Em praticamente todos os países da América Latina, o modelo de regulação econômica baseado na intervenção direta e no uso de recursos públicos para financiar o setor privado e bancar o crédito agropecuário, utilizado largamente até meados dos anos 80, esgotou-se ao longo das últimas duas décadas. As ações governamentais e o financiamento público vêm se mostrando insuficientes para fomentar a produção agrícola e promover o desenvolvimento local. Reduziu-se a disponibilidade de recursos públicos para financiar a produção e apoiar os agricultores e, mesmo naqueles países que ainda contam com programas de crédito rural relevantes, como o Brasil, aos cofres públicos, a operação desses recursos é cada vez mais onerosa, o que indica sua insustentabilidade no médio e no longo prazo. Todos os fatores correntes apontam para a necessidade de adoção de novos mecanismos privados de financiamento e de políticas públicas – sustentáveis do ponto de vista fiscal e de resultados efetivos – focadas tanto na criação de condições adequadas para a atração de investimentos privados, quanto nos agricultores familiares, em especial os mais pobres