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Instituto Saber
BASES NEUROBIOLÓGICAS DAS
DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DA
APRENDIZAGEM
Prof. Gláucia Corrêa Peres
“O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas
apenas do encéfalo vem a alegria, o prazer, o riso e a
diversão, o pesar, o luto, o desalento e a lamentação. E
por isso, de uma maneira especial, nós adquirimos
sabedoria e conhecimento e enxergamos e ouvimos e
sabemos o que é justo e injusto, o que é bom e o que é
ruim, o que é doce e o que é insípido... E pelo mesmo
órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e
temores nos assombram... Todas essas coisas nós temos
que suportar do encéfalo quando não está sadio... Nesse
sentido, opino que é o encéfalo quem exerce o maior
poder sobre o homem.”
- Hipócrates, Sobre a Doença Sagrada (séc. IV a.C) -
NEUROCIÊNCIAS
• A palavra data de 1970, mas o estudo é tão
antigo quanto a própria ciência
• Objetivo: compreender como o sistema nervoso
funciona
• Nível de análise: tentar entender o cérebro, para
tanto ele foi desmembrado em pequenas partes
passíveis de uma análise experimental
sistemática.
Neurociências
Níveis de Análise –
• Molecular
• Celular
• De Sistemas
• Comportamentais – estudam como os sistemas neurais trabalham juntos
produzindo comportamentos integrados.
 Existem diferentes formas de memória executadas por diferentes
sistemas?
 Onde agem as drogas que alteram a mente?
 Qual a contribuição desses sistemas para a regulação do humor e do
comportamento?
 De onde vêm os sonhos?
 Qual sistema neural é responsável pelos comportamentos de cada
gênero?
• Cognitivas - compreender os mecanismo neurais responsáveis pelas
atividades mentais superiores do homem:a consciência, a imaginação e a
linguagem
A pesquisa neste nível investiga como a atividade do encéfalo cria
A MENTE.
Bases Estruturais do SN
• Neurônio
• Sinapse
• Transmissão do Impulso Nervoso
• Mecanismos Celulares da Aprendizagem -
processos que controlam a comunicação sináptica são vitais
na aprendizagem e memória
• Neuroplasticidade
• Organização do SN
EVOLUÇÃO DO CÉREBRO HUMANO
EVOLUÇÃO DO CÉREBRO HUMANO
Ao longo de sua evolução, o cérebro humano adquiriu três componentes
que foram surgindo e se superpondo:
1. A parte inferior, a mais primitiva, correspondendo ao cérebro dos
répteis, é onde se encontram algumas estruturas como as do tronco
cerebral, responsáveis pela ações involuntárias e o controle de certas
funções viscerais (cardíaca, pulmonar, intestinal, etc), indispensáveis à
preservação da vida.
2. A porção intermediária corresponde ao cérebro dos mamíferos antigos,
formada pelas estruturas que regem as nossas emoções, as estruturas do
sistema límbico.
3. A porção mais externa do cérebro, conhecida como cérebro superior ou
racional, compreendendo a maior parte dos hemisférios cerebrais
(formado por um tipo de córtex mais recente – o neocórtex).
REGIÕES E FUNÇÕES CEREBRAIS
TELENCÉFALO OU CÉREBRO
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - FUNÇÕES
• Esquerdo
Verbal
Proposicional
Analítico
Lógico
Abstrato
Categórico
• Direito
Literal
Holístico
Sintético
Analógico
Concreto
Perceptual
NEURÔNIOS
• Células do Sistema Nervoso
 O SN contém cerca de 100 bilhões de
neurônios
O número de sinapses por neurônio é de,
aproximadamente 1000
 Boa parte das sinapses de um determinado
neurônio se faz dentro de uma área de 1-2 mm,
ou seja, são predominantemente locais
VIAS NEURAIS
VIAS NEURAIS
SINAPSE
 Como os fios do sistema elétrico de uma casa, as células nervosas
se comunicam entre si em circuitos chamados vias neurais.
 Ao contrário dos fios de sua casa, as células nervosas não se tocam,
mas ficam próximas em sinapses.
 Na sinapse, as duas células nervosas estão separadas por um
pequeno espaço, ou fenda sináptica.
 O neurônio transmissor se chama célula pré-sináptica, ao passo
que o receptor se chama célula pós-sináptica.
 As células nervosas enviam mensagens químicas com os
neurotransmissores em uma única direção pela sinapse a partir da
célula pré-sináptica para a pós-sináptica.
NEUROTRANSMISSORES
• São mensageiros químicos que permitem a
comunicação no cérebro e no corpo. Estas moléculas
fluem de uma célula nervosa para outra.
• A transmissão de informação através do neurônio é
um processo elétrico.
• A passagem do impulso nervoso começa numa
extremidade do neurônio, percorrendo toda a célula,
até atingir a extremidade oposta, que se encontra
junto a uma segunda célula nervosa.
dopamina norepinefrina serotonina
Plasticidade do sistema nervoso
• Na tentativa de explicar a recuperação de funções
após uma injúria cerebral, neurologistas levantam
conceitos de reorganização funcional ou substituição
funcional do sistema nervoso central (Ramirez, 1996;
Sabel , 1997).
• Vários estudos têm descrito que neurônios
sobreviventes a um insulto no SNC passam por um
processo de brotamento de sistemas axonais,
formando contatos funcionais com regiões
deprivadas de suas aferências originais.
• Dada a natureza universal dessa resposta de
brotamento, existe a possibilidade de que a formação
desses novos contatos seja o substrato neural
responsável pela reorganização funcional.
PLASTICIDADE DO SITEMA NERVOSO CENTRAL
• A plasticidade neural contribui para o aprendizado e
memória e participa do processo de restauração
funcional que se segue a um insulto cerebral
• Plasticidade pode ser definida como qualquer
mudança duradoura nas propriedades morfológicas
ou funcionais do córtex cerebral em resposta a
mudanças ambientais ou lesões
PLASTICIDADE DO SISTEMA NERVOSO
• Admitia-se que era uma capacidade do cérebro
em desenvolvimento mas hoje sabemos que
ocorre também no adulto
• As alterações plásticas ocorrem ao nível das
sinapses
• O córtex cerebral com sua extensa rede de
sinapses reúne as condições para a ocorrência
dos processos plásticos
APRENDIZAGEM
• Definições
- Aprendizagem é a aquisição de conhecimento ou especialização;
faz-nos ignorar todo processo oculto existente no ato de aprender;
- Mudança permanente de comportamento, resultado de exposição
a condições do meio ambiente;
- Um processo evolutivo e constante, que implica uma seqüência de
modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo,
de forma global (físico e biológico), e do meio que o rodeia, onde
esse processo se traduz pelo aparecimento de formas realmente
novas compromissadas com o comportamento.
APRENDIZAGEM
Na visão neurológica e em diversas correntes psicológicas, a
aprendizagem, apresenta pontos comuns e com significados
intrínsecos - convergem para o fato de que tudo aquilo que se
sabe, o homem deve aprendê-lo.
É na escola que há um vínculo integrativo da sociedade, cuja
principal forma de ação é sobre o indivíduo em seu
desenvolvimento global, direta e abrangentemente, visando à
maior possibilidade de renovação e liberdade.
Prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir
são alguns dos componentes principais da aprendizagem. Se
isso não ocorrer, com o aprendiz, implica que há um Distúrbio
de Aprendizagem.
DISTÚRBIO OU DIFICULDADE?
• DISTÚRBIO → perturbação, transtorno.
• PERTURBAR → alterar, modificar, mudar,
desarranjar, atrapalhar, transtornar.
• TRANSTORNO → alterar a ordem,
desorganizar.
Um DISTÚRBIO ou um TRANSTORNO é uma
alteração na aquisição e/ou no
desenvolvimento das habilidades necessárias
para execução de atividades.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
• Há potencial normal de aprendizagem,
caracterizado por discrepância entre as
capacidades e o nível de realização.
• Verifica-se integridade global sensorial,
motora, uma inteligência média (ou alta), mas
com desempenho, rendimento escolar abaixo
do esperado para o estágio de
desenvolvimento.
DISTÚRBIO OU DIFICULDADE?
• Conforme (Fonseca: 1995) distúrbio de
aprendizagem está relacionado a um grupo de
dificuldades específicas e pontuais,
caracterizadas pela presença de uma
disfunção neurológica. Já a dificuldade de
aprendizagem é um termo mais global e
abrangente com causas relacionadas ao
sujeito que aprende, aos conteúdos
pedagógicos, ao professor, aos métodos de
ensino, ao ambiente físico e social da escola.
DISTÚRBIO OU DIFICULDADE?
• Já em (Ciasca e Rossini: 2000) as autoras
defendem que a dificuldade de aprendizagem
é um déficit específico da atividade
acadêmica, enquanto o distúrbio de
aprendizagem é uma disfunção intrínseca da
criança relacionada aos fatores neurológicos.
DISTÚRBIO OU DIFICULDADE?
• Os fatores neurológicos citados significa que essas
dificuldades estão relacionadas na aquisição e no uso
da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou
habilidades matemáticas que se referem as
disfunções no sistema nervoso central.
• As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer
concomitantemente com outras situações
desfavoráveis, como: alteração sensorial, retardo
mental, distúrbio emocional, ou social, ou mesmo
influências ambientais de qualquer natureza.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
As causas mais freqüentes:
1- Escola - inadequação de currículos, de programas, de
sistemas de avaliação, de métodos de ensino, e
relacionamento professor – aluno.
2- Fatores intelectuais ou cognitivos.
3- Déficits físicos e ou sensoriais.
4- Desenvolvimento da linguagem.
5- Fatores afetivos-emocionais.
6- Fatores ambientais (nutrição e saúde).
7- Diferenças culturais e ou sociais.
8- Dislexia.
9- Deficiência não verbais.
DISTÚRBIO
No Brasil, foi ( Lefèvre:1975) que introduziu o
termo distúrbio de aprendizagem como sendo:
“síndrome que se refere à criança de inteligência
próxima à média, média ou superior à média,
com problemas de aprendizagem e/ou certos
distúrbios do comportamento de grau leve a
severo, associados a discretos desvios de
funcionamento do Sistema Nervoso Central
(SNC), que podem ser caracterizados por várias
combinações de déficit na percepção,
conceituação, linguagem, memória, atenção e na
função motora”.
MAS O QUE É…
• Distúrbio de Aprendizagem?
Crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria
teórica, embora apresentem inteligência normal, e não
demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social.
Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de
aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios
não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade
que requer atenção e métodos de ensino apropriados.
Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com
deficiência mental.
DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
Considera-se que uma criança tenha distúrbio de
aprendizagem quando:
a) Não apresenta um desempenho compatível
com sua idade quando lhe são fornecidas
experiências de aprendizagem apropriadas;
b) Apresenta discrepância entre seu desempenho
e sua habilidade intelectual em uma ou mais das
seguintes áreas; expressão oral e escrita,
compreensão de ordens orais, habilidades de
leitura e compreensão e cálculo e raciocínio
matemático.
CRITÉRIOS NO DIAGNÓSTICO DE
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela
deverá:
a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou
mais áreas;
b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu
potencial e seu desempenho real;
c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a
criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório
alternadamente, no mesmo tipo de tarefa;
d) O problema de aprendizagem não é devido a
deficiências visuais, auditivas, nem a carências
ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.
DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
O processo de diagnosticar é como levantar hipóteses.
Uma boa hipótese ou teoria explica uma grande
quantidade de dados observáveis que são originados
de diferentes níveis de análise.
Para diagnosticar deve haver:
• Sintomas apresentados
• O histórico inicial do desenvolvimento
• Histórico escolar
• O comportamento durante os testes
• Os resultados dos testes.
DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM
• Crianças com distúrbios de aprendizagem têm
freqüentemente um segundo diagnóstico psiquiátricos co-
morbido, que pode ou não estar separado dos distúrbios
de aprendizagem.
• Duas dimensões são observadas:
1. distúrbios de aprendizagem
2. distúrbios psiquiátricos.
• A finalidade do diagnóstico é encontrar o ponto neste
espaço bidimensional que melhor se ajuste ao
funcionamento cognitivo e emocional presente do
paciente.
DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM
• Não se supõe que os dois eixos tenham diferentes
implicações , com os distúrbios de aprendizagem
sendo mais orgânico e os distúrbios emocionais mais
“ambientais”. Ao contrário, todos os diagnósticos em
cada eixo são conceitualizados como resultado do
funcionamento alterado do sistema nervoso central
(SNC).
• As alterações são causadas por certa mistura de
influências genéticas e ambientais, em que
influências ambientais se referem a fatores de riscos
tanto neuro-evolutivos, como ferimento na cabeça,
quanto à história de aprendizagem social da criança.
CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM e
ajustamento escolar
• Físicas – perturbações somáticas transitórias ou permanentes.
São provenientes de qualquer perturbação do estado físico geral da
criança/ como por exemplo: febre, dor de cabeça, dor de ouvido,
colicas intestinais, anemia, asma, verminoses e todos os males que
atinjam o físico de uma pessoa, levando-a a um estado anormal de
saúde.
• Sensoriais – atingem os órgãos dos sentidos responsáveis pela
percepção que o indivíduo tem do meio exterior. Problemas que
afetam os órgãos responsáveis pela visão, audição, gustação,
olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural, ou os respectivos sistemas
de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso, causarão
problemas no modo de captar as mensagens do mundo exterior e,
dificultando a compreensão do que se passa nele.
CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
• Neurológicas – são as perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro,
como do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso, comanda
todas as ações físicas e mentais do ser humano. Qualquer distúrbio em
uma dessas partes se constituirá em um problema de maior ou menor
grau, de acordo com a área lesada.
• Emocionais – são distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos
sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas
geralmente não aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de
outras áreas, como por exemplo da área motora, sensorial etc.
• Intelectuais ou Cognitivas – são aquelas que dizem respeito à inteligência
do indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o
mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados
que o cercam e de estabelecer relações entre eles.
CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
• Educacionais – o tipo de educação que a pessoa recebe na
infância irá condicionar distúrbios de origem educacional,
que a prejudicarão na adolescência e na idade adulta, tanto
no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu
processo educativo terão repercussões futuras.
• Sócio-econômicas – não são distúrbios que se revelam no
aluno. São problemas que se originam no meio social e
econômico do indivíduo. O meio físico e social exerce
influência sobre o indivíduo, podendo ser favorável ou
desfavorável à sua subsistência e também às suas
aprendizagens.
CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS
(Lerner, 1989)
Distúrbios da atenção e concentração que retrata os comportamentos
das crianças com e sem hiperatividade e impulsividade;
• Problemas receptivos e de processamento da informação diz
respeito à competência lingüística, como as atividades de escrita,
distinção de sons e de estímulos visuais, aquisição de léxico,
compreensão e expressão verbal;
• Dificuldades de leitura manifestada pela aquisição das
competências básicas relacionadas a fase de decodificação, como
sendo a compreensão e interpretação de textos, as dificuldades de
escrita e presença de erros ortográficos em gera.
• Dificuldades na matemática, que se revelam na aquisição da noção
de números, no lidar com quantidades e relações espaços-
temporais e problemas de aquisição e utilização de estratégias para
aprender, manifestados na falta de organização e utilização de
funções metacognitivas, comprometendo o sucesso na
aprendizagem.
DISTÚRBIOS DA LINGUAGEM
E DA FALA
• Podemos dizer que há um problema de
linguagem em uma criança quando sua
maneira de falar interfere na comunicação
(distraindo a atenção do ouvinte sobre o que
ela diz para enfocá-la no como ela diz) ou
quando a própria criança se sente
excessivamente tímida e/ou apreensiva com
seu modo de falar. Porém, é preciso muito
cuidado ao classificar a linguagem, pois a
fala normal tolera muitas “anomalias”.
DISTÚRBIOS DA LINGUAGEM
E DA FALA
• Afasia – se caracteriza, mais especificamente, por
falhas na compreensão e na expressão verbal,
relacionadas à insuficiência de vocabulário, má
retenção verbal, gramática deficiente e anormal,
escolha equivocada de palavras. A afasia pode ser
observada em criança que: ouve a palavra mas não a
interioriza com significado; demora para compreender
o que é dito; apresenta gestos deficientes e
inadequados; confunde a palavra ou frase com outras
similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada
por ausências de respostas ou tentativas incompletas
para achar a expressão ou emissões que a substituem.
DISTÚRBIO DA LINGUAGEM
E DA FALA
• Mudez – esta incapacidade de articular palavras,
geralmente é decorrente de transtornos do
sistema nervoso central. Em boa parte dos casos,
é decorrência de problemas na audição.
• Atraso na linguagem - as principais
características da criança que tem atraso na
linguagem, são: deficiência no vocabulário;
deficiência na capacidade de formular idéias e
desenvolvimento retardado da estruturação de
sentenças.
DISTÚRBIO DA LINGUAGEM E DA
FALA
• Problemas de articulação – crianças com mais de 7 anos que não
conseguem pronunciar corretamente todas as consoantes e suas
combinações
1. dislalia - omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na
palavra falada;
2. disartria – dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos
necessários à emissão verbal;
3. linguagem tatibite – conserva voluntariamente a linguagem infantil;
4. rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da
fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação
adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DAS
HABILIDADES ESCOLARES
• Os Transtornos de Aprendizagem compreendem uma inabilidade
específica, como leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que
apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para o seu
nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.
• Um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam uma série de
perturbações no aprender da criança, interferindo no processo de
aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada. 1
• Nunca foram obtidas evidências conclusivas de danos ou lesões cerebrais
significativas
• O que tem sido sugerido é que o cérebro de indivíduos afetados
apresentam desvios dos padrões habituais de assimetria observados
naquelas regiões cerebrais envolvidas com as funções da linguagem e
funções correlatas
- Transtorno da Leitura – DISLEXIA
(Características gerais – DSM-IV – TR 2002)
Contração do prefixo dis = difícil, prejudicada e lexis = palavra
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender;
reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até
genial, mas que aprende de maneira diferente...
Dislexia é uma dificuldade específica de aprendizado da Linguagem: em
Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em
Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social.
Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de
vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como
causa primária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAR, M.,CONNORS, B.,PARADISO, M. Neurociências – desvendando o
sistema nervoso. São Paulo: Artmed, 2008.
SCHARTZMAN, S. Neurologia da Infância e da adolescência.
www.schartzman.com.br/ novo/jss.html

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Basesneurolgicas prbr-101017150753-phpapp01

  • 1. Instituto Saber BASES NEUROBIOLÓGICAS DAS DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM Prof. Gláucia Corrêa Peres
  • 2. “O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo vem a alegria, o prazer, o riso e a diversão, o pesar, o luto, o desalento e a lamentação. E por isso, de uma maneira especial, nós adquirimos sabedoria e conhecimento e enxergamos e ouvimos e sabemos o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é insípido... E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e temores nos assombram... Todas essas coisas nós temos que suportar do encéfalo quando não está sadio... Nesse sentido, opino que é o encéfalo quem exerce o maior poder sobre o homem.” - Hipócrates, Sobre a Doença Sagrada (séc. IV a.C) -
  • 3.
  • 4. NEUROCIÊNCIAS • A palavra data de 1970, mas o estudo é tão antigo quanto a própria ciência • Objetivo: compreender como o sistema nervoso funciona • Nível de análise: tentar entender o cérebro, para tanto ele foi desmembrado em pequenas partes passíveis de uma análise experimental sistemática.
  • 5. Neurociências Níveis de Análise – • Molecular • Celular • De Sistemas • Comportamentais – estudam como os sistemas neurais trabalham juntos produzindo comportamentos integrados.  Existem diferentes formas de memória executadas por diferentes sistemas?  Onde agem as drogas que alteram a mente?  Qual a contribuição desses sistemas para a regulação do humor e do comportamento?  De onde vêm os sonhos?  Qual sistema neural é responsável pelos comportamentos de cada gênero? • Cognitivas - compreender os mecanismo neurais responsáveis pelas atividades mentais superiores do homem:a consciência, a imaginação e a linguagem A pesquisa neste nível investiga como a atividade do encéfalo cria A MENTE.
  • 6. Bases Estruturais do SN • Neurônio • Sinapse • Transmissão do Impulso Nervoso • Mecanismos Celulares da Aprendizagem - processos que controlam a comunicação sináptica são vitais na aprendizagem e memória • Neuroplasticidade • Organização do SN
  • 8. EVOLUÇÃO DO CÉREBRO HUMANO Ao longo de sua evolução, o cérebro humano adquiriu três componentes que foram surgindo e se superpondo: 1. A parte inferior, a mais primitiva, correspondendo ao cérebro dos répteis, é onde se encontram algumas estruturas como as do tronco cerebral, responsáveis pela ações involuntárias e o controle de certas funções viscerais (cardíaca, pulmonar, intestinal, etc), indispensáveis à preservação da vida. 2. A porção intermediária corresponde ao cérebro dos mamíferos antigos, formada pelas estruturas que regem as nossas emoções, as estruturas do sistema límbico. 3. A porção mais externa do cérebro, conhecida como cérebro superior ou racional, compreendendo a maior parte dos hemisférios cerebrais (formado por um tipo de córtex mais recente – o neocórtex).
  • 11. HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - FUNÇÕES • Esquerdo Verbal Proposicional Analítico Lógico Abstrato Categórico • Direito Literal Holístico Sintético Analógico Concreto Perceptual
  • 12. NEURÔNIOS • Células do Sistema Nervoso  O SN contém cerca de 100 bilhões de neurônios O número de sinapses por neurônio é de, aproximadamente 1000  Boa parte das sinapses de um determinado neurônio se faz dentro de uma área de 1-2 mm, ou seja, são predominantemente locais
  • 15. SINAPSE  Como os fios do sistema elétrico de uma casa, as células nervosas se comunicam entre si em circuitos chamados vias neurais.  Ao contrário dos fios de sua casa, as células nervosas não se tocam, mas ficam próximas em sinapses.  Na sinapse, as duas células nervosas estão separadas por um pequeno espaço, ou fenda sináptica.  O neurônio transmissor se chama célula pré-sináptica, ao passo que o receptor se chama célula pós-sináptica.  As células nervosas enviam mensagens químicas com os neurotransmissores em uma única direção pela sinapse a partir da célula pré-sináptica para a pós-sináptica.
  • 16. NEUROTRANSMISSORES • São mensageiros químicos que permitem a comunicação no cérebro e no corpo. Estas moléculas fluem de uma célula nervosa para outra. • A transmissão de informação através do neurônio é um processo elétrico. • A passagem do impulso nervoso começa numa extremidade do neurônio, percorrendo toda a célula, até atingir a extremidade oposta, que se encontra junto a uma segunda célula nervosa. dopamina norepinefrina serotonina
  • 17. Plasticidade do sistema nervoso • Na tentativa de explicar a recuperação de funções após uma injúria cerebral, neurologistas levantam conceitos de reorganização funcional ou substituição funcional do sistema nervoso central (Ramirez, 1996; Sabel , 1997). • Vários estudos têm descrito que neurônios sobreviventes a um insulto no SNC passam por um processo de brotamento de sistemas axonais, formando contatos funcionais com regiões deprivadas de suas aferências originais. • Dada a natureza universal dessa resposta de brotamento, existe a possibilidade de que a formação desses novos contatos seja o substrato neural responsável pela reorganização funcional.
  • 18. PLASTICIDADE DO SITEMA NERVOSO CENTRAL • A plasticidade neural contribui para o aprendizado e memória e participa do processo de restauração funcional que se segue a um insulto cerebral • Plasticidade pode ser definida como qualquer mudança duradoura nas propriedades morfológicas ou funcionais do córtex cerebral em resposta a mudanças ambientais ou lesões
  • 19. PLASTICIDADE DO SISTEMA NERVOSO • Admitia-se que era uma capacidade do cérebro em desenvolvimento mas hoje sabemos que ocorre também no adulto • As alterações plásticas ocorrem ao nível das sinapses • O córtex cerebral com sua extensa rede de sinapses reúne as condições para a ocorrência dos processos plásticos
  • 20. APRENDIZAGEM • Definições - Aprendizagem é a aquisição de conhecimento ou especialização; faz-nos ignorar todo processo oculto existente no ato de aprender; - Mudança permanente de comportamento, resultado de exposição a condições do meio ambiente; - Um processo evolutivo e constante, que implica uma seqüência de modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo, de forma global (físico e biológico), e do meio que o rodeia, onde esse processo se traduz pelo aparecimento de formas realmente novas compromissadas com o comportamento.
  • 21. APRENDIZAGEM Na visão neurológica e em diversas correntes psicológicas, a aprendizagem, apresenta pontos comuns e com significados intrínsecos - convergem para o fato de que tudo aquilo que se sabe, o homem deve aprendê-lo. É na escola que há um vínculo integrativo da sociedade, cuja principal forma de ação é sobre o indivíduo em seu desenvolvimento global, direta e abrangentemente, visando à maior possibilidade de renovação e liberdade. Prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir são alguns dos componentes principais da aprendizagem. Se isso não ocorrer, com o aprendiz, implica que há um Distúrbio de Aprendizagem.
  • 22. DISTÚRBIO OU DIFICULDADE? • DISTÚRBIO → perturbação, transtorno. • PERTURBAR → alterar, modificar, mudar, desarranjar, atrapalhar, transtornar. • TRANSTORNO → alterar a ordem, desorganizar.
  • 23. Um DISTÚRBIO ou um TRANSTORNO é uma alteração na aquisição e/ou no desenvolvimento das habilidades necessárias para execução de atividades.
  • 24. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM • Há potencial normal de aprendizagem, caracterizado por discrepância entre as capacidades e o nível de realização. • Verifica-se integridade global sensorial, motora, uma inteligência média (ou alta), mas com desempenho, rendimento escolar abaixo do esperado para o estágio de desenvolvimento.
  • 25. DISTÚRBIO OU DIFICULDADE? • Conforme (Fonseca: 1995) distúrbio de aprendizagem está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica. Já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.
  • 26. DISTÚRBIO OU DIFICULDADE? • Já em (Ciasca e Rossini: 2000) as autoras defendem que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.
  • 27. DISTÚRBIO OU DIFICULDADE? • Os fatores neurológicos citados significa que essas dificuldades estão relacionadas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas que se referem as disfunções no sistema nervoso central. • As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer concomitantemente com outras situações desfavoráveis, como: alteração sensorial, retardo mental, distúrbio emocional, ou social, ou mesmo influências ambientais de qualquer natureza.
  • 28. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM As causas mais freqüentes: 1- Escola - inadequação de currículos, de programas, de sistemas de avaliação, de métodos de ensino, e relacionamento professor – aluno. 2- Fatores intelectuais ou cognitivos. 3- Déficits físicos e ou sensoriais. 4- Desenvolvimento da linguagem. 5- Fatores afetivos-emocionais. 6- Fatores ambientais (nutrição e saúde). 7- Diferenças culturais e ou sociais. 8- Dislexia. 9- Deficiência não verbais.
  • 29. DISTÚRBIO No Brasil, foi ( Lefèvre:1975) que introduziu o termo distúrbio de aprendizagem como sendo: “síndrome que se refere à criança de inteligência próxima à média, média ou superior à média, com problemas de aprendizagem e/ou certos distúrbios do comportamento de grau leve a severo, associados a discretos desvios de funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), que podem ser caracterizados por várias combinações de déficit na percepção, conceituação, linguagem, memória, atenção e na função motora”.
  • 30. MAS O QUE É… • Distúrbio de Aprendizagem? Crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social. Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados. Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental.
  • 31. DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando: a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas; b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.
  • 32. CRITÉRIOS NO DIAGNÓSTICO DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela deverá: a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas; b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e seu desempenho real; c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de tarefa; d) O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.
  • 33. DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM O processo de diagnosticar é como levantar hipóteses. Uma boa hipótese ou teoria explica uma grande quantidade de dados observáveis que são originados de diferentes níveis de análise. Para diagnosticar deve haver: • Sintomas apresentados • O histórico inicial do desenvolvimento • Histórico escolar • O comportamento durante os testes • Os resultados dos testes.
  • 34. DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM • Crianças com distúrbios de aprendizagem têm freqüentemente um segundo diagnóstico psiquiátricos co- morbido, que pode ou não estar separado dos distúrbios de aprendizagem. • Duas dimensões são observadas: 1. distúrbios de aprendizagem 2. distúrbios psiquiátricos. • A finalidade do diagnóstico é encontrar o ponto neste espaço bidimensional que melhor se ajuste ao funcionamento cognitivo e emocional presente do paciente.
  • 35. DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM • Não se supõe que os dois eixos tenham diferentes implicações , com os distúrbios de aprendizagem sendo mais orgânico e os distúrbios emocionais mais “ambientais”. Ao contrário, todos os diagnósticos em cada eixo são conceitualizados como resultado do funcionamento alterado do sistema nervoso central (SNC). • As alterações são causadas por certa mistura de influências genéticas e ambientais, em que influências ambientais se referem a fatores de riscos tanto neuro-evolutivos, como ferimento na cabeça, quanto à história de aprendizagem social da criança.
  • 36. CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM e ajustamento escolar • Físicas – perturbações somáticas transitórias ou permanentes. São provenientes de qualquer perturbação do estado físico geral da criança/ como por exemplo: febre, dor de cabeça, dor de ouvido, colicas intestinais, anemia, asma, verminoses e todos os males que atinjam o físico de uma pessoa, levando-a a um estado anormal de saúde. • Sensoriais – atingem os órgãos dos sentidos responsáveis pela percepção que o indivíduo tem do meio exterior. Problemas que afetam os órgãos responsáveis pela visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural, ou os respectivos sistemas de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso, causarão problemas no modo de captar as mensagens do mundo exterior e, dificultando a compreensão do que se passa nele.
  • 37. CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM • Neurológicas – são as perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro, como do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso, comanda todas as ações físicas e mentais do ser humano. Qualquer distúrbio em uma dessas partes se constituirá em um problema de maior ou menor grau, de acordo com a área lesada. • Emocionais – são distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de outras áreas, como por exemplo da área motora, sensorial etc. • Intelectuais ou Cognitivas – são aquelas que dizem respeito à inteligência do indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o cercam e de estabelecer relações entre eles.
  • 38. CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM • Educacionais – o tipo de educação que a pessoa recebe na infância irá condicionar distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência e na idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu processo educativo terão repercussões futuras. • Sócio-econômicas – não são distúrbios que se revelam no aluno. São problemas que se originam no meio social e econômico do indivíduo. O meio físico e social exerce influência sobre o indivíduo, podendo ser favorável ou desfavorável à sua subsistência e também às suas aprendizagens.
  • 39. CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS (Lerner, 1989) Distúrbios da atenção e concentração que retrata os comportamentos das crianças com e sem hiperatividade e impulsividade; • Problemas receptivos e de processamento da informação diz respeito à competência lingüística, como as atividades de escrita, distinção de sons e de estímulos visuais, aquisição de léxico, compreensão e expressão verbal; • Dificuldades de leitura manifestada pela aquisição das competências básicas relacionadas a fase de decodificação, como sendo a compreensão e interpretação de textos, as dificuldades de escrita e presença de erros ortográficos em gera. • Dificuldades na matemática, que se revelam na aquisição da noção de números, no lidar com quantidades e relações espaços- temporais e problemas de aquisição e utilização de estratégias para aprender, manifestados na falta de organização e utilização de funções metacognitivas, comprometendo o sucesso na aprendizagem.
  • 40. DISTÚRBIOS DA LINGUAGEM E DA FALA • Podemos dizer que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfocá-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com seu modo de falar. Porém, é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.
  • 41. DISTÚRBIOS DA LINGUAGEM E DA FALA • Afasia – se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal, gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras. A afasia pode ser observada em criança que: ouve a palavra mas não a interioriza com significado; demora para compreender o que é dito; apresenta gestos deficientes e inadequados; confunde a palavra ou frase com outras similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.
  • 42. DISTÚRBIO DA LINGUAGEM E DA FALA • Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, é decorrência de problemas na audição. • Atraso na linguagem - as principais características da criança que tem atraso na linguagem, são: deficiência no vocabulário; deficiência na capacidade de formular idéias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.
  • 43. DISTÚRBIO DA LINGUAGEM E DA FALA • Problemas de articulação – crianças com mais de 7 anos que não conseguem pronunciar corretamente todas as consoantes e suas combinações 1. dislalia - omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada; 2. disartria – dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal; 3. linguagem tatibite – conserva voluntariamente a linguagem infantil; 4. rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
  • 44. TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DAS HABILIDADES ESCOLARES • Os Transtornos de Aprendizagem compreendem uma inabilidade específica, como leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para o seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual. • Um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam uma série de perturbações no aprender da criança, interferindo no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada. 1 • Nunca foram obtidas evidências conclusivas de danos ou lesões cerebrais significativas • O que tem sido sugerido é que o cérebro de indivíduos afetados apresentam desvios dos padrões habituais de assimetria observados naquelas regiões cerebrais envolvidas com as funções da linguagem e funções correlatas
  • 45. - Transtorno da Leitura – DISLEXIA (Características gerais – DSM-IV – TR 2002) Contração do prefixo dis = difícil, prejudicada e lexis = palavra Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente... Dislexia é uma dificuldade específica de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.
  • 46.
  • 47. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEAR, M.,CONNORS, B.,PARADISO, M. Neurociências – desvendando o sistema nervoso. São Paulo: Artmed, 2008. SCHARTZMAN, S. Neurologia da Infância e da adolescência. www.schartzman.com.br/ novo/jss.html