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Aula 8

Cinema sonoro
Cinema Sonoro
Os primeiros filmes sonoros

Muitas das grandes inovações no processo de
montagem foram relegadas a um segundo plano
quando da chegada do som aos filmes.

Os primeiros filmes sonoros eram chamados de filmes
tocados ou rádio ilustrado.
Nestes primeiros anos, buscou-se um significado
teórico para o som.
Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas
Desde o início do cinema várias experiências foram
realizadas para sonorizar os filmes. Mas foi somente
quando dos avanços tecnológicos na transmissão de
rádio e telefone que a sonorização aconteceu.

O cantor de jazz, de 1927 é considerado o primeiro filme
sonorizado da história do cinema. O sistema usado
neste filme era sound-on-disc, ou seja, o filme era
projetado enquanto um disco com as músicas e falas do
filme era tocado.

Roda O Cantor de Jazz
Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas
Para o desenvolvimento do processo de sonorização foi
necessário superar uma série de restrições na qualidade dos
microfones, sincronização da câmera e do som, além da
amplificação do áudio nas salas de cinema.

A gravação de som era uma tarefa tão desafiadora que uma
estagnação no desenvolvimento das técnicas de montagem e a
perda de muitos ganhos criativos obtidos no período mudo.
Os musicais e suas estrelas tornaram-se muito importantes.
Muito dos artistas do período anterior, inclusive os
comediantes, viveram um declínio, sendo substituídos por
atores e atrizes do teatro.
Cinema Sonoro
Limitações tecnológicas

Simultâneo ao sound-on-disc, foi desenvolvido a gravação
ótica de som, com a criação de uma faixa para gravação
magnética junto com o filme, o chamado sound-on-film, ou
movietone.
Neste método o som é gravado junto com o filme, facilitando
em muito a sincronização do áudio com a imagem.
Em 1929, cria-se a câmera blimpada, que não gera ruídos
mecânicos, permitindo gravar uma sequencia sonora com a
câmera em movimento.
Em 1930, cria-se a Moviola. Em 1932, a numeração das
bordas do filme, o que tornou muito mais fácil a
sincronização de áudio e imagem.
Cinema Sonoro
Reflexões teóricas sobre o som
O debate teórico sobre o som buscou superar o conceito de
que o filme sonoro era apenas uma peça filmada,
complementada pelo diálogo e uma tentativa de
compreender o áudio como uma evolução do filme como
arte. Entre os teóricos neste debate estavam Eisenstein,
Pudovkin e Alexandrov.

Eles alertaram para o fato de que a combinação de imagem
e som desconstruiria o conceito de que a montagem se
dava pelo uso do plano como “tijolo”. Estes teóricos
defendiam ainda, o uso do som de forma assíncrona, com o
som funcionando como uma espécie de contraponto.
Cinema Sonoro
Reflexões teóricas sobre o som
Especialmente Pudovkin, acreditava que o uso
assincrônico do som abriria a possibilidade de construir
novos significados, pois via o som como um elemento
adicional para enriquecer o sentido.

Posteriormente, Basil Wright e Alberto Cavalcanti fizeram
experimentos com o som no cinema. Eles defendiam que
o som poderia ser usado não apenas para neutralizar o
caráter realista do diálogo, mas também para osquestrar
uma ampla variedade de fontes sonoras – efeitos,
narrações e músicas afim de criar uma nova realidade.
Experimentos sonoros
Chantagem e Confissão, de 1929, dirigido po Alfred
Hitchcok, tem muito das características dos primeiros
filmes sonoros. Ele foi rodado parte como filme mudo,
parte como sonoro. As seqüência mudas tem música e
efeitos sonoros ocasionais.

As sequencias sonoras, por sua vez, são dominadas pelo
diálogo. A camera está estática, assim como os atores.
Experimentos
sonoros
Neste filme Hithcok utiliza-se do
assincronimos proposto por
Pudovkin para enfatizar contar das
emoções da personagem.


Roda o filme Blackmail
Experimentos sonoros

Em M. o Vampiro de Dusseldorf (1931), Fritz Lang
montou o som como se estivesse montando imagens. A
partir desse base sonora as imagens são montadas
criando um sincronismo.

Algumas das seqüência dependem exclusivamente do
som para a sua continuidade.

O diálogo é usado para estabelecer ações paralelas e dar
ao público o sentido de progressão da narrativa. O ritmo
do diálogo determina a montagem.
Experimentos
sonoros
Lang usou o som como
se fosse um outro
elemento visual,
montando-o livremente.

Roda o filme
Experimentos sonoros
Rouben Mamoulian foi o primeiro cineasta a reconhecer
os significados pelos quais é possível emprestar um
aspecto de profundidade.

Para fazer Aplauso (1929), Mamoulian criou uma cabine à
prova de som, onde instalou a camera. Ele acreditava que
a proximidade do microfone com os atores criava o
sentido de proximidade entre a platéia e os personagens.

O silêncio, por sua vez, representava o distanciamento
total, como na cena de Aplauso em uma cena de um
suicídio.
Experimentos
sonoros
Usando o som como
contraponto à imagem,
Mamoulian ampliou as
características dramáticas
das cenas.

Roda o Filme
Experimentos sonoros
Em o Médico e o Monstro (Dr Jekyll and Mister Hyde, 1931),
Mamoulian amplia o conceito de proximidade – distanciamento
sonoro. Ele filma os primeiros cinco minutos com a camera
totalmente subjetiva. Vemos o que o personagem vê. O ouvimos
mas não o vemos até que ele pare em frente a um espelho.
Ouvimos Kekyll como se estivéssemos ao lado dele.

Em todo o filme, graças aos planos sonoros, subjetividade,
separação, desejo e sonhos são articulados pelo uso da montagem
sonora.
Experimentos
sonoros




Roda o filme
Conclusão
Em seu trabalho criativo, Mamoulian, Lang e Hitchcok
tentaram superar as limitações tecnológicas do som no
período inicial. Junto com os trabalhos teóricos de
Eisenstein, Pudovkin, eles prepararam a indústria para ver
o som não apenas como um fim em si mesmo, mas como
um outro elemento que junto com a montagem visual,
poderia criar uma experiência narrativa única no cinema.
FIM

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Cinema Sonoro - A chegada do som

  • 2. Cinema Sonoro Os primeiros filmes sonoros Muitas das grandes inovações no processo de montagem foram relegadas a um segundo plano quando da chegada do som aos filmes. Os primeiros filmes sonoros eram chamados de filmes tocados ou rádio ilustrado. Nestes primeiros anos, buscou-se um significado teórico para o som.
  • 3. Cinema Sonoro Limitações tecnológicas Desde o início do cinema várias experiências foram realizadas para sonorizar os filmes. Mas foi somente quando dos avanços tecnológicos na transmissão de rádio e telefone que a sonorização aconteceu. O cantor de jazz, de 1927 é considerado o primeiro filme sonorizado da história do cinema. O sistema usado neste filme era sound-on-disc, ou seja, o filme era projetado enquanto um disco com as músicas e falas do filme era tocado. Roda O Cantor de Jazz
  • 4. Cinema Sonoro Limitações tecnológicas Para o desenvolvimento do processo de sonorização foi necessário superar uma série de restrições na qualidade dos microfones, sincronização da câmera e do som, além da amplificação do áudio nas salas de cinema. A gravação de som era uma tarefa tão desafiadora que uma estagnação no desenvolvimento das técnicas de montagem e a perda de muitos ganhos criativos obtidos no período mudo. Os musicais e suas estrelas tornaram-se muito importantes. Muito dos artistas do período anterior, inclusive os comediantes, viveram um declínio, sendo substituídos por atores e atrizes do teatro.
  • 5. Cinema Sonoro Limitações tecnológicas Simultâneo ao sound-on-disc, foi desenvolvido a gravação ótica de som, com a criação de uma faixa para gravação magnética junto com o filme, o chamado sound-on-film, ou movietone. Neste método o som é gravado junto com o filme, facilitando em muito a sincronização do áudio com a imagem. Em 1929, cria-se a câmera blimpada, que não gera ruídos mecânicos, permitindo gravar uma sequencia sonora com a câmera em movimento. Em 1930, cria-se a Moviola. Em 1932, a numeração das bordas do filme, o que tornou muito mais fácil a sincronização de áudio e imagem.
  • 6. Cinema Sonoro Reflexões teóricas sobre o som O debate teórico sobre o som buscou superar o conceito de que o filme sonoro era apenas uma peça filmada, complementada pelo diálogo e uma tentativa de compreender o áudio como uma evolução do filme como arte. Entre os teóricos neste debate estavam Eisenstein, Pudovkin e Alexandrov. Eles alertaram para o fato de que a combinação de imagem e som desconstruiria o conceito de que a montagem se dava pelo uso do plano como “tijolo”. Estes teóricos defendiam ainda, o uso do som de forma assíncrona, com o som funcionando como uma espécie de contraponto.
  • 7. Cinema Sonoro Reflexões teóricas sobre o som Especialmente Pudovkin, acreditava que o uso assincrônico do som abriria a possibilidade de construir novos significados, pois via o som como um elemento adicional para enriquecer o sentido. Posteriormente, Basil Wright e Alberto Cavalcanti fizeram experimentos com o som no cinema. Eles defendiam que o som poderia ser usado não apenas para neutralizar o caráter realista do diálogo, mas também para osquestrar uma ampla variedade de fontes sonoras – efeitos, narrações e músicas afim de criar uma nova realidade.
  • 8. Experimentos sonoros Chantagem e Confissão, de 1929, dirigido po Alfred Hitchcok, tem muito das características dos primeiros filmes sonoros. Ele foi rodado parte como filme mudo, parte como sonoro. As seqüência mudas tem música e efeitos sonoros ocasionais. As sequencias sonoras, por sua vez, são dominadas pelo diálogo. A camera está estática, assim como os atores.
  • 9. Experimentos sonoros Neste filme Hithcok utiliza-se do assincronimos proposto por Pudovkin para enfatizar contar das emoções da personagem. Roda o filme Blackmail
  • 10. Experimentos sonoros Em M. o Vampiro de Dusseldorf (1931), Fritz Lang montou o som como se estivesse montando imagens. A partir desse base sonora as imagens são montadas criando um sincronismo. Algumas das seqüência dependem exclusivamente do som para a sua continuidade. O diálogo é usado para estabelecer ações paralelas e dar ao público o sentido de progressão da narrativa. O ritmo do diálogo determina a montagem.
  • 11. Experimentos sonoros Lang usou o som como se fosse um outro elemento visual, montando-o livremente. Roda o filme
  • 12. Experimentos sonoros Rouben Mamoulian foi o primeiro cineasta a reconhecer os significados pelos quais é possível emprestar um aspecto de profundidade. Para fazer Aplauso (1929), Mamoulian criou uma cabine à prova de som, onde instalou a camera. Ele acreditava que a proximidade do microfone com os atores criava o sentido de proximidade entre a platéia e os personagens. O silêncio, por sua vez, representava o distanciamento total, como na cena de Aplauso em uma cena de um suicídio.
  • 13. Experimentos sonoros Usando o som como contraponto à imagem, Mamoulian ampliou as características dramáticas das cenas. Roda o Filme
  • 14. Experimentos sonoros Em o Médico e o Monstro (Dr Jekyll and Mister Hyde, 1931), Mamoulian amplia o conceito de proximidade – distanciamento sonoro. Ele filma os primeiros cinco minutos com a camera totalmente subjetiva. Vemos o que o personagem vê. O ouvimos mas não o vemos até que ele pare em frente a um espelho. Ouvimos Kekyll como se estivéssemos ao lado dele. Em todo o filme, graças aos planos sonoros, subjetividade, separação, desejo e sonhos são articulados pelo uso da montagem sonora.
  • 16. Conclusão Em seu trabalho criativo, Mamoulian, Lang e Hitchcok tentaram superar as limitações tecnológicas do som no período inicial. Junto com os trabalhos teóricos de Eisenstein, Pudovkin, eles prepararam a indústria para ver o som não apenas como um fim em si mesmo, mas como um outro elemento que junto com a montagem visual, poderia criar uma experiência narrativa única no cinema.
  • 17. FIM