Sol luis de castro maquina de secar roupas intimas
Revista MRV
1. Nº 22 jul/ago 2013
Revista
Luan Santana
Meteoro sertanejo
Homens,
cuidem-se
Entenda o motivo
de eles não irem
ao médico
Tal qual
camaleão
Tudo muda o tempo
todo no lar de uma
blogueira criativa e
irreverente
MAtCH POINT
O tenista Bruno
Soares tem tudo para
brigar por uma
medalha em 2016
Inventores
Eles querem provar
que suas ideias
merecem crédito
Entrevista
3. 34
SUMÁRIO
ACONCHEGO
08 Perfeita transformação
Incansável, a blogueira
carioca Vivi Visentin faz do
seu lar uma metamorfose
ambulante para lá de criativa
Seções
Destaques
COMPORTAMENTO
20 Gol de placa
Ex-campeão paraolímpico cria
entidade que promove a inclusão
social por meio do esporte
28
42
08
Rodrigo Castro | Nitro
6 Palavra afinada
7 Recado do leitor
7 Foi assim
18 Bem bacana
Objetos que vão fazer a diferença na decoração
74 Destaque MRV
A Tigre é um exemplo de sustentabilidade ambiental
77 Chave na mão
Seu imóvel antes do prazo combinado
78 Prazer em casa
Divirta-se com nossas dicas de bons livros, filmes
e discos
80 Lançamentos
Aqui você pode encontrar o seu imóvel
82 Meu MRV
A felicidade de ter a casa própria
Perfil
34 Rumo às Olimpíadas
A trajetória do tenista mineiro
Bruno Soares, esperança do
Brasil para as Olimpíadas de
2016 no Rio de Janeiro
Entrevista
46 Ele arrasa!
O jovem Luan Santana está com
tudo e não esconde a prosa. Ele fala
do sucesso, da vida pessoal, das fãs e
do seu estilo muito particular
cARREIRA
56 Por que não?
Algumas profissões
requisitadas pelo mercado
não possuem legislação que
as regulamente
ON-LINE
62 Clicou? Há vagas!
Portais de vagas
especializados facilitam a
busca por emprego.
Empresas já aderiram à ideia
ESPETÁCULO
66 Rede de sucessos
Artistas que investiram na
divulgação via internet
conquistaram fãs internautas e
caíram nas graças do mercado
Rafael Motta | Nitro
Bruno Senna | Nitro
Celso Doni | Nitro
Érika Tonetti
28 Mentes fervilhantes
A dura batalha de quem tem boas
ideias, mas precisa de apoio para
colocar seu invento no mercado
42 Pura bravata
Homens ignoram a prevenção e
só vão ao médico quando estão
doentes. Será que eles têm medo?
18
6 Revista MRV Revista MRV 7
4. VERSAL
recado Do LEITOR
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Roselena Nicolau
Editora
VERSAL
Foi Assim
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MRV inova para você
Da redação
Abatalhadavida
Queavidaérepletadedesafios,ninguémduvida. Nestaedição,fomosatrásde
histórias de gente batalhadora, que não desiste e é suficientemente criativa para
buscarnovoscaminhos.VejaocasodapublicitáriaViviVisentin.Elaqueriadecorar
acasa, pesquisou,pesquisounainternete,dali,extraiumilideiasqueremodelaram
olar.Hoje,elamantémopróprioblogquedádicasdedecoraçãodotipofaçavocê
mesmo. Na batalha da vida, encontramos um grupo de inventores que enfrenta
mileumobstáculos,masnãodesistededarcorpoasuasinvenções.
EoquedizerdoAndersonDias,nossocampeãoparaolímpicodeficientevisual
que, por causa de uma lesão no joelho, foi obrigado a deixar o futebol para cegos?
Ele cursou fisioterapia e fundou uma entidade que promove a inclusão social por
meio do esporte. É de emocionar! Outro guerreiro é o tenista Bruno Soares,
esperançadoBrasilnasOlimpíadasde2016,patrocinadopelaMRV.
Sim, dedicação é o ingrediente essencial também na receita exitosa do
ídolo sertanejo Luan Santana. Ele, que começou cedo na carreira e com
sucesso meteórico, continua adorado pelos fãs e nos conta como se mantém o
mesmo cara de sempre. Luan é superconectado nas redes sociais e entende
bem do caminho alternativo para alavancar a carreira. Faz parte de um time
dainternetqueconquistainternautasefazumsucessodanadonospalcos,CDs
e DVDs. Claro, venceram mais uma batalha. Tudo isso e muito mais você
encontra nas nossas páginas.
Boaleitura!
200milmoradias
Chegar ao número de 200 mil imóveis é uma façanha e coloca a MRV
Engenharia entre as maiores construtoras do mundo. A companhia
transformou-se em uma indústria , que chega a erguer 200 apartamentos por
dia. Para que se possa comparar, a MRV constrói mais apartamentos
diariamente do que a grande maioria das montadoras faz carros no país.
Mas o trabalho da MRV não se resume apenas à edificação de imóveis. A
empresa, presente em 120 cidades de 18 estados brasileiros (mais o Distrito
Federal),constróioequivalenteaumacidadedemaisde90milhabitantes/ano.
Por isso, investimos em melhorias constantes nas regiões onde atuamos,
oferecendoaosnossosclientes,alémdemoradia,qualidadedevida.Revitalizamos
praças, parques, vias públicas, construímos postos de saúde, creches, escolas,
estações de tratamento de água e de esgoto, entre outros. Uma empresa
sustentável tem que mapear, junto aos gestores públicos, quais são as demandas
dacomunidadequeestásendoimpactada,paraqueaintervençãogeremelhoria
na qualidade de vida de todos. É isso que a MRV está fazendo em todas as
localidades onde tem negócios.
MRV 21
Recebi a Revista MRV com a
capa da Gabi Amarantos e adorei
principalmente as novidades.
Nuncatinhaouvidofalardaaulade
ginástica Kangoo Jumps, que deve
ser bem dinâmica e divertida.
Outrareportageminteressantefala
das dicas sobre as microfranquias.
Parabéns!
Marcilene Souza
Presidente Prudente - SP
(por e-mail)
Gabi Amarantos
Quebacanaaoriginalidadeda
cantora Gabi Amarantos. Não
conhecia o trabalho desta
cantora, mas fiquei com vontade
de ouvir sua música porque sua
autenticidade é contagiante.
Pedro Amaro
Betim - MG
(por e-mail)
Saúde em primeiro lugar
Fico indignada quando as pessoas resolvem
emagrecerdodiaparaanoite,semnempensar
nas consequências para a saúde. Achei a
matéria "Combinação perfeita" muito
interessante porque fala sobre a ineficácia das
dietas milagrosas de forma simples e
esclarecedora. Não existe outro caminho, é
precisoterconsciênciaemudaroshábitos.Isso
leva tempo e paciência, mas dá resultados. A
saúde tem que vir em primeiro lugar.
Cássia Regina
Rio de Janeiro - RJ
(por e-mail)
Prova de superação
Antes do dia da foto, passei um tempo pensando em como seria fazer esta pauta. Por um lado, uma sincera admiração
pela capacidade de superação e amor à vida. Por outro, a preocupação de conduzir as coisas da melhor forma possível.
Afinal, não é comum registrar pessoas que não têm o sentido da visão e, por isso, uma série de questões práticas diferentes
se apresentam a cada momento: não dá pra dizer “vá até ali”, nem “olhe para lá”. Tudo precisa ser comunicado de uma
maneira mais completa e eficiente.
Para minha boa surpresa, o Anderson e os demais atletas são pessoas que trazem em si uma energia muito positiva. Algo
como uma alegria de viver que contagia e inspira de tal modo que as coisas se colocam de maneira natural entre todos. Isso
me deixou tranquilo para trabalhar. Fazia um lindo dia, e a UFRJ tem amplos descampados onde podem ser feitas imagens
com muita amplitude, muito céu no "quadro". Achei que isso ajudaria a passar
uma ideia de liberdade nas fotos, uma vez que só pessoas com uma ampla
compreensão da vida podem vencer obstáculos que para muitos de nós
talvez fossem intransponíveis.
Um dia de sol, um monte de atletas de bom humor e algumas lições de vida.
Depoisdefazerasfotos,liberei-osparavoltaremparaotreino.Saídelácontente,
por ter trabalhado com pessoas de muito valor, que são prova viva de que todo o
serhumanotemodireitodesorrir, perseguirseussonhoseodeverdelutarcom
todas as forças para ser feliz.
Rodrigo Castro – Repórter fotográfico
8 Revista MRV Revista MRV 9
5. Malas prontasComportamentoaconchego
perfeita
transformação
Criatividade e disposição fazem toda a
diferença na hora de decorar o apê. Por
isso, aproveite as boas ideias e descubra
soluções onde menos se espera
Peças de design e achados
em brechós e no lixo fazem
do apartamento da blogueira
Vivi Visentin, na Zona Sul do
Rio de Janeiro, um lugar
único e especial
Fotos:RodrigoCastro|Nitro
10 Revista MRV Revista MRV 11
6. Quem conhece bem a publicitária Vivi Visentin
sabe que, se passar mais de uma semana sem
visitá-la, vai encontrar uma “nova” casa quando lá
voltar. É que a carioca, de 37 anos, nunca se dá por
satisfeita. Seu apartamento de 94m2
, no Bairro de
Laranjeiras, onde mora com o pai, é também o seu
laboratório de experiências. Os móveis mudam de
lugar com certa frequência e a novidade pode ficar
por conta de um vaso de flores, de um quadro na
parede e até vir do lixo – ela sabe como ninguém
enxergar potencial onde menos se espera. É bem
provável, inclusive, que os ambientes clicados para
esta edição não sejam mais os mesmos, afinal, tudo
por lá muda o tempo todo e nunca chega a um
ponto ideal. “Estamos sempre renovando o guarda-
roupa, mudando o cabelo, comprando uma
maquiagem nova... Por que com a nossa casa
deveria ser diferente?”, questiona.
| Camila Freitas
Negócio criativo
Vivi, que sempre se achou criativa, sentiu-se
perdida quando precisou decorar a própria casa.
Cheia de dúvidas, recorreu à internet em busca
de ajuda e, de tão inspirada, achou que poderia
inspirar também. Assim nascia, em 2011, o blog
Decorviva! (www.decorviva.com.br), no qual ela
posta dicas para fazer do apê um lugar cheio de
personalidade, muitas vezes gastando pouco ou
quase nada. O projeto cresceu e virou a atuação
principal da blogueira, que atualmente faz
também consultoria em decoração.
Para quem não tem grana para contratar um
profissional da área ou não quer a interferência
de alguém, o universo dos blogs de decoração é,
sem dúvida, uma ótima fonte de boas ideias. Mas
Vivi lembra aos entusiastas que querem se
aventurar na decoração do próprio lar: eles
devem, primeiramente, saber do que gostam,
para que a casa não seja um acúmulo de
referências de outras pessoas. “Costumo fazer
uma brincadeira: peço às pessoas para pensarem
a casa como se ela fosse um indivíduo com
personalidade. ´Se sua casa fosse uma pessoa
qual música ela gostaria de ouvir, para onde ela
sairia, qual livro leria?´ Se as respostas
convergirem para aquilo que você é, é sinal de
que você conseguiu deixar o espaço com a sua
cara”, destaca.
No blog Decorviva! Vivi
divide sua paixão por
decoração com mais
de 12 mil leitores
Na parede, quadros
feitos com imagens
gratuitas da internet
Adornos e pequenos
móveis ganharam mais
destaque na sala de estar
depois que a blogueira se
desfez de três sofás
12 Revista MRV Revista MRV 13
7. Redecora
Foiassimqueablogueiradecorouopróprioapartamento.
Comcriatividadeeempenho,umaatençãoespecialfoidada
acadacantinhodacasa.Aatualcomposiçãodasaladeestar
Vivi alcançou depois de um desafio de redecoração que
durou cinco dias. Duas paredes foram pintadas de cinza
paraquebraramonotoniadobrancoeablogueirasedesfez
de três sofás para garantir mais circulação ao ambiente.
“Eram tantos móveis, e eu queria uma sala mais ampla e
arejada. Acabei doando dois sofás, vendi um e economizei
aomáximoemtudoparacomprarumnovocomumdesign
mais bacana”, explica Vivi, que escolheu o modelo cinza
comlinhasretasecapitonêsdaEtna.
Afimdeevitarfurosnaparede,umaprateleiraacimado
sofá passou a apoiar os quadros, todos feitos com imagens
gratuitas baixadas da internet. “É uma solução boa e
econômica.BastaumapesquisanoGoogleparaacharfotos
lindas e em boa resolução para impressão. Depois é só
mandar para uma loja de revelação e colocar em uma
moldura”,ensina.
Peças resgatadas
O rack da TV a blogueira resgatou antes de uma
amiga jogar no lixo. Com perninhas novas e baratinhas
(R$ 6 cada uma), o móvel ganhou um charme a mais.
Ao lado, um armário que era da cozinha passou a ter
função de bar. No meio da sala, o que Vivi considera
sua melhor aquisição em um brechó: uma mesinha de
centro que, depois de uma boa lixada e tinta spray cinza
no lado de dentro do vidro, ficou perfeita para integrar
novamente um lar.
A luminária de chão amarela também foi repaginada
peladonadacasaetrouxealegriaparaasala.Aoinvésdeir
paraolixo,apeça,quejáestavabemvelhinha,recebeutinta
spray e uma cúpula nova. “Antes de descartar qualquer
móvelouadorno,olhepraelecomcarinhoeimagine-ocom
outra roupagem. Tudo pode ficar lindo de novo com um
bombanhodetinta”,sugereVivi.
Sonho de consumo da blogueira, a cadeira Panton na
cor vermelha é um dos destaques da sala.
Desenhada há mais de 50 anos e com um design
inusitado, a peça foi personalizada com adesivo
amarelo no formato de coração. “Sempre tento
dar o meu toque nas coisas. A cadeira pode ser
nova, mas se acho que ela poderia ser melhor, dou
o meu jeito: colo um adesivo, pinto de outra cor.
A Panton ainda não está exatamente como eu
queria, mas chego lá”, aposta.
Direto do lixo
Na lixeira do prédio, no entulho da obra do
vizinho, na caçamba da esquina. Lugares improváveis
que, para Vivi, escondem tesouros, como o galão
cinza que faz as vezes de mesinha de canto ao lado
da cadeira Panton. “Alguns amigos questionam por
que o lixo deles não é igual ao meu. Mas é com
observação e olhar curioso que a gente acaba
encontrando esses achados”, revela a blogueira.
Do lixo Vivi levou para casa também um painel
de um fotógrafo – uma espécie de fundo infinito,
dégradé do preto para o branco – que agora está
embaixo do vidro da mesa do home office. A
luminária de teto branca ganhou um up depois que
recebeu tinta spray verde-água na parte de dentro.
Já o armário branco recebeu Con-tact Escreve e
Apaga do lado de fora das portas e virou um mural
onde Vivi lista os afazeres do dia a dia.
Pés novos e um banho de
tinta deixaram,
respectivamente, o rack
da TV e a luminária de
chão mais modernos
O painel que confere
um efeito dégradé à
base da mesa de
trabalho da blogueira
foi resgatado do lixo
O papel Con-tact
Escreve e Apaga
aplicado no armário
serve para anotar
lembretes e recados
14 Revista MRV Revista MRV 15
8. Adesivo adorado
Na cozinha, o mosaico de adesivos aplicado em
uma das paredes deu um ar mais descolado ao
ambiente. O armário que era na cor creme foi pintado
com tinta epóxi vermelha e ganhou novos puxadores
de aço escovado que arremataram a renovação. Pisca-
piscas fizeram de uma jarra de suco no formato de
abacaxi uma luminária. A peça inusitada divide
espaço na prateleira de MDF com uma caixinha
encontrada no lixo e que virou porta-temperos.
No apê da blogueira, nem a área de serviços foi
esquecida. Com adesivo Cont-tact na máquina de
lavar e na parede, a lavanderia ficou com carinha
retrô. “O adesivo Con-tact é um dos materiais mais
versáteis nas transformações econômicas do lar.
Com apenas um rolinho é possível renovar um
móvel ou até um ambiente inteiro”, destaca. No
banheiro foram os adesivos vinílicos na cor azul
que levantaram o astral do ambiente. Recortados
pela própria Vivi, eles deram um aspecto de
cobogós ao box de vidro.
Organizados nas
prateleiras de MDF, os
utensílios da cozinha
ficam sempre à mão
Na lavanderia quem reina
é o Con-tact, que trouxe
mais vida à máquina de
lavar e à parede
A parede da cozinha ficou
mais descolada com o
mosaico de adesivos. Os
armários vermelhos dão o
toque especial ao ambiente
Recortes em adesivos
vinílicos deram um
aspecto de cobogós
ao box de vidro
A peça da Infinita
Design, que serve
de cabideiro,
deixa o banheiro
mais divertido
16 Revista MRV Revista MRV 17
9. Recanto
As cores, que nem sempre frequentam os quartos
com tanta liberdade, são o destaque do cômodo de
descanso da blogueira. Vivi elegeu o roxo para a
parede atrás da cama, invertendo a lógica da sala,
onde as paredes neutras contrastam com os móveis
e adornos coloridos. A cor vibrante realça a cama e
os acessórios brancos e acolhe sem conflito o
enxoval multicolorido.
Com o criado-mudo da esquerda, comprado em
um brechó, Vivi prova mais uma vez que vale a
pena garimpar em lojas de móveis usados. Com
tinta epóxi vermelha – a mesma do armário da
cozinha – ela garantiu o seu toque pessoal à
mobília. Do outro lado da cama, mais uma criação
da publicitária: criado-mudo à base de tampo de
carretel de fio pintado de branco e detalhes em azul
e pés palito encomendados pela dona da casa.
No quarto, a cama e os
adornos na cor branca
suavizam o roxo da parede
O criado-mudo, comprado
em um brechó, foi renovado
com tinta vermelha époxi
18 Revista MRV Revista MRV 19
10. faz toda
a diferença
Porta-graça
Já imaginou ter fotos com seus amigos na traseira
de uma Kombi? E bem na lente de uma máquina
fotográfica retrô? Basta tirar fotos especialmente
para esses dois porta-retratos da Imaginarium. O
resultado é um toque de fun design e de diversão
em sua casa. O primeiro adapta fotos de 13cm x
18cm e o segundo de 10cm x 15 cm. Os dois são
de plástico e custam R$ 69,90 pelo site da loja:
www.imaginarium.com.br.
Criatividade em papel
Na tradicional arte japonesa de fazer origamis, basta a
habilidade de dobrar o papel. Para fazer marcadores de
livro (5cm de largura e 20cm de altura) e quadrinhos de
parede (10cm de altura e 40 de altura), o artesão de Belo
Horizonte, Célio Marinho Costa, adiciona à técnica uma
boa dose de criatividade e carinho. São gueixas e
samurais que encantam pelo colorido e riqueza de
detalhes. “O mais trabalhoso é chegar à combinação de
cores ideal”, revela o artista, que após dez anos de
dobraduras, leva apenas 50 minutos para fazer cada uma
das peças. Com papel próprio para origamis, Célio
também faz belos móbiles de tsurus – o pássaro símbolo
da cultura oriental. Os marcadores custam a partir de R$
9 e os quadros de R$ 20. O preço dos móbiles é sob
consulta. Para fazer o pedido entre em contato pelo e-mail
celio@minastc.com.br ou pelos telefones (31) 3287-3910
e (31) 86123578.
Água na boca
Essa moringa é tão fofa que fica difícil se esquecer
de beber aqueles dois litros de água
recomendados por dia. De porcelana e com copo
de vidro, tem capacidade para 1 litro de água, fica
perfeita no criado mudo ao lado da cama ou na
mesa do trabalho, onde possivelmente vai causar
inveja nos colegas. Na Collector 55 (www.
collector55.com.br) sai por R$ 118.
Se ter ou não ter é a questão, a resposta é ´sim`
quando se trata de adornos que vão dar a sua casa
um charme todo especial. Veja a seleção de objetos
muito legais que fizemos para você
ArquivoImaginarium
ArquivoCollector55
bem bacana
ArquivoRosaMundo
Arquivo Tok & Stok
ÉrikaTonetti
Adega
No inverno, nada como receber seus
convidados com um delicioso vinho para
aquecer a alma. Deixe os olhos pedirem
uma taça com a charmosa disposição
das garrafas nessa diferente adega em
forma de flor. Na Tok & Stok (www.
tokstok.com.br ) de Belo Horizonte por
R$ 75. Preço de junho.
Arte no peso
Decoração é sinônimo de detalhe. Por isso, não retire a fluidez de seus cômodos só
para a sua porta parar de bater. Insira arte e faça de um peso de porta algo
completamente necessário com esse Charlie Chaplin, que sai por R$ 39,90. Feito de
tecido e com preenchimento de areia, as medidas aproximadas em centímetro são 8 de
largura, 22 de altura e 5 de comprimento. Deixe a imaginação voar com outras
opções pelo site da Rosa Mundo (www.rosamundo.com.br).
20 Revista MRV Revista MRV 21
11. Malas prontasComportamentocomportamento
golde placa
Se o futebol está no sangue do brasileiro, os
atletas cegos desse esporte podem, mais do
que todos, comprovar: é preciso garra e muito
fôlego para ativar todos os variados sentidos
da vida. É o que demonstra a Urece, entidade
que trabalha na inserção social de deficientes
visuais por meio do esporte
Campeão paraolímpico, o
atleta e fisioterapeuta
Anderson Dias (com a bola
na mão) é um dos
fundadores da Urece
Fotos: Rodrigo Castro | Nitro
22 Revista MRV Revista MRV 23
12. Orientados pelo barulho do chocalho, eles correm em
direção ao gol. Em tempos de Copa do Mundo, jogadores
cegos mostram que o futebol está mesmo no sangue do
brasileiro. A equipe de atletas da Urece Esporte e Cultura,
noRiodeJaneiro,éumexemplodapaixãosemlimitespela
bola.Aassociação,semfinslucrativos,élideradaporpessoas
que não medem obstáculos para fazer do futebol um
instrumento de conquista e de inclusão social. Um dos
fundadores e presidente da Urece, Anderson Dias, de 32
anos, foi medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Atenas
(2004)ejáconquistoudoistítulosmundiais.
Adeficiênciavisualnuncafoiumimpedimentoparaque
Dias se tornasse um jogador cheio de vitórias pessoais e
profissionais. O impossível, diz ele, é apenas uma questão
de percepção do lugar que ocupa. “Se você mudar de
posição ou subir mais alto, vai ver outras possibilidades”.
NascidoecriadoemBelfordRoxo,naBaixadaFluminense,
eleficoucegoaos3anos,apósumerromédico.
Preparação
Quando criança, sua frustração era não poder
participar das peladas com os colegas. Mas sua
ousadia o fazia jogar com eles, mesmo sendo o
| Joana Suarez Anderson Dias: "As
pessoas ainda têm
preconceito e
acham que somos
limitados. Eu só sou
cego! Isso não é
tudo. Não me
impede de crescer"
A bola de guizo e a
venda oftalmológica
são alguns dos
recursos que permitem
aos deficientes visuais
a prática do esporte
24 Revista MRV Revista MRV 25
13. único cego. Anos depois, no Instituto Benjamin
Constant, escola especializada para deficientes
visuais, Dias teve acesso às maneiras adaptadas de
jogar futebol. Seus primeiros passos não foram
exatamente com a redonda, mas com uma garrafa de
refrigerante cheia de pedrinhas para fazer barulho.
Em 1993, Dias foi um dos primeiros alunos a treinar
oficialmente na escola com a bola de guizo (de ferros),
a venda oftalmológica e outros recursos que
transformaram sua vida e lhe permitiram mudar o
destino de outros deficientes da Urece, anos depois.
A partir do seu primeiro campeonato, em 1994,
Dias rodou o Brasil, estreou na seleção brasileira
aos 20 anos e disputou mais de 50 jogos com a
camisa verde-amarela, entre 2000 e 2010.
“Ninguém acreditava que eu ia conseguir, porque
eu tinha que me deslocar mais de 80 quilômetros
todos os dias para treinar, era muito pobre e o
único cego da família”, lembra. Quando ele estava
prestes a deslanchar na carreira internacional,
enfrentou mais um desafio ao romper o ligamento
de um joelho, obrigando-o a ficar três anos longe
das quadras. “Isso me impediu de participar de
duas Paraolimpíadas. Foi a maior decepção da
minha vida. Todos acharam que dessa vez eu
desistiria”, recorda.
Oportunidades
Mas para quem estava acostumado com dificuldades, a
grave lesão não o desanimou, era só mais um obstáculo a
vencer. Dias foi mais longe, fez o curso superior de
fisioterapia e, em 2005, fundou a Urece ao lado de outros
companheiros de time, inclusive treinadores. À frente da
entidade,eledesenvolveuprojetosesportivos,culturaisede
acessibilidade, além de ajudar os companheiros a
preveniremecuraremlesõesmusculares.
Na Urece, mais de 100 atletas já foram atendidos nas
modalidades feminina e masculina de futebol para
cegos, natação, remo e atletismo. Cerca de 20 deles
partiram para seleções nacionais. “Não tem preço ver
outros deficientes tendo a oportunidade de inserção na
sociedade por meio do esporte, inclusive pessoas mais
velhas e pobres, que não tinham expectativa de vida.
Muitos outros, porém, ainda estão trancados em casa.
Quero fazer mais”, diz Dias.
Seu próximo passo é aumentar o número de atletas da
Urece, criar um polo esportivo em Belford Roxo e ser
campeão nas Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
MasDiassabequeojogonuncaestáganhoeaindaexistem
mais barreiras a ultrapassar. “As pessoas ainda têm
preconceito e acham que somos limitados. Eu só sou cego!
Issonãoétudo.Nãomeimpededecrescer”,assinala.
Os jogadores de
ataque são orientados
por um guia,
posicionado atrás do
gol do adversário
Para que os atletas
identifiquem a bola,
o futebol de cegos
deve ser praticado
em local fechado
26 Revista MRV Revista MRV 27
14. Na raça e na vontade Bola rolando
Praticado em mais de 30 países, o futebol de cegos
tem como base o futebol de salão – precisa de um
local fechado para que os atletas escutem a bola –
e é jogado com quatro jogadores na linha e um
goleiro que enxerga. Um guia (chamador),
posicionado atrás do gol adversário, orienta os
jogadores de ataque de sua equipe.
Ao longo dos anos, foram surgindo várias adaptações
no esporte conhecido hoje como futebol de 5 (five-
a-side football), que estreou nas Paraolimpíadas de
Atenas, em 2004. Acredita-se que a prática teve
início na década de 1920, a partir do improviso com
bolas de sacolas plásticas. A Confederação
Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais
(CBDV) é responsável pela organização e realização
de torneios entre clubes.
A palavra Urece não é uma sigla, mas um nome próprio, que
surgiu entre os atletas como sinônimo de raça e vontade. É
com essa garra que a associação se orgulha de ser pioneira
no futebol para mulheres cegas. Com apenas quatro meses
de formação da primeira equipe, elas foram campeãs, em
2009, na Alemanha. A madrinha da turma é a jogadora
Marta, eleita a melhor do mundo cinco vezes no futebol
feminino tradicional.
A Urece se mantém sem nenhuma ajuda governamental,
mas conta com uma importante contribuição da campanha
Torcedor de Primeira. Por meio de doações mensais, pessoas
físicas e jurídicas podem ajudar a comprar uniformes,
materiais, passagens para competições e demais atividades.
Basta preencher a ficha de cadastro no site www.urece.org.br
para receber o boleto bancário. O valor mensal é a partir
de R$ 25.
Mais de 100 atletas de
futebol, natação e
atletismo já foram
beneficiados pela Urece
28 Revista MRV
15. Malas prontasComportamentocomportamento
mentes
fervilhantes
Vida de inventor não é nada fácil, mas
dá uma enorme satisfação ver o
produto competindo no mercado.
Para isso é preciso encarar algumas
dificuldades, que incluem validar a
ideia e conseguir um investidor
A empresária paulista
Mônica Pisano está na
lista de brasileiros que
apostaram em suas
ideias. Ela inventou um
engate para registros que
controla o fluxo da água
Fotos: Celso Doni | Nitro
30 Revista MRV Revista MRV 31
16. Suponhamos que você, em uma manhã qualquer, toma
umcaféemumabelaxícaradeporcelana,enquantolêesta
revista. Aí o telefone toca e, só por alguns instantes, você
interrompealeitura.Umarevista,umtelefone,aporcelana...
Não há nada em comum entre esses três objetos, exceto o
fatodeque,emalgummomentodahistóriadahumanidade,
alguémteveaideiabrilhantedecriá-los,nãosempesquisas,
empenhoe,provavelmente,testesquenãoderamcerto,até
que a iniciativa se transformasse em um produto sem nem
imaginarmosdeondeveio.
A verdade é que a tecnologia e, com ela, as invenções
foramtransformandonossasvidas.Ehádiversosbrasileiros
que figuram nas listas dos maiores inventores do mundo.
SantosDumonté,semdúvida,omaisfamoso,porencurtar
distâncias com seu dirigível e o avião e por deixar-nos por
dentro do horário em qualquer lugar que estivermos, ao
popularizarorelógiodepulso.Outrosprodutosqueusamos
diariamente também nasceram de ideias de brasileiros. O
copo “lagoinha” (aquele com listras verticais, canelado) foi
inventado pelo designer Nadir Figueiredo, em 1947; o
escorredordearrozpeladentistaTherezinhaZorowich,em
1959; com a paternidade polêmica, mas por fim
desenvolvida por uma equipe de engenheiros, as urnas
eletrônicas, no fim da década de 1980, mudaram a rotina
daseleiçõesnoBrasilefazemsucessoemoutrospaíses.
Regras
Mas, afinal de contas, o que pode ser considerado um
invento? Qualquer pessoa com uma ideia incrível pode
produzir um protótipo e tentar uma patente? De acordo
com Daniela Mazzei, gerente e técnica em patentes da
Associação Nacional dos Inventores (ANI), qualquer
produtonovo,ouqualqueraperfeiçoamentodeumproduto
jáexistente,podeserconsideradoumainvenção.Eladestaca
trêsrequisitosquedevemserseguidospelosinventorespara
determinar se há possibilidade de o invento receber uma
patente: inovação, ineditismo e possibilidade de produção
emlargaescala.
Desde 1992, a ANI auxilia os inventores nos campos
de criação, aperfeiçoamento e produção dos inventos.
Daniela lembra que Carlos Mazzei, fundador da
entidade, trabalhava com inventos e percebeu a grande
falta de informação na área, um empecilho
especialmente para os pequenos empresários e
inventores independentes.
Oprocessopararequererumapatenteébemsimples.O
primeiropassoéverificarsenãoháalgumprodutoigualno
mercado. Depois, preparar a documentação técnica, que
explica as funcionalidades e o design de cada invenção. Os
documentos devem estar de acordo com as normas do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) –
| Flavimar Diniz órgão responsável pelo registro de patentes no Brasil. Se a
patenteforoutorgada,eladura20anos.
“Recebemospordiacinconovosinventores,emmédia,
à procura de orientação”, explica Daniela, apontando as
áreas de sustentabilidade, construção civil e medicina
como as que concentram o maior número de novos
projetos, além de produtos que oferecem praticidade. A
RegiãoSudesteéaquetemmaisinventores,especialmente
de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Êxitos
AempresáriaMônicaNardiPisano,donadeumalojade
materiais de construção em São Paulo, cansou de ouvir
reclamaçõesdeclientesemrelaçãoaosestragosprovocados
pelapressãodaáguanastorneirasdecasa.“Tiveumcliente
queteveoapartamentoinundado,etambémodevizinhos,
poressemotivo”,lembra.Foiquandoelateveaideiadecriar
um engate para registros que controla o fluxo de água,
interrompendo-o total ou parcialmente. O processo de
desenvolvimento do produto durou três anos. “Fizemos
muitos testes antes do lançamento no mercado”, afirma.
Agora, a peça é fabricada em grande escala e se tornou
exemplodecriatividadeapartirdanecessidade.
Também teve final feliz a criação da barra para
exercícios físicos desenvolvida pelo engenheiro mecânico
gaúchoRicardoPongiluppi.Fixadanaporta,elaapresenta
sistema diferente das então encontradas no mercado,
possibilitando maior variação de exercícios. A ideia
nasceu de uma necessidade pessoal: “Eu tinha uma barra
que estragava o marco da porta, escorregava, pois não
fixava direito, além de limitar diversos exercícios e ser de
difícil fixação e remoção”, lembra.
Para chegar ao produto patenteado, Ricardo pesquisou
modelosnainterneteencontroupeçasemsitesamericanos
que foram adaptadas. Elaborou o desenho, fez os cálculos
necessários e, em apenas um mês, finalizou a primeira
barra. “Minha maior dificuldade foi criar um design
multifuncional e de fácil produção”, ressalta. Ele não
encontrouumagrandeempresaqueinvestissenoproduto,
mas ainda assim comercializa o invento, já que a produção
é simples, com peças encomendadas de acordo com as
especificidades do cliente. São vendidas cinco barras por
mês,emmédia,pelainternet.
“Aspessoasquecompramsempresesurpreendemcom
a sua qualidade e resistência. Recebo muitos elogios”,
orgulha-se Ricardo, que, ainda estudante, tentou dar vida a
umoutroprojeto:odeconstruçãoderampasdeacessopara
veículos que transformam o movimento do carro em
energia elétrica. Foram muitas as palavras desmotivadoras,
de professores e colegas. “Meu maior problema foi
convencer os professores de que era possível fazer algo
diferente. Percebi que existe muita resistência quando
alguémquermudarumparadigma”,afirma.
Três anos foi o tempo
necessário para
desenvolver o produto
idealizado por Mônica. A
peça já é fabricada em
larga escala
32 Revista MRV Revista MRV 33
17. Dificuldades
“Já bati em várias portas, meu produto é genial,
quem usou adorou, mas é muito difícil colocá-lo no
mercado”, afirma o paulista Maurício Figueiredo
sobre a falta de interesse das empresas em investir na
sua invenção – um pregador de plástico usado para
pendurar tênis e sapatos no varal, depois de lavados,
que diminui o acúmulo de água no interior do calçado.
Maurício enfrentava dificuldades sempre que
precisava lavar e secar no varal uma bota pesada. Ele
tentava deixá-la inclinada, mas o tempo todo era
preciso retirar a água que ficava empoçada no fundo do
solado. “Foi aí que tive a ideia de um dispositivo que
deixa a bota com o solado para cima e aí nasceu o
prendedor para tênis”, diverte-se. Mas o caminho entre
a ideia e o produto final não foi fácil. Até ver o invento
pronto foram cerca de sete anos, entre pesquisas de
material, de formato e de execução. “Fiquei noites sem
dormir pensando na forma certa de deixar o produto de
acordo com a necessidade”, diz o inventor.
O paulista Carlos Ramos passou oito anos
realizando pesquisas e muitos testes malsucedidos
até chegar à versão final de um higienizador de
capacetes, que funciona eliminando fungos, ácaros
e bactérias da espuma que reveste o equipamento
de segurança. O capacete é inserido em uma cabine
e higienizado com um bactericida liberado, em
forma de fumaça, por meio de ar comprimido. O
processo de limpeza dura 20 minutos.
Carlos acredita que, além de um investidor,
falta ao negócio maior conscientização dos
usuários para os problemas causados pela sujeira
no capacete. “O capacete protege, mas também
pode matar por alguma bactéria fatal que por
ventura fique alojada nele”, explica. A trajetória
de Maurício e Carlos em busca de um lugar ao sol
nesse mundo das boas ideias deixa uma lição:
para quem quer se tornar um inventor, a
perseverança é qualidade imprescindível.
Ah! Lembra-se da xícara de porcelana, a
revista e o telefone do início deste texto? Pois
bem, a invenção da porcelana é atribuída aos
chineses e ela existe há mais tempo que possamos
imaginar. A revista está em nossas mãos porque,
na primeira metade de 1450, o alemão Johannes
Gutenberg inventou a prensa mecânica (até
então os livros eram copiados à mão), dando
origem à tipografia. Muitos acreditam que o
inventor do telefone é o escocês Graham Bell,
mas, em 2002, o Congresso americano
reconheceu que a paternidade desse item
indispensável nos dias atuais é do italiano
Antonio Meucci, colocando fim num impasse
que durava décadas.
Inventolândia Professor Pardal
Em 1996, diante de tantos projetos apresentados à ANI, Carlos
Mazzeidecidiucriarumespaçoondeasinvençõespudessemser
apresentadas ao público. Assim, foi criado, em São Paulo, o
Museu das Invenções, chamado de “Inventolândia”, único do
gênero na América Latina. Com acervo de aproximadamente
500peças,omuseureúneinventoscuriosos,tantodebrasileiros
quanto de feiras e exposições em outros países. O espaço é
aberto a visitantes, que têm a oportunidade de interagir com
algumas das peças.
Inventolândia: Rua Dr. Homem de Mello, 1.109, Perdizes,
São Paulo.
Visitas podem ser agendadas pelo telefone (11) 3670-3411, ou
pelo e-mail museu@inventores.com.br.
Tem uma ideia incrível e não sabe como desenvolvê-la?
Nossos entrevistados deram dicas fundamentais para
começar um projeto:
Analise a praticidade do produto
veja se ele trará economia para o consumidor
atente para a facilidade de uso ou instalação
valorize a comodidade no uso
preze pela segurança de quem vai utilizá-lo
sempre procure agregar vantagens para o consumidor
O paulista Maurício
Figueiredo inventou um
pregador de plástico usado
para pendurar calçados no
varal depois de lavados
Maurício Figueiredo: "Fiquei noites sem
dormir pensando na forma certa de deixar o
produto de acordo com a necessidade"
34 Revista MRV Revista MRV 35
18. Malas prontasComportamentoperfil
rumo às
olimpíadas
Um dos grandes nomes do tênis brasileiro na
atualidade e esperança do país nas Olimpíadas de
2016, o mineiro Bruno Soares se orgulha de sua
ótima fase e está seguro das muitas chances de
conquistas no circuito mundial. Com patrocínio da
MRV, ele diz ter a tranquilidade que o atleta precisa
para focar na carreira
RafaelMotta|Nitro
Revista MRV 37 36 Revista MRV
19. Quem passa pela rua e vê a discreta placa
indicando a academia não imagina que ali
treina, todos os dias em que está em Belo
Horizonte, um dos grandes nomes do tênis no
Brasil. O mineiro Bruno Soares, de 31 anos,
encontra por lá – um lugar calmo e privilegiado
pela paisagem – a concentração tão necessária
a um esporte no qual o silêncio dos torcedores
contrasta com os clássicos grunhidos e gemidos
dos atletas nas quadras.
Quando começou a ter intimidade com a
bolinha, aos 5 anos, ninguém, e muito menos ele,
poderia prever que Bruno estaria, anos mais tarde,
na pequena lista de brasileiros a levantar um
troféu de Grand Slam, como é chamado o conjunto
dos quatro torneios de tênis mais importantes do
circuito mundial, em termos de tradição, valor
dos prêmios em dinheiro, pontos no ranking e de
atenção do público – Roland Garros (França),
Wimbledom (Inglaterra), US Open (EUA) e
Australian Open (Austrália).
Briga pelo título
O gosto de Bruno pelas quadras veio de
pequeno. Ainda que a raquete fosse grande demais
para uma criança de 5 anos, jogar a bolinha de
tênis contra o paredão, no clube onde seus pais
praticavam o esporte nos finais de semana, estava
entre as suas atividades favoritas. Mas as aulas
também começaram cedo, aos 7 anos. A partir daí,
ele não parou mais, só aumentando, a cada ano,
seu empenho e dedicação ao esporte. Ele foi
recompensado: ao lado da russa Ekaterina
Makarova, o tenista mineiro foi campeão de
duplas mistas no US Open de 2012, acabando com
o jejum brasileiro de 11 anos, desde o
tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland
Garros, em 2001.
Com o feito, Bruno se consagrou com o maior
título de sua carreira: “Um Grand Slam é mais
que uma conquista. É o sonho de qualquer
tenista. Desde pequeno, quando você começa a
jogar e ouve falar do campeonato, você pensa:
'Nossa! Um dia quero estar lá'. E quando a hora
chega e você recebe o troféu, é realmente muito
especial”, descreve. O triunfo, no entanto, não
foi surpresa: “Desde 2009, quando me firmei
como um jogador de elite, entro em todo torneio
para brigar pelo título. Sempre acreditei e soube
que tinha condição de conquistar um torneio
como esse”, conta.
| Camila Freitas
Patrocínio garante
estrutura
Para deslanchar a carreira, Bruno Soares
sempre contou com o apoio dos pais. Era a
mãe que se desdobrava para convencer os
diretores a deixar o filho fazer a segunda
chamada das provas que foram perdidas
enquanto ele viajava para disputar os torneios
juvenis. Aos 10 anos, o mineiro precisou
optar entre as aulas de tênis e as de futebol
de salão. Não teve dúvidas em seguir o
esporte que não é a paixão nacional, mas
vem conquistando fãs pelo país.
Os feitos de Gustavo Kuerten em 2001
aumentaram a popularidade do tênis no
Brasil. Com a chegada dos canais de
televisão a cabo, as partidas passaram a ser
transmitidas regularmente, o que também
contribuiu para o crescimento do público
espectador. Ainda assim, o esporte é
considerado de elite. Faltam espaços que
não sejam particulares para a prática do
tênis no país, além de investimento e
incentivo para novos atletas.
Para os profissionais, como Bruno, um dos
desafios é a conquista de patrocínio, tão
fundamental à carreira de um tenista, como
ele mesmo explica: “Diferente de um esporte
coletivo, em que o jogador é custeado pelo
time ou entidade, no tênis é o tenista que
contrata toda a sua equipe e arca com todas
as despesas. O patrocínio é, portanto, a
possibilidade de o atleta ter uma estrutura
melhor e, consequentemente, melhores
resultados”.
No início de 2013, o tenista mineiro passou
a contar com o patrocínio da MRV, que
desde os anos de 1990 investe no esporte,
apoiando equipes de vôlei, basquete, futebol
e Fórmula 1. Bruno foi escolhido pela
construtora por ter o perfil do cliente MRV: é
jovem, está em busca de uma carreira de
sucesso e quer realizar seus sonhos. Para o
esportista mineiro, o incentivo é fundamental
para a sua tranquilidade em quadra. “Com o
apoio da MRV tenho condições de manter a
qualidade dos treinos, sem me preocupar se
a estrutura necessária ao meu bom
desempenho (como ter preparador físico,
fisioterapeuta e treinador) vai permanecer
no mês seguinte”.
Firmada em 2012, a
parceria entre Bruno e o
austríaco Alexander Peya
tem rendido bons
resultados para a dupla
ArquivoBrunoSoares
38 Revista MRV Revista MRV 39
20. Fase de ouro
Bruno Soares
O ano de 2013
promete ser a melhor
temporada na
carreira de Bruno
Soares, eleito Melhor
Atleta do Tênis do
país em 2012 pelo
Comitê Olímpico
Brasileiro (COB)
AcervoCentrodeMemória
MinasTênisClube
Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube
Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube
ArquivoBrunoSoares
De quebra, Bruno e Alex,
como o mineiro chama o
austríaco, se consolidaram
na 2ª colocação entre as
parcerias de melhor
desempenho na
temporada. Eles aparecem
atrás apenas dos gêmeos
norte-americanos Bob e
Mike Bryan, atual dupla
número 1 do mundo
Com a atuação em Roland Garros,
Bruno entrou pela primeira vez no
top 10 no ranking de duplistas da
ATP, baseado na soma da
pontuação dos tenistas em cada
competição. Melhor colocação da
carreira, o 6º lugar transforma
Bruno no segundo duplista da
história do Brasil, atrás apenas de
Cássio Motta, e empatado com
Carlos Kirmayr, respectivamente
4° e 6° lugares nos anos de 1980.
O 2º brasileiro mais bem colocado
no ranking é o também mineiro
Marcelo Melo, que aparece no
19º posto
Em janeiro, o tenista
conquistou o ATP 250
de Auckland, ao lado
do escocês Colin
Fleming. No mês
seguinte se tornou
tricampeão seguido do
ATP 250 de São Paulo
ao lado do austríaco
Alexander Peya
AcervoCentrodeMemóriaMinasTênis
Clube
A parceria, firmada em
julho de 2012, tem rendido
bons resultados para a
dupla. Juntos, Soares e
Peya faturaram também o
ATP 500 de Barcelona
(abril), chegaram à final do
Masters 1.000 de Madri
(maio) e à semifinal de
Roland Garros (junho)
40 Revista MRV Revista MRV 41
21. Empenho
OtreinadordeBruno,RobertoMoraes,explicaosucesso
com o olhar técnico: “Bruno tem nos golpes de fundo e de
direitaenasdevoluçõesdesaqueosseustrunfosnaquadra”.
Treinarduro,comodefineocampeão,éachaveparaqueos
resultados sejam alcançados. E fica aí a dica para os jovens
tenistas: “Não há como cortar caminho. São horas de
dedicação na quadra e várias coisas para abrir mão”, afirma
Bruno,que passa,emmédia,nadamenosquenovemeses
do ano viajando para representar o Brasil em cerca de 30
torneiosmundiais.
Quandonãoestánaponteaérea,estáemBeloHorizonte
em uma rotina de treinos intensa. São aproximadamente
seis horas diárias entre as práticas de tênis e a preparação
física – que envolve musculação, exercícios aeróbicos,
trabalho de equilíbrio, reforço dos membros superiores e
movimentosdeiogaepilates,umarotinaessencialparaque
o tenista suporte o tempo de uma partida que pode se
estender por horas. “Até três horas o corpo aguenta bem.
Depois, começa a apitar um pouquinho e aí é necessário ir
dosando. A essa altura, no entanto, o nível de adrenalina é
tão grande que o corpo sempre encontra um gás a mais”,
explicaotenista.
Foi o que aconteceu com ele e o também tenista
mineiro Marcelo Melo nos Jogos Olímpicos de Londres
de 2012. Com uma vitória histórica contra os checos
Tomas Berdych e Radek Stepanek, eles protagonizaram
uma das partidas mais longas das Olimpíadas: 4h21. Os
brasileiros chegaram às quartas de final e deixaram a
capital inglesa com a melhor campanha de uma dupla
do Brasil em Jogos Olímpicos. “É uma grande honra
representar o país nas Olímpiadas. É um evento muito
especial, completamente diferente do nosso dia a dia,
em que temos a possibilidade de conviver com o que há
de melhor em todos os esportes. Batemos na trave na
disputa por medalha, mas estamos de olho no Rio 2016.
Eu e Marcelo estamos crescendo bastante. Nosso auge
vai ser em 2015, 2016 e uma medalha em casa seria
top”, planeja Bruno.
Superação
Com destaque no Brasil e na América do Sul
durante o período em que disputou circuitos juvenis,
Bruno sempre teve clara a vontade de jogar
profissionalmente. O sonho virou realidade em 2001,
quando ele começou a disputar nas modalidades
simples e de duplas. Quatro anos mais tarde, uma
lesão em um joelho o afastou das quadras por dois
anos, marcando a fase mais difícil de sua carreira: “A
inflamação no trato tibial insistia em não melhorar.
Nunca deixei o tratamento e de acreditar que um dia
eu voltaria, mas abri uma academia em BH como um
plano B para a minha vida, caso não conseguisse me
recuperar. Depois da cirurgia, quando vi que o
tratamento começou a engrenar, larguei tudo e voltei
com força total”, relembra.
Com o retorno às quadras, Bruno decidiu priorizar
as duplas. “O meu destaque desde o início foi nessa
modalidade, apesar de sempre ter focado na simples.
Depois da lesão, me senti mais à vontade para seguir
esse caminho que, em termos físicos, é menos
impactante para o corpo”, explica. No tênis, segundo
ele, formar uma dupla é como começar um namoro,
em que o entrosamento entre os pares é essencial para
o rendimento em quadra. “Tênis é um esporte de
extrema precisão e precisamos de uma sintonia muito
boa com o parceiro em todos os sentidos. Afinal, das
horas em que passamos juntos, apenas 10% são gastos
competindo. O restante é usado na preparação física,
conversando sobre o quê melhorar, tática do jogo e
fazendo análise do pós-jogo”, revela.
Tamanha convivência durante os torneios
nem faz da distância durante os treinos – Bruno
treina em BH e seu atual parceiro, Alexander
Peya, em Viena, na Áustria – um problema: “É
como em um relacionamento: esse tempo
separado dá um pouco de saudade, dá aquela
vontade de se reencontrar para começar mais
uma boa campanha”.
Top 10
Figurar entre os dez melhores duplistas de tênis do
mundo era uma das quatro metas traçadas por Bruno
Soares e Alexander Peya (o austríaco está em 9º) para
a temporada de 2013. Depois da semifinal de Roland
Garros, em junho, a dupla se volta agora para os
outros três desafios: ficar entre as oito melhores
duplas do mundo para disputar, em novembro, o ATP
Finals, em Londres; ganhar um Masters 1.000 e
conquistar um título de Grand Slam.
“É claro que conquistar títulos é muito mais difícil.
Temos que entrar em uma semana e sermos perfeitos.
Já estar em Londres depende de uma combinação de
fatores e resultados. Mas estamos caminhando para
isso. Estabelecemos as quatro metas no início do ano
e temos o objetivo de alcançar pelo menos duas. O
que vier a mais é lucro”, destaca Bruno, que
comemora a sua melhor fase, mas não economiza
boas expectativas para o futuro: “Estou em uma
crescente e ainda não cheguei ao meu máximo.
Tenho muito para render e tenho feito um trabalho
muito forte, por isso sinto que vem coisa boa por aí,
maior ainda das que já vêm acontecendo”, projeta.
RafaelMotta|Nitro
Bruno Soares: "Não há
como cortar caminho. São
horas de dedicação na
quadra e várias coisas
para abrir mão"
42 Revista MRV Revista MRV 43
22. Malas prontasComportamentocomportamento
pura
bravata
A dor é o principal
motivo para levar
homens ao médico, já
que, em geral, eles
“aguentam firme” e
fogem dos
consultórios o quanto
podem. Esse é o
retrato de pesquisa
feita entre norte-
americanos, mas será
que por aqui o
comportamento é
diferente?
Todo mundo quer envelhecer bem e a receita
para isso não é nenhum mistério: alimentar-se
corretamente, fazer exercícios físicos e, ao
primeiro sintoma de algo errado, procurar um
médico. Mas parece que os homens não estão
muito preocupados com a saúde, pelo menos no
que diz respeito à prevenção. Estudo feito nos
Estados Unidos por um laboratório farmacêutico
revelou que 63% dos entrevistados só decidem
consultar um médico quando a dor é prolongada
e grave, desprezando sintomas como vômitos,
sangramento ou coceira.
No Brasil, os dados não foram apurados em
pesquisa, mas é fato que a expectativa de vida
dos homens é menor do que a das mulheres e,
culturalmente, eles começam a frequentar os
consultórios também mais velhos. A população
feminina, segundo o Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive
em média sete anos a mais do que a parcela
masculina (77 anos contra 69 anos). De acordo
com os dados, as mulheres no Brasil também
fumam menos, se alimentam melhor e são mais
ativas. Entretanto, no geral, ambos os sexos não
têm a cultura da prevenção fortalecida e só
procuram o médico quando os sintomas
aparecem e precisam ser remediados.
| Joana Suarez
Fotos:BrunoSenna|Nitro
O empresário Marcos
Vinícius Guimarães de 45
anos e a família: a última
vez que ele foi ao médico
fazer um checkup foi
antes do casamento
44 Revista MRV Revista MRV 45
23. Sem tempo
O Ministério da Saúde recomenda que os
homens comecem a visitar o médico
periodicamente a partir dos 20 anos, para
realização de exames de glicose, pressão arterial,
colesterol e doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs). Fazer checkups de cinco em cinco anos,
para quem não tem histórico de doenças
familiares, é o ideal, segundo a Sociedade
Brasileira de Clínica Médica.
Para o empresário Marcus Vinícius Guimarães,
de 45 anos, ir ao médico é quase uma opção que
não existe, ainda que submetido à pressão familiar
e à insistência dos que convivem com ele. Nem
mesmo quando surge um sintoma tão aparente,
como a mancha vermelha no olho existente há
uma semana, ele aceitou os conselhos para visitar
o doutor. A última vez que fez um checkup foi em
1998, antes do casamento. “Ia trocar de academia,
mas precisava fazer exames. Daí desisti, não tenho
tempo. Tenho familiares e amigos médicos, mas
sinto ojeriza a remédios e consultas. Só vou se a
situação for muito crítica. Quem procura acha!”,
profetiza Guimarães.
Na casa dele, suas filhas, de 11 anos e 12 anos,
já frequentam, por exemplo, consultórios de
dermatologista e endocrinologista. “Elas são
vaidosas e já têm o costume de ir ao médico
desde cedo. Mas os homens são mais relaxados.
Eu só procuro me alimentar bem”, admite o
empresário. O que ele não leva em conta é que
essa diferença entre eles e elas se reflete também
na expectativa de vida.
Machões
Uma das explicações para a resistência masculina
a ir ao médico é cultural. As mulheres, desde a
primeira menstruação, são incentivadas a visitar o
ginecologista, e quando iniciam a vida sexual, são
orientadas a fazer exames preventivos anuais. Já os
homens se veem mais obrigados a procurar o
médico somente quando completam 40 anos,
quando é indicado iniciar o controle de doenças na
próstata. Mas nem isso é uma realidade, pois
socialmente ainda existem preconceitos que afetam
a conduta masculina. “Elas acostumam com o
médico desde cedo. Os homens geralmente são
muito machões e, com isso, deixam a saúde de lado,
mas o preconceito está diminuindo aos poucos”,
afirma o urologista José Eduardo Távora, presidente
da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas
Gerais (SBU-MG).
As doenças mais comuns no universo
masculino são as cardiovasculares, diabetes,
problemas nos rins e na próstata. Considerado
hoje o médico do homem, o urologista deve ser
visitado anualmente a partir dos 40 anos,
principalmente se já houver histórico de câncer
na família. “Quanto mais velho, maior a
possibilidade de as doenças aparecerem. Antes
dos 40 anos, não é tão prejudicial que o homem
não vá ao médico se estiver tudo bem. Mas a
qualquer sintoma diferente ele deve procurar
ajuda imediatamente para diminuir qualquer
complicação”, explicou José Távora.
Prevenção
O empresário mineiro Ricardo José Suarez, de 55
anos, pode ser considerado uma exceção entre os
homens e um exemplo a ser seguido. Desde os 35
anos ele faz consultas regulares, e graças à prevenção,
descobriu um câncer de próstata precocemente, aos
43 anos, e consegui curá-lo sem mais complicações.
No terceiro ano em que Ricardo foi fazer o exame de
toque retal, o tumor foi detectado, e depois retirado
por meio de uma cirurgia. “É muito importante fazer
a prevenção. Meu câncer poderia ter virado algo
muito mais sério. Se for para morrer, que seja num
acidente”, diz o mineiro.
Campanhas
Apesar das ações de saúde ainda serem muito
concentradas nas mulheres, já existem campanhas
de conscientização e incentivo ao autocuidado
masculino. Em 2009, o Ministério da Saúde criou
a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem. Os estados que aderem ao programa
recebem R$ 75 mil por ano e R$ 55 mil são
repassados aos municípios para projetos de
sensibilização do público masculino sobre riscos à
saúde, e capacitação de profissionais.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
iniciou no ano passado projeto piloto sobre a
importância dos cuidados com a saúde masculina
que contribui para acabar com o preconceito em
relação à realização de exames como o de toque
retal. A 1ª Caminhada e Corrida da Saúde do
Homem ocorreu em Belo Horizonte, no ano
passado, e será expandida para todo o país.
O que eles
disseram nos
Estados Unidos *
Menos de um em
cada três
descreveu a sua
saúde como
“excelente”
46%se sentem
nervosos, ansiosos ou
com medo quando vão
ao médico
50% admitem que têm
medo de descobrir que têm um
problema sério de saúde
61% procuram ajuda quando
necessário, mas não fazem
consultas médicas preventivas ou
checkups anuais
63% afirmam que a dor
prolongada e grave é o “ponto de
decisão” para procurar uma
consulta médica
Mais de um terço relatam que uma
companheira (o) é o principal
motivador a consultar um médico
* O estudo norte-americano, realizado pelo laboratório Abbot, em parceria com
a organização não governamental Men's Health Network, foi feito com 2 mil
entrevistados com mais de 18 anos
Marcus Vinícius
Guimarães: "Os
homens são mais
relaxados. Eu só
procuro me
alimentar bem"
46 Revista MRV Revista MRV 47
24. Malas prontasComportamentoentrevista
arrasa!
ele
Luan Santana não se dá por satisfeito e assegura
que ainda tem muito para mostrar aos milhões de
fãs pelo país. Com o lançamento do DVD Te
Esperando, terceiro da carreira, o ídolo teen afirma
que não tem medo de ousar e que veio para ficar
BrunoSenna|Nitro
Revista MRV 49 48 Revista MRV
25. verão de 2009 começou com a
explosão de um jovem cantor. Com a
canção Meteoro, Luan Santana
quebrou recordes de público e
conquistou fãs nas redes sociais e
pelas cidades por onde passou.
Naquele ano ele se apresentou em
nada menos que 300 shows pelo Brasil, uma
média de 25 por mês. Para muitos, era o maior
fenômeno da música sertaneja já ocorrido no
país, e para outros, apenas um sucesso passageiro.
Contrariando os que acreditavam na teoria
dos “15 minutos de fama”, Luan grava, aos 22
anos, o terceiro DVD de uma carreira que
começou há pouco mais de cinco anos. O
trabalho tem cenas de um grande show na Arena
Maeda, em Itu (SP), realizado em julho, e
também de apresentações em diversas cidades
brasileiras.
Na turnê que realiza pelo país e que leva o
mesmo nome do DVD, Luan dá uma prévia do
que os fãs podem esperar do novo projeto,
considerado o mais ousado da carreira. No
palco, o sertanejo faz uso de todo o aparato
tecnológico a que tem direito. O cenário pesa
cerca de oito toneladas e consiste numa
estrutura central de dois andares, interligada
por três elevadores, que permite a troca de
posição dos músicos ao longo do set. É de um
deles que Luan surge para abrir o show.
No repertório, o público vibra com "Amar
Não É Pecado", "Nega", "Te Vivo", "Meteoro",
com que tudo começou, e as atuais "Sogrão
Caprichou" e "Te Esperando", que bateu
primeiro lugar entre as mais tocadas no Brasil
já na semana de lançamento.
Apesar da grandiosidade do espetáculo, o jeito
simples do rapaz de Campo Grande (MS)
confirma que ele continua “o mesmo cara de
antes”. O segredo para manter os pés no chão,
segundo ele, é a humildade: “O sucesso chega,
mas mantê-lo é mais difícil ainda. Precisa de
muito trabalho e estou me empenhando para
buscar melhorar a cada dia, por mim e pelo meu
público”, destaca.
À fidelidade dos fãs, sem dúvida, Luan deve
grande parcela do sucesso. A proximidade com
eles, o sertanejo conquistou especialmente pelas
redes sociais, nas quais fica conectado 24 horas
por dia e é considerado o mais influente dos
cantores (homem) brasileiros. Para se ter uma
ideia da presença de Luan no mundo virtual, a
| Camila Freitas
O
Terceiro DVD de Luan
Santana traz trechos do
show realizado em Belo
Horizonte, em junho
BrunoSenna|Nitro
50 Revista MRV Revista MRV 51
26. hashtag #faltam20diasdvdluansantana estava nos
trend topics (assuntos mais comentados) do
Twitter – onde o cantor reúne 4,5 milhões de
seguidores – juntamente com as hashtags
#vemprarua e #ogiganteacordou, referentes às
manifestações populares nas principais cidades
brasileiras, no dia 17 de junho.
Revista MRV: Você lançará em breve o
terceiro DVD da sua carreira. O que os fãs
podem esperar desse novo projeto?
Luan Santana: Vai ser um projeto ousado. Podem
esperar algo novo e diferente do que eu já fiz.
Tenho certeza de que a galera vai curtir muito.
O que a turnê Te Esperando traz de diferente
dos outros trabalhos?
Meus shows sempre trazem novidades. A
interação com o público principalmente. Mas
devo destacar os novos sucessos, como "Sogrão
Caprichou", "Te Vivo", dois lançamentos que estão
no meu novo EP Garotas Não Merecem Chorar,
"Cabou, Cabou" e, claro, "Te Esperando", que dá
nome ao show.
Nessa turnê tem alguma música que você
mais goste de cantar? Alguma que tenha um
significado especial para você?
"Te Esperando". É com ela que mais sinto a “vibe”
da galera. Somente voz, violão e público. É
instantâneo o retorno. Arrepia.
Você tem só 22 anos e faz parte de um
fenômeno, muito influenciado pela internet,
de projeção de artistas muito jovens. Como é
experimentar o sucesso tão cedo?
Graças a Deus tenho o carinho que sempre
sonhei. Sou realmente novo, mas procuro pensar
com o pé no chão; o sucesso chega, mas mantê-lo
é mais difícil ainda. Precisa de muito trabalho e
estou me empenhando para buscar melhorar a
cada dia, por mim e pelo meu público.
Você teve problemas, de alguma forma, com a
fama? Como faz para manter os pés no chão?
Não tive problemas, graças a Deus continuo o
mesmo cara de antes. Com meus amigos, minha
família, pescando, fazendo churrasco... A
diferença está na disponibilidade. O grande
segredo é agir com humildade.
Você se preocupa com as críticas? Elas
fazem diferença no seu trabalho?
Críticas sempre vão existir. Mas realmente me
importo com o que o público diz. E isso ouço
através dos shows, do retorno das músicas nas
rádios, dos meus fãs na internet. Faço o que gosto
e para eles, que são o meu maior tesouro.
Aos três anos de idade, você já gostava de
cantar e ganhou o seu primeiro violão. Sua família
o apoiou ou havia o medo da “vida de artista”?
Graças a Deus meus pais sempre me apoiaram.
Eles me deixaram bem à vontade para escolher o
que eu queria para mim.
Música sertaneja é uma referência na sua
carreira. Quais as canções e artistas que
o marcaram?
Muitas, mas com certeza "Muda de Vida", do Zezé
Di Camargo e Luciano. Foi a primeira que
aprendi a cantar.
Como você se preparou para ser cantor e
compositor? Qual é a sua rotina para enfrentar
essa carreira?
Sempre procuro referências para inovar e me
aperfeiçoar, ouço muito... de tudo um pouco.
Você pensou em ter outra carreira?
No dia em que fui prestar vestibular para
biologia, meu empresário marcou um show. Eu
Luan Santana: "Meus
shows sempre trazem
novidades"
Nada de botas e
chapéus. O estilo
descolado é uma das
marcas do cantor
sertanejo
Venerado pelas fãs, Luan
é considerado o cantor
brasileiro mais influente
nas redes sociais
Fotos: Arquivo pessoal
52 Revista MRV Revista MRV 53
27. tinha que escolher, ou o vestibular, ou o palco.
Escolhi o palco... deu certo! Não me imagino
fazendo outra coisa.
O seu último CD, Quando Chega a Noite, tem
17 músicas inéditas. Seis são suas. Como é o
seu processo de composição?
Eu me inspiro nas histórias de amigos, de filmes,
de livros... Tudo sobre amor é inspiração.
Sua principal influência é a música sertaneja,
um estilo que veio se diversificando com o
tempo. Hoje, você tem o sertanejo de raiz, o
romântico, o sertanejo universitário. Tem
espaço para todo mundo? Quais são as dicas
para quem está começando?
Acredito que o sertanejo é sertanejo. Existe, sim,
espaço para todo mundo no mercado e tem muita
galera boa começando. O sucesso é fruto de um
bom trabalho, com empenho, profissionalismo e,
acima de tudo, personalidade.
Você já chegou a fazer 300 shows em um
ano. Uma média de 25 por mês. Como faz
para manter o pique?
É difícil. Mas manter uma boa alimentação e dormir,
mesmo que em banco de avião e ônibus, é básico
para qualquer ser humano com uma rotina agitada.
Você tem algum ritual antes dos shows?
Ainda dá um friozinho na barriga antes de
subir no palco?
Sempre dá. Cada show é um público diferente,
ele se torna diferente. Faço sempre uma oração
com minha equipe antes dos shows.
Quando a agenda dá uma folga, o que você
gosta de fazer?
Pescar, reunir a família, tocar umas modas, fazer
um churrasco com os amigos.
E como se imagina daqui a 20 anos? Como
idealiza o seu futuro?
Cantando! Se Deus quiser.
Com mais de 4,5 mil fãs clubes no Brasil e 4,5
milhões de seguidores no Twitter, é fato que
sua postura e conduta influenciam milhares
de pessoas. O que você pensa sobre isso?
Sou um cara humano, com defeitos e qualidades.
Mas meu público me conhece, e se identifica com
a minha postura, como eu sou, isso é o mais bacana.
Você recebe fãs no camarim, tira fotos, dá
autógrafos. Essa proximidade com o público
já lhe causou também algum problema?
É amor. Amor a gente recebe, de braços abertos.
Não me lembro de nenhum tipo de problema.
E você faz o estilo conectado, sempre com
um smartphone na mão?
Sou. 24 horas por dia. Mesmo que eu não esteja
tuitando, ou postando, estou sempre conferindo.
Você sai do estilo habitual dos sertanejos:
nada de botas ou chapéus. Você escolhe
suas roupas?
Escolho com a ajuda de um profissional, mas, na
maioria das vezes, dou o meu pitaco.
Você parece ser vaidoso. É uma característica
sua ou uma exigência do meio artístico?
Gosto de me sentir bem e, principalmente, estar
bem para os meus fãs.
Quais são os próximos projetos, além do
lançamento do DVD?
O DVD vai ser algo realmente surpreendente.
Além dele, temos videoclipe da música "Te
Esperando" recém-lançado e uma surpresa
especial minha e da Jade (namorada do Luan).
BrunoSenna|Nitro
Revista MRV 55 54 Revista MRV
28.
29. Malas prontasComportamentocarreira
não?
por que
Profissionais de informática, cuidadores de
idosos e ecólogos são cada vez mais
requisitados pelo mercado, mas esbarram na
falta de regulamentação e de uma lei que
preserve seus direitos básicos
Oqueosprofissionaisdaáreadeinformática,ecologiae
cuidadores de idosos têm em comum? À primeira vista,
nada. Um observador mais atento dirá que são áreas que
atendem a modernização da economia e da vida em
sociedade no Brasil. É também. Mas o que as une,
especialmente, é que nenhuma dessas três profissões é
regulamentada no país. Isso significa que qualquer
trabalhadorcominteressenasáreasestálivreparaexercera
profissão, sem a exigência de curso técnico ou superior.
Alémdisso,oprofissionalnãoestáresguardadoporumalei
que preserve seus direitos básicos, como quantidade de
horas trabalhadas, piso salarial e garantia de mercado para
suaformaçãoespecífica.
Nos últimos 10 anos, o mercado para a área de
informática, por exemplo, deu um salto. Na era da
tecnologia, as mais variadas empresas demandam os
serviçosdeumprofissionaldosetoreécomumadificuldade
de encontrá-lo. Em 2014, o Brasil poderá ter um déficit de
100milprofissionaisqualificadosparatrabalharnossetores
datecnologiadainformação(TI).Aprevisãopreocupanteé
da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação (Assespro). O levantamento
revela o cenário de escassez já sentido pelas empresas e o
desafio que o país terá que enfrentar para garantir o
crescimentodeumdosprincipaissetoresdaeconomia.
| Síria Caixeta
Buscando atender a demanda do mercado e formar
trabalhadores qualificados, as universidades criam cursos
voltadosparaaárea.Cercade35milprofissionais concluem,
porano,cursosdegraduaçãoligadosàinformáticanoBrasil,
segundo o professor Roberto Bigonha, pesquisador do
Laboratório de Linguagens de Programação do
DepartamentodeCiênciadaComputaçãodaUniversidade
FederaldeMinasGerais(UFMG).“SóaUFMGforma100
profissionais anualmente nos cursos de ciência da
computação, sistema de informação e matemática
computacional. A tendência é aumentar a oferta de vagas
nasuniversidadeseasoportunidadesdetrabalho”,explica.
Polêmica
A falta de regulamentação divide opiniões dos
especialistas em informática. Para o assessor de Formação
doSindicatodosEmpregadosemEmpresasdeInformática,
Processamento de Dados, Serviços de Informática e
Similares do Estado de Minas Gerais (Sindados-MG),
MarcosWelingtondeLima,oreconhecimentodaprofissão
é fundamental para a categoria. “Vários projetos de lei que
regulamentam a profissão já foram arquivados na Câmara
Federal, pois há setores empresariais que não concordam
com a padronização. Isso porque pesaria no bolso de
informática
ecólogocuidador de idosos
58 Revista MRV Revista MRV 59
30. quem paga, tendo em vista que depois de serem
reconhecidos, esses trabalhadores poderiam ter melhores
salários. Há 30 anos a categoria luta pela legalização da
profissão.Adiscussãoépolêmica”,assinala.
O professor Roberto Pigonha discorda. Para ele, a
regulamentação não traria muitas mudanças. “A
informáticapermeiatodasasprofissões.Regulamentar
a informática é como regulamentar o uso da língua
portuguesa. O país teria muito a perder com a criação
de reserva de mercado de trabalho na área”,
argumenta. Segundo o professor, essa falta de
regulamentação ainda facilita para que o mercado
tenha mão de obra, sem prejudicar o especialista.
“Engenheiros continuam ingressando na profissão, o
que favorece a diversidade de profissionais. Estão
sobrando vagas no mercado”, aponta.
Técnica em informática, Marina Gomes realmente
não tem do que reclamar. Desde que concluiu o curso
de analista de sistemas, há dois anos, as propostas de
trabalho não param de aparecer. “A profissão está no
auge. Tenho certeza que fiz a escolha certa. Com
pouco tempo de formada já trabalhei em três empresas
diferentes e consegui comprar meu carro. Pretendo
continuar os estudos e abrir uma escola de
informática”, planeja.
Mais idosos
A luta pela regulamentação é bandeira também dos
cuidadores de idosos, outra profissão cuja demanda
tende a crescer. É o que mostram dados oficiais. O
último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontou que 11,3% da população
brasileira tem mais de 60 anos e, com o aumento da
expectativa de vida, a previsão é de que essa parcela
chegue a 25% do total em 2050.
Em Minas, a Associação de Cuidadores de Idosos
(ACI-MG) ministra cursos, desde 2005, para as pessoas
que queiram se dedicar à profissão. De lá pra cá, cerca de
5 mil pessoas, moradoras de Belo Horizonte e região
metropolitana, concluíram o curso. A carga horária é de
100 horas, entre teoria e prática. De acordo com a
assistentesocialAndréaMariadeCarvalho,aprocurapelo
aperfeiçoamento tem aumentado muito devido à ótima
fase do mercado. “Entre os anos de 1999 e 2002, esses
cursosforamcriados paraatenderostrabalhadoresquejá
atuavam em asilos. Hoje, percebemos que a procura
diversificou. Familiares e pessoas interessadas em
ingressar no mercado de trabalho querem especializar-se,
pois a demanda é muito grande. Isso se deve ao aumento
da expectativa de vida da população brasileira, ao fato de
as famílias hoje serem menores e de a mulher trabalhar
fora, com várias jornadas. Então, podemos dizer que o
cuidador de idosos é uma necessidade social”, garante.
Os profissionais que trabalham cuidando de
idosos esperam, porém, o reconhecimento da
profissão. “Um trabalhador com tamanha
responsabilidade tem que ser valorizado e o
passo inicial para isso é a regulamentação de seu
trabalho. Um dos grandes entraves hoje é a falta
de padronização salarial. Estamos na luta pela
regulamentação”, explica Cláudio Márcio
Nascimento, que trabalha como cuidador há
cinco anos.
Quem quiser seguir essa carreira precisa ter muita
dedicação. Além de dar assistência e acompanhamento
ao idoso, a pessoa deve ter noções básicas de cuidados
preventivos de saúde, prestação de apoio emocional,
administração de medicamentos e outros
procedimentos de saúde, auxílio e acompanhamento
na mobilidade do idoso e na realização de rotinas de
higiene pessoal, ambiental e de nutrição.
Informática*
Quanto ganha
o profissional?
R$ 3.434
Administrador de
banco de dados
R$ 3.831
Analista de
negócios
R$ 3.933
Analista de
implantação
R$ 2.935
Analista de
suporte
R$ 3.406
Analista de
infraestrutura
R$ 3.181
Analista de
testes R$ 3.745
Analista de
sistemas
R$ 4.654
Analista de
software
R$ 2.555
Programador
Esses valores são médias aritméticas ponderadas,
de cada cargo, considerando todas as
informações salariais da carreira júnior, pleno e
sênior. A última atualização de salário da categoria
foi feita no final de 2012.
*Dados do Sindicato das Empresas de Informática
de Minas Gerais (Sindinform-MG)
Plantões de
12 horasMensal (40 horas
semanais)
de R$ 60
a R$ 120
R$ 1,2
mil
Cuidador de idosos
Ecólogos
bolsas/salários que variam de
R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil
Recém-
graduado
R$ 3 mil a R$ 6 mil
Com
mestrado
R$ 4 mil a R$ 10 mil
Com
doutorado
bolsas/salários que variam de
R$ 2,5 mil a R$ 4 mil
Com
especialização
Fonte: Associação
Brasileira de
Ecólogos
Em busca de credibilidade
e autonomia
A necessidade de cuidar do meio ambiente e garantir a
sustentabilidade do planeta faz da ecologia uma profissão de
futuro. E o futuro já chegou. O profissional que estuda o meio
ambiente, os ecossistemas, os recursos naturais e interação
entre natureza e seres vivos é bastante demandado,
principalmente por órgãos públicos. O que explica a procura
por esse perfil de trabalhador, segundo a presidente da
AssociaçãoBrasileiradeEcólogos(ABE),AlessandraRodrigues,
é a crescente preocupação com a área. “Não possuímos um
estudo específico sobre demanda no Brasil, mas quando
precisocontratarprofissionaisperceboqueaprocuraporesses
especialistaséintensa.NasregiõesSuleSudeste,hábuscade
profissionais mais especializados. Já nas regiões Norte e
Nordeste há demanda, porém com salários menos
competitivos”, explica.
A regulamentação da profissão, acredita Alessandra, traria
mais credibilidade e autonomia para a categoria. “Como não
háregistroemconselhodeclasse,nãohácomoexigirumpiso
salarial. Além disso, a existência da regulamentação favorece
efortaleceadivulgaçãoeaaceitaçãodoecólogoemconcursos
públicos, uma vez que, dessa forma, não se pode entrar em
um conselho de classe já existente ou criar um específico. O
Ministério da Educação (MEC) reconhece as universidades,
mas não a regulamentação da profissão”, lamenta.
Outraquestãopreocupante,segundoela,équeosprofissionais
fazem o trabalho, mas não recebem o devido crédito. “Em
muitos casos, os ecólogos realizam os estudos de impacto
ambientaleoutroprofissionalacabaassinando,porestarligado
a um conselho de classe, que só se consolida quando a
profissão é regulamentada”.
Fonte: Associação dos
Cuidadores de Idosos de
Minas Gerais
60 Revista MRV Revista MRV 61
32. Malas prontasComportamentoon-line
há vagas!
clicou?
Há alguns anos, a opção para quem estava à
procura de um emprego era vestir sua melhor roupa
e bater de porta em porta, deixando o currículo
impresso. Hoje, muitas vezes não é preciso nem sair
de casa, porque diversos sites oferecem
oportunidades e dão dicas para otimizar a procura
64 Revista MRV Revista MRV 65
33. Duas semanas foram suficientes para o
professor de inglês Henrique Carvalho, de 29
anos, receber quatro ofertas de emprego sem sair
de casa e sem gastar nada. Ele se cadastrou em um
portal especializado em profissionais de idiomas.
Por ser uma novidade no mercado on-line, muita
gente ainda não sabe sobre a possibilidade de
disponibilizar os currículos em sites direcionados
que servem de ponte entre os candidatos e as
empresas. E o melhor: é de graça!
Os portais de vagas segmentados surgem como
uma alternativa para a busca de mão de obra
qualificada. Além de exibir oportunidades de
trabalho, eles trazem informações específicas
sobre cada profissão. Muitos deles ainda cobram
para cadastrar o currículo, mas são cada vez mais
comuns os que oferecem a ferramenta
gratuitamente, tanto para os profissionais quanto
para as empresas que querem divulgar suas vagas.
Busca
Entre os sites mais conhecidos estão o Banco
Nacional de Empregos, o Vagas.com, o Guia de
Empregos e o Curriculum – a maioria oferece
também dicas e vagas separadas por área ou por
estado. Todos esses são de graça. A fonte de renda
deles está em oferecer produtos pagos, como
cursos para melhorar o desempenho nas
entrevistas e dar destaque ao currículo on-line.
Os consultores de recursos humanos lembram
que, para que o resultado seja positivo, é preciso
levar a busca por emprego a sério. “A pesquisa pela
internet deve ser encarada como um trabalho,
começando de manhã para passar o dia focado em
procurar uma vaga no mercado e, se possível, até
vestir uma roupa adequada”, explica Leopoldo Lopes,
gerente de Relacionamentos da Reggiani Hunting,
empresa que atua no mercado de consultoria em
RH, especializada em profissionais estratégicos.
Lopes destaca que os portais segmentados por
profissão surgiram como uma boa ferramenta
diante da dificuldade de selecionar profissionais
capacitados, com o perfil adequado à empresa.
“Empregados e empregadores estão aderindo a
esses sites porque são mais direcionados, e
ninguém precisa perder tempo com vagas que não
lhe interessam”, afirma. Segundo ele, os conselhos
de classe costumam divulgar os portais e as vagas
oferecidas na área. “É preciso esperar um tempo
para que esses sites se tornem mais conhecidos no
mercado. Por enquanto, as pessoas devem fazer
| Joana Suarez uma pesquisa direcionada na internet e nos
conselhos para encontrá-los”, opina.
Segmentados
O ProfCerto, por exemplo, é um portal de talentos
para professores e escolas de idiomas. Os
profissionais podem preencher, gratuitamente, um
cadastro e realizar teste escrito e comportamental.
Podem também convidar colegas a postar referências
e postar um vídeo se expressando na língua que
ensinam. As empresas e alunos particulares
selecionam esses professores filtrando por idioma,
região (de todo o país), perfil e experiência.
Após fazer seu cadastro no portal, Henrique
Carvalho aumentou o número de empresas em
que dá aulas em São Paulo. “Para o profissional, é
uma ótima ferramenta porque podemos aceitar e
recusar as propostas, sem ressentimentos. No
início, temos uma certa resistência por ser novo,
mas é muito confiável”, diz.
Também o paulista Tiago Afonso Rafael Tashvn,
de 36 anos, se cadastrou no ProfCerto, e, em
poucos dias, conseguiu uma oportunidade. “Este
tipo de site dá ao profissional de línguas a
oportunidade de ter o seu currículo visto por
escolas de todo o território nacional. A principal
vantagem é ter um site focado e objetivo na oferta
de profissionais que atuam no mercado de ensino
de idiomas”, destaca.
Assim como a ProfCerto, existe também o
About Me, voltado para profissionais da área de
saúde e farmácia (healthcare and cosmetics),
lançado há um ano. “Para os profissionais é de
graça. Já as empresas só pagam se uma vaga
publicada no portal for devidamente preenchida
através do nosso suporte”, explica o diretor de
Operações do About Me, Newton Velloso.
Pré-testes
Alguns portais fazem apenas o recrutamento
segmentado, mas não realizam a triagem do
profissional. No caso do ProfCerto, é possível
verificar o resultado de vários testes executados
pelo candidato no site e selecionar apenas os que
mais interessam. A ferramenta não elimina o papel
do recrutador, que deve fazer a avaliação final.
“Percebemos na Companhia de Idiomas que
gastávamos horas e muito dinheiro com diversas
dinâmicas, aplicando testes escritos, pedagógicos,
comportamentais. Criamos a plataforma ProfCerto
para filtrar os profissionais com poucos cliques,
e conseguimos reduzir esse investimento em
50%”, explica Rosângela de Fátima Souza, sócia-
diretora da Companhia de Idiomas e do site
ProfCerto. As escolas só pagam se quiserem
visualizar os resultados dos testes dos candidatos.
Na rede
Além dos portais de emprego, as redes sociais
também são uma ferramenta muito eficaz na
busca por emprego. O LinkedIn é a mais
importante, por ser voltada para o mercado de
trabalho. Segundo os consultores de RH, um perfil
completo, bem montado e visto na internet
aumenta as chances de conseguir uma recolocação.
No Facebook, ao digitar empregos na busca é
possível encontrar páginas para lugares e classes
específicas como psicologia, moda e tecnologia da
informação. O perfil Vagas, no Twitter, é do grupo
Vagas.com e traz oportunidades em todo o Brasil.
Mas atenção ao que você posta na rede social.
“Sempredigoqueasempresascostumamvasculhartoda
a vida do candidato na internet. Tem que ter muita
cautela com o que você quer que apareça no ambiente
virtual”, avisa Lopes.
Copie e cole
Os especializados
Veja alguns sites que cadastram currículo e oferecem vagas
gratuitamente:
www.vagas.com
www.curriculum.com.br
www.bne.com.br
www.guiadeempregos.com.br
www.profcerto.com.br – Idiomas
www.brasil.infomine.com – Mineração
www.aboutme.com.br – Cosméticos, farmácia e saúde
www.world-architects.com/jobs – Arquitetura
Conecte-se
Dicas para recolocação no mercado de trabalho:
Desemprego não é férias. A procura por uma
vaga deve ser encarada como um trabalho em
tempo integral.
Enquanto procura emprego, uma boa opção é
fazer cursos de qualificação, que pode ser
uma língua ou pós-graduação.
Deixe os seus dados sobre educação/
formação, experiência de trabalho e idiomas
sempre atualizados.
Entre em outras redes sociais. Além do
LinkedIn, do Twitter e do Facebook, há
o Quora e Squidoo.
Siga empresas no Facebook, comunidades de
empregos e da sua área de trabalho.
Invista no networking. Avise a todas as
pessoas da sua rede de relacionamentos
que está procurando emprego; elas
podem ter algum contato a oferecer.
É essencial que as atitudes de um
candidato sejam 100% coerentes
com as palavras escritas nas redes
sociais ou blogs.
66 Revista MRV Revista MRV 67
34. Malas prontasComportamentoespetáculo
sucessos
rede de Longe dos ditames do mercado, músicos e artistas
mostram talento na internet, emplacam sucessos e
ganham apoio dos internautas. Do virtual, deságuam
nos palcos da vida real e conquistam inúmeros fãs
A Galinha Pintadinha caiu no
gosto da criançada e dos pais
por acaso e hoje é uma fonte
de produções variadas, que
engloba muito mais do que as
nostálgicas músicas
Caio Gallucci
68 Revista MRV Revista MRV 69
35. Cem, mil, milhões e pronto. Aumenta-se o
número de acessos a um conteúdo na internet e,
possivelmente, uma nova celebridade surge. A
busca pelos 15 minutos de fama, almejados por
muitos e conquistados por poucos, parece ter
encontrado nas telas dos computadores uma
espécie de democracia do estrelato. É verdade
que a grande maioria é de estrelas cadentes, que
somem quase da mesma forma que aparecem,
mas é fato também que outras ganham
notoriedade e vão além do mundo virtual.
Para o professor da Universidade Católica de
Pernambuco Fernando Fontanella, não há
diferença entre a celebridade na web e em outras
mídias. “É tudo uma questão de estar presente. O
que muda é a construção dessa fama, que não se
controla, e depende da colaboração de outros
que compartilham, comentam, curtem”. Ele
acredita que essa é uma das razões de as pessoas
comemorarem tanto o estrelato na rede,
especialmente quando ele é atingido sem
intenção. “O público acha muito legal,
principalmente, quando a fama é efetivada e os
famosos aparecem em outras mídias, como a TV.
Eles (os famosos) se tornam uma espécie de
símbolo dessa mobilização coletiva”, arremata.
Viradas
A rede, sem dúvidas, possibilita maior
versatilidade para os representantes das mais
diversas artes divulgarem seus trabalhos. Os
tradicionais degraus da fama, tais como o
lançamento de um CD, o alcance a rádios e TVs,
a chegada da popularidade e a consequente venda
do produto, ou da ideia, não precisam estar mais
tão engessados. Exemplo disso é a cadeia
produtiva que envolve o mundo musical poder
virar de ponta-cabeça ao permitir que um vídeo
no YouTube alcance mais de um bilhão
de acessos.
Histórias da carochinha? Não para o rapper
sul-coreano Psy, que foi o primeiro a chegar a
esse número na rede social. Meta alcançada em
dezembro do ano passado com a música “Gagnam
Style”. Lançado em julho de 2012, o vídeo gerou
cerca de US$ 8 milhões para o YouTube, valor
compartilhado com o artista. O aumento da
acessibilidade à internet é um prato cheio para
os aspirantes a estrelas. No Brasil, a quantidade
de pessoas com acesso à internet, no terceiro
trimestre de 2012, era de 94,2 milhões, de
| Ione Maria Nascimento
O Teatro Mágico sobrevive com
shows, vendas de produtos e
compartilhamento gratuito de várias
de suas produções na internet
ArquivoOTeatroMágico
70 Revista MRV Revista MRV 71
36. acordo com o Ibope Media. O número se refere a
crianças e adolescentes (de 2 a 15 anos de idade)
que possuem acesso em domicílios e às pessoas
de 16 anos ou mais com acesso em qualquer
ambiente (domicílios, trabalho, escolas, lan
houses e outros locais).
Os números podem fazer brilhar ainda mais os
olhos de quem almeja a carreira artística. Basta
pensar que 53,5% dos brasileiros com 10 anos ou
mais ainda não possuem acesso à rede, de acordo
com dados divulgados este ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
referentes ao período de 2005 a 2011.
Inesperado
Qual artista nunca sonhou ganhar na loteria
da fama? Foi sem pretensão de divulgação que os
empreendedores Marcos Luporini e Juliano
Prado viram seu projeto explodir na rede. Em
2006, eles postaram o vídeo “Galinha Pintadinha”
no YouTube para evitar os custos com um
motoboy que levaria o DVD a uma reunião com
produtores, na qual eles não estariam presentes.
A dupla buscava parcerias ou financiamentos
para o trabalho deslanchar.
Luporini e Juliano receberam muitos “nãos”
para a proposta e, desanimados, simplesmente
esqueceram o vídeo na rede. Seis meses depois, a
surpresa: o número de visualizações do vídeo
ultrapassava a marca de 500 mil. Era o início da
consolidação do estrondoso sucesso infantil da
“Galinha Pintadinha”. “Na época, a quantidade
de visualizações era considerada altíssima. A
resposta foi bem legal. Foi chegando aos poucos
e encaramos com muita naturalidade. Foi o
público quem elegeu a Galinha Pintadinha”,
enfatiza Luporini.
Em 2008, depois de um milhão de visualizações,
os dois resolveram gravar um DVD com recursos
próprios. Para isso, reuniram 10 artistas de
Campinas. “Era simples, mesmo porque não
tínhamos nem dinheiro para fazer mais
complicado. Não foi nada
planejado, nem o
sucesso, nem o efeito
sobre as crianças”,
assinala o artista,
achando graça
quando as pessoas
imaginam que o DVD
possui mensagens
subliminares ou
qualquer outra
Mystery Guitar Man
O videomaker Joe Penna virou febre no YouTube em 2007. Com seu personagem
Mystery Guitar Man, um verdadeiro homem show, Penna usa e abusa da
sonoridade e técnicas audiovisuais em pequenos vídeos que grava e edita no
próprio apartamento. O brasileiro, que mora nos Estados Unidos há 12 anos, e
antes passava aperto para pagar até o próprio aluguel, tem atualmente trabalhos
em comerciais da Coca-Cola, Guaraná e McDonald’s. No YouTube o Mystery
Guitar Man já tem mais de 300 milhões de visualizações.
Mallu Magalhães
“Tchubaruba” foi uma das canções que fizeram a cantora Mallu Magalhães
virar celebridade na internet. Apaixonada por música desde muito nova, ela
gravou suas primeiras canções em estúdio aos 15 anos por conta própria e
jogou no My Space, na internet. Ela já gravou três CDs. O último, Pitanga, foi
lançado em 2011.
Justin Bieber
O sucesso do cantor Justin Bieber teve um grande empurrão do mundo
virtual. É que o empresário americano Scooter Brau descobriu vídeos do
cantor no YouTube em 2008 e gostou do que viu. Brau se tornou o empresário
do cantor e o jovem talento, agora com 19 anos, se tornou uma grande febre
mundial. Bieber foi a primeira pessoa a alcançar a marca de 40 milhões de
fãs no Twitter, atingida em junho deste ano.
Banda Mais Bonita da Cidade
“Meu amor essa é a última oração / Pra salvar seu coração/ Coração não é tão
simples quanto pensa / Nele cabe o que não cabe na despensa”. Foi com esses
versos que A Banda Mais Bonita da Cidade se tornou sucesso na rede com a
música “Oração”. Formado em 2009, o grupo, que toca MPB e indie rock,
estourou no YouTube, em 2011, com mais de 10 milhões de visualizações. A
banda, que ganhou visibilidade nacional, é formada por Uyara Torrente (vocal),
Rodrigo Lemos (banjolele e guitarrista), Vinicius Nisi (teclado e violão), Diego Plaça
(violão e baixo) e Luis Bourscheidt (percussão e bateria).
72 Revista MRV Revista MRV 73
37. coisa que não seja a própria música e a animação.
O vídeo se transformou em uma marca de resgate
e promoção de canções infantis populares
brasileiras, com mais de 200 produtos licenciados,
entre brinquedos e outros itens infantis.
Variáveis e surpresas
Mas na internet tudo acontece por acaso ou há
uma receita para se alcançar a fama? Fontanella
ressalta que “não é simplesmente por estar na
rede que você vai se tornar famoso. Existem
algumas práticas recorrentes que dão certo. Mas
não há uma fórmula”. Ele lembra que até agências
de publicidade investem nesse mecanismo para
provocar notoriedade, mas nem sempre acertam.
“Muitos anunciantes optam por voltar para a
mídia tradicional ou usar algum tipo de
combinação dela com a internet. Reconhecem
ter mais controle da mídia tradicional. Apesar de
não ser impossível, a campanha feita na rede
possui mais variáveis”, esclarece.
Por ser um ambiente que permite maior
liberdade de criação, achar quem investe na
divulgação de trabalhos na rede virtual é fácil. O
interessante é a projeção de produtos de
qualidade que estariam na gaveta se não fosse a
web. A internet foi uma aliada do vocalista,
compositor e ator do Teatro Mágico, Fernando
Anitelli. Seu pai, Odácio Anitelli, um grande
apoiador do trabalho, foi quem fez a travessura.
Inconformado porque nem gravadoras nem
empresários procuravam o filho, lançou um CD
de Fernando no E-mule, sem contar para ele.
Durante quatro anos, as músicas se
propagaram entre um público fiel e sempre
crescente, motivando o líder do Teatro Mágico a
montar a trupe independente. Formada em 2003,
na cidade de Osasco (SP), ela lançou o primeiro
álbum, Entrada para Raros. A trupe reúne
elementos do circo, teatro, poesia, literatura,
política e, além das composições próprias, o
cancioneiro popular.
Compartilhamento
Até hoje, os artistas envolvidos trabalham pela
acessibilidade das músicas. “Quando colocamos
todas as canções no site para serem baixadas, a
relação com o público passou a ser mais próxima.
Ele entendeu o projeto e passou a acompanhar
muito mais. Compreendeu que eu só era capaz de
existir porque o público compartilhava as
músicas, comprava o CD nos shows e dava cópias
de presente para amigos”, conta Fernando.
Nos shows, o grupo, formado por 10 músicos, três
artistas circenses e algumas participações esporádicas,
fomenta o acesso ao trabalho na web. “Com a internet,
conseguimosretiraroatravessadorculturalqueengordao
preço. Mas não basta jogar o trabalho na rede. Uma coisa
ou outra pode até se tornar um grande sucesso, mas para
que o projeto tenha uma constância é necessário
desenvolver uma relação transparente e honesta com o
público. O trabalho ainda tem que ter personalidade,
inteligência, qualidade, criatividade”, defende o artista.
A trupe comemora o alcance da marca de 6
milhões de downloads feitos e mais de 5 milhões
de transmissões de músicas do primeiro e
segundo CD, nos sites Trama Virtual e Palco
MP3. Por baixos preços, no site (www.
oteatromagico.mus.br), ainda é possível adquirir,
por exemplo, um CD por R$ 5 ou um box com
CD e DVD por R$ 40. O Teatro Mágico continua
sem patrocínio, mas chegou a recusar propostas
de gravadoras. Um dos motivos é que as empresas
não aceitam que as músicas continuem sendo
baixadas gratuitamente na internet.
Você decide
Mas nem só de música vivem os artistas da rede. O
humorista Rafinha Bastos foi um que caiu na graça do
público pela internet. Jornalista, com algumas passagens
pelaTV,elequeriaserjogadordebasqueteerumouparaos
EUA para investir no grande sonho. Para manter contato
comfamíliaeamigos,criouumwebsite.Apáginavirouum
sucesso e, em 2002, de volta ao Brasil, Rafinha Bastos
ganhoufamacomohumoristaapresentandoprogramasna
internetenaTVaberta,ficandoconhecidonacionalmente.
Sorte?Talento?Éointernautaquemdecide.
Com a música
"Gagnam Style", o
rapper sul-coreano
Psy alcançou mais
de um bilhão de
acessos no YouTube
DebbyWong/Shutterstock.com
74 Revista MRV Revista MRV 75
38. Malas prontasComportamentodestaque mrv
na veia
sustentabilidade
Multinacional brasileira
faz história na construção
civil do país ao incorporar
processos de produção
e lançar produtos de
baixo impacto ambiental.
Participante do projeto
Parceiros de Qualidade
da MRV, a Tigre é
exemplo de preocupação
com o futuro do planeta
Do discurso à prática existe um longo caminho. Para se
comprometercomofuturodaspróximasgeraçõeseatender
as exigências do mercado e dos clientes não basta às
empresas parecer sustentável. Mais do que isso, é preciso
rever produtos e serviços, reconfigurar processos de
produçãoeincorporarpráticasnãoapenasambientalmente
corretas, mas incentivadoras do desenvolvimento
socioeconômico. A Tigre, multinacional brasileira líder na
fabricaçãodetubos,conexõeseacessóriosnopaíseumadas
maioresdomundo,entendeuafórmulahátempos.
Referência nos mercados predial, de infraestrutura, de
irrigação e indústria, ela é reconhecida também pelas
iniciativas voltadas à sustentabilidade. “Estratégia,
governança e sustentabilidade são temas que caminham
juntos e representam a forma como a Tigre conduz seus
negócios”, diz o diretor corporativo de Tecnologia e
Qualidade Rogério Kohntopp. Segundo ele, de forma
estratégicaaempresaavaliaosaspectossociaiseambientais
queimpactamosresultadoseconômico-financeiros.
“Adotamos as melhores práticas de governança para
orientar nossas operações e decisões no sentido de
minimizar os riscos e maximizar as oportunidades,
agregando valor à marca, assegurando a continuidade dos
negócios e, ao mesmo tempo, contribuindo para o
desenvolvimentosustentável”,ressaltaKohntopp.
ComolançamentodaGrelhaEcológicaTigre,em2012,
aempresafoiaprimeiradoBrasilausarplásticosustentável
comomatéria-primanaconstruçãocivil.Oselo“EcoTigre”
vemestampadonaembalagemparamostraraoconsumidor
que o produto foi feito de polietileno verde de fonte 100%
renovável – o etanol. Outro benefício desse plástico é
absorverduranteoprocessoprodutivooCO2
daatmosfera,
gáscausadordoefeitoestufa.
Apesar de não ser o primeiro produto sustentável no
portfólio da Tigre, a linha de grelhas traduz a essência da
nova política de sustentabilidade da empresa, reformulada
no início de 2012 e baseada em seis eixos de atuação:
sustentabilidade integrada ao modelo de gestão, linhas de
produtos sustentáveis, construção sustentável,
envolvimento com a sociedade, desenvolvimento humano
e compromisso ambiental. “A sustentabilidade sempre
estevepresentenaTigre,sejanaconduçãodosnegóciosde
forma responsável, ética e transparente, com foco nas
pessoas, seja na inovação para o desenvolvimento de
soluções em tubos e conexões com qualidade e alta
performance. No entanto, para que isso formalmente
fizessepartedarotina,foinecessárioorganizarummodelo
degovernançaedetomadadedecisõesqueincorporassede
forma consciente e sistemática as questões ligadas à
sustentabilidade”,explicaKohntopp.
Com a reformulação, a Tigre implementou também
projetodelogísticareversadosmateriaisdemerchandising
(cartazes, faixas de gôndolas, testeiras e displays de
| Camila Freitas
Tigre mantém diversas
iniciativas em suas unidades
para evitar o desperdício e
reduzir o consumo de
energia e água
Fotos:ArquivoTigre
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