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01 PLANETA DESIGN




                                              de pai
                                              PARA FILHO
                                              Filho do multiprofissional José Zanine
                                              Caldas, Zanini de Zanine mostra que
                                              talento também se encontra no DNA


                                              TEXTO Renata Caetano FOTOS Ismar Ingber




                                                                            Filho do mestre da madeira, José Zanine Caldas (1919-2001), Zanini de Zanine nas-

                                                                         ceu em 1978, época em que seu pai entrava na casa dos 60 anos e já era reconhecido

                                                                         por seus talentos. Tra-balhou como arquiteto, escultor, paisagista e maquetista, mas foi

                                                                         como designer de móveis que seu nome alcançou maior projeção. Pai e filho, donos de

                                                                         espíritos ousados e criativos, conviveram por apenas 20 anos. Parece pouco, mas foi o

                                                                         suficiente para instigar a herança artística de Zanini.

                                                                            “Por eu ter sido o filho caçula, acredito que ele tenha aproveitado melhor o mo-

                                                                         mento da paternidade. Nós viajávamos muito, tínhamos um contato muito íntimo, de
        AQUI, O DESIGNER CARIOCA
        ZANINI DE ZANINE EM MEIO A
                                                                         cumplicidade mesmo”, diz Zanini, que, entre outras coisas, adquiriu do pai o gosto pela
        SUAS CRIAÇÕES. NA PÁGINA AO LADO,
                                                                         madeira como elemento de trabalho. “Me interesso por trabalhar com madeira, não só
        CADEIRA TREZ, DE ZANINI, E BANCO X,
        DE ZANINE CALDAS: EXEMPLARES DA                                  por suas características práticas, mas, principalmente, pela relação afetiva que tenho
        CRIATIVIDADE DE PAI E FILHO
                                                                         com ela desde a infância”, explica o designer. “O cheiro, a textura, a cor... Tudo lembra

                                                                         minha juventude”, conta ele.
01     PLANETA DESIGN




                                                                                       micas, uma vez que não tinha diploma de arquiteto. “Meu pai foi um
                                                                                       desbravador, um autodidata em um período em que tudo era mais
                                                                                       difícil. Hoje, por exemplo, há computadores avançados, novas tec-
                                                                                       nologias, novos tipos de material...”, diz Zanini.
                                                                                          O talento inegável do designer baiano não ficou limitado às fron-
                                                                                       teiras brasileiras. Em 1989, o Museu de Artes Decorativas do
                                                                                       Louvre, em Paris, sediou uma exposição com obras do artista, que
                                                                                       incluía maquetes, móveis e fotos de casas que construiu. Por seus
                                                                                       projetos, a Academia Francesa de Arquitetura deu a Zanine uma
                                                                                       medalha, uma honra que equivalia a um diploma. Mas, no Brasil, o
                                                                                       reconhecimento oficial só veio mesmo em 1991, quando o Instituto
                                                                                       de Arquitetos do Brasil concedeu ao mestre o título de arquiteto
                                                                                       honorário, por seus feitos e por sua história.


                                                                                          influências decisivas
                                                                                          Ao contrário do pai, que desde a infância se interessava em criar

     Foi como designer de móveis que o nome de Zanine Caldas alcançou maior projeção   objetos a partir de materiais disponíveis – como transformar caixas
                                                                                       de papelão em presépios de Natal –, Zanini, quando criança, pen-       EM SENTIDO HORÁRIO, AS POLTRONAS N, BUM E Z E O BAR Z REVELAM
                                                                                                                                                                A PAIXÃO DE ZANINE CALDAS (NA PÁGINA AO LADO) PELA MADEIRA
                                                                                       sava em ser diplomata. “Eu tinha essa ideia pelo fato de viajarmos
     Na década de 40, José Zanine Caldas começava a firmar conta-                      muito. Foi só um pouco antes de prestar o vestibular que optei pelo
tos importantes ao produzir maquetes encomendadas por arquitetos                       curso de Desenho Industrial”, conta o carioca, de 32 anos, formado
como Oscar Niemeyer e Rino Levi (1901-1965). Ao final dessa fase,                      pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, e
em 1948, deixou as maquetes de lado e fundou a fábrica Móveis                          autor de móveis como a cadeira Fita, de madeira de jequitibá, e o
Artísticos Z, na cidade paulista de São José dos Campos. De lá, saí-                   banco Rex, feito com compensado de madeira.
ram preciosidades que se tornaram ícones do design, entre elas o
banco X e uma espreguiçadeira com banqueta, envoltas por cintas
de couro natural. São dele também as poltronas Z Bum, feita com
compensado de pinho-de-riga, e Na-moradeira, de madeira maciça.
     Nos anos 60, Zanine se enveredou pelo caminho da arquitetura,
criando casas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Na
capital federal, chegou a dar aulas no curso de Arquitetura da
Universidade de Brasília.
     Se por um lado Zanine se destacava como arquiteto pelo uso
intenso de madeira em suas construções e por privilegiar o meio
ambiente ao qual a obra seria inserida, por outro, era alvo de polê-
01 PLANETA DESIGN




                                                                                                                                            DA APOSTA DE ZANINI (NA PÁGINA AO LADO) EM MATERIAIS
                                                                                                                                            DIVERSOS SURGEM PEÇAS OUSADAS E MODERNAS, COMO AS
                                                                                                                                           CADEIRAS BAMBINO, A POLTRONA   50 E A ESTANTE MÓDULO 7




                                                                                     “Não gosto de ficar preso a uma linguagem, a uma técnica ou a um material”, diz Zanini
                        “Tudo o que absorvi durante a convivência com meu pai
                    acabou falando mais alto e, consequentemente, influencian-
                    do minha decisão”, diz ele, que também considera a mãe, a                                                           uma técnica ou a um material. Cada trabalho é planejado
                    continuista Fernanda Borges, uma grande influência. “Como                                                           de forma diferente”, diz ele, que hoje comanda sua pró-
                    ela é formada em Cinema, sempre fez questão de que eu                                                               pria marca, a Doïz Design.
                    conhecesse os grandes diretores, as grandes produções, assim                                                           Outro denominador comum entre pai e filho é a preo-
                    como os principais mu-seus e teatros. Isso me ajudou a formar                                                       cupação em reutilizar material descartado por outras pes-
                    uma bagagem cultural fantástica e muito útil em minha profis-                                                       soas. “Eu já cresci com esse conceito de sustentabilidade.
                    são”, fala ele.                                                                                                     Na década de 60, na Bahia, meu pai criou o ‘móvel
                       Antenado com as novidades do mundo moderno, o desig-                                                             denúncia’, que eram móveis fabricados com madeiras
                    ner carioca não deixou que a afetividade com a madeira limi-                                                        provenientes do desmatamento que acontecia em Nova
                    tasse seu interesse por outros tipos de material. Em 2010, por                                                      Viçosa [Bahia]”, conta Zanini, que tem em seu portfólio
                    exemplo, ele ganhou o 24º Prêmio Design do Museu da Casa                                                            peças como a poltrona Skate, produzida com a platafor-
                    Brasileira com o Módulo 7, uma estante versátil fabricada                                                           ma dos skates, e a mesa Ripa, de bambu-mossô, uma
                    com uma mistura de plástico e fibra de vidro. Outro sucesso                                                         matéria-prima que se renova rapidamente. “Hoje em dia,
                    de Zanini é a cadeira Trez, de aspecto futurista e feita com                                                        desenvolver um design sustentável é requisito fundamen-
                    chapa de aço. “Não gosto de ficar preso a uma linguagem, a                                                          tal para quem quer estar no mercado”, finaliza. d

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  • 1. 01 PLANETA DESIGN de pai PARA FILHO Filho do multiprofissional José Zanine Caldas, Zanini de Zanine mostra que talento também se encontra no DNA TEXTO Renata Caetano FOTOS Ismar Ingber Filho do mestre da madeira, José Zanine Caldas (1919-2001), Zanini de Zanine nas- ceu em 1978, época em que seu pai entrava na casa dos 60 anos e já era reconhecido por seus talentos. Tra-balhou como arquiteto, escultor, paisagista e maquetista, mas foi como designer de móveis que seu nome alcançou maior projeção. Pai e filho, donos de espíritos ousados e criativos, conviveram por apenas 20 anos. Parece pouco, mas foi o suficiente para instigar a herança artística de Zanini. “Por eu ter sido o filho caçula, acredito que ele tenha aproveitado melhor o mo- mento da paternidade. Nós viajávamos muito, tínhamos um contato muito íntimo, de AQUI, O DESIGNER CARIOCA ZANINI DE ZANINE EM MEIO A cumplicidade mesmo”, diz Zanini, que, entre outras coisas, adquiriu do pai o gosto pela SUAS CRIAÇÕES. NA PÁGINA AO LADO, madeira como elemento de trabalho. “Me interesso por trabalhar com madeira, não só CADEIRA TREZ, DE ZANINI, E BANCO X, DE ZANINE CALDAS: EXEMPLARES DA por suas características práticas, mas, principalmente, pela relação afetiva que tenho CRIATIVIDADE DE PAI E FILHO com ela desde a infância”, explica o designer. “O cheiro, a textura, a cor... Tudo lembra minha juventude”, conta ele.
  • 2. 01 PLANETA DESIGN micas, uma vez que não tinha diploma de arquiteto. “Meu pai foi um desbravador, um autodidata em um período em que tudo era mais difícil. Hoje, por exemplo, há computadores avançados, novas tec- nologias, novos tipos de material...”, diz Zanini. O talento inegável do designer baiano não ficou limitado às fron- teiras brasileiras. Em 1989, o Museu de Artes Decorativas do Louvre, em Paris, sediou uma exposição com obras do artista, que incluía maquetes, móveis e fotos de casas que construiu. Por seus projetos, a Academia Francesa de Arquitetura deu a Zanine uma medalha, uma honra que equivalia a um diploma. Mas, no Brasil, o reconhecimento oficial só veio mesmo em 1991, quando o Instituto de Arquitetos do Brasil concedeu ao mestre o título de arquiteto honorário, por seus feitos e por sua história. influências decisivas Ao contrário do pai, que desde a infância se interessava em criar Foi como designer de móveis que o nome de Zanine Caldas alcançou maior projeção objetos a partir de materiais disponíveis – como transformar caixas de papelão em presépios de Natal –, Zanini, quando criança, pen- EM SENTIDO HORÁRIO, AS POLTRONAS N, BUM E Z E O BAR Z REVELAM A PAIXÃO DE ZANINE CALDAS (NA PÁGINA AO LADO) PELA MADEIRA sava em ser diplomata. “Eu tinha essa ideia pelo fato de viajarmos Na década de 40, José Zanine Caldas começava a firmar conta- muito. Foi só um pouco antes de prestar o vestibular que optei pelo tos importantes ao produzir maquetes encomendadas por arquitetos curso de Desenho Industrial”, conta o carioca, de 32 anos, formado como Oscar Niemeyer e Rino Levi (1901-1965). Ao final dessa fase, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, e em 1948, deixou as maquetes de lado e fundou a fábrica Móveis autor de móveis como a cadeira Fita, de madeira de jequitibá, e o Artísticos Z, na cidade paulista de São José dos Campos. De lá, saí- banco Rex, feito com compensado de madeira. ram preciosidades que se tornaram ícones do design, entre elas o banco X e uma espreguiçadeira com banqueta, envoltas por cintas de couro natural. São dele também as poltronas Z Bum, feita com compensado de pinho-de-riga, e Na-moradeira, de madeira maciça. Nos anos 60, Zanine se enveredou pelo caminho da arquitetura, criando casas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Na capital federal, chegou a dar aulas no curso de Arquitetura da Universidade de Brasília. Se por um lado Zanine se destacava como arquiteto pelo uso intenso de madeira em suas construções e por privilegiar o meio ambiente ao qual a obra seria inserida, por outro, era alvo de polê-
  • 3. 01 PLANETA DESIGN DA APOSTA DE ZANINI (NA PÁGINA AO LADO) EM MATERIAIS DIVERSOS SURGEM PEÇAS OUSADAS E MODERNAS, COMO AS CADEIRAS BAMBINO, A POLTRONA 50 E A ESTANTE MÓDULO 7 “Não gosto de ficar preso a uma linguagem, a uma técnica ou a um material”, diz Zanini “Tudo o que absorvi durante a convivência com meu pai acabou falando mais alto e, consequentemente, influencian- do minha decisão”, diz ele, que também considera a mãe, a uma técnica ou a um material. Cada trabalho é planejado continuista Fernanda Borges, uma grande influência. “Como de forma diferente”, diz ele, que hoje comanda sua pró- ela é formada em Cinema, sempre fez questão de que eu pria marca, a Doïz Design. conhecesse os grandes diretores, as grandes produções, assim Outro denominador comum entre pai e filho é a preo- como os principais mu-seus e teatros. Isso me ajudou a formar cupação em reutilizar material descartado por outras pes- uma bagagem cultural fantástica e muito útil em minha profis- soas. “Eu já cresci com esse conceito de sustentabilidade. são”, fala ele. Na década de 60, na Bahia, meu pai criou o ‘móvel Antenado com as novidades do mundo moderno, o desig- denúncia’, que eram móveis fabricados com madeiras ner carioca não deixou que a afetividade com a madeira limi- provenientes do desmatamento que acontecia em Nova tasse seu interesse por outros tipos de material. Em 2010, por Viçosa [Bahia]”, conta Zanini, que tem em seu portfólio exemplo, ele ganhou o 24º Prêmio Design do Museu da Casa peças como a poltrona Skate, produzida com a platafor- Brasileira com o Módulo 7, uma estante versátil fabricada ma dos skates, e a mesa Ripa, de bambu-mossô, uma com uma mistura de plástico e fibra de vidro. Outro sucesso matéria-prima que se renova rapidamente. “Hoje em dia, de Zanini é a cadeira Trez, de aspecto futurista e feita com desenvolver um design sustentável é requisito fundamen- chapa de aço. “Não gosto de ficar preso a uma linguagem, a tal para quem quer estar no mercado”, finaliza. d