de bem estar, desde a possessão do carro mais caro e mais confortável a ter o
emprego que a pessoa mais quer? De fato, o outro motivo recorrente é aquele do contentamento, que
torna o conceito ainda mais subjetivo, e ajuda a esclarecer o que poderia ser difícil de entender, e por
fim ajuda a entender a felicidade como um todo. Tenho um amigo que diz que a felicidade nem
deveria estar no dicionário.
3. Felicidade está sujeito à sorte? Várias definições de felicidade implicam que ela está sempre
sujeita à sorte. Neste aspecto, talvez não é por acidente que na maioria das línguas indo-européias, os
termos modernos para a felicidade estão relacionados de perto com a palavra sorte, e acaso.
Para mencionar alguns exemplos, o termo moderno do inglês, happiness tem a sua raiz no antigo
inglês médio happ que significa sorte, acaso, isto é, o que happens - acontece - no mundo. Da
mesma forma, o francês bonheur (felicidade), e hereux (feliz) têm na sua raiz a velha palavra
francesa heur, que significa sorte, acaso.
A palavra italiana felicità, a palavra espanhola felicidad e a portuguesa felicidade, todas vêm do
latim felix - afortunado - e felicitas - sorte, fortuna.
Se a felicidade é tão dependente da sorte, por que seria tão difícil descrever a felicidade como
sendo nada mais do que ter boa sorte?
4. Ensaio: Deus me livre de ser feliz. Existem coisas mais sérias que a felicidade. Algum sabichão
por aí vai dizer, sentindo-se inteligentinho: Existem várias formas de felicidade!. E o colunista dirá:
Sou filósofo, cara. Conheço esse blá-blá-blá de que existem vários tipos de felicidade, mas hoje não
estou a fim.
Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em
questão visa te deixar feliz. Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 11/33
do curso engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa
retardados.
Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo.
Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz. Mas hoje em dia todo mundo quer
deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito científico. Quem não agrada, não
vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton. Mas eu, talvez por causa de
algum trauma (fiz análise por 20 anos e acho que Freud acertou em tudo o que disse), não quero
agradar ninguém. Não considero isso uma vantagem moral, mas uma espécie de vício. Claro, por
isso tenho poucos amigos. Mas, como dizem por aí, se você tiver muitos amigos, ou você é
superficial, ou eles são, ou os dois.
Quanto aos meus alunos e leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus. Desejo
para eles uma vida atribulada, conflitos infernais com as famílias, dúvidas terríveis quanto a se vale a
pena ou não ter filhos e casar.
Desejo que, caso optem por não ter família, experimentem a mais dura solidão da existência
humana, porque, no fundo, não passam de egoístas. Mas se tiverem família, desejo que percebam
como os filhos cada vez mais são egoístas porque querem ser felizes e livres. Desejo para eles
pressões violentas no mercado de trabalho. E jantares à meia-noite diante de um trabalho que não
pode ficar para amanhã porque querem viajar e ter grana para gastar. Quem quiser ser livre, que
aguente a insegurança da liberdade.
Quem for covarde e optar por uma vida miseravelmente cotidiana que veja um dia sua filha
jogar na sua cara que você foi um covarde. Especialmente, desejo um futuro cruel para quem
acredita que ser uma pessoa de bem a protege de ser infiel, infeliz, abandonada e invejosa. Espero
que um dia descubram que, sim, eles têm um preço (apenas desejo que seja um preço alto) e que se
vendam. Espero que percebam que seus pais não foram santos e parem com essa coisa de gente
brega de classe média que tenta inventar uma tradição ética familiar que só engana bobo. E por que
digo isso? Porque hoje todos nós estamos um tanto infantilizados e só queremos que nos digam o
que achamos legal. O resultado é uma massa de obviedades.
A tendência é transformar o pensamento público em autoajuda ou em compromisso com um
mundo melhor, o que é a mesma coisa. Quem quer agradar é, no fundo, um frouxo.
Vejamos alguns exemplos do produto querer ser feliz. Comecemos por quem acha que o seu
querer ser feliz é superior e espiritualizado. Talvez você queira virar luz quando morrer porque ser
luz é legal (risadas). Deus me livre de querer virar luz quando morrer. Prefiro as trevas. Se for
para continuar vivendo depois de morto, prefiro viver no meu elemento, as trevas, porque sou cego
como um morcego. Normalmente, quem quer virar luz quando morrer é gente feia ou magra demais.
Mulheres bonitas vão para o inferno, logo... E gente que acha que frango tem mãe (só porque ele
descende do ovo de uma galinha, e ela de outro...) e por isso é crime matá-los? Trata-se de uma nova
forma de compromisso com a felicidade social e política. Entre esses felizes que desejam a
felicidade para os frangos existem pessoas de 40 anos com cérebro de dez e pessoas de dez anos que
um dia terão 40, mas com o mesmo cérebro de dez. Não creio que mudem. Hoje é Carnaval. Espero
que você não tenha pegado aquele trânsito idiota de cinco horas para ser feliz na praia. (Luiz Felipe
Pondé, Folha de São Paulo, 07/03/2011).
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MAÇONARIA
1) Ensaio Maçônico: O Segredo da Felicidade: Assim como uma pequena planta deve enfrentar
muitos obstáculos antes de se transformar numa árvore, nós precisamos experimentar muitas
dificuldades no caminho da felicidade absoluta. (Nitiren Daishonin).
O Poema de Fernando Pessoa A felicidade exige valentia define claramente como devemos
procurar a Felicidade, e como esta se transforma numa Viga Mestre da Maçonaria, ora vejamos o
que nos diz o grande Mestre:
“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas, não esqueço de que minha
vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. /Ser feliz é reconhecer que
vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. /Ser feliz é
deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. /É atravessar desertos
fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a
cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar
de si mesmo. É ter coragem para ouvir um ‘não’. É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta. /Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo”.
Através deste belo poema podemos caracterizar que a Felicidade, é o culminar de uma caminhada na
busca de um oásis, algures no deserto da nossa vida. [...] E, com Sabedoria, não só tomamos em
nossas mãos a nossa própria Felicidade, como com a urbanidade que a esta está associada,
preparamos as gerações futuras para poderem viver e gozar uma vida plena de realização e de
Felicidade, enaltecendo um passado, feito por homens livres e de bons costumes. (Extraído e
condensado do blogue asvigasmestrasdamaconaria. Autor: Oliveira Pereira).
2. Rituais: (...) A Maçonaria é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade pelo
amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à
autoridade e a crença de cada um. (RA).
(...) O conhecimento baseado na exatidão, ajudado pelo trabalho e efetivado pela perseverança,
vencerá todas as dificuldades, extinguindo as trevas da ignorância e espargindo a felicidade no
caminho da vida.
(...) Qual operário aplicado à realização da Grande Obra, o iniciado no segundo grau deve estar
compenetrado do interesse de prosseguir na conquista de uma felicidade contínua e sem mescla.
Uma felicidade que se perpetue e que não seja perturbada, não pode, como tal, ser considerada;
transforma-se em suplício, porque ela fatiga e conduz ao aniquilamento, à morte. Nossa vida
consiste na ação, na luta contra os obstáculos, no trabalho penoso, mas perseverante, empreendido
por um ideal a realizar. O esforço, sofrimento provado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são
exatamente proporcionais às ações empregadas para possuí-las. (RC).
Para finalizar: [...] É aquela história que eu gosto muito dos dois monges atravessando o rio e um
deles ajuda uma jovem a atravessar... e os monges faziam votos de não tocar em mulheres, né? E um
deles, uma hora depois, bravo: Você carregou aquela moça! – É, mais eu deixei ela lá, e você
continua carregando. Às vezes nós temos problemas, dificuldades. Abra mão. É difícil esse abrir
mão. Mas isso é um dos ensinamentos principais. Quando a gente abre as mãos, nele cabe todo o
universo. (Monja Coen, líder espiritual). Sejam felizes meus Irmãos, à sua maneira.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
O ORIENTE DO TEMPLO: A INFLUÊNCIA DO
MITO SOLAR E O SIMBOLISMO DA LUZ
“Todavia, nem as igrejas e nem os templos maçônicos são, como pretendem alguns autores,
cópias fiéis do templo hebraico, pois, este serviu, apenas, como modelo aproximado para as
igrejas, assim como, estas serviram de modelos aproximados para os templos maçônicos.”
(Vade-Mécum Maçônico, pág. 595, 2012)
INTRODUÇÃO
Sempre se faz necessário salientar que o Templo Maçônico, tal como ele se apresenta, é
fruto de épocas recentes. Ainda, cumpre salientar também, que cada Grau maçônico tem o seu templo.
O primeiro Templo maçônico teve sua inauguração em 1776, em Londres, Inglaterra, pela
Primeira Grande Loja. Antes desse Templo, os Maçons se reuniam em tabernas.
Consta que para a construção desse Templo os Maçons buscaram inspiração nas igrejas
e no Parlamento britânico.
O Templo maçônico possui algumas divisões, a saber: Oriente, Ocidente e Átrio, este
último ainda antecedido da Sala dos Passos Perdidos. Do Oriente emana a luz, a luz no sentido da
claridade intelectual, e no Oriente reina o Sol. O simbolismo com relação a estes últimos aspectos é o
que veremos no trabalho que ora se inicia.
DIVISÃO E ORIENTAÇÃO
No Templo Maçônico entramos pelo ocidente e enquanto nos dirigimos ao Oriente, à
nossa direita temos o Sul, e à nossa esquerda o Norte. Separando o Oriente do Ocidente existe uma
balaustrada, que possui uma abertura central e que dá acesso então, ao Oriente, normalmente num
plano mais alto.
O Irmão Theobaldo Varoli, em seu “Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo -Aprendiz”,
tece suas considerações sobre o assunto:
“Não é obrigatório construir o Oriente num plano mais alto. Para um Templo maçônico bastam os
principais símbolos. Além disso, a Loja Maçônica, desde que realmente constituída ou regularmente
composta, pode funcionar em qualquer ‘lugar oculto’. Contudo, os rituais mencionam degraus à entrada
do Oriente, na passagem entre as duas partes da Grade. Nos vários rituais que se tem usado desde a
4 – O Oriente do Templo: a influência...
José Ronaldo Viega Alves
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fundação da Maçonaria especulativa, como também nos diferentes ritos, não há uniformidade no que
tange ao número de degraus da entrada do Oriente e da ascensão ao Trono.”
Não vamos entrar aqui nas várias razões enumeradas por estudiosos, até porque não
existe consenso também neste aspecto, mas, vou citar a ultima frase do capítulo esse do Irmão
Theobaldo Varoli, onde ele diz assim: “A melhor maneira está, por conseguinte, em quatro e três.” O
quatro se refere aos degraus que dão acesso ao trono do Ven.·. Mestre e o três aos degraus que dão
acesso ao Oriente, e que teria a ver com o trivium e o quadrivium, o que é em parte, pelo menos, um
tanto forçado.
Vejamos também, algumas informações que fazem parte do conteúdo do verbete
TEMPLO MAÇÔNICO, disponibilizadas no “Vade-Mécum Maçônico”:
“ ... Do Parlamento, o Templo Maçônico tem a Sala dos Passos Perdidos e a peculiar colocação dos
obreiros nas colunas. Das igrejas, tem a divisão e a orientação; e, como estas são decalcadas
(imitadas) no Templo de Jerusalém, o Templo maçônico, embora indiretamente, também é. Assim,
partindo do Templo de Jerusalém – e do Tabernáculo, pois as divisões são as mesmas – e passando
pelas igrejas, podemos, no seguinte esquema, verificar as correspondências evidentes: I – Santo dos
Santos – Altar Mor – Altar, no Oriente. II – Santo – Presbitério – restante do Oriente. III – Parte
descoberta – Nave – Colunas do Ocidente. Vale reprisar que a parte descoberta, tanto do Tabernáculo,
quanto do Templo de Jerusalém, continha a mesa dos holocaustos e o Mar de Bronze.”
O ORIENTE
Maçonicamente, quando falamos em Oriente, a associação mais rápida que surge em
nossa mente remete-nos ao nascimento do Sol, já que dali emana a Luz, além de que é o lugar onde
está sentado em um trono elevado, o Venerável Mestre.
“Assim como o sol nasce no Oriente para principiar a carreira e romper o dia, assim o Ven.·. Mestre ali
tem assento para abrir e fechar a Loja, dirigi-la em seus trabalhos e esclarecer os Obreiros com as
luzes de sua sabedoria.”
Novamente, usemos do conhecimento do Irmão Theobaldo Varoli Filho, em seu “Curso de
Maçonaria Simbólica – 1º Tomo -Aprendiz”, sobre o Oriente:
“Em Loja os maçons falam, saúdam e se põem de p.·. e à o.·. voltados para o Oriente. Os crentes de
religiões antigas contemplavam o Oriente nas suas orações. Essa prática ainda existe em algumas
crenças.
Nos ritos de fundo espiritualista, o Oriente é o plano espiritual. No Rito Moderno é e o
plano mental, ou da Sabedoria.
No alto do Oriente, de modo ostensivo, está o Sol, Glória do Senhor. O símbolo
representa, em primeiro lugar, o primitivismo religioso dos que adoravam o Sol. Essa crença,
entretanto, foi o despertar da Sabedoria, quando evoluiu para o conceito de manifestação do Ser dos
Seres, Isto é, para o conhecimento (gnose) mais aperfeiçoado da existência do Grande Arquiteto do
Universo. Daí em diante o homem não mais passou a confundir a Causa Primária, o Criador e Arquiteto
Supremo, com a Criação ou com qualquer manifestação da natureza (inclusive a do astro-rei). O Sol
que a tudo ilumina representa o Bem que serve a todos como ensinavam os egípcios e os persas. O
símbolo ensina ao maçom o dever de praticar a caridade desinteressada e sem distinção, e que a luz
(instrução) deve contemplar a todos, isto é, que o Saber deve ser disseminado gratuitamente, em
qualquer Grau, para todos.”
A RELAÇÃO SIMBÓLICA ENTRE ORIENTE, SOL E LUZ
A opinião de estudioso que foi o Irmão José Castellani, consta no texto do verbete SOL do
“Vade-Mécum Maçônico”:
“O mito solar, surgido na Mesopotâmia, adquire na Maçonaria fundamental importância na mística
utilizada para armar a Doutrina Moral, Espiritual e Filosófica Maçônica, já que a caminhada do Iniciado
representa uma marcha em direção à luz, meta transcendental dos povos antigos. O fascínio do Sol
está presente em muitas esferas da mística humana; assim, para a alquimia, ele representa o ouro,
para a teurgia, ele é a emanação de Deus, para a magia, é a fonte de luz astral, enquanto que, para a
Maçonaria ele representa a luz do conhecimento, a meta do Iniciado, que caminha através das trevas
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do Ocidente em direção à luminosidade do Oriente, onde o Sol nasce e de onde veio a luz das antigas
civilizações, entre as quais se incluem as mesopotâmicas.”
O Oriente, e aqui referindo-nos às civilizações mais antigas que ali se desenvolveram,
foram os nascedouros de verdadeiros tesouros do conhecimento, muito sendo legado ao Ocidente
posteriormente. Não é à toa que o Oriente ficou sendo considerado como o reino da Sabedoria. Muitos
são os conceitos, pertencentes às mais variadas áreas do conhecimento humano, adotados no
Ocidente, que são originários dessas civilizações que ali floresceram, e poderíamos, somente para
exemplificar, citar os ensinamentos dos hindus, o Mazdeísmo, o Zoroastrismo, a iniciática do Egito, os
conhecimentos científicos dos árabes, e muito mais.
Escreveu o Irmão Nicola Aslan, em seu “Grande Dicionário...”
“Dá-se o nome de oriente ao lugar onde o Sol parece levantar-se e do qual, cada manhã, parece
nascer a luz, e assim, muito naturalmente, este ponto cardeal devia tornar-se o símbolo do Ideal e da
Divindade e, por isso, desfrutar de um sentido particularmente sagrado. Simboliza ele o ponto de onde
nasce a Luz.”
DO RAIAR DO DIA AO OCASO NUM SESSÃO MAÇÔNICA?
Na relação direta com o presente trabalho, é fundamental mencionar que os trabalhos em
uma Loja maçônica tem uma representação ou um sincronismo que está calcado no trajeto diário do
Sol, onde começa com a abertura da Loja pelo Venerável Mestre no Oriente, e onde se pode
estabelecer uma relação com o raiar do dia, ou o amanhecer. Durante o transcurso da sessão, o Irmão
2º Vigilante, ao Sul, manda os obreiros para os trabalhos (passagem do Sol pelo seu zênite, ou ponto
mais alto) e depois chama-os para o descanso , enquanto que ao Irmão 1º Vigilante que está no
Ocidente ao Norte caberá representando o ocaso do Sol , fechar a Loja, pagar os obreiros e despedi-
los contentes e satisfeitos.
CONCLUSÃO
A Luz tem um significado altamente simbólico para o Maçom, configurada no
esclarecimento do espírito, do intelecto, da razão.
A Luz da Verdade que emana do Oriente, a luz do Sol que jorra e que é a fonte da vida,
portanto, vivificadora do espírito, também.
Quando é dito pelo Ven.·. Mestre: “Faça-se a Luz!”; “E a Luz foi feita!”; “A Luz seja dada
ao Neófito!”, é cumprido um ato simbólico que tem um significado transcendental.
É que desde os antigos mistérios, desde as iniciações nos cultos mais antigos, e
passando pela Maçonaria a Luz é que o Iniciado veio buscar: a Luz do Saber, a Luz da Inteligência, a
Luz do Espírito e a Luz Divina.
E é do Oriente que ela vem.
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora maçônica “A
Trolha” Ltda. 3ª Edição - 2012
CASTELLANI, José. “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico” – Editora “A Gazeta
Maçônica” – 1991
DA CAMINO, Rizardo. “Dicionário Maçônico” – Madras Editora Ltda. 2006
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora – 2ª Edição – 2008
Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS - Porto
Alegre, RS 2010-2013
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo (Aprendiz) – Editora A Gazeta
Maçônica S.A. – 2ª Edição - 1977
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
O Maçom, esse desconhecido.
O Homem é um ser complexo, estranho e imperfeito.
Às vezes se julga senhor do mundo e às vezes em depressão, ou quando algo
em sua vida não está bem se sente muito pequeno inútil e destruído. Em seus
momentos de fantasia, aspira ser Deus, sendo que jamais poderá vir a sê-lo.
Quer ser imortal, pois não admite a morte, mas nunca se lembra que se perpetua
através de seus gens em seus descendentes.
É um ser gregário, aliás, condição vital para sobreviver.
Desde os tempos das cavernas ele aprendeu a viver em grupo.
É curioso. Pergunta muito, muito embora não tenha respostas para causas
maiores de sua existência. Isto lhe traz um conflito existencial muito grande. Quer
conhecer a todo custo o que se passou com as civilizações anteriores e quer entrar em
contato com seres inteligentes do Universo.
Explora o Cosmo como um todo e em particularidades, explora a própria Terra,
em busca de suas raízes, suas origens, sem tê-las conseguido até a presente data.
Desconhece a razão da vida e da morte, e temeroso diante das forças telúricas e
universais passou a respeitar, venerar e até idolatrar o criador invisível de tudo. Ai reside
o princípio religioso da maioria dos Homens, mais pelo temor da grandiosidade que o
cerca, que pela sua inteligência, a qual é limitada.
É um ser vicissitudinário. Em sua mente existem milhões de fantasmas de ideias,
de sonhos, de tal forma que ele muda sempre, para uma evolução maior ou menor, mas
amanhã nunca será o mesmo de hoje. Nunca será o mesmo em todas as épocas de sua
vida, embora mantenha suas características de personalidade.
Nos últimos séculos e especialmente no último, sofreu todas as influências
possíveis e imagináveis quer pela evolução do próprio pensamento humano quer pelos
verdadeiros saltos científicos dados pelas invenções e pelas tecnologias modernas. O
meio intelectual e moral foi mergulhado e envolvido por estas descobertas. No último
5 –O Maçom, esse desconhecido
- Hercule Spoladore
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século o desenvolvimento científico da Humanidade foi maior que em toda a história da
atual civilização e civilizações anteriores.
As descobertas científicas aconteceram e acontecem sem qualquer antevisão do
futuro.
As suas consequências não previsíveis dão forma para a nossa atual civilização.
Quer dizer, não há uma programação objetiva e direta direcionada a um ponto futuro
para conduzir a Humanidade. A ciência empurra o homem. Às vezes ele não sabe
aonde irá parar. Os cientistas não sabem para onde estão indo e nem aonde querem
chegar. São guiados por suas descobertas, às vezes imprevistas e, grande parte por
acaso. Cada um destes cientistas representa o seu próprio pensamento estabelece suas
próprias diretrizes para si e para a sociedade.
Por analogia, o mesmo caso acontece com a Internet.
Não sabemos o que irá acontecer. Teremos que “pagar” para ver.
O Homem estuda desesperadamente as leis da natureza, estas, deveriam só ter
valor quando chegassem até ele diretamente, não filtradas pelo véu intelectual repleto
de costumes incorretos e tendenciosos, chegando assim a sua mente sem preconceitos,
consumismos, conformismos e distorções. Aí ocorrem os sofismas, especialmente
dirigidos por interesses financeiros manipulados por grupos multinacionais.
O comportamento humano em função destes fatores muda verticalmente de
tempos em tempos, ao sabor de uma mídia controlada por estes grupos, que explora as
invenções da maneira que mais lucro lhes dá, dando uma direção equivocada à
Humanidade em muitos setores. E esta praga ataca o Homem na política, na religião, no
comércio e em todos os segmentos da vida, e ainda no que é mais complexo, no seu
relacionamento.
O Homem é um ser emocional, agressivo, intuitivo e faz pouco uso da razão para
resolver seus problemas. Age mais pela emoção.
Konrad Lorenz, prêmio Nobel de 1973, zoologista austríaco admite que a
agressividade do Homem seja uma herança genética de seu passado animal e que o
Homem não seria fruto do meio em que vive. As guerras para ele, serão inevitáveis por
maiores que sejam as conquistas sociais e científicas da Humanidade. Apesar de ter
sido combatido pela maioria dos psicólogos do mundo inteiro, ele parece ter razão. As
guerras continuam existindo e a forma de destruição do próprio Homem cada vez mais
sofisticada. A invenção mais moderna de autodestruição chama-se terrorismo.
Os Homens para se organizarem criaram regras disciplinares e entre elas a Ética
e a Moral, que tanto se escreve a respeito e há autores que as consideram a mesma
coisa.
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Anatole France em seu livro “Os deuses têm sede”, cita que o que chamamos de
Moral não passa “de um empreendimento desesperado de nossos semelhantes contra a
ordem
universal, que é a luta, a carnificina e jogo cego dos contrários”.
“A Moral varia na cronicidade das épocas, pois o que serviu para nossos pais,
não serve para nossos filhos” (Mazie Ebner Eschenbach).
A Moral seria, pois, para entendermos melhor, o estudo dos costumes da época e
a Ética, a ciência que regula as regras pertinentes.
Os Homens ditos civilizados costumam afirmar que a Ética é um princípio sem
fim.
Mas o mesmo Homem que é um ser competitivo, agressivo, emocional e que
seria capaz de destruir a si e ao mundo em determinadas situações, ele também é em
outros momentos bom, caridoso, compreensivo, leal, capaz de gestos de
desprendimento em favor de seus semelhantes.
Dentro desta dualidade se procura ainda que de forma muito superficial, traçar
uma pálida silhueta do Homem, já que é impossível descreve-lo profundamente como
um todo.
Todo Maçom é um Homem, pelo menos no sentido genérico e, como tal não
escapa as especificações boas ou más citadas na descrição deste perfil traçado.
A Maçonaria traz a esperança de mudar os Iniciados para melhor. Isto até chega
acontecer verdadeiramente para poucos, e estes entenderão que a Ordem é antes de
tudo uma tentativa de levar os adeptos ao seu autoconhecimento e ao estudo das
causas maiores da vida e que também sua função no mundo atual será político-social.
Entenderão que a Maçonaria é para eles uma forma de evolução ética, moral e
espiritual.
Um outro grupo de Maçons vive nesta ilusão, mas não vai de encontro a ela. É
medíocre e conformado, aceita tudo, mas sabe muito bem a diferença. Apenas por uma
questão de não duvidar, aceitar as coisas erradas passivamente, e por preguiça mental
letárgica não luta e espera que as coisas aconteçam. Porem, a maior parte dos Maçons
jamais entenderá o desiderato verdadeiro da Ordem.
Jamais entenderá esta meta, mas acreditará equivocadamente de que a está
conseguindo.
A maioria dos Maçons não lê, não estuda, critica os que querem produzir algo de
bom, quer saber quem será o próximo venerável, e quer que a sessão termine logo,
para “demolirem os materiais” e sorverem o precioso líquido que traz eflúvios etílicos,
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das “pólvoras amarela e vermelha”, nos “fundões” das lojas, onde excelentes Irmãos
cozinheiros preparam iguarias divinas.
Até nem podemos condená-los, já que são Homens e como tal não são perfeitos.
Os Maçons de um modo geral trazem para dentro das Lojas, todas as
transformações e influências que existem no mundo profano, e sem se aperceberem,
tentam impor suas verdades como se fossem as verdades ditadas pela Ordem.
Está havendo um grande equívoco na Maçonaria atual, pois esta tem em seus
princípios valores antigos tradicionais aparentemente conservados através dos rituais,
costumes escritos, constituições etc., que muitos Maçons têm a pretensão de está-los
seguindo, sem que isto seja verdade.
O que acontece em realidade é que a maioria destes valores acabam sendo
letras mortas, pois o Maçom na sua condição de Homem que recebe todas as
influências citadas do mundo profano, especialmente no terreno das comunicações,
informações e do moderno relacionamento humano, traz para o seio da Maçonaria, tudo
o que ele está sofrendo e se envolvendo fora das lojas, tais como a competitividade
desleal, o consumismo exagerado, a agressividade incontida, a ganância pelo poder, a
vaidade auto idólatra, enfim uma série de situações que ele mais cedo ou mais tarde,
quando fizer uma análise de consciência, se o fizer, pois a maioria nem isso faz, ele verá
que não foi bem isso que ele pretendia da Ordem. Então vem a desilusão total, uma das
causas de esvaziamento das nossas lojas.
Fala-se em tradição na Maçonaria, mas em realidade esta foi se distorcendo aos
poucos, pois os tempos são outros e tudo muda, e as mudanças ocorrem sem se as
apercebê-las, pois muito embora aparentemente ligado ao passado, o Maçom vive o
tumultuado mundo presente.
A Maçonaria a exemplo da nossa civilização atual foi, organizada sem o
conhecimento da verdadeira natureza do Maçom. Embora feita só para Maçons não
esteja ajustada ao real espaço que ela deveria ocupar.
O modernismo, como não podia deixar de ser também chegou na Ordem. Hoje,
em muitas lojas não se usam mais as velas e sim lâmpadas elétricas. Os rituais foram
acrescidos de práticas que não existiam na Maçonaria primitiva. Os templos se tornaram
suntuosos, e ricas colunas os adornam. Acabou-se a simplicidade de outrora.
Apareceram cerimônias enxertadas, inventadas, rebuscadas. Tem templos para todos
os lados. Um templo às vezes fica ocioso por vários dias da semana, onde poderia ter
uma loja funcionando a cada dia e os demais templos construídos com muito sacrifício
de alguns, poderiam ser uma escola, um lar de velhinhos, ou qualquer outra modalidade
de prestação de serviços enfim, uma obra que depois de construída seria doada a
sociedade.
As pendengas políticas entre os lideres da Ordem, chegam a tal rivalidade que
com frequência são levadas às barras dos tribunais na Justiça comum.
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A ganância pelo poder é um fenômeno bastante frequente na mente de alguns
Maçons. Um simples cargo de venerável, às vezes é disputado de forma bastante
ignóbil, não maçônica, pelos oponentes. Imaginem então, o que ocorre quando de trata
de eleição para o cargo de Grão-Mestre.
Não se concebe e não se justifica que este poder temporal maçônico que em
realidade não significa coisa alguma em matéria do Conhecimento que a Ordem pode
proporcionar, cause tanta cobiça, tantas situações antimaçônicas, as quais observamos
com frequência, sendo que a maioria dos Maçons fingem que não as estão vendo.
Sábio foi um juiz profano que não acatou uma ação de um líder maçônico contra
outro, alegando que os problemas de Maçons fossem resolvidos dentro da própria
Maçonaria já que a Justiça tinha coisas mais importantes a tratar.
A Maçonaria foi exposta nesta situação, ao ridículo.
Como é triste, como é doloroso, como doe no fundo da alma quando um Irmão
torna-se falso, difama, conspira e tenta destruir outro. Às vezes seu próprio Padrinho é o
atingido ou um Irmão que tanto lhe queria. E isto sempre ocorre não pela Dialética que é
adotada pela Maçonaria que é a arte de poder se expressar e alguém contrariar ou
contraditar uma opinião para se chegar a uma verdade, mas tão somente por inveja
doentia ou vaidade.
Porem existe o reverso desta análise. Não podemos afirmar que o Maçom como
o Homem em si seja totalmente mau. Ele é dual. Foi criado assim. Ele tem o seu lado
mau, mas luta desesperadamente para ser bom, sendo que maioria das vezes não
consegue. É a eterna luta do Homem. O ofendido altruísta costuma usar a qualidade
cristã do perdão e ai volta a abraçar o Irmão que lhe ofendeu. E tudo acaba em
fraternidade, às vezes sincera e às vezes falsa.
“A mão que afaga é a mesma que apedreja”. (Augusto dos Anjos)
Não podemos negar que nos causa tanta alegria, quando ficamos conhecendo
um Irmão que nos é identificado como tal, onde quer que se esteja. Especialmente longe
da cidade onde moramos. E comum este Irmão abrir seu coração, sua residência sua
loja. Isto é realmente lindo na Ordem.
É uma satisfação muito grande e uma realidade inconteste.
Outra situação boa que costuma acontecer na Ordem é a hospitalidade fraterna
com que somos recebidos em outras lojas não importando a Obediência. Esta situação
acontece nas lojas-base, não havendo mais atualmente a discriminação que havia
outrora determinada pelos líderes das ditas Obediências. Foi um avanço social dentro
da própria Ordem muito importante. Já não existem mais primos, agora somos irmãos
de verdade.
O dualismo no Maçom continuará, ele é genético, mas a Maçonaria espera que
seus adeptos desenvolvam somente o lado bom. Sua doutrina é toda voltada para esse
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fim. Então, não culpemos a Ordem, por distorções ou digressões, estas são inerentes ao
Maçom, ao Homem imperfeito.
Entretanto, a Ordem deveria mudar o esquema de suas sessões imediatamente.
Gastamos ¾ de uma sessão com problemas administrativos. . Aí está o grande mal. É aí
que reside a nossa grande falha. Se houvesse uma sessão administrativa mensal, onde
uma diretoria capaz resolvesse todos os problemas rotineiros, e as demais sessões
fossem abertas e fechadas ritualisticamente, mas sua sequência fosse tão somente de
trabalhos apresentados, debates, instruções, doutrinação, temos certeza de que mesmo
aqueles Maçons que não leem, não estudam, aprenderiam muito e tomariam gosto pela
leitura, pois seriam despertos de um sono que talvez a própria maneira atual de ser da
Ordem seja responsável.
Temos acreditar no Homem, no Maçom, mesmo ele não sendo um ser perfeito.
Ele desde que devidamente preparado poderá ainda a vir a ser o esteio da Humanidade.
Estamos no momento mal doutrinados. Temos que nos rever e modernizar, o
futuro já é hoje.
Vivemos num mundo de informações. Estas não podem ser sonegadas ou deixar
de serem assimiladas. Já estamos ficando para trás em muitos segmentos da
sociedade.
Não aguentaremos por muito tempo o modelo anacrônico que estamos seguindo
se não nos atualizarmos.
Isto qualquer Maçom poderá deduzir, se refletir um pouco sobre a Ordem.
Acreditamos que a Maçonaria redespertará, e que em num futuro bem mais
próximo do que imaginamos tudo mudará para melhor. Porque, apesar de todas as
influências negativas ou não ela conservou sua essência Iniciática.
E este fator manterá sua unidade simbólica e espiritual perene.
Assim acreditamos...
(*) Autor: Hércule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” - Primeiro Membro Correspondente da Loja Francisco Xavier
Ferreira de Pesquisas Maçônicas
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
EM BUSCA DO EQUILÍBRIO PERDIDO
O equilíbrio cósmico
Houve uma época na vida da humanidade em que todos os homens tinham consciência da unidade
do universo e sabiam que o céu e a terra eram complementos um do outro. Ambos refletiam uma
Consciência maior que os havia pensado.
Em dado momento, porém, ocorreu uma ruptura entre essas estruturas, fazendo delas
compartimentos dois estanques. Essa é ideia que se transmite na tradição hermética e está assente
em todas as doutrinas esotéricas que acreditam na existência de civilizações anteriores á nossa.
Essa ruptura foi interpretada pela tradição religiosa como
sendo uma queda do homem do seu status anterior, de parente
dos deuses, Daí surgiu a visão dialética do cosmo como se ele
fosse composto de estruturas diversas, incomunicáveis entre
si, opostas, antagônicas e, ás vezes, até inconciliáveis. A
produção universal, fosse matéria ou pensamento, passou a
ser vista como reação entre energias antagônicas: bem e mal,
luz e trevas, verdade e mentira, ação e reação, macho e a
fêmea etc. O divino e o profano, da mesma forma que céu e terra, tornaram-se unidades
independentes, cuja unidade foi rompida e precisava ser recomposta através de uma atitude
religiosa por parte dos homens. A religião, como tentativa de religar os deuses aos homens foi o
resultado dessa impostura.
Nos primórdios da nossa atual civilização os povos se recordavam dessa ruptura, cuja
consequência foi interpretada como uma “queda” que provocou a sua expulsão de um paraíso. E a
partir dessas lembranças procuraram reconstituir, pela religião, esse estado anterior de unidade
onde o múltiplo era um, o que havia dentro era igual ao que havia fora, o que estava cima igual ao
que estava em baixo. A experiência mais conhecida e importante nesse sentido foi a que os
hebreus, antecedentes dos israelitas, legaram á humanidade. Nesse sentido, a instituição da nação
de Israel como maquete da humanidade autêntica e perfeita que Deus desejaria instituir sobre a
terra foi a mais clara e contundente experiência nesse sentido. Com a escolha do povo de Israel
para ser o “povo eleito”, o que se buscava era a recomposição do equilíbrio cósmico, abalado pela
queda do homem. Essa é a ideia que está no centro do estranho conceito cabalístico do Tikun.1
1
Tikun significa reordenação. A Cabala ensina que o pecado de Adão quebrou “a unidade primordial” do universo, fazendo
com que a luz divina, que deveria se espalhar pelas “conchas” universais de uma forma ordenada, se dispersasse pelo vazio
cósmico. Assim, o objetivo de Deus, ao escolher um povo para “discípulo” e orientador da humanidade era a recomposição
dessa unidade quebrada pela queda do homem.
6 – Em Busca do Equilíbrio Perdido
João Anatalino Rodrigues
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Maat, e o equilíbrio universal
Em contraposição á essa ideia, há quem acredite que a civilização que chegou o mais próximo
possível dessa unidade primordial talvez tenha sido a antiga civilização egípcia e as que dela se
derivaram, ou seja, as civilizações pré-colombianas. Os ecos de uma cultura ainda
incompreensível, apesar de todos os estudos realizados, ainda ressoam pelas ruínas dos
monumentais corredores dos imensos e magníficos templos construídos por aqueles povos. Parece
que os espíritos dos maçons que construíram as gigantescas tumbas e os colossais edifícios que se
encontram nos areais do Egito e nas montanhas andinas e planícies mexicanas e da América
Central, lá ainda se conservam para nos dizer que o tempo não existe, que o universo é único, que
somos nós que não entendemos as leis naturais, e consequentemente utilizamos mal o fluxo
constante da energia que molda o universo, interrompendo a corrente de Maat.
No Antigo Egito, como sabemos, a idéia de um estado de perfeita ordem e harmonia estava
inserida no culto à Maat, a deusa da justiça e da retidão moral. Acreditava-se que essa divindade
era a mediadora entre as potências do céu e da terra. Ela regulava as relações entre os deuses,
estabelecendo a harmonia entre eles, e também entre os homens, fazendo com que eles vivessem
em paz e em união. Por isso, todos os homens de responsabilidade na sociedade egípcia deviam
viver de acordo com a Maaty, ou seja, se comportar de acordo com rigorosos princípios religiosos
e morais, vivendo uma vida justa e perfeita, em todos os sentidos. Falhar em viver segundo esses
princípios implicava em ser julgado com muita severidade no chamado Salão de Maat (também
conhecido como Tribunal de Osíris, onde as almas dos mortos eram
julgadas), e ser condenado á destruição pela serpente Apépi. Já aqueles que
viveram suas vidas de acordo com essas regras eram conduzidos pelo deus
Osíris através da Tuat (a terra da escuridão), até o outro lado, onde
entravam no território de Rá, o sol radiante, e se integravam à luz que
emanava daquele deus. Essa era a reintegração da centelha divina, que está
em cada alma humana, ao centro irradiante, que os egípcios identificam no
deus Rá, o Sol.
Na iconografia egípcia, a deusa Maat aparece como sendo a esposa, ou a parte feminina do deus
Thoth, que com ele veio ao mundo quando as águas do abismo primitivo se abriram pela primeira
vez. Seu símbolo era uma pena, que representava a leveza que uma alma devia apresentar quando
estivesse diante do tribunal dos deuses. Nos tempos mais antigos do Egito, o nome dessa deusa
estava conectada também com os artesãos (que deveriam fazer obras com perfeição), o que
justifica o apreço com que o termo Maat é usado na simbologia maçônica.
Os egípcios usavam o termo de uma forma moral e espiritual, significando direito, verdade,
lealdade, honestidade, retidão, caráter, justiça, probidade, etc. De acordo com os antigos egípcios,
são essas ações Maaty que instruem os processos cármicos a que estão submetidas todas as almas
que nascem no mundo, e nos dão como resultado uma sentença de mérito ou demérito, cuja
aplicação reflete em nossas existências orgânicas e espirituais, fazendo de nós criaturas mais ou
menos afortunadas, que evoluem ou regridem, numa escalada ascendente ou descendente. É um
conceito semelhante ao desenvolvido pelo mestre cabalista Isaac Luria, em sua doutrina.2
2
Ver Gershom Schollen- A Cabala e seu Simbolismo- 2006. Nesses dias anteriores aos tempos históricos, os deuses eram tidos como
Mestres da construção universal e os homens os seus aprendizes. O que os primeiros faziam no céu refletia sobre a terra, e o que os
homens faziam na terra repercutia no céu. Por isso a responsabilidade recíproca na construção e no equilíbrio do edifício cósmico se
dividia por igual entre homens e deuses. Um dia esse equilíbrio foi rompido, por isso a desordem, a desarmonia, a injustiça, o mal, enfim,
entraram no universo e nele se mantém. E nele se manterá até que nós restabeleçamos esse fluxo, tornando-nos justos e perfeitos
novamente. Essa é a ideia que está no cerne da doutrina maçônica.
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Esse processo tem como meta um aperfeiçoamento constante das nossas qualidades e virtudes, até
um ponto onde possamos transcender da nossa condição de meros seres humanos para uma esfera
mais sutil da realidade cósmica. Esse é o sentido da nossa escalada da matéria para o espírito e a
finalidade de toda a vida.
A função dos Antigos Mistérios
Era crença dos antigos egípcios que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo
Deus Thoth, que viera à terra justamente para essa missão civilizadora. Ele lhes deu os rudimentos
da civilização, ensinando-lhes a agricultura, a metalurgia e a organização social. Ele ensinou todas
essas coisas a Osiris, o primeiro rei a governar em todas as terras do Egito, e este a propagou entre
todos os povos do reino, mantendo a harmonia e a paz, até o dia em que foi assassinado e
esquartejado por seu invejoso irmão Seth.
Essa é, precisamente, a função dos chamados Antigos Mistérios egípcios, festivais rituais nos
quais se representava a reconstituição do corpo dilacerado do rei-deus Osíris por seu invejoso
irmão Seth, na lenda conhecida como Mistérios de Ísis e Osíris. Nessa lenda, o corpo de Osiris,
cortado em pedaços e espalhados pelos quatro cantos da terra é reunido e recomposto pela sua
esposa-irmã Ísis, que lhe dá novamente a vida. Esse Mistério simboliza a ideia egípcia da
reconstituição da unidade cósmica, quebrada pela rebelião do mal contra o bem. 3
A repercussão na filosofia
É possível que o mal tenha realmente entrado no universo quando os homens começaram a
“fazer” história, ou seja, a partir do momento em que passaram a compor exercícios semióticos
variados, como consequência da variedade de linguagens que se instalou na terra com a
multiplicação das famílias humanas. Por essa razão, os símbolos deixaram de ser comuns e Deus
“afastou-se dos homens”, pois desse momento em diante, sua história não seria mais que um
reflexo das suas próprias consciências, não mais refletindo a consciência Dele.
É provável, também, que até certo momento na vida dos grupos que povoaram a terra, tivesse sido
possível para eles captar o reflexo da Consciência Divina, e com isso interferir nas próprias ações
da natureza. Mas isso, como é possível perceber, deixou simplesmente de acontecer a partir de
certa época. É certo que até os tempos de Josué, (pelo menos a Bíblia está a indicar isso), Deus
parecia estar bem presente na história humana. Grosso modo, parece que a intervenção divina,
imobilizando o sol no firmamento para que os israelitas pudessem marchar em volta das muralhas
de Jericó e derrubá-las com o som de suas trombetas, foi uma das últimas ações diretas da
Divindade na história dos homens. Depois dela as intervenções diretas de Deus na terra
escassearam, e a partir de certa época, não se falou mais nisso. 4
3
Quanto á história do assassinato de Osíris por Seth, e sua posterior ressurreição, promovida por sua irmã e esposa Ísis, essa é uma lenda
bastante conhecida dos maçons. Para mais informações veja-se a nossa obra Conhecendo a Arte Real, citada. Veja-se também Edward
Wallis Budge, Os Deuses Egípcios, Vol I. A propósito, essas tradições egípcias também tem correspondência entre os povos andinos,
para quem o Espírito Supremo (Uira Cocha) também promovia a civilização na terra através do seu escolhido, o Inca. Os monumentais
templos erguidos pelos incas para homenagear à sua divindade solar não têm outra finalidade a não ser mostrar que seus discípulos, na
terra aprenderam bem a lição dos seus mestres divinos.
4
A doutrina cristã sugere que a suposta ausência de Deus na história dos homens ocorre em virtude de Ele ter mandado a terra seu
próprio filho, o qual foi o último enviado divino. Depois da vinda de Jesus, Deus não precisou falar mais com os homens face a face, pois
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Tudo acontece como se a divindade se desinteressasse do destino dos homens, provocando uma
ruptura entre os dois estratos: o divino e o profano. E por isso o Zaratustra de Nietzsche pode
dizer: Deus morreu. 5
Aqui, precisamente, é onde se insere a religião. Após a separação entre o céu e a terra, entre o
sagrado e o profano, alguns espíritos mais sensíveis começaram a pensar num meio de religar
essas duas estruturas, recuperando aquele estado de harmonia, ordem e felicidade que
acreditavam, um dia, existiu no universo.
Então inventaram a religião e construíram templos para neles invocar a Divindade, que segundo
acreditavam, voltaria a visitar os homens a partir do momento que a reunificação pretendida
ocorresse. Por isso é que a função de toda religião é religar o profano ao sagrado. É levar o
homem de volta para o território da divindade, como espírito, de onde um dia ele saiu como
centelha de luz que capturou massa física.
A rebelião gnóstica
Quando os teólogos transformaram o Cristianismo numa ideologia de massa e a vincularam á
cultura do povo romano como religião oficial, a maravilhosa doutrina do mestre de Nazaré deixou
de ser uma verdadeira ponte entre o sagrado e profano, para se transformar em mais um
instrumento ideológico. E assim também aconteceu com o Islamismo, o Judaísmo, o Bramanismo
e todas as demais religiões que foram apropriadas pelos governantes,
e utilizadas como instrumento político.
Nesse sentido, Jesus também deixou de ser o Messias, o redentor das
almas perdidas, para se tornar apenas mais um ideólogo. O Jesus do
Cristianismo oficial transformou-se em mais um filósofo, contestável
e doutrinariamente insatisfatório para um espírito que buscava uma
realidade divina. Assim pensavam os filósofos neoplatônicos e com
base nesse pensamento floresceram as teses gnósticas, como
tentativas de recuperar aquele Cristianismo messiânico e mágico que
as primeiras comunidades cristãs professaram, e que fez a força do novo credo.
É nesse sentido que os gnósticos cristãos dos primeiro século procuraram preservar a pureza do
conhecimento iniciático contido na mensagem cristã. Eles não acreditavam em nenhuma verdade
revelada por um Deus particular e preconceituoso, como lhes parecia ser o Deus do Velho
Testamento. A verdade, segundo a sensibilidade que os dominava, estava na própria criação que
Deus espalhara sobre o universo e não na mensagem de uma pessoa em particular. Da mesma
forma que os sacerdotes egípcios e os mestres das religiões orientais, eles pensavam que o
conhecimento do mundo divino só podia ser atingido através de uma adequada iniciação, onde a
prática ritualística pudesse ser combinada com fórmulas apropriadas de meditação e invocação da
divindade. Para esses místicos pensadores dos primeiros séculos, Jesus não tinha em mente criar
um novo credo, mas sim reformar o Judaísmo, que ele acreditava ter sido corrompido pelos
fariseus, saduceus e outros “doutores” da lei, que segundo ele, interpretavam as escrituras
sagradas em seu próprio benefício, “colocando sobre os ombros do povo, fardos que nem com um
dedo queriam erguer.” Nesse sentido, ele era o Messias, o Reformador, o Restaurador, que os
toda comunicação entre o céu e a terra seria feita pela Igreja que ele fundou. Esses postulados encontrariam fundamento nas palavras de
Jesus “ Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João, 4;3) e “ Tudo que ligares na terra, eu ligarei também no céu” ( Mateus 16,17, ).
5
Friedrich Nietzsche- Assim Falava Zaratustra, Ed Hemus, São.Paulo,1979, sustenta que as religiões reveladas (Judaísmo,Cristianismo,
Islamismo), destruiram a verdadeira religião, ( as antigas religiões solares) substtuindo-as.por uma farsa ideológica, representada por
um Deus cruel e injusto.
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antigos oráculos profetizaram. Aliás, o termo “Messias” corresponde a um personagem exclusivo
da tradição de Israel e se referia a um profeta, ou herói, na mesma linha de Elias, Eliseu, Moisés,
Sansão, Davi, etc. ainda que mais poderoso. A sua apropriação como salvador da humanidade,
como redentor universal, foi uma criação dos seus discípulos, especialmente do Apóstolo Paulo.
Os filósofos gnósticos fizeram a ponte entre as tradições judaicas do Messias e o Cristo universal,
arquétipo existente em todas as tradições religiosas dos povos antigos, e os doutores da Igreja se
apropriaram da ideia, transformando-a numa religião universal. Daí o entendimento da Igreja de
Roma, de que todas as interpretações doutrinárias contrárias á sua constituíam heresias.
Os gnósticos e a Maçonaria
Os gnósticos acreditavam que a popularização do conhecimento obtido pela prática iniciática
acabava por abastardá-lo. Por isso transmitiam a sua doutrina á pequenos grupos, e no mais das
vezes, por via oral e sempre através de símbolos e alegorias. Nisso imitavam as antigas sociedades
iniciáticas do Oriente, e essa tradição foi transmitida para os hermetistas, que depois deles
fundaram diversas Fraternidades para conservação e transmissão dos conhecimentos que
pensavam ter obtido em suas nessas práticas.
Os gnósticos não devem ser confundidos com mágicos ou divulgadores de heresias religiosas,
embora em suas práticas, apelassem constantemente para o pensamento mágico. Seus temas são
naturalmente religiosos, e não o poderiam deixar de ser, dada á própria cultura no qual se
inseriram. Constituíam, na verdade, grupos de livre pensadores que recusavam qualquer dogma e
deduziam seus conhecimentos das grandes leis da natureza. Cultuavam o saber pelo saber, sem
temores religiosos. Seu objetivo era criar uma ciência do divino, uma teosofia, cujo objetivo era a
descoberta dos caminhos para a salvação do homem através do conhecimento, em oposição ao
caminho da Igreja, que era o da fé, absoluta e incontestável, nas interpretações dos doutores da
Igreja.
A base da filosofia gnóstica estava em uma visão unificada do universo, onde tudo estava contido
em tudo, o que estava em cima era igual ao que estava em baixo, o que estava dentro refletia o que
estava fora. A função do iniciado era a descoberta dessas realidades e unificá-las em seu espírito,
atingindo assim a verdadeira iluminação que constituía, na verdade, a única salvação que o
homem poderia almejar. Semelhante á pratica que hoje se observa na Maçonaria, os gnósticos dos
primeiros séculos formavam comunidades calcadas na interação mestre-aprendiz, acreditando que
tal processo gerava a energia necessária para alimentar a chama sagrada do conhecimento do
divino (gnosis). Em função disso desprezavam o clero secular considerando-os como ”ovelhas
perdidas”. Para eles, os membros do clero regular eram padres, enquanto eles se consideram
monges.
Essa fórmula viria a ser utilizada mais tarde pelos Cavaleiros Templários, o que, de certa forma,
contribuiu para o seu afastamento da Igreja. É possível que a transformação da Ordem dos
Cavaleiros do Templo do rei /Salomão em sociedade iniciática tenha sido um dos principais
motivos da sua condenação pela Igreja. Mas essa é outra história...6
6
Veja-se a nossa obra, Conhecendo a Arte Real, citado. Veja-se também Sarane Alendrian, op citado. . Sobre a saga dos Templários e a
sua face oculta, veja-se o interessante trabalho de Baigent, Leigh e Lincol, The Holly Blood and The Holly Grail, Ed. MacGraw Hill,
Londres, 1986.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
03.10.1981 Ação e Fraternidade Gasparense nr. 26 Gaspar
17.10.1969 São João Batista nr. 14 Orleans
19.10.2000 Gênesis nr. 47 Florianópolis
20.10.1977 Duque de Caxias nr. 21 Florianópolis
22.10.1970 Sentinela do Oeste nr. 17 Chapecó
25.10.1978 Harmonia e Fraternidade nr. 22 Joinville
25.10.1996 Cavaleiros da Luz nr. 64 Florianópolis
28.10.1989 Jack Malt nr. 49 Rio Negrinho
28.10.2008 Delta do Universo nr. 98 Florianópolis
Data Nome da Loja Oriente
05/10/1991 Zezinho Cascaes Braço do Norte
12/10/1994 Fraternidade Serrana São Joaquim
13/10/2004 Portal da Serra Bom Retiro
15/10/1985 Lealdade, Ação e Vigilância Florianópolis
16/10/1951 Estrela do Planalto Curitibanos
18/10/1997 Acácia das Gaivotas Bal. Gaivota
20/10/2008 Construtores da Paz Chapecó
21/10/1972 General Bento Gonçalves Araranguá
22/10/1997 Sol do Oriente Camboriú
26/10/1975 Acácia das Neves São Joaquim
30/10/2002 Frank Shermann Land Florianópolis
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de setembro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
03.10.03 Delta de Ingleses - 3535 Florianópolis
06.10.81 Prof. Clementino Brito - 2115 Florianópolis
13.10.07 Luz de São Joaquim - 3884 São Joaquim
15.10.93 Cidade Azul - 2779 Tubarão
15.10.05 Estácio de Sá -3763 Florianópolis
17.10.08 Luz de Órion - 3951 Itapema
23.10.00 Luz e Harmonia - 3347 Brusque
26.10.96 Arquitetos do Vale - 2996 Blumenau
26.10.08 Amigos da Liberdade - 3967 Palhoça
27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí
28.10.95 Luz do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Para o dia 30 de outubro:
Os Querubins
Procede do hebraico, K'rub no singular e K'rubim no plural.
O querubim seria um deus de segunda categoria. Narram as escrituras que após o
evento de Adão, caindo em "pecado", Jeová colocou um querubim armado com uma
espada de fogo, guardando o caminho que conduzia ao Éden, onde se situava a árvore
da vida, preservada com rigor após o furto de um dos seus frutos pela serpente.
A espada do querubim é reproduzida pela espada flamígera maçônica.
Sobre a arca da aliança, no propiciatório, foram colocados dois querubins, símbolo da
vigilância e guarda.
O profeta Ezequiel faz a descrição minuciosa dos querubins como seres alados, de
luminosidade intensa, com quatro rostos de animais; verdadeiros "monstros
sagrados", plenos de poderes.
Na corte celestial, os querubins ocupam a terceira posição. Como são considerados
"seres iniciados", compreender a sua existência se toma dificílimo; da corte celestial
são os anjos os seres mais próximos aos homens, com os quais contatam; conhecem-
se inúmeros casos, além dos descritos nas escrituras, do contato com esses seres
misteriosos.
A maçonaria, no quarto grau filosófico, admite a presença da arca da aliança, como
símbolo; portanto, admite a presença em templo dos querubins como símbolo de
"vigilância permanente".
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 322.
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Templo utilizado pela Loja Altona nr. 752 (Melbourne G.Loja de Victoria) Foto JB News
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 31/33
1 –
Confira a deslumbrante arte de
rua ao redor do mundo!
2 –
Faça você mesmo: vasos
coloridos para suas plantas e
flores!
3 –
Você já viu antes periquitos que
''discutem a relação''?
4 – Belém – PA
$_Belem.pps
5 – Coro dos Soldados de “Fausto”:
33 - Coro dos Soldados de 'Fausto' (Gounoud).mp3
6 – Acácia Amarela:
Acácia Amarela.mp4
7 – Filme do Dia: “Presa na Escuridão”- dublado
Sara (Michelle Monaghan) é uma jornalista que ficou cega recentemente, na cobertura da Guerra do Iraque. Em
Nova York, na véspera de Ano Novo, ela descobre que o namorado está morto e percebe que alguém mais esta em
seu apartamento. O homem estranho é um criminoso a procura de uma fortuna escondida. Ela é torturada e luta
para sobreviver ao assassino.
https://www.youtube.com/watch?v=6cRZP2J9xpc
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 32/33
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira * escreve aos domingos
neste espaço
Misterioso amor, entala na garganta o
desejo de soltar, bem alto, o grito da
confissão.
De abrir as portas da proibição, dar vazão
aos sentimentos reprimidos, voando livre
como vento sobre os mares da minha Terra.
Tudo é proibido...
Até o teu nome, tão lindo, não pode ser
dito.
Meu coração, em silêncio, amarga o
JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 33/33
sofrimento da promessa de um segredo
a dois.
Entre o Céu e a Terra juro, não encontro
lugar seguro, para te amar com liberdade.
Então, vou além das estrelas azuis, em
busca da intimidade e da luz serena dos
olhos teus, para me banhar de amor !
Lá, poderei estes versos ultimar e a ti
dedicar, sem trair o segredo que, aos
teus pés, prometi.
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores de Mogi das Cruzes (SP) “Terra do Caqui” Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.221 – Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella – O Cuidado na Prática do Bem – Show Time Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi - Felicidade Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Oriente do Templo: A influência do mito solar e ... Bloco 5-IrHercule Spoladore – O Maçom, esse desconhecido Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – Em Busca do Equilíbrio Perdido Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 30 de outubro e versos do IrSinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 2/33 30 de outubro Nelson Piquet Souto Maior – 1987: tricampeão mundial de F-1  701 - É eleito o Papa João VI.  942 - É eleito o Papa Marino II.  1340 - Atribuída ao processo de Reconquista, os reis de Castela e Portugal uniram-se na Batalha do Salado contra os mouros.  1470 - Henrique VI de Inglaterra é reinvestido como rei, após a vitória do seu general Ricardo Neville, Conde de Warwick sobre Eduardo IV. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 304º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Nova às 14h38) Faltam 62 dias para terminar este ano bissexto Dia Nacional da Juventude e dia do Comerciário Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. EVENTOS HISTÓRICOS (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 3/33  1500 - D. Manuel I casa-se com Maria de Aragão.  1537 - Prazo para todos os moradores de Genebra se pronunciarem quanto à sua religião (veja João Calvino).  1889 - Casamento de Alberto I de Mónaco, com a norte-americana Marie Alice Heine.  1905 - O tzar Nicolau II da Rússia assina o Manifesto de Outubro prometendo uma constituição representativa.  1925 - Primeira exibição de imagens em movimento na televisão.  1938 - Uma adaptação para o rádio do romance de ficção científica A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, dirigida por Orson Welles, é transmitida em Nova York, causando pânico na população, que achou que a Terra estava realmente sendo invadida por extraterrestres.  1945 - A Índia é admitida como Estado-membro das Nações Unidas.  1961 - A União Soviética detona a maior bomba nuclear da história (a Tsar Bomba, com 57 megatons) na ilha russa de Nova Zembla.  1967 - Bondes elétricos são extintos no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro.  1969 - Anos de Chumbo: o general Médici assume a Presidência da República do Brasil.  1973 - Criada a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) no Brasil. Órgão que mais tarde formará o IBAMA.  1975 - Por determinação do ditador Francisco Franco, o príncipe Juan Carlos é interinamente alçado como chefe de Estado da Espanha.  1978 - Início da dedicação do Templo de São Paulo pela A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o primeiro no Brasil.  1987 - Nelson Piquet torna-se tricampeão mundial de Fórmula 1.[1]  1988 - Ayrton Senna vence em Suzuka, no Japão, e é campeão mundial de Fórmula 1 pela primeira vez.[2]  1995  França faz lançamento bem sucedido do foguete Ariane 5.  Separatistas perdem no plebiscito pedindo a independência de Quebeque do Canadá.  2001 - Michael Jackson lança o álbum de estúdio Invincible, que bate recorde na semana de lançamento.  2003 - O CPOR de São Paulo é homenageado pelo Conselho da Ordem do Ministério Público Militar, que concedeu a Ordem do Mérito Público Militar.  2007 - A Federação Internacional de Futebol escolhe o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, encerrando o rodízio de continentes adotado pela entidade. 1899 Morre na sua cidade natal, Brunswick, na Alemanha, Hermann Otto Blumenau () fundador da colônia que levou o seu nome, hoje município de Blumenau. Fatos históricos de santa catarina
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 4/33 1667 Nasce o irmão Jonathan Swift, escritor inglês, autor de “As Viagens de Gulliver”. 1735 Decreto do Magistrado de Amsterdam proíbe a Maçonaria, passando a ser perseguidas as Lojas na Holanda e na Frísia Ocidental, embora nada fosse encontrado que pudesse desabonar nem a Ordem nem os Maçons. 1736 Fundação da Grande Loja da Escócia 1740 Fundação da GL Provincial de Hamburgo, Alemanha, sob a GL da Inglaterra. 1756 Recebe a Carta Constitutiva a Loja Saint Andrew’s cujos membros iriam ter grande projeção na independência americana. 1769 Quatro Maçons são feitos Mestres Instalados ou “passados pela Cadeira”, alusão ao Grau de Past Master, em Bolton, Inglaterra. 1899 Falecimento do Ir.´. Hermann Blumenau, na cidade de Braunschwieg, Alemanha. Doutor em Filosofia, pela Academia Real Ludovico, em 23.03.1846. Ela fundou a colônia que leva seu nome. Quanto à sua vida maçônica, entretanto, perdura ainda bastante discussão: Segundo Kurt PROBER o Dr. Blumenau foi iniciado em 1845, na Loja "Carl Zur Gekroenten Saeule”, de Brunsviga (sic), na Alemanha. em Heiden, na Suíça. Criador da Cruz Vermelha Internacional e Prêmio Nobel da Paz em 1901. Ele nasceu em 08.05.1828, em Genebra, na Suíça. A Cruz Vermelha é uma organização que ajuda pessoas doentes no mundo inteiro. Ele também criou a Convenção de Genebra.(maçom)1910 – Falecimento do suíço Jean Henri Dunant 1937 Iniciação, na Johnson City Lodge, do Ir.'. Lyndon B. Johnson, futuro presidente americano, Texas, mas ficou adormecido. 1983 Fundação da Loja Maçônica Segredo De Fraternidade no. 167 – Oriente de Belo Horizonte MG. Obediência: G L M M G – Reunião: Sexta-Feira – Rito: REAA. 1993 Fundação da Loja Maçônica Cavaleiros Da Paz nr. 87 – Oriente de Coromandel MG. Obediência: G L M M G – Reunião: Segunda-Feira – Rito: REAA Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal De Irmão para Irmão As publicidades veiculadas nas edições diárias do JB News são cortesia deste informativo, como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais. Valorize-os, preferindo o que está sendo anunciado.
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 5/33 Em Florianópolis visite Marinas Palace Hotel Rua Manoel Mancellos Moura, 630 - Reservas: 3266-0010 – 3266-0271 O hotel dos Irmãos na Praia de Canasvieiras - http://www.marinashoteis.com.br (Mesmo na temporada o Irmão sempre tem desconto especial)
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 6/33 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com : "O CUIDADO NA PRÁTICA DO BEM - SHOW TIME " Bastante desagradável o que se tem observado da parte de alguns Maçons quanto a falta de critério e cuidado no que diz respeito a questão da espetacularização da filantropia ou beneficência. Não raro, temos visto especialmente nos grupos de whatsapp e em outras midias sociais, Irmãos que numa necessidade incontida de quererem aparecer a qualquer custo, despejam inúmeras fotos e vídeos dando conta de suas ações filantrópicas a entidades como asilos, abrigos, igrejas e por aí afora, ostentando uma postura olímpica e de incomparável generosidade, referendando-se como exemplos para outros Irmãos. Esse tipo de atitude tem se tornado frequente, e poucos são os Veneráveis, ou Mestres mais experientes que têm se ocupado de orientar esses "filantropos" no sentido de ensiná-los que um dos principais postulados da Ordem é justamente o que ensina : "O que a mão direita dá, a esquerda não precisa ficar sabendo”. O próprio ritual do REAA bem como inúmeras publicações maçônicas fazem referência a isso. 2 – O Cuidado na Prática do Bem – Show Time Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 7/33 A Filantropia só faz sentido para a Maçonaria quando emanada do coração do Maçom e despojada de qualquer intenção de querer se fazer reconhecido e objeto de elogios pelos outros. É na realidade um exercício de bem estar para consigo mesmo e sobretudo de respeito para aqueles que estão sendo assistidos. Infelizmente e por incrível que possa parecer, são principalmente os Irmãos Aprendizes - que no afã de quererem mostrar atitudes de abnegação e de benemerência ao próximo - acabam por tornarem-se reféns e algozes de suas próprias ações. Senão vejamos como exemplo a propagação de imagens na Internet onde o referido "filantropo" faz questão de aparecer nas fotos ou vídeos e divulgá-las mostrando o processo de distribuição de brinquedos, medicamentos, roupas e alimentos - sempre norteados por uma frase de efeito como que querendo manifestar sua humildade e desprendimento - fazendo daquele instante uma ação irreparável de bondade e de virtude sem igual... A bem da verdade essa atitude acaba soando falsa, pois não há a mínima necessidade de se exaltar e difundir aos quatro ventos o que de positivo se está fazendo pelos nossos semelhantes menos favorecidos. Como se não bastasse, há ainda outros Irmãos que acabam aplaudindo e elogiando tal atitude sem se dar conta que essa ação individual ou coletiva colide com os princípios da Maçonaria. Quando se diz que "o que a mão direita dá, a esquerda não precisa ficar sabendo” isso tem um significado bem claro e definido, ou seja; o mérito está em fazer o bem sem ostentação. Esconder a mão que dá é mais meritório. É o claro sinal de uma grande superioridade moral. O que conta sim, é renunciar à satisfação do testemunho dos homens e almejar a aprovação de Deus. Isso sim vale como traço meritório da ação. A Caridade deve ser anônima, outrossim torna-se evidente exemplo de vaidade. E como é sabido a Vaidade é uma das características do ser humano que a Maçonaria mais combate e repele.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 8/33 É claro que assistir aos mais necessitados, ampará-los e contribuir com as mais diversas formas de donativos é algo extremamente importante. A Caridade é um exercício que nutre a alma e que nos faz sentir melhor com o nosso próprio interior. Essa satisfação deve ser de âmbito natural sem que haja a menor necessidade de compartilhar com outras pessoas como que se tivéssemos que mostrar aos outros como somos altruístas e bons. A prática da benemerência, filantropia e caridade devem estar munidas sim de uma única razão chamada "fraternidade" e essa razão é de foro íntimo e que deve partir de dentro do coração e da consciência de cada um. A Filantropia não deve ser instrumento midiático - sobretudo dentro da instituição maçônica, e portanto vale reiterar que uma orientação clara, direta e sobretudo franca, em especial aos Irmãos Aprendizes - que mal iniciaram a longa caminhada maçônica - deve ser ministrada desde o início, com muito critério e propriedade, de maneira que possam abstrair com sabedoria e como inequívoca instrução - qual o verdadeiro propósito da Caridade. Nunca é demais lembrar que a Maçonaria entende a beneficência como uma das mais importante virtudes a ser praticada pelo homem, porém ela não se constitui na principal finalidade da Ordem, sendo apenas uma consequência do que a doutrina maçônica ensina. Vale sempre destacar que o aprimoramento moral e intelectual do Obreiro é a transformação de pessoas comuns em pessoas espiritualizadas buscando sempre um estado superior de consciência e sentimentos. Fraternalmente NEWTON AGRELLA
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 9/33 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve às quartas-feiras e domingos. FELICIDADE “A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falsei-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a”. (Marguerite Yourcenar). 1. Eudaimonia: No grego antigo há uma constelação de palavras que podem ser mais ou menos vistas como relacionadas ao antigo conceito de felicidade, palavras como feliz, abençoado, próspero/prosperidade. A palavra principal, porém, para a felicidade em grego antigo é eudaimonia e eudaimon é o adjetivo para feliz. O significado original destas palavras nos diz muito sobre a maneira como a felicidade era concebida. De acordo com sua etimologia eudaimonia significa que tem um poder divino (daimon) bem disposto (eu). No pensamento grego antigo a felicidade é uma condição concedida por favor divino, e é feliz aquele que desfruta do favor dos daimones, isto é, daqueles poderes divinos que poderiam ser hostís. A manifestação visível e tangível de ser favorecido pelos poderes divinos, isto é, de ser livre da má vontade divina, é o que é comumente chamado de prosperidade, em termos tanto da riqueza material como do sucesso O eudemonismo era a posição sustentada por todos os filósofos da Antiguidade, apesar das diferenças acerca da concepção de felicidade de cada um deles. Segundo Aristóteles: A felicidade é um princípio; é para alcançá-la que realizamos todos os outros atos; ela é exatamente o gênio de nossas motivações. Opondo-se às morais que estimam que o homem deve procurar outros valores além da felicidade: a verdade, a justiça,a santidade. O eudemonismo qualifica as doutrinas éticas que fazem da felicidade o valor supremo e critério último da escolha das ações humanas: Aristóteles, Epicuro, Montaigne, Spinoza, Diderot. O eudemonismo funda-se sobre uma confiança geral no homem que continua a ser a chave insubstituivel do humanismo. A doutrina concentra-se sobre esta oportunidade única de desenvolvimento pleno que constitue a vida terrestre e é por conseguinte no sucesso desta vida,na felicidade imediata ou racionalizada sobre um tempo longo, tanto à sua quanto à de outrem, que ela consagra logicamente o seu esforço. Entre os mais conhecidos, o aristotelismo é um eudemonismo intelectualista que coloca a felicidade na satisfação ligada à comtemplação da verdade pelo espírito. O epicurismo é um eudemonismo hedonista que coloca a felicidade no prazer sensível do corpo mas ele repousa igualmente sobre a prática da filosofia, único meio de liberar a alma dos seus tormentos e alcançar a serenidade e a amizade. O espinozismo, por sua vez,coloca a felicidade na alegria de compreender a natureza, o amor de si e do mundo e o poder da razão que permite viver livre de paixões. 3 – Felicidade João Ivo Girardi
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 10/33 2. Felicidade: Não importa qual seja a nossa situação, se somos ricos ou pobres, educados ou não, de uma raça, gênero, religião ou outra coisa, todos desejamos ser felizes Entre os problemas comuns que, através dos séculos, têm preocupado a humanidade, de poetas a filósofos a pessoas comuns, podemos com certeza colocar a questão da felicidade. Desejar felicidade uns aos outros em várias circunstâncias da vida, ouvir de pessoas que aparentemente têm tudo o que queriam e, no entanto não podem dizer que são completamente felizes, ver pessoas que têm tudo que nós achamos que traria a felicidade e que no fim de contas têm todos os tipos de problemas - tais como as drogas e o álcool - problemas que o sentido comum nos diria que são problemas das pessoas que estão lutando com a vida: todas estas experiências e pensamentos todos nós já tivemos pelo menos uma vez. Ironicamente, é possível que nós, depois de termos testemunhado este paradoxo, mesmo assim muitas vezes não nos perguntamos o que é a felicidade, ou, quando perguntamos, sentimos um certo desconforto ao tentar dar uma resposta, se ela não for simplesmente uma resposta vaga cheia de lugares comuns. É interessante como este desconforto e esta dificuldade em definir a felicidade estão aparentes nos dicionários da maioria das línguas modernas da civilização ocidental: todas as definições parecem ser parcialmente tautológicas (redundantes), e certamente insatisfatórias, dada a recorrência de motivos como o estado de bem estar, contentamento, satisfação. Nenhuma dessas definições, por exemplo, nos diz explicitamente em quê consiste este estado de bem estar. Além do mais, este estado parece não espelhar realmente a visão comum de uma pessoa feliz: aquela que tem tudo o que pensa que quer, deveria estar sempre em um estado de bem estar, mas pode ser infeliz. Isto significa que a felicidade não pode depender do que está fora do indivíduo, isto é, bens materiais e outras possíveis fontes de bem estar, desde a possessão do carro mais caro e mais confortável a ter o emprego que a pessoa mais quer? De fato, o outro motivo recorrente é aquele do contentamento, que torna o conceito ainda mais subjetivo, e ajuda a esclarecer o que poderia ser difícil de entender, e por fim ajuda a entender a felicidade como um todo. Tenho um amigo que diz que a felicidade nem deveria estar no dicionário. 3. Felicidade está sujeito à sorte? Várias definições de felicidade implicam que ela está sempre sujeita à sorte. Neste aspecto, talvez não é por acidente que na maioria das línguas indo-européias, os termos modernos para a felicidade estão relacionados de perto com a palavra sorte, e acaso. Para mencionar alguns exemplos, o termo moderno do inglês, happiness tem a sua raiz no antigo inglês médio happ que significa sorte, acaso, isto é, o que happens - acontece - no mundo. Da mesma forma, o francês bonheur (felicidade), e hereux (feliz) têm na sua raiz a velha palavra francesa heur, que significa sorte, acaso. A palavra italiana felicità, a palavra espanhola felicidad e a portuguesa felicidade, todas vêm do latim felix - afortunado - e felicitas - sorte, fortuna. Se a felicidade é tão dependente da sorte, por que seria tão difícil descrever a felicidade como sendo nada mais do que ter boa sorte? 4. Ensaio: Deus me livre de ser feliz. Existem coisas mais sérias que a felicidade. Algum sabichão por aí vai dizer, sentindo-se inteligentinho: Existem várias formas de felicidade!. E o colunista dirá: Sou filósofo, cara. Conheço esse blá-blá-blá de que existem vários tipos de felicidade, mas hoje não estou a fim. Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em questão visa te deixar feliz. Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 11/33 do curso engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa retardados. Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo. Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz. Mas hoje em dia todo mundo quer deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito científico. Quem não agrada, não vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton. Mas eu, talvez por causa de algum trauma (fiz análise por 20 anos e acho que Freud acertou em tudo o que disse), não quero agradar ninguém. Não considero isso uma vantagem moral, mas uma espécie de vício. Claro, por isso tenho poucos amigos. Mas, como dizem por aí, se você tiver muitos amigos, ou você é superficial, ou eles são, ou os dois. Quanto aos meus alunos e leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus. Desejo para eles uma vida atribulada, conflitos infernais com as famílias, dúvidas terríveis quanto a se vale a pena ou não ter filhos e casar. Desejo que, caso optem por não ter família, experimentem a mais dura solidão da existência humana, porque, no fundo, não passam de egoístas. Mas se tiverem família, desejo que percebam como os filhos cada vez mais são egoístas porque querem ser felizes e livres. Desejo para eles pressões violentas no mercado de trabalho. E jantares à meia-noite diante de um trabalho que não pode ficar para amanhã porque querem viajar e ter grana para gastar. Quem quiser ser livre, que aguente a insegurança da liberdade. Quem for covarde e optar por uma vida miseravelmente cotidiana que veja um dia sua filha jogar na sua cara que você foi um covarde. Especialmente, desejo um futuro cruel para quem acredita que ser uma pessoa de bem a protege de ser infiel, infeliz, abandonada e invejosa. Espero que um dia descubram que, sim, eles têm um preço (apenas desejo que seja um preço alto) e que se vendam. Espero que percebam que seus pais não foram santos e parem com essa coisa de gente brega de classe média que tenta inventar uma tradição ética familiar que só engana bobo. E por que digo isso? Porque hoje todos nós estamos um tanto infantilizados e só queremos que nos digam o que achamos legal. O resultado é uma massa de obviedades. A tendência é transformar o pensamento público em autoajuda ou em compromisso com um mundo melhor, o que é a mesma coisa. Quem quer agradar é, no fundo, um frouxo. Vejamos alguns exemplos do produto querer ser feliz. Comecemos por quem acha que o seu querer ser feliz é superior e espiritualizado. Talvez você queira virar luz quando morrer porque ser luz é legal (risadas). Deus me livre de querer virar luz quando morrer. Prefiro as trevas. Se for para continuar vivendo depois de morto, prefiro viver no meu elemento, as trevas, porque sou cego como um morcego. Normalmente, quem quer virar luz quando morrer é gente feia ou magra demais. Mulheres bonitas vão para o inferno, logo... E gente que acha que frango tem mãe (só porque ele descende do ovo de uma galinha, e ela de outro...) e por isso é crime matá-los? Trata-se de uma nova forma de compromisso com a felicidade social e política. Entre esses felizes que desejam a felicidade para os frangos existem pessoas de 40 anos com cérebro de dez e pessoas de dez anos que um dia terão 40, mas com o mesmo cérebro de dez. Não creio que mudem. Hoje é Carnaval. Espero que você não tenha pegado aquele trânsito idiota de cinco horas para ser feliz na praia. (Luiz Felipe Pondé, Folha de São Paulo, 07/03/2011).
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 12/33 MAÇONARIA 1) Ensaio Maçônico: O Segredo da Felicidade: Assim como uma pequena planta deve enfrentar muitos obstáculos antes de se transformar numa árvore, nós precisamos experimentar muitas dificuldades no caminho da felicidade absoluta. (Nitiren Daishonin). O Poema de Fernando Pessoa A felicidade exige valentia define claramente como devemos procurar a Felicidade, e como esta se transforma numa Viga Mestre da Maçonaria, ora vejamos o que nos diz o grande Mestre: “Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. /Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. /Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. /É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um ‘não’. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. /Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo”. Através deste belo poema podemos caracterizar que a Felicidade, é o culminar de uma caminhada na busca de um oásis, algures no deserto da nossa vida. [...] E, com Sabedoria, não só tomamos em nossas mãos a nossa própria Felicidade, como com a urbanidade que a esta está associada, preparamos as gerações futuras para poderem viver e gozar uma vida plena de realização e de Felicidade, enaltecendo um passado, feito por homens livres e de bons costumes. (Extraído e condensado do blogue asvigasmestrasdamaconaria. Autor: Oliveira Pereira). 2. Rituais: (...) A Maçonaria é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e a crença de cada um. (RA). (...) O conhecimento baseado na exatidão, ajudado pelo trabalho e efetivado pela perseverança, vencerá todas as dificuldades, extinguindo as trevas da ignorância e espargindo a felicidade no caminho da vida. (...) Qual operário aplicado à realização da Grande Obra, o iniciado no segundo grau deve estar compenetrado do interesse de prosseguir na conquista de uma felicidade contínua e sem mescla. Uma felicidade que se perpetue e que não seja perturbada, não pode, como tal, ser considerada; transforma-se em suplício, porque ela fatiga e conduz ao aniquilamento, à morte. Nossa vida consiste na ação, na luta contra os obstáculos, no trabalho penoso, mas perseverante, empreendido por um ideal a realizar. O esforço, sofrimento provado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são exatamente proporcionais às ações empregadas para possuí-las. (RC). Para finalizar: [...] É aquela história que eu gosto muito dos dois monges atravessando o rio e um deles ajuda uma jovem a atravessar... e os monges faziam votos de não tocar em mulheres, né? E um deles, uma hora depois, bravo: Você carregou aquela moça! – É, mais eu deixei ela lá, e você continua carregando. Às vezes nós temos problemas, dificuldades. Abra mão. É difícil esse abrir mão. Mas isso é um dos ensinamentos principais. Quando a gente abre as mãos, nele cabe todo o universo. (Monja Coen, líder espiritual). Sejam felizes meus Irmãos, à sua maneira.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 13/33 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com O ORIENTE DO TEMPLO: A INFLUÊNCIA DO MITO SOLAR E O SIMBOLISMO DA LUZ “Todavia, nem as igrejas e nem os templos maçônicos são, como pretendem alguns autores, cópias fiéis do templo hebraico, pois, este serviu, apenas, como modelo aproximado para as igrejas, assim como, estas serviram de modelos aproximados para os templos maçônicos.” (Vade-Mécum Maçônico, pág. 595, 2012) INTRODUÇÃO Sempre se faz necessário salientar que o Templo Maçônico, tal como ele se apresenta, é fruto de épocas recentes. Ainda, cumpre salientar também, que cada Grau maçônico tem o seu templo. O primeiro Templo maçônico teve sua inauguração em 1776, em Londres, Inglaterra, pela Primeira Grande Loja. Antes desse Templo, os Maçons se reuniam em tabernas. Consta que para a construção desse Templo os Maçons buscaram inspiração nas igrejas e no Parlamento britânico. O Templo maçônico possui algumas divisões, a saber: Oriente, Ocidente e Átrio, este último ainda antecedido da Sala dos Passos Perdidos. Do Oriente emana a luz, a luz no sentido da claridade intelectual, e no Oriente reina o Sol. O simbolismo com relação a estes últimos aspectos é o que veremos no trabalho que ora se inicia. DIVISÃO E ORIENTAÇÃO No Templo Maçônico entramos pelo ocidente e enquanto nos dirigimos ao Oriente, à nossa direita temos o Sul, e à nossa esquerda o Norte. Separando o Oriente do Ocidente existe uma balaustrada, que possui uma abertura central e que dá acesso então, ao Oriente, normalmente num plano mais alto. O Irmão Theobaldo Varoli, em seu “Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo -Aprendiz”, tece suas considerações sobre o assunto: “Não é obrigatório construir o Oriente num plano mais alto. Para um Templo maçônico bastam os principais símbolos. Além disso, a Loja Maçônica, desde que realmente constituída ou regularmente composta, pode funcionar em qualquer ‘lugar oculto’. Contudo, os rituais mencionam degraus à entrada do Oriente, na passagem entre as duas partes da Grade. Nos vários rituais que se tem usado desde a 4 – O Oriente do Templo: a influência... José Ronaldo Viega Alves
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 14/33 fundação da Maçonaria especulativa, como também nos diferentes ritos, não há uniformidade no que tange ao número de degraus da entrada do Oriente e da ascensão ao Trono.” Não vamos entrar aqui nas várias razões enumeradas por estudiosos, até porque não existe consenso também neste aspecto, mas, vou citar a ultima frase do capítulo esse do Irmão Theobaldo Varoli, onde ele diz assim: “A melhor maneira está, por conseguinte, em quatro e três.” O quatro se refere aos degraus que dão acesso ao trono do Ven.·. Mestre e o três aos degraus que dão acesso ao Oriente, e que teria a ver com o trivium e o quadrivium, o que é em parte, pelo menos, um tanto forçado. Vejamos também, algumas informações que fazem parte do conteúdo do verbete TEMPLO MAÇÔNICO, disponibilizadas no “Vade-Mécum Maçônico”: “ ... Do Parlamento, o Templo Maçônico tem a Sala dos Passos Perdidos e a peculiar colocação dos obreiros nas colunas. Das igrejas, tem a divisão e a orientação; e, como estas são decalcadas (imitadas) no Templo de Jerusalém, o Templo maçônico, embora indiretamente, também é. Assim, partindo do Templo de Jerusalém – e do Tabernáculo, pois as divisões são as mesmas – e passando pelas igrejas, podemos, no seguinte esquema, verificar as correspondências evidentes: I – Santo dos Santos – Altar Mor – Altar, no Oriente. II – Santo – Presbitério – restante do Oriente. III – Parte descoberta – Nave – Colunas do Ocidente. Vale reprisar que a parte descoberta, tanto do Tabernáculo, quanto do Templo de Jerusalém, continha a mesa dos holocaustos e o Mar de Bronze.” O ORIENTE Maçonicamente, quando falamos em Oriente, a associação mais rápida que surge em nossa mente remete-nos ao nascimento do Sol, já que dali emana a Luz, além de que é o lugar onde está sentado em um trono elevado, o Venerável Mestre. “Assim como o sol nasce no Oriente para principiar a carreira e romper o dia, assim o Ven.·. Mestre ali tem assento para abrir e fechar a Loja, dirigi-la em seus trabalhos e esclarecer os Obreiros com as luzes de sua sabedoria.” Novamente, usemos do conhecimento do Irmão Theobaldo Varoli Filho, em seu “Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo -Aprendiz”, sobre o Oriente: “Em Loja os maçons falam, saúdam e se põem de p.·. e à o.·. voltados para o Oriente. Os crentes de religiões antigas contemplavam o Oriente nas suas orações. Essa prática ainda existe em algumas crenças. Nos ritos de fundo espiritualista, o Oriente é o plano espiritual. No Rito Moderno é e o plano mental, ou da Sabedoria. No alto do Oriente, de modo ostensivo, está o Sol, Glória do Senhor. O símbolo representa, em primeiro lugar, o primitivismo religioso dos que adoravam o Sol. Essa crença, entretanto, foi o despertar da Sabedoria, quando evoluiu para o conceito de manifestação do Ser dos Seres, Isto é, para o conhecimento (gnose) mais aperfeiçoado da existência do Grande Arquiteto do Universo. Daí em diante o homem não mais passou a confundir a Causa Primária, o Criador e Arquiteto Supremo, com a Criação ou com qualquer manifestação da natureza (inclusive a do astro-rei). O Sol que a tudo ilumina representa o Bem que serve a todos como ensinavam os egípcios e os persas. O símbolo ensina ao maçom o dever de praticar a caridade desinteressada e sem distinção, e que a luz (instrução) deve contemplar a todos, isto é, que o Saber deve ser disseminado gratuitamente, em qualquer Grau, para todos.” A RELAÇÃO SIMBÓLICA ENTRE ORIENTE, SOL E LUZ A opinião de estudioso que foi o Irmão José Castellani, consta no texto do verbete SOL do “Vade-Mécum Maçônico”: “O mito solar, surgido na Mesopotâmia, adquire na Maçonaria fundamental importância na mística utilizada para armar a Doutrina Moral, Espiritual e Filosófica Maçônica, já que a caminhada do Iniciado representa uma marcha em direção à luz, meta transcendental dos povos antigos. O fascínio do Sol está presente em muitas esferas da mística humana; assim, para a alquimia, ele representa o ouro, para a teurgia, ele é a emanação de Deus, para a magia, é a fonte de luz astral, enquanto que, para a Maçonaria ele representa a luz do conhecimento, a meta do Iniciado, que caminha através das trevas
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 15/33 do Ocidente em direção à luminosidade do Oriente, onde o Sol nasce e de onde veio a luz das antigas civilizações, entre as quais se incluem as mesopotâmicas.” O Oriente, e aqui referindo-nos às civilizações mais antigas que ali se desenvolveram, foram os nascedouros de verdadeiros tesouros do conhecimento, muito sendo legado ao Ocidente posteriormente. Não é à toa que o Oriente ficou sendo considerado como o reino da Sabedoria. Muitos são os conceitos, pertencentes às mais variadas áreas do conhecimento humano, adotados no Ocidente, que são originários dessas civilizações que ali floresceram, e poderíamos, somente para exemplificar, citar os ensinamentos dos hindus, o Mazdeísmo, o Zoroastrismo, a iniciática do Egito, os conhecimentos científicos dos árabes, e muito mais. Escreveu o Irmão Nicola Aslan, em seu “Grande Dicionário...” “Dá-se o nome de oriente ao lugar onde o Sol parece levantar-se e do qual, cada manhã, parece nascer a luz, e assim, muito naturalmente, este ponto cardeal devia tornar-se o símbolo do Ideal e da Divindade e, por isso, desfrutar de um sentido particularmente sagrado. Simboliza ele o ponto de onde nasce a Luz.” DO RAIAR DO DIA AO OCASO NUM SESSÃO MAÇÔNICA? Na relação direta com o presente trabalho, é fundamental mencionar que os trabalhos em uma Loja maçônica tem uma representação ou um sincronismo que está calcado no trajeto diário do Sol, onde começa com a abertura da Loja pelo Venerável Mestre no Oriente, e onde se pode estabelecer uma relação com o raiar do dia, ou o amanhecer. Durante o transcurso da sessão, o Irmão 2º Vigilante, ao Sul, manda os obreiros para os trabalhos (passagem do Sol pelo seu zênite, ou ponto mais alto) e depois chama-os para o descanso , enquanto que ao Irmão 1º Vigilante que está no Ocidente ao Norte caberá representando o ocaso do Sol , fechar a Loja, pagar os obreiros e despedi- los contentes e satisfeitos. CONCLUSÃO A Luz tem um significado altamente simbólico para o Maçom, configurada no esclarecimento do espírito, do intelecto, da razão. A Luz da Verdade que emana do Oriente, a luz do Sol que jorra e que é a fonte da vida, portanto, vivificadora do espírito, também. Quando é dito pelo Ven.·. Mestre: “Faça-se a Luz!”; “E a Luz foi feita!”; “A Luz seja dada ao Neófito!”, é cumprido um ato simbólico que tem um significado transcendental. É que desde os antigos mistérios, desde as iniciações nos cultos mais antigos, e passando pela Maçonaria a Luz é que o Iniciado veio buscar: a Luz do Saber, a Luz da Inteligência, a Luz do Espírito e a Luz Divina. E é do Oriente que ela vem. CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora maçônica “A Trolha” Ltda. 3ª Edição - 2012 CASTELLANI, José. “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico” – Editora “A Gazeta Maçônica” – 1991 DA CAMINO, Rizardo. “Dicionário Maçônico” – Madras Editora Ltda. 2006 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora – 2ª Edição – 2008 Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS - Porto Alegre, RS 2010-2013 VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo (Aprendiz) – Editora A Gazeta Maçônica S.A. – 2ª Edição - 1977
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 16/33 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br O Maçom, esse desconhecido. O Homem é um ser complexo, estranho e imperfeito. Às vezes se julga senhor do mundo e às vezes em depressão, ou quando algo em sua vida não está bem se sente muito pequeno inútil e destruído. Em seus momentos de fantasia, aspira ser Deus, sendo que jamais poderá vir a sê-lo. Quer ser imortal, pois não admite a morte, mas nunca se lembra que se perpetua através de seus gens em seus descendentes. É um ser gregário, aliás, condição vital para sobreviver. Desde os tempos das cavernas ele aprendeu a viver em grupo. É curioso. Pergunta muito, muito embora não tenha respostas para causas maiores de sua existência. Isto lhe traz um conflito existencial muito grande. Quer conhecer a todo custo o que se passou com as civilizações anteriores e quer entrar em contato com seres inteligentes do Universo. Explora o Cosmo como um todo e em particularidades, explora a própria Terra, em busca de suas raízes, suas origens, sem tê-las conseguido até a presente data. Desconhece a razão da vida e da morte, e temeroso diante das forças telúricas e universais passou a respeitar, venerar e até idolatrar o criador invisível de tudo. Ai reside o princípio religioso da maioria dos Homens, mais pelo temor da grandiosidade que o cerca, que pela sua inteligência, a qual é limitada. É um ser vicissitudinário. Em sua mente existem milhões de fantasmas de ideias, de sonhos, de tal forma que ele muda sempre, para uma evolução maior ou menor, mas amanhã nunca será o mesmo de hoje. Nunca será o mesmo em todas as épocas de sua vida, embora mantenha suas características de personalidade. Nos últimos séculos e especialmente no último, sofreu todas as influências possíveis e imagináveis quer pela evolução do próprio pensamento humano quer pelos verdadeiros saltos científicos dados pelas invenções e pelas tecnologias modernas. O meio intelectual e moral foi mergulhado e envolvido por estas descobertas. No último 5 –O Maçom, esse desconhecido - Hercule Spoladore
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 17/33 século o desenvolvimento científico da Humanidade foi maior que em toda a história da atual civilização e civilizações anteriores. As descobertas científicas aconteceram e acontecem sem qualquer antevisão do futuro. As suas consequências não previsíveis dão forma para a nossa atual civilização. Quer dizer, não há uma programação objetiva e direta direcionada a um ponto futuro para conduzir a Humanidade. A ciência empurra o homem. Às vezes ele não sabe aonde irá parar. Os cientistas não sabem para onde estão indo e nem aonde querem chegar. São guiados por suas descobertas, às vezes imprevistas e, grande parte por acaso. Cada um destes cientistas representa o seu próprio pensamento estabelece suas próprias diretrizes para si e para a sociedade. Por analogia, o mesmo caso acontece com a Internet. Não sabemos o que irá acontecer. Teremos que “pagar” para ver. O Homem estuda desesperadamente as leis da natureza, estas, deveriam só ter valor quando chegassem até ele diretamente, não filtradas pelo véu intelectual repleto de costumes incorretos e tendenciosos, chegando assim a sua mente sem preconceitos, consumismos, conformismos e distorções. Aí ocorrem os sofismas, especialmente dirigidos por interesses financeiros manipulados por grupos multinacionais. O comportamento humano em função destes fatores muda verticalmente de tempos em tempos, ao sabor de uma mídia controlada por estes grupos, que explora as invenções da maneira que mais lucro lhes dá, dando uma direção equivocada à Humanidade em muitos setores. E esta praga ataca o Homem na política, na religião, no comércio e em todos os segmentos da vida, e ainda no que é mais complexo, no seu relacionamento. O Homem é um ser emocional, agressivo, intuitivo e faz pouco uso da razão para resolver seus problemas. Age mais pela emoção. Konrad Lorenz, prêmio Nobel de 1973, zoologista austríaco admite que a agressividade do Homem seja uma herança genética de seu passado animal e que o Homem não seria fruto do meio em que vive. As guerras para ele, serão inevitáveis por maiores que sejam as conquistas sociais e científicas da Humanidade. Apesar de ter sido combatido pela maioria dos psicólogos do mundo inteiro, ele parece ter razão. As guerras continuam existindo e a forma de destruição do próprio Homem cada vez mais sofisticada. A invenção mais moderna de autodestruição chama-se terrorismo. Os Homens para se organizarem criaram regras disciplinares e entre elas a Ética e a Moral, que tanto se escreve a respeito e há autores que as consideram a mesma coisa.
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 18/33 Anatole France em seu livro “Os deuses têm sede”, cita que o que chamamos de Moral não passa “de um empreendimento desesperado de nossos semelhantes contra a ordem universal, que é a luta, a carnificina e jogo cego dos contrários”. “A Moral varia na cronicidade das épocas, pois o que serviu para nossos pais, não serve para nossos filhos” (Mazie Ebner Eschenbach). A Moral seria, pois, para entendermos melhor, o estudo dos costumes da época e a Ética, a ciência que regula as regras pertinentes. Os Homens ditos civilizados costumam afirmar que a Ética é um princípio sem fim. Mas o mesmo Homem que é um ser competitivo, agressivo, emocional e que seria capaz de destruir a si e ao mundo em determinadas situações, ele também é em outros momentos bom, caridoso, compreensivo, leal, capaz de gestos de desprendimento em favor de seus semelhantes. Dentro desta dualidade se procura ainda que de forma muito superficial, traçar uma pálida silhueta do Homem, já que é impossível descreve-lo profundamente como um todo. Todo Maçom é um Homem, pelo menos no sentido genérico e, como tal não escapa as especificações boas ou más citadas na descrição deste perfil traçado. A Maçonaria traz a esperança de mudar os Iniciados para melhor. Isto até chega acontecer verdadeiramente para poucos, e estes entenderão que a Ordem é antes de tudo uma tentativa de levar os adeptos ao seu autoconhecimento e ao estudo das causas maiores da vida e que também sua função no mundo atual será político-social. Entenderão que a Maçonaria é para eles uma forma de evolução ética, moral e espiritual. Um outro grupo de Maçons vive nesta ilusão, mas não vai de encontro a ela. É medíocre e conformado, aceita tudo, mas sabe muito bem a diferença. Apenas por uma questão de não duvidar, aceitar as coisas erradas passivamente, e por preguiça mental letárgica não luta e espera que as coisas aconteçam. Porem, a maior parte dos Maçons jamais entenderá o desiderato verdadeiro da Ordem. Jamais entenderá esta meta, mas acreditará equivocadamente de que a está conseguindo. A maioria dos Maçons não lê, não estuda, critica os que querem produzir algo de bom, quer saber quem será o próximo venerável, e quer que a sessão termine logo, para “demolirem os materiais” e sorverem o precioso líquido que traz eflúvios etílicos,
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 19/33 das “pólvoras amarela e vermelha”, nos “fundões” das lojas, onde excelentes Irmãos cozinheiros preparam iguarias divinas. Até nem podemos condená-los, já que são Homens e como tal não são perfeitos. Os Maçons de um modo geral trazem para dentro das Lojas, todas as transformações e influências que existem no mundo profano, e sem se aperceberem, tentam impor suas verdades como se fossem as verdades ditadas pela Ordem. Está havendo um grande equívoco na Maçonaria atual, pois esta tem em seus princípios valores antigos tradicionais aparentemente conservados através dos rituais, costumes escritos, constituições etc., que muitos Maçons têm a pretensão de está-los seguindo, sem que isto seja verdade. O que acontece em realidade é que a maioria destes valores acabam sendo letras mortas, pois o Maçom na sua condição de Homem que recebe todas as influências citadas do mundo profano, especialmente no terreno das comunicações, informações e do moderno relacionamento humano, traz para o seio da Maçonaria, tudo o que ele está sofrendo e se envolvendo fora das lojas, tais como a competitividade desleal, o consumismo exagerado, a agressividade incontida, a ganância pelo poder, a vaidade auto idólatra, enfim uma série de situações que ele mais cedo ou mais tarde, quando fizer uma análise de consciência, se o fizer, pois a maioria nem isso faz, ele verá que não foi bem isso que ele pretendia da Ordem. Então vem a desilusão total, uma das causas de esvaziamento das nossas lojas. Fala-se em tradição na Maçonaria, mas em realidade esta foi se distorcendo aos poucos, pois os tempos são outros e tudo muda, e as mudanças ocorrem sem se as apercebê-las, pois muito embora aparentemente ligado ao passado, o Maçom vive o tumultuado mundo presente. A Maçonaria a exemplo da nossa civilização atual foi, organizada sem o conhecimento da verdadeira natureza do Maçom. Embora feita só para Maçons não esteja ajustada ao real espaço que ela deveria ocupar. O modernismo, como não podia deixar de ser também chegou na Ordem. Hoje, em muitas lojas não se usam mais as velas e sim lâmpadas elétricas. Os rituais foram acrescidos de práticas que não existiam na Maçonaria primitiva. Os templos se tornaram suntuosos, e ricas colunas os adornam. Acabou-se a simplicidade de outrora. Apareceram cerimônias enxertadas, inventadas, rebuscadas. Tem templos para todos os lados. Um templo às vezes fica ocioso por vários dias da semana, onde poderia ter uma loja funcionando a cada dia e os demais templos construídos com muito sacrifício de alguns, poderiam ser uma escola, um lar de velhinhos, ou qualquer outra modalidade de prestação de serviços enfim, uma obra que depois de construída seria doada a sociedade. As pendengas políticas entre os lideres da Ordem, chegam a tal rivalidade que com frequência são levadas às barras dos tribunais na Justiça comum.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 20/33 A ganância pelo poder é um fenômeno bastante frequente na mente de alguns Maçons. Um simples cargo de venerável, às vezes é disputado de forma bastante ignóbil, não maçônica, pelos oponentes. Imaginem então, o que ocorre quando de trata de eleição para o cargo de Grão-Mestre. Não se concebe e não se justifica que este poder temporal maçônico que em realidade não significa coisa alguma em matéria do Conhecimento que a Ordem pode proporcionar, cause tanta cobiça, tantas situações antimaçônicas, as quais observamos com frequência, sendo que a maioria dos Maçons fingem que não as estão vendo. Sábio foi um juiz profano que não acatou uma ação de um líder maçônico contra outro, alegando que os problemas de Maçons fossem resolvidos dentro da própria Maçonaria já que a Justiça tinha coisas mais importantes a tratar. A Maçonaria foi exposta nesta situação, ao ridículo. Como é triste, como é doloroso, como doe no fundo da alma quando um Irmão torna-se falso, difama, conspira e tenta destruir outro. Às vezes seu próprio Padrinho é o atingido ou um Irmão que tanto lhe queria. E isto sempre ocorre não pela Dialética que é adotada pela Maçonaria que é a arte de poder se expressar e alguém contrariar ou contraditar uma opinião para se chegar a uma verdade, mas tão somente por inveja doentia ou vaidade. Porem existe o reverso desta análise. Não podemos afirmar que o Maçom como o Homem em si seja totalmente mau. Ele é dual. Foi criado assim. Ele tem o seu lado mau, mas luta desesperadamente para ser bom, sendo que maioria das vezes não consegue. É a eterna luta do Homem. O ofendido altruísta costuma usar a qualidade cristã do perdão e ai volta a abraçar o Irmão que lhe ofendeu. E tudo acaba em fraternidade, às vezes sincera e às vezes falsa. “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. (Augusto dos Anjos) Não podemos negar que nos causa tanta alegria, quando ficamos conhecendo um Irmão que nos é identificado como tal, onde quer que se esteja. Especialmente longe da cidade onde moramos. E comum este Irmão abrir seu coração, sua residência sua loja. Isto é realmente lindo na Ordem. É uma satisfação muito grande e uma realidade inconteste. Outra situação boa que costuma acontecer na Ordem é a hospitalidade fraterna com que somos recebidos em outras lojas não importando a Obediência. Esta situação acontece nas lojas-base, não havendo mais atualmente a discriminação que havia outrora determinada pelos líderes das ditas Obediências. Foi um avanço social dentro da própria Ordem muito importante. Já não existem mais primos, agora somos irmãos de verdade. O dualismo no Maçom continuará, ele é genético, mas a Maçonaria espera que seus adeptos desenvolvam somente o lado bom. Sua doutrina é toda voltada para esse
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 21/33 fim. Então, não culpemos a Ordem, por distorções ou digressões, estas são inerentes ao Maçom, ao Homem imperfeito. Entretanto, a Ordem deveria mudar o esquema de suas sessões imediatamente. Gastamos ¾ de uma sessão com problemas administrativos. . Aí está o grande mal. É aí que reside a nossa grande falha. Se houvesse uma sessão administrativa mensal, onde uma diretoria capaz resolvesse todos os problemas rotineiros, e as demais sessões fossem abertas e fechadas ritualisticamente, mas sua sequência fosse tão somente de trabalhos apresentados, debates, instruções, doutrinação, temos certeza de que mesmo aqueles Maçons que não leem, não estudam, aprenderiam muito e tomariam gosto pela leitura, pois seriam despertos de um sono que talvez a própria maneira atual de ser da Ordem seja responsável. Temos acreditar no Homem, no Maçom, mesmo ele não sendo um ser perfeito. Ele desde que devidamente preparado poderá ainda a vir a ser o esteio da Humanidade. Estamos no momento mal doutrinados. Temos que nos rever e modernizar, o futuro já é hoje. Vivemos num mundo de informações. Estas não podem ser sonegadas ou deixar de serem assimiladas. Já estamos ficando para trás em muitos segmentos da sociedade. Não aguentaremos por muito tempo o modelo anacrônico que estamos seguindo se não nos atualizarmos. Isto qualquer Maçom poderá deduzir, se refletir um pouco sobre a Ordem. Acreditamos que a Maçonaria redespertará, e que em num futuro bem mais próximo do que imaginamos tudo mudará para melhor. Porque, apesar de todas as influências negativas ou não ela conservou sua essência Iniciática. E este fator manterá sua unidade simbólica e espiritual perene. Assim acreditamos... (*) Autor: Hércule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” - Primeiro Membro Correspondente da Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 22/33 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br EM BUSCA DO EQUILÍBRIO PERDIDO O equilíbrio cósmico Houve uma época na vida da humanidade em que todos os homens tinham consciência da unidade do universo e sabiam que o céu e a terra eram complementos um do outro. Ambos refletiam uma Consciência maior que os havia pensado. Em dado momento, porém, ocorreu uma ruptura entre essas estruturas, fazendo delas compartimentos dois estanques. Essa é ideia que se transmite na tradição hermética e está assente em todas as doutrinas esotéricas que acreditam na existência de civilizações anteriores á nossa. Essa ruptura foi interpretada pela tradição religiosa como sendo uma queda do homem do seu status anterior, de parente dos deuses, Daí surgiu a visão dialética do cosmo como se ele fosse composto de estruturas diversas, incomunicáveis entre si, opostas, antagônicas e, ás vezes, até inconciliáveis. A produção universal, fosse matéria ou pensamento, passou a ser vista como reação entre energias antagônicas: bem e mal, luz e trevas, verdade e mentira, ação e reação, macho e a fêmea etc. O divino e o profano, da mesma forma que céu e terra, tornaram-se unidades independentes, cuja unidade foi rompida e precisava ser recomposta através de uma atitude religiosa por parte dos homens. A religião, como tentativa de religar os deuses aos homens foi o resultado dessa impostura. Nos primórdios da nossa atual civilização os povos se recordavam dessa ruptura, cuja consequência foi interpretada como uma “queda” que provocou a sua expulsão de um paraíso. E a partir dessas lembranças procuraram reconstituir, pela religião, esse estado anterior de unidade onde o múltiplo era um, o que havia dentro era igual ao que havia fora, o que estava cima igual ao que estava em baixo. A experiência mais conhecida e importante nesse sentido foi a que os hebreus, antecedentes dos israelitas, legaram á humanidade. Nesse sentido, a instituição da nação de Israel como maquete da humanidade autêntica e perfeita que Deus desejaria instituir sobre a terra foi a mais clara e contundente experiência nesse sentido. Com a escolha do povo de Israel para ser o “povo eleito”, o que se buscava era a recomposição do equilíbrio cósmico, abalado pela queda do homem. Essa é a ideia que está no centro do estranho conceito cabalístico do Tikun.1 1 Tikun significa reordenação. A Cabala ensina que o pecado de Adão quebrou “a unidade primordial” do universo, fazendo com que a luz divina, que deveria se espalhar pelas “conchas” universais de uma forma ordenada, se dispersasse pelo vazio cósmico. Assim, o objetivo de Deus, ao escolher um povo para “discípulo” e orientador da humanidade era a recomposição dessa unidade quebrada pela queda do homem. 6 – Em Busca do Equilíbrio Perdido João Anatalino Rodrigues
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 23/33 Maat, e o equilíbrio universal Em contraposição á essa ideia, há quem acredite que a civilização que chegou o mais próximo possível dessa unidade primordial talvez tenha sido a antiga civilização egípcia e as que dela se derivaram, ou seja, as civilizações pré-colombianas. Os ecos de uma cultura ainda incompreensível, apesar de todos os estudos realizados, ainda ressoam pelas ruínas dos monumentais corredores dos imensos e magníficos templos construídos por aqueles povos. Parece que os espíritos dos maçons que construíram as gigantescas tumbas e os colossais edifícios que se encontram nos areais do Egito e nas montanhas andinas e planícies mexicanas e da América Central, lá ainda se conservam para nos dizer que o tempo não existe, que o universo é único, que somos nós que não entendemos as leis naturais, e consequentemente utilizamos mal o fluxo constante da energia que molda o universo, interrompendo a corrente de Maat. No Antigo Egito, como sabemos, a idéia de um estado de perfeita ordem e harmonia estava inserida no culto à Maat, a deusa da justiça e da retidão moral. Acreditava-se que essa divindade era a mediadora entre as potências do céu e da terra. Ela regulava as relações entre os deuses, estabelecendo a harmonia entre eles, e também entre os homens, fazendo com que eles vivessem em paz e em união. Por isso, todos os homens de responsabilidade na sociedade egípcia deviam viver de acordo com a Maaty, ou seja, se comportar de acordo com rigorosos princípios religiosos e morais, vivendo uma vida justa e perfeita, em todos os sentidos. Falhar em viver segundo esses princípios implicava em ser julgado com muita severidade no chamado Salão de Maat (também conhecido como Tribunal de Osíris, onde as almas dos mortos eram julgadas), e ser condenado á destruição pela serpente Apépi. Já aqueles que viveram suas vidas de acordo com essas regras eram conduzidos pelo deus Osíris através da Tuat (a terra da escuridão), até o outro lado, onde entravam no território de Rá, o sol radiante, e se integravam à luz que emanava daquele deus. Essa era a reintegração da centelha divina, que está em cada alma humana, ao centro irradiante, que os egípcios identificam no deus Rá, o Sol. Na iconografia egípcia, a deusa Maat aparece como sendo a esposa, ou a parte feminina do deus Thoth, que com ele veio ao mundo quando as águas do abismo primitivo se abriram pela primeira vez. Seu símbolo era uma pena, que representava a leveza que uma alma devia apresentar quando estivesse diante do tribunal dos deuses. Nos tempos mais antigos do Egito, o nome dessa deusa estava conectada também com os artesãos (que deveriam fazer obras com perfeição), o que justifica o apreço com que o termo Maat é usado na simbologia maçônica. Os egípcios usavam o termo de uma forma moral e espiritual, significando direito, verdade, lealdade, honestidade, retidão, caráter, justiça, probidade, etc. De acordo com os antigos egípcios, são essas ações Maaty que instruem os processos cármicos a que estão submetidas todas as almas que nascem no mundo, e nos dão como resultado uma sentença de mérito ou demérito, cuja aplicação reflete em nossas existências orgânicas e espirituais, fazendo de nós criaturas mais ou menos afortunadas, que evoluem ou regridem, numa escalada ascendente ou descendente. É um conceito semelhante ao desenvolvido pelo mestre cabalista Isaac Luria, em sua doutrina.2 2 Ver Gershom Schollen- A Cabala e seu Simbolismo- 2006. Nesses dias anteriores aos tempos históricos, os deuses eram tidos como Mestres da construção universal e os homens os seus aprendizes. O que os primeiros faziam no céu refletia sobre a terra, e o que os homens faziam na terra repercutia no céu. Por isso a responsabilidade recíproca na construção e no equilíbrio do edifício cósmico se dividia por igual entre homens e deuses. Um dia esse equilíbrio foi rompido, por isso a desordem, a desarmonia, a injustiça, o mal, enfim, entraram no universo e nele se mantém. E nele se manterá até que nós restabeleçamos esse fluxo, tornando-nos justos e perfeitos novamente. Essa é a ideia que está no cerne da doutrina maçônica.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 24/33 Esse processo tem como meta um aperfeiçoamento constante das nossas qualidades e virtudes, até um ponto onde possamos transcender da nossa condição de meros seres humanos para uma esfera mais sutil da realidade cósmica. Esse é o sentido da nossa escalada da matéria para o espírito e a finalidade de toda a vida. A função dos Antigos Mistérios Era crença dos antigos egípcios que a sua civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Thoth, que viera à terra justamente para essa missão civilizadora. Ele lhes deu os rudimentos da civilização, ensinando-lhes a agricultura, a metalurgia e a organização social. Ele ensinou todas essas coisas a Osiris, o primeiro rei a governar em todas as terras do Egito, e este a propagou entre todos os povos do reino, mantendo a harmonia e a paz, até o dia em que foi assassinado e esquartejado por seu invejoso irmão Seth. Essa é, precisamente, a função dos chamados Antigos Mistérios egípcios, festivais rituais nos quais se representava a reconstituição do corpo dilacerado do rei-deus Osíris por seu invejoso irmão Seth, na lenda conhecida como Mistérios de Ísis e Osíris. Nessa lenda, o corpo de Osiris, cortado em pedaços e espalhados pelos quatro cantos da terra é reunido e recomposto pela sua esposa-irmã Ísis, que lhe dá novamente a vida. Esse Mistério simboliza a ideia egípcia da reconstituição da unidade cósmica, quebrada pela rebelião do mal contra o bem. 3 A repercussão na filosofia É possível que o mal tenha realmente entrado no universo quando os homens começaram a “fazer” história, ou seja, a partir do momento em que passaram a compor exercícios semióticos variados, como consequência da variedade de linguagens que se instalou na terra com a multiplicação das famílias humanas. Por essa razão, os símbolos deixaram de ser comuns e Deus “afastou-se dos homens”, pois desse momento em diante, sua história não seria mais que um reflexo das suas próprias consciências, não mais refletindo a consciência Dele. É provável, também, que até certo momento na vida dos grupos que povoaram a terra, tivesse sido possível para eles captar o reflexo da Consciência Divina, e com isso interferir nas próprias ações da natureza. Mas isso, como é possível perceber, deixou simplesmente de acontecer a partir de certa época. É certo que até os tempos de Josué, (pelo menos a Bíblia está a indicar isso), Deus parecia estar bem presente na história humana. Grosso modo, parece que a intervenção divina, imobilizando o sol no firmamento para que os israelitas pudessem marchar em volta das muralhas de Jericó e derrubá-las com o som de suas trombetas, foi uma das últimas ações diretas da Divindade na história dos homens. Depois dela as intervenções diretas de Deus na terra escassearam, e a partir de certa época, não se falou mais nisso. 4 3 Quanto á história do assassinato de Osíris por Seth, e sua posterior ressurreição, promovida por sua irmã e esposa Ísis, essa é uma lenda bastante conhecida dos maçons. Para mais informações veja-se a nossa obra Conhecendo a Arte Real, citada. Veja-se também Edward Wallis Budge, Os Deuses Egípcios, Vol I. A propósito, essas tradições egípcias também tem correspondência entre os povos andinos, para quem o Espírito Supremo (Uira Cocha) também promovia a civilização na terra através do seu escolhido, o Inca. Os monumentais templos erguidos pelos incas para homenagear à sua divindade solar não têm outra finalidade a não ser mostrar que seus discípulos, na terra aprenderam bem a lição dos seus mestres divinos. 4 A doutrina cristã sugere que a suposta ausência de Deus na história dos homens ocorre em virtude de Ele ter mandado a terra seu próprio filho, o qual foi o último enviado divino. Depois da vinda de Jesus, Deus não precisou falar mais com os homens face a face, pois
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 25/33 Tudo acontece como se a divindade se desinteressasse do destino dos homens, provocando uma ruptura entre os dois estratos: o divino e o profano. E por isso o Zaratustra de Nietzsche pode dizer: Deus morreu. 5 Aqui, precisamente, é onde se insere a religião. Após a separação entre o céu e a terra, entre o sagrado e o profano, alguns espíritos mais sensíveis começaram a pensar num meio de religar essas duas estruturas, recuperando aquele estado de harmonia, ordem e felicidade que acreditavam, um dia, existiu no universo. Então inventaram a religião e construíram templos para neles invocar a Divindade, que segundo acreditavam, voltaria a visitar os homens a partir do momento que a reunificação pretendida ocorresse. Por isso é que a função de toda religião é religar o profano ao sagrado. É levar o homem de volta para o território da divindade, como espírito, de onde um dia ele saiu como centelha de luz que capturou massa física. A rebelião gnóstica Quando os teólogos transformaram o Cristianismo numa ideologia de massa e a vincularam á cultura do povo romano como religião oficial, a maravilhosa doutrina do mestre de Nazaré deixou de ser uma verdadeira ponte entre o sagrado e profano, para se transformar em mais um instrumento ideológico. E assim também aconteceu com o Islamismo, o Judaísmo, o Bramanismo e todas as demais religiões que foram apropriadas pelos governantes, e utilizadas como instrumento político. Nesse sentido, Jesus também deixou de ser o Messias, o redentor das almas perdidas, para se tornar apenas mais um ideólogo. O Jesus do Cristianismo oficial transformou-se em mais um filósofo, contestável e doutrinariamente insatisfatório para um espírito que buscava uma realidade divina. Assim pensavam os filósofos neoplatônicos e com base nesse pensamento floresceram as teses gnósticas, como tentativas de recuperar aquele Cristianismo messiânico e mágico que as primeiras comunidades cristãs professaram, e que fez a força do novo credo. É nesse sentido que os gnósticos cristãos dos primeiro século procuraram preservar a pureza do conhecimento iniciático contido na mensagem cristã. Eles não acreditavam em nenhuma verdade revelada por um Deus particular e preconceituoso, como lhes parecia ser o Deus do Velho Testamento. A verdade, segundo a sensibilidade que os dominava, estava na própria criação que Deus espalhara sobre o universo e não na mensagem de uma pessoa em particular. Da mesma forma que os sacerdotes egípcios e os mestres das religiões orientais, eles pensavam que o conhecimento do mundo divino só podia ser atingido através de uma adequada iniciação, onde a prática ritualística pudesse ser combinada com fórmulas apropriadas de meditação e invocação da divindade. Para esses místicos pensadores dos primeiros séculos, Jesus não tinha em mente criar um novo credo, mas sim reformar o Judaísmo, que ele acreditava ter sido corrompido pelos fariseus, saduceus e outros “doutores” da lei, que segundo ele, interpretavam as escrituras sagradas em seu próprio benefício, “colocando sobre os ombros do povo, fardos que nem com um dedo queriam erguer.” Nesse sentido, ele era o Messias, o Reformador, o Restaurador, que os toda comunicação entre o céu e a terra seria feita pela Igreja que ele fundou. Esses postulados encontrariam fundamento nas palavras de Jesus “ Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João, 4;3) e “ Tudo que ligares na terra, eu ligarei também no céu” ( Mateus 16,17, ). 5 Friedrich Nietzsche- Assim Falava Zaratustra, Ed Hemus, São.Paulo,1979, sustenta que as religiões reveladas (Judaísmo,Cristianismo, Islamismo), destruiram a verdadeira religião, ( as antigas religiões solares) substtuindo-as.por uma farsa ideológica, representada por um Deus cruel e injusto.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 26/33 antigos oráculos profetizaram. Aliás, o termo “Messias” corresponde a um personagem exclusivo da tradição de Israel e se referia a um profeta, ou herói, na mesma linha de Elias, Eliseu, Moisés, Sansão, Davi, etc. ainda que mais poderoso. A sua apropriação como salvador da humanidade, como redentor universal, foi uma criação dos seus discípulos, especialmente do Apóstolo Paulo. Os filósofos gnósticos fizeram a ponte entre as tradições judaicas do Messias e o Cristo universal, arquétipo existente em todas as tradições religiosas dos povos antigos, e os doutores da Igreja se apropriaram da ideia, transformando-a numa religião universal. Daí o entendimento da Igreja de Roma, de que todas as interpretações doutrinárias contrárias á sua constituíam heresias. Os gnósticos e a Maçonaria Os gnósticos acreditavam que a popularização do conhecimento obtido pela prática iniciática acabava por abastardá-lo. Por isso transmitiam a sua doutrina á pequenos grupos, e no mais das vezes, por via oral e sempre através de símbolos e alegorias. Nisso imitavam as antigas sociedades iniciáticas do Oriente, e essa tradição foi transmitida para os hermetistas, que depois deles fundaram diversas Fraternidades para conservação e transmissão dos conhecimentos que pensavam ter obtido em suas nessas práticas. Os gnósticos não devem ser confundidos com mágicos ou divulgadores de heresias religiosas, embora em suas práticas, apelassem constantemente para o pensamento mágico. Seus temas são naturalmente religiosos, e não o poderiam deixar de ser, dada á própria cultura no qual se inseriram. Constituíam, na verdade, grupos de livre pensadores que recusavam qualquer dogma e deduziam seus conhecimentos das grandes leis da natureza. Cultuavam o saber pelo saber, sem temores religiosos. Seu objetivo era criar uma ciência do divino, uma teosofia, cujo objetivo era a descoberta dos caminhos para a salvação do homem através do conhecimento, em oposição ao caminho da Igreja, que era o da fé, absoluta e incontestável, nas interpretações dos doutores da Igreja. A base da filosofia gnóstica estava em uma visão unificada do universo, onde tudo estava contido em tudo, o que estava em cima era igual ao que estava em baixo, o que estava dentro refletia o que estava fora. A função do iniciado era a descoberta dessas realidades e unificá-las em seu espírito, atingindo assim a verdadeira iluminação que constituía, na verdade, a única salvação que o homem poderia almejar. Semelhante á pratica que hoje se observa na Maçonaria, os gnósticos dos primeiros séculos formavam comunidades calcadas na interação mestre-aprendiz, acreditando que tal processo gerava a energia necessária para alimentar a chama sagrada do conhecimento do divino (gnosis). Em função disso desprezavam o clero secular considerando-os como ”ovelhas perdidas”. Para eles, os membros do clero regular eram padres, enquanto eles se consideram monges. Essa fórmula viria a ser utilizada mais tarde pelos Cavaleiros Templários, o que, de certa forma, contribuiu para o seu afastamento da Igreja. É possível que a transformação da Ordem dos Cavaleiros do Templo do rei /Salomão em sociedade iniciática tenha sido um dos principais motivos da sua condenação pela Igreja. Mas essa é outra história...6 6 Veja-se a nossa obra, Conhecendo a Arte Real, citado. Veja-se também Sarane Alendrian, op citado. . Sobre a saga dos Templários e a sua face oculta, veja-se o interessante trabalho de Baigent, Leigh e Lincol, The Holly Blood and The Holly Grail, Ed. MacGraw Hill, Londres, 1986.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 27/33 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome da Loja Oriente 03.10.1981 Ação e Fraternidade Gasparense nr. 26 Gaspar 17.10.1969 São João Batista nr. 14 Orleans 19.10.2000 Gênesis nr. 47 Florianópolis 20.10.1977 Duque de Caxias nr. 21 Florianópolis 22.10.1970 Sentinela do Oeste nr. 17 Chapecó 25.10.1978 Harmonia e Fraternidade nr. 22 Joinville 25.10.1996 Cavaleiros da Luz nr. 64 Florianópolis 28.10.1989 Jack Malt nr. 49 Rio Negrinho 28.10.2008 Delta do Universo nr. 98 Florianópolis Data Nome da Loja Oriente 05/10/1991 Zezinho Cascaes Braço do Norte 12/10/1994 Fraternidade Serrana São Joaquim 13/10/2004 Portal da Serra Bom Retiro 15/10/1985 Lealdade, Ação e Vigilância Florianópolis 16/10/1951 Estrela do Planalto Curitibanos 18/10/1997 Acácia das Gaivotas Bal. Gaivota 20/10/2008 Construtores da Paz Chapecó 21/10/1972 General Bento Gonçalves Araranguá 22/10/1997 Sol do Oriente Camboriú 26/10/1975 Acácia das Neves São Joaquim 30/10/2002 Frank Shermann Land Florianópolis 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de setembro
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 28/33 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 03.10.03 Delta de Ingleses - 3535 Florianópolis 06.10.81 Prof. Clementino Brito - 2115 Florianópolis 13.10.07 Luz de São Joaquim - 3884 São Joaquim 15.10.93 Cidade Azul - 2779 Tubarão 15.10.05 Estácio de Sá -3763 Florianópolis 17.10.08 Luz de Órion - 3951 Itapema 23.10.00 Luz e Harmonia - 3347 Brusque 26.10.96 Arquitetos do Vale - 2996 Blumenau 26.10.08 Amigos da Liberdade - 3967 Palhoça 27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí 28.10.95 Luz do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 29/33 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Para o dia 30 de outubro: Os Querubins Procede do hebraico, K'rub no singular e K'rubim no plural. O querubim seria um deus de segunda categoria. Narram as escrituras que após o evento de Adão, caindo em "pecado", Jeová colocou um querubim armado com uma espada de fogo, guardando o caminho que conduzia ao Éden, onde se situava a árvore da vida, preservada com rigor após o furto de um dos seus frutos pela serpente. A espada do querubim é reproduzida pela espada flamígera maçônica. Sobre a arca da aliança, no propiciatório, foram colocados dois querubins, símbolo da vigilância e guarda. O profeta Ezequiel faz a descrição minuciosa dos querubins como seres alados, de luminosidade intensa, com quatro rostos de animais; verdadeiros "monstros sagrados", plenos de poderes. Na corte celestial, os querubins ocupam a terceira posição. Como são considerados "seres iniciados", compreender a sua existência se toma dificílimo; da corte celestial são os anjos os seres mais próximos aos homens, com os quais contatam; conhecem- se inúmeros casos, além dos descritos nas escrituras, do contato com esses seres misteriosos. A maçonaria, no quarto grau filosófico, admite a presença da arca da aliança, como símbolo; portanto, admite a presença em templo dos querubins como símbolo de "vigilância permanente". Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 322.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 30/33 Templo utilizado pela Loja Altona nr. 752 (Melbourne G.Loja de Victoria) Foto JB News
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 31/33 1 – Confira a deslumbrante arte de rua ao redor do mundo! 2 – Faça você mesmo: vasos coloridos para suas plantas e flores! 3 – Você já viu antes periquitos que ''discutem a relação''? 4 – Belém – PA $_Belem.pps 5 – Coro dos Soldados de “Fausto”: 33 - Coro dos Soldados de 'Fausto' (Gounoud).mp3 6 – Acácia Amarela: Acácia Amarela.mp4 7 – Filme do Dia: “Presa na Escuridão”- dublado Sara (Michelle Monaghan) é uma jornalista que ficou cega recentemente, na cobertura da Guerra do Iraque. Em Nova York, na véspera de Ano Novo, ela descobre que o namorado está morto e percebe que alguém mais esta em seu apartamento. O homem estranho é um criminoso a procura de uma fortuna escondida. Ela é torturada e luta para sobreviver ao assassino. https://www.youtube.com/watch?v=6cRZP2J9xpc
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 32/33 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos neste espaço Misterioso amor, entala na garganta o desejo de soltar, bem alto, o grito da confissão. De abrir as portas da proibição, dar vazão aos sentimentos reprimidos, voando livre como vento sobre os mares da minha Terra. Tudo é proibido... Até o teu nome, tão lindo, não pode ser dito. Meu coração, em silêncio, amarga o
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.221– Florianópolis (SC) – domingo, 30 de outubro de 2016 Pág. 33/33 sofrimento da promessa de um segredo a dois. Entre o Céu e a Terra juro, não encontro lugar seguro, para te amar com liberdade. Então, vou além das estrelas azuis, em busca da intimidade e da luz serena dos olhos teus, para me banhar de amor ! Lá, poderei estes versos ultimar e a ti dedicar, sem trair o segredo que, aos teus pés, prometi. Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis