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CONVIVENDO
COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo
 Série Compartilhando Experiências Nº 4




Programa de Apoio à Agricultura Familiar – PAAF


                 Dezembro de 2007
Coordenação do Projeto:
Joseilton Evangelista,
Leonardo Freitas, Mário Farias.

Autor: Diaconia

Texto:
Ita Porto, Mário Farias, Afonso Cavalcanti,
Adilson Viana, Leonardo Freitas, Ana Paula Gomes,
Elson Lins, Hesteolívia Ramos.

Revisão: Joseilton Evangelista, Verônica Pragana

Foto de Capa: Ita Porto

Diagramação: Cleto Campos

Acervo fotográfico: Diaconia

Impressão: Mota Gráfica

Tiragem: 5.000 exemplares




      Ficha catalográfica

      DIACONIA (2007) Banheiro Redondo: Série Compartilhando Experiências / texto: Ita Porto, Ma-
      rio Farias, Afonso Cavalcanti, Adilson Viana, Leonardo Freitas, Ana Paula Gomes Élson Lins,
      Hesterolívia Ramos – coordenação do projeto: Mario Farias, Joseilton Evangelista, Leonardo
      Freitas, Ita Porto. -- Recife : Diaconia, 2007.
      Projeto construído pela Diaconia em parceria com agricultores e agricultoras do semi-árido
      brasileiro.
      Palavras-chave: 1. Banheiro Redondo; 2. Agroecologia; 3. Saneamento; 4. Convivendo com o
      Semi-Árido; 5. Agricultura Familiar.



Todos os direitos livres. Qualquer parte desta edição poderá ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma,
desde que se mantenham todos os créditos e seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos.
Missão da Diaconia
Estar a serviço dos excluídos da sociedade participando da construção solidária da cidada-
nia, tendo como área preferencial de atuação a região Nordeste do Brasil.

Igrejas Membro de Diaconia
Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido
Confederação das Uniões Brasileiras da Igreja Adventista do 7º Dia
Exército de Salvação
Igreja de Cristo no Brasil
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Igreja Metodista
Igreja Presbiteriana do Brasil
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil

Conselho Diretor
Rev. Waldyr Hoffman (Presidente)
Diácona Ingrit Vogt (Vice-Presidente)
Rev. Rinaldo César Mendonça de Oliveira (1º Secretário)
Dra. Mônica de Morais Gueiros ( 2ª Secretária)
Major Maruilson Menezes de Sousa (1º Tesoureiro)
Rev. Nenrod Douglas de Oliveira Santos (2º Tesoureiro)
Sra. Thelma Celene Saraiva Leão (Vogal)

Diretor Executivo
Rev. Arnulfo Barbosa

Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PAAF)
Coordenador: Joseilton Evangelista
Coordenador Casa de Apoio de Afogados da Ingazeira-PE: Mário Farias
Coordenador Casa de Apoio de Umarizal-RN: Leonardo Freitas
Equipe Técnica
Adilson Viana, Adriana Connolly, Ana Paula Pereira, Ana Paula Gomes, Clécio de Lima, Cintia Gamarra-Ro-
jas, Edjane Araújo, Francisco Elson Gurgel, Hesteolívia Ramos, Igor Arruda, Ita Porto, Maria Djaneide, Periza
Cristina, Priscila Elói, Sidney da Cruz, Vânia Lúcia Gomes, Verlândia Morais, Vilma Carvalho.

Programa de Promoção da Criança e do Adolescente (PPCA)
Coordenador: Alexandre Botelho Merrem

Programa de Apoio à Ação Diaconal das Igrejas (PAADI)
Coordenador: Sérgio Andrade

Setor Administrativo-Financeiro             | Núcleo de Mobilização de Recursos
Coordenadora: Valéria Pérez                    Coordenadora: Sofia Graciano

Núcleo de Comunicação
Coordenadora: Verônica Pragana
A DIACONIA

     A Diaconia é uma organização social sem fins lucrativos e de inspiração cristã,
fundada em 1967. As ações da entidade estão focadas na defesa dos direitos hu-
manos e promovem transformações pela educação e pela organização política das
comunidades.

      A instituição atua nos meios urbano e rural, beneficiando diretamente crian-
ças, adolescentes, jovens e suas famílias de comunidades populares das regiões
metropolitanas de Recife (PE) e Fortaleza (CE); famílias agricultoras das micror-
regiões do Sertão do Pajeú (PE) e do Oeste Potiguar (RN); e lideranças de Igrejas
nas cidades de Recife (PE), Natal (RN) e Fortaleza (CE).

      A atuação da Diaconia está organizada em três programas: Programa de Pro-
moção da Criança e do Adolescente (PPCA), Programa de Apoio à Ação Diaconal
das Igrejas (PAADI) e Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PAAF).

       O PAAF tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável da
Agricultura Familiar Agroecológica na região Semi-Árida. O público beneficiado dire-
tamente pelas ações são famílias que vivem em comunidades tradicionais de agri-
cultura familiar e em assentamentos da reforma agrária.

       A atuação do programa se dá através de projetos de assistência técnica,
constituição de fundos rotativos solidários, financiamentos de tecnologias de acesso
à água a fundo perdido para famílias pobres e apoio a projetos de suporte a orga-
nizações populares que lutam pela reforma agrária.

       Quase 45% de nosso público direto são mulheres e a questão de gênero é
discutida na família, com base em uma metodologia que estimula a participação
de ambos nos processos de transformação de sistemas produtivos tradicionais em
sistemas agroecológicos.

      A região semi-árida é marcada por grandes secas periódicas que, soma-
das a componentes políticos, econômicos e socioculturais, reduzem seu potencial
produtivo. Como conseqüência, há perda de colheitas e uma grande diminuição da
produção dos animais, além da insuficiente armazenagem de água e de forragens
para os animais.

      É este cenário que o PAAF está ajudando a mudar. Através de tecnologias
adaptadas as condições do Semi-Árido (banheiro redondo, construção de cisternas,
barragens subterrâneas, barragens sucessivas, entre outras), de propostas políticas
e da capacitação dada às famílias agricultoras para a construção e manutenção
desses sistemas, o programa estimula uma nova forma de geração de renda. O re-
sultado é a valorização da cidadania nas comunidades rurais.
O PRORURAL APÓIA ESTA CARTILHA.

       O Prorural, uma unidade técnica gerenciadora de projetos ligada à Secretaria
de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), foi implantado com o objetivo de
melhorar a vida de quem mora na zona rural de Pernambuco, a população do inte-
rior. E é por isso que nós estamos presentes nesta ação. Nossa missão é buscar
novas oportunidades para as pessoas que vivem e trabalham no campo.
       Apoiamos projetos sociais, produtivos e de infra-estrutura, atuando através
do Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR). Os financiamentos vêm de um
acordo de empréstimo entre o Governo de Pernambuco e o Banco Mundial. Os
beneficiados diretamente por esta iniciativa são os produtores rurais organizados
em associações e cooperativas. O Prorural também tem convênios com o Ministé-
rio do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS).
       De um modo geral, o Prorural tem buscado estimular (através de financia-
mentos não-reembolsáveis) os investimentos e empreendimentos de interesse das
comunidades rurais localizadas nas áreas mais pobres do Estado. E para conhecer
melhor as necessidades da população, participou dos Seminários Regionais do Pro-
grama Todos por Pernambuco e realizou, ainda em 2007, os seus próprios encon-
tros, debatendo com cada região a reestruturação dos Conselhos de Desenvolvi-
mento Rural dos municípios. O Prorural também tem estabelecido parcerias com a
Sociedade Civil Organizada (sindicatos, ONGs, cooperativas, igrejas, associações)
para a difusão de tecnologias apropriadas para a população do semi-árido, por
exemplo. É o caso dessa experiência-piloto, financiando a implantação de banheiros
redondos em comunidades quilombolas do Sertão.
       Já é possível perceber que o povo pode realmente contar com o Prorural.
Porque nós sabemos para quem trabalhamos. E temos certeza de que muitas ações
como essa, voltadas para uma vida melhor, ainda serão realizadas. O desenvolvi-
mento do nosso Estado precisa chegar a todas as regiões. O Prorural se fortalece
para cumprir este compromisso.


Principais objetivos do programa de redução da pobreza:

  ● Contribuir para a elevação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos
    municípios pobres do Estado;
  ● Colaborar com a consolidação da gestão pública descentralizada e democráti-
    ca;
  ● Apoiar as comunidades no incremento de sua capacidade de gestão, de gera-
    ção de renda e de inserção dos seus produtos e serviços no mercado;
  ● Estimular a participação da sociedade, através das suas organizações, para
    ocupação dos espaços de decisão, influenciando as políticas públicas.
ÍNDICE


01. Apresentação ............................................................................................   11
02. Por que elaborar esta cartilha?................................................................             12
03. Passo a passo da construção do Banheiro Redondo
Etapa 1: Localização e escavação do banheiro.............................................                       13
                  Fossa e sumidouro
Etapa 2: Construção da base do banheiro e sistema hidráulico....................                                15
                  Iniciando a construção da base
                  Sistema hidráulico
                  Aterro da base
                  Ferragem
Etapa 3: Estrutura........................................................................................... 19
                  Ferragem
                  Alvenaria
                  Traço
                  Porta
                  Conclusão da alvenaria do corpo
Etapa 4: Construção da caixa d’água............................................................. 22
                  Laje
                  Escoramento
                  Colocação da parte externa da forma
                  Traço
                  Ferragem
                  Alvenaria da caixa d’ água
                  Material necessário - Como fazer
                  Reboco da caixa d’água - Como fazer
Etapa 5: Acabamento interno e externo.........................................................                  26
Chapisco
                Reboco
                Piso
Etapa 6: Instalação da louça sanitária e da parte hidráulica...........................                  27
Etapa 7: Fossa e sumidouro............................................................................   28
                Traço
                Ferragem
                Concreto do piso da fossa - Traço
                Filtro do suminouro
                Ordem de colocação dos materiais
                Tampa da fossa e do sumidouro
                Ferragem
                Concreto
Etapa 8: Tampa da caixa d’água..................................................................... 31
                Primeira Parte
                Segunda Parte
                Tampa
                Colocação da tampa da fossa e do sumidouro
Etapa 9: Porta sanfonada................................................................................ 34
                Como sentar a porta
                Lavatório de roupa
Etapa 10: Conclusão do banheiro................................................................... 35
                 Instalação elétrica
                Pintura e conclusão do banheiro
4. Orçamento e materiais necessários............................................................ 36
5. Experiências das famílias que conquistaram o banheiro redondo............. 38
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


01 - APRESENTAÇÃO


         Diferentemente do que vem ocorrendo com as demais metas do milênio, nas
quais o país apresenta significativos avanços, o saneamento básico apresenta-se
como um caso destoante. Uma meta onde não houve avanço. Pelo contrário, teve
alcance diminuído frente ao crescimento populacional, ou seja, a meta cresceu neg-
ativamente. A situação agravou-se.
         Diversos relatórios publicados dentre os quais o da Cepal (Comissão Econômi-
ca para América Latina e Caribe) dão conta da preocupante situação do país, espe-
cialmente de suas regiões menos estruturadas a exemplo do Semi-Árido nordestino
e da região Norte.
         Por outro lado, gestões dos Ministérios da Saúde, das Cidades e do Desen-
volvimento Agrário fizeram incluir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimen-
to), importantes investimentos e ações visando reverter e superar num período de
três a quatro anos este triste cenário.
         Esta cartilha trata de uma solução simples, batizada de banheiro redondo,
que já vem sendo aplicada há mais de três anos nas regiões do Sertão do Pajeú
em Pernambuco e no Médio Oeste Potiguar no Rio Grande do Norte. Solução que
pode ajudar na ampliação da cobertura sanitária das populações dispersas do Semi-
Árido.
         O banheiro redondo é uma construção conjunta da Diaconia e das comuni-
dades a partir de anéis de cimento feitos com fôrmas de aço usadas na construção
de placas para revestimento de poços amazonas. Isso favorece a otimização do
custo. A construção é, em média, 40% mais econômica do que a de um banheiro
convencional.
         É o saber popular que, apoiado por parcerias, interage com técnicas simples,
construindo respostas funcionais, replicáveis, adequadas às diversas demandas co-
munitárias e que contribuem para o aprimoramento das políticas públicas munici-
pais.
         A Diaconia sente-se feliz em partilhar esta experiência, viabilizada pelo apoio
fundamental do Governo do Estado de Pernambuco através do Prorural.


                                                    Arnulfo Barbosa | Diretor Executivo

                                                    Série Compartilhando Experiências Nº 4   11
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                        Construção do Banheiro Redondo


                               02 - POR QUE ELABORAR ESSA CARTILHA?


      Esta publicação surge a partir da necessidade das famílias de se apropriarem
de uma tecnologia adequada, que promova a melhoria da qualidade de vida, a partir
do conforto familiar, das condições de saúde, principalmente no que se refere ao
controle e combate à verminoses e do melhor manejo do meio ambiente.


      Uma das principais finalidades desta cartilha é divulgar a experiência do ban-
heiro redondo a partir dos depoimentos e relatos das famílias sobre os resultados.
A nossa intenção é de que sirva como instrumento para que outras organizações
contribuam com o processo de multiplicação da tecnologia e que ajude na elabo-
ração de políticas públicas. A explicação passo a passo da construção do banheiro
também a torna útil para consulta dos pedreiros.


      Vem reforçar o que está sendo trabalhada por Diaconia junto a famílias agri-
cultoras nos territórios do Sertão do Pajeú em Pernambuco e no Oeste Potiguar, a
construção de aproximadamente 400 banheiros redondos em parceria com o poder
público local, Projeto Dom Hélder Câmara e associações comunitárias, beneficiando
aproximadamente 2.000 pessoas, além disso, vem fortalecer o que já vem sendo
realizado por outras organizações da sociedade civil em outros territórios de Per-
nambuco.


      Os depoimentos das famílias agricultoras publicados na cartilha atestam para
a importância dessa tecnologia na convivência com o Semi-Árido brasileiro, no que
se refere à manutenção da saúde famíliar e à conservação do meio ambiente.




12       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 1:
LOCALIZAÇÃO E ESCAVAÇÃO DO BANHEIRO

● O banheiro deve ficar localizado próximo da casa para permitir segurança e
 comodidade à família;
● Localizar a fossa e o sumidouro longe de cisternas e fontes de água;
● Localizar a fossa e o sumidouro longe de pedras para facilitar a escavação;
● Se o banheiro for acoplado à casa, verifique a altura do alicerce (sapata). Se
 o alicerce ficar alto, a família terá dificuldade para abastecer a caixa d’água.
● A base tem formato circular com 2 metros de diâmetro. Na parte de dentro
 do círculo, escava-se uma vala de 20 centímetros de largura, para caber
 um tijolo. Os tijolos são sentados da mesma forma que se constrói um poço
 (cacimbão);
● Escava-se o alicerce (sapata) até chegar em material firme.




FOSSA E SUMIDOURO
                                              Série Compartilhando Experiências Nº 4   13
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO



● A escavação da fossa tem 2 metros de diâmetro e 1 metro e 10 centímetros
 de profundidade;
● O sumidouro tem o mesmo diâmetro da fossa, sendo que a profundidade é
 de 60 centímetros.




14      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 2:
CONSTRUÇÃO DA BASE DO BANHEIRO
E INSTALAÇÃO HIDRÁULICA

TRAÇO:
• 09 latas de areia;
• 01 saco de cimento.


INICIANDO A CONSTRUÇÃO DA BASE:
• A base tem 2 metros de diâmetro;
• Sentar os tijolos como se fosse construir um poço amazonas, um cacimbão;




                                           Série Compartilhando Experiências Nº 4   15
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                        Construção do Banheiro Redondo


                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


SISTEMA HIDRÁULICO:
Material necessário:
• Um cano de 40 milímetros de PVC para esgoto com 1 metro e meio de com-
 primento para o ralo e lavatório (pia);
• Um cano de 100 milímetros de PVC para esgoto com 50 centímetros de com-
 primento para a instalação do vaso sanitário.


COMO FAZER
• Instalar canos e conexões com 5 centímetros de desnível.




ATERRO DA BASE
• Após a colocação dos canos, colocar areia grossa e compactar bem até o
nível da última fiada de tijolos.


16       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


TRAÇO DO CONCRETO:
• 09 latas de areia;
• 03 latas de brita grossa;
• 03 latas de pó de brita;
• 01 saco de cimento.


COMO FAZER
• Colocar a primeira camada de concreto de 4 centímetros para receber a fer-
 ragem.




                                            Série Compartilhando Experiências Nº 4   17
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


FERRAGEM:
• 14 ferros de ¼” (06 milímetros), cruzados entre si.


COMO FAZER
• Colocar os primeiros ferros formando uma cruz e depois divida em partes
 iguais os 12 restantes.
• Colocar mais uma camada de concreto de 4 centímetros em cima da ferra-
 gem totalizando 8 centímetros.




18      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 3:
ESTRUTURA
      O banheiro pré-moldado tem forma circular e é construído com fôrmas
metálicas de 1 metro e 56 centímetros de diâmetro e meio metro de altura.
A espessura do anel de cimento depois de pronto é de 7 centímetros. Para
construir a estrutura do banheiro, monta-se as fôrmas formando o círculo, co-
loca-se argamassa, compacta-se bem e quando atingir 12 centímetros, colo-
ca-se o primeiro anel de ferro de 4.2 milímetros. Coloca-se mais uma camada,
compacta-se bem e quando atingir 13 centímetros, coloca-se mais um anel
de ferro. Em seguida coloca-se mais argamassa, compacta-se e quando faltar
12 centímetros para encher a fôrma coloca-se o terceiro anel de ferro. Após
a colocação do terceiro anel de ferro de 4.2 milímetros, completa-se com ar-
gamassa até a borda da fôrma.


FERRAGEM:
• 06 ferros de ¼” (06 milímetros) com 2 metros e 65 centímetros de altura;
• Para cada anel utilizar 3 quilos de ferro 4.2 milímetros na horizontal.


COMO FAZER
• Os ferros de ¼” (06 milímetros) são colocados de forma vertical, distribuídos
 ao longo do anel, deixando-se dois ferros a uma distância de 64 centímetros
 um do outro referente à largura da porta;
• Os ferros 4.2 milímetros devem ser distribuídos da seguinte maneira: quando
 a camada de argamassa atingir 12 centímetros, coloca-se o primeiro ferro;
 coloca-se mais uma camada de argamassa de 13 centímetros e o segundo
 ferro; coloca-se mais uma camada de argamassa 13 centímetros e o último
 ferro.
• Para deixar o espaço da porta, coloca-se duas ripas de 1 metro e 90 centí-
 metros de altura e 62 centímetros de largura, em seguida, preenche-se o
 espaço entre as ripas com areia, que será retirada após a secagem do anel
 e desmontagem das fôrmas.
                                               Série Compartilhando Experiências Nº 4   19
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                         Construção do Banheiro Redondo


                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO




                                                   Detalhe da virada do ferro
                                                   4.2 milímetros onde vai ser
                                                   colocada a porta.




ALVENARIA
TRAÇO:
• 09 latas de areia;
• 03 latas de pó de brita;
• 01 saco de cimento.


COMO FAZER
• Para garantir uma boa compactação, a argamassa tem que estar mole. De-
 pois de colocada na fôrma, a argamassa deve ser bem compactada (so-
 cada), para garantir uma boa estrutura para a construção.
• No enchimento da primeira fôrma fazer o mesmo nivelamento das conexões
 da base;
• Colocar as fôrmas alinhadas uma em cima da outra para que a estrutura não
 fique com defeito ou inclinada.

20       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO




PORTA:
- Detalhe da colocação da ripa no final onde vai ficar a porta. Largura da porta
62 centímetros e altura de 1 metro e 90 centímetros.



CONCLUSÃO DA ALVENARIA DO CORPO


COMO FAZER
• A estrutura do banheiro fica com 2 metros de altura. Com essa altura, cons-
trói-se a laje;
• A desmontagem das fôrmas deve começar retirando as partes internas da
fôrma de cima e em seguida desmontam-se as partes externas. O processo
segue com a desmontagem da fôrma seguinte, sempre de dentro para fora e
de cima para baixo.


DICA IMPORTANTE:
• Com os restos dos traços inicia-se a construção
 da base do lavatório.
• Aproveitar bem todo o material para economizar
 na construção.


                                             Série Compartilhando Experiências Nº 4   21
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                        Construção do Banheiro Redondo


                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 4:
CONSTRUÇÃO DA CAIXA D’ÁGUA

INICIAR PELA LAJE


ESCORAMENTO:
• Colocação do escoramento (fôrro de madeira)
 para receber a ferragem e o concreto;




COLOCAÇÃO DA PARTE EXTERNA DA FÔRMA
• A fôrma é colocada para evitar que o concreto
escorra pela lateral da laje.




TRAÇO:
• 07 latas de areia;
• 03 latas de brita (sendo 02 grossas e 01 fina);
• 01 saco de cimento.


COMO FAZER:
• Colocar a primeira camada de concreto com 4
centímetros para receber a ferragem;




22       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


FERRAGEM:
• 16 ferros de ¼” (06 milímetros) de 1 metro e 54 centímetros de comprimento
 cruzando uns sobre os outros.




      Em seguida, coloca-se mais uma camada de concreto de 4 centímetros,
totalizando assim, 8 centímetros de espessura e faz-se o acabamento com a
desimpoladeira.


ALVENARIA DA CAIXA D’AGUA


DICA IMPORTANTE:
• Quando a laje estiver seca, desmonta-se a
 fôrma, montando-a novamente para fazer
 outro anel pré-moldado de cimento que fun-
 cionará como caixa d´água do banheiro.



MATERIAIS NECESSÁRIOS:
• 06 latas de areia;
• 03 latas de pó de brita;
• 01 saco de cimento.




                                              Série Compartilhando Experiências Nº 4   23
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
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                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


COMO FAZER:
• Utilizar argamassa mole e compactar bem. A boa compactação da argamas-
sa vai evitar futuros vazamentos na caixa d´água.


REBOCO DA CAIXA D’ÁGUA:
• 03 latas de areia;
• ½ saco de cimento;
• ½ litro de impermeabilizante.




24       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 5:
ACABAMENTO INTERNO E EXTERNO

CHAPISCO
TRAÇO:
• 03 latas de areia;
• ½ saco de cimento;


REBOCO
TRAÇO:
• 08 latas de areia;
• 01 saco de cimento.


COMO FAZER:
• Colocação de pedaços de tubo de PVC de 100 milímetros para ventilação,
 nos locais onde estavam os caibros do escoramento.
• Colocação de tela de peneira nos canos para evitar a entrada de animais.


DICA IMPORTANTE:
• Para rebocar por dentro e por fora são gastos 2 traços.




                                              Série Compartilhando Experiências Nº 4   25
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
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                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


TRAÇO DO PISO:
• 03 latas de areia;
• ½ saco de cimento.




26       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 6:
INSTALAÇÃO DA LOUÇA SANITÁRIA E DA PARTE HIDRÁULICA


• Ligar o cano soldável de PVC rígido de 40 milímetros de diâmetro e 1 metro
 e meio de comprimento da laje ao registro da descarga;
• O cano do lavatório (pia) de ½” com 1 metro e meio de altura e 85 centímetros
 de comprimento da laje até a pia;
• Para o chuveiro, 40 centímetros de cano de 40 milímetros, 02 pedaços de
 cano de ½” sendo um de 80 centímetros e outro de 95 centímetros.


OBSERVAÇÃO: Detalhe da encanação sem reboco.




                                              Série Compartilhando Experiências Nº 4   27
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                                        03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 7:
FOSSA E SUMIDOURO

• A fossa e o sumidouro são construídos com a mesma fôrma metálica utilizada
 na estrutura do banheiro.


TRAÇO:
• 09 latas de areia;
• 03 latas de pó de brita;
• 01 saco de cimento.


FERRAGEM:
• Para cada anel são necessários 3 quilos de ferro de 4.2 milímetros


DICA IMPORTANTE
• Para construção da fossa e do sumidouro gasta-se em média 2 traços.


CONCRETO DO PISO DA FOSSA
• Espessura de 5 centímetros


TRAÇO:
. 03 latas de areia;
. 01 lata de pó de brita;
. 01 lata de brita grossa;
. meio saco de cimento.




28       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO




FILTRO DO SUMIDOURO
• Colocar um cano de 100 milímetros no cen-
 tro do sumidouro, com furos para facilitar a
 infiltração dos líqüidos.



ORDEM DE COLOCAÇÃO DOS MATERIAIS:
1ª - 3 latas de brita grossa;
2ª - 3 latas de brita fina;
3ª - 10 latas de pó de brita;
4ª - 20 latas de areia grossa.




                                                Série Compartilhando Experiências Nº 4   29
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                                          03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


TAMPA DA FOSSA E DO SUMIDOURO


FERRAGEM:
• 7 pedaços de ferro de 1/4” (06 milímetros);
• 7 pedaços de ferro 4.2 milímetros. Esses ferros são cruzados uns sobre os
 outros.


TRAÇO DO CONCRETO:
07 latas de areia;
02 latas de brita fina;
02 latas de pó de brita;
01 saco de cimento.


DICAS IMPORTATES
• 02 traços são suficientes para fazer as tampas da fossa, do sumidouro e da
 caixa d’água;
• A espessura na laje é de 6 centímetros.




30         Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 8:
COBERTURA DA CAIXA D’ÁGUA:

      A cobertura da caixa d´água é feita em duas partes (bandas), construí-
das separadas. Na segunda parte (banda) será feita a porta para enchimento
da caixa d´água.


MATERIAL NECESSÁRIO PARA A PRIMEIRA BANDA
• 04 ferros de 1/4” (ou 06 milímetros)
• 07 ferros de 4.2 milímetros


MODO DE FAZER
Esta parte (banda) terá a espessura de 4 centímetros e os ferros serão dis-
postos cruzados uns sobre os outros



MATERIAL NECESSÁRIO PARA A SEGUNDA BANDA
• 03 ferros de 1/4” (ou 06 milímetros)
• 08 ferros de 4.2 milímetros


MODO DE FAZER
Esta parte (banda) terá a espessura de 4 centímetros e os ferros serão dis-
postos cruzados uns sobre os outros




                                            Série Compartilhando Experiências Nº 4   31
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                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ABERTURA DA PORTA DA CAIXA D’ÁGUA


A porta terá 40 centímetros de comprimento por 50 centímetros de largura.


MODO DE FAZER
Os ferros de 4.2 mm serão cortados nos tamanhos de 45 e 55 centímetros de
cumprimento cruzados entre si (ver foto).


OBSERVAÇÃO:
A porta deverá ser maior que a entrada dela para que possa ser fechada
sobre a caixa d´água (ver foto).




32      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


COLOCAÇÃO DA TAMPA DA FOSSA E DO SUMIDOURO
• Rolar a tampa com 4 pessoas;
• Colocar argamassa sobre o anel onde será colocada a tampa.




                                                       Detalhe da
                                                       tampa da caixa
                                                       d’água



                                           Série Compartilhando Experiências Nº 4   33
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                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 9:
PORTA SANFONADA

COMO SENTAR A PORTA
• Fazer furos na parede e colocar buchas nº 06
• Encaixar a porta sanfonada de PVC e parafusar.




LAVATÓRIO DE ROUPA
• Colocação da parte hidráulica.




34      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO


ETAPA 10:
CONCLUSÃO DO BANHEIRO

INSTALAÇÃO ELÉTRICA:
• 01 Bocal;
• 01 Pêra;
• 01 lâmpada




PINTURA E CONCLUSÃO DO BANHEIRO




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CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
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                              4. ORÇAMENTO E MATERIAIS NECESSÁRIOS


DISCRIMINAÇÃO                                      UNIDADE           QUANTIDADE


Cimento                                            Saco              15
Impermeabilizante                                  Quilo             1
Arame 12                                           Quilo             0,25
Ferro 1/4                                          Barra             8
Arame 18                                           Quilo             0,2
Tela fina galvanizada                               Metro             0,1
Ferro 4.2                                          Quilo             18
Tijolo comum                                       Unidade           400
Pó de brita                                        Lata              40
Brita 12 (fina)                                     Lata              8
Brita 25 (grossa)                                  Lata              7
Cal                                                Lata              0,5
Pia para lavanderia                                Unidade           1
Bacia sanitária aliança                            Unidade           1
Assento sanitário                                  Unidade           1
Lavatório de mão                                   Unidade           1
Bucha p/ bacia                                     Unidade           1
Válvula p/ lavatório                               Unidade           3
Torneira 1/2”                                      Unidade           2
Engate 1/2                                         Unidade           1
Parafuso c/ bucha (Jogo)                           Unidade           2
Chuveiro c/ braço                                  Unidade           1
Cano 40 soldável                                   Metro             3
Joelho 40 soldável                                 Unidade           2
Curva longa 40 esgoto                              Unidade           1
T 40                                               Unidade           2
Ralo sifonado                                      Unidade           1
Redução de 40x20                                   Unidade           2
Cano de 20 soldável                                Barra             1

36        Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


4. ORÇAMENTO E MATERIAIS NECESSÁRIOS


DISCRIMINAÇÃO                    UNIDADE                QUANTIDADE


Joelho 20 soldável               Unidade                 3
Joelho LR 20x1/2                 Unidade                 3
Cano 100 mm                      Barra                   1
Luva L/R de 20mm                 Unidade                 1
Cap de 20mm rosqueável           Unidade                 1
Joelho 100 mm                    Unidade                 2
T 100 mm                         Unidade                 1
Registro 40 esfera PVC           Unidade                 1




                                     Série Compartilhando Experiências Nº 4   37
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
                                    CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




     Adenilton Nunes do Nascimento (37), sua esposa Valdeci (36) e seus
cinco filhos moram há dez anos na Comunidade Olho D’água, no município
de São José do Egito, em Pernambuco. A propriedade da família possui um
hectare e é de onde eles retiram o sustento plantando milho e feijão. A água
vem de uma cisterna recém construída. Além disso, na época de inverno,
Adenilton busca água com um carro de boi num barreiro que fica na proprie-
dade do vizinho. A família de Adenilton e Valdeci nunca teve banheiro em casa.
Na verdade, a vida inteira eles sempre utilizaram a área ao redor da proprie-
dade para fazer suas necessidades fisiológicas.
     A família foi contemplada com a construção do banheiro redondo há dois
anos. Sua esposa Valdeci lembra como era difícil para sua filha deficiente to-
mar banho e fazer suas necessidades fora de casa. Lembra também que tanto
ela como o marido precisavam “se segurar” e esperar anoitecer para poderem
usar o “banheiro da natureza”.
     “Hoje tudo é diferente. A vida está maravilhosa!”, conta Dona Valdeci.
Eles já fizeram a conta e descobriram que a caixa d’ água precisar encher a
cada oito dias para servir ao número de pessoas da casa. Hoje, toda a família
está muito satisfeita com o banheiro redondo pois se sentem à vontade para
usar o banheiro em qualquer hora do dia ou da noite.




  38      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
   CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




        Maria Aparecida (36) e Leonildo (46) vivem com seus três filhos há
11 anos na Comunidade Poço do Veado, em Afogados da Ingazeira, Pernam-
buco. Tanto Aparecida como Leonildo cresceram na zona rural e, mesmo de-
pois de casados, nunca possuíram banheiro em casa.
        A família tem uma cisterna de telhado e, recentemente, construiu um
banheiro redondo. Moram numa espécie de vila, onde as casas são bem próxi-
mas uma das outras. A renda da família vem do trabalho alugado do marido
e parte da alimentação é retirada do plantio em terras arrendadas. A água
da cisterna é comprada e vem de um cacimbão distante três quilômetros da
casa.
        O banheiro foi construído há uma semana e já causou grande mudança
na vida da família. Dona Aparecida conta que era difícil para eles tomar banho.
“Tínhamos que colocar panos para nos cobrirmos”, diz Aparecida. Além disso,
as necessidades fisiológicas tinham que ser feitas durante a noite pelos adul-
tos por causa da proximidade das casas dos vizinhos, causando muito cons-
trangimento.
        “Era uma dificuldade quando alguém ficava doente com diarréia”, com-
pleta Dona Aparecida. O banheiro redondo foi imediatamente aprovado por
toda a família. Seu Leonildo é pedreiro e inovou a construção fazendo uma
conexão com a casa. “Não precisaremos mais sair de casa para usar o ba-
nheiro”, diz Leonildo.

                                              Série Compartilhando Experiências Nº 4   39
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                     Construção do Banheiro Redondo


                                     5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
                                  CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




     Maria de Lourdes (35) e Lauro Gabriel (42) possuem oito filhos e
moram na Comunidade Retiro, em São José do Egito, Pernambuco. Há três
anos, a família foi contemplada com uma cisterna calçadão, com uma área
produtiva e um banheiro redondo.
     Antes da cisterna, a família bebia água do açude que não era boa. Ago-
ra, com a cisterna, a qualidade da água melhorou bastante. No período do
inverno, a água da cisterna, além de servir para o consumo da família, é uti-
lizada para irrigar a área produtiva com fruteiras como bananeiras, graviola,
mangueiras, laranjeiras entre outras plantas.
     Seu Lauro ainda não consegue viver exclusivamente da renda obtida
com a comercialização da produção da sua propriedade. Por isso tem que
trabalhar na fabricação de carvão.
     Um de seus filhos, Roberto (18 anos) é um agricultor experimentador. Já
criou codornas e reforçou a renda da família com a venda dos ovos. Hoje em
dia, Roberto investiga a melhor forma de irrigar as plantas da casa com água
reaproveitada.
     A tecnologia aplicada na construção do banheiro redondo permite o
reaproveitamento da água do chuveiro e da pia. Essa água que passa por
dois tanques de decantação é utilizada para aguar as fruteiras da área produ-
tiva. Dona Lourdes tem planos de aumentar a área de fruteiras só com água
reaproveitada do banho.

40      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
   CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




       Berenice Miranda (36) e sua filha Amanda Cristina (12) moram desde
2003 na comunidade de Água Branca, município de Umarizal no Rio Grande
do Norte. Com muita dificuldade de acesso à água, Berenice utilizava água da
casa de seu pai e, quando faltava, recorria às casas dos vizinhos mais próxi-
mos.
       A água de cacimbão servia para uso doméstico e higiene pessoal. Para
transportá-la, elas utilizavam baldes e latas em carrinho de mão. “Tinha dias
que eu nem terminava de fazer a luta da casa e a água já tinha acabado e não
dava nem para lavar a louça suja, nem a casa. Lembro que antes eu dizia para
minha filha que deveríamos tomar banho de pincel, para economizar a água”,
relata Berenice.
       Há um ano, seu pai comprou o terreno vizinho com poço e cacimbão.
Elas contam que depois disso melhorou o acesso de água para a família. An-
tes da compra do referido terreno nem a família de Berenice nem a de seu pai
utilizavam água existente lá, pelo fato de ser de outro proprietário.


       O banheiro da casa era improvisado numa parte reservada da casa,
onde hoje funciona a dispensa. Tinha um sanitário velho e a fossa havia es-
tourado, o tanque do banheiro era todo remendado, pois já tinha furado várias
vezes.



                                               Série Compartilhando Experiências Nº 4   41
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
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                                           5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
                                        CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.
      “Lembro que em maio deste ano o banheiro chegou. Isso mudou muito
minha vida, pois o banheiro que eu tinha, a gente só usava mais para o banho.
Nossas necessidades, fazíamos na casa de meu pai. Hoje não temos mais
vergonha de receber uma visita em casa devido à dificuldade da água e do
banheiro. Já veio gente olhar o modelo dele. Depois da água (do banheiro que
é reutilizada na irrigação da horta e das fruteiras do quintal da casa) até minha
alimentação melhorou. Comecei a plantar e vender aqui na comunidade. A
melhor coisa que fiz foi ter voltado para morar no sítio e sonho em viver me-
lhor, aumentar minha casa, plantar mais, pois eu já sofri muito na vida, princi-
palmente pela falta de água. E gostaria de poder ajudar aquelas pessoas que
não têm, porque eu já passei pela mesma situação”, conta Berenice com muita
satisfação.
      “Eu nunca tinha tido um banheiro assim nem na outra casa que eu morei
na cidade. Com a construção do banheiro, a família sentiu muita diferença.
É um banheiro de primeiro mundo, todo mundo que vê fica apaixonado pelo
banheiro, quer fazer igual ao meu”, completa Berenice.




  42          Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
   CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




      Dona Adelsuita de Macena (58) e seu esposo Luiz Paulo (60) moram
com dois filhos, um genro e um neto no bairro São João, uma das áreas mais
pobres da cidade de São José do Egito, Pernambuco. A família vive há 40
anos na região e nunca soube o que é possuir um banheiro em casa. Antes,
a família vivia na zona rural.
      Dona Adelsuita lembra da dificuldade que a família tinha com a falta de
um banheiro na casa da zona urbana. Toda vez que precisavam tomar banho
ou fazer suas necessidades fisiológicas passavam por muitos constrangimen-
tos. Diferente da zona rural, na cidade, as casas são muito próximas uma das
outras. Ninguém tem banheiro. Toda a vizinhança sofre pela falta de sanea-
mento básico.
      Dona Adelsuita foi selecionada por um programa de saneamento básico
da prefeitura de São José do Egito para a construção de um banheiro redondo.
Esse programa está se tornando política pública municipal, uma grande con-
quista das organizações que fazem parte do Fórum de Políticas Públicas do
município, inclusive a Diaconia.
      Vez por outra eles recebem vizinhos curiosos que querem conhecer o
famoso banheiro redondo. Hoje o semblante de Dona Adelsuita e sua famí-
lia estão mudados. “Depois do banheiro redondo, nossa vida se tornou uma
maravilha”, diz ela.



                                            Série Compartilhando Experiências Nº 4   43
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                       Construção do Banheiro Redondo


                                       5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
                                    CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.




     Otavio Anísio da Silva (53), sua esposa Emídia Margarida de Souza
(44) e seus seis filhos Marcicleia, Margarida, Rosinaldo, Leandro, Lucas e
Daniele residem na comunidade de Teixeira, no município de Rafael Godeiro,
no Rio Grande do Norte. Seu Otavio e família trabalham nas terras em que
moram como meeiros (quem planta na terra de terceiros e, por conta disso,
tem direito à metade da produção).
     Vivem de cultivos tradicionais, plantando milho e feijão para garantir a
sustentação familiar. Toda a produção é armazenada em silos de zinco. Não
plantam no quintal porque o solo é muito duro. A família tem uma pequena
criação de galinhas, guinés e porco para consumo próprio. Sempre que pre-
cisam de um dinheiro vendem um dos animais.
     Em março de 2007, a família foi contemplada com um banheiro redondo
através da ação da Diaconia e da associação rural da comunidade. No início
da construção pensavam que não ia dar certo. “Como vai colocar a porta se o
banheiro é redondo?”, questionava Dona Emídia Margarida.
     Antes a família tinha o banheiro só para tomar banho e era fora de casa.
Todas as necessidades fisiológicas eram feitas ao ar livre, no meio da vegeta-
ção da caatinga, sem nenhum saneamento básico. “A situação agora é outra.
É muito bom ter um banheiro dentro de casa, com chuveiro para tomar banho,
pia para escovar os dentes e vaso sanitário para as necessidades”, diz o Sr.
Otávio.

  44      Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo


5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE
   CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO.
      Eles têm o maior cuidado com o banheiro, lavam a caixa d’água todos os
meses e garantem que é uma das melhores coisas que já aconteceu na vida
deles. “Achamos que deveria ser feito muitos banheiros como este, o governo
deveria ser responsável por essa construção e melhorar a vida de outras famí-
lias como nós” afirma Dona Emídia Margarida.




                                             Série Compartilhando Experiências Nº 4   45
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
                                                    Construção do Banheiro Redondo




Diaconia

Sede
Rua Marques do Amorim, 599, Ilha do Leite
CEP: 50070-030
Recife – PE – Brasil
Tel/ Fax: (81) 3221.0508
E-mail: diaconia@diaconia.org.br
www.diaconia.org.br

Casa de Apoio de Afogados da Ingazeira
Rua Padre Luiz de Góes, 177, Centro
CEP: 56.800-000
Afogados da Ingazeira – Pernambuco
Telefones: (87) 3838-1056 / 3838-3941
Email: afogados@diaconia.org.br

Casa de Apoio de Umarizal
Avenida Divinópolis, 456, Centro
CEP: 59.865-000
Umarizal – Rio Grande do Norte
Telefones: (84) 3397-2665 / 3397-2237
Email: umarizal@diaconia.org.br

Casa de Apoio de Fortaleza
Rua Pedro Pereira, 460, Salas 301 - 303
CEP: 60.035-000
Fortaleza – Ceará
Telefones: (85) 3231-5292 / 3211-7062
Email: fortalez@diaconia.org.br

Natal
Rua Piquiá, 7830 Cidade Satélite
CEP: 59.067-580
Natal – Rio Grande do Norte
Telefones: (84) 3218-6341
Email: natal@diaconia.org.br




46       Série Compartilhando Experiências Nº 4
CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO
Construção do Banheiro Redondo




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  • 2.
  • 3. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo Série Compartilhando Experiências Nº 4 Programa de Apoio à Agricultura Familiar – PAAF Dezembro de 2007
  • 4. Coordenação do Projeto: Joseilton Evangelista, Leonardo Freitas, Mário Farias. Autor: Diaconia Texto: Ita Porto, Mário Farias, Afonso Cavalcanti, Adilson Viana, Leonardo Freitas, Ana Paula Gomes, Elson Lins, Hesteolívia Ramos. Revisão: Joseilton Evangelista, Verônica Pragana Foto de Capa: Ita Porto Diagramação: Cleto Campos Acervo fotográfico: Diaconia Impressão: Mota Gráfica Tiragem: 5.000 exemplares Ficha catalográfica DIACONIA (2007) Banheiro Redondo: Série Compartilhando Experiências / texto: Ita Porto, Ma- rio Farias, Afonso Cavalcanti, Adilson Viana, Leonardo Freitas, Ana Paula Gomes Élson Lins, Hesterolívia Ramos – coordenação do projeto: Mario Farias, Joseilton Evangelista, Leonardo Freitas, Ita Porto. -- Recife : Diaconia, 2007. Projeto construído pela Diaconia em parceria com agricultores e agricultoras do semi-árido brasileiro. Palavras-chave: 1. Banheiro Redondo; 2. Agroecologia; 3. Saneamento; 4. Convivendo com o Semi-Árido; 5. Agricultura Familiar. Todos os direitos livres. Qualquer parte desta edição poderá ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma, desde que se mantenham todos os créditos e seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos.
  • 5. Missão da Diaconia Estar a serviço dos excluídos da sociedade participando da construção solidária da cidada- nia, tendo como área preferencial de atuação a região Nordeste do Brasil. Igrejas Membro de Diaconia Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido Confederação das Uniões Brasileiras da Igreja Adventista do 7º Dia Exército de Salvação Igreja de Cristo no Brasil Igreja Episcopal Anglicana do Brasil Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil Igreja Evangélica Luterana do Brasil Igreja Metodista Igreja Presbiteriana do Brasil Igreja Presbiteriana Independente do Brasil União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil Conselho Diretor Rev. Waldyr Hoffman (Presidente) Diácona Ingrit Vogt (Vice-Presidente) Rev. Rinaldo César Mendonça de Oliveira (1º Secretário) Dra. Mônica de Morais Gueiros ( 2ª Secretária) Major Maruilson Menezes de Sousa (1º Tesoureiro) Rev. Nenrod Douglas de Oliveira Santos (2º Tesoureiro) Sra. Thelma Celene Saraiva Leão (Vogal) Diretor Executivo Rev. Arnulfo Barbosa Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PAAF) Coordenador: Joseilton Evangelista Coordenador Casa de Apoio de Afogados da Ingazeira-PE: Mário Farias Coordenador Casa de Apoio de Umarizal-RN: Leonardo Freitas Equipe Técnica Adilson Viana, Adriana Connolly, Ana Paula Pereira, Ana Paula Gomes, Clécio de Lima, Cintia Gamarra-Ro- jas, Edjane Araújo, Francisco Elson Gurgel, Hesteolívia Ramos, Igor Arruda, Ita Porto, Maria Djaneide, Periza Cristina, Priscila Elói, Sidney da Cruz, Vânia Lúcia Gomes, Verlândia Morais, Vilma Carvalho. Programa de Promoção da Criança e do Adolescente (PPCA) Coordenador: Alexandre Botelho Merrem Programa de Apoio à Ação Diaconal das Igrejas (PAADI) Coordenador: Sérgio Andrade Setor Administrativo-Financeiro | Núcleo de Mobilização de Recursos Coordenadora: Valéria Pérez Coordenadora: Sofia Graciano Núcleo de Comunicação Coordenadora: Verônica Pragana
  • 6. A DIACONIA A Diaconia é uma organização social sem fins lucrativos e de inspiração cristã, fundada em 1967. As ações da entidade estão focadas na defesa dos direitos hu- manos e promovem transformações pela educação e pela organização política das comunidades. A instituição atua nos meios urbano e rural, beneficiando diretamente crian- ças, adolescentes, jovens e suas famílias de comunidades populares das regiões metropolitanas de Recife (PE) e Fortaleza (CE); famílias agricultoras das micror- regiões do Sertão do Pajeú (PE) e do Oeste Potiguar (RN); e lideranças de Igrejas nas cidades de Recife (PE), Natal (RN) e Fortaleza (CE). A atuação da Diaconia está organizada em três programas: Programa de Pro- moção da Criança e do Adolescente (PPCA), Programa de Apoio à Ação Diaconal das Igrejas (PAADI) e Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PAAF). O PAAF tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável da Agricultura Familiar Agroecológica na região Semi-Árida. O público beneficiado dire- tamente pelas ações são famílias que vivem em comunidades tradicionais de agri- cultura familiar e em assentamentos da reforma agrária. A atuação do programa se dá através de projetos de assistência técnica, constituição de fundos rotativos solidários, financiamentos de tecnologias de acesso à água a fundo perdido para famílias pobres e apoio a projetos de suporte a orga- nizações populares que lutam pela reforma agrária. Quase 45% de nosso público direto são mulheres e a questão de gênero é discutida na família, com base em uma metodologia que estimula a participação de ambos nos processos de transformação de sistemas produtivos tradicionais em sistemas agroecológicos. A região semi-árida é marcada por grandes secas periódicas que, soma- das a componentes políticos, econômicos e socioculturais, reduzem seu potencial produtivo. Como conseqüência, há perda de colheitas e uma grande diminuição da produção dos animais, além da insuficiente armazenagem de água e de forragens para os animais. É este cenário que o PAAF está ajudando a mudar. Através de tecnologias adaptadas as condições do Semi-Árido (banheiro redondo, construção de cisternas, barragens subterrâneas, barragens sucessivas, entre outras), de propostas políticas e da capacitação dada às famílias agricultoras para a construção e manutenção desses sistemas, o programa estimula uma nova forma de geração de renda. O re- sultado é a valorização da cidadania nas comunidades rurais.
  • 7. O PRORURAL APÓIA ESTA CARTILHA. O Prorural, uma unidade técnica gerenciadora de projetos ligada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), foi implantado com o objetivo de melhorar a vida de quem mora na zona rural de Pernambuco, a população do inte- rior. E é por isso que nós estamos presentes nesta ação. Nossa missão é buscar novas oportunidades para as pessoas que vivem e trabalham no campo. Apoiamos projetos sociais, produtivos e de infra-estrutura, atuando através do Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR). Os financiamentos vêm de um acordo de empréstimo entre o Governo de Pernambuco e o Banco Mundial. Os beneficiados diretamente por esta iniciativa são os produtores rurais organizados em associações e cooperativas. O Prorural também tem convênios com o Ministé- rio do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). De um modo geral, o Prorural tem buscado estimular (através de financia- mentos não-reembolsáveis) os investimentos e empreendimentos de interesse das comunidades rurais localizadas nas áreas mais pobres do Estado. E para conhecer melhor as necessidades da população, participou dos Seminários Regionais do Pro- grama Todos por Pernambuco e realizou, ainda em 2007, os seus próprios encon- tros, debatendo com cada região a reestruturação dos Conselhos de Desenvolvi- mento Rural dos municípios. O Prorural também tem estabelecido parcerias com a Sociedade Civil Organizada (sindicatos, ONGs, cooperativas, igrejas, associações) para a difusão de tecnologias apropriadas para a população do semi-árido, por exemplo. É o caso dessa experiência-piloto, financiando a implantação de banheiros redondos em comunidades quilombolas do Sertão. Já é possível perceber que o povo pode realmente contar com o Prorural. Porque nós sabemos para quem trabalhamos. E temos certeza de que muitas ações como essa, voltadas para uma vida melhor, ainda serão realizadas. O desenvolvi- mento do nosso Estado precisa chegar a todas as regiões. O Prorural se fortalece para cumprir este compromisso. Principais objetivos do programa de redução da pobreza: ● Contribuir para a elevação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios pobres do Estado; ● Colaborar com a consolidação da gestão pública descentralizada e democráti- ca; ● Apoiar as comunidades no incremento de sua capacidade de gestão, de gera- ção de renda e de inserção dos seus produtos e serviços no mercado; ● Estimular a participação da sociedade, através das suas organizações, para ocupação dos espaços de decisão, influenciando as políticas públicas.
  • 8.
  • 9. ÍNDICE 01. Apresentação ............................................................................................ 11 02. Por que elaborar esta cartilha?................................................................ 12 03. Passo a passo da construção do Banheiro Redondo Etapa 1: Localização e escavação do banheiro............................................. 13 Fossa e sumidouro Etapa 2: Construção da base do banheiro e sistema hidráulico.................... 15 Iniciando a construção da base Sistema hidráulico Aterro da base Ferragem Etapa 3: Estrutura........................................................................................... 19 Ferragem Alvenaria Traço Porta Conclusão da alvenaria do corpo Etapa 4: Construção da caixa d’água............................................................. 22 Laje Escoramento Colocação da parte externa da forma Traço Ferragem Alvenaria da caixa d’ água Material necessário - Como fazer Reboco da caixa d’água - Como fazer Etapa 5: Acabamento interno e externo......................................................... 26
  • 10. Chapisco Reboco Piso Etapa 6: Instalação da louça sanitária e da parte hidráulica........................... 27 Etapa 7: Fossa e sumidouro............................................................................ 28 Traço Ferragem Concreto do piso da fossa - Traço Filtro do suminouro Ordem de colocação dos materiais Tampa da fossa e do sumidouro Ferragem Concreto Etapa 8: Tampa da caixa d’água..................................................................... 31 Primeira Parte Segunda Parte Tampa Colocação da tampa da fossa e do sumidouro Etapa 9: Porta sanfonada................................................................................ 34 Como sentar a porta Lavatório de roupa Etapa 10: Conclusão do banheiro................................................................... 35 Instalação elétrica Pintura e conclusão do banheiro 4. Orçamento e materiais necessários............................................................ 36 5. Experiências das famílias que conquistaram o banheiro redondo............. 38
  • 11. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 01 - APRESENTAÇÃO Diferentemente do que vem ocorrendo com as demais metas do milênio, nas quais o país apresenta significativos avanços, o saneamento básico apresenta-se como um caso destoante. Uma meta onde não houve avanço. Pelo contrário, teve alcance diminuído frente ao crescimento populacional, ou seja, a meta cresceu neg- ativamente. A situação agravou-se. Diversos relatórios publicados dentre os quais o da Cepal (Comissão Econômi- ca para América Latina e Caribe) dão conta da preocupante situação do país, espe- cialmente de suas regiões menos estruturadas a exemplo do Semi-Árido nordestino e da região Norte. Por outro lado, gestões dos Ministérios da Saúde, das Cidades e do Desen- volvimento Agrário fizeram incluir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimen- to), importantes investimentos e ações visando reverter e superar num período de três a quatro anos este triste cenário. Esta cartilha trata de uma solução simples, batizada de banheiro redondo, que já vem sendo aplicada há mais de três anos nas regiões do Sertão do Pajeú em Pernambuco e no Médio Oeste Potiguar no Rio Grande do Norte. Solução que pode ajudar na ampliação da cobertura sanitária das populações dispersas do Semi- Árido. O banheiro redondo é uma construção conjunta da Diaconia e das comuni- dades a partir de anéis de cimento feitos com fôrmas de aço usadas na construção de placas para revestimento de poços amazonas. Isso favorece a otimização do custo. A construção é, em média, 40% mais econômica do que a de um banheiro convencional. É o saber popular que, apoiado por parcerias, interage com técnicas simples, construindo respostas funcionais, replicáveis, adequadas às diversas demandas co- munitárias e que contribuem para o aprimoramento das políticas públicas munici- pais. A Diaconia sente-se feliz em partilhar esta experiência, viabilizada pelo apoio fundamental do Governo do Estado de Pernambuco através do Prorural. Arnulfo Barbosa | Diretor Executivo Série Compartilhando Experiências Nº 4 11
  • 12. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 02 - POR QUE ELABORAR ESSA CARTILHA? Esta publicação surge a partir da necessidade das famílias de se apropriarem de uma tecnologia adequada, que promova a melhoria da qualidade de vida, a partir do conforto familiar, das condições de saúde, principalmente no que se refere ao controle e combate à verminoses e do melhor manejo do meio ambiente. Uma das principais finalidades desta cartilha é divulgar a experiência do ban- heiro redondo a partir dos depoimentos e relatos das famílias sobre os resultados. A nossa intenção é de que sirva como instrumento para que outras organizações contribuam com o processo de multiplicação da tecnologia e que ajude na elabo- ração de políticas públicas. A explicação passo a passo da construção do banheiro também a torna útil para consulta dos pedreiros. Vem reforçar o que está sendo trabalhada por Diaconia junto a famílias agri- cultoras nos territórios do Sertão do Pajeú em Pernambuco e no Oeste Potiguar, a construção de aproximadamente 400 banheiros redondos em parceria com o poder público local, Projeto Dom Hélder Câmara e associações comunitárias, beneficiando aproximadamente 2.000 pessoas, além disso, vem fortalecer o que já vem sendo realizado por outras organizações da sociedade civil em outros territórios de Per- nambuco. Os depoimentos das famílias agricultoras publicados na cartilha atestam para a importância dessa tecnologia na convivência com o Semi-Árido brasileiro, no que se refere à manutenção da saúde famíliar e à conservação do meio ambiente. 12 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 13. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 1: LOCALIZAÇÃO E ESCAVAÇÃO DO BANHEIRO ● O banheiro deve ficar localizado próximo da casa para permitir segurança e comodidade à família; ● Localizar a fossa e o sumidouro longe de cisternas e fontes de água; ● Localizar a fossa e o sumidouro longe de pedras para facilitar a escavação; ● Se o banheiro for acoplado à casa, verifique a altura do alicerce (sapata). Se o alicerce ficar alto, a família terá dificuldade para abastecer a caixa d’água. ● A base tem formato circular com 2 metros de diâmetro. Na parte de dentro do círculo, escava-se uma vala de 20 centímetros de largura, para caber um tijolo. Os tijolos são sentados da mesma forma que se constrói um poço (cacimbão); ● Escava-se o alicerce (sapata) até chegar em material firme. FOSSA E SUMIDOURO Série Compartilhando Experiências Nº 4 13
  • 14. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ● A escavação da fossa tem 2 metros de diâmetro e 1 metro e 10 centímetros de profundidade; ● O sumidouro tem o mesmo diâmetro da fossa, sendo que a profundidade é de 60 centímetros. 14 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 15. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 2: CONSTRUÇÃO DA BASE DO BANHEIRO E INSTALAÇÃO HIDRÁULICA TRAÇO: • 09 latas de areia; • 01 saco de cimento. INICIANDO A CONSTRUÇÃO DA BASE: • A base tem 2 metros de diâmetro; • Sentar os tijolos como se fosse construir um poço amazonas, um cacimbão; Série Compartilhando Experiências Nº 4 15
  • 16. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO SISTEMA HIDRÁULICO: Material necessário: • Um cano de 40 milímetros de PVC para esgoto com 1 metro e meio de com- primento para o ralo e lavatório (pia); • Um cano de 100 milímetros de PVC para esgoto com 50 centímetros de com- primento para a instalação do vaso sanitário. COMO FAZER • Instalar canos e conexões com 5 centímetros de desnível. ATERRO DA BASE • Após a colocação dos canos, colocar areia grossa e compactar bem até o nível da última fiada de tijolos. 16 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 17. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO TRAÇO DO CONCRETO: • 09 latas de areia; • 03 latas de brita grossa; • 03 latas de pó de brita; • 01 saco de cimento. COMO FAZER • Colocar a primeira camada de concreto de 4 centímetros para receber a fer- ragem. Série Compartilhando Experiências Nº 4 17
  • 18. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO FERRAGEM: • 14 ferros de ¼” (06 milímetros), cruzados entre si. COMO FAZER • Colocar os primeiros ferros formando uma cruz e depois divida em partes iguais os 12 restantes. • Colocar mais uma camada de concreto de 4 centímetros em cima da ferra- gem totalizando 8 centímetros. 18 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 19. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 3: ESTRUTURA O banheiro pré-moldado tem forma circular e é construído com fôrmas metálicas de 1 metro e 56 centímetros de diâmetro e meio metro de altura. A espessura do anel de cimento depois de pronto é de 7 centímetros. Para construir a estrutura do banheiro, monta-se as fôrmas formando o círculo, co- loca-se argamassa, compacta-se bem e quando atingir 12 centímetros, colo- ca-se o primeiro anel de ferro de 4.2 milímetros. Coloca-se mais uma camada, compacta-se bem e quando atingir 13 centímetros, coloca-se mais um anel de ferro. Em seguida coloca-se mais argamassa, compacta-se e quando faltar 12 centímetros para encher a fôrma coloca-se o terceiro anel de ferro. Após a colocação do terceiro anel de ferro de 4.2 milímetros, completa-se com ar- gamassa até a borda da fôrma. FERRAGEM: • 06 ferros de ¼” (06 milímetros) com 2 metros e 65 centímetros de altura; • Para cada anel utilizar 3 quilos de ferro 4.2 milímetros na horizontal. COMO FAZER • Os ferros de ¼” (06 milímetros) são colocados de forma vertical, distribuídos ao longo do anel, deixando-se dois ferros a uma distância de 64 centímetros um do outro referente à largura da porta; • Os ferros 4.2 milímetros devem ser distribuídos da seguinte maneira: quando a camada de argamassa atingir 12 centímetros, coloca-se o primeiro ferro; coloca-se mais uma camada de argamassa de 13 centímetros e o segundo ferro; coloca-se mais uma camada de argamassa 13 centímetros e o último ferro. • Para deixar o espaço da porta, coloca-se duas ripas de 1 metro e 90 centí- metros de altura e 62 centímetros de largura, em seguida, preenche-se o espaço entre as ripas com areia, que será retirada após a secagem do anel e desmontagem das fôrmas. Série Compartilhando Experiências Nº 4 19
  • 20. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO Detalhe da virada do ferro 4.2 milímetros onde vai ser colocada a porta. ALVENARIA TRAÇO: • 09 latas de areia; • 03 latas de pó de brita; • 01 saco de cimento. COMO FAZER • Para garantir uma boa compactação, a argamassa tem que estar mole. De- pois de colocada na fôrma, a argamassa deve ser bem compactada (so- cada), para garantir uma boa estrutura para a construção. • No enchimento da primeira fôrma fazer o mesmo nivelamento das conexões da base; • Colocar as fôrmas alinhadas uma em cima da outra para que a estrutura não fique com defeito ou inclinada. 20 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 21. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO PORTA: - Detalhe da colocação da ripa no final onde vai ficar a porta. Largura da porta 62 centímetros e altura de 1 metro e 90 centímetros. CONCLUSÃO DA ALVENARIA DO CORPO COMO FAZER • A estrutura do banheiro fica com 2 metros de altura. Com essa altura, cons- trói-se a laje; • A desmontagem das fôrmas deve começar retirando as partes internas da fôrma de cima e em seguida desmontam-se as partes externas. O processo segue com a desmontagem da fôrma seguinte, sempre de dentro para fora e de cima para baixo. DICA IMPORTANTE: • Com os restos dos traços inicia-se a construção da base do lavatório. • Aproveitar bem todo o material para economizar na construção. Série Compartilhando Experiências Nº 4 21
  • 22. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 4: CONSTRUÇÃO DA CAIXA D’ÁGUA INICIAR PELA LAJE ESCORAMENTO: • Colocação do escoramento (fôrro de madeira) para receber a ferragem e o concreto; COLOCAÇÃO DA PARTE EXTERNA DA FÔRMA • A fôrma é colocada para evitar que o concreto escorra pela lateral da laje. TRAÇO: • 07 latas de areia; • 03 latas de brita (sendo 02 grossas e 01 fina); • 01 saco de cimento. COMO FAZER: • Colocar a primeira camada de concreto com 4 centímetros para receber a ferragem; 22 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 23. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO FERRAGEM: • 16 ferros de ¼” (06 milímetros) de 1 metro e 54 centímetros de comprimento cruzando uns sobre os outros. Em seguida, coloca-se mais uma camada de concreto de 4 centímetros, totalizando assim, 8 centímetros de espessura e faz-se o acabamento com a desimpoladeira. ALVENARIA DA CAIXA D’AGUA DICA IMPORTANTE: • Quando a laje estiver seca, desmonta-se a fôrma, montando-a novamente para fazer outro anel pré-moldado de cimento que fun- cionará como caixa d´água do banheiro. MATERIAIS NECESSÁRIOS: • 06 latas de areia; • 03 latas de pó de brita; • 01 saco de cimento. Série Compartilhando Experiências Nº 4 23
  • 24. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO COMO FAZER: • Utilizar argamassa mole e compactar bem. A boa compactação da argamas- sa vai evitar futuros vazamentos na caixa d´água. REBOCO DA CAIXA D’ÁGUA: • 03 latas de areia; • ½ saco de cimento; • ½ litro de impermeabilizante. 24 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 25. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 5: ACABAMENTO INTERNO E EXTERNO CHAPISCO TRAÇO: • 03 latas de areia; • ½ saco de cimento; REBOCO TRAÇO: • 08 latas de areia; • 01 saco de cimento. COMO FAZER: • Colocação de pedaços de tubo de PVC de 100 milímetros para ventilação, nos locais onde estavam os caibros do escoramento. • Colocação de tela de peneira nos canos para evitar a entrada de animais. DICA IMPORTANTE: • Para rebocar por dentro e por fora são gastos 2 traços. Série Compartilhando Experiências Nº 4 25
  • 26. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO TRAÇO DO PISO: • 03 latas de areia; • ½ saco de cimento. 26 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 27. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 6: INSTALAÇÃO DA LOUÇA SANITÁRIA E DA PARTE HIDRÁULICA • Ligar o cano soldável de PVC rígido de 40 milímetros de diâmetro e 1 metro e meio de comprimento da laje ao registro da descarga; • O cano do lavatório (pia) de ½” com 1 metro e meio de altura e 85 centímetros de comprimento da laje até a pia; • Para o chuveiro, 40 centímetros de cano de 40 milímetros, 02 pedaços de cano de ½” sendo um de 80 centímetros e outro de 95 centímetros. OBSERVAÇÃO: Detalhe da encanação sem reboco. Série Compartilhando Experiências Nº 4 27
  • 28. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 7: FOSSA E SUMIDOURO • A fossa e o sumidouro são construídos com a mesma fôrma metálica utilizada na estrutura do banheiro. TRAÇO: • 09 latas de areia; • 03 latas de pó de brita; • 01 saco de cimento. FERRAGEM: • Para cada anel são necessários 3 quilos de ferro de 4.2 milímetros DICA IMPORTANTE • Para construção da fossa e do sumidouro gasta-se em média 2 traços. CONCRETO DO PISO DA FOSSA • Espessura de 5 centímetros TRAÇO: . 03 latas de areia; . 01 lata de pó de brita; . 01 lata de brita grossa; . meio saco de cimento. 28 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 29. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO FILTRO DO SUMIDOURO • Colocar um cano de 100 milímetros no cen- tro do sumidouro, com furos para facilitar a infiltração dos líqüidos. ORDEM DE COLOCAÇÃO DOS MATERIAIS: 1ª - 3 latas de brita grossa; 2ª - 3 latas de brita fina; 3ª - 10 latas de pó de brita; 4ª - 20 latas de areia grossa. Série Compartilhando Experiências Nº 4 29
  • 30. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO TAMPA DA FOSSA E DO SUMIDOURO FERRAGEM: • 7 pedaços de ferro de 1/4” (06 milímetros); • 7 pedaços de ferro 4.2 milímetros. Esses ferros são cruzados uns sobre os outros. TRAÇO DO CONCRETO: 07 latas de areia; 02 latas de brita fina; 02 latas de pó de brita; 01 saco de cimento. DICAS IMPORTATES • 02 traços são suficientes para fazer as tampas da fossa, do sumidouro e da caixa d’água; • A espessura na laje é de 6 centímetros. 30 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 31. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 8: COBERTURA DA CAIXA D’ÁGUA: A cobertura da caixa d´água é feita em duas partes (bandas), construí- das separadas. Na segunda parte (banda) será feita a porta para enchimento da caixa d´água. MATERIAL NECESSÁRIO PARA A PRIMEIRA BANDA • 04 ferros de 1/4” (ou 06 milímetros) • 07 ferros de 4.2 milímetros MODO DE FAZER Esta parte (banda) terá a espessura de 4 centímetros e os ferros serão dis- postos cruzados uns sobre os outros MATERIAL NECESSÁRIO PARA A SEGUNDA BANDA • 03 ferros de 1/4” (ou 06 milímetros) • 08 ferros de 4.2 milímetros MODO DE FAZER Esta parte (banda) terá a espessura de 4 centímetros e os ferros serão dis- postos cruzados uns sobre os outros Série Compartilhando Experiências Nº 4 31
  • 32. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ABERTURA DA PORTA DA CAIXA D’ÁGUA A porta terá 40 centímetros de comprimento por 50 centímetros de largura. MODO DE FAZER Os ferros de 4.2 mm serão cortados nos tamanhos de 45 e 55 centímetros de cumprimento cruzados entre si (ver foto). OBSERVAÇÃO: A porta deverá ser maior que a entrada dela para que possa ser fechada sobre a caixa d´água (ver foto). 32 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 33. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO COLOCAÇÃO DA TAMPA DA FOSSA E DO SUMIDOURO • Rolar a tampa com 4 pessoas; • Colocar argamassa sobre o anel onde será colocada a tampa. Detalhe da tampa da caixa d’água Série Compartilhando Experiências Nº 4 33
  • 34. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 9: PORTA SANFONADA COMO SENTAR A PORTA • Fazer furos na parede e colocar buchas nº 06 • Encaixar a porta sanfonada de PVC e parafusar. LAVATÓRIO DE ROUPA • Colocação da parte hidráulica. 34 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 35. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 03 - PASSO A PASSO DA CONSTRUÇÃO ETAPA 10: CONCLUSÃO DO BANHEIRO INSTALAÇÃO ELÉTRICA: • 01 Bocal; • 01 Pêra; • 01 lâmpada PINTURA E CONCLUSÃO DO BANHEIRO Série Compartilhando Experiências Nº 4 35
  • 36. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 4. ORÇAMENTO E MATERIAIS NECESSÁRIOS DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE Cimento Saco 15 Impermeabilizante Quilo 1 Arame 12 Quilo 0,25 Ferro 1/4 Barra 8 Arame 18 Quilo 0,2 Tela fina galvanizada Metro 0,1 Ferro 4.2 Quilo 18 Tijolo comum Unidade 400 Pó de brita Lata 40 Brita 12 (fina) Lata 8 Brita 25 (grossa) Lata 7 Cal Lata 0,5 Pia para lavanderia Unidade 1 Bacia sanitária aliança Unidade 1 Assento sanitário Unidade 1 Lavatório de mão Unidade 1 Bucha p/ bacia Unidade 1 Válvula p/ lavatório Unidade 3 Torneira 1/2” Unidade 2 Engate 1/2 Unidade 1 Parafuso c/ bucha (Jogo) Unidade 2 Chuveiro c/ braço Unidade 1 Cano 40 soldável Metro 3 Joelho 40 soldável Unidade 2 Curva longa 40 esgoto Unidade 1 T 40 Unidade 2 Ralo sifonado Unidade 1 Redução de 40x20 Unidade 2 Cano de 20 soldável Barra 1 36 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 37. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 4. ORÇAMENTO E MATERIAIS NECESSÁRIOS DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE Joelho 20 soldável Unidade 3 Joelho LR 20x1/2 Unidade 3 Cano 100 mm Barra 1 Luva L/R de 20mm Unidade 1 Cap de 20mm rosqueável Unidade 1 Joelho 100 mm Unidade 2 T 100 mm Unidade 1 Registro 40 esfera PVC Unidade 1 Série Compartilhando Experiências Nº 4 37
  • 38. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Adenilton Nunes do Nascimento (37), sua esposa Valdeci (36) e seus cinco filhos moram há dez anos na Comunidade Olho D’água, no município de São José do Egito, em Pernambuco. A propriedade da família possui um hectare e é de onde eles retiram o sustento plantando milho e feijão. A água vem de uma cisterna recém construída. Além disso, na época de inverno, Adenilton busca água com um carro de boi num barreiro que fica na proprie- dade do vizinho. A família de Adenilton e Valdeci nunca teve banheiro em casa. Na verdade, a vida inteira eles sempre utilizaram a área ao redor da proprie- dade para fazer suas necessidades fisiológicas. A família foi contemplada com a construção do banheiro redondo há dois anos. Sua esposa Valdeci lembra como era difícil para sua filha deficiente to- mar banho e fazer suas necessidades fora de casa. Lembra também que tanto ela como o marido precisavam “se segurar” e esperar anoitecer para poderem usar o “banheiro da natureza”. “Hoje tudo é diferente. A vida está maravilhosa!”, conta Dona Valdeci. Eles já fizeram a conta e descobriram que a caixa d’ água precisar encher a cada oito dias para servir ao número de pessoas da casa. Hoje, toda a família está muito satisfeita com o banheiro redondo pois se sentem à vontade para usar o banheiro em qualquer hora do dia ou da noite. 38 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 39. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Maria Aparecida (36) e Leonildo (46) vivem com seus três filhos há 11 anos na Comunidade Poço do Veado, em Afogados da Ingazeira, Pernam- buco. Tanto Aparecida como Leonildo cresceram na zona rural e, mesmo de- pois de casados, nunca possuíram banheiro em casa. A família tem uma cisterna de telhado e, recentemente, construiu um banheiro redondo. Moram numa espécie de vila, onde as casas são bem próxi- mas uma das outras. A renda da família vem do trabalho alugado do marido e parte da alimentação é retirada do plantio em terras arrendadas. A água da cisterna é comprada e vem de um cacimbão distante três quilômetros da casa. O banheiro foi construído há uma semana e já causou grande mudança na vida da família. Dona Aparecida conta que era difícil para eles tomar banho. “Tínhamos que colocar panos para nos cobrirmos”, diz Aparecida. Além disso, as necessidades fisiológicas tinham que ser feitas durante a noite pelos adul- tos por causa da proximidade das casas dos vizinhos, causando muito cons- trangimento. “Era uma dificuldade quando alguém ficava doente com diarréia”, com- pleta Dona Aparecida. O banheiro redondo foi imediatamente aprovado por toda a família. Seu Leonildo é pedreiro e inovou a construção fazendo uma conexão com a casa. “Não precisaremos mais sair de casa para usar o ba- nheiro”, diz Leonildo. Série Compartilhando Experiências Nº 4 39
  • 40. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Maria de Lourdes (35) e Lauro Gabriel (42) possuem oito filhos e moram na Comunidade Retiro, em São José do Egito, Pernambuco. Há três anos, a família foi contemplada com uma cisterna calçadão, com uma área produtiva e um banheiro redondo. Antes da cisterna, a família bebia água do açude que não era boa. Ago- ra, com a cisterna, a qualidade da água melhorou bastante. No período do inverno, a água da cisterna, além de servir para o consumo da família, é uti- lizada para irrigar a área produtiva com fruteiras como bananeiras, graviola, mangueiras, laranjeiras entre outras plantas. Seu Lauro ainda não consegue viver exclusivamente da renda obtida com a comercialização da produção da sua propriedade. Por isso tem que trabalhar na fabricação de carvão. Um de seus filhos, Roberto (18 anos) é um agricultor experimentador. Já criou codornas e reforçou a renda da família com a venda dos ovos. Hoje em dia, Roberto investiga a melhor forma de irrigar as plantas da casa com água reaproveitada. A tecnologia aplicada na construção do banheiro redondo permite o reaproveitamento da água do chuveiro e da pia. Essa água que passa por dois tanques de decantação é utilizada para aguar as fruteiras da área produ- tiva. Dona Lourdes tem planos de aumentar a área de fruteiras só com água reaproveitada do banho. 40 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 41. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Berenice Miranda (36) e sua filha Amanda Cristina (12) moram desde 2003 na comunidade de Água Branca, município de Umarizal no Rio Grande do Norte. Com muita dificuldade de acesso à água, Berenice utilizava água da casa de seu pai e, quando faltava, recorria às casas dos vizinhos mais próxi- mos. A água de cacimbão servia para uso doméstico e higiene pessoal. Para transportá-la, elas utilizavam baldes e latas em carrinho de mão. “Tinha dias que eu nem terminava de fazer a luta da casa e a água já tinha acabado e não dava nem para lavar a louça suja, nem a casa. Lembro que antes eu dizia para minha filha que deveríamos tomar banho de pincel, para economizar a água”, relata Berenice. Há um ano, seu pai comprou o terreno vizinho com poço e cacimbão. Elas contam que depois disso melhorou o acesso de água para a família. An- tes da compra do referido terreno nem a família de Berenice nem a de seu pai utilizavam água existente lá, pelo fato de ser de outro proprietário. O banheiro da casa era improvisado numa parte reservada da casa, onde hoje funciona a dispensa. Tinha um sanitário velho e a fossa havia es- tourado, o tanque do banheiro era todo remendado, pois já tinha furado várias vezes. Série Compartilhando Experiências Nº 4 41
  • 42. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. “Lembro que em maio deste ano o banheiro chegou. Isso mudou muito minha vida, pois o banheiro que eu tinha, a gente só usava mais para o banho. Nossas necessidades, fazíamos na casa de meu pai. Hoje não temos mais vergonha de receber uma visita em casa devido à dificuldade da água e do banheiro. Já veio gente olhar o modelo dele. Depois da água (do banheiro que é reutilizada na irrigação da horta e das fruteiras do quintal da casa) até minha alimentação melhorou. Comecei a plantar e vender aqui na comunidade. A melhor coisa que fiz foi ter voltado para morar no sítio e sonho em viver me- lhor, aumentar minha casa, plantar mais, pois eu já sofri muito na vida, princi- palmente pela falta de água. E gostaria de poder ajudar aquelas pessoas que não têm, porque eu já passei pela mesma situação”, conta Berenice com muita satisfação. “Eu nunca tinha tido um banheiro assim nem na outra casa que eu morei na cidade. Com a construção do banheiro, a família sentiu muita diferença. É um banheiro de primeiro mundo, todo mundo que vê fica apaixonado pelo banheiro, quer fazer igual ao meu”, completa Berenice. 42 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 43. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Dona Adelsuita de Macena (58) e seu esposo Luiz Paulo (60) moram com dois filhos, um genro e um neto no bairro São João, uma das áreas mais pobres da cidade de São José do Egito, Pernambuco. A família vive há 40 anos na região e nunca soube o que é possuir um banheiro em casa. Antes, a família vivia na zona rural. Dona Adelsuita lembra da dificuldade que a família tinha com a falta de um banheiro na casa da zona urbana. Toda vez que precisavam tomar banho ou fazer suas necessidades fisiológicas passavam por muitos constrangimen- tos. Diferente da zona rural, na cidade, as casas são muito próximas uma das outras. Ninguém tem banheiro. Toda a vizinhança sofre pela falta de sanea- mento básico. Dona Adelsuita foi selecionada por um programa de saneamento básico da prefeitura de São José do Egito para a construção de um banheiro redondo. Esse programa está se tornando política pública municipal, uma grande con- quista das organizações que fazem parte do Fórum de Políticas Públicas do município, inclusive a Diaconia. Vez por outra eles recebem vizinhos curiosos que querem conhecer o famoso banheiro redondo. Hoje o semblante de Dona Adelsuita e sua famí- lia estão mudados. “Depois do banheiro redondo, nossa vida se tornou uma maravilha”, diz ela. Série Compartilhando Experiências Nº 4 43
  • 44. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Otavio Anísio da Silva (53), sua esposa Emídia Margarida de Souza (44) e seus seis filhos Marcicleia, Margarida, Rosinaldo, Leandro, Lucas e Daniele residem na comunidade de Teixeira, no município de Rafael Godeiro, no Rio Grande do Norte. Seu Otavio e família trabalham nas terras em que moram como meeiros (quem planta na terra de terceiros e, por conta disso, tem direito à metade da produção). Vivem de cultivos tradicionais, plantando milho e feijão para garantir a sustentação familiar. Toda a produção é armazenada em silos de zinco. Não plantam no quintal porque o solo é muito duro. A família tem uma pequena criação de galinhas, guinés e porco para consumo próprio. Sempre que pre- cisam de um dinheiro vendem um dos animais. Em março de 2007, a família foi contemplada com um banheiro redondo através da ação da Diaconia e da associação rural da comunidade. No início da construção pensavam que não ia dar certo. “Como vai colocar a porta se o banheiro é redondo?”, questionava Dona Emídia Margarida. Antes a família tinha o banheiro só para tomar banho e era fora de casa. Todas as necessidades fisiológicas eram feitas ao ar livre, no meio da vegeta- ção da caatinga, sem nenhum saneamento básico. “A situação agora é outra. É muito bom ter um banheiro dentro de casa, com chuveiro para tomar banho, pia para escovar os dentes e vaso sanitário para as necessidades”, diz o Sr. Otávio. 44 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 45. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo 5. EXPERIÊNCIAS DAS FAMÍLIAS QUE CONQUISTARAM O BANHEIRO REDONDO. Eles têm o maior cuidado com o banheiro, lavam a caixa d’água todos os meses e garantem que é uma das melhores coisas que já aconteceu na vida deles. “Achamos que deveria ser feito muitos banheiros como este, o governo deveria ser responsável por essa construção e melhorar a vida de outras famí- lias como nós” afirma Dona Emídia Margarida. Série Compartilhando Experiências Nº 4 45
  • 46. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo Diaconia Sede Rua Marques do Amorim, 599, Ilha do Leite CEP: 50070-030 Recife – PE – Brasil Tel/ Fax: (81) 3221.0508 E-mail: diaconia@diaconia.org.br www.diaconia.org.br Casa de Apoio de Afogados da Ingazeira Rua Padre Luiz de Góes, 177, Centro CEP: 56.800-000 Afogados da Ingazeira – Pernambuco Telefones: (87) 3838-1056 / 3838-3941 Email: afogados@diaconia.org.br Casa de Apoio de Umarizal Avenida Divinópolis, 456, Centro CEP: 59.865-000 Umarizal – Rio Grande do Norte Telefones: (84) 3397-2665 / 3397-2237 Email: umarizal@diaconia.org.br Casa de Apoio de Fortaleza Rua Pedro Pereira, 460, Salas 301 - 303 CEP: 60.035-000 Fortaleza – Ceará Telefones: (85) 3231-5292 / 3211-7062 Email: fortalez@diaconia.org.br Natal Rua Piquiá, 7830 Cidade Satélite CEP: 59.067-580 Natal – Rio Grande do Norte Telefones: (84) 3218-6341 Email: natal@diaconia.org.br 46 Série Compartilhando Experiências Nº 4
  • 47. CONVIVENDO COM O SEMI-ÁRIDO Construção do Banheiro Redondo Publicações Relacionadas Série Compartilhando Experiências Nº 4 47