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Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.006 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 30 de março de 2016
Bloco 1 – Almanaque
Bloco 2 – IrAilton Elisiário - Golpe
Bloco 3 - IrJosé Anselmo Cícero de Sá – A importância do correto uso do Ritual Maçônico
Bloco 4 – IrKennyo Ismail – Maçonaria Fast Food (do site O Ponto Dentro do Círculo)
Bloco 5 – IrHernâni Cidade – Santa Auta: diante da Madre de Deus – Santa Auta e Santa Úrsula
Bloco 6 – IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do Ir Márcio Pelegrini – (Chopinzinho – PR)
Bloco 7 – Destaques JB –
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 2/31
 240 a.C. — Primeiro periélio registrado da passagem do cometa Halley;
 598 — Campanha dos Balcãs: os ávaros levantam o cerco à fortaleza bizantina de Tomis. Seu
líder Baian I recua em direção ao norte do rio Danúbio, após as hordas àvaro-eslavas serem dizimadas
pela peste;
 1282 — Os sicilianos revoltam-se contra o rei angevino Carlos I, revolta que ficou conhecida
por Vésperas sicilianas;
 1814 — Guerras Napoleônicas: as forças de coalizão, formadas
pela Áustria, Prússia, Rússia, Suécia, Reino Unido e um número de Estados alemães, marcham em
direção a Paris;
 1842 — O éter etílico, como um anestésico, é utilizado pela primeira vez em uma cirurgia
pelo Dr. Crawford Long;
 1856 — O Tratado de Paris é assinado, encerrando com a Guerra da Crimeia;
 1863 — O Príncipe Guilherme da Dinamarca torna-se o primeiro monarca da nova
dinastia grega como Jorge I da Grécia;
 1867 — O território russo do Alasca é comprado por 7,2 milhões de dólares americanos, cerca de 2
centavos/acre ($4,19/km²), peloSecretário de Estado dos Estados Unidos William H. Seward.
 1912 — O sultão Moulay Abd al-Hafid assina o Tratado de Fez,
tornando Marrocos um protetorado francês;
 1922 — Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem a primeira travessia aérea do Atlântico Sul;
 1939 — O número 27 da revista Detective Comics introduz o super-herói Batman;
 1940 — Segunda Guerra Sino-Japonesa: o Japão declara Nanquim a capital do novo governo fantoche
chinês, nominalmente controlado por Wang Jingwei;
 1945 — Segunda Guerra Mundial: as forças da União Soviética invadem a Áustria e ocupam Viena, as
forças polonesas e soviéticas liberam Gdańsk;
 1965 — Guerra do Vietnã: um carro-bomba explode em frente à embaixada dos Estados
Unidos em Saigon, matando 22 pessoas e ferindo outras 183;
 1976 — Os primeiros protestos do Dia da Terra são realizados em Israel/Palestina;
 1981 — Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, é baleado em atentado, em Washington, D.C.,
por John Hinckley Jr.;
 1994 — Acordo entre croatas e sérvios separatistas, para um cessar-fogo supervisionado pela ONU.
 2006 — A bordo da Soyuz TMA-8, em uma missão para a Estação Espacial Internacional, Marcos
Pontes torna-se o primeiro brasileiro e primeiro lusófono a ir para o espaço;
 2010 — Inauguração da Ponte Estaiada João Isidoro França projetada para as comemorações dos 150
anos de Teresina.
1 – ALMANAQUE
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
Hoje é o 90º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 276 dias para terminar este ano bissexto
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 3/31
1777 As tropas espanholas sob o comando de D. Pedro Cevallos, deixa a ilha de Santa Catarina
partindo para o Rio Grande. Ficou como Governador o Tenente Coronel Juan Roca e como
Comandante Geral da Ilha, o Brigadeiro Guilherme Waugham.
1846 Em Hamburgo, Hermann Blumenau embarca a bordo do veleiro “Johannes”, empreendendo
sua viagem ao Brasil com o intuito de formar uma colônia para imigrantes no Sul do País.
1881 Criado o município de Campos Novos.
1894 Telegrama, desta data, do coronel José Bernardino Bormann a Gumercindo Saraiva que o
interpela sobre a passagem de suas tropas pela colônia militar de Chapecó, dizia: “Pela frente
da Bandeira Nacional, aqui desfraldada, não passarão forças rebeldes”.
1910 Morre, em Florianópolis, o maestro José Brasilício de Souza, autor do Hino do Estado de
Santa Catarina.
1962 Criado o município de Ibicaré, desmembrado de Herval do Oeste.
1962 Criado o município de Morro da Fumaça., desmembrado de Urussanga.
1818 D. João VI manda fechar todas as sociedades secretas do Brasil. A pena de transgressão era a
de morte, com confisco dos bens para a coroa.
1873 Fundado o Supremo Conselho da Suíça.
1886 Fundado o o Supremo Capítulo dos Maçons do Real Arco de Austrália do Sul
1923 Fundado o Supremo Capítulo dos Maçons do Real Arco de Manitoba, Canadá.
1946 Fundado o Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro, atual GLMERJ. Recebe Carta
Constitutiva, foi outorgada pela Grande Loja do Rio de Janeiro. Esta Carta foi perdida no
início da década de 50 e jamais recuperada.
1995 Fundada a Loja Leão de Judá nr. 62 (GLSC) em Florianópolis.
1998 Fundada A Loja Amigos para Sempre Nr. 93 (GOSC) em Joinville.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 4/31
O Ir Ailton Elisiário é
membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas.
Publicação simultânea desta crônica às quartas-feiras
no JB News, Jornal da Paraíba e Paraiabaonline.
prof.elisiario@uol.com.br
GOLPE
Nos últimos tempos a palavra que mais temos ouvido neste país é “golpe”. É um termo que
caiu na vala comum da política, sendo proferido por direitistas e esquerdistas, situacionistas e
oposicionistas, congressistas e governistas, em fim, por todos quantos têm seus interesses
contestados.
Se os políticos da oposição conseguem avançar em suas investidas, para o governo é golpe;
se os da situação obtêm alguma vantagem, para os da oposição é golpe; se na casa legislativa um
pessedebista apresenta projeto contrário aos interesses do governo é golpe, se um petista defende
um projeto que favorece o governo é golpe; se se levanta uma bandeira em favor do impedimento
da presidente é golpe, se se faz o contrário também é golpe. Isto é, qualquer que seja a
movimentação de qualquer que seja o lado, é golpe.
O país hoje vive um maniqueísmo horroroso e terrível. Se é petista é execrado, se não é
petista é alienado. Ninguém pode ter a liberdade de posicionar-se conforme sua consciência.
Ninguém tem o direito de pensar livremente. Ou se é petista ou está condenado, ou se é
pesedebista ou está reprovado, ou se reza pela cartilha da esquerda ou está rejeitado, ou se defende
os pontos de vista da direita ou está renegado.
O país está em trevas. O governo submerge num mar de lama por ele próprio criado e
alimentado, a oposição combate sem confiança pelo seu passado criticado. Todos gritam horrores,
mentem desvairados e ameaçam despudoradamente, valendo-se de forma descarada de sortilégios.
Mas, eles esquecem que o país tem pessoas de bem, que desaprovam com rigor tais condutas e
diante das quais os criminosos haverão de se penitenciar.
Não existe golpe em parte alguma. Existe cara desavergonhada que pensa ter o país um
povo imbecilizado. Existe um governo traidor aos princípios constitucionais, com um projeto de
poder contrário à tradição do povo brasileiro. Existe uma oposição atenta, que quer chegar ao
poder para cuidar dessa tradição, mesmo com seus desvarios censurados por aquelas mesmas
pessoas de bem.
Todos somos brasileiros. Devemos pensar numa abertura para um novo país. Renuncie o
governo e se contenha a oposição, para florescer uma coalisão de forças capaz de fazer navegar
em águas calmas a nau brasiliana da esperança de um futuro alvissareiro.
2 – Opinião - Golpe
Ailton Elisiário
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 5/31
Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA)
VM da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ)
Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro
Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva –
A importância do correto uso
do Ritual Maçônico
Em um sentido muito real, é o ritual da Maçonaria que orienta os maçons nos trabalhos nos
seus diversos graus. Ritual é, portanto, um sistema de Ritos e Cerimônias cujas Ordens, fórmulas e
instruções acham-se contidas em livros apropriados e autorizados pela autoridade superior do Rito
da potência a qual o mesmo está subordinado. No Brasil existem três grandes Potências assim
denominadas:
1ª) – GRANDE ORIENTE DOS BRASIL. (GOB). É a maior e mais antiga Potencia
Maçônicano Brasil. É uma Potência de âmbito nacional, com representação em todos os Estados da
Federação.
2ª) – GRANDES LOJAS ESTADUAIS. São Potências Maçônicas de âmbito Estadual e se
organizam em uma Confederação (CMSB) – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil.
3ª) – GRANDES ORIENTES INDEPENDENTES. São também, de âmbitos Estaduais e se
organizam em uma Confederação (COMAB) – Confederação (maçônica do Brasil).
Estas três Potências seguem todos os preceitos da Maçonaria dita Regular. Pode-se dizer que o
Ritual é uma virtual necessidade não só para os maçons como para todos os humanos. Isto é tão
verdadeiro que todos os cérebros humanos vêm “equipados com circuitos” com o objeto de
responder ao seu próprio modo. Muito poucas coisas em seres humanos são instintivas – quase tudo
é comportamento aprendido. Mas a resposta para Ritual foi localizada por anatomistas na parte mais
antiga e primitiva do cérebro, bem acima da sua estrutura central, na mesma área que controla a
atenção e as emoções. Todos nós estamos engajados na prática do Ritual todo o tempo – nós
somente não o reconhecemos sempre. Assim, podemos analisar o Ritual sob os seguintes aspectos:
 RITUAL É UMA FERRAMENTA PODEROSA DE ENSINAR.
De fato, foi provavelmente a primeira ferramenta de ensinar. Sabemos de rituais de caça entre
algumas tribos, cujo propósito era ensinar como caçar efetivamente. Posteriormente surgiu no
3 – A importância do correto uso do Ritual Maçônico
José Anselmo Cícero de Sá
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 6/31
processo de ensinamento os chamados “Mnemônicos” (através das frases ou logos que nos
ajudam a lembrar coisas mediante associações) são os rituais mediante os quais nos ensinam, por
exemplo, como é aprender o alfabeto cantando a sua canção, oou seja: (Um B com A – BA); Um B
com E – BE); Um (B com I – BI), etc. Os militares também empregam vários tipos de Rituais, que
são os seus padrões de comportamento para, dentre outras coisas, ensinar a prática da arte militar, a
hierarquia, a disciplina, etc.
 RITUAL AJUDA A NOS DAR UM SENSO DE IDENTIDADE.
Pode parecer estranho, mas pessoas frequentemente definem a si mesmo pelas suas ações (sou
vendedor, mecânico, médico, professor, operário, comerciário etc.). Isto não é limitado ao que
fazemos para viver. Nossos rituais, nossas ações, dão um senso destacado de realidade para nossas
vidas. Sentimo-nos “certos” ou “completos” quando seguimos certos rituais.
 RITUAL AJUDA O NOSSO PREPARO.
Ajuda-nos a “entrar no clima” do que vem a seguir: Se o evento é uma missa na igreja ou se é
um jogo de futebol, a maioria dos eventos repetitivos tem um Ritual de algum tipo que ajuda a dar o
tom emocional. E nós podemos ter um forte senso de “erro” se estes foram violados – por exemplo,
se uma missa na igreja iniciou com uma banda de música e dançarinas ou se um jogo de futebol
começou com uma procissão litúrgica,
 RITUAL NOS DEIXA CONDENSAR MUITO EM POUCO TEMPO.
O Ritual enriquece uma vivência por concentrá-la. Ao invés de envolver a exposição completa,
como uma palestra, ritual faz referências a coisas e nos deixa pensar acerca dela e preencher os
detalhes por nós mesmos. Para ilustrar, uma porção do ritual da igreja, considera última linha da
Doxologia – “Louvar o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” O conceito de Trindade é um conceito
muito difícil para se compreendido. Ao invés de propiciar muitas horas de discussão que seria
necessário para explorar este tópico, o ritual simplesmente o menciona, e deixa para nós
elaborarmos o pensamento se estivermos assim inclinados.
 O RITUAL MAÇONICO NOS AJUDA A FORMAR UMA “PERFEITA
EGRÉGORA” EM LOJA.
A formação de uma “Egrégora” (Entidade que se forma devido à força do pensamento),
transmite uma enorme força de pensamentos nas reuniões dos Templos Maçônicos para que
possamos remover das nossas mentes, as preocupações do mundo profano e nos colocar em foco
nas grandes verdades de natureza humana.
O Ritual Maçônico nos mostra o modo pelo qual deverá ser realizada a Abertura e o
Encerramento nas Sessões das Lojas maçônicas em seus diversos graus, a organização dos eventos,
e possibilita também, que a Sessão transcorra em um ambiente de Paz, Harmonia e Concórdia,
formando assim a tríplice argamassa com que se ligam os trabalhos realizados nas Sessões.
Por outro lado, ajuda a montar o tom e o clima da reunião, a remover das nossas mentes as
preocupações do mundo profano, e colocar foco nas grandes verdades de natureza humana e
espiritual.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 7/31
Através de seus ensinamentos, proporciona uma excelente oportunidade para que os maçons
explorem os seus próprios interesses. Todo maçom deve inteirar-se dos seus rituais através do
estudo contínuo e colocá-lo em prática não somente em Loja, mas, através deste aprendizado
empregá-lo no seu cotidiano, devendo, todavia, evitar a expor os sinais, palavras e toques
maçônicos. Ensina a maneira pela qual devemos nos definir como verdadeiros maçons, ou seja,
estreitando os laços fraternais que nos unem como irmãos.
Em vista disto, devemos nos conscientizar que o RITUAL MAÇÔNICO É GRANDE E
COMPLEXO O BASTANTE para acomodar todos os nossos interesses como maçom, a fim de
que possamos realizar sempre os nossos trabalhos em Sessões “Justas e Perfeitas”. Assim, o correto
cumprimento do Ritual Maçônico, deve ser praticado por todo maçom como “DEVER DE
OFÍCIO”.
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O Ponto Dentro do Círculo
https://opontodentrodocirculo.wordpress.com
Seu espaço para estudos e pesquisas
Maçonaria Fast Food (IrKennyo Ismail)
Publicado em 14 de abril de 2015por Luiz Marcelo Viegas
Estava eu outro dia conversando com um irmão e amigo que pertence a outra Loja e Obediência.
Era nosso primeiro encontro após uma visita que ele havia feito à minha Loja. Papo vai, papo
vem, e eis que o irmão pergunta se poderia indicar um candidato para ingressar em minha Loja.
Eu, conhecendo a idoneidade moral desse irmão, respondo afirmativamente. Afinal de contas, é
direito de todo Mestre Maçom regular indicar candidatos e, se ele havia escolhido a minha para
realizar a indicação, era motivo de honra para mim. Porém, a dúvida ficou no ar, e logo questionei
o irmão do porquê dele não realizar a indicação em sua própria Loja, já que eu sabia que ele era
inclusive o Secretário da Loja, e poderia acompanhar o processo para a Iniciação mais de perto.
Tenho que confessar que a resposta não me surpreendeu muito, visto ser algo cada dia mais
comum de ser visto na Maçonaria Brasileira: o irmão se queixou de sua Loja, dizendo que a
mesma está sem conteúdo, reunindo-se apenas para bater malhete, isso quando não está ocupada
com brigas internas e externas; reclamou ainda que toda tentativa dele e de outros irmãos mais
novos de inovar é frustrada pelos “donos da Loja”.
E tendo o irmão visitado algumas vezes nossa Loja e observado seu modus operandi, se sentia
mais à vontade para indicar um amigo no qual enxergava os princípios maçônicos básicos e o
interesse no aperfeiçoamento moral e espiritual.
Compreendendo a situação do irmão, reafirmei minha concordância e disponibilidade em avalizar
tal indicação em minha Loja, dizendo que seria para nós uma honra receber o futuro afilhado dele,
é claro que após a devida sindicância e seguindo todos os trâmites de costume. Ao tocar no
assunto, o irmão aproveitou para perguntar como era nosso processo de sindicância, os
documentos, exigências e custos para ingresso na Loja. Sendo ele um irmão sempre muito
interessado e participativo, não me incomodei de explicar todo o processo, desde a indicação até a
4 – Maçonaria Fast Food (do Site O Ponto Dentro do Círculo do Ir
Luiz Marcelo Viegas) - Autor: Kennyo Ismail
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 9/31
iniciação. Ao final, informei ainda o valor do investimento para Iniciação, o qual cobre o kit de
Aprendiz (avental, luvas, ritual, broche, identidade, diploma, etc.) e um jantar comemorativo em
que o iniciado é apresentado aos Irmãos.
Nesse momento, vi o espanto no rosto do irmão, que logo exclamou que o valor informado era
exorbitante, impraticável, e que o processo para iniciação era muito burocrático. Ao escutar tais
comentários, perguntei-me como era possível fazer o mesmo com menos tempo e recursos… não
contive a curiosidade e questionei: – E como é em sua Loja? – O irmão então me respondeu que
sua Obediência estava dispensando muitas das exigências para a Iniciação, além de isentar os
candidatos da taxa do placet. Por conta disso, sua Loja consegue fazer todo o processo para
Iniciação em apenas um mês, e cobra apenas R$100,00 do candidato.
Após escutar o irmão, fiquei refletindo por um momento sobre o assunto. Eu já conhecia essa
história “de outros carnavais” e meu raciocínio era de que, de uma certa forma, um valor mais
substancial, o processo relativamente demorado, e as exigências documentais como quase de um
concurso de policial federal, serviam como filtros, peneiras, para separar os curiosos daqueles
realmente interessados. Todos aqueles documentos, entrevistas e consultas teoricamente
garantiam a qualidade mínima social e moral dos indivíduos que pleiteiam ingresso na Maçonaria.
Mas, será que aquela fórmula “fast food” de Maçonaria estava funcionado para a Loja dele e
outras Lojas daquela Obediência?
O que a Loja dele e outras da Jurisdição estavam fazendo, com a anuência da Obediência, era
proporcionar aos profanos um acesso rápido e barato à Maçonaria. É o que podemos chamar de
“McMaçonaria”. A questão é se isso é realmente bom para os membros e para a Instituição.
Pensando nisso, perguntei ao Irmão quantos membros haviam iniciado na Loja dele nos últimos
dois anos. Ele respondeu que algo em torno de 150 novos irmãos. – Uau! – imaginei. Então
perguntei a ele a média de membros por reunião atualmente. Ele sabia bem: uns 26 a 28 irmãos, a
maioria de irmãos mais antigos, apenas uns 10 membros da “nova safra”. Então lancei a pergunta
derradeira… – E você sabe o nome desses 150 irmãos? – A resposta, é claro, foi negativa. –
Talvez eu saiba de uns três deles – o irmão me respondeu.
Isso já era de se esperar… Como dito anteriormente, essa ideia não é nova. Algumas Grandes
Lojas dos EUA já haviam tentado algo parecido alguns anos atrás, porém de forma mais intensa e
abrangente e, é claro, foi um fracasso. Não somente causou alguns problemas internos, como
também impactou na relação com outras Grandes Lojas no mundo, que não gostaram nem um
pouco dessa história.
Com a tática da McMaçonaria, a tal Obediência deve ter aumentado consideravelmente o número
de seus filiados. Já as Lojas que abriram mão do conceito de células de “família maçônica” não
obtiveram ganhos reais em troca. Talvez, membros promissores, que se identificariam com a Loja
e seus valores quando em sua forma tradicional, se entregam à desmotivação de serem mais uns
entre dezenas e, ao frequentarem a Loja, que perde sua própria identidade, acabam por também se
afastarem. Os agora maçons, que adquiriram um “lanche” rápido e barato de Maçonaria, podem
por fim não experimentar, degustar, saborear e aproveitar a verdadeira essência da Ordem. Enfim,
a curto prazo parece algo ótimo, mas a longo prazo pode ser prejudicial, assim como uma
alimentação à base de fast food.
Autor: Kennyo Ismail
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 10/31
Professor Hernâni
Cidade (1887-1975)
Amado Irmão Hernâni Cidade (Nome Histórico)
Past Venerável Mestre da R.´.L.´. Comércio e Artes 99 - Rito Adonhiramita -
Oriente do Porto – Portugal
Jurisdição: Grande Loja Legal de Portugal/GLRP
S.ta
Auta: diante da Madre de Deus
Santa Auta e Santa Úrsula
Ao longo do presente texto iremos constatar a alusão as duas figuras cristãs; Santa Auta e Santa Úrsula,
para que não se confundam entre si, teço alguns esclarecimentos adicionais. Assim, a primeira, Santa
Auta, tema central do painel de azulejos, era uma das servas que acompanhavam em peregrinação Santa
Úrsula. Quer Santa Auta quer Santa Úrsula, ambas foram martirizadas na cidade de Colónia e da qual
resultou uma lenda que ficou conhecida pelas Onze Mil Virgens. Mais à frente retomarei esta lenda.
Convento da Madre de Deus
O Convento da Madre de Deus, outrora pertença da Ordem de Santa Clara, fica situado na zona oriental
(ou a Oriente) de Lisboa. A Ordem de Santa Clara (ou Ordem das Clarissas) era uma ordem religiosa
monástica feminina católica e foi fundada em 1212 por São Francisco de Assis, que lhe redigiu a Regra,
tendo sido aprovada pelo Papa Gregório IX (Papa a quem se deve a triste memória da criação do
Tribunal do Santo Ofício, comumente designado de Inquisição). Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu
o exemplo de São Francisco de Assis e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza.
Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.
O Convento da Madre de Deus foi mandado construir em 1509 pela Rainha D. Leonor. Falar do
convento, sem antes deixar algumas notas históricas sobre D.Leonor, é omitir o papel social e religioso de
uma das figuras femininas marcantes da História de Portugal. Num outro ponto de vista, essa omissão
iria impedir todos vós de entender qual o contexto em que surge o convento e o porquê, enquanto tema
tratado pelo Mestre Lima de Freitas no conjunto dos painéis de azulejos e o que ele representa como pano
de fundo da Santa Auta. Tudo se irá unir e tudo fará sentido no final do presente tema.
Fig. 1 – Convento da Madre de Deus
5 – Santa Auta: diante da Madre de Deus –
Santa Auta e Santa Úrusla – Hernâni Cidade
Pedro Juk
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D.Leonor (1458-1525), esposa do Rei D.JoãoII (1455-1495), era filha de D.Fernando e de D.Beatriz de
Portugal. Foi uma das netas herdeiras da essência que caracterizou a Ínclita Geração pela parte de seu
pai, geração a que aludi no tema anterior, embora a miúde, sobre o Convento do Carmo, enquanto “clone
espiritual” do hermético Mosteiro de Santa Maria da Vitória na vila da Batalha e tudo o mais que lhe está
subjacente à Dinastia de Avis.
D.Leonor de Avis, pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia e mais virtudes cristãs,
recebeu dos historiadores o epíteto de "Princesa Perfeitíssima", em alusão directa ao cognome pelo qual
ficou conhecido o seu marido; O Príncipe Perfeito.
D.Leonor casa com o seu primo direito João quando apenas tinha 12 anos de idade e o noivo 15. Tendo
crescido juntos e amigos de longa data, tiveram um casamento unido, que nem quando o rei teve de
executar o irmão mais velho da Rainha, o seu primo e cunhado Diogo, duque de Viseu e Beja, e mandar
julgar e decapitar o seu outro cunhado Fernando II, Duque de Bragança, ambos por traição e conjura a
favor dos primos da Casa de Bragança, o seu casamento se viu afectado. Foi a primeira das ocupantes do
trono português com “sangue da Casa de Bragança”, casa que sucede à de Avis. Á morte do Rei D.João
II, sucede-lhe o irmão de D.Leonor, o Rei D.Manuel I, tornando-se assim o primeiro herdeiro jurado do
trono de Portugal da Casa de Bragança.
Fig. 2 – D. Leonor de Avis e o seu esposo, D.João II, O Príncipe Perfeito (na imagem de fundo, elementos iconográficos relacionados com os Descobrimentos)
D.Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansão marítima portuguesa, no qual o seu marido teve um
papel determinante na preparação da descoberta do caminho para a Índia, estando Lisboa à época
transformada na capital europeia do comércio de riquezas exóticas. Conta-se que foi ao seu tempo a mais
rica princesa da Europa, riqueza que cresce exponencialmente com a “Descoberta do Caminho Marítimo
para a Índia” por Vaco da Gama em 1498, já no reinado do seu irmão, o Rei D.Manuel I. D.Leonor foi
uma herdeira desse espírito de epopeias marítimas, recebendo essa herança pela via do seu do pai, que foi
filho adoptivo do Infante D. Henrique, o Navegador e acerca do qual me referi a miúde no painel
dedicado a S.Vicente, quando aludi ao Promontório de Sagres.
Mercê das enormes riquezas que recebeu de reinado anterior, do seu marido e posteriormente de seu
irmão, emprega-as na prática da caridade constante, no patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na
assistência social aos pobres. Foi graças a D.Leonor que através do seu encorajamento e financiamento ao
projecto de Frei Miguel Contreiras, se criaram as Misericórdias em todo o Reino, sendo considerada
uma notável iniciativa precursora em toda a Europa. Nada do género existia noutros Reinos. A rede de
Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no seu papel social e caritativo a que
a rainha a destinou à data do seu estabelecimento.
Em viúva, D.Leonor, apelidada de a “Rainha Velha”, manteve grande destaque na corte lusitana, sendo
regente do reino mais do que uma vez. Apoiou D. Manuel I, já sua condição de Rei, na fundação do
Hospital de Todos os Santos em Lisboa, o melhor hospital da Europa no seu tempo, tendo estado também
na origem da fundação do hospital termal n cidade das Caldas da Rainha, cuja construção e
funcionamento custeou, e que dela tira o seu nome. Ainda hoje a cidade das Caldas da Rainha mantêm
como Armas da Cidade no seu Brasão, as da Rainha Leonor. Temos assim, ladeado à esquerda pelo seu
próprio emblema (o Camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D.João II (o Pelicano) e que podemos
ver na fig.3. Vamos ver repetidos estes dois emblemas mais à frente neste texto e já no contexto do
Convento da Madre de Deus e sobre os quais me irei debruçar um pouco mais.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 12/31
Fig. 3 – Armas da Cidade de Caldas da Rainha em Portugal, contendo à esquerda o emblema de D.João II e à direita o de D.Leonor
Desprezando a vida mundana, D.Leonor retirou-se para o seu Paço de Xabregas, junto com a imensa casa
dos seus servidores e criados. Apesar de se situar relativamente perto do Terreiro do Paço, a residência
independente em Xabregas permitia-lhe uma vida mais serena e propícia à devoção e austeridade
religiosas que se determinou a seguir, ao tomar o hábito laico de viúva. D.Leonor foi sem dúvida uma das
mais notáveis soberanas portuguesas de todos os tempos, pela sua vida, importância, influência, obra e
legado aos vindouros.
O mais belo e notável dos monumentos, ou edifícios que a rainha D.Leonor ordenou que fossem
construídos, e onde repousa, é o Convento da Madre de Deus. Construído numa matriz em estilo gótico
manuelino, abriga hoje o Museu Nacional do Azulejo, constituindo um dos mais ricos patrimónios
culturais portugueses. Foi fundado em 1508 e mandado construir em 1509, e desde então ficou sempre
integrado na Casa das Rainhas. Foi ocupado por Clarissas, Franciscanas Descalças da primeira regra de
Santa Clara, à qual a própria rainha, enquanto viúva, fez voto, e quis obedecer. Foi ao longo dos tempos
sujeito a magníficas intervenções arquitectónicas e a luxuosa decoração, tendo possuído um excepcional
património em ourivesaria e obras de arte. Do tempo da sua fundação restam sobretudo no interior o piso
térreo, notável pelo seu Claustro, e a chamada Capela de D. Leonor, local onde, de modo humilde (está
deposita no chão) se encontra o seu corpo. Sobrevivente ao terremoto de 1755, no exterior existe ainda a
fachada, ornamentada com belos portais e janelas em puro estilo manuelino, que dantes davam
directamente para as areias da praia de Xabregas, sobre o Tejo, como se observa numa gravura que retrata
essa época.
Fig. 4 – Vista de época da praia de Xabregas e ao fundo o convento
O convento representa simultaneamente a síntese da vivência monástica e o desprendimento material de
D. Leonor, soberana de Portugal, devota senhora, profundamente católica, que se entregava às emoções
de uma espiritualidade cristológica. Referida na “Crónica Seráfica” de Frei Jerónimo de Belém e num
texto do padre Mestre Jorge de São Paulo como “Rainha Perfeitíssima”, D.Leonor fez-se rodear por uma
elite intelectual onde pontificava Cataldo Sículo, poeta siciliano e um dos responsáveis pela introdução
dos ideais humanistas em Portugal, deixando o seu nome também associado ao teatro de Gil Vicente e
início da imprensa. O patrocínio régio a instituições semelhantes era, na época, habitual, embora, neste
caso específico, a grandeza da atitude da Rainha se tenha sobreposto a uma mera questão de sensibilidade
religiosa.
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Fig. 5– Imagens do Convento: (da esq.ª p/dir.ª) – Pormenor do portal, interior da igreja e o claustro manuelino
Posteriormente, nos reinados seguintes, o edifício foi sendo remodelado e ampliado. Destruído pelo
terramoto de 1755, foi reedificado e sofreu de novo obras de restauro. No ano de 1834, no âmbito da
"Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo então Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António
de Aguiar, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de
todas as ordens religiosas existentes em Portugal, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos,
até à morte da última freira, data que marca definitivamente o seu encerramento.
Sobre D.João II acerca do qual pouco se referiu neste texto, convém anotar, em respeito da sua memória,
a forma e os meios com os quais estabelece e dá continuidade à estratégia da Diáspora dos
Descobrimentos. Não cabe neste contexto desenvolver muito esta matéria, sendo contudo importante
deixar algumas pequenas notas históricas. A mais relevante, consiste em recordar-vos que Cristóban
Colombo foi contemporâneo de D.João II e esteve ao seu serviço. Contudo, relata-se que se terá
incompatibilizado com o Rei, fruto de amores infleis com donzelas da corte e por isso o Rei o sentenciou
com um severo castigo, obrigando Colombo a abandonar o Reino de Portugal. Eu considero e assumo
“um risco especulativo”, que isso poderá(??) ter sido propositado e deste modo, criar um falso pretexto
para fugir do reino, procurando refúgio político em Espanha e, deste modo, se embrenhar e obter
informações (náuticas e navegação) junto da Corte Espanhola. Já aqui aludi no meu primeiro texto acerca
de Portugal na JBNews e que agora vos recordo, que o historiador e romancista português, Mascarenhas
Barreto, defende a tese de que que Cristóvão Colombo é(ra) português (ou Salvador Fernandes Zarco,
segundo este autor, nome também pelo qual é conhecido). Diz-nos mais este autor de “que Colombo foi
um AGENTE SECRETO de Dom João II, procurando enganar os reis católicos espanhóis com a
pretensão da descoberta de um possível caminho marítimo até à Índia, diferente daquele que os
portugueses procuravam”. Isto significa que D.João II já reunia informação relevante e deste modo
pretendeu desviar as atenções de Espanha para um outro local - as Américas, que vieram a ser descobertas
por Colombo.
Ainda segundo o mesmo autor: “foi graças ao famoso engenho político de Dom João II e ao bom
desempenho deste navegador ao serviço do Rei de Portugal - que foi possível o Tratado de Tordesilhas,
com todas as vantagens para Portugal”. D.João II, com a colaboração de Colombo, dedicaram-se à
obtenção de todo o tipo de informações necessárias para a continuidade da Diáspora e com eles fundar a
ideia da necessidade de descoberta do caminho marítimo para a Índia, facto que a História nos confirma.
Uma chamada de atenção; se atendermos às datas de três acontecimentos, faz sentido tudo o que se
referiu, ora veja: em 1492 Colombo descobre a América; em 1494 é estabelecido o Tratado de
Tordesilhas e em 1498, Vasco da Gama chega à Índia. Espantosa sequência esta de
datas/acontecimentos a que não pode ser alheio o conhecimento que D.João II possuía, obtendo-o através
de uma “rede de espionagem” que habilmente montou. É por este motivo que alguns historiadores
consideram D.João II como um “Mestre da Espionagem”. E Cristóvão Colombo terá sido um elemento
chave em todo neste processo? Fica mais uma resposta por dar.
A realização do painel de azulejos tem como acontecimento central, a chegada das relíquias de Santa
Auta a Portugal em 1517. Estas relíquias foram oferecidas pelo primo de D.Leonor, o Imperador
Maximiliano I (1459-1519).
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Fig. 6 – Chegada das relíquias de Santa Auta ao Convento da Madre de Deus (pintura do séc. XVI atribuída a Cristóvão
de Figueiredo e Garcia Fernandes)
Ao aludir ao Imperador Maximiliano I neste processo das relíquias, não podia deixar de dar também
algumas notas a seu respeito, porque, como já por diversas vezes tive oportunidade de vos indicar, os
assuntos não são estanques e como tal, os temas ligam-se entre si. Iniciemos então uma breve descrição,
começando pelas relações familiares, e depois, algumas outras ligações que deixo para vossa pesquisa.
Maximiliano I era filho do Imperador Federico III de Habsburgo e da Imperatriz Dona Leonor de
Portugal (1436-1467), irmã de Afonso V. Verifica-se neste casamento a linhagem e ligação com
Portugal. Mas como chegamos nós até aqui nestas descendências, sendo D.Leonor prima do Imperador
Maximiliano I ?
Sabendo nós que entre a monarquia se fizeram sempre casamentos de conveniência e muitas vezes até
entre membros da mesma família para se manter a legitimidade na sucessão no trono, D.Leonor de Viseu
e D.João II, surgem ambos com laços familiares entre si, como veremos na fig.7 e até de consanguinidade
mas nada disto tira a relevância histórica que ambos tiveram ao seu tempo. Na figura seguinte não se
encontram representados todos os membros dessas linhagens. Explica-se de uma forma sintética apenas a
sucessão até se chegar ao Rei D.Manuel I, irmão de D.Leonor, que sucede no Trono de Portugal pela
morte de D.João II. É no reinado de D.Manuel I que se dá a partida para a India, sendo este neste
contexto que surge o Mosteiro dos Jerónimos, mosteiro este que será o tema que irei abordar no tema que
se segue ao presente.
No quadro genealógico que se segue, nota interessante para a linhagem de D.Nuno Alvares Pereira cujo
“seu sangue” vemos entrar na Casa Real Portuguesa através de uma linhagem pela via feminina, sua filha
Beatriz Pereira (bisavó de D.Leonor de Avis).
Fig. 7 – (Parte da…) Genealogia da Dinastia de Avis e sucessão até Maximiliano I, primo de D.Leonor
D.Filipa Lencastre
(1359-1415)
Origem: Inglaterra
D.João I
(1358-1433)
1º Rei da Dinastia de Avis
D.Leonor Aragão
(1402-1455)
(Origem: Castela)
D.Duarte I
(1391-1438)
Rei de Portugal
Leonor
(1434-1467)
Origem: Portugal
Frederico III
(1415-1493)
Sacro Império Romano-
Austriaco
Maximiliano I
(1459-1519)
Sacro Império
Romano-Austriaco
Maria de
Borgonha
D.Afonso V
(1432-1481)
Rei de Portugal
Isabel Coimbra
(1432-1455)
D.João II
(1455-1495)
Rei de Portugal
D.Leonor de Viseu
(1458-1525)
Casamento
Casamento
Casamento
Casamento
Fernando de Portugal
(1433-1470)
Beatriz de Portugal
(1430-1506)
Casamento
Casamento
Casamento
Isabel de Barcelos
(1402-1455)
João (Infante)
(1400-1442)
Casamento
Inês Pires
Casamento
Afonso I
(1377-1461)
Duque de Bragança
Beatriz Pereira
(1401-1415)
Casamento
D.Manuel I
(1432-1455)
Rei de Portugal
Linha
Sucessão
de
Reis
de
Portugal
D.Nuno Álvares
Pereira
O Santo Condestável
Maria de Aragão
(1482-1517)
Casamento
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Mas regressemos a Maximiliano I. Há a registar três factos importantes carregados de simbolismo: o
primeiro, o facto de ser um Mestre da Ordem do Tosão de Ouro; o segundo e o terceiro, as suas duas
ofertas a D.Leonor, uma Pintura de Sião com o Templo de Salomão e a outra, as Relíquias de Santa
Auta, sendo este o tema central deste trabalho. Mas há mais um quarto facto que o historiador português
Manuel Gandra alude e que tem a ver com a oferta de uma outra relíquia por parte de Maximiliano I. A
oferta de uma réplica do Santo Sudário (a mortalha de Cristo) que se encontra depositado na cidade
italiana de Turim. Sobre esta mortalha mais não irei dizer, não porque o tema em si não seja fascinante
mas porque ele não é o elemento central deste trabalho.
Sobre a Ordem do Tosão de Ouro, diz-nos o historiador Vitor Manuel Adrião o seguinte:
“A Ordem do Tosão de Ouro “teve o desígnio secreto de restabelecer os laços iniciáticos entre o
Ocidente e o Oriente, rompidos pela destruição da Ordem do Templo”, segundo o tradicionalista René
Alleau. Tal afirmação é corroborada por vários factos que a História regista: o primeiro deles será o de
estarem presentes no momento da fundação desta Ordem vários nobres belgas e francos que andaram de
ligações íntimas com a antiga Milícia Templária, abolida em 1312, afirmando o Diploma de Constituição
desta Ordem que se destinava a “honrar os antigos cavaleiros que por seus altos e nobres feitos
mereciam ser recomendados”, que não deixa de ser uma referência clara, apesar de encapotada, aos
primitivos cavaleiros templários; o outro facto, revela a aproximação da religião cristã dos cavaleiros do
Velocino, Velo ou Tosão de Ouro às ideias heterodoxas e mesmo herméticas das religiões judaica e
islâmica, o que poderá interpretar-se como um restabelecimento dos laços iniciáticos ou espirituais entre
o Ocidente e o Oriente.
No dia 10 de Janeiro de 1429, para celebrar o seu casamento com a infanta D. Isabel de Portugal, filha
do rei D. João I, o Duque de Borgonha, Filipe III, o Bom, fundou esta Ordem de Cavalaria do Tosão de
Ouro “em reverência à Santa Virgem Maria e ao Bem-Aventurado Apóstolo Santo André”, segundo o
diploma de constituição da mesma. O acto solene passou-se na Catedral do Precioso Sangue em Bruges,
Bélgica, e nessa ocasião passeou-se entre os convivas “um carneiro vivo pintado de azul com os chifres
dourados a ouro fino”, segundo Baron Reinffenberg, sendo emblemático do Agnus Castus, o “Cordeiro
Casto” ou “Imaculado”, expressivo do mesmo Agnus Dei que tollis peccata mundi (“Cordeiro de Deus
que tirais os pecados do mundo”), que é o Cristo.
Originalmente, a Ordem do Tosão de Ouro cimentava-se fortemente na Tradição Hermética, muito
particularmente na Alquimia, transpondo o mito grego do argonauta Jasão que recolheu a lã de ouro
do carneiro alado Crisómalo pendurada num carvalho sagrado na Cólquida, ao sul das montanhas do
Cáucaso, como já contava Homero no século VIII a. C. Ora o carneiro, ou melhor, o velocino de ouro
tonsado (donde tosão) por Jasão, aponta a demanda do tesouro espiritual, o da sabedoria divina em que
assentam os veredictos ou ordálios reais, de acordo com a natureza real desta Ordem de Tonsura. Jasão
vem a ser tanto o ordálio quanto o alquimista ou adepto do fogo real capacitado a fabricar a Pedra
Filosofal, ou seja, a atingir a quintessência da Matéria e com ela iluminar-se física e espiritualmente. Se
o carvalho é indicativo do templo filosófico que é o laboratório alquímico, Jasão é o protótipo do Sábio
Iluminado, e posteriormente o mito de fundação da Ordem do Tosão de Ouro associaria esse herói grego
à pessoa do próprio Apóstolo Santo André, pondo os predicados mitológicos daquele que igualmente
evangelizara o país onde Jasão estivera em busca do Velocino, assim transformado em padroeiro dos
alquimistas e construtores livres, enquanto Santa Maria seria associada à própria Matéria-Prima e o
Cristo ao cordeiro de ouro expressivo da Pedra Filosofal”.
Outra das marcas simbólicas, reside no facto de alguns dos monarcas que se lhe seguiram, portarem a
insígnia do Tosão de Ouro, o que pode querer significar que Portugal nunca quis abdicar da sua vocação
de entre os restantes países europeus, de preservar a sua ligação Oriental. Na fig. 8 surge o Rei D.Pedro I
do Brasil, D.Pedro IV de Portugal, ele próprio portando a insígnia do Tosão de Ouro. Poderá significar
essa herança dos seus antecessores nessa ligação iniciática entre o Ocidente e o Oriente a que se refere
Vitor Manuel Adrião? Fica a resposta por dar.
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Fig. 8 – Imperador Maximiliano I com a romã na mão e ao cimo a insígnia. A Insígnia do Tosão de Ouro. D.Pedro I do Brasil portando a insígnia do Tosão de Ouro
Há também um outro pormenor simbólico a reter e que consiste na representação de uma romã. Na
imagem da esquerda (fig.8) Maximiliano I fazia-se representar com uma romã, simbolizando, segundo
Carlos Fortes no seu blog: “Usou-a para simbolizar a união na multiplicidade do Império Romano-
Germânico sob a sua autoridade.” Império no qual a linhagem portuguesa esteve representada através
dos múltiplos casamentos.
A Pintura de Sião com o Templo de Salomão, foi outras das ofertas do Imperador e é uma obra
carregada de simbolismo. A pintura tem como cenário a cidade de Jerusalém, estando focalizada no
monte de Sião, onde se supõe ter sido construído o Templo de Salomão. As várias cenas simultâneas
referem os vários passos da vida de Cristo. A rainha fez questão de se representar nesta pintura, tendo
solicitado quando o quadro chegou a Portugal, a sua inclusão e fazendo-se acompanhar de uma outra
personagem mas cuja identidade se desconhece. Não se sabe o motivo pelo qual a Rainha quis estar
representada. Talvez por nunca ter estado em presença física na Jerusalém Terrena mas antes quisesse
estar para sempre ligada à Jerusalém Celeste? Podemos ver D.Leonor em baixo no canto inferior
esquerdo. Ao centro, encontra-se representado o Templo de Salomão. Que significado terá tido esta oferta
a D.Leonor e esta nele se auto-representar? Mais uma resposta fica por dar.
Fig. 9 – Pintura no Convento da Madre de Deus em Lisboa, efectuada pela Escola de Hans Memling (1501-1510) e um detalhe de D.Leonor neste painel.
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O Painel de Azulejos
Chegamos finalmente ao painel de azulejos. Parece-nos que fica pouco por acrescentar? Mas não é assim,
ainda temos elementos de forte pendo simbólico a anotar.
Creio que o painel de azulejos sintetiza todos os elementos históricos que anteriormente se aludiu? É
claro que há neste painel um apelo à vocação contemplativa, de ascese espiritual e de exercício místico
patente em todos os elementos figurativos que o compõe.
Trata-se de um painel com um pendor marcadamente feminino, matriarcal, uterino, contemplativo, cuja
presença da noite e da Lua, do convento e de Santa Auta, esotérico na sua essência, acentuam esse lado
feminino na geografia simbólica da cidade de Lisboa, em oposição ao painel masculino, exotérico, activo,
“solar”, fálico (a espada na mão) do Santo Condestável, que abordei no tema anterior. Ainda reforçando a
componente feminina do painel, nota para um acrónimo alfanumérico - “11 M.V.”, presente na parte final
da filactera que esvoaça ao vento. O número 11 e as abreviaturas “M. e V.” aludem no seu conjunto à
lenda católica das 11.000 virgens.
Da lenda das Onze Mil Virgens, diz-se que Úrsula era filha do rei romano-britânico Donaut de
Dumnonia, no sudoeste da Inglaterra. Esta empreendeu uma viagem marítima para se juntar ao seu
noivo, o governador pagão Conan Meriadoc da Armórica (península da Bretanha) juntamente com onze
mil servas virgens (sendo uma delas S.Auta). Pelo caminho foram surpreendidas por uma forte
tempestade que “miraculosamente” as conduziu para a Gália, onde Úrsula declarou que antes de se casar
faria uma peregrinação por toda a Europa. Tomou o caminho de Roma com as suas servas e conta-se que
terá persuadido o Papa Ciríaco e o bispo de Ravena, Sulpício, a juntarem-se nesta peregrinação (fig.10).
Seguiram depois para a cidade de Colônia mas a cidade estava sitiada pelos Hunos. O rei dos Hunos,
Átila, encantado com a beleza e a modéstia de Úrsula, ofereceu-se para poupá-la se ela aceitasse casar
com ele. Ela recusou e o rei matou-a com uma flecha. Seguiu-se o sacrifício das servas virgens (fig.10)
que a acompanhavam, decapitando-as e que, segundo a lenda, se terão também recusado casar com os
soldados. Acerca destes acontecimentos se apontam três datas: em 238, 283, 383 D.C. Úrsula foi
posteriormente canonizada como mártir. Existem versões históricas que indicam que estes
acontecimentos se tratam de uma cristianização da Deusa Nórdica Freya, a Deusa que recebia os
espíritos das virgens mortas. Eu partilho desta versão.
Fig. 10 – Na imagem da esquerda Úrsula recebida pelo Papa, tendo como pano de fundo, o Castelo de Santo Ângelo. À
direita, o sacrifício das 11 Mil Virgens
A figura de Santa Auta representada no painel assemelha-se à figura de Santa Úrsula presente noutra
pintura. Sem o esclarecimento que prestei no início deste texto, poderíamos ser levados a cometer o erro
de que se trataria de uma única personagem mas assim não acontece (fig. 11). Na imagem da esquerda, a
autoria do retábulo é de um Mestre pintor desconhecido, enquanto o retábulo da direita se deve à autoria
do Mestre pintor português Gregório Lopes (1490/1550).
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Fig. 11 – Na imagem da esquerda, Úrsula e o seu noivo, o Príncipe Conan e à direita, Santa Auta defronte do Convento da Madre de Deus (pintura de Gregório Lopes)
Nota sobre alguns elementos iconográficos (que depois se repetem no painel de azulejos), surgem
representados em ambas as imagens, como se de conexões simbólicas se tratassem entre si. Ter-se-ia
Gregório Lopes inspirado na primeira? A repetição dos elementos iconográficos e as semelhanças faciais
poderia dar-nos essa resposta? Mas deixemos por ora essa pesquisa entregue aos historiadores de arte.
Passemos a dar nota de outros elementos tanto quanto iconográficos quanto simbólicos. Ambas as figuras
estão coroadas. Pela sua forte semelhança, nos parece até que se trata da mesma coroa. De facto trata-se
de da mesma coroa mas não pelos seu design comum. Trata-se da coroação do martírio, da consciência
comum que une ambas as personagens entre si pela forma como através de morte física se libertaram e se
elevaram espiritualmente.
Ambas portam numa das mãos uma flecha com a qual foi morta Santa Úrsula pelo rei dos Hunos, Átila,
significando isso a sua morte física ou sacrificial.
Um outro aspecto muito interessante pelo seu pendor simbólico, observamos que Santa Úrsula tem
cingido à sua cintura um tecido, enquanto Santa Auta porta um outro “tipo” de cinto. Nesta última será o
“Cinto de Castidade” ou será um outro cinto mas representado numa outra iconografia que os distingue
entre si? Considero que simbolicamente ambos representam o mesmo, senão vejamos a seguir.
Em Santa Úrsula o tecido está atado com um nó e esse nó é, o “Laço do Amor”. É o laço que une as
naturezas contrárias através do Amor. Não o Amor cupiditas temporalis que falava Santo Agostinho mas
antes o Amor Iniciático, Supremo, Divino. É o mesmo Amor (anote-se Amor como anagrama de Roma)
dos Fideli d`Amore/Fiéis do Amor em Dante Alighieri, em Camões, que dos seus poemas se extrai o
seguinte; “segundo o Amor tiverdes, tereis o entendimento de meus Versos” e em Sampaio Bruno,
Pensador Português e o último dos herdeiros dos Fideli d`Amore/Fiéis do Amor ou se quisermos, dos
Cavaleiros do Amor.
É também este mesmo Amor de natureza iniciática, contemplativo, esotérico e de iluminação interior
na procura da Chispa Divina que se encontra presente no Rito Adonhiramita. Os Amados Irmãos, são os
Irmãos Adonhiramitas unidos entre si pelo Amor e consagrados através da ritualística simbólica, que
mais não é na sua plena essência do que um Laço do Amor.
Na figura de Santa Auta Sendo o cinto cingido, de facto pode remeter-nos para um cinto de castidade,
cinto como sinal de pureza? Pode assumir-se que sim. Mas eu considero que não o é, pois em diferentes
contextos iconográficos, o Laço do Amor também surge representado, para além de cordas e tecidos,
também sob a forma de cintas, correntes ou de fivelas. No seu aspecto hermético-simbólico, trata-se pois
do mesmo laço.
E é este mesmo Laço do Amor que vemos representado no painel de azulejos, não na figura de Santa
Auta mas na filactera que sopra ao vento. É um laço amoroso que, completado na sua simbólica pelos
acrónimos (R.E.R 11 M.V.) presentes na filactera, une todos os elementos histórico-simbólicos presentes
no painel.
Segundo Lima de Freitas, a fonte de inspiração para este painel de azulejos foi a Farsa Auto da
Lusitânia do português Gil Vicente (1465/1536). Bom, mais um novo tema dentro do tema, perguntam
vocês? Assim é de facto. Esta Farsa encontra-se dividida em duas partes ao longo da qual surgem
diferentes personagens mas é sobre a segunda parte que me irei debruçar em resumo, pelo motivo que
irão constatar a seguir:
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“Numa fantasia alegórica, a segunda parte desta Farsa aborda a origem mítica de Portugal. Da união
entre a ninfa Lisibea e o Sol nasce a filha Lusitânia, que herda a beleza materna. Lusitânia desperta em
Portugal, um caçador grego, um profundo interesse. A ninfa sente ciúmes da filha, morre, e é enterrada
no local onde se veio a edificar a cidade de Lisboa. Assiste-se posteriormente ao casamento de
Portugal com a princesa Lusitânia.
Dinato e Berzebu, encarregues de relatar a Lúcifer tudo o que se passa, escutam o diálogo entre Todo o
Mundo e Ninguém. O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais
desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância,
vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E
atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente
ninguém é assim no mundo. Belzebu e Dinato tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos,
procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens.
Berzebu conclui com a célebre frase "Todo o Mundo é mentiroso e Ninguém diz a verdade”.
Aludindo às figuras, Ninguém representa D.Leonor, Santa Úrsula e Santa Auta, enquanto Todo Mundo
representa os Hunos, Átila e o mercantilismo da riqueza exótica que imperava em Lisboa à época.
Agora presentes ante o painel (fig. 12), destaca-se à esquerda a fachada manuelina da Madre de Deus e à
direita, a figura de Santa Auta. Semelhante na sua iconografia à representada no retábulo de Gregório
Lopes patente no Museu de Arte Antiga em Lisboa, esta figura surge-nos na sua iconografia semelhante
às duas que mais atrás referi.
Fig. 12 – Na imagem da esquerda, Úrsula e o seu noivo, o Príncipe Conan e à direita, Santa Auta defronte do Convento da Madre de Deus
Santa Auta, vestida de vermelho e branco, representam as cores cristãs que simbolizam a vitória espiritual
sobre a matéria. Na mão esquerda segura um livro e por este passa uma palma, símbolo do seu martírio.
No peito porta um diadema que é atravessado/trespassado por uma flecha, numa clara alusão à morte
sacrificial perpetrada por Átila, Rei dos Hunos.
O convento, situado a Oriente de Lisboa, onde o Sol nasce, configuram esta geografia uterina, de
nascimento, de aurora. Ele também nos remete para o início da Obra Alquímica presente em Lisboa, o
Rubedo, sendo o Albedo representado pelo painel “solar” do Santo Condestável (+ o convento do
Carmo), e o Nigredo, pelo Mosteiro dos Jerónimos. A Lua a encimar o convento conjuntamente com o
comboio nocturno que vemos ao fundo da composição, reforçam o lado nocturno e contemplativo da
composição.
Em cima á direita, surge o Camaroeiro, símbolo heráldico de D.Leonor. Mas a sua representação neste
particular contexto comporta uma mensagem maior. Segundo o historiador Manuel Gandra; “Trata-se de
um símbolo eminentemente cosmológico. A cordoaria e a malha/rede denotam uma subtil textura que liga
(através dos sucessivos nós) os diferentes planos de consciência e estados de existência entre si e o
próprio Princípio (Deus), como parece depreender-se da seguinte passagem do profeta Oseias (XI,4): Eu
os atraí com as cordas com que se atraem os homens, com as prisões da caridade”. Por tudo o que se
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disse sobre D.Leonor, torna-se clarividente o que refere este historiador. Para além de vermos neste
camaroeiro, ladeado por dois laços, os Laços do Amor, como um duplo reforço de união.
Em cima à esquerda, uma figura de fortíssimo pendor hermético. Trata-se de um escudo contendo no seu
interior o enigmático número 515, número que surge na Divina Comédia de Dante, e acerca do qual o
Mestre Lima de Freitas se embrenhou em o desvelar. Per si este número era motivo para um tema, tal é o
seu conteúdo hermético. De tudo o que se escreveu anteriormente e tudo o mais que a nossa História
comporta, transparece que Portugal é uns país que contém uma "riqueza ocultada de tradição mítico-
espiritual" e que Fernando Pessoa na sua ‘Mensagem’ profetizou: “Cumpriram-se os Mares, o Império
se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!”. O Portugal do V Império, aquele que o Padre António
Vieira referia percebendo a própria profecia bíblica da visão de Daniel face ao mundo futuro e uma Nova
Era Universal que tinha (ou tem??) como Axis Mundi, precisamente Portugal. O Mestre Lima de Freitas,
sabia de tudo isso (e muito mais do eu… afianço!!) e por isso aqui de uma forma subtil nos remete para
toda esta tradição mítica-espiritual, tradição esta que se reflecte em toda a sua obra plástica e nos livros
que escreveu. Sem me adiantar muito mais, ficou aqui um resumo do significado do número 515 e um
desafio a todos vós para que investiguem mais acerca dele…
Por fim, falta abordar o acrónimo “R.E.R.” presente no início da filactera. Este misterioso acrónimo de
letras, segundo o Mestre Lima de Freitas, “estavam gravadas nos balaústres dos ângulos da fachada do
Convento da Madre de Deus, e que num terramoto ocorrido no passado século em Lisboa, foram
destruídas”. Não consegui apurar mais informação sobre o seu significado. Mas irei continuar esta
pesquisa.
Ainda segundo o Mestre Lima de Freitas, as mesmas enigmáticas letras podem ainda hoje ser vistas em
Bourges (Bélgica) numa capela do Hotel Lallemant.
No livro de Fulcanelli, “O Tempo das Catedrais”, explanação de excelência sobre o trabalho da Obra
Alquímica traduzida na Pedra, nele o autor refere o Hotel Lallemant, assim como o “Palais Jacques
Coeur”. Para quem esteja interessado em saber mais, aconselho primeiro a leitura do referido livro e
depois, uma posterior pesquisa na net acerca deste fascinante tema.
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Este Bloco é produzido
pelo Irmão Pedro Juk, às segundas,
quartas e sextas-feiras
DE pé ou sentado?
Em 01.09.2015 o Respeitável Irmão Márcio Pelegrini, sem declinar o nome da Loja, REAA, GOB-PR,
Oriente de Chopinzinho, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:
marciopelegrini@hotmail.com
Caro Irmão Pedro, tratando do REAA, Grau 1, quando o Venerável Mestre pede para o
1º Vigilante verificar se todos os presentes nas Colunas são Maçons, o manual orienta que o 1º
Vigilante diga, após a batida de malhete: Em pé e a Ordem em ambas as Colunas. Diz também
que ele faz a verificação de seu lugar... Nesse momento, o 1º Vigilante deve fazer a verificação
em pé e a Ordem ou sentado?
Considerações: - Deixando a redundância do ritual de lado, já que ninguém fica à Ordem sentado –
de pé e à Ordem (sic) – o Vigilante cumprindo a sua segunda obrigação, ainda sentado, ordena que
todos fiquem à Ordem em ambas as Colunas. Prontamente os ocupantes das Colunas (inclusive o
Segundo Vigilante) o obedecem. De imediato assim também se posta o Primeiro Vigilante – desse
modo, todos, sem exceção, nas Colunas ficam à Ordem (os Vigilantes deixam os seus malhetes).
Compondo o Sinal Gutural, o Primeiro Vigilante então do seu lugar observa e a seguir comunica o
Venerável Mestre conforme prescreve o Ritual.
Uma atenção ao procedimento: o Primeiro Vigilante deve ter discernimento necessário para
observar um pequeno espaço de tempo entre o seu comando e a execução da sua ordem nas Colunas
e por fim, quando ele mesmo se posiciona à Ordem. O motivo dessa sequência de curto espaço de
tempo é para que de modo lógico, primeiro os demais para ele se identifiquem antes que ele próprio se
posicione também à Ordem.
Finalizando, como foi citado na pergunta o Manual, cabe ainda alertar que todos os Manuais
de Dinâmica Ritualística estão suspensos desde 2.009 pelo Soberano Grão-Mestre pelo Decreto nº
1.102 datado de 15/05/2009 em seu Artigo 5º conforme transcrito abaixo:
“Decreto 1102, Artigo 5º - Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação revogada
todos os Manuais de Dinâmica Ritualística (o grifo é meu) e as disposições em contrário”.
T.F.A. PEDRO JUK –
Out/2015
jukirm@hotmail.com –
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo,
Loja, Oriente, Rito e Potência.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 22/31
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
05/03/2005 Aurora Florianópolis
10/03/1972 Templários da Justiça Lages
15/03/1998 Estrela do Sul Lages
18/03/1998 Jacy Daussen São José
18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí
19/03/1993 III Milênio Curitibanos
19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma
20/03/1949 Januário Corte Florianópolis
23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema
24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis
30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville
30/03/1999 Círculo da Luz Joinville
31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú
31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga
7 – DESTAQUES JB – Resenha Geral
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Março
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 23/31
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú
14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas
16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União
16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis
19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas
21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul
21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú
29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville
29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão
29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça
30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí
17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó
18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira
20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí
21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba
24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau
28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis
30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 24/31
A Grande Loja de Santa Catarina prepara-se para comemorar o seu Jubileu de Diamante em
evento a ser realizado no dia 23 de abril, em sua sede, localizada no Campeche, à Avenida
Pequeno Príncipe, em Florianópolis.
Uma vasta programação foi elaborada iniciando-se às 09h00 com assembleias plenárias restritas
aos Veneráveis Mestres e Vigilantes das lojas da jurisdição, podendo, também participar, os
Mestres Maçons.
Para às 11h00 está prevista a Assembleia Ordinária da AMASOL.
A expectativa maior, no entanto, está prevista para às 17h00 quando haverá a Assembleia do Povo
Maçônico com destaque para o Aniversário da Grande Loja de Santa Catarina.
Um bem elaborado programa será desenvolvido e que obedecerá a seguinte programação:
1. Obliteração do Selo Comemorativo aos 60 anos de fundação da GLSC
2. Lançamento do Livro “60 anos de História”
3. Lançamento do Hino da GLSC
4. Premiação do Concurso “Pitágoras de Peças de Arquitetura 2015”
5. Entrega de Diplomas de “menção Honrosa”
6. Concessão de Diplomas e Medalhas do “Mérito Maçônico”
7. Concessão de Diplomas e Medalhas “21 de Abril”
8. Concessão da Comenda de Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia”
9. Concessão da Comenda “Elimar Baumgarten”
10. Celebração de Tratados
11. Mensagem do Grão-Mestre
Às 21h00 haverá jantar por adesão, comemorativo ao Jubileu de Diamante, no salão de eventos da
Grande Loja de Santa Catarina.
OJB News estará presente com cobertura completa dos 60 anos de atividades da Grande Loja de
Santa Catarina.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 25/31
Loja Filadélfia ( GOB/BA)
(do correspondente Ir. Glauber Santos Soares) –
Comitiva da Loja Filadélfia esteve presente na Palestra: “O Templo de Salomão” proferida na noite
desta segunda-feira (28) pelo Rabino Joseph Saltoun. O evento ocorreu no templo nobre da Loja
Maçonica Fraternidade Conquistense situado na Rua Pastor Valdomiro de Oliveira Bairro Candeias na
cidade de Vitória da Conquista BA.
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 26/31
I Seminário Adonhiramita da Bahia
Convidamos aos Amados Irmãos, para o primeiro seminário Adonhiramita (ECMA), a ser realizado em
08 e 09/04/2016, local Hotel Ibis. informações e inscrições 75-98101.8833
ou www.ritoadonhiramita.ba.com.br, valor inscrição R$ 120,00, haverá também uma programação para
as cunhadas (passeios, etc) - Feira de Santana - Bahia.
TFA - Edward Santos
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 27/31
Loja Maçônica “UNIVERSO II” nº 57
Fundada em 17 de setembro de 1993.
Jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina
Rua Almíscar, 33 – Bairro Monte Verde – 88032-300 - Florianópolis -
SC.
Dia das Sessões às 1ª e 3ª Sextas Feiras às 20 h
C O N V I T E
A A RlS “UNIVERSO II” nº 57, tem a honra e a
satisfação de convidar os IIre digníssimas Famílias para
participarem da SESSÃO BRANCA ESPECIAL “HOMENAGEM
AO IR GILBERTO JOSÉ GRAFF”, pelos seus 22 anos dedicados
à ARLS“UNIVERSO II” nº 57, agora com transferência
para a ARlS “Rei David” nº 58 e Jantar após a Sessão, no dia
01.04.2016 (sexta-feira), às 20:00h, no Templo e Salão de Festas da
Associação Beneficente e Cultural Luz do Oriente – ABCLO, Rua
Almíscar, 33 – Bairro Monte Verde – Florianópolis – SC,
com a seguinte programação:
Data: 01 de Abril de 2016 (sexta-feira) às 20:00hs, Sessão Branca
“Homenagem ao IrGilberto José Graff” pelos seus 22 anos dedicados à Loja;
Jantar: - 21:30h (aprox.) – Jantar Italiano a cargo do Buffet
“Massas Caseiras Alvarito” com cardápio de 4 tipos de Gratinados
(Rondellis, Lazanhas e Canellonis), 2 tipos de Espaghettis,
Saladas, Caponata e Sobremesa;
Valor do Jantar: - Por adesão a R$ 40,00 por pessoa;
Bebidas: - Os IIrpoderão adquirir bebidas no local ou poderão
trazer outras bebidas de suas preferências;
Confirmação: - até o dia 30.03.2016 (quarta-feira) diretamente
com o Chanceler Ir.’. Thiago Fabeni Habkost pelo telefone Cel.
(48)8815-2331(Tim) ou e-mail thiago@fabeniadvocacia.adv.br
Antecipadamente, agradecemos a presença dos IIr e Famílias.
Fraternalmente,
Altani Luiz de Oliveira Gonçalves
Venerável Mestre
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Templo da Loja Maçônica Branca Dias nº 1
Av. Gen. Osório, 128, Centro, João Pessoa - PB
- bicho infeliz o homem...
tem peitos sem leite,
ovos sem casca,
passarinho sem asa,
e saco sem dinheiro!
JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 30/31
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 – A casa da Virgem Maria, Éfeso, Turquia:
https://www.youtube.com/watch?v=o06ibXUoJdE
2 – Melhor vídeo motivacional:
https://www.youtube.com/watch?v=cJYsTg6WLa0
3 – Magnífico documentário. Um exemplo de vida.
http://blogdoanatolli.blogspot.com.br/2016/03/a-senhora-do-numero-6.html
4 – Holanda:
https://www.youtube.com/watch?v=KDSp2zv2K-A
5 – Grécia:
https://www.youtube.com/watch?v=-8xf5CDG39Q
6 – Turismo em Natal:
https://www.youtube.com/watch?v=DIv4SFM4WHA
7 – Filme do dia: (Os A Vida Privada dos Poderosos – Tsares) documentário – dublado
Sinopse: Desde o tempo dos faraós do Egito aos grandes e famosos Reis e Rainhas da Inglaterra, o velho
ditado foi provado por diversas vezes: "O Poder corrompe, O Poder absoluto corrompe absolutamente". É um
pesadelo ser famoso hoje em dia e a imprensa segue todos os seus movimentos e registra todas as suas
indiscrições. No passado aqueles que nos governavam não tinham esse problema. Não precisavam ter fotógrafos e
jornalistas relatando seus mais intimos segredos. Estavam a salvo das manchetes e revistas.
Hoje vamos acabar com esses segredos e mostrar a vida privada. A vida privada dos antigos governantes é uma
série que conta histórias de reis homossexuais, rainhas pervertidas, governantes estranhos e loucos czares
russos. Com recriações atmosféricas e reconstruções históricas, esse documentário separa o mito da imagem e
demonstram de fato que corrupção e desonestidade são tão antigos quanto a própria humanidade.
https://www.youtube.com/watch?v=ON8kcduZgNo
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  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.006 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 30 de março de 2016 Bloco 1 – Almanaque Bloco 2 – IrAilton Elisiário - Golpe Bloco 3 - IrJosé Anselmo Cícero de Sá – A importância do correto uso do Ritual Maçônico Bloco 4 – IrKennyo Ismail – Maçonaria Fast Food (do site O Ponto Dentro do Círculo) Bloco 5 – IrHernâni Cidade – Santa Auta: diante da Madre de Deus – Santa Auta e Santa Úrsula Bloco 6 – IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do Ir Márcio Pelegrini – (Chopinzinho – PR) Bloco 7 – Destaques JB –
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 2/31  240 a.C. — Primeiro periélio registrado da passagem do cometa Halley;  598 — Campanha dos Balcãs: os ávaros levantam o cerco à fortaleza bizantina de Tomis. Seu líder Baian I recua em direção ao norte do rio Danúbio, após as hordas àvaro-eslavas serem dizimadas pela peste;  1282 — Os sicilianos revoltam-se contra o rei angevino Carlos I, revolta que ficou conhecida por Vésperas sicilianas;  1814 — Guerras Napoleônicas: as forças de coalizão, formadas pela Áustria, Prússia, Rússia, Suécia, Reino Unido e um número de Estados alemães, marcham em direção a Paris;  1842 — O éter etílico, como um anestésico, é utilizado pela primeira vez em uma cirurgia pelo Dr. Crawford Long;  1856 — O Tratado de Paris é assinado, encerrando com a Guerra da Crimeia;  1863 — O Príncipe Guilherme da Dinamarca torna-se o primeiro monarca da nova dinastia grega como Jorge I da Grécia;  1867 — O território russo do Alasca é comprado por 7,2 milhões de dólares americanos, cerca de 2 centavos/acre ($4,19/km²), peloSecretário de Estado dos Estados Unidos William H. Seward.  1912 — O sultão Moulay Abd al-Hafid assina o Tratado de Fez, tornando Marrocos um protetorado francês;  1922 — Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem a primeira travessia aérea do Atlântico Sul;  1939 — O número 27 da revista Detective Comics introduz o super-herói Batman;  1940 — Segunda Guerra Sino-Japonesa: o Japão declara Nanquim a capital do novo governo fantoche chinês, nominalmente controlado por Wang Jingwei;  1945 — Segunda Guerra Mundial: as forças da União Soviética invadem a Áustria e ocupam Viena, as forças polonesas e soviéticas liberam Gdańsk;  1965 — Guerra do Vietnã: um carro-bomba explode em frente à embaixada dos Estados Unidos em Saigon, matando 22 pessoas e ferindo outras 183;  1976 — Os primeiros protestos do Dia da Terra são realizados em Israel/Palestina;  1981 — Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, é baleado em atentado, em Washington, D.C., por John Hinckley Jr.;  1994 — Acordo entre croatas e sérvios separatistas, para um cessar-fogo supervisionado pela ONU.  2006 — A bordo da Soyuz TMA-8, em uma missão para a Estação Espacial Internacional, Marcos Pontes torna-se o primeiro brasileiro e primeiro lusófono a ir para o espaço;  2010 — Inauguração da Ponte Estaiada João Isidoro França projetada para as comemorações dos 150 anos de Teresina. 1 – ALMANAQUE Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas Hoje é o 90º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia) Faltam 276 dias para terminar este ano bissexto Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 3/31 1777 As tropas espanholas sob o comando de D. Pedro Cevallos, deixa a ilha de Santa Catarina partindo para o Rio Grande. Ficou como Governador o Tenente Coronel Juan Roca e como Comandante Geral da Ilha, o Brigadeiro Guilherme Waugham. 1846 Em Hamburgo, Hermann Blumenau embarca a bordo do veleiro “Johannes”, empreendendo sua viagem ao Brasil com o intuito de formar uma colônia para imigrantes no Sul do País. 1881 Criado o município de Campos Novos. 1894 Telegrama, desta data, do coronel José Bernardino Bormann a Gumercindo Saraiva que o interpela sobre a passagem de suas tropas pela colônia militar de Chapecó, dizia: “Pela frente da Bandeira Nacional, aqui desfraldada, não passarão forças rebeldes”. 1910 Morre, em Florianópolis, o maestro José Brasilício de Souza, autor do Hino do Estado de Santa Catarina. 1962 Criado o município de Ibicaré, desmembrado de Herval do Oeste. 1962 Criado o município de Morro da Fumaça., desmembrado de Urussanga. 1818 D. João VI manda fechar todas as sociedades secretas do Brasil. A pena de transgressão era a de morte, com confisco dos bens para a coroa. 1873 Fundado o Supremo Conselho da Suíça. 1886 Fundado o o Supremo Capítulo dos Maçons do Real Arco de Austrália do Sul 1923 Fundado o Supremo Capítulo dos Maçons do Real Arco de Manitoba, Canadá. 1946 Fundado o Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro, atual GLMERJ. Recebe Carta Constitutiva, foi outorgada pela Grande Loja do Rio de Janeiro. Esta Carta foi perdida no início da década de 50 e jamais recuperada. 1995 Fundada a Loja Leão de Judá nr. 62 (GLSC) em Florianópolis. 1998 Fundada A Loja Amigos para Sempre Nr. 93 (GOSC) em Joinville. Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 4/31 O Ir Ailton Elisiário é membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas. Publicação simultânea desta crônica às quartas-feiras no JB News, Jornal da Paraíba e Paraiabaonline. prof.elisiario@uol.com.br GOLPE Nos últimos tempos a palavra que mais temos ouvido neste país é “golpe”. É um termo que caiu na vala comum da política, sendo proferido por direitistas e esquerdistas, situacionistas e oposicionistas, congressistas e governistas, em fim, por todos quantos têm seus interesses contestados. Se os políticos da oposição conseguem avançar em suas investidas, para o governo é golpe; se os da situação obtêm alguma vantagem, para os da oposição é golpe; se na casa legislativa um pessedebista apresenta projeto contrário aos interesses do governo é golpe, se um petista defende um projeto que favorece o governo é golpe; se se levanta uma bandeira em favor do impedimento da presidente é golpe, se se faz o contrário também é golpe. Isto é, qualquer que seja a movimentação de qualquer que seja o lado, é golpe. O país hoje vive um maniqueísmo horroroso e terrível. Se é petista é execrado, se não é petista é alienado. Ninguém pode ter a liberdade de posicionar-se conforme sua consciência. Ninguém tem o direito de pensar livremente. Ou se é petista ou está condenado, ou se é pesedebista ou está reprovado, ou se reza pela cartilha da esquerda ou está rejeitado, ou se defende os pontos de vista da direita ou está renegado. O país está em trevas. O governo submerge num mar de lama por ele próprio criado e alimentado, a oposição combate sem confiança pelo seu passado criticado. Todos gritam horrores, mentem desvairados e ameaçam despudoradamente, valendo-se de forma descarada de sortilégios. Mas, eles esquecem que o país tem pessoas de bem, que desaprovam com rigor tais condutas e diante das quais os criminosos haverão de se penitenciar. Não existe golpe em parte alguma. Existe cara desavergonhada que pensa ter o país um povo imbecilizado. Existe um governo traidor aos princípios constitucionais, com um projeto de poder contrário à tradição do povo brasileiro. Existe uma oposição atenta, que quer chegar ao poder para cuidar dessa tradição, mesmo com seus desvarios censurados por aquelas mesmas pessoas de bem. Todos somos brasileiros. Devemos pensar numa abertura para um novo país. Renuncie o governo e se contenha a oposição, para florescer uma coalisão de forças capaz de fazer navegar em águas calmas a nau brasiliana da esperança de um futuro alvissareiro. 2 – Opinião - Golpe Ailton Elisiário
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 5/31 Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA) VM da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ) Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva – A importância do correto uso do Ritual Maçônico Em um sentido muito real, é o ritual da Maçonaria que orienta os maçons nos trabalhos nos seus diversos graus. Ritual é, portanto, um sistema de Ritos e Cerimônias cujas Ordens, fórmulas e instruções acham-se contidas em livros apropriados e autorizados pela autoridade superior do Rito da potência a qual o mesmo está subordinado. No Brasil existem três grandes Potências assim denominadas: 1ª) – GRANDE ORIENTE DOS BRASIL. (GOB). É a maior e mais antiga Potencia Maçônicano Brasil. É uma Potência de âmbito nacional, com representação em todos os Estados da Federação. 2ª) – GRANDES LOJAS ESTADUAIS. São Potências Maçônicas de âmbito Estadual e se organizam em uma Confederação (CMSB) – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil. 3ª) – GRANDES ORIENTES INDEPENDENTES. São também, de âmbitos Estaduais e se organizam em uma Confederação (COMAB) – Confederação (maçônica do Brasil). Estas três Potências seguem todos os preceitos da Maçonaria dita Regular. Pode-se dizer que o Ritual é uma virtual necessidade não só para os maçons como para todos os humanos. Isto é tão verdadeiro que todos os cérebros humanos vêm “equipados com circuitos” com o objeto de responder ao seu próprio modo. Muito poucas coisas em seres humanos são instintivas – quase tudo é comportamento aprendido. Mas a resposta para Ritual foi localizada por anatomistas na parte mais antiga e primitiva do cérebro, bem acima da sua estrutura central, na mesma área que controla a atenção e as emoções. Todos nós estamos engajados na prática do Ritual todo o tempo – nós somente não o reconhecemos sempre. Assim, podemos analisar o Ritual sob os seguintes aspectos:  RITUAL É UMA FERRAMENTA PODEROSA DE ENSINAR. De fato, foi provavelmente a primeira ferramenta de ensinar. Sabemos de rituais de caça entre algumas tribos, cujo propósito era ensinar como caçar efetivamente. Posteriormente surgiu no 3 – A importância do correto uso do Ritual Maçônico José Anselmo Cícero de Sá
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 6/31 processo de ensinamento os chamados “Mnemônicos” (através das frases ou logos que nos ajudam a lembrar coisas mediante associações) são os rituais mediante os quais nos ensinam, por exemplo, como é aprender o alfabeto cantando a sua canção, oou seja: (Um B com A – BA); Um B com E – BE); Um (B com I – BI), etc. Os militares também empregam vários tipos de Rituais, que são os seus padrões de comportamento para, dentre outras coisas, ensinar a prática da arte militar, a hierarquia, a disciplina, etc.  RITUAL AJUDA A NOS DAR UM SENSO DE IDENTIDADE. Pode parecer estranho, mas pessoas frequentemente definem a si mesmo pelas suas ações (sou vendedor, mecânico, médico, professor, operário, comerciário etc.). Isto não é limitado ao que fazemos para viver. Nossos rituais, nossas ações, dão um senso destacado de realidade para nossas vidas. Sentimo-nos “certos” ou “completos” quando seguimos certos rituais.  RITUAL AJUDA O NOSSO PREPARO. Ajuda-nos a “entrar no clima” do que vem a seguir: Se o evento é uma missa na igreja ou se é um jogo de futebol, a maioria dos eventos repetitivos tem um Ritual de algum tipo que ajuda a dar o tom emocional. E nós podemos ter um forte senso de “erro” se estes foram violados – por exemplo, se uma missa na igreja iniciou com uma banda de música e dançarinas ou se um jogo de futebol começou com uma procissão litúrgica,  RITUAL NOS DEIXA CONDENSAR MUITO EM POUCO TEMPO. O Ritual enriquece uma vivência por concentrá-la. Ao invés de envolver a exposição completa, como uma palestra, ritual faz referências a coisas e nos deixa pensar acerca dela e preencher os detalhes por nós mesmos. Para ilustrar, uma porção do ritual da igreja, considera última linha da Doxologia – “Louvar o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” O conceito de Trindade é um conceito muito difícil para se compreendido. Ao invés de propiciar muitas horas de discussão que seria necessário para explorar este tópico, o ritual simplesmente o menciona, e deixa para nós elaborarmos o pensamento se estivermos assim inclinados.  O RITUAL MAÇONICO NOS AJUDA A FORMAR UMA “PERFEITA EGRÉGORA” EM LOJA. A formação de uma “Egrégora” (Entidade que se forma devido à força do pensamento), transmite uma enorme força de pensamentos nas reuniões dos Templos Maçônicos para que possamos remover das nossas mentes, as preocupações do mundo profano e nos colocar em foco nas grandes verdades de natureza humana. O Ritual Maçônico nos mostra o modo pelo qual deverá ser realizada a Abertura e o Encerramento nas Sessões das Lojas maçônicas em seus diversos graus, a organização dos eventos, e possibilita também, que a Sessão transcorra em um ambiente de Paz, Harmonia e Concórdia, formando assim a tríplice argamassa com que se ligam os trabalhos realizados nas Sessões. Por outro lado, ajuda a montar o tom e o clima da reunião, a remover das nossas mentes as preocupações do mundo profano, e colocar foco nas grandes verdades de natureza humana e espiritual.
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 7/31 Através de seus ensinamentos, proporciona uma excelente oportunidade para que os maçons explorem os seus próprios interesses. Todo maçom deve inteirar-se dos seus rituais através do estudo contínuo e colocá-lo em prática não somente em Loja, mas, através deste aprendizado empregá-lo no seu cotidiano, devendo, todavia, evitar a expor os sinais, palavras e toques maçônicos. Ensina a maneira pela qual devemos nos definir como verdadeiros maçons, ou seja, estreitando os laços fraternais que nos unem como irmãos. Em vista disto, devemos nos conscientizar que o RITUAL MAÇÔNICO É GRANDE E COMPLEXO O BASTANTE para acomodar todos os nossos interesses como maçom, a fim de que possamos realizar sempre os nossos trabalhos em Sessões “Justas e Perfeitas”. Assim, o correto cumprimento do Ritual Maçônico, deve ser praticado por todo maçom como “DEVER DE OFÍCIO”.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 8/31 O Ponto Dentro do Círculo https://opontodentrodocirculo.wordpress.com Seu espaço para estudos e pesquisas Maçonaria Fast Food (IrKennyo Ismail) Publicado em 14 de abril de 2015por Luiz Marcelo Viegas Estava eu outro dia conversando com um irmão e amigo que pertence a outra Loja e Obediência. Era nosso primeiro encontro após uma visita que ele havia feito à minha Loja. Papo vai, papo vem, e eis que o irmão pergunta se poderia indicar um candidato para ingressar em minha Loja. Eu, conhecendo a idoneidade moral desse irmão, respondo afirmativamente. Afinal de contas, é direito de todo Mestre Maçom regular indicar candidatos e, se ele havia escolhido a minha para realizar a indicação, era motivo de honra para mim. Porém, a dúvida ficou no ar, e logo questionei o irmão do porquê dele não realizar a indicação em sua própria Loja, já que eu sabia que ele era inclusive o Secretário da Loja, e poderia acompanhar o processo para a Iniciação mais de perto. Tenho que confessar que a resposta não me surpreendeu muito, visto ser algo cada dia mais comum de ser visto na Maçonaria Brasileira: o irmão se queixou de sua Loja, dizendo que a mesma está sem conteúdo, reunindo-se apenas para bater malhete, isso quando não está ocupada com brigas internas e externas; reclamou ainda que toda tentativa dele e de outros irmãos mais novos de inovar é frustrada pelos “donos da Loja”. E tendo o irmão visitado algumas vezes nossa Loja e observado seu modus operandi, se sentia mais à vontade para indicar um amigo no qual enxergava os princípios maçônicos básicos e o interesse no aperfeiçoamento moral e espiritual. Compreendendo a situação do irmão, reafirmei minha concordância e disponibilidade em avalizar tal indicação em minha Loja, dizendo que seria para nós uma honra receber o futuro afilhado dele, é claro que após a devida sindicância e seguindo todos os trâmites de costume. Ao tocar no assunto, o irmão aproveitou para perguntar como era nosso processo de sindicância, os documentos, exigências e custos para ingresso na Loja. Sendo ele um irmão sempre muito interessado e participativo, não me incomodei de explicar todo o processo, desde a indicação até a 4 – Maçonaria Fast Food (do Site O Ponto Dentro do Círculo do Ir Luiz Marcelo Viegas) - Autor: Kennyo Ismail
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 9/31 iniciação. Ao final, informei ainda o valor do investimento para Iniciação, o qual cobre o kit de Aprendiz (avental, luvas, ritual, broche, identidade, diploma, etc.) e um jantar comemorativo em que o iniciado é apresentado aos Irmãos. Nesse momento, vi o espanto no rosto do irmão, que logo exclamou que o valor informado era exorbitante, impraticável, e que o processo para iniciação era muito burocrático. Ao escutar tais comentários, perguntei-me como era possível fazer o mesmo com menos tempo e recursos… não contive a curiosidade e questionei: – E como é em sua Loja? – O irmão então me respondeu que sua Obediência estava dispensando muitas das exigências para a Iniciação, além de isentar os candidatos da taxa do placet. Por conta disso, sua Loja consegue fazer todo o processo para Iniciação em apenas um mês, e cobra apenas R$100,00 do candidato. Após escutar o irmão, fiquei refletindo por um momento sobre o assunto. Eu já conhecia essa história “de outros carnavais” e meu raciocínio era de que, de uma certa forma, um valor mais substancial, o processo relativamente demorado, e as exigências documentais como quase de um concurso de policial federal, serviam como filtros, peneiras, para separar os curiosos daqueles realmente interessados. Todos aqueles documentos, entrevistas e consultas teoricamente garantiam a qualidade mínima social e moral dos indivíduos que pleiteiam ingresso na Maçonaria. Mas, será que aquela fórmula “fast food” de Maçonaria estava funcionado para a Loja dele e outras Lojas daquela Obediência? O que a Loja dele e outras da Jurisdição estavam fazendo, com a anuência da Obediência, era proporcionar aos profanos um acesso rápido e barato à Maçonaria. É o que podemos chamar de “McMaçonaria”. A questão é se isso é realmente bom para os membros e para a Instituição. Pensando nisso, perguntei ao Irmão quantos membros haviam iniciado na Loja dele nos últimos dois anos. Ele respondeu que algo em torno de 150 novos irmãos. – Uau! – imaginei. Então perguntei a ele a média de membros por reunião atualmente. Ele sabia bem: uns 26 a 28 irmãos, a maioria de irmãos mais antigos, apenas uns 10 membros da “nova safra”. Então lancei a pergunta derradeira… – E você sabe o nome desses 150 irmãos? – A resposta, é claro, foi negativa. – Talvez eu saiba de uns três deles – o irmão me respondeu. Isso já era de se esperar… Como dito anteriormente, essa ideia não é nova. Algumas Grandes Lojas dos EUA já haviam tentado algo parecido alguns anos atrás, porém de forma mais intensa e abrangente e, é claro, foi um fracasso. Não somente causou alguns problemas internos, como também impactou na relação com outras Grandes Lojas no mundo, que não gostaram nem um pouco dessa história. Com a tática da McMaçonaria, a tal Obediência deve ter aumentado consideravelmente o número de seus filiados. Já as Lojas que abriram mão do conceito de células de “família maçônica” não obtiveram ganhos reais em troca. Talvez, membros promissores, que se identificariam com a Loja e seus valores quando em sua forma tradicional, se entregam à desmotivação de serem mais uns entre dezenas e, ao frequentarem a Loja, que perde sua própria identidade, acabam por também se afastarem. Os agora maçons, que adquiriram um “lanche” rápido e barato de Maçonaria, podem por fim não experimentar, degustar, saborear e aproveitar a verdadeira essência da Ordem. Enfim, a curto prazo parece algo ótimo, mas a longo prazo pode ser prejudicial, assim como uma alimentação à base de fast food. Autor: Kennyo Ismail
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 10/31 Professor Hernâni Cidade (1887-1975) Amado Irmão Hernâni Cidade (Nome Histórico) Past Venerável Mestre da R.´.L.´. Comércio e Artes 99 - Rito Adonhiramita - Oriente do Porto – Portugal Jurisdição: Grande Loja Legal de Portugal/GLRP S.ta Auta: diante da Madre de Deus Santa Auta e Santa Úrsula Ao longo do presente texto iremos constatar a alusão as duas figuras cristãs; Santa Auta e Santa Úrsula, para que não se confundam entre si, teço alguns esclarecimentos adicionais. Assim, a primeira, Santa Auta, tema central do painel de azulejos, era uma das servas que acompanhavam em peregrinação Santa Úrsula. Quer Santa Auta quer Santa Úrsula, ambas foram martirizadas na cidade de Colónia e da qual resultou uma lenda que ficou conhecida pelas Onze Mil Virgens. Mais à frente retomarei esta lenda. Convento da Madre de Deus O Convento da Madre de Deus, outrora pertença da Ordem de Santa Clara, fica situado na zona oriental (ou a Oriente) de Lisboa. A Ordem de Santa Clara (ou Ordem das Clarissas) era uma ordem religiosa monástica feminina católica e foi fundada em 1212 por São Francisco de Assis, que lhe redigiu a Regra, tendo sido aprovada pelo Papa Gregório IX (Papa a quem se deve a triste memória da criação do Tribunal do Santo Ofício, comumente designado de Inquisição). Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o exemplo de São Francisco de Assis e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana. O Convento da Madre de Deus foi mandado construir em 1509 pela Rainha D. Leonor. Falar do convento, sem antes deixar algumas notas históricas sobre D.Leonor, é omitir o papel social e religioso de uma das figuras femininas marcantes da História de Portugal. Num outro ponto de vista, essa omissão iria impedir todos vós de entender qual o contexto em que surge o convento e o porquê, enquanto tema tratado pelo Mestre Lima de Freitas no conjunto dos painéis de azulejos e o que ele representa como pano de fundo da Santa Auta. Tudo se irá unir e tudo fará sentido no final do presente tema. Fig. 1 – Convento da Madre de Deus 5 – Santa Auta: diante da Madre de Deus – Santa Auta e Santa Úrusla – Hernâni Cidade Pedro Juk
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 11/31 D.Leonor (1458-1525), esposa do Rei D.JoãoII (1455-1495), era filha de D.Fernando e de D.Beatriz de Portugal. Foi uma das netas herdeiras da essência que caracterizou a Ínclita Geração pela parte de seu pai, geração a que aludi no tema anterior, embora a miúde, sobre o Convento do Carmo, enquanto “clone espiritual” do hermético Mosteiro de Santa Maria da Vitória na vila da Batalha e tudo o mais que lhe está subjacente à Dinastia de Avis. D.Leonor de Avis, pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia e mais virtudes cristãs, recebeu dos historiadores o epíteto de "Princesa Perfeitíssima", em alusão directa ao cognome pelo qual ficou conhecido o seu marido; O Príncipe Perfeito. D.Leonor casa com o seu primo direito João quando apenas tinha 12 anos de idade e o noivo 15. Tendo crescido juntos e amigos de longa data, tiveram um casamento unido, que nem quando o rei teve de executar o irmão mais velho da Rainha, o seu primo e cunhado Diogo, duque de Viseu e Beja, e mandar julgar e decapitar o seu outro cunhado Fernando II, Duque de Bragança, ambos por traição e conjura a favor dos primos da Casa de Bragança, o seu casamento se viu afectado. Foi a primeira das ocupantes do trono português com “sangue da Casa de Bragança”, casa que sucede à de Avis. Á morte do Rei D.João II, sucede-lhe o irmão de D.Leonor, o Rei D.Manuel I, tornando-se assim o primeiro herdeiro jurado do trono de Portugal da Casa de Bragança. Fig. 2 – D. Leonor de Avis e o seu esposo, D.João II, O Príncipe Perfeito (na imagem de fundo, elementos iconográficos relacionados com os Descobrimentos) D.Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansão marítima portuguesa, no qual o seu marido teve um papel determinante na preparação da descoberta do caminho para a Índia, estando Lisboa à época transformada na capital europeia do comércio de riquezas exóticas. Conta-se que foi ao seu tempo a mais rica princesa da Europa, riqueza que cresce exponencialmente com a “Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia” por Vaco da Gama em 1498, já no reinado do seu irmão, o Rei D.Manuel I. D.Leonor foi uma herdeira desse espírito de epopeias marítimas, recebendo essa herança pela via do seu do pai, que foi filho adoptivo do Infante D. Henrique, o Navegador e acerca do qual me referi a miúde no painel dedicado a S.Vicente, quando aludi ao Promontório de Sagres. Mercê das enormes riquezas que recebeu de reinado anterior, do seu marido e posteriormente de seu irmão, emprega-as na prática da caridade constante, no patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres. Foi graças a D.Leonor que através do seu encorajamento e financiamento ao projecto de Frei Miguel Contreiras, se criaram as Misericórdias em todo o Reino, sendo considerada uma notável iniciativa precursora em toda a Europa. Nada do género existia noutros Reinos. A rede de Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no seu papel social e caritativo a que a rainha a destinou à data do seu estabelecimento. Em viúva, D.Leonor, apelidada de a “Rainha Velha”, manteve grande destaque na corte lusitana, sendo regente do reino mais do que uma vez. Apoiou D. Manuel I, já sua condição de Rei, na fundação do Hospital de Todos os Santos em Lisboa, o melhor hospital da Europa no seu tempo, tendo estado também na origem da fundação do hospital termal n cidade das Caldas da Rainha, cuja construção e funcionamento custeou, e que dela tira o seu nome. Ainda hoje a cidade das Caldas da Rainha mantêm como Armas da Cidade no seu Brasão, as da Rainha Leonor. Temos assim, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o Camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D.João II (o Pelicano) e que podemos ver na fig.3. Vamos ver repetidos estes dois emblemas mais à frente neste texto e já no contexto do Convento da Madre de Deus e sobre os quais me irei debruçar um pouco mais.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 12/31 Fig. 3 – Armas da Cidade de Caldas da Rainha em Portugal, contendo à esquerda o emblema de D.João II e à direita o de D.Leonor Desprezando a vida mundana, D.Leonor retirou-se para o seu Paço de Xabregas, junto com a imensa casa dos seus servidores e criados. Apesar de se situar relativamente perto do Terreiro do Paço, a residência independente em Xabregas permitia-lhe uma vida mais serena e propícia à devoção e austeridade religiosas que se determinou a seguir, ao tomar o hábito laico de viúva. D.Leonor foi sem dúvida uma das mais notáveis soberanas portuguesas de todos os tempos, pela sua vida, importância, influência, obra e legado aos vindouros. O mais belo e notável dos monumentos, ou edifícios que a rainha D.Leonor ordenou que fossem construídos, e onde repousa, é o Convento da Madre de Deus. Construído numa matriz em estilo gótico manuelino, abriga hoje o Museu Nacional do Azulejo, constituindo um dos mais ricos patrimónios culturais portugueses. Foi fundado em 1508 e mandado construir em 1509, e desde então ficou sempre integrado na Casa das Rainhas. Foi ocupado por Clarissas, Franciscanas Descalças da primeira regra de Santa Clara, à qual a própria rainha, enquanto viúva, fez voto, e quis obedecer. Foi ao longo dos tempos sujeito a magníficas intervenções arquitectónicas e a luxuosa decoração, tendo possuído um excepcional património em ourivesaria e obras de arte. Do tempo da sua fundação restam sobretudo no interior o piso térreo, notável pelo seu Claustro, e a chamada Capela de D. Leonor, local onde, de modo humilde (está deposita no chão) se encontra o seu corpo. Sobrevivente ao terremoto de 1755, no exterior existe ainda a fachada, ornamentada com belos portais e janelas em puro estilo manuelino, que dantes davam directamente para as areias da praia de Xabregas, sobre o Tejo, como se observa numa gravura que retrata essa época. Fig. 4 – Vista de época da praia de Xabregas e ao fundo o convento O convento representa simultaneamente a síntese da vivência monástica e o desprendimento material de D. Leonor, soberana de Portugal, devota senhora, profundamente católica, que se entregava às emoções de uma espiritualidade cristológica. Referida na “Crónica Seráfica” de Frei Jerónimo de Belém e num texto do padre Mestre Jorge de São Paulo como “Rainha Perfeitíssima”, D.Leonor fez-se rodear por uma elite intelectual onde pontificava Cataldo Sículo, poeta siciliano e um dos responsáveis pela introdução dos ideais humanistas em Portugal, deixando o seu nome também associado ao teatro de Gil Vicente e início da imprensa. O patrocínio régio a instituições semelhantes era, na época, habitual, embora, neste caso específico, a grandeza da atitude da Rainha se tenha sobreposto a uma mera questão de sensibilidade religiosa.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 13/31 Fig. 5– Imagens do Convento: (da esq.ª p/dir.ª) – Pormenor do portal, interior da igreja e o claustro manuelino Posteriormente, nos reinados seguintes, o edifício foi sendo remodelado e ampliado. Destruído pelo terramoto de 1755, foi reedificado e sofreu de novo obras de restauro. No ano de 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo então Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas existentes em Portugal, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data que marca definitivamente o seu encerramento. Sobre D.João II acerca do qual pouco se referiu neste texto, convém anotar, em respeito da sua memória, a forma e os meios com os quais estabelece e dá continuidade à estratégia da Diáspora dos Descobrimentos. Não cabe neste contexto desenvolver muito esta matéria, sendo contudo importante deixar algumas pequenas notas históricas. A mais relevante, consiste em recordar-vos que Cristóban Colombo foi contemporâneo de D.João II e esteve ao seu serviço. Contudo, relata-se que se terá incompatibilizado com o Rei, fruto de amores infleis com donzelas da corte e por isso o Rei o sentenciou com um severo castigo, obrigando Colombo a abandonar o Reino de Portugal. Eu considero e assumo “um risco especulativo”, que isso poderá(??) ter sido propositado e deste modo, criar um falso pretexto para fugir do reino, procurando refúgio político em Espanha e, deste modo, se embrenhar e obter informações (náuticas e navegação) junto da Corte Espanhola. Já aqui aludi no meu primeiro texto acerca de Portugal na JBNews e que agora vos recordo, que o historiador e romancista português, Mascarenhas Barreto, defende a tese de que que Cristóvão Colombo é(ra) português (ou Salvador Fernandes Zarco, segundo este autor, nome também pelo qual é conhecido). Diz-nos mais este autor de “que Colombo foi um AGENTE SECRETO de Dom João II, procurando enganar os reis católicos espanhóis com a pretensão da descoberta de um possível caminho marítimo até à Índia, diferente daquele que os portugueses procuravam”. Isto significa que D.João II já reunia informação relevante e deste modo pretendeu desviar as atenções de Espanha para um outro local - as Américas, que vieram a ser descobertas por Colombo. Ainda segundo o mesmo autor: “foi graças ao famoso engenho político de Dom João II e ao bom desempenho deste navegador ao serviço do Rei de Portugal - que foi possível o Tratado de Tordesilhas, com todas as vantagens para Portugal”. D.João II, com a colaboração de Colombo, dedicaram-se à obtenção de todo o tipo de informações necessárias para a continuidade da Diáspora e com eles fundar a ideia da necessidade de descoberta do caminho marítimo para a Índia, facto que a História nos confirma. Uma chamada de atenção; se atendermos às datas de três acontecimentos, faz sentido tudo o que se referiu, ora veja: em 1492 Colombo descobre a América; em 1494 é estabelecido o Tratado de Tordesilhas e em 1498, Vasco da Gama chega à Índia. Espantosa sequência esta de datas/acontecimentos a que não pode ser alheio o conhecimento que D.João II possuía, obtendo-o através de uma “rede de espionagem” que habilmente montou. É por este motivo que alguns historiadores consideram D.João II como um “Mestre da Espionagem”. E Cristóvão Colombo terá sido um elemento chave em todo neste processo? Fica mais uma resposta por dar. A realização do painel de azulejos tem como acontecimento central, a chegada das relíquias de Santa Auta a Portugal em 1517. Estas relíquias foram oferecidas pelo primo de D.Leonor, o Imperador Maximiliano I (1459-1519).
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 14/31 Fig. 6 – Chegada das relíquias de Santa Auta ao Convento da Madre de Deus (pintura do séc. XVI atribuída a Cristóvão de Figueiredo e Garcia Fernandes) Ao aludir ao Imperador Maximiliano I neste processo das relíquias, não podia deixar de dar também algumas notas a seu respeito, porque, como já por diversas vezes tive oportunidade de vos indicar, os assuntos não são estanques e como tal, os temas ligam-se entre si. Iniciemos então uma breve descrição, começando pelas relações familiares, e depois, algumas outras ligações que deixo para vossa pesquisa. Maximiliano I era filho do Imperador Federico III de Habsburgo e da Imperatriz Dona Leonor de Portugal (1436-1467), irmã de Afonso V. Verifica-se neste casamento a linhagem e ligação com Portugal. Mas como chegamos nós até aqui nestas descendências, sendo D.Leonor prima do Imperador Maximiliano I ? Sabendo nós que entre a monarquia se fizeram sempre casamentos de conveniência e muitas vezes até entre membros da mesma família para se manter a legitimidade na sucessão no trono, D.Leonor de Viseu e D.João II, surgem ambos com laços familiares entre si, como veremos na fig.7 e até de consanguinidade mas nada disto tira a relevância histórica que ambos tiveram ao seu tempo. Na figura seguinte não se encontram representados todos os membros dessas linhagens. Explica-se de uma forma sintética apenas a sucessão até se chegar ao Rei D.Manuel I, irmão de D.Leonor, que sucede no Trono de Portugal pela morte de D.João II. É no reinado de D.Manuel I que se dá a partida para a India, sendo este neste contexto que surge o Mosteiro dos Jerónimos, mosteiro este que será o tema que irei abordar no tema que se segue ao presente. No quadro genealógico que se segue, nota interessante para a linhagem de D.Nuno Alvares Pereira cujo “seu sangue” vemos entrar na Casa Real Portuguesa através de uma linhagem pela via feminina, sua filha Beatriz Pereira (bisavó de D.Leonor de Avis). Fig. 7 – (Parte da…) Genealogia da Dinastia de Avis e sucessão até Maximiliano I, primo de D.Leonor D.Filipa Lencastre (1359-1415) Origem: Inglaterra D.João I (1358-1433) 1º Rei da Dinastia de Avis D.Leonor Aragão (1402-1455) (Origem: Castela) D.Duarte I (1391-1438) Rei de Portugal Leonor (1434-1467) Origem: Portugal Frederico III (1415-1493) Sacro Império Romano- Austriaco Maximiliano I (1459-1519) Sacro Império Romano-Austriaco Maria de Borgonha D.Afonso V (1432-1481) Rei de Portugal Isabel Coimbra (1432-1455) D.João II (1455-1495) Rei de Portugal D.Leonor de Viseu (1458-1525) Casamento Casamento Casamento Casamento Fernando de Portugal (1433-1470) Beatriz de Portugal (1430-1506) Casamento Casamento Casamento Isabel de Barcelos (1402-1455) João (Infante) (1400-1442) Casamento Inês Pires Casamento Afonso I (1377-1461) Duque de Bragança Beatriz Pereira (1401-1415) Casamento D.Manuel I (1432-1455) Rei de Portugal Linha Sucessão de Reis de Portugal D.Nuno Álvares Pereira O Santo Condestável Maria de Aragão (1482-1517) Casamento
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 15/31 Mas regressemos a Maximiliano I. Há a registar três factos importantes carregados de simbolismo: o primeiro, o facto de ser um Mestre da Ordem do Tosão de Ouro; o segundo e o terceiro, as suas duas ofertas a D.Leonor, uma Pintura de Sião com o Templo de Salomão e a outra, as Relíquias de Santa Auta, sendo este o tema central deste trabalho. Mas há mais um quarto facto que o historiador português Manuel Gandra alude e que tem a ver com a oferta de uma outra relíquia por parte de Maximiliano I. A oferta de uma réplica do Santo Sudário (a mortalha de Cristo) que se encontra depositado na cidade italiana de Turim. Sobre esta mortalha mais não irei dizer, não porque o tema em si não seja fascinante mas porque ele não é o elemento central deste trabalho. Sobre a Ordem do Tosão de Ouro, diz-nos o historiador Vitor Manuel Adrião o seguinte: “A Ordem do Tosão de Ouro “teve o desígnio secreto de restabelecer os laços iniciáticos entre o Ocidente e o Oriente, rompidos pela destruição da Ordem do Templo”, segundo o tradicionalista René Alleau. Tal afirmação é corroborada por vários factos que a História regista: o primeiro deles será o de estarem presentes no momento da fundação desta Ordem vários nobres belgas e francos que andaram de ligações íntimas com a antiga Milícia Templária, abolida em 1312, afirmando o Diploma de Constituição desta Ordem que se destinava a “honrar os antigos cavaleiros que por seus altos e nobres feitos mereciam ser recomendados”, que não deixa de ser uma referência clara, apesar de encapotada, aos primitivos cavaleiros templários; o outro facto, revela a aproximação da religião cristã dos cavaleiros do Velocino, Velo ou Tosão de Ouro às ideias heterodoxas e mesmo herméticas das religiões judaica e islâmica, o que poderá interpretar-se como um restabelecimento dos laços iniciáticos ou espirituais entre o Ocidente e o Oriente. No dia 10 de Janeiro de 1429, para celebrar o seu casamento com a infanta D. Isabel de Portugal, filha do rei D. João I, o Duque de Borgonha, Filipe III, o Bom, fundou esta Ordem de Cavalaria do Tosão de Ouro “em reverência à Santa Virgem Maria e ao Bem-Aventurado Apóstolo Santo André”, segundo o diploma de constituição da mesma. O acto solene passou-se na Catedral do Precioso Sangue em Bruges, Bélgica, e nessa ocasião passeou-se entre os convivas “um carneiro vivo pintado de azul com os chifres dourados a ouro fino”, segundo Baron Reinffenberg, sendo emblemático do Agnus Castus, o “Cordeiro Casto” ou “Imaculado”, expressivo do mesmo Agnus Dei que tollis peccata mundi (“Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo”), que é o Cristo. Originalmente, a Ordem do Tosão de Ouro cimentava-se fortemente na Tradição Hermética, muito particularmente na Alquimia, transpondo o mito grego do argonauta Jasão que recolheu a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo pendurada num carvalho sagrado na Cólquida, ao sul das montanhas do Cáucaso, como já contava Homero no século VIII a. C. Ora o carneiro, ou melhor, o velocino de ouro tonsado (donde tosão) por Jasão, aponta a demanda do tesouro espiritual, o da sabedoria divina em que assentam os veredictos ou ordálios reais, de acordo com a natureza real desta Ordem de Tonsura. Jasão vem a ser tanto o ordálio quanto o alquimista ou adepto do fogo real capacitado a fabricar a Pedra Filosofal, ou seja, a atingir a quintessência da Matéria e com ela iluminar-se física e espiritualmente. Se o carvalho é indicativo do templo filosófico que é o laboratório alquímico, Jasão é o protótipo do Sábio Iluminado, e posteriormente o mito de fundação da Ordem do Tosão de Ouro associaria esse herói grego à pessoa do próprio Apóstolo Santo André, pondo os predicados mitológicos daquele que igualmente evangelizara o país onde Jasão estivera em busca do Velocino, assim transformado em padroeiro dos alquimistas e construtores livres, enquanto Santa Maria seria associada à própria Matéria-Prima e o Cristo ao cordeiro de ouro expressivo da Pedra Filosofal”. Outra das marcas simbólicas, reside no facto de alguns dos monarcas que se lhe seguiram, portarem a insígnia do Tosão de Ouro, o que pode querer significar que Portugal nunca quis abdicar da sua vocação de entre os restantes países europeus, de preservar a sua ligação Oriental. Na fig. 8 surge o Rei D.Pedro I do Brasil, D.Pedro IV de Portugal, ele próprio portando a insígnia do Tosão de Ouro. Poderá significar essa herança dos seus antecessores nessa ligação iniciática entre o Ocidente e o Oriente a que se refere Vitor Manuel Adrião? Fica a resposta por dar.
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 16/31 Fig. 8 – Imperador Maximiliano I com a romã na mão e ao cimo a insígnia. A Insígnia do Tosão de Ouro. D.Pedro I do Brasil portando a insígnia do Tosão de Ouro Há também um outro pormenor simbólico a reter e que consiste na representação de uma romã. Na imagem da esquerda (fig.8) Maximiliano I fazia-se representar com uma romã, simbolizando, segundo Carlos Fortes no seu blog: “Usou-a para simbolizar a união na multiplicidade do Império Romano- Germânico sob a sua autoridade.” Império no qual a linhagem portuguesa esteve representada através dos múltiplos casamentos. A Pintura de Sião com o Templo de Salomão, foi outras das ofertas do Imperador e é uma obra carregada de simbolismo. A pintura tem como cenário a cidade de Jerusalém, estando focalizada no monte de Sião, onde se supõe ter sido construído o Templo de Salomão. As várias cenas simultâneas referem os vários passos da vida de Cristo. A rainha fez questão de se representar nesta pintura, tendo solicitado quando o quadro chegou a Portugal, a sua inclusão e fazendo-se acompanhar de uma outra personagem mas cuja identidade se desconhece. Não se sabe o motivo pelo qual a Rainha quis estar representada. Talvez por nunca ter estado em presença física na Jerusalém Terrena mas antes quisesse estar para sempre ligada à Jerusalém Celeste? Podemos ver D.Leonor em baixo no canto inferior esquerdo. Ao centro, encontra-se representado o Templo de Salomão. Que significado terá tido esta oferta a D.Leonor e esta nele se auto-representar? Mais uma resposta fica por dar. Fig. 9 – Pintura no Convento da Madre de Deus em Lisboa, efectuada pela Escola de Hans Memling (1501-1510) e um detalhe de D.Leonor neste painel.
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 17/31 O Painel de Azulejos Chegamos finalmente ao painel de azulejos. Parece-nos que fica pouco por acrescentar? Mas não é assim, ainda temos elementos de forte pendo simbólico a anotar. Creio que o painel de azulejos sintetiza todos os elementos históricos que anteriormente se aludiu? É claro que há neste painel um apelo à vocação contemplativa, de ascese espiritual e de exercício místico patente em todos os elementos figurativos que o compõe. Trata-se de um painel com um pendor marcadamente feminino, matriarcal, uterino, contemplativo, cuja presença da noite e da Lua, do convento e de Santa Auta, esotérico na sua essência, acentuam esse lado feminino na geografia simbólica da cidade de Lisboa, em oposição ao painel masculino, exotérico, activo, “solar”, fálico (a espada na mão) do Santo Condestável, que abordei no tema anterior. Ainda reforçando a componente feminina do painel, nota para um acrónimo alfanumérico - “11 M.V.”, presente na parte final da filactera que esvoaça ao vento. O número 11 e as abreviaturas “M. e V.” aludem no seu conjunto à lenda católica das 11.000 virgens. Da lenda das Onze Mil Virgens, diz-se que Úrsula era filha do rei romano-britânico Donaut de Dumnonia, no sudoeste da Inglaterra. Esta empreendeu uma viagem marítima para se juntar ao seu noivo, o governador pagão Conan Meriadoc da Armórica (península da Bretanha) juntamente com onze mil servas virgens (sendo uma delas S.Auta). Pelo caminho foram surpreendidas por uma forte tempestade que “miraculosamente” as conduziu para a Gália, onde Úrsula declarou que antes de se casar faria uma peregrinação por toda a Europa. Tomou o caminho de Roma com as suas servas e conta-se que terá persuadido o Papa Ciríaco e o bispo de Ravena, Sulpício, a juntarem-se nesta peregrinação (fig.10). Seguiram depois para a cidade de Colônia mas a cidade estava sitiada pelos Hunos. O rei dos Hunos, Átila, encantado com a beleza e a modéstia de Úrsula, ofereceu-se para poupá-la se ela aceitasse casar com ele. Ela recusou e o rei matou-a com uma flecha. Seguiu-se o sacrifício das servas virgens (fig.10) que a acompanhavam, decapitando-as e que, segundo a lenda, se terão também recusado casar com os soldados. Acerca destes acontecimentos se apontam três datas: em 238, 283, 383 D.C. Úrsula foi posteriormente canonizada como mártir. Existem versões históricas que indicam que estes acontecimentos se tratam de uma cristianização da Deusa Nórdica Freya, a Deusa que recebia os espíritos das virgens mortas. Eu partilho desta versão. Fig. 10 – Na imagem da esquerda Úrsula recebida pelo Papa, tendo como pano de fundo, o Castelo de Santo Ângelo. À direita, o sacrifício das 11 Mil Virgens A figura de Santa Auta representada no painel assemelha-se à figura de Santa Úrsula presente noutra pintura. Sem o esclarecimento que prestei no início deste texto, poderíamos ser levados a cometer o erro de que se trataria de uma única personagem mas assim não acontece (fig. 11). Na imagem da esquerda, a autoria do retábulo é de um Mestre pintor desconhecido, enquanto o retábulo da direita se deve à autoria do Mestre pintor português Gregório Lopes (1490/1550).
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 18/31 Fig. 11 – Na imagem da esquerda, Úrsula e o seu noivo, o Príncipe Conan e à direita, Santa Auta defronte do Convento da Madre de Deus (pintura de Gregório Lopes) Nota sobre alguns elementos iconográficos (que depois se repetem no painel de azulejos), surgem representados em ambas as imagens, como se de conexões simbólicas se tratassem entre si. Ter-se-ia Gregório Lopes inspirado na primeira? A repetição dos elementos iconográficos e as semelhanças faciais poderia dar-nos essa resposta? Mas deixemos por ora essa pesquisa entregue aos historiadores de arte. Passemos a dar nota de outros elementos tanto quanto iconográficos quanto simbólicos. Ambas as figuras estão coroadas. Pela sua forte semelhança, nos parece até que se trata da mesma coroa. De facto trata-se de da mesma coroa mas não pelos seu design comum. Trata-se da coroação do martírio, da consciência comum que une ambas as personagens entre si pela forma como através de morte física se libertaram e se elevaram espiritualmente. Ambas portam numa das mãos uma flecha com a qual foi morta Santa Úrsula pelo rei dos Hunos, Átila, significando isso a sua morte física ou sacrificial. Um outro aspecto muito interessante pelo seu pendor simbólico, observamos que Santa Úrsula tem cingido à sua cintura um tecido, enquanto Santa Auta porta um outro “tipo” de cinto. Nesta última será o “Cinto de Castidade” ou será um outro cinto mas representado numa outra iconografia que os distingue entre si? Considero que simbolicamente ambos representam o mesmo, senão vejamos a seguir. Em Santa Úrsula o tecido está atado com um nó e esse nó é, o “Laço do Amor”. É o laço que une as naturezas contrárias através do Amor. Não o Amor cupiditas temporalis que falava Santo Agostinho mas antes o Amor Iniciático, Supremo, Divino. É o mesmo Amor (anote-se Amor como anagrama de Roma) dos Fideli d`Amore/Fiéis do Amor em Dante Alighieri, em Camões, que dos seus poemas se extrai o seguinte; “segundo o Amor tiverdes, tereis o entendimento de meus Versos” e em Sampaio Bruno, Pensador Português e o último dos herdeiros dos Fideli d`Amore/Fiéis do Amor ou se quisermos, dos Cavaleiros do Amor. É também este mesmo Amor de natureza iniciática, contemplativo, esotérico e de iluminação interior na procura da Chispa Divina que se encontra presente no Rito Adonhiramita. Os Amados Irmãos, são os Irmãos Adonhiramitas unidos entre si pelo Amor e consagrados através da ritualística simbólica, que mais não é na sua plena essência do que um Laço do Amor. Na figura de Santa Auta Sendo o cinto cingido, de facto pode remeter-nos para um cinto de castidade, cinto como sinal de pureza? Pode assumir-se que sim. Mas eu considero que não o é, pois em diferentes contextos iconográficos, o Laço do Amor também surge representado, para além de cordas e tecidos, também sob a forma de cintas, correntes ou de fivelas. No seu aspecto hermético-simbólico, trata-se pois do mesmo laço. E é este mesmo Laço do Amor que vemos representado no painel de azulejos, não na figura de Santa Auta mas na filactera que sopra ao vento. É um laço amoroso que, completado na sua simbólica pelos acrónimos (R.E.R 11 M.V.) presentes na filactera, une todos os elementos histórico-simbólicos presentes no painel. Segundo Lima de Freitas, a fonte de inspiração para este painel de azulejos foi a Farsa Auto da Lusitânia do português Gil Vicente (1465/1536). Bom, mais um novo tema dentro do tema, perguntam vocês? Assim é de facto. Esta Farsa encontra-se dividida em duas partes ao longo da qual surgem diferentes personagens mas é sobre a segunda parte que me irei debruçar em resumo, pelo motivo que irão constatar a seguir:
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 19/31 “Numa fantasia alegórica, a segunda parte desta Farsa aborda a origem mítica de Portugal. Da união entre a ninfa Lisibea e o Sol nasce a filha Lusitânia, que herda a beleza materna. Lusitânia desperta em Portugal, um caçador grego, um profundo interesse. A ninfa sente ciúmes da filha, morre, e é enterrada no local onde se veio a edificar a cidade de Lisboa. Assiste-se posteriormente ao casamento de Portugal com a princesa Lusitânia. Dinato e Berzebu, encarregues de relatar a Lúcifer tudo o que se passa, escutam o diálogo entre Todo o Mundo e Ninguém. O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo. Belzebu e Dinato tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens. Berzebu conclui com a célebre frase "Todo o Mundo é mentiroso e Ninguém diz a verdade”. Aludindo às figuras, Ninguém representa D.Leonor, Santa Úrsula e Santa Auta, enquanto Todo Mundo representa os Hunos, Átila e o mercantilismo da riqueza exótica que imperava em Lisboa à época. Agora presentes ante o painel (fig. 12), destaca-se à esquerda a fachada manuelina da Madre de Deus e à direita, a figura de Santa Auta. Semelhante na sua iconografia à representada no retábulo de Gregório Lopes patente no Museu de Arte Antiga em Lisboa, esta figura surge-nos na sua iconografia semelhante às duas que mais atrás referi. Fig. 12 – Na imagem da esquerda, Úrsula e o seu noivo, o Príncipe Conan e à direita, Santa Auta defronte do Convento da Madre de Deus Santa Auta, vestida de vermelho e branco, representam as cores cristãs que simbolizam a vitória espiritual sobre a matéria. Na mão esquerda segura um livro e por este passa uma palma, símbolo do seu martírio. No peito porta um diadema que é atravessado/trespassado por uma flecha, numa clara alusão à morte sacrificial perpetrada por Átila, Rei dos Hunos. O convento, situado a Oriente de Lisboa, onde o Sol nasce, configuram esta geografia uterina, de nascimento, de aurora. Ele também nos remete para o início da Obra Alquímica presente em Lisboa, o Rubedo, sendo o Albedo representado pelo painel “solar” do Santo Condestável (+ o convento do Carmo), e o Nigredo, pelo Mosteiro dos Jerónimos. A Lua a encimar o convento conjuntamente com o comboio nocturno que vemos ao fundo da composição, reforçam o lado nocturno e contemplativo da composição. Em cima á direita, surge o Camaroeiro, símbolo heráldico de D.Leonor. Mas a sua representação neste particular contexto comporta uma mensagem maior. Segundo o historiador Manuel Gandra; “Trata-se de um símbolo eminentemente cosmológico. A cordoaria e a malha/rede denotam uma subtil textura que liga (através dos sucessivos nós) os diferentes planos de consciência e estados de existência entre si e o próprio Princípio (Deus), como parece depreender-se da seguinte passagem do profeta Oseias (XI,4): Eu os atraí com as cordas com que se atraem os homens, com as prisões da caridade”. Por tudo o que se
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 20/31 disse sobre D.Leonor, torna-se clarividente o que refere este historiador. Para além de vermos neste camaroeiro, ladeado por dois laços, os Laços do Amor, como um duplo reforço de união. Em cima à esquerda, uma figura de fortíssimo pendor hermético. Trata-se de um escudo contendo no seu interior o enigmático número 515, número que surge na Divina Comédia de Dante, e acerca do qual o Mestre Lima de Freitas se embrenhou em o desvelar. Per si este número era motivo para um tema, tal é o seu conteúdo hermético. De tudo o que se escreveu anteriormente e tudo o mais que a nossa História comporta, transparece que Portugal é uns país que contém uma "riqueza ocultada de tradição mítico- espiritual" e que Fernando Pessoa na sua ‘Mensagem’ profetizou: “Cumpriram-se os Mares, o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!”. O Portugal do V Império, aquele que o Padre António Vieira referia percebendo a própria profecia bíblica da visão de Daniel face ao mundo futuro e uma Nova Era Universal que tinha (ou tem??) como Axis Mundi, precisamente Portugal. O Mestre Lima de Freitas, sabia de tudo isso (e muito mais do eu… afianço!!) e por isso aqui de uma forma subtil nos remete para toda esta tradição mítica-espiritual, tradição esta que se reflecte em toda a sua obra plástica e nos livros que escreveu. Sem me adiantar muito mais, ficou aqui um resumo do significado do número 515 e um desafio a todos vós para que investiguem mais acerca dele… Por fim, falta abordar o acrónimo “R.E.R.” presente no início da filactera. Este misterioso acrónimo de letras, segundo o Mestre Lima de Freitas, “estavam gravadas nos balaústres dos ângulos da fachada do Convento da Madre de Deus, e que num terramoto ocorrido no passado século em Lisboa, foram destruídas”. Não consegui apurar mais informação sobre o seu significado. Mas irei continuar esta pesquisa. Ainda segundo o Mestre Lima de Freitas, as mesmas enigmáticas letras podem ainda hoje ser vistas em Bourges (Bélgica) numa capela do Hotel Lallemant. No livro de Fulcanelli, “O Tempo das Catedrais”, explanação de excelência sobre o trabalho da Obra Alquímica traduzida na Pedra, nele o autor refere o Hotel Lallemant, assim como o “Palais Jacques Coeur”. Para quem esteja interessado em saber mais, aconselho primeiro a leitura do referido livro e depois, uma posterior pesquisa na net acerca deste fascinante tema.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 21/31 Este Bloco é produzido pelo Irmão Pedro Juk, às segundas, quartas e sextas-feiras DE pé ou sentado? Em 01.09.2015 o Respeitável Irmão Márcio Pelegrini, sem declinar o nome da Loja, REAA, GOB-PR, Oriente de Chopinzinho, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte: marciopelegrini@hotmail.com Caro Irmão Pedro, tratando do REAA, Grau 1, quando o Venerável Mestre pede para o 1º Vigilante verificar se todos os presentes nas Colunas são Maçons, o manual orienta que o 1º Vigilante diga, após a batida de malhete: Em pé e a Ordem em ambas as Colunas. Diz também que ele faz a verificação de seu lugar... Nesse momento, o 1º Vigilante deve fazer a verificação em pé e a Ordem ou sentado? Considerações: - Deixando a redundância do ritual de lado, já que ninguém fica à Ordem sentado – de pé e à Ordem (sic) – o Vigilante cumprindo a sua segunda obrigação, ainda sentado, ordena que todos fiquem à Ordem em ambas as Colunas. Prontamente os ocupantes das Colunas (inclusive o Segundo Vigilante) o obedecem. De imediato assim também se posta o Primeiro Vigilante – desse modo, todos, sem exceção, nas Colunas ficam à Ordem (os Vigilantes deixam os seus malhetes). Compondo o Sinal Gutural, o Primeiro Vigilante então do seu lugar observa e a seguir comunica o Venerável Mestre conforme prescreve o Ritual. Uma atenção ao procedimento: o Primeiro Vigilante deve ter discernimento necessário para observar um pequeno espaço de tempo entre o seu comando e a execução da sua ordem nas Colunas e por fim, quando ele mesmo se posiciona à Ordem. O motivo dessa sequência de curto espaço de tempo é para que de modo lógico, primeiro os demais para ele se identifiquem antes que ele próprio se posicione também à Ordem. Finalizando, como foi citado na pergunta o Manual, cabe ainda alertar que todos os Manuais de Dinâmica Ritualística estão suspensos desde 2.009 pelo Soberano Grão-Mestre pelo Decreto nº 1.102 datado de 15/05/2009 em seu Artigo 5º conforme transcrito abaixo: “Decreto 1102, Artigo 5º - Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação revogada todos os Manuais de Dinâmica Ritualística (o grifo é meu) e as disposições em contrário”. T.F.A. PEDRO JUK – Out/2015 jukirm@hotmail.com – 6 – Perguntas & Respostas Pedro Juk Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 22/31 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 05/03/2005 Aurora Florianópolis 10/03/1972 Templários da Justiça Lages 15/03/1998 Estrela do Sul Lages 18/03/1998 Jacy Daussen São José 18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí 19/03/1993 III Milênio Curitibanos 19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma 20/03/1949 Januário Corte Florianópolis 23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema 24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis 30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville 30/03/1999 Círculo da Luz Joinville 31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú 31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga 7 – DESTAQUES JB – Resenha Geral Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de Março
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 23/31 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú 14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas 16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União 16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis 19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas 21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul 21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú 29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville 29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão 29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça 30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome da Loja Oriente 11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí 17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó 18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira 20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí 21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba 24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau 28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis 30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 24/31 A Grande Loja de Santa Catarina prepara-se para comemorar o seu Jubileu de Diamante em evento a ser realizado no dia 23 de abril, em sua sede, localizada no Campeche, à Avenida Pequeno Príncipe, em Florianópolis. Uma vasta programação foi elaborada iniciando-se às 09h00 com assembleias plenárias restritas aos Veneráveis Mestres e Vigilantes das lojas da jurisdição, podendo, também participar, os Mestres Maçons. Para às 11h00 está prevista a Assembleia Ordinária da AMASOL. A expectativa maior, no entanto, está prevista para às 17h00 quando haverá a Assembleia do Povo Maçônico com destaque para o Aniversário da Grande Loja de Santa Catarina. Um bem elaborado programa será desenvolvido e que obedecerá a seguinte programação: 1. Obliteração do Selo Comemorativo aos 60 anos de fundação da GLSC 2. Lançamento do Livro “60 anos de História” 3. Lançamento do Hino da GLSC 4. Premiação do Concurso “Pitágoras de Peças de Arquitetura 2015” 5. Entrega de Diplomas de “menção Honrosa” 6. Concessão de Diplomas e Medalhas do “Mérito Maçônico” 7. Concessão de Diplomas e Medalhas “21 de Abril” 8. Concessão da Comenda de Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 9. Concessão da Comenda “Elimar Baumgarten” 10. Celebração de Tratados 11. Mensagem do Grão-Mestre Às 21h00 haverá jantar por adesão, comemorativo ao Jubileu de Diamante, no salão de eventos da Grande Loja de Santa Catarina. OJB News estará presente com cobertura completa dos 60 anos de atividades da Grande Loja de Santa Catarina.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 25/31 Loja Filadélfia ( GOB/BA) (do correspondente Ir. Glauber Santos Soares) – Comitiva da Loja Filadélfia esteve presente na Palestra: “O Templo de Salomão” proferida na noite desta segunda-feira (28) pelo Rabino Joseph Saltoun. O evento ocorreu no templo nobre da Loja Maçonica Fraternidade Conquistense situado na Rua Pastor Valdomiro de Oliveira Bairro Candeias na cidade de Vitória da Conquista BA.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 26/31 I Seminário Adonhiramita da Bahia Convidamos aos Amados Irmãos, para o primeiro seminário Adonhiramita (ECMA), a ser realizado em 08 e 09/04/2016, local Hotel Ibis. informações e inscrições 75-98101.8833 ou www.ritoadonhiramita.ba.com.br, valor inscrição R$ 120,00, haverá também uma programação para as cunhadas (passeios, etc) - Feira de Santana - Bahia. TFA - Edward Santos
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 27/31 Loja Maçônica “UNIVERSO II” nº 57 Fundada em 17 de setembro de 1993. Jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina Rua Almíscar, 33 – Bairro Monte Verde – 88032-300 - Florianópolis - SC. Dia das Sessões às 1ª e 3ª Sextas Feiras às 20 h C O N V I T E A A RlS “UNIVERSO II” nº 57, tem a honra e a satisfação de convidar os IIre digníssimas Famílias para participarem da SESSÃO BRANCA ESPECIAL “HOMENAGEM AO IR GILBERTO JOSÉ GRAFF”, pelos seus 22 anos dedicados à ARLS“UNIVERSO II” nº 57, agora com transferência para a ARlS “Rei David” nº 58 e Jantar após a Sessão, no dia 01.04.2016 (sexta-feira), às 20:00h, no Templo e Salão de Festas da Associação Beneficente e Cultural Luz do Oriente – ABCLO, Rua Almíscar, 33 – Bairro Monte Verde – Florianópolis – SC, com a seguinte programação: Data: 01 de Abril de 2016 (sexta-feira) às 20:00hs, Sessão Branca “Homenagem ao IrGilberto José Graff” pelos seus 22 anos dedicados à Loja; Jantar: - 21:30h (aprox.) – Jantar Italiano a cargo do Buffet “Massas Caseiras Alvarito” com cardápio de 4 tipos de Gratinados (Rondellis, Lazanhas e Canellonis), 2 tipos de Espaghettis, Saladas, Caponata e Sobremesa; Valor do Jantar: - Por adesão a R$ 40,00 por pessoa; Bebidas: - Os IIrpoderão adquirir bebidas no local ou poderão trazer outras bebidas de suas preferências; Confirmação: - até o dia 30.03.2016 (quarta-feira) diretamente com o Chanceler Ir.’. Thiago Fabeni Habkost pelo telefone Cel. (48)8815-2331(Tim) ou e-mail thiago@fabeniadvocacia.adv.br Antecipadamente, agradecemos a presença dos IIr e Famílias. Fraternalmente, Altani Luiz de Oliveira Gonçalves Venerável Mestre
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 28/31
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 29/31 Templo da Loja Maçônica Branca Dias nº 1 Av. Gen. Osório, 128, Centro, João Pessoa - PB - bicho infeliz o homem... tem peitos sem leite, ovos sem casca, passarinho sem asa, e saco sem dinheiro!
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 30/31 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 – A casa da Virgem Maria, Éfeso, Turquia: https://www.youtube.com/watch?v=o06ibXUoJdE 2 – Melhor vídeo motivacional: https://www.youtube.com/watch?v=cJYsTg6WLa0 3 – Magnífico documentário. Um exemplo de vida. http://blogdoanatolli.blogspot.com.br/2016/03/a-senhora-do-numero-6.html 4 – Holanda: https://www.youtube.com/watch?v=KDSp2zv2K-A 5 – Grécia: https://www.youtube.com/watch?v=-8xf5CDG39Q 6 – Turismo em Natal: https://www.youtube.com/watch?v=DIv4SFM4WHA 7 – Filme do dia: (Os A Vida Privada dos Poderosos – Tsares) documentário – dublado Sinopse: Desde o tempo dos faraós do Egito aos grandes e famosos Reis e Rainhas da Inglaterra, o velho ditado foi provado por diversas vezes: "O Poder corrompe, O Poder absoluto corrompe absolutamente". É um pesadelo ser famoso hoje em dia e a imprensa segue todos os seus movimentos e registra todas as suas indiscrições. No passado aqueles que nos governavam não tinham esse problema. Não precisavam ter fotógrafos e jornalistas relatando seus mais intimos segredos. Estavam a salvo das manchetes e revistas. Hoje vamos acabar com esses segredos e mostrar a vida privada. A vida privada dos antigos governantes é uma série que conta histórias de reis homossexuais, rainhas pervertidas, governantes estranhos e loucos czares russos. Com recriações atmosféricas e reconstruções históricas, esse documentário separa o mito da imagem e demonstram de fato que corrupção e desonestidade são tão antigos quanto a própria humanidade. https://www.youtube.com/watch?v=ON8kcduZgNo
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.006 – Florianópolis (SC) - quarta-feira, 30 de março de 2016 Pág. 31/31