2. Cinema Sonoro
Os primeiros filmes sonoros
Muitas das grandes inovações no processo de
montagem foram relegadas a um segundo plano
quando da chegada do som aos filmes.
Os primeiros filmes sonoros eram chamados de filmes
tocados ou rádio ilustrado.
Nestes primeiros anos, buscou-se um significado
teórico para o som.
3. Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas
Desde o início do cinema várias experiências foram
realizadas para sonorizar os filmes. Mas foi somente
quando dos avanços tecnológicos na transmissão de
rádio e telefone que a sonorização aconteceu.
O cantor de jazz, de 1927 é considerado o primeiro filme
sonorizado da história do cinema. O sistema usado
neste filme era sound-on-disc, ou seja, o filme era
projetado enquanto um disco com as músicas e falas do
filme era tocado.
Roda O Cantor de Jazz
4. Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas
Para o desenvolvimento do processo de sonorização foi
necessário superar uma série de restrições na qualidade dos
microfones, sincronização da câmera e do som, além da
amplificação do áudio nas salas de cinema.
A gravação de som era uma tarefa tão desafiadora que uma
estagnação no desenvolvimento das técnicas de montagem e a
perda de muitos ganhos criativos obtidos no período mudo.
Os musicais e suas estrelas tornaram-se muito importantes.
Muito dos artistas do período anterior, inclusive os
comediantes, viveram um declínio, sendo substituídos por
atores e atrizes do teatro.
5. Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas
Simultâneo ao sound-on-disc, foi desenvolvido a gravação
ótica de som, com a criação de uma faixa para gravação
magnética junto com o filme, o chamado sound-on-film, ou
movietone.
Neste método o som é gravado junto com o filme, facilitando
em muito a sincronização do áudio com a imagem.
Em 1929, cria-se a câmera blimpada, que não gera ruídos
mecânicos, permitindo gravar uma sequencia sonora com a
câmera em movimento.
Em 1930, cria-se a Moviola. Em 1932, a numeração das
bordas do filme, o que tornou muito mais fácil a
sincronização de áudio e imagem.
6. Cinema Sonoro
Reflexões teóricas sobre o som
O debate teórico sobre o som buscou superar o conceito de
que o filme sonoro era apenas uma peça filmada,
complementada pelo diálogo e uma tentativa de
compreender o áudio como uma evolução do filme como
arte. Entre os teóricos neste debate estavam Eisenstein,
Pudovkin e Alexandrov.
Eles alertaram para o fato de que a combinação de imagem
e som desconstruiria o conceito de que a montagem se
dava pelo uso do plano como “tijolo”. Estes teóricos
defendiam ainda, o uso do som de forma assíncrona, com o
som funcionando como uma espécie de contraponto.
7. Cinema Sonoro
Reflexões teóricas sobre o som
Especialmente Pudovkin, acreditava que o uso
assincrônico do som abriria a possibilidade de construir
novos significados, pois via o som como um elemento
adicional para enriquecer o sentido.
Posteriormente, Basil Wright e Alberto Cavalcanti fizeram
experimentos com o som no cinema. Eles defendiam que
o som poderia ser usado não apenas para neutralizar o
caráter realista do diálogo, mas também para osquestrar
uma ampla variedade de fontes sonoras – efeitos,
narrações e músicas afim de criar uma nova realidade.
8. Experimentos sonoros
Chantagem e Confissão, de 1929, dirigido po Alfred
Hitchcok, tem muito das características dos primeiros
filmes sonoros. Ele foi rodado parte como filme mudo,
parte como sonoro. As seqüência mudas tem música e
efeitos sonoros ocasionais.
As sequencias sonoras, por sua vez, são dominadas pelo
diálogo. A camera está estática, assim como os atores.
9. Experimentos
sonoros
Neste filme Hithcok utiliza-se do
assincronimos proposto por
Pudovkin para enfatizar contar das
emoções da personagem.
Roda o filme Blackmail
10. Experimentos sonoros
Em M. o Vampiro de Dusseldorf (1931), Fritz Lang
montou o som como se estivesse montando imagens. A
partir desse base sonora as imagens são montadas
criando um sincronismo.
Algumas das seqüência dependem exclusivamente do
som para a sua continuidade.
O diálogo é usado para estabelecer ações paralelas e dar
ao público o sentido de progressão da narrativa. O ritmo
do diálogo determina a montagem.
12. Experimentos sonoros
Rouben Mamoulian foi o primeiro cineasta a reconhecer
os significados pelos quais é possível emprestar um
aspecto de profundidade.
Para fazer Aplauso (1929), Mamoulian criou uma cabine à
prova de som, onde instalou a camera. Ele acreditava que
a proximidade do microfone com os atores criava o
sentido de proximidade entre a platéia e os personagens.
O silêncio, por sua vez, representava o distanciamento
total, como na cena de Aplauso em uma cena de um
suicídio.
13. Experimentos
sonoros
Usando o som como
contraponto à imagem,
Mamoulian ampliou as
características dramáticas
das cenas.
Roda o Filme
14. Experimentos sonoros
Em o Médico e o Monstro (Dr Jekyll and Mister Hyde, 1931),
Mamoulian amplia o conceito de proximidade – distanciamento
sonoro. Ele filma os primeiros cinco minutos com a camera
totalmente subjetiva. Vemos o que o personagem vê. O ouvimos
mas não o vemos até que ele pare em frente a um espelho.
Ouvimos Kekyll como se estivéssemos ao lado dele.
Em todo o filme, graças aos planos sonoros, subjetividade,
separação, desejo e sonhos são articulados pelo uso da montagem
sonora.
16. Conclusão
Em seu trabalho criativo, Mamoulian, Lang e Hitchcok
tentaram superar as limitações tecnológicas do som no
período inicial. Junto com os trabalhos teóricos de
Eisenstein, Pudovkin, eles prepararam a indústria para ver
o som não apenas como um fim em si mesmo, mas como
um outro elemento que junto com a montagem visual,
poderia criar uma experiência narrativa única no cinema.