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Nº 22 jul/ago 2013
Revista
Luan Santana
Meteoro sertanejo
Homens,
cuidem-se
Entenda o motivo
de eles não irem
ao médico
Tal qual
camaleão
Tudo muda o tempo
todo no lar de uma
blogueira criativa e
irreverente
MAtCH POINT
O tenista Bruno
Soares tem tudo para
brigar por uma
medalha em 2016
Inventores
Eles querem provar
que suas ideias
merecem crédito
Entrevista
4	Revista MRV 	 Revista MRV	5
34
SUMÁRIO
ACONCHEGO
08 Perfeita transformação
Incansável, a blogueira
carioca Vivi Visentin faz do
seu lar uma metamorfose
ambulante para lá de criativa
Seções
Destaques
COMPORTAMENTO
20 Gol de placa
Ex-campeão paraolímpico cria
entidade que promove a inclusão
social por meio do esporte
28
42
08
Rodrigo Castro | Nitro
6 Palavra afinada
7 Recado do leitor
7 Foi assim
18 Bem bacana
Objetos que vão fazer a diferença na decoração
74 Destaque MRV
A Tigre é um exemplo de sustentabilidade ambiental
77 Chave na mão
Seu imóvel antes do prazo combinado
78 Prazer em casa
Divirta-se com nossas dicas de bons livros, filmes
e discos
80 Lançamentos
Aqui você pode encontrar o seu imóvel
82 Meu MRV
A felicidade de ter a casa própria
Perfil
34 Rumo às Olimpíadas
A trajetória do tenista mineiro
Bruno Soares, esperança do
Brasil para as Olimpíadas de
2016 no Rio de Janeiro
Entrevista
46 Ele arrasa!
O jovem Luan Santana está com
tudo e não esconde a prosa. Ele fala
do sucesso, da vida pessoal, das fãs e
do seu estilo muito particular
cARREIRA
56 Por que não?
Algumas profissões
requisitadas pelo mercado
não possuem legislação que
as regulamente
ON-LINE
62 Clicou? Há vagas!
Portais de vagas
especializados facilitam a
busca por emprego.
Empresas já aderiram à ideia
ESPETÁCULO
66 Rede de sucessos
Artistas que investiram na
divulgação via internet
conquistaram fãs internautas e
caíram nas graças do mercado
Rafael Motta | Nitro
Bruno Senna | Nitro
Celso Doni | Nitro
Érika Tonetti
28 Mentes fervilhantes
A dura batalha de quem tem boas
ideias, mas precisa de apoio para
colocar seu invento no mercado
42 Pura bravata
Homens ignoram a prevenção e
só vão ao médico quando estão
doentes. Será que eles têm medo?
18
	 6	Revista MRV 	 Revista MRV	7
VERSAL
recado Do LEITOR
FALE COM A REDAÇÃO
E-mail: revistamrv@outonocomunicacao.com.br
PARA ANUNCIAR
Van Petten Negócios em Comunicação
Tel: (31) 2516-6480
E-mail:renato@vanpetten.com.br
Comercial Outono Editora
Tel.: (31) 3309-2420
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Flávia Carvalho
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Tel.: (21) 8505-5203 | 3471-9647
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Outono Editora ltda
Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes
Diretora de Publicações: Roselena Nicolau
Av. do Contorno, 6.240 - 3º andar - Savassi | Belo Horizonte - MG
Tel.: (31) 3309 2420
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Expediente
A Revista MRV é uma publicação bimestral da
Outono Editora Ltda para a MRV Engenharia.
Distribuição dirigida e gratuita.
CONSELHO EDITORIAL
Rubens Menin, Sérgio Lavarini, Simone Maia, Rodrigo
Resende, Maria Carmen Lopes, Roselena Nicolau
REDAÇÃO
Direção editorial: Roselena Nicolau
Editora assistente: Fernanda Agostinho
Repórteres: Camila Freitas e Ione Maria Nascimento
Colaboradores: Flavimar Diniz, Joana Suarez e Síria
Caixeta
Fotografia: Nitro Imagem | Bruno Senna, Celso Doni,
Rafael Motta e Rodrigo Castro
Ilustração: Déa Dornas
Capa: Bruno Senna
Direção gráfica: Érika Tonetti
Revisão: Elvira Santos
IMPRESSÃO: Ediouro
Tiragem
20.000 exemplares | Tiragem física auditada pela
PALAVRA AFINADA
Rubens Menin
Presidente da MRV Engenharia
Roselena Nicolau
Editora
VERSAL
Foi Assim
Este é um espaço reservado para suas considerações, leitor da
Revista MRV. Envie comentários, dê dicas de matérias para as
próximas edições. Faça críticas, faça elogios.
Escreva para revistamrv@outonocomunicacao.com.br
Mande seu recado!
MRV inova para você
Da redação
Abatalhadavida
Queavidaérepletadedesafios,ninguémduvida. Nestaedição,fomosatrásde
histórias de gente batalhadora, que não desiste e é suficientemente criativa para
buscarnovoscaminhos.VejaocasodapublicitáriaViviVisentin.Elaqueriadecorar
acasa, pesquisou,pesquisounainternete,dali,extraiumilideiasqueremodelaram
olar.Hoje,elamantémopróprioblogquedádicasdedecoraçãodotipofaçavocê
mesmo. Na batalha da vida, encontramos um grupo de inventores que enfrenta
mileumobstáculos,masnãodesistededarcorpoasuasinvenções.
EoquedizerdoAndersonDias,nossocampeãoparaolímpicodeficientevisual
que, por causa de uma lesão no joelho, foi obrigado a deixar o futebol para cegos?
Ele cursou fisioterapia e fundou uma entidade que promove a inclusão social por
meio do esporte. É de emocionar! Outro guerreiro é o tenista Bruno Soares,
esperançadoBrasilnasOlimpíadasde2016,patrocinadopelaMRV.
Sim, dedicação é o ingrediente essencial também na receita exitosa do
ídolo sertanejo Luan Santana. Ele, que começou cedo na carreira e com
sucesso meteórico, continua adorado pelos fãs e nos conta como se mantém o
mesmo cara de sempre. Luan é superconectado nas redes sociais e entende
bem do caminho alternativo para alavancar a carreira. Faz parte de um time
dainternetqueconquistainternautasefazumsucessodanadonospalcos,CDs
e DVDs. Claro, venceram mais uma batalha. Tudo isso e muito mais você
encontra nas nossas páginas.
Boaleitura!
200milmoradias
Chegar ao número de 200 mil imóveis é uma façanha e coloca a MRV
Engenharia entre as maiores construtoras do mundo. A companhia
transformou-se em uma indústria , que chega a erguer 200 apartamentos por
dia. Para que se possa comparar, a MRV constrói mais apartamentos
diariamente do que a grande maioria das montadoras faz carros no país.
Mas o trabalho da MRV não se resume apenas à edificação de imóveis. A
empresa, presente em 120 cidades de 18 estados brasileiros (mais o Distrito
Federal),constróioequivalenteaumacidadedemaisde90milhabitantes/ano.
Por isso, investimos em melhorias constantes nas regiões onde atuamos,
oferecendoaosnossosclientes,alémdemoradia,qualidadedevida.Revitalizamos
praças, parques, vias públicas, construímos postos de saúde, creches, escolas,
estações de tratamento de água e de esgoto, entre outros. Uma empresa
sustentável tem que mapear, junto aos gestores públicos, quais são as demandas
dacomunidadequeestásendoimpactada,paraqueaintervençãogeremelhoria
na qualidade de vida de todos. É isso que a MRV está fazendo em todas as
localidades onde tem negócios.
MRV 21
Recebi a Revista MRV com a
capa da Gabi Amarantos e adorei
principalmente as novidades.
Nuncatinhaouvidofalardaaulade
ginástica Kangoo Jumps, que deve
ser bem dinâmica e divertida.
Outrareportageminteressantefala
das dicas sobre as microfranquias.
Parabéns!
Marcilene Souza
Presidente Prudente - SP
(por e-mail)
Gabi Amarantos
Quebacanaaoriginalidadeda
cantora Gabi Amarantos. Não
conhecia o trabalho desta
cantora, mas fiquei com vontade
de ouvir sua música porque sua
autenticidade é contagiante.
Pedro Amaro
Betim - MG
(por e-mail)
Saúde em primeiro lugar
Fico indignada quando as pessoas resolvem
emagrecerdodiaparaanoite,semnempensar
nas consequências para a saúde. Achei a
matéria "Combinação perfeita" muito
interessante porque fala sobre a ineficácia das
dietas milagrosas de forma simples e
esclarecedora. Não existe outro caminho, é
precisoterconsciênciaemudaroshábitos.Isso
leva tempo e paciência, mas dá resultados. A
saúde tem que vir em primeiro lugar.
Cássia Regina
Rio de Janeiro - RJ
(por e-mail)
Prova de superação
Antes do dia da foto, passei um tempo pensando em como seria fazer esta pauta. Por um lado, uma sincera admiração
pela capacidade de superação e amor à vida. Por outro, a preocupação de conduzir as coisas da melhor forma possível.
Afinal, não é comum registrar pessoas que não têm o sentido da visão e, por isso, uma série de questões práticas diferentes
se apresentam a cada momento: não dá pra dizer “vá até ali”, nem “olhe para lá”. Tudo precisa ser comunicado de uma
maneira mais completa e eficiente.
Para minha boa surpresa, o Anderson e os demais atletas são pessoas que trazem em si uma energia muito positiva. Algo
como uma alegria de viver que contagia e inspira de tal modo que as coisas se colocam de maneira natural entre todos. Isso
me deixou tranquilo para trabalhar. Fazia um lindo dia, e a UFRJ tem amplos descampados onde podem ser feitas imagens
com muita amplitude, muito céu no "quadro". Achei que isso ajudaria a passar
uma ideia de liberdade nas fotos, uma vez que só pessoas com uma ampla
compreensão da vida podem vencer obstáculos que para muitos de nós
talvez fossem intransponíveis.
Um dia de sol, um monte de atletas de bom humor e algumas lições de vida.
Depoisdefazerasfotos,liberei-osparavoltaremparaotreino.Saídelácontente,
por ter trabalhado com pessoas de muito valor, que são prova viva de que todo o
serhumanotemodireitodesorrir, perseguirseussonhoseodeverdelutarcom
todas as forças para ser feliz.
Rodrigo Castro – Repórter fotográfico
	 8	Revista MRV 	 Revista MRV	9
Malas prontasComportamentoaconchego
perfeita
transformação
Criatividade e disposição fazem toda a
diferença na hora de decorar o apê. Por
isso, aproveite as boas ideias e descubra
soluções onde menos se espera
Peças de design e achados
em brechós e no lixo fazem
do apartamento da blogueira
Vivi Visentin, na Zona Sul do
Rio de Janeiro, um lugar
único e especial
Fotos:RodrigoCastro|Nitro
	 10	Revista MRV 	 Revista MRV	11
Quem conhece bem a publicitária Vivi Visentin
sabe que, se passar mais de uma semana sem
visitá-la, vai encontrar uma “nova” casa quando lá
voltar. É que a carioca, de 37 anos, nunca se dá por
satisfeita. Seu apartamento de 94m2
, no Bairro de
Laranjeiras, onde mora com o pai, é também o seu
laboratório de experiências. Os móveis mudam de
lugar com certa frequência e a novidade pode ficar
por conta de um vaso de flores, de um quadro na
parede e até vir do lixo – ela sabe como ninguém
enxergar potencial onde menos se espera. É bem
provável, inclusive, que os ambientes clicados para
esta edição não sejam mais os mesmos, afinal, tudo
por lá muda o tempo todo e nunca chega a um
ponto ideal. “Estamos sempre renovando o guarda-
roupa, mudando o cabelo, comprando uma
maquiagem nova... Por que com a nossa casa
deveria ser diferente?”, questiona.
| Camila Freitas
Negócio criativo
Vivi, que sempre se achou criativa, sentiu-se
perdida quando precisou decorar a própria casa.
Cheia de dúvidas, recorreu à internet em busca
de ajuda e, de tão inspirada, achou que poderia
inspirar também. Assim nascia, em 2011, o blog
Decorviva! (www.decorviva.com.br), no qual ela
posta dicas para fazer do apê um lugar cheio de
personalidade, muitas vezes gastando pouco ou
quase nada. O projeto cresceu e virou a atuação
principal da blogueira, que atualmente faz
também consultoria em decoração.
Para quem não tem grana para contratar um
profissional da área ou não quer a interferência
de alguém, o universo dos blogs de decoração é,
sem dúvida, uma ótima fonte de boas ideias. Mas
Vivi lembra aos entusiastas que querem se
aventurar na decoração do próprio lar: eles
devem, primeiramente, saber do que gostam,
para que a casa não seja um acúmulo de
referências de outras pessoas. “Costumo fazer
uma brincadeira: peço às pessoas para pensarem
a casa como se ela fosse um indivíduo com
personalidade. ´Se sua casa fosse uma pessoa
qual música ela gostaria de ouvir, para onde ela
sairia, qual livro leria?´ Se as respostas
convergirem para aquilo que você é, é sinal de
que você conseguiu deixar o espaço com a sua
cara”, destaca.
No blog Decorviva! Vivi
divide sua paixão por
decoração com mais
de 12 mil leitores
Na parede, quadros
feitos com imagens
gratuitas da internet
Adornos e pequenos
móveis ganharam mais
destaque na sala de estar
depois que a blogueira se
desfez de três sofás
	 12	Revista MRV 	 Revista MRV	13
Redecora
Foiassimqueablogueiradecorouopróprioapartamento.
Comcriatividadeeempenho,umaatençãoespecialfoidada
acadacantinhodacasa.Aatualcomposiçãodasaladeestar
Vivi alcançou depois de um desafio de redecoração que
durou cinco dias. Duas paredes foram pintadas de cinza
paraquebraramonotoniadobrancoeablogueirasedesfez
de três sofás para garantir mais circulação ao ambiente.
“Eram tantos móveis, e eu queria uma sala mais ampla e
arejada. Acabei doando dois sofás, vendi um e economizei
aomáximoemtudoparacomprarumnovocomumdesign
mais bacana”, explica Vivi, que escolheu o modelo cinza
comlinhasretasecapitonêsdaEtna.
Afimdeevitarfurosnaparede,umaprateleiraacimado
sofá passou a apoiar os quadros, todos feitos com imagens
gratuitas baixadas da internet. “É uma solução boa e
econômica.BastaumapesquisanoGoogleparaacharfotos
lindas e em boa resolução para impressão. Depois é só
mandar para uma loja de revelação e colocar em uma
moldura”,ensina.
Peças resgatadas
O rack da TV a blogueira resgatou antes de uma
amiga jogar no lixo. Com perninhas novas e baratinhas
(R$ 6 cada uma), o móvel ganhou um charme a mais.
Ao lado, um armário que era da cozinha passou a ter
função de bar. No meio da sala, o que Vivi considera
sua melhor aquisição em um brechó: uma mesinha de
centro que, depois de uma boa lixada e tinta spray cinza
no lado de dentro do vidro, ficou perfeita para integrar
novamente um lar.
A luminária de chão amarela também foi repaginada
peladonadacasaetrouxealegriaparaasala.Aoinvésdeir
paraolixo,apeça,quejáestavabemvelhinha,recebeutinta
spray e uma cúpula nova. “Antes de descartar qualquer
móvelouadorno,olhepraelecomcarinhoeimagine-ocom
outra roupagem. Tudo pode ficar lindo de novo com um
bombanhodetinta”,sugereVivi.
Sonho de consumo da blogueira, a cadeira Panton na
cor vermelha é um dos destaques da sala.
Desenhada há mais de 50 anos e com um design
inusitado, a peça foi personalizada com adesivo
amarelo no formato de coração. “Sempre tento
dar o meu toque nas coisas. A cadeira pode ser
nova, mas se acho que ela poderia ser melhor, dou
o meu jeito: colo um adesivo, pinto de outra cor.
A Panton ainda não está exatamente como eu
queria, mas chego lá”, aposta.
Direto do lixo
Na lixeira do prédio, no entulho da obra do
vizinho, na caçamba da esquina. Lugares improváveis
que, para Vivi, escondem tesouros, como o galão
cinza que faz as vezes de mesinha de canto ao lado
da cadeira Panton. “Alguns amigos questionam por
que o lixo deles não é igual ao meu. Mas é com
observação e olhar curioso que a gente acaba
encontrando esses achados”, revela a blogueira.
Do lixo Vivi levou para casa também um painel
de um fotógrafo – uma espécie de fundo infinito,
dégradé do preto para o branco – que agora está
embaixo do vidro da mesa do home office. A
luminária de teto branca ganhou um up depois que
recebeu tinta spray verde-água na parte de dentro.
Já o armário branco recebeu Con-tact Escreve e
Apaga do lado de fora das portas e virou um mural
onde Vivi lista os afazeres do dia a dia.
Pés novos e um banho de
tinta deixaram,
respectivamente, o rack
da TV e a luminária de
chão mais modernos
O painel que confere
um efeito dégradé à
base da mesa de
trabalho da blogueira
foi resgatado do lixo
O papel Con-tact
Escreve e Apaga
aplicado no armário
serve para anotar
lembretes e recados
	 14	Revista MRV 	 Revista MRV	15
Adesivo adorado
Na cozinha, o mosaico de adesivos aplicado em
uma das paredes deu um ar mais descolado ao
ambiente. O armário que era na cor creme foi pintado
com tinta epóxi vermelha e ganhou novos puxadores
de aço escovado que arremataram a renovação. Pisca-
piscas fizeram de uma jarra de suco no formato de
abacaxi uma luminária. A peça inusitada divide
espaço na prateleira de MDF com uma caixinha
encontrada no lixo e que virou porta-temperos.
No apê da blogueira, nem a área de serviços foi
esquecida. Com adesivo Cont-tact na máquina de
lavar e na parede, a lavanderia ficou com carinha
retrô. “O adesivo Con-tact é um dos materiais mais
versáteis nas transformações econômicas do lar.
Com apenas um rolinho é possível renovar um
móvel ou até um ambiente inteiro”, destaca. No
banheiro foram os adesivos vinílicos na cor azul
que levantaram o astral do ambiente. Recortados
pela própria Vivi, eles deram um aspecto de
cobogós ao box de vidro.
Organizados nas
prateleiras de MDF, os
utensílios da cozinha
ficam sempre à mão
Na lavanderia quem reina
é o Con-tact, que trouxe
mais vida à máquina de
lavar e à parede
A parede da cozinha ficou
mais descolada com o
mosaico de adesivos. Os
armários vermelhos dão o
toque especial ao ambiente
Recortes em adesivos
vinílicos deram um
aspecto de cobogós
ao box de vidro
A peça da Infinita
Design, que serve
de cabideiro,
deixa o banheiro
mais divertido
	 16	Revista MRV 	 Revista MRV	17
Recanto
As cores, que nem sempre frequentam os quartos
com tanta liberdade, são o destaque do cômodo de
descanso da blogueira. Vivi elegeu o roxo para a
parede atrás da cama, invertendo a lógica da sala,
onde as paredes neutras contrastam com os móveis
e adornos coloridos. A cor vibrante realça a cama e
os acessórios brancos e acolhe sem conflito o
enxoval multicolorido.
Com o criado-mudo da esquerda, comprado em
um brechó, Vivi prova mais uma vez que vale a
pena garimpar em lojas de móveis usados. Com
tinta epóxi vermelha – a mesma do armário da
cozinha – ela garantiu o seu toque pessoal à
mobília. Do outro lado da cama, mais uma criação
da publicitária: criado-mudo à base de tampo de
carretel de fio pintado de branco e detalhes em azul
e pés palito encomendados pela dona da casa.
No quarto, a cama e os
adornos na cor branca
suavizam o roxo da parede
O criado-mudo, comprado
em um brechó, foi renovado
com tinta vermelha époxi
	 18	Revista MRV 	 Revista MRV	19
faz toda
a diferença
Porta-graça
Já imaginou ter fotos com seus amigos na traseira
de uma Kombi? E bem na lente de uma máquina
fotográfica retrô? Basta tirar fotos especialmente
para esses dois porta-retratos da Imaginarium. O
resultado é um toque de fun design e de diversão
em sua casa. O primeiro adapta fotos de 13cm x
18cm e o segundo de 10cm x 15 cm. Os dois são
de plástico e custam R$ 69,90 pelo site da loja:
www.imaginarium.com.br.
Criatividade em papel
Na tradicional arte japonesa de fazer origamis, basta a
habilidade de dobrar o papel. Para fazer marcadores de
livro (5cm de largura e 20cm de altura) e quadrinhos de
parede (10cm de altura e 40 de altura), o artesão de Belo
Horizonte, Célio Marinho Costa, adiciona à técnica uma
boa dose de criatividade e carinho. São gueixas e
samurais que encantam pelo colorido e riqueza de
detalhes. “O mais trabalhoso é chegar à combinação de
cores ideal”, revela o artista, que após dez anos de
dobraduras, leva apenas 50 minutos para fazer cada uma
das peças. Com papel próprio para origamis, Célio
também faz belos móbiles de tsurus – o pássaro símbolo
da cultura oriental. Os marcadores custam a partir de R$
9 e os quadros de R$ 20. O preço dos móbiles é sob
consulta. Para fazer o pedido entre em contato pelo e-mail
celio@minastc.com.br ou pelos telefones (31) 3287-3910
e (31) 86123578.
Água na boca
Essa moringa é tão fofa que fica difícil se esquecer
de beber aqueles dois litros de água
recomendados por dia. De porcelana e com copo
de vidro, tem capacidade para 1 litro de água, fica
perfeita no criado mudo ao lado da cama ou na
mesa do trabalho, onde possivelmente vai causar
inveja nos colegas. Na Collector 55 (www.
collector55.com.br) sai por R$ 118.
Se ter ou não ter é a questão, a resposta é ´sim`
quando se trata de adornos que vão dar a sua casa
um charme todo especial. Veja a seleção de objetos
muito legais que fizemos para você
ArquivoImaginarium
ArquivoCollector55
bem bacana
ArquivoRosaMundo	
Arquivo Tok & Stok
ÉrikaTonetti
Adega
No inverno, nada como receber seus
convidados com um delicioso vinho para
aquecer a alma. Deixe os olhos pedirem
uma taça com a charmosa disposição
das garrafas nessa diferente adega em
forma de flor. Na Tok & Stok (www.
tokstok.com.br ) de Belo Horizonte por
R$ 75. Preço de junho.
Arte no peso
Decoração é sinônimo de detalhe. Por isso, não retire a fluidez de seus cômodos só
para a sua porta parar de bater. Insira arte e faça de um peso de porta algo
completamente necessário com esse Charlie Chaplin, que sai por R$ 39,90. Feito de
tecido e com preenchimento de areia, as medidas aproximadas em centímetro são 8 de
largura, 22 de altura e 5 de comprimento. Deixe a imaginação voar com outras
opções pelo site da Rosa Mundo (www.rosamundo.com.br).
	 20	Revista MRV 	 Revista MRV	21
Malas prontasComportamentocomportamento
golde placa
Se o futebol está no sangue do brasileiro, os
atletas cegos desse esporte podem, mais do
que todos, comprovar: é preciso garra e muito
fôlego para ativar todos os variados sentidos
da vida. É o que demonstra a Urece, entidade
que trabalha na inserção social de deficientes
visuais por meio do esporte
Campeão paraolímpico, o
atleta e fisioterapeuta
Anderson Dias (com a bola
na mão) é um dos
fundadores da Urece
Fotos: Rodrigo Castro | Nitro
	 22	Revista MRV 	 Revista MRV	23
Orientados pelo barulho do chocalho, eles correm em
direção ao gol. Em tempos de Copa do Mundo, jogadores
cegos mostram que o futebol está mesmo no sangue do
brasileiro. A equipe de atletas da Urece Esporte e Cultura,
noRiodeJaneiro,éumexemplodapaixãosemlimitespela
bola.Aassociação,semfinslucrativos,élideradaporpessoas
que não medem obstáculos para fazer do futebol um
instrumento de conquista e de inclusão social. Um dos
fundadores e presidente da Urece, Anderson Dias, de 32
anos, foi medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Atenas
(2004)ejáconquistoudoistítulosmundiais.
Adeficiênciavisualnuncafoiumimpedimentoparaque
Dias se tornasse um jogador cheio de vitórias pessoais e
profissionais. O impossível, diz ele, é apenas uma questão
de percepção do lugar que ocupa. “Se você mudar de
posição ou subir mais alto, vai ver outras possibilidades”.
NascidoecriadoemBelfordRoxo,naBaixadaFluminense,
eleficoucegoaos3anos,apósumerromédico.
Preparação
Quando criança, sua frustração era não poder
participar das peladas com os colegas. Mas sua
ousadia o fazia jogar com eles, mesmo sendo o
| Joana Suarez Anderson Dias: "As
pessoas ainda têm
preconceito e
acham que somos
limitados. Eu só sou
cego! Isso não é
tudo. Não me
impede de crescer"
A bola de guizo e a
venda oftalmológica
são alguns dos
recursos que permitem
aos deficientes visuais
a prática do esporte
	 24	Revista MRV 	 Revista MRV	25
único cego. Anos depois, no Instituto Benjamin
Constant, escola especializada para deficientes
visuais, Dias teve acesso às maneiras adaptadas de
jogar futebol. Seus primeiros passos não foram
exatamente com a redonda, mas com uma garrafa de
refrigerante cheia de pedrinhas para fazer barulho.
Em 1993, Dias foi um dos primeiros alunos a treinar
oficialmente na escola com a bola de guizo (de ferros),
a venda oftalmológica e outros recursos que
transformaram sua vida e lhe permitiram mudar o
destino de outros deficientes da Urece, anos depois.
A partir do seu primeiro campeonato, em 1994,
Dias rodou o Brasil, estreou na seleção brasileira
aos 20 anos e disputou mais de 50 jogos com a
camisa verde-amarela, entre 2000 e 2010.
“Ninguém acreditava que eu ia conseguir, porque
eu tinha que me deslocar mais de 80 quilômetros
todos os dias para treinar, era muito pobre e o
único cego da família”, lembra. Quando ele estava
prestes a deslanchar na carreira internacional,
enfrentou mais um desafio ao romper o ligamento
de um joelho, obrigando-o a ficar três anos longe
das quadras. “Isso me impediu de participar de
duas Paraolimpíadas. Foi a maior decepção da
minha vida. Todos acharam que dessa vez eu
desistiria”, recorda.
Oportunidades
Mas para quem estava acostumado com dificuldades, a
grave lesão não o desanimou, era só mais um obstáculo a
vencer. Dias foi mais longe, fez o curso superior de
fisioterapia e, em 2005, fundou a Urece ao lado de outros
companheiros de time, inclusive treinadores. À frente da
entidade,eledesenvolveuprojetosesportivos,culturaisede
acessibilidade, além de ajudar os companheiros a
preveniremecuraremlesõesmusculares.
Na Urece, mais de 100 atletas já foram atendidos nas
modalidades feminina e masculina de futebol para
cegos, natação, remo e atletismo. Cerca de 20 deles
partiram para seleções nacionais. “Não tem preço ver
outros deficientes tendo a oportunidade de inserção na
sociedade por meio do esporte, inclusive pessoas mais
velhas e pobres, que não tinham expectativa de vida.
Muitos outros, porém, ainda estão trancados em casa.
Quero fazer mais”, diz Dias.
Seu próximo passo é aumentar o número de atletas da
Urece, criar um polo esportivo em Belford Roxo e ser
campeão nas Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
MasDiassabequeojogonuncaestáganhoeaindaexistem
mais barreiras a ultrapassar. “As pessoas ainda têm
preconceito e acham que somos limitados. Eu só sou cego!
Issonãoétudo.Nãomeimpededecrescer”,assinala.
Os jogadores de
ataque são orientados
por um guia,
posicionado atrás do
gol do adversário
Para que os atletas
identifiquem a bola,
o futebol de cegos
deve ser praticado
em local fechado
	 26	Revista MRV 	 Revista MRV	27
Na raça e na vontade Bola rolando
Praticado em mais de 30 países, o futebol de cegos
tem como base o futebol de salão – precisa de um
local fechado para que os atletas escutem a bola –
e é jogado com quatro jogadores na linha e um
goleiro que enxerga. Um guia (chamador),
posicionado atrás do gol adversário, orienta os
jogadores de ataque de sua equipe.
Ao longo dos anos, foram surgindo várias adaptações
no esporte conhecido hoje como futebol de 5 (five-
a-side football), que estreou nas Paraolimpíadas de
Atenas, em 2004. Acredita-se que a prática teve
início na década de 1920, a partir do improviso com
bolas de sacolas plásticas. A Confederação
Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais
(CBDV) é responsável pela organização e realização
de torneios entre clubes.
A palavra Urece não é uma sigla, mas um nome próprio, que
surgiu entre os atletas como sinônimo de raça e vontade. É
com essa garra que a associação se orgulha de ser pioneira
no futebol para mulheres cegas. Com apenas quatro meses
de formação da primeira equipe, elas foram campeãs, em
2009, na Alemanha. A madrinha da turma é a jogadora
Marta, eleita a melhor do mundo cinco vezes no futebol
feminino tradicional.
A Urece se mantém sem nenhuma ajuda governamental,
mas conta com uma importante contribuição da campanha
Torcedor de Primeira. Por meio de doações mensais, pessoas
físicas e jurídicas podem ajudar a comprar uniformes,
materiais, passagens para competições e demais atividades.
Basta preencher a ficha de cadastro no site www.urece.org.br
para receber o boleto bancário. O valor mensal é a partir
de R$ 25.
Mais de 100 atletas de
futebol, natação e
atletismo já foram
beneficiados pela Urece
	 28	Revista MRV
Malas prontasComportamentocomportamento
mentes
fervilhantes
Vida de inventor não é nada fácil, mas
dá uma enorme satisfação ver o
produto competindo no mercado.
Para isso é preciso encarar algumas
dificuldades, que incluem validar a
ideia e conseguir um investidor
A empresária paulista
Mônica Pisano está na
lista de brasileiros que
apostaram em suas
ideias. Ela inventou um
engate para registros que
controla o fluxo da água
Fotos: Celso Doni | Nitro
	 30	Revista MRV 	 Revista MRV	31
Suponhamos que você, em uma manhã qualquer, toma
umcaféemumabelaxícaradeporcelana,enquantolêesta
revista. Aí o telefone toca e, só por alguns instantes, você
interrompealeitura.Umarevista,umtelefone,aporcelana...
Não há nada em comum entre esses três objetos, exceto o
fatodeque,emalgummomentodahistóriadahumanidade,
alguémteveaideiabrilhantedecriá-los,nãosempesquisas,
empenhoe,provavelmente,testesquenãoderamcerto,até
que a iniciativa se transformasse em um produto sem nem
imaginarmosdeondeveio.
A verdade é que a tecnologia e, com ela, as invenções
foramtransformandonossasvidas.Ehádiversosbrasileiros
que figuram nas listas dos maiores inventores do mundo.
SantosDumonté,semdúvida,omaisfamoso,porencurtar
distâncias com seu dirigível e o avião e por deixar-nos por
dentro do horário em qualquer lugar que estivermos, ao
popularizarorelógiodepulso.Outrosprodutosqueusamos
diariamente também nasceram de ideias de brasileiros. O
copo “lagoinha” (aquele com listras verticais, canelado) foi
inventado pelo designer Nadir Figueiredo, em 1947; o
escorredordearrozpeladentistaTherezinhaZorowich,em
1959; com a paternidade polêmica, mas por fim
desenvolvida por uma equipe de engenheiros, as urnas
eletrônicas, no fim da década de 1980, mudaram a rotina
daseleiçõesnoBrasilefazemsucessoemoutrospaíses.
Regras
Mas, afinal de contas, o que pode ser considerado um
invento? Qualquer pessoa com uma ideia incrível pode
produzir um protótipo e tentar uma patente? De acordo
com Daniela Mazzei, gerente e técnica em patentes da
Associação Nacional dos Inventores (ANI), qualquer
produtonovo,ouqualqueraperfeiçoamentodeumproduto
jáexistente,podeserconsideradoumainvenção.Eladestaca
trêsrequisitosquedevemserseguidospelosinventorespara
determinar se há possibilidade de o invento receber uma
patente: inovação, ineditismo e possibilidade de produção
emlargaescala.
Desde 1992, a ANI auxilia os inventores nos campos
de criação, aperfeiçoamento e produção dos inventos.
Daniela lembra que Carlos Mazzei, fundador da
entidade, trabalhava com inventos e percebeu a grande
falta de informação na área, um empecilho
especialmente para os pequenos empresários e
inventores independentes.
Oprocessopararequererumapatenteébemsimples.O
primeiropassoéverificarsenãoháalgumprodutoigualno
mercado. Depois, preparar a documentação técnica, que
explica as funcionalidades e o design de cada invenção. Os
documentos devem estar de acordo com as normas do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) –
| Flavimar Diniz órgão responsável pelo registro de patentes no Brasil. Se a
patenteforoutorgada,eladura20anos.
“Recebemospordiacinconovosinventores,emmédia,
à procura de orientação”, explica Daniela, apontando as
áreas de sustentabilidade, construção civil e medicina
como as que concentram o maior número de novos
projetos, além de produtos que oferecem praticidade. A
RegiãoSudesteéaquetemmaisinventores,especialmente
de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Êxitos	
AempresáriaMônicaNardiPisano,donadeumalojade
materiais de construção em São Paulo, cansou de ouvir
reclamaçõesdeclientesemrelaçãoaosestragosprovocados
pelapressãodaáguanastorneirasdecasa.“Tiveumcliente
queteveoapartamentoinundado,etambémodevizinhos,
poressemotivo”,lembra.Foiquandoelateveaideiadecriar
um engate para registros que controla o fluxo de água,
interrompendo-o total ou parcialmente. O processo de
desenvolvimento do produto durou três anos. “Fizemos
muitos testes antes do lançamento no mercado”, afirma.
Agora, a peça é fabricada em grande escala e se tornou
exemplodecriatividadeapartirdanecessidade.
Também teve final feliz a criação da barra para
exercícios físicos desenvolvida pelo engenheiro mecânico
gaúchoRicardoPongiluppi.Fixadanaporta,elaapresenta
sistema diferente das então encontradas no mercado,
possibilitando maior variação de exercícios. A ideia
nasceu de uma necessidade pessoal: “Eu tinha uma barra
que estragava o marco da porta, escorregava, pois não
fixava direito, além de limitar diversos exercícios e ser de
difícil fixação e remoção”, lembra.
Para chegar ao produto patenteado, Ricardo pesquisou
modelosnainterneteencontroupeçasemsitesamericanos
que foram adaptadas. Elaborou o desenho, fez os cálculos
necessários e, em apenas um mês, finalizou a primeira
barra. “Minha maior dificuldade foi criar um design
multifuncional e de fácil produção”, ressalta. Ele não
encontrouumagrandeempresaqueinvestissenoproduto,
mas ainda assim comercializa o invento, já que a produção
é simples, com peças encomendadas de acordo com as
especificidades do cliente. São vendidas cinco barras por
mês,emmédia,pelainternet.
“Aspessoasquecompramsempresesurpreendemcom
a sua qualidade e resistência. Recebo muitos elogios”,
orgulha-se Ricardo, que, ainda estudante, tentou dar vida a
umoutroprojeto:odeconstruçãoderampasdeacessopara
veículos que transformam o movimento do carro em
energia elétrica. Foram muitas as palavras desmotivadoras,
de professores e colegas. “Meu maior problema foi
convencer os professores de que era possível fazer algo
diferente. Percebi que existe muita resistência quando
alguémquermudarumparadigma”,afirma.
Três anos foi o tempo
necessário para
desenvolver o produto
idealizado por Mônica. A
peça já é fabricada em
larga escala
	 32	Revista MRV 	 Revista MRV	33
Dificuldades
“Já bati em várias portas, meu produto é genial,
quem usou adorou, mas é muito difícil colocá-lo no
mercado”, afirma o paulista Maurício Figueiredo
sobre a falta de interesse das empresas em investir na
sua invenção – um pregador de plástico usado para
pendurar tênis e sapatos no varal, depois de lavados,
que diminui o acúmulo de água no interior do calçado.
Maurício enfrentava dificuldades sempre que
precisava lavar e secar no varal uma bota pesada. Ele
tentava deixá-la inclinada, mas o tempo todo era
preciso retirar a água que ficava empoçada no fundo do
solado. “Foi aí que tive a ideia de um dispositivo que
deixa a bota com o solado para cima e aí nasceu o
prendedor para tênis”, diverte-se. Mas o caminho entre
a ideia e o produto final não foi fácil. Até ver o invento
pronto foram cerca de sete anos, entre pesquisas de
material, de formato e de execução. “Fiquei noites sem
dormir pensando na forma certa de deixar o produto de
acordo com a necessidade”, diz o inventor.
O paulista Carlos Ramos passou oito anos
realizando pesquisas e muitos testes malsucedidos
até chegar à versão final de um higienizador de
capacetes, que funciona eliminando fungos, ácaros
e bactérias da espuma que reveste o equipamento
de segurança. O capacete é inserido em uma cabine
e higienizado com um bactericida liberado, em
forma de fumaça, por meio de ar comprimido. O
processo de limpeza dura 20 minutos.
Carlos acredita que, além de um investidor,
falta ao negócio maior conscientização dos
usuários para os problemas causados pela sujeira
no capacete. “O capacete protege, mas também
pode matar por alguma bactéria fatal que por
ventura fique alojada nele”, explica. A trajetória
de Maurício e Carlos em busca de um lugar ao sol
nesse mundo das boas ideias deixa uma lição:
para quem quer se tornar um inventor, a
perseverança é qualidade imprescindível.
Ah! Lembra-se da xícara de porcelana, a
revista e o telefone do início deste texto? Pois
bem, a invenção da porcelana é atribuída aos
chineses e ela existe há mais tempo que possamos
imaginar. A revista está em nossas mãos porque,
na primeira metade de 1450, o alemão Johannes
Gutenberg inventou a prensa mecânica (até
então os livros eram copiados à mão), dando
origem à tipografia. Muitos acreditam que o
inventor do telefone é o escocês Graham Bell,
mas, em 2002, o Congresso americano
reconheceu que a paternidade desse item
indispensável nos dias atuais é do italiano
Antonio Meucci, colocando fim num impasse
que durava décadas.
Inventolândia Professor Pardal
Em 1996, diante de tantos projetos apresentados à ANI, Carlos
Mazzeidecidiucriarumespaçoondeasinvençõespudessemser
apresentadas ao público. Assim, foi criado, em São Paulo, o
Museu das Invenções, chamado de “Inventolândia”, único do
gênero na América Latina. Com acervo de aproximadamente
500peças,omuseureúneinventoscuriosos,tantodebrasileiros
quanto de feiras e exposições em outros países. O espaço é
aberto a visitantes, que têm a oportunidade de interagir com
algumas das peças.
Inventolândia: Rua Dr. Homem de Mello, 1.109, Perdizes,
São Paulo.
Visitas podem ser agendadas pelo telefone (11) 3670-3411, ou
pelo e-mail museu@inventores.com.br.
Tem uma ideia incrível e não sabe como desenvolvê-la?
Nossos entrevistados deram dicas fundamentais para
começar um projeto:
Analise a praticidade do produto
veja se ele trará economia para o consumidor
atente para a facilidade de uso ou instalação
valorize a comodidade no uso
preze pela segurança de quem vai utilizá-lo
sempre procure agregar vantagens para o consumidor
O paulista Maurício
Figueiredo inventou um
pregador de plástico usado
para pendurar calçados no
varal depois de lavados
Maurício Figueiredo: "Fiquei noites sem
dormir pensando na forma certa de deixar o
produto de acordo com a necessidade"
	 34	Revista MRV 	 Revista MRV	35
Malas prontasComportamentoperfil
rumo às
olimpíadas
Um dos grandes nomes do tênis brasileiro na
atualidade e esperança do país nas Olimpíadas de
2016, o mineiro Bruno Soares se orgulha de sua
ótima fase e está seguro das muitas chances de
conquistas no circuito mundial. Com patrocínio da
MRV, ele diz ter a tranquilidade que o atleta precisa
para focar na carreira
RafaelMotta|Nitro
	 Revista MRV	37	 36	Revista MRV
Quem passa pela rua e vê a discreta placa
indicando a academia não imagina que ali
treina, todos os dias em que está em Belo
Horizonte, um dos grandes nomes do tênis no
Brasil. O mineiro Bruno Soares, de 31 anos,
encontra por lá – um lugar calmo e privilegiado
pela paisagem – a concentração tão necessária
a um esporte no qual o silêncio dos torcedores
contrasta com os clássicos grunhidos e gemidos
dos atletas nas quadras.
Quando começou a ter intimidade com a
bolinha, aos 5 anos, ninguém, e muito menos ele,
poderia prever que Bruno estaria, anos mais tarde,
na pequena lista de brasileiros a levantar um
troféu de Grand Slam, como é chamado o conjunto
dos quatro torneios de tênis mais importantes do
circuito mundial, em termos de tradição, valor
dos prêmios em dinheiro, pontos no ranking e de
atenção do público – Roland Garros (França),
Wimbledom (Inglaterra), US Open (EUA) e
Australian Open (Austrália).
Briga pelo título
O gosto de Bruno pelas quadras veio de
pequeno. Ainda que a raquete fosse grande demais
para uma criança de 5 anos, jogar a bolinha de
tênis contra o paredão, no clube onde seus pais
praticavam o esporte nos finais de semana, estava
entre as suas atividades favoritas. Mas as aulas
também começaram cedo, aos 7 anos. A partir daí,
ele não parou mais, só aumentando, a cada ano,
seu empenho e dedicação ao esporte. Ele foi
recompensado: ao lado da russa Ekaterina
Makarova, o tenista mineiro foi campeão de
duplas mistas no US Open de 2012, acabando com
o jejum brasileiro de 11 anos, desde o
tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland
Garros, em 2001.
Com o feito, Bruno se consagrou com o maior
título de sua carreira: “Um Grand Slam é mais
que uma conquista. É o sonho de qualquer
tenista. Desde pequeno, quando você começa a
jogar e ouve falar do campeonato, você pensa:
'Nossa! Um dia quero estar lá'. E quando a hora
chega e você recebe o troféu, é realmente muito
especial”, descreve. O triunfo, no entanto, não
foi surpresa: “Desde 2009, quando me firmei
como um jogador de elite, entro em todo torneio
para brigar pelo título. Sempre acreditei e soube
que tinha condição de conquistar um torneio
como esse”, conta.
| Camila Freitas
Patrocínio garante
estrutura
Para deslanchar a carreira, Bruno Soares
sempre contou com o apoio dos pais. Era a
mãe que se desdobrava para convencer os
diretores a deixar o filho fazer a segunda
chamada das provas que foram perdidas
enquanto ele viajava para disputar os torneios
juvenis. Aos 10 anos, o mineiro precisou
optar entre as aulas de tênis e as de futebol
de salão. Não teve dúvidas em seguir o
esporte que não é a paixão nacional, mas
vem conquistando fãs pelo país.
Os feitos de Gustavo Kuerten em 2001
aumentaram a popularidade do tênis no
Brasil. Com a chegada dos canais de
televisão a cabo, as partidas passaram a ser
transmitidas regularmente, o que também
contribuiu para o crescimento do público
espectador. Ainda assim, o esporte é
considerado de elite. Faltam espaços que
não sejam particulares para a prática do
tênis no país, além de investimento e
incentivo para novos atletas.
Para os profissionais, como Bruno, um dos
desafios é a conquista de patrocínio, tão
fundamental à carreira de um tenista, como
ele mesmo explica: “Diferente de um esporte
coletivo, em que o jogador é custeado pelo
time ou entidade, no tênis é o tenista que
contrata toda a sua equipe e arca com todas
as despesas. O patrocínio é, portanto, a
possibilidade de o atleta ter uma estrutura
melhor e, consequentemente, melhores
resultados”.
No início de 2013, o tenista mineiro passou
a contar com o patrocínio da MRV, que
desde os anos de 1990 investe no esporte,
apoiando equipes de vôlei, basquete, futebol
e Fórmula 1. Bruno foi escolhido pela
construtora por ter o perfil do cliente MRV: é
jovem, está em busca de uma carreira de
sucesso e quer realizar seus sonhos. Para o
esportista mineiro, o incentivo é fundamental
para a sua tranquilidade em quadra. “Com o
apoio da MRV tenho condições de manter a
qualidade dos treinos, sem me preocupar se
a estrutura necessária ao meu bom
desempenho (como ter preparador físico,
fisioterapeuta e treinador) vai permanecer
no mês seguinte”.
Firmada em 2012, a
parceria entre Bruno e o
austríaco Alexander Peya
tem rendido bons
resultados para a dupla
ArquivoBrunoSoares
	 38	Revista MRV 	 Revista MRV	39
Fase de ouro
Bruno Soares
O ano de 2013
promete ser a melhor
temporada na
carreira de Bruno
Soares, eleito Melhor
Atleta do Tênis do
país em 2012 pelo
Comitê Olímpico
Brasileiro (COB)
AcervoCentrodeMemória
MinasTênisClube
Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube
Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube
ArquivoBrunoSoares
De quebra, Bruno e Alex,
como o mineiro chama o
austríaco, se consolidaram
na 2ª colocação entre as
parcerias de melhor
desempenho na
temporada. Eles aparecem
atrás apenas dos gêmeos
norte-americanos Bob e
Mike Bryan, atual dupla
número 1 do mundo
Com a atuação em Roland Garros,
Bruno entrou pela primeira vez no
top 10 no ranking de duplistas da
ATP, baseado na soma da
pontuação dos tenistas em cada
competição. Melhor colocação da
carreira, o 6º lugar transforma
Bruno no segundo duplista da
história do Brasil, atrás apenas de
Cássio Motta, e empatado com
Carlos Kirmayr, respectivamente
4° e 6° lugares nos anos de 1980.
O 2º brasileiro mais bem colocado
no ranking é o também mineiro
Marcelo Melo, que aparece no
19º posto
Em janeiro, o tenista
conquistou o ATP 250
de Auckland, ao lado
do escocês Colin
Fleming. No mês
seguinte se tornou
tricampeão seguido do
ATP 250 de São Paulo
ao lado do austríaco
Alexander Peya
AcervoCentrodeMemóriaMinasTênis
Clube
A parceria, firmada em
julho de 2012, tem rendido
bons resultados para a
dupla. Juntos, Soares e
Peya faturaram também o
ATP 500 de Barcelona
(abril), chegaram à final do
Masters 1.000 de Madri
(maio) e à semifinal de
Roland Garros (junho)
	 40	Revista MRV 	 Revista MRV	41
Empenho
OtreinadordeBruno,RobertoMoraes,explicaosucesso
com o olhar técnico: “Bruno tem nos golpes de fundo e de
direitaenasdevoluçõesdesaqueosseustrunfosnaquadra”.
Treinarduro,comodefineocampeão,éachaveparaqueos
resultados sejam alcançados. E fica aí a dica para os jovens
tenistas: “Não há como cortar caminho. São horas de
dedicação na quadra e várias coisas para abrir mão”, afirma
Bruno,que passa,emmédia,nadamenosquenovemeses
do ano viajando para representar o Brasil em cerca de 30
torneiosmundiais.
Quandonãoestánaponteaérea,estáemBeloHorizonte
em uma rotina de treinos intensa. São aproximadamente
seis horas diárias entre as práticas de tênis e a preparação
física – que envolve musculação, exercícios aeróbicos,
trabalho de equilíbrio, reforço dos membros superiores e
movimentosdeiogaepilates,umarotinaessencialparaque
o tenista suporte o tempo de uma partida que pode se
estender por horas. “Até três horas o corpo aguenta bem.
Depois, começa a apitar um pouquinho e aí é necessário ir
dosando. A essa altura, no entanto, o nível de adrenalina é
tão grande que o corpo sempre encontra um gás a mais”,
explicaotenista.
Foi o que aconteceu com ele e o também tenista
mineiro Marcelo Melo nos Jogos Olímpicos de Londres
de 2012. Com uma vitória histórica contra os checos
Tomas Berdych e Radek Stepanek, eles protagonizaram
uma das partidas mais longas das Olimpíadas: 4h21. Os
brasileiros chegaram às quartas de final e deixaram a
capital inglesa com a melhor campanha de uma dupla
do Brasil em Jogos Olímpicos. “É uma grande honra
representar o país nas Olímpiadas. É um evento muito
especial, completamente diferente do nosso dia a dia,
em que temos a possibilidade de conviver com o que há
de melhor em todos os esportes. Batemos na trave na
disputa por medalha, mas estamos de olho no Rio 2016.
Eu e Marcelo estamos crescendo bastante. Nosso auge
vai ser em 2015, 2016 e uma medalha em casa seria
top”, planeja Bruno.
Superação
Com destaque no Brasil e na América do Sul
durante o período em que disputou circuitos juvenis,
Bruno sempre teve clara a vontade de jogar
profissionalmente. O sonho virou realidade em 2001,
quando ele começou a disputar nas modalidades
simples e de duplas. Quatro anos mais tarde, uma
lesão em um joelho o afastou das quadras por dois
anos, marcando a fase mais difícil de sua carreira: “A
inflamação no trato tibial insistia em não melhorar.
Nunca deixei o tratamento e de acreditar que um dia
eu voltaria, mas abri uma academia em BH como um
plano B para a minha vida, caso não conseguisse me
recuperar. Depois da cirurgia, quando vi que o
tratamento começou a engrenar, larguei tudo e voltei
com força total”, relembra.
Com o retorno às quadras, Bruno decidiu priorizar
as duplas. “O meu destaque desde o início foi nessa
modalidade, apesar de sempre ter focado na simples.
Depois da lesão, me senti mais à vontade para seguir
esse caminho que, em termos físicos, é menos
impactante para o corpo”, explica. No tênis, segundo
ele, formar uma dupla é como começar um namoro,
em que o entrosamento entre os pares é essencial para
o rendimento em quadra. “Tênis é um esporte de
extrema precisão e precisamos de uma sintonia muito
boa com o parceiro em todos os sentidos. Afinal, das
horas em que passamos juntos, apenas 10% são gastos
competindo. O restante é usado na preparação física,
conversando sobre o quê melhorar, tática do jogo e
fazendo análise do pós-jogo”, revela.
Tamanha convivência durante os torneios
nem faz da distância durante os treinos – Bruno
treina em BH e seu atual parceiro, Alexander
Peya, em Viena, na Áustria – um problema: “É
como em um relacionamento: esse tempo
separado dá um pouco de saudade, dá aquela
vontade de se reencontrar para começar mais
uma boa campanha”.
Top 10
Figurar entre os dez melhores duplistas de tênis do
mundo era uma das quatro metas traçadas por Bruno
Soares e Alexander Peya (o austríaco está em 9º) para
a temporada de 2013. Depois da semifinal de Roland
Garros, em junho, a dupla se volta agora para os
outros três desafios: ficar entre as oito melhores
duplas do mundo para disputar, em novembro, o ATP
Finals, em Londres; ganhar um Masters 1.000 e
conquistar um título de Grand Slam.
“É claro que conquistar títulos é muito mais difícil.
Temos que entrar em uma semana e sermos perfeitos.
Já estar em Londres depende de uma combinação de
fatores e resultados. Mas estamos caminhando para
isso. Estabelecemos as quatro metas no início do ano
e temos o objetivo de alcançar pelo menos duas. O
que vier a mais é lucro”, destaca Bruno, que
comemora a sua melhor fase, mas não economiza
boas expectativas para o futuro: “Estou em uma
crescente e ainda não cheguei ao meu máximo.
Tenho muito para render e tenho feito um trabalho
muito forte, por isso sinto que vem coisa boa por aí,
maior ainda das que já vêm acontecendo”, projeta.
RafaelMotta|Nitro
Bruno Soares: "Não há
como cortar caminho. São
horas de dedicação na
quadra e várias coisas
para abrir mão"
	 42	Revista MRV 	 Revista MRV	43
Malas prontasComportamentocomportamento
pura
bravata
A dor é o principal
motivo para levar
homens ao médico, já
que, em geral, eles
“aguentam firme” e
fogem dos
consultórios o quanto
podem. Esse é o
retrato de pesquisa
feita entre norte-
americanos, mas será
que por aqui o
comportamento é
diferente?
Todo mundo quer envelhecer bem e a receita
para isso não é nenhum mistério: alimentar-se
corretamente, fazer exercícios físicos e, ao
primeiro sintoma de algo errado, procurar um
médico. Mas parece que os homens não estão
muito preocupados com a saúde, pelo menos no
que diz respeito à prevenção. Estudo feito nos
Estados Unidos por um laboratório farmacêutico
revelou que 63% dos entrevistados só decidem
consultar um médico quando a dor é prolongada
e grave, desprezando sintomas como vômitos,
sangramento ou coceira.
No Brasil, os dados não foram apurados em
pesquisa, mas é fato que a expectativa de vida
dos homens é menor do que a das mulheres e,
culturalmente, eles começam a frequentar os
consultórios também mais velhos. A população
feminina, segundo o Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive
em média sete anos a mais do que a parcela
masculina (77 anos contra 69 anos). De acordo
com os dados, as mulheres no Brasil também
fumam menos, se alimentam melhor e são mais
ativas. Entretanto, no geral, ambos os sexos não
têm a cultura da prevenção fortalecida e só
procuram o médico quando os sintomas
aparecem e precisam ser remediados.
| Joana Suarez
Fotos:BrunoSenna|Nitro
O empresário Marcos
Vinícius Guimarães de 45
anos e a família: a última
vez que ele foi ao médico
fazer um checkup foi
antes do casamento
	 44	Revista MRV 	 Revista MRV	45
Sem tempo
O Ministério da Saúde recomenda que os
homens comecem a visitar o médico
periodicamente a partir dos 20 anos, para
realização de exames de glicose, pressão arterial,
colesterol e doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs). Fazer checkups de cinco em cinco anos,
para quem não tem histórico de doenças
familiares, é o ideal, segundo a Sociedade
Brasileira de Clínica Médica.
Para o empresário Marcus Vinícius Guimarães,
de 45 anos, ir ao médico é quase uma opção que
não existe, ainda que submetido à pressão familiar
e à insistência dos que convivem com ele. Nem
mesmo quando surge um sintoma tão aparente,
como a mancha vermelha no olho existente há
uma semana, ele aceitou os conselhos para visitar
o doutor. A última vez que fez um checkup foi em
1998, antes do casamento. “Ia trocar de academia,
mas precisava fazer exames. Daí desisti, não tenho
tempo. Tenho familiares e amigos médicos, mas
sinto ojeriza a remédios e consultas. Só vou se a
situação for muito crítica. Quem procura acha!”,
profetiza Guimarães.
Na casa dele, suas filhas, de 11 anos e 12 anos,
já frequentam, por exemplo, consultórios de
dermatologista e endocrinologista. “Elas são
vaidosas e já têm o costume de ir ao médico
desde cedo. Mas os homens são mais relaxados.
Eu só procuro me alimentar bem”, admite o
empresário. O que ele não leva em conta é que
essa diferença entre eles e elas se reflete também
na expectativa de vida.
Machões
Uma das explicações para a resistência masculina
a ir ao médico é cultural. As mulheres, desde a
primeira menstruação, são incentivadas a visitar o
ginecologista, e quando iniciam a vida sexual, são
orientadas a fazer exames preventivos anuais. Já os
homens se veem mais obrigados a procurar o
médico somente quando completam 40 anos,
quando é indicado iniciar o controle de doenças na
próstata. Mas nem isso é uma realidade, pois
socialmente ainda existem preconceitos que afetam
a conduta masculina. “Elas acostumam com o
médico desde cedo. Os homens geralmente são
muito machões e, com isso, deixam a saúde de lado,
mas o preconceito está diminuindo aos poucos”,
afirma o urologista José Eduardo Távora, presidente
da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas
Gerais (SBU-MG).
As doenças mais comuns no universo
masculino são as cardiovasculares, diabetes,
problemas nos rins e na próstata. Considerado
hoje o médico do homem, o urologista deve ser
visitado anualmente a partir dos 40 anos,
principalmente se já houver histórico de câncer
na família. “Quanto mais velho, maior a
possibilidade de as doenças aparecerem. Antes
dos 40 anos, não é tão prejudicial que o homem
não vá ao médico se estiver tudo bem. Mas a
qualquer sintoma diferente ele deve procurar
ajuda imediatamente para diminuir qualquer
complicação”, explicou José Távora.
Prevenção
O empresário mineiro Ricardo José Suarez, de 55
anos, pode ser considerado uma exceção entre os
homens e um exemplo a ser seguido. Desde os 35
anos ele faz consultas regulares, e graças à prevenção,
descobriu um câncer de próstata precocemente, aos
43 anos, e consegui curá-lo sem mais complicações.
No terceiro ano em que Ricardo foi fazer o exame de
toque retal, o tumor foi detectado, e depois retirado
por meio de uma cirurgia. “É muito importante fazer
a prevenção. Meu câncer poderia ter virado algo
muito mais sério. Se for para morrer, que seja num
acidente”, diz o mineiro.
Campanhas
Apesar das ações de saúde ainda serem muito
concentradas nas mulheres, já existem campanhas
de conscientização e incentivo ao autocuidado
masculino. Em 2009, o Ministério da Saúde criou
a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem. Os estados que aderem ao programa
recebem R$ 75 mil por ano e R$ 55 mil são
repassados aos municípios para projetos de
sensibilização do público masculino sobre riscos à
saúde, e capacitação de profissionais.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
iniciou no ano passado projeto piloto sobre a
importância dos cuidados com a saúde masculina
que contribui para acabar com o preconceito em
relação à realização de exames como o de toque
retal. A 1ª Caminhada e Corrida da Saúde do
Homem ocorreu em Belo Horizonte, no ano
passado, e será expandida para todo o país.
O que eles
disseram nos
Estados Unidos *
Menos de um em
cada três
descreveu a sua
saúde como
“excelente”
46%se sentem
nervosos, ansiosos ou
com medo quando vão
ao médico
50% admitem que têm
medo de descobrir que têm um
problema sério de saúde
61% procuram ajuda quando
necessário, mas não fazem
consultas médicas preventivas ou
checkups anuais
63% afirmam que a dor
prolongada e grave é o “ponto de
decisão” para procurar uma
consulta médica
Mais de um terço relatam que uma
companheira (o) é o principal
motivador a consultar um médico
* O estudo norte-americano, realizado pelo laboratório Abbot, em parceria com
a organização não governamental Men's Health Network, foi feito com 2 mil
entrevistados com mais de 18 anos
Marcus Vinícius
Guimarães: "Os
homens são mais
relaxados. Eu só
procuro me
alimentar bem"
	 46	Revista MRV 	 Revista MRV	47
Malas prontasComportamentoentrevista
arrasa!
ele
Luan Santana não se dá por satisfeito e assegura
que ainda tem muito para mostrar aos milhões de
fãs pelo país. Com o lançamento do DVD Te
Esperando, terceiro da carreira, o ídolo teen afirma
que não tem medo de ousar e que veio para ficar
BrunoSenna|Nitro
	 Revista MRV	49	 48	Revista MRV
verão de 2009 começou com a
explosão de um jovem cantor. Com a
canção Meteoro, Luan Santana
quebrou recordes de público e
conquistou fãs nas redes sociais e
pelas cidades por onde passou.
Naquele ano ele se apresentou em
nada menos que 300 shows pelo Brasil, uma
média de 25 por mês. Para muitos, era o maior
fenômeno da música sertaneja já ocorrido no
país, e para outros, apenas um sucesso passageiro.
Contrariando os que acreditavam na teoria
dos “15 minutos de fama”, Luan grava, aos 22
anos, o terceiro DVD de uma carreira que
começou há pouco mais de cinco anos. O
trabalho tem cenas de um grande show na Arena
Maeda, em Itu (SP), realizado em julho, e
também de apresentações em diversas cidades
brasileiras.
Na turnê que realiza pelo país e que leva o
mesmo nome do DVD, Luan dá uma prévia do
que os fãs podem esperar do novo projeto,
considerado o mais ousado da carreira. No
palco, o sertanejo faz uso de todo o aparato
tecnológico a que tem direito. O cenário pesa
cerca de oito toneladas e consiste numa
estrutura central de dois andares, interligada
por três elevadores, que permite a troca de
posição dos músicos ao longo do set. É de um
deles que Luan surge para abrir o show.
No repertório, o público vibra com "Amar
Não É Pecado", "Nega", "Te Vivo", "Meteoro",
com que tudo começou, e as atuais "Sogrão
Caprichou" e "Te Esperando", que bateu
primeiro lugar entre as mais tocadas no Brasil
já na semana de lançamento.
Apesar da grandiosidade do espetáculo, o jeito
simples do rapaz de Campo Grande (MS)
confirma que ele continua “o mesmo cara de
antes”. O segredo para manter os pés no chão,
segundo ele, é a humildade: “O sucesso chega,
mas mantê-lo é mais difícil ainda. Precisa de
muito trabalho e estou me empenhando para
buscar melhorar a cada dia, por mim e pelo meu
público”, destaca.
À fidelidade dos fãs, sem dúvida, Luan deve
grande parcela do sucesso. A proximidade com
eles, o sertanejo conquistou especialmente pelas
redes sociais, nas quais fica conectado 24 horas
por dia e é considerado o mais influente dos
cantores (homem) brasileiros. Para se ter uma
ideia da presença de Luan no mundo virtual, a
| Camila Freitas
O
Terceiro DVD de Luan
Santana traz trechos do
show realizado em Belo
Horizonte, em junho
BrunoSenna|Nitro
	 50	Revista MRV 	 Revista MRV	51
hashtag #faltam20diasdvdluansantana estava nos
trend topics (assuntos mais comentados) do
Twitter – onde o cantor reúne 4,5 milhões de
seguidores – juntamente com as hashtags
#vemprarua e #ogiganteacordou, referentes às
manifestações populares nas principais cidades
brasileiras, no dia 17 de junho.
Revista MRV: Você lançará em breve o
terceiro DVD da sua carreira. O que os fãs
podem esperar desse novo projeto?
Luan Santana: Vai ser um projeto ousado. Podem
esperar algo novo e diferente do que eu já fiz.
Tenho certeza de que a galera vai curtir muito.
O que a turnê Te Esperando traz de diferente
dos outros trabalhos?
Meus shows sempre trazem novidades. A
interação com o público principalmente. Mas
devo destacar os novos sucessos, como "Sogrão
Caprichou", "Te Vivo", dois lançamentos que estão
no meu novo EP Garotas Não Merecem Chorar,
"Cabou, Cabou" e, claro, "Te Esperando", que dá
nome ao show.
Nessa turnê tem alguma música que você
mais goste de cantar? Alguma que tenha um
significado especial para você?
"Te Esperando". É com ela que mais sinto a “vibe”
da galera. Somente voz, violão e público. É
instantâneo o retorno. Arrepia.
Você tem só 22 anos e faz parte de um
fenômeno, muito influenciado pela internet,
de projeção de artistas muito jovens. Como é
experimentar o sucesso tão cedo?
Graças a Deus tenho o carinho que sempre
sonhei. Sou realmente novo, mas procuro pensar
com o pé no chão; o sucesso chega, mas mantê-lo
é mais difícil ainda. Precisa de muito trabalho e
estou me empenhando para buscar melhorar a
cada dia, por mim e pelo meu público.
Você teve problemas, de alguma forma, com a
fama? Como faz para manter os pés no chão?
Não tive problemas, graças a Deus continuo o
mesmo cara de antes. Com meus amigos, minha
família, pescando, fazendo churrasco... A
diferença está na disponibilidade. O grande
segredo é agir com humildade.
Você se preocupa com as críticas? Elas
fazem diferença no seu trabalho?
Críticas sempre vão existir. Mas realmente me
importo com o que o público diz. E isso ouço
através dos shows, do retorno das músicas nas
rádios, dos meus fãs na internet. Faço o que gosto
e para eles, que são o meu maior tesouro.
Aos três anos de idade, você já gostava de
cantar e ganhou o seu primeiro violão. Sua família
o apoiou ou havia o medo da “vida de artista”?
Graças a Deus meus pais sempre me apoiaram.
Eles me deixaram bem à vontade para escolher o
que eu queria para mim.
Música sertaneja é uma referência na sua
carreira. Quais as canções e artistas que
o marcaram?
Muitas, mas com certeza "Muda de Vida", do Zezé
Di Camargo e Luciano. Foi a primeira que
aprendi a cantar.
Como você se preparou para ser cantor e
compositor? Qual é a sua rotina para enfrentar
essa carreira?
Sempre procuro referências para inovar e me
aperfeiçoar, ouço muito... de tudo um pouco.
Você pensou em ter outra carreira?
No dia em que fui prestar vestibular para
biologia, meu empresário marcou um show. Eu
Luan Santana: "Meus
shows sempre trazem
novidades"
Nada de botas e
chapéus. O estilo
descolado é uma das
marcas do cantor
sertanejo
Venerado pelas fãs, Luan
é considerado o cantor
brasileiro mais influente
nas redes sociais
Fotos: Arquivo pessoal
	 52	Revista MRV 	 Revista MRV	53
tinha que escolher, ou o vestibular, ou o palco.
Escolhi o palco... deu certo! Não me imagino
fazendo outra coisa.
O seu último CD, Quando Chega a Noite, tem
17 músicas inéditas. Seis são suas. Como é o
seu processo de composição?
Eu me inspiro nas histórias de amigos, de filmes,
de livros... Tudo sobre amor é inspiração.
Sua principal influência é a música sertaneja,
um estilo que veio se diversificando com o
tempo. Hoje, você tem o sertanejo de raiz, o
romântico, o sertanejo universitário. Tem
espaço para todo mundo? Quais são as dicas
para quem está começando?
Acredito que o sertanejo é sertanejo. Existe, sim,
espaço para todo mundo no mercado e tem muita
galera boa começando. O sucesso é fruto de um
bom trabalho, com empenho, profissionalismo e,
acima de tudo, personalidade.
Você já chegou a fazer 300 shows em um
ano. Uma média de 25 por mês. Como faz
para manter o pique?
É difícil. Mas manter uma boa alimentação e dormir,
mesmo que em banco de avião e ônibus, é básico
para qualquer ser humano com uma rotina agitada.
Você tem algum ritual antes dos shows?
Ainda dá um friozinho na barriga antes de
subir no palco?
Sempre dá. Cada show é um público diferente,
ele se torna diferente. Faço sempre uma oração
com minha equipe antes dos shows.
Quando a agenda dá uma folga, o que você
gosta de fazer?
Pescar, reunir a família, tocar umas modas, fazer
um churrasco com os amigos.
E como se imagina daqui a 20 anos? Como
idealiza o seu futuro?
Cantando! Se Deus quiser.
Com mais de 4,5 mil fãs clubes no Brasil e 4,5
milhões de seguidores no Twitter, é fato que
sua postura e conduta influenciam milhares
de pessoas. O que você pensa sobre isso?
Sou um cara humano, com defeitos e qualidades.
Mas meu público me conhece, e se identifica com
a minha postura, como eu sou, isso é o mais bacana.
Você recebe fãs no camarim, tira fotos, dá
autógrafos. Essa proximidade com o público
já lhe causou também algum problema?
É amor. Amor a gente recebe, de braços abertos.
Não me lembro de nenhum tipo de problema.
E você faz o estilo conectado, sempre com
um smartphone na mão?
Sou. 24 horas por dia. Mesmo que eu não esteja
tuitando, ou postando, estou sempre conferindo.
Você sai do estilo habitual dos sertanejos:
nada de botas ou chapéus. Você escolhe
suas roupas?
Escolho com a ajuda de um profissional, mas, na
maioria das vezes, dou o meu pitaco.
Você parece ser vaidoso. É uma característica
sua ou uma exigência do meio artístico?
Gosto de me sentir bem e, principalmente, estar
bem para os meus fãs.
Quais são os próximos projetos, além do
lançamento do DVD?
O DVD vai ser algo realmente surpreendente.
Além dele, temos videoclipe da música "Te
Esperando" recém-lançado e uma surpresa
especial minha e da Jade (namorada do Luan).
BrunoSenna|Nitro
	 Revista MRV	55	 54	Revista MRV
Malas prontasComportamentocarreira
não?
por que
Profissionais de informática, cuidadores de
idosos e ecólogos são cada vez mais
requisitados pelo mercado, mas esbarram na
falta de regulamentação e de uma lei que
preserve seus direitos básicos
Oqueosprofissionaisdaáreadeinformática,ecologiae
cuidadores de idosos têm em comum? À primeira vista,
nada. Um observador mais atento dirá que são áreas que
atendem a modernização da economia e da vida em
sociedade no Brasil. É também. Mas o que as une,
especialmente, é que nenhuma dessas três profissões é
regulamentada no país. Isso significa que qualquer
trabalhadorcominteressenasáreasestálivreparaexercera
profissão, sem a exigência de curso técnico ou superior.
Alémdisso,oprofissionalnãoestáresguardadoporumalei
que preserve seus direitos básicos, como quantidade de
horas trabalhadas, piso salarial e garantia de mercado para
suaformaçãoespecífica.
Nos últimos 10 anos, o mercado para a área de
informática, por exemplo, deu um salto. Na era da
tecnologia, as mais variadas empresas demandam os
serviçosdeumprofissionaldosetoreécomumadificuldade
de encontrá-lo. Em 2014, o Brasil poderá ter um déficit de
100milprofissionaisqualificadosparatrabalharnossetores
datecnologiadainformação(TI).Aprevisãopreocupanteé
da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação (Assespro). O levantamento
revela o cenário de escassez já sentido pelas empresas e o
desafio que o país terá que enfrentar para garantir o
crescimentodeumdosprincipaissetoresdaeconomia.
| Síria Caixeta
Buscando atender a demanda do mercado e formar
trabalhadores qualificados, as universidades criam cursos
voltadosparaaárea.Cercade35milprofissionais concluem,
porano,cursosdegraduaçãoligadosàinformáticanoBrasil,
segundo o professor Roberto Bigonha, pesquisador do
Laboratório de Linguagens de Programação do
DepartamentodeCiênciadaComputaçãodaUniversidade
FederaldeMinasGerais(UFMG).“SóaUFMGforma100
profissionais anualmente nos cursos de ciência da
computação, sistema de informação e matemática
computacional. A tendência é aumentar a oferta de vagas
nasuniversidadeseasoportunidadesdetrabalho”,explica.
Polêmica
A falta de regulamentação divide opiniões dos
especialistas em informática. Para o assessor de Formação
doSindicatodosEmpregadosemEmpresasdeInformática,
Processamento de Dados, Serviços de Informática e
Similares do Estado de Minas Gerais (Sindados-MG),
MarcosWelingtondeLima,oreconhecimentodaprofissão
é fundamental para a categoria. “Vários projetos de lei que
regulamentam a profissão já foram arquivados na Câmara
Federal, pois há setores empresariais que não concordam
com a padronização. Isso porque pesaria no bolso de
informática
ecólogocuidador de idosos
	 58	Revista MRV 	 Revista MRV	59
quem paga, tendo em vista que depois de serem
reconhecidos, esses trabalhadores poderiam ter melhores
salários. Há 30 anos a categoria luta pela legalização da
profissão.Adiscussãoépolêmica”,assinala.
O professor Roberto Pigonha discorda. Para ele, a
regulamentação não traria muitas mudanças. “A
informáticapermeiatodasasprofissões.Regulamentar
a informática é como regulamentar o uso da língua
portuguesa. O país teria muito a perder com a criação
de reserva de mercado de trabalho na área”,
argumenta. Segundo o professor, essa falta de
regulamentação ainda facilita para que o mercado
tenha mão de obra, sem prejudicar o especialista.
“Engenheiros continuam ingressando na profissão, o
que favorece a diversidade de profissionais. Estão
sobrando vagas no mercado”, aponta.
Técnica em informática, Marina Gomes realmente
não tem do que reclamar. Desde que concluiu o curso
de analista de sistemas, há dois anos, as propostas de
trabalho não param de aparecer. “A profissão está no
auge. Tenho certeza que fiz a escolha certa. Com
pouco tempo de formada já trabalhei em três empresas
diferentes e consegui comprar meu carro. Pretendo
continuar os estudos e abrir uma escola de
informática”, planeja.
Mais idosos
A luta pela regulamentação é bandeira também dos
cuidadores de idosos, outra profissão cuja demanda
tende a crescer. É o que mostram dados oficiais. O
último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontou que 11,3% da população
brasileira tem mais de 60 anos e, com o aumento da
expectativa de vida, a previsão é de que essa parcela
chegue a 25% do total em 2050.
Em Minas, a Associação de Cuidadores de Idosos
(ACI-MG) ministra cursos, desde 2005, para as pessoas
que queiram se dedicar à profissão. De lá pra cá, cerca de
5 mil pessoas, moradoras de Belo Horizonte e região
metropolitana, concluíram o curso. A carga horária é de
100 horas, entre teoria e prática. De acordo com a
assistentesocialAndréaMariadeCarvalho,aprocurapelo
aperfeiçoamento tem aumentado muito devido à ótima
fase do mercado. “Entre os anos de 1999 e 2002, esses
cursosforamcriados paraatenderostrabalhadoresquejá
atuavam em asilos. Hoje, percebemos que a procura
diversificou. Familiares e pessoas interessadas em
ingressar no mercado de trabalho querem especializar-se,
pois a demanda é muito grande. Isso se deve ao aumento
da expectativa de vida da população brasileira, ao fato de
as famílias hoje serem menores e de a mulher trabalhar
fora, com várias jornadas. Então, podemos dizer que o
cuidador de idosos é uma necessidade social”, garante.
Os profissionais que trabalham cuidando de
idosos esperam, porém, o reconhecimento da
profissão. “Um trabalhador com tamanha
responsabilidade tem que ser valorizado e o
passo inicial para isso é a regulamentação de seu
trabalho. Um dos grandes entraves hoje é a falta
de padronização salarial. Estamos na luta pela
regulamentação”, explica Cláudio Márcio
Nascimento, que trabalha como cuidador há
cinco anos.
Quem quiser seguir essa carreira precisa ter muita
dedicação. Além de dar assistência e acompanhamento
ao idoso, a pessoa deve ter noções básicas de cuidados
preventivos de saúde, prestação de apoio emocional,
administração de medicamentos e outros
procedimentos de saúde, auxílio e acompanhamento
na mobilidade do idoso e na realização de rotinas de
higiene pessoal, ambiental e de nutrição.
Informática*
Quanto ganha
o profissional?
R$ 3.434
Administrador de
banco de dados
R$ 3.831
Analista de
negócios
R$ 3.933
Analista de
implantação
R$ 2.935
Analista de
suporte
R$ 3.406
Analista de
infraestrutura
R$ 3.181
Analista de
testes R$ 3.745
Analista de
sistemas
R$ 4.654
Analista de
software
R$ 2.555
Programador
Esses valores são médias aritméticas ponderadas,
de cada cargo, considerando todas as
informações salariais da carreira júnior, pleno e
sênior. A última atualização de salário da categoria
foi feita no final de 2012.
*Dados do Sindicato das Empresas de Informática
de Minas Gerais (Sindinform-MG)
Plantões de
12 horasMensal (40 horas
semanais)
de R$ 60
a R$ 120
R$ 1,2
mil
Cuidador de idosos
Ecólogos
bolsas/salários que variam de
R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil
Recém-
graduado
R$ 3 mil a R$ 6 mil
Com
mestrado
R$ 4 mil a R$ 10 mil
Com
doutorado
bolsas/salários que variam de
R$ 2,5 mil a R$ 4 mil
Com
especialização
Fonte: Associação
Brasileira de
Ecólogos
Em busca de credibilidade
e autonomia
A necessidade de cuidar do meio ambiente e garantir a
sustentabilidade do planeta faz da ecologia uma profissão de
futuro. E o futuro já chegou. O profissional que estuda o meio
ambiente, os ecossistemas, os recursos naturais e interação
entre natureza e seres vivos é bastante demandado,
principalmente por órgãos públicos. O que explica a procura
por esse perfil de trabalhador, segundo a presidente da
AssociaçãoBrasileiradeEcólogos(ABE),AlessandraRodrigues,
é a crescente preocupação com a área. “Não possuímos um
estudo específico sobre demanda no Brasil, mas quando
precisocontratarprofissionaisperceboqueaprocuraporesses
especialistaséintensa.NasregiõesSuleSudeste,hábuscade
profissionais mais especializados. Já nas regiões Norte e
Nordeste há demanda, porém com salários menos
competitivos”, explica.
A regulamentação da profissão, acredita Alessandra, traria
mais credibilidade e autonomia para a categoria. “Como não
háregistroemconselhodeclasse,nãohácomoexigirumpiso
salarial. Além disso, a existência da regulamentação favorece
efortaleceadivulgaçãoeaaceitaçãodoecólogoemconcursos
públicos, uma vez que, dessa forma, não se pode entrar em
um conselho de classe já existente ou criar um específico. O
Ministério da Educação (MEC) reconhece as universidades,
mas não a regulamentação da profissão”, lamenta.
Outraquestãopreocupante,segundoela,équeosprofissionais
fazem o trabalho, mas não recebem o devido crédito. “Em
muitos casos, os ecólogos realizam os estudos de impacto
ambientaleoutroprofissionalacabaassinando,porestarligado
a um conselho de classe, que só se consolida quando a
profissão é regulamentada”.
Fonte: Associação dos
Cuidadores de Idosos de
Minas Gerais
	 60	Revista MRV 	 Revista MRV	61
Revista MRV	63	 62	Revista MRV
Malas prontasComportamentoon-line
há vagas!
clicou?
Há alguns anos, a opção para quem estava à
procura de um emprego era vestir sua melhor roupa
e bater de porta em porta, deixando o currículo
impresso. Hoje, muitas vezes não é preciso nem sair
de casa, porque diversos sites oferecem
oportunidades e dão dicas para otimizar a procura
	 64	Revista MRV 	 Revista MRV	65
Duas semanas foram suficientes para o
professor de inglês Henrique Carvalho, de 29
anos, receber quatro ofertas de emprego sem sair
de casa e sem gastar nada. Ele se cadastrou em um
portal especializado em profissionais de idiomas.
Por ser uma novidade no mercado on-line, muita
gente ainda não sabe sobre a possibilidade de
disponibilizar os currículos em sites direcionados
que servem de ponte entre os candidatos e as
empresas. E o melhor: é de graça!
Os portais de vagas segmentados surgem como
uma alternativa para a busca de mão de obra
qualificada. Além de exibir oportunidades de
trabalho, eles trazem informações específicas
sobre cada profissão. Muitos deles ainda cobram
para cadastrar o currículo, mas são cada vez mais
comuns os que oferecem a ferramenta
gratuitamente, tanto para os profissionais quanto
para as empresas que querem divulgar suas vagas.
Busca
Entre os sites mais conhecidos estão o Banco
Nacional de Empregos, o Vagas.com, o Guia de
Empregos e o Curriculum – a maioria oferece
também dicas e vagas separadas por área ou por
estado. Todos esses são de graça. A fonte de renda
deles está em oferecer produtos pagos, como
cursos para melhorar o desempenho nas
entrevistas e dar destaque ao currículo on-line.
Os consultores de recursos humanos lembram
que, para que o resultado seja positivo, é preciso
levar a busca por emprego a sério. “A pesquisa pela
internet deve ser encarada como um trabalho,
começando de manhã para passar o dia focado em
procurar uma vaga no mercado e, se possível, até
vestir uma roupa adequada”, explica Leopoldo Lopes,
gerente de Relacionamentos da Reggiani Hunting,
empresa que atua no mercado de consultoria em
RH, especializada em profissionais estratégicos.
Lopes destaca que os portais segmentados por
profissão surgiram como uma boa ferramenta
diante da dificuldade de selecionar profissionais
capacitados, com o perfil adequado à empresa.
“Empregados e empregadores estão aderindo a
esses sites porque são mais direcionados, e
ninguém precisa perder tempo com vagas que não
lhe interessam”, afirma. Segundo ele, os conselhos
de classe costumam divulgar os portais e as vagas
oferecidas na área. “É preciso esperar um tempo
para que esses sites se tornem mais conhecidos no
mercado. Por enquanto, as pessoas devem fazer
| Joana Suarez uma pesquisa direcionada na internet e nos
conselhos para encontrá-los”, opina.
Segmentados
O ProfCerto, por exemplo, é um portal de talentos
para professores e escolas de idiomas. Os
profissionais podem preencher, gratuitamente, um
cadastro e realizar teste escrito e comportamental.
Podem também convidar colegas a postar referências
e postar um vídeo se expressando na língua que
ensinam. As empresas e alunos particulares
selecionam esses professores filtrando por idioma,
região (de todo o país), perfil e experiência.
Após fazer seu cadastro no portal, Henrique
Carvalho aumentou o número de empresas em
que dá aulas em São Paulo. “Para o profissional, é
uma ótima ferramenta porque podemos aceitar e
recusar as propostas, sem ressentimentos. No
início, temos uma certa resistência por ser novo,
mas é muito confiável”, diz.
Também o paulista Tiago Afonso Rafael Tashvn,
de 36 anos, se cadastrou no ProfCerto, e, em
poucos dias, conseguiu uma oportunidade. “Este
tipo de site dá ao profissional de línguas a
oportunidade de ter o seu currículo visto por
escolas de todo o território nacional. A principal
vantagem é ter um site focado e objetivo na oferta
de profissionais que atuam no mercado de ensino
de idiomas”, destaca.
Assim como a ProfCerto, existe também o
About Me, voltado para profissionais da área de
saúde e farmácia (healthcare and cosmetics),
lançado há um ano. “Para os profissionais é de
graça. Já as empresas só pagam se uma vaga
publicada no portal for devidamente preenchida
através do nosso suporte”, explica o diretor de
Operações do About Me, Newton Velloso.
Pré-testes
Alguns portais fazem apenas o recrutamento
segmentado, mas não realizam a triagem do
profissional. No caso do ProfCerto, é possível
verificar o resultado de vários testes executados
pelo candidato no site e selecionar apenas os que
mais interessam. A ferramenta não elimina o papel
do recrutador, que deve fazer a avaliação final.
“Percebemos na Companhia de Idiomas que
gastávamos horas e muito dinheiro com diversas
dinâmicas, aplicando testes escritos, pedagógicos,
comportamentais. Criamos a plataforma ProfCerto
para filtrar os profissionais com poucos cliques,
e conseguimos reduzir esse investimento em
50%”, explica Rosângela de Fátima Souza, sócia-
diretora da Companhia de Idiomas e do site
ProfCerto. As escolas só pagam se quiserem
visualizar os resultados dos testes dos candidatos.
Na rede
Além dos portais de emprego, as redes sociais
também são uma ferramenta muito eficaz na
busca por emprego. O LinkedIn é a mais
importante, por ser voltada para o mercado de
trabalho. Segundo os consultores de RH, um perfil
completo, bem montado e visto na internet
aumenta as chances de conseguir uma recolocação.
No Facebook, ao digitar empregos na busca é
possível encontrar páginas para lugares e classes
específicas como psicologia, moda e tecnologia da
informação. O perfil Vagas, no Twitter, é do grupo
Vagas.com e traz oportunidades em todo o Brasil.
Mas atenção ao que você posta na rede social.
“Sempredigoqueasempresascostumamvasculhartoda
a vida do candidato na internet. Tem que ter muita
cautela com o que você quer que apareça no ambiente
virtual”, avisa Lopes.
Copie e cole
Os especializados
Veja alguns sites que cadastram currículo e oferecem vagas
gratuitamente:
www.vagas.com
www.curriculum.com.br
www.bne.com.br
www.guiadeempregos.com.br
www.profcerto.com.br – Idiomas
www.brasil.infomine.com – Mineração
www.aboutme.com.br – Cosméticos, farmácia e saúde
www.world-architects.com/jobs – Arquitetura
Conecte-se
Dicas para recolocação no mercado de trabalho:
Desemprego não é férias. A procura por uma
vaga deve ser encarada como um trabalho em
tempo integral.
Enquanto procura emprego, uma boa opção é
fazer cursos de qualificação, que pode ser
uma língua ou pós-graduação.
Deixe os seus dados sobre educação/
formação, experiência de trabalho e idiomas
sempre atualizados.
Entre em outras redes sociais. Além do
LinkedIn, do Twitter e do Facebook, há
o Quora e Squidoo.
Siga empresas no Facebook, comunidades de
empregos e da sua área de trabalho.
Invista no networking. Avise a todas as
pessoas da sua rede de relacionamentos
que está procurando emprego; elas
podem ter algum contato a oferecer.
É essencial que as atitudes de um
candidato sejam 100% coerentes
com as palavras escritas nas redes
sociais ou blogs.
	 66	Revista MRV 	 Revista MRV	67
Malas prontasComportamentoespetáculo
sucessos
rede de Longe dos ditames do mercado, músicos e artistas
mostram talento na internet, emplacam sucessos e
ganham apoio dos internautas. Do virtual, deságuam
nos palcos da vida real e conquistam inúmeros fãs
A Galinha Pintadinha caiu no
gosto da criançada e dos pais
por acaso e hoje é uma fonte
de produções variadas, que
engloba muito mais do que as
nostálgicas músicas
Caio Gallucci
	 68	Revista MRV 	 Revista MRV	69
Cem, mil, milhões e pronto. Aumenta-se o
número de acessos a um conteúdo na internet e,
possivelmente, uma nova celebridade surge. A
busca pelos 15 minutos de fama, almejados por
muitos e conquistados por poucos, parece ter
encontrado nas telas dos computadores uma
espécie de democracia do estrelato. É verdade
que a grande maioria é de estrelas cadentes, que
somem quase da mesma forma que aparecem,
mas é fato também que outras ganham
notoriedade e vão além do mundo virtual.
Para o professor da Universidade Católica de
Pernambuco Fernando Fontanella, não há
diferença entre a celebridade na web e em outras
mídias. “É tudo uma questão de estar presente. O
que muda é a construção dessa fama, que não se
controla, e depende da colaboração de outros
que compartilham, comentam, curtem”. Ele
acredita que essa é uma das razões de as pessoas
comemorarem tanto o estrelato na rede,
especialmente quando ele é atingido sem
intenção. “O público acha muito legal,
principalmente, quando a fama é efetivada e os
famosos aparecem em outras mídias, como a TV.
Eles (os famosos) se tornam uma espécie de
símbolo dessa mobilização coletiva”, arremata.
Viradas
A rede, sem dúvidas, possibilita maior
versatilidade para os representantes das mais
diversas artes divulgarem seus trabalhos. Os
tradicionais degraus da fama, tais como o
lançamento de um CD, o alcance a rádios e TVs,
a chegada da popularidade e a consequente venda
do produto, ou da ideia, não precisam estar mais
tão engessados. Exemplo disso é a cadeia
produtiva que envolve o mundo musical poder
virar de ponta-cabeça ao permitir que um vídeo
no YouTube alcance mais de um bilhão
de acessos.
Histórias da carochinha? Não para o rapper
sul-coreano Psy, que foi o primeiro a chegar a
esse número na rede social. Meta alcançada em
dezembro do ano passado com a música “Gagnam
Style”. Lançado em julho de 2012, o vídeo gerou
cerca de US$ 8 milhões para o YouTube, valor
compartilhado com o artista. O aumento da
acessibilidade à internet é um prato cheio para
os aspirantes a estrelas. No Brasil, a quantidade
de pessoas com acesso à internet, no terceiro
trimestre de 2012, era de 94,2 milhões, de
| Ione Maria Nascimento
O Teatro Mágico sobrevive com
shows, vendas de produtos e
compartilhamento gratuito de várias
de suas produções na internet
ArquivoOTeatroMágico
	 70	Revista MRV 	 Revista MRV	71
acordo com o Ibope Media. O número se refere a
crianças e adolescentes (de 2 a 15 anos de idade)
que possuem acesso em domicílios e às pessoas
de 16 anos ou mais com acesso em qualquer
ambiente (domicílios, trabalho, escolas, lan
houses e outros locais).
Os números podem fazer brilhar ainda mais os
olhos de quem almeja a carreira artística. Basta
pensar que 53,5% dos brasileiros com 10 anos ou
mais ainda não possuem acesso à rede, de acordo
com dados divulgados este ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
referentes ao período de 2005 a 2011.
Inesperado
Qual artista nunca sonhou ganhar na loteria
da fama? Foi sem pretensão de divulgação que os
empreendedores Marcos Luporini e Juliano
Prado viram seu projeto explodir na rede. Em
2006, eles postaram o vídeo “Galinha Pintadinha”
no YouTube para evitar os custos com um
motoboy que levaria o DVD a uma reunião com
produtores, na qual eles não estariam presentes.
A dupla buscava parcerias ou financiamentos
para o trabalho deslanchar.
Luporini e Juliano receberam muitos “nãos”
para a proposta e, desanimados, simplesmente
esqueceram o vídeo na rede. Seis meses depois, a
surpresa: o número de visualizações do vídeo
ultrapassava a marca de 500 mil. Era o início da
consolidação do estrondoso sucesso infantil da
“Galinha Pintadinha”. “Na época, a quantidade
de visualizações era considerada altíssima. A
resposta foi bem legal. Foi chegando aos poucos
e encaramos com muita naturalidade. Foi o
público quem elegeu a Galinha Pintadinha”,
enfatiza Luporini.
Em 2008, depois de um milhão de visualizações,
os dois resolveram gravar um DVD com recursos
próprios. Para isso, reuniram 10 artistas de
Campinas. “Era simples, mesmo porque não
tínhamos nem dinheiro para fazer mais
complicado. Não foi nada
planejado, nem o
sucesso, nem o efeito
sobre as crianças”,
assinala o artista,
achando graça
quando as pessoas
imaginam que o DVD
possui mensagens
subliminares ou
qualquer outra
Mystery Guitar Man
O videomaker Joe Penna virou febre no YouTube em 2007. Com seu personagem
Mystery Guitar Man, um verdadeiro homem show, Penna usa e abusa da
sonoridade e técnicas audiovisuais em pequenos vídeos que grava e edita no
próprio apartamento. O brasileiro, que mora nos Estados Unidos há 12 anos, e
antes passava aperto para pagar até o próprio aluguel, tem atualmente trabalhos
em comerciais da Coca-Cola, Guaraná e McDonald’s. No YouTube o Mystery
Guitar Man já tem mais de 300 milhões de visualizações.
Mallu Magalhães
“Tchubaruba” foi uma das canções que fizeram a cantora Mallu Magalhães
virar celebridade na internet. Apaixonada por música desde muito nova, ela
gravou suas primeiras canções em estúdio aos 15 anos por conta própria e
jogou no My Space, na internet. Ela já gravou três CDs. O último, Pitanga, foi
lançado em 2011.
Justin Bieber
O sucesso do cantor Justin Bieber teve um grande empurrão do mundo
virtual. É que o empresário americano Scooter Brau descobriu vídeos do
cantor no YouTube em 2008 e gostou do que viu. Brau se tornou o empresário
do cantor e o jovem talento, agora com 19 anos, se tornou uma grande febre
mundial. Bieber foi a primeira pessoa a alcançar a marca de 40 milhões de
fãs no Twitter, atingida em junho deste ano.
Banda Mais Bonita da Cidade
“Meu amor essa é a última oração / Pra salvar seu coração/ Coração não é tão
simples quanto pensa / Nele cabe o que não cabe na despensa”. Foi com esses
versos que A Banda Mais Bonita da Cidade se tornou sucesso na rede com a
música “Oração”. Formado em 2009, o grupo, que toca MPB e indie rock,
estourou no YouTube, em 2011, com mais de 10 milhões de visualizações. A
banda, que ganhou visibilidade nacional, é formada por Uyara Torrente (vocal),
Rodrigo Lemos (banjolele e guitarrista), Vinicius Nisi (teclado e violão), Diego Plaça
(violão e baixo) e Luis Bourscheidt (percussão e bateria).
	 72	Revista MRV 	 Revista MRV	73
coisa que não seja a própria música e a animação.
O vídeo se transformou em uma marca de resgate
e promoção de canções infantis populares
brasileiras, com mais de 200 produtos licenciados,
entre brinquedos e outros itens infantis.
Variáveis e surpresas
Mas na internet tudo acontece por acaso ou há
uma receita para se alcançar a fama? Fontanella
ressalta que “não é simplesmente por estar na
rede que você vai se tornar famoso. Existem
algumas práticas recorrentes que dão certo. Mas
não há uma fórmula”. Ele lembra que até agências
de publicidade investem nesse mecanismo para
provocar notoriedade, mas nem sempre acertam.
“Muitos anunciantes optam por voltar para a
mídia tradicional ou usar algum tipo de
combinação dela com a internet. Reconhecem
ter mais controle da mídia tradicional. Apesar de
não ser impossível, a campanha feita na rede
possui mais variáveis”, esclarece.
Por ser um ambiente que permite maior
liberdade de criação, achar quem investe na
divulgação de trabalhos na rede virtual é fácil. O
interessante é a projeção de produtos de
qualidade que estariam na gaveta se não fosse a
web. A internet foi uma aliada do vocalista,
compositor e ator do Teatro Mágico, Fernando
Anitelli. Seu pai, Odácio Anitelli, um grande
apoiador do trabalho, foi quem fez a travessura.
Inconformado porque nem gravadoras nem
empresários procuravam o filho, lançou um CD
de Fernando no E-mule, sem contar para ele.
Durante quatro anos, as músicas se
propagaram entre um público fiel e sempre
crescente, motivando o líder do Teatro Mágico a
montar a trupe independente. Formada em 2003,
na cidade de Osasco (SP), ela lançou o primeiro
álbum, Entrada para Raros. A trupe reúne
elementos do circo, teatro, poesia, literatura,
política e, além das composições próprias, o
cancioneiro popular.
Compartilhamento
Até hoje, os artistas envolvidos trabalham pela
acessibilidade das músicas. “Quando colocamos
todas as canções no site para serem baixadas, a
relação com o público passou a ser mais próxima.
Ele entendeu o projeto e passou a acompanhar
muito mais. Compreendeu que eu só era capaz de
existir porque o público compartilhava as
músicas, comprava o CD nos shows e dava cópias
de presente para amigos”, conta Fernando.
Nos shows, o grupo, formado por 10 músicos, três
artistas circenses e algumas participações esporádicas,
fomenta o acesso ao trabalho na web. “Com a internet,
conseguimosretiraroatravessadorculturalqueengordao
preço. Mas não basta jogar o trabalho na rede. Uma coisa
ou outra pode até se tornar um grande sucesso, mas para
que o projeto tenha uma constância é necessário
desenvolver uma relação transparente e honesta com o
público. O trabalho ainda tem que ter personalidade,
inteligência, qualidade, criatividade”, defende o artista.
A trupe comemora o alcance da marca de 6
milhões de downloads feitos e mais de 5 milhões
de transmissões de músicas do primeiro e
segundo CD, nos sites Trama Virtual e Palco
MP3. Por baixos preços, no site (www.
oteatromagico.mus.br), ainda é possível adquirir,
por exemplo, um CD por R$ 5 ou um box com
CD e DVD por R$ 40. O Teatro Mágico continua
sem patrocínio, mas chegou a recusar propostas
de gravadoras. Um dos motivos é que as empresas
não aceitam que as músicas continuem sendo
baixadas gratuitamente na internet.
Você decide
Mas nem só de música vivem os artistas da rede. O
humorista Rafinha Bastos foi um que caiu na graça do
público pela internet. Jornalista, com algumas passagens
pelaTV,elequeriaserjogadordebasqueteerumouparaos
EUA para investir no grande sonho. Para manter contato
comfamíliaeamigos,criouumwebsite.Apáginavirouum
sucesso e, em 2002, de volta ao Brasil, Rafinha Bastos
ganhoufamacomohumoristaapresentandoprogramasna
internetenaTVaberta,ficandoconhecidonacionalmente.
Sorte?Talento?Éointernautaquemdecide.
Com a música
"Gagnam Style", o
rapper sul-coreano
Psy alcançou mais
de um bilhão de
acessos no YouTube
DebbyWong/Shutterstock.com
	 74	Revista MRV 	 Revista MRV	75
Malas prontasComportamentodestaque mrv
na veia
sustentabilidade
Multinacional brasileira
faz história na construção
civil do país ao incorporar
processos de produção
e lançar produtos de
baixo impacto ambiental.
Participante do projeto
Parceiros de Qualidade
da MRV, a Tigre é
exemplo de preocupação
com o futuro do planeta
Do discurso à prática existe um longo caminho. Para se
comprometercomofuturodaspróximasgeraçõeseatender
as exigências do mercado e dos clientes não basta às
empresas parecer sustentável. Mais do que isso, é preciso
rever produtos e serviços, reconfigurar processos de
produçãoeincorporarpráticasnãoapenasambientalmente
corretas, mas incentivadoras do desenvolvimento
socioeconômico. A Tigre, multinacional brasileira líder na
fabricaçãodetubos,conexõeseacessóriosnopaíseumadas
maioresdomundo,entendeuafórmulahátempos.
Referência nos mercados predial, de infraestrutura, de
irrigação e indústria, ela é reconhecida também pelas
iniciativas voltadas à sustentabilidade. “Estratégia,
governança e sustentabilidade são temas que caminham
juntos e representam a forma como a Tigre conduz seus
negócios”, diz o diretor corporativo de Tecnologia e
Qualidade Rogério Kohntopp. Segundo ele, de forma
estratégicaaempresaavaliaosaspectossociaiseambientais
queimpactamosresultadoseconômico-financeiros.
“Adotamos as melhores práticas de governança para
orientar nossas operações e decisões no sentido de
minimizar os riscos e maximizar as oportunidades,
agregando valor à marca, assegurando a continuidade dos
negócios e, ao mesmo tempo, contribuindo para o
desenvolvimentosustentável”,ressaltaKohntopp.
ComolançamentodaGrelhaEcológicaTigre,em2012,
aempresafoiaprimeiradoBrasilausarplásticosustentável
comomatéria-primanaconstruçãocivil.Oselo“EcoTigre”
vemestampadonaembalagemparamostraraoconsumidor
que o produto foi feito de polietileno verde de fonte 100%
renovável – o etanol. Outro benefício desse plástico é
absorverduranteoprocessoprodutivooCO2
daatmosfera,
gáscausadordoefeitoestufa.
Apesar de não ser o primeiro produto sustentável no
portfólio da Tigre, a linha de grelhas traduz a essência da
nova política de sustentabilidade da empresa, reformulada
no início de 2012 e baseada em seis eixos de atuação:
sustentabilidade integrada ao modelo de gestão, linhas de
produtos sustentáveis, construção sustentável,
envolvimento com a sociedade, desenvolvimento humano
e compromisso ambiental. “A sustentabilidade sempre
estevepresentenaTigre,sejanaconduçãodosnegóciosde
forma responsável, ética e transparente, com foco nas
pessoas, seja na inovação para o desenvolvimento de
soluções em tubos e conexões com qualidade e alta
performance. No entanto, para que isso formalmente
fizessepartedarotina,foinecessárioorganizarummodelo
degovernançaedetomadadedecisõesqueincorporassede
forma consciente e sistemática as questões ligadas à
sustentabilidade”,explicaKohntopp.
Com a reformulação, a Tigre implementou também
projetodelogísticareversadosmateriaisdemerchandising
(cartazes, faixas de gôndolas, testeiras e displays de
| Camila Freitas
Tigre mantém diversas
iniciativas em suas unidades
para evitar o desperdício e
reduzir o consumo de
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  • 1. Nº 22 jul/ago 2013 Revista Luan Santana Meteoro sertanejo Homens, cuidem-se Entenda o motivo de eles não irem ao médico Tal qual camaleão Tudo muda o tempo todo no lar de uma blogueira criativa e irreverente MAtCH POINT O tenista Bruno Soares tem tudo para brigar por uma medalha em 2016 Inventores Eles querem provar que suas ideias merecem crédito Entrevista
  • 2. 4 Revista MRV Revista MRV 5
  • 3. 34 SUMÁRIO ACONCHEGO 08 Perfeita transformação Incansável, a blogueira carioca Vivi Visentin faz do seu lar uma metamorfose ambulante para lá de criativa Seções Destaques COMPORTAMENTO 20 Gol de placa Ex-campeão paraolímpico cria entidade que promove a inclusão social por meio do esporte 28 42 08 Rodrigo Castro | Nitro 6 Palavra afinada 7 Recado do leitor 7 Foi assim 18 Bem bacana Objetos que vão fazer a diferença na decoração 74 Destaque MRV A Tigre é um exemplo de sustentabilidade ambiental 77 Chave na mão Seu imóvel antes do prazo combinado 78 Prazer em casa Divirta-se com nossas dicas de bons livros, filmes e discos 80 Lançamentos Aqui você pode encontrar o seu imóvel 82 Meu MRV A felicidade de ter a casa própria Perfil 34 Rumo às Olimpíadas A trajetória do tenista mineiro Bruno Soares, esperança do Brasil para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro Entrevista 46 Ele arrasa! O jovem Luan Santana está com tudo e não esconde a prosa. Ele fala do sucesso, da vida pessoal, das fãs e do seu estilo muito particular cARREIRA 56 Por que não? Algumas profissões requisitadas pelo mercado não possuem legislação que as regulamente ON-LINE 62 Clicou? Há vagas! Portais de vagas especializados facilitam a busca por emprego. Empresas já aderiram à ideia ESPETÁCULO 66 Rede de sucessos Artistas que investiram na divulgação via internet conquistaram fãs internautas e caíram nas graças do mercado Rafael Motta | Nitro Bruno Senna | Nitro Celso Doni | Nitro Érika Tonetti 28 Mentes fervilhantes A dura batalha de quem tem boas ideias, mas precisa de apoio para colocar seu invento no mercado 42 Pura bravata Homens ignoram a prevenção e só vão ao médico quando estão doentes. Será que eles têm medo? 18 6 Revista MRV Revista MRV 7
  • 4. VERSAL recado Do LEITOR FALE COM A REDAÇÃO E-mail: revistamrv@outonocomunicacao.com.br PARA ANUNCIAR Van Petten Negócios em Comunicação Tel: (31) 2516-6480 E-mail:renato@vanpetten.com.br Comercial Outono Editora Tel.: (31) 3309-2420 comercial@outonocomunicacao.com.br Flávia Carvalho flaviacarvalhomrv@r7.com.br Tel.: (21) 8505-5203 | 3471-9647 Fernando Braga: (61) 8112-2228 efficace@efficacedf.com.br Moacyr Silva: (11) 2533-2849 rycaom.contatosp@gmail.com Outono Editora ltda Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes Diretora de Publicações: Roselena Nicolau Av. do Contorno, 6.240 - 3º andar - Savassi | Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3309 2420 www.outonocomunicacao.com.br Expediente A Revista MRV é uma publicação bimestral da Outono Editora Ltda para a MRV Engenharia. Distribuição dirigida e gratuita. CONSELHO EDITORIAL Rubens Menin, Sérgio Lavarini, Simone Maia, Rodrigo Resende, Maria Carmen Lopes, Roselena Nicolau REDAÇÃO Direção editorial: Roselena Nicolau Editora assistente: Fernanda Agostinho Repórteres: Camila Freitas e Ione Maria Nascimento Colaboradores: Flavimar Diniz, Joana Suarez e Síria Caixeta Fotografia: Nitro Imagem | Bruno Senna, Celso Doni, Rafael Motta e Rodrigo Castro Ilustração: Déa Dornas Capa: Bruno Senna Direção gráfica: Érika Tonetti Revisão: Elvira Santos IMPRESSÃO: Ediouro Tiragem 20.000 exemplares | Tiragem física auditada pela PALAVRA AFINADA Rubens Menin Presidente da MRV Engenharia Roselena Nicolau Editora VERSAL Foi Assim Este é um espaço reservado para suas considerações, leitor da Revista MRV. Envie comentários, dê dicas de matérias para as próximas edições. Faça críticas, faça elogios. Escreva para revistamrv@outonocomunicacao.com.br Mande seu recado! MRV inova para você Da redação Abatalhadavida Queavidaérepletadedesafios,ninguémduvida. Nestaedição,fomosatrásde histórias de gente batalhadora, que não desiste e é suficientemente criativa para buscarnovoscaminhos.VejaocasodapublicitáriaViviVisentin.Elaqueriadecorar acasa, pesquisou,pesquisounainternete,dali,extraiumilideiasqueremodelaram olar.Hoje,elamantémopróprioblogquedádicasdedecoraçãodotipofaçavocê mesmo. Na batalha da vida, encontramos um grupo de inventores que enfrenta mileumobstáculos,masnãodesistededarcorpoasuasinvenções. EoquedizerdoAndersonDias,nossocampeãoparaolímpicodeficientevisual que, por causa de uma lesão no joelho, foi obrigado a deixar o futebol para cegos? Ele cursou fisioterapia e fundou uma entidade que promove a inclusão social por meio do esporte. É de emocionar! Outro guerreiro é o tenista Bruno Soares, esperançadoBrasilnasOlimpíadasde2016,patrocinadopelaMRV. Sim, dedicação é o ingrediente essencial também na receita exitosa do ídolo sertanejo Luan Santana. Ele, que começou cedo na carreira e com sucesso meteórico, continua adorado pelos fãs e nos conta como se mantém o mesmo cara de sempre. Luan é superconectado nas redes sociais e entende bem do caminho alternativo para alavancar a carreira. Faz parte de um time dainternetqueconquistainternautasefazumsucessodanadonospalcos,CDs e DVDs. Claro, venceram mais uma batalha. Tudo isso e muito mais você encontra nas nossas páginas. Boaleitura! 200milmoradias Chegar ao número de 200 mil imóveis é uma façanha e coloca a MRV Engenharia entre as maiores construtoras do mundo. A companhia transformou-se em uma indústria , que chega a erguer 200 apartamentos por dia. Para que se possa comparar, a MRV constrói mais apartamentos diariamente do que a grande maioria das montadoras faz carros no país. Mas o trabalho da MRV não se resume apenas à edificação de imóveis. A empresa, presente em 120 cidades de 18 estados brasileiros (mais o Distrito Federal),constróioequivalenteaumacidadedemaisde90milhabitantes/ano. Por isso, investimos em melhorias constantes nas regiões onde atuamos, oferecendoaosnossosclientes,alémdemoradia,qualidadedevida.Revitalizamos praças, parques, vias públicas, construímos postos de saúde, creches, escolas, estações de tratamento de água e de esgoto, entre outros. Uma empresa sustentável tem que mapear, junto aos gestores públicos, quais são as demandas dacomunidadequeestásendoimpactada,paraqueaintervençãogeremelhoria na qualidade de vida de todos. É isso que a MRV está fazendo em todas as localidades onde tem negócios. MRV 21 Recebi a Revista MRV com a capa da Gabi Amarantos e adorei principalmente as novidades. Nuncatinhaouvidofalardaaulade ginástica Kangoo Jumps, que deve ser bem dinâmica e divertida. Outrareportageminteressantefala das dicas sobre as microfranquias. Parabéns! Marcilene Souza Presidente Prudente - SP (por e-mail) Gabi Amarantos Quebacanaaoriginalidadeda cantora Gabi Amarantos. Não conhecia o trabalho desta cantora, mas fiquei com vontade de ouvir sua música porque sua autenticidade é contagiante. Pedro Amaro Betim - MG (por e-mail) Saúde em primeiro lugar Fico indignada quando as pessoas resolvem emagrecerdodiaparaanoite,semnempensar nas consequências para a saúde. Achei a matéria "Combinação perfeita" muito interessante porque fala sobre a ineficácia das dietas milagrosas de forma simples e esclarecedora. Não existe outro caminho, é precisoterconsciênciaemudaroshábitos.Isso leva tempo e paciência, mas dá resultados. A saúde tem que vir em primeiro lugar. Cássia Regina Rio de Janeiro - RJ (por e-mail) Prova de superação Antes do dia da foto, passei um tempo pensando em como seria fazer esta pauta. Por um lado, uma sincera admiração pela capacidade de superação e amor à vida. Por outro, a preocupação de conduzir as coisas da melhor forma possível. Afinal, não é comum registrar pessoas que não têm o sentido da visão e, por isso, uma série de questões práticas diferentes se apresentam a cada momento: não dá pra dizer “vá até ali”, nem “olhe para lá”. Tudo precisa ser comunicado de uma maneira mais completa e eficiente. Para minha boa surpresa, o Anderson e os demais atletas são pessoas que trazem em si uma energia muito positiva. Algo como uma alegria de viver que contagia e inspira de tal modo que as coisas se colocam de maneira natural entre todos. Isso me deixou tranquilo para trabalhar. Fazia um lindo dia, e a UFRJ tem amplos descampados onde podem ser feitas imagens com muita amplitude, muito céu no "quadro". Achei que isso ajudaria a passar uma ideia de liberdade nas fotos, uma vez que só pessoas com uma ampla compreensão da vida podem vencer obstáculos que para muitos de nós talvez fossem intransponíveis. Um dia de sol, um monte de atletas de bom humor e algumas lições de vida. Depoisdefazerasfotos,liberei-osparavoltaremparaotreino.Saídelácontente, por ter trabalhado com pessoas de muito valor, que são prova viva de que todo o serhumanotemodireitodesorrir, perseguirseussonhoseodeverdelutarcom todas as forças para ser feliz. Rodrigo Castro – Repórter fotográfico 8 Revista MRV Revista MRV 9
  • 5. Malas prontasComportamentoaconchego perfeita transformação Criatividade e disposição fazem toda a diferença na hora de decorar o apê. Por isso, aproveite as boas ideias e descubra soluções onde menos se espera Peças de design e achados em brechós e no lixo fazem do apartamento da blogueira Vivi Visentin, na Zona Sul do Rio de Janeiro, um lugar único e especial Fotos:RodrigoCastro|Nitro 10 Revista MRV Revista MRV 11
  • 6. Quem conhece bem a publicitária Vivi Visentin sabe que, se passar mais de uma semana sem visitá-la, vai encontrar uma “nova” casa quando lá voltar. É que a carioca, de 37 anos, nunca se dá por satisfeita. Seu apartamento de 94m2 , no Bairro de Laranjeiras, onde mora com o pai, é também o seu laboratório de experiências. Os móveis mudam de lugar com certa frequência e a novidade pode ficar por conta de um vaso de flores, de um quadro na parede e até vir do lixo – ela sabe como ninguém enxergar potencial onde menos se espera. É bem provável, inclusive, que os ambientes clicados para esta edição não sejam mais os mesmos, afinal, tudo por lá muda o tempo todo e nunca chega a um ponto ideal. “Estamos sempre renovando o guarda- roupa, mudando o cabelo, comprando uma maquiagem nova... Por que com a nossa casa deveria ser diferente?”, questiona. | Camila Freitas Negócio criativo Vivi, que sempre se achou criativa, sentiu-se perdida quando precisou decorar a própria casa. Cheia de dúvidas, recorreu à internet em busca de ajuda e, de tão inspirada, achou que poderia inspirar também. Assim nascia, em 2011, o blog Decorviva! (www.decorviva.com.br), no qual ela posta dicas para fazer do apê um lugar cheio de personalidade, muitas vezes gastando pouco ou quase nada. O projeto cresceu e virou a atuação principal da blogueira, que atualmente faz também consultoria em decoração. Para quem não tem grana para contratar um profissional da área ou não quer a interferência de alguém, o universo dos blogs de decoração é, sem dúvida, uma ótima fonte de boas ideias. Mas Vivi lembra aos entusiastas que querem se aventurar na decoração do próprio lar: eles devem, primeiramente, saber do que gostam, para que a casa não seja um acúmulo de referências de outras pessoas. “Costumo fazer uma brincadeira: peço às pessoas para pensarem a casa como se ela fosse um indivíduo com personalidade. ´Se sua casa fosse uma pessoa qual música ela gostaria de ouvir, para onde ela sairia, qual livro leria?´ Se as respostas convergirem para aquilo que você é, é sinal de que você conseguiu deixar o espaço com a sua cara”, destaca. No blog Decorviva! Vivi divide sua paixão por decoração com mais de 12 mil leitores Na parede, quadros feitos com imagens gratuitas da internet Adornos e pequenos móveis ganharam mais destaque na sala de estar depois que a blogueira se desfez de três sofás 12 Revista MRV Revista MRV 13
  • 7. Redecora Foiassimqueablogueiradecorouopróprioapartamento. Comcriatividadeeempenho,umaatençãoespecialfoidada acadacantinhodacasa.Aatualcomposiçãodasaladeestar Vivi alcançou depois de um desafio de redecoração que durou cinco dias. Duas paredes foram pintadas de cinza paraquebraramonotoniadobrancoeablogueirasedesfez de três sofás para garantir mais circulação ao ambiente. “Eram tantos móveis, e eu queria uma sala mais ampla e arejada. Acabei doando dois sofás, vendi um e economizei aomáximoemtudoparacomprarumnovocomumdesign mais bacana”, explica Vivi, que escolheu o modelo cinza comlinhasretasecapitonêsdaEtna. Afimdeevitarfurosnaparede,umaprateleiraacimado sofá passou a apoiar os quadros, todos feitos com imagens gratuitas baixadas da internet. “É uma solução boa e econômica.BastaumapesquisanoGoogleparaacharfotos lindas e em boa resolução para impressão. Depois é só mandar para uma loja de revelação e colocar em uma moldura”,ensina. Peças resgatadas O rack da TV a blogueira resgatou antes de uma amiga jogar no lixo. Com perninhas novas e baratinhas (R$ 6 cada uma), o móvel ganhou um charme a mais. Ao lado, um armário que era da cozinha passou a ter função de bar. No meio da sala, o que Vivi considera sua melhor aquisição em um brechó: uma mesinha de centro que, depois de uma boa lixada e tinta spray cinza no lado de dentro do vidro, ficou perfeita para integrar novamente um lar. A luminária de chão amarela também foi repaginada peladonadacasaetrouxealegriaparaasala.Aoinvésdeir paraolixo,apeça,quejáestavabemvelhinha,recebeutinta spray e uma cúpula nova. “Antes de descartar qualquer móvelouadorno,olhepraelecomcarinhoeimagine-ocom outra roupagem. Tudo pode ficar lindo de novo com um bombanhodetinta”,sugereVivi. Sonho de consumo da blogueira, a cadeira Panton na cor vermelha é um dos destaques da sala. Desenhada há mais de 50 anos e com um design inusitado, a peça foi personalizada com adesivo amarelo no formato de coração. “Sempre tento dar o meu toque nas coisas. A cadeira pode ser nova, mas se acho que ela poderia ser melhor, dou o meu jeito: colo um adesivo, pinto de outra cor. A Panton ainda não está exatamente como eu queria, mas chego lá”, aposta. Direto do lixo Na lixeira do prédio, no entulho da obra do vizinho, na caçamba da esquina. Lugares improváveis que, para Vivi, escondem tesouros, como o galão cinza que faz as vezes de mesinha de canto ao lado da cadeira Panton. “Alguns amigos questionam por que o lixo deles não é igual ao meu. Mas é com observação e olhar curioso que a gente acaba encontrando esses achados”, revela a blogueira. Do lixo Vivi levou para casa também um painel de um fotógrafo – uma espécie de fundo infinito, dégradé do preto para o branco – que agora está embaixo do vidro da mesa do home office. A luminária de teto branca ganhou um up depois que recebeu tinta spray verde-água na parte de dentro. Já o armário branco recebeu Con-tact Escreve e Apaga do lado de fora das portas e virou um mural onde Vivi lista os afazeres do dia a dia. Pés novos e um banho de tinta deixaram, respectivamente, o rack da TV e a luminária de chão mais modernos O painel que confere um efeito dégradé à base da mesa de trabalho da blogueira foi resgatado do lixo O papel Con-tact Escreve e Apaga aplicado no armário serve para anotar lembretes e recados 14 Revista MRV Revista MRV 15
  • 8. Adesivo adorado Na cozinha, o mosaico de adesivos aplicado em uma das paredes deu um ar mais descolado ao ambiente. O armário que era na cor creme foi pintado com tinta epóxi vermelha e ganhou novos puxadores de aço escovado que arremataram a renovação. Pisca- piscas fizeram de uma jarra de suco no formato de abacaxi uma luminária. A peça inusitada divide espaço na prateleira de MDF com uma caixinha encontrada no lixo e que virou porta-temperos. No apê da blogueira, nem a área de serviços foi esquecida. Com adesivo Cont-tact na máquina de lavar e na parede, a lavanderia ficou com carinha retrô. “O adesivo Con-tact é um dos materiais mais versáteis nas transformações econômicas do lar. Com apenas um rolinho é possível renovar um móvel ou até um ambiente inteiro”, destaca. No banheiro foram os adesivos vinílicos na cor azul que levantaram o astral do ambiente. Recortados pela própria Vivi, eles deram um aspecto de cobogós ao box de vidro. Organizados nas prateleiras de MDF, os utensílios da cozinha ficam sempre à mão Na lavanderia quem reina é o Con-tact, que trouxe mais vida à máquina de lavar e à parede A parede da cozinha ficou mais descolada com o mosaico de adesivos. Os armários vermelhos dão o toque especial ao ambiente Recortes em adesivos vinílicos deram um aspecto de cobogós ao box de vidro A peça da Infinita Design, que serve de cabideiro, deixa o banheiro mais divertido 16 Revista MRV Revista MRV 17
  • 9. Recanto As cores, que nem sempre frequentam os quartos com tanta liberdade, são o destaque do cômodo de descanso da blogueira. Vivi elegeu o roxo para a parede atrás da cama, invertendo a lógica da sala, onde as paredes neutras contrastam com os móveis e adornos coloridos. A cor vibrante realça a cama e os acessórios brancos e acolhe sem conflito o enxoval multicolorido. Com o criado-mudo da esquerda, comprado em um brechó, Vivi prova mais uma vez que vale a pena garimpar em lojas de móveis usados. Com tinta epóxi vermelha – a mesma do armário da cozinha – ela garantiu o seu toque pessoal à mobília. Do outro lado da cama, mais uma criação da publicitária: criado-mudo à base de tampo de carretel de fio pintado de branco e detalhes em azul e pés palito encomendados pela dona da casa. No quarto, a cama e os adornos na cor branca suavizam o roxo da parede O criado-mudo, comprado em um brechó, foi renovado com tinta vermelha époxi 18 Revista MRV Revista MRV 19
  • 10. faz toda a diferença Porta-graça Já imaginou ter fotos com seus amigos na traseira de uma Kombi? E bem na lente de uma máquina fotográfica retrô? Basta tirar fotos especialmente para esses dois porta-retratos da Imaginarium. O resultado é um toque de fun design e de diversão em sua casa. O primeiro adapta fotos de 13cm x 18cm e o segundo de 10cm x 15 cm. Os dois são de plástico e custam R$ 69,90 pelo site da loja: www.imaginarium.com.br. Criatividade em papel Na tradicional arte japonesa de fazer origamis, basta a habilidade de dobrar o papel. Para fazer marcadores de livro (5cm de largura e 20cm de altura) e quadrinhos de parede (10cm de altura e 40 de altura), o artesão de Belo Horizonte, Célio Marinho Costa, adiciona à técnica uma boa dose de criatividade e carinho. São gueixas e samurais que encantam pelo colorido e riqueza de detalhes. “O mais trabalhoso é chegar à combinação de cores ideal”, revela o artista, que após dez anos de dobraduras, leva apenas 50 minutos para fazer cada uma das peças. Com papel próprio para origamis, Célio também faz belos móbiles de tsurus – o pássaro símbolo da cultura oriental. Os marcadores custam a partir de R$ 9 e os quadros de R$ 20. O preço dos móbiles é sob consulta. Para fazer o pedido entre em contato pelo e-mail celio@minastc.com.br ou pelos telefones (31) 3287-3910 e (31) 86123578. Água na boca Essa moringa é tão fofa que fica difícil se esquecer de beber aqueles dois litros de água recomendados por dia. De porcelana e com copo de vidro, tem capacidade para 1 litro de água, fica perfeita no criado mudo ao lado da cama ou na mesa do trabalho, onde possivelmente vai causar inveja nos colegas. Na Collector 55 (www. collector55.com.br) sai por R$ 118. Se ter ou não ter é a questão, a resposta é ´sim` quando se trata de adornos que vão dar a sua casa um charme todo especial. Veja a seleção de objetos muito legais que fizemos para você ArquivoImaginarium ArquivoCollector55 bem bacana ArquivoRosaMundo Arquivo Tok & Stok ÉrikaTonetti Adega No inverno, nada como receber seus convidados com um delicioso vinho para aquecer a alma. Deixe os olhos pedirem uma taça com a charmosa disposição das garrafas nessa diferente adega em forma de flor. Na Tok & Stok (www. tokstok.com.br ) de Belo Horizonte por R$ 75. Preço de junho. Arte no peso Decoração é sinônimo de detalhe. Por isso, não retire a fluidez de seus cômodos só para a sua porta parar de bater. Insira arte e faça de um peso de porta algo completamente necessário com esse Charlie Chaplin, que sai por R$ 39,90. Feito de tecido e com preenchimento de areia, as medidas aproximadas em centímetro são 8 de largura, 22 de altura e 5 de comprimento. Deixe a imaginação voar com outras opções pelo site da Rosa Mundo (www.rosamundo.com.br). 20 Revista MRV Revista MRV 21
  • 11. Malas prontasComportamentocomportamento golde placa Se o futebol está no sangue do brasileiro, os atletas cegos desse esporte podem, mais do que todos, comprovar: é preciso garra e muito fôlego para ativar todos os variados sentidos da vida. É o que demonstra a Urece, entidade que trabalha na inserção social de deficientes visuais por meio do esporte Campeão paraolímpico, o atleta e fisioterapeuta Anderson Dias (com a bola na mão) é um dos fundadores da Urece Fotos: Rodrigo Castro | Nitro 22 Revista MRV Revista MRV 23
  • 12. Orientados pelo barulho do chocalho, eles correm em direção ao gol. Em tempos de Copa do Mundo, jogadores cegos mostram que o futebol está mesmo no sangue do brasileiro. A equipe de atletas da Urece Esporte e Cultura, noRiodeJaneiro,éumexemplodapaixãosemlimitespela bola.Aassociação,semfinslucrativos,élideradaporpessoas que não medem obstáculos para fazer do futebol um instrumento de conquista e de inclusão social. Um dos fundadores e presidente da Urece, Anderson Dias, de 32 anos, foi medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Atenas (2004)ejáconquistoudoistítulosmundiais. Adeficiênciavisualnuncafoiumimpedimentoparaque Dias se tornasse um jogador cheio de vitórias pessoais e profissionais. O impossível, diz ele, é apenas uma questão de percepção do lugar que ocupa. “Se você mudar de posição ou subir mais alto, vai ver outras possibilidades”. NascidoecriadoemBelfordRoxo,naBaixadaFluminense, eleficoucegoaos3anos,apósumerromédico. Preparação Quando criança, sua frustração era não poder participar das peladas com os colegas. Mas sua ousadia o fazia jogar com eles, mesmo sendo o | Joana Suarez Anderson Dias: "As pessoas ainda têm preconceito e acham que somos limitados. Eu só sou cego! Isso não é tudo. Não me impede de crescer" A bola de guizo e a venda oftalmológica são alguns dos recursos que permitem aos deficientes visuais a prática do esporte 24 Revista MRV Revista MRV 25
  • 13. único cego. Anos depois, no Instituto Benjamin Constant, escola especializada para deficientes visuais, Dias teve acesso às maneiras adaptadas de jogar futebol. Seus primeiros passos não foram exatamente com a redonda, mas com uma garrafa de refrigerante cheia de pedrinhas para fazer barulho. Em 1993, Dias foi um dos primeiros alunos a treinar oficialmente na escola com a bola de guizo (de ferros), a venda oftalmológica e outros recursos que transformaram sua vida e lhe permitiram mudar o destino de outros deficientes da Urece, anos depois. A partir do seu primeiro campeonato, em 1994, Dias rodou o Brasil, estreou na seleção brasileira aos 20 anos e disputou mais de 50 jogos com a camisa verde-amarela, entre 2000 e 2010. “Ninguém acreditava que eu ia conseguir, porque eu tinha que me deslocar mais de 80 quilômetros todos os dias para treinar, era muito pobre e o único cego da família”, lembra. Quando ele estava prestes a deslanchar na carreira internacional, enfrentou mais um desafio ao romper o ligamento de um joelho, obrigando-o a ficar três anos longe das quadras. “Isso me impediu de participar de duas Paraolimpíadas. Foi a maior decepção da minha vida. Todos acharam que dessa vez eu desistiria”, recorda. Oportunidades Mas para quem estava acostumado com dificuldades, a grave lesão não o desanimou, era só mais um obstáculo a vencer. Dias foi mais longe, fez o curso superior de fisioterapia e, em 2005, fundou a Urece ao lado de outros companheiros de time, inclusive treinadores. À frente da entidade,eledesenvolveuprojetosesportivos,culturaisede acessibilidade, além de ajudar os companheiros a preveniremecuraremlesõesmusculares. Na Urece, mais de 100 atletas já foram atendidos nas modalidades feminina e masculina de futebol para cegos, natação, remo e atletismo. Cerca de 20 deles partiram para seleções nacionais. “Não tem preço ver outros deficientes tendo a oportunidade de inserção na sociedade por meio do esporte, inclusive pessoas mais velhas e pobres, que não tinham expectativa de vida. Muitos outros, porém, ainda estão trancados em casa. Quero fazer mais”, diz Dias. Seu próximo passo é aumentar o número de atletas da Urece, criar um polo esportivo em Belford Roxo e ser campeão nas Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. MasDiassabequeojogonuncaestáganhoeaindaexistem mais barreiras a ultrapassar. “As pessoas ainda têm preconceito e acham que somos limitados. Eu só sou cego! Issonãoétudo.Nãomeimpededecrescer”,assinala. Os jogadores de ataque são orientados por um guia, posicionado atrás do gol do adversário Para que os atletas identifiquem a bola, o futebol de cegos deve ser praticado em local fechado 26 Revista MRV Revista MRV 27
  • 14. Na raça e na vontade Bola rolando Praticado em mais de 30 países, o futebol de cegos tem como base o futebol de salão – precisa de um local fechado para que os atletas escutem a bola – e é jogado com quatro jogadores na linha e um goleiro que enxerga. Um guia (chamador), posicionado atrás do gol adversário, orienta os jogadores de ataque de sua equipe. Ao longo dos anos, foram surgindo várias adaptações no esporte conhecido hoje como futebol de 5 (five- a-side football), que estreou nas Paraolimpíadas de Atenas, em 2004. Acredita-se que a prática teve início na década de 1920, a partir do improviso com bolas de sacolas plásticas. A Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) é responsável pela organização e realização de torneios entre clubes. A palavra Urece não é uma sigla, mas um nome próprio, que surgiu entre os atletas como sinônimo de raça e vontade. É com essa garra que a associação se orgulha de ser pioneira no futebol para mulheres cegas. Com apenas quatro meses de formação da primeira equipe, elas foram campeãs, em 2009, na Alemanha. A madrinha da turma é a jogadora Marta, eleita a melhor do mundo cinco vezes no futebol feminino tradicional. A Urece se mantém sem nenhuma ajuda governamental, mas conta com uma importante contribuição da campanha Torcedor de Primeira. Por meio de doações mensais, pessoas físicas e jurídicas podem ajudar a comprar uniformes, materiais, passagens para competições e demais atividades. Basta preencher a ficha de cadastro no site www.urece.org.br para receber o boleto bancário. O valor mensal é a partir de R$ 25. Mais de 100 atletas de futebol, natação e atletismo já foram beneficiados pela Urece 28 Revista MRV
  • 15. Malas prontasComportamentocomportamento mentes fervilhantes Vida de inventor não é nada fácil, mas dá uma enorme satisfação ver o produto competindo no mercado. Para isso é preciso encarar algumas dificuldades, que incluem validar a ideia e conseguir um investidor A empresária paulista Mônica Pisano está na lista de brasileiros que apostaram em suas ideias. Ela inventou um engate para registros que controla o fluxo da água Fotos: Celso Doni | Nitro 30 Revista MRV Revista MRV 31
  • 16. Suponhamos que você, em uma manhã qualquer, toma umcaféemumabelaxícaradeporcelana,enquantolêesta revista. Aí o telefone toca e, só por alguns instantes, você interrompealeitura.Umarevista,umtelefone,aporcelana... Não há nada em comum entre esses três objetos, exceto o fatodeque,emalgummomentodahistóriadahumanidade, alguémteveaideiabrilhantedecriá-los,nãosempesquisas, empenhoe,provavelmente,testesquenãoderamcerto,até que a iniciativa se transformasse em um produto sem nem imaginarmosdeondeveio. A verdade é que a tecnologia e, com ela, as invenções foramtransformandonossasvidas.Ehádiversosbrasileiros que figuram nas listas dos maiores inventores do mundo. SantosDumonté,semdúvida,omaisfamoso,porencurtar distâncias com seu dirigível e o avião e por deixar-nos por dentro do horário em qualquer lugar que estivermos, ao popularizarorelógiodepulso.Outrosprodutosqueusamos diariamente também nasceram de ideias de brasileiros. O copo “lagoinha” (aquele com listras verticais, canelado) foi inventado pelo designer Nadir Figueiredo, em 1947; o escorredordearrozpeladentistaTherezinhaZorowich,em 1959; com a paternidade polêmica, mas por fim desenvolvida por uma equipe de engenheiros, as urnas eletrônicas, no fim da década de 1980, mudaram a rotina daseleiçõesnoBrasilefazemsucessoemoutrospaíses. Regras Mas, afinal de contas, o que pode ser considerado um invento? Qualquer pessoa com uma ideia incrível pode produzir um protótipo e tentar uma patente? De acordo com Daniela Mazzei, gerente e técnica em patentes da Associação Nacional dos Inventores (ANI), qualquer produtonovo,ouqualqueraperfeiçoamentodeumproduto jáexistente,podeserconsideradoumainvenção.Eladestaca trêsrequisitosquedevemserseguidospelosinventorespara determinar se há possibilidade de o invento receber uma patente: inovação, ineditismo e possibilidade de produção emlargaescala. Desde 1992, a ANI auxilia os inventores nos campos de criação, aperfeiçoamento e produção dos inventos. Daniela lembra que Carlos Mazzei, fundador da entidade, trabalhava com inventos e percebeu a grande falta de informação na área, um empecilho especialmente para os pequenos empresários e inventores independentes. Oprocessopararequererumapatenteébemsimples.O primeiropassoéverificarsenãoháalgumprodutoigualno mercado. Depois, preparar a documentação técnica, que explica as funcionalidades e o design de cada invenção. Os documentos devem estar de acordo com as normas do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) – | Flavimar Diniz órgão responsável pelo registro de patentes no Brasil. Se a patenteforoutorgada,eladura20anos. “Recebemospordiacinconovosinventores,emmédia, à procura de orientação”, explica Daniela, apontando as áreas de sustentabilidade, construção civil e medicina como as que concentram o maior número de novos projetos, além de produtos que oferecem praticidade. A RegiãoSudesteéaquetemmaisinventores,especialmente de São Paulo e do Rio de Janeiro. Êxitos AempresáriaMônicaNardiPisano,donadeumalojade materiais de construção em São Paulo, cansou de ouvir reclamaçõesdeclientesemrelaçãoaosestragosprovocados pelapressãodaáguanastorneirasdecasa.“Tiveumcliente queteveoapartamentoinundado,etambémodevizinhos, poressemotivo”,lembra.Foiquandoelateveaideiadecriar um engate para registros que controla o fluxo de água, interrompendo-o total ou parcialmente. O processo de desenvolvimento do produto durou três anos. “Fizemos muitos testes antes do lançamento no mercado”, afirma. Agora, a peça é fabricada em grande escala e se tornou exemplodecriatividadeapartirdanecessidade. Também teve final feliz a criação da barra para exercícios físicos desenvolvida pelo engenheiro mecânico gaúchoRicardoPongiluppi.Fixadanaporta,elaapresenta sistema diferente das então encontradas no mercado, possibilitando maior variação de exercícios. A ideia nasceu de uma necessidade pessoal: “Eu tinha uma barra que estragava o marco da porta, escorregava, pois não fixava direito, além de limitar diversos exercícios e ser de difícil fixação e remoção”, lembra. Para chegar ao produto patenteado, Ricardo pesquisou modelosnainterneteencontroupeçasemsitesamericanos que foram adaptadas. Elaborou o desenho, fez os cálculos necessários e, em apenas um mês, finalizou a primeira barra. “Minha maior dificuldade foi criar um design multifuncional e de fácil produção”, ressalta. Ele não encontrouumagrandeempresaqueinvestissenoproduto, mas ainda assim comercializa o invento, já que a produção é simples, com peças encomendadas de acordo com as especificidades do cliente. São vendidas cinco barras por mês,emmédia,pelainternet. “Aspessoasquecompramsempresesurpreendemcom a sua qualidade e resistência. Recebo muitos elogios”, orgulha-se Ricardo, que, ainda estudante, tentou dar vida a umoutroprojeto:odeconstruçãoderampasdeacessopara veículos que transformam o movimento do carro em energia elétrica. Foram muitas as palavras desmotivadoras, de professores e colegas. “Meu maior problema foi convencer os professores de que era possível fazer algo diferente. Percebi que existe muita resistência quando alguémquermudarumparadigma”,afirma. Três anos foi o tempo necessário para desenvolver o produto idealizado por Mônica. A peça já é fabricada em larga escala 32 Revista MRV Revista MRV 33
  • 17. Dificuldades “Já bati em várias portas, meu produto é genial, quem usou adorou, mas é muito difícil colocá-lo no mercado”, afirma o paulista Maurício Figueiredo sobre a falta de interesse das empresas em investir na sua invenção – um pregador de plástico usado para pendurar tênis e sapatos no varal, depois de lavados, que diminui o acúmulo de água no interior do calçado. Maurício enfrentava dificuldades sempre que precisava lavar e secar no varal uma bota pesada. Ele tentava deixá-la inclinada, mas o tempo todo era preciso retirar a água que ficava empoçada no fundo do solado. “Foi aí que tive a ideia de um dispositivo que deixa a bota com o solado para cima e aí nasceu o prendedor para tênis”, diverte-se. Mas o caminho entre a ideia e o produto final não foi fácil. Até ver o invento pronto foram cerca de sete anos, entre pesquisas de material, de formato e de execução. “Fiquei noites sem dormir pensando na forma certa de deixar o produto de acordo com a necessidade”, diz o inventor. O paulista Carlos Ramos passou oito anos realizando pesquisas e muitos testes malsucedidos até chegar à versão final de um higienizador de capacetes, que funciona eliminando fungos, ácaros e bactérias da espuma que reveste o equipamento de segurança. O capacete é inserido em uma cabine e higienizado com um bactericida liberado, em forma de fumaça, por meio de ar comprimido. O processo de limpeza dura 20 minutos. Carlos acredita que, além de um investidor, falta ao negócio maior conscientização dos usuários para os problemas causados pela sujeira no capacete. “O capacete protege, mas também pode matar por alguma bactéria fatal que por ventura fique alojada nele”, explica. A trajetória de Maurício e Carlos em busca de um lugar ao sol nesse mundo das boas ideias deixa uma lição: para quem quer se tornar um inventor, a perseverança é qualidade imprescindível. Ah! Lembra-se da xícara de porcelana, a revista e o telefone do início deste texto? Pois bem, a invenção da porcelana é atribuída aos chineses e ela existe há mais tempo que possamos imaginar. A revista está em nossas mãos porque, na primeira metade de 1450, o alemão Johannes Gutenberg inventou a prensa mecânica (até então os livros eram copiados à mão), dando origem à tipografia. Muitos acreditam que o inventor do telefone é o escocês Graham Bell, mas, em 2002, o Congresso americano reconheceu que a paternidade desse item indispensável nos dias atuais é do italiano Antonio Meucci, colocando fim num impasse que durava décadas. Inventolândia Professor Pardal Em 1996, diante de tantos projetos apresentados à ANI, Carlos Mazzeidecidiucriarumespaçoondeasinvençõespudessemser apresentadas ao público. Assim, foi criado, em São Paulo, o Museu das Invenções, chamado de “Inventolândia”, único do gênero na América Latina. Com acervo de aproximadamente 500peças,omuseureúneinventoscuriosos,tantodebrasileiros quanto de feiras e exposições em outros países. O espaço é aberto a visitantes, que têm a oportunidade de interagir com algumas das peças. Inventolândia: Rua Dr. Homem de Mello, 1.109, Perdizes, São Paulo. Visitas podem ser agendadas pelo telefone (11) 3670-3411, ou pelo e-mail museu@inventores.com.br. Tem uma ideia incrível e não sabe como desenvolvê-la? Nossos entrevistados deram dicas fundamentais para começar um projeto: Analise a praticidade do produto veja se ele trará economia para o consumidor atente para a facilidade de uso ou instalação valorize a comodidade no uso preze pela segurança de quem vai utilizá-lo sempre procure agregar vantagens para o consumidor O paulista Maurício Figueiredo inventou um pregador de plástico usado para pendurar calçados no varal depois de lavados Maurício Figueiredo: "Fiquei noites sem dormir pensando na forma certa de deixar o produto de acordo com a necessidade" 34 Revista MRV Revista MRV 35
  • 18. Malas prontasComportamentoperfil rumo às olimpíadas Um dos grandes nomes do tênis brasileiro na atualidade e esperança do país nas Olimpíadas de 2016, o mineiro Bruno Soares se orgulha de sua ótima fase e está seguro das muitas chances de conquistas no circuito mundial. Com patrocínio da MRV, ele diz ter a tranquilidade que o atleta precisa para focar na carreira RafaelMotta|Nitro Revista MRV 37 36 Revista MRV
  • 19. Quem passa pela rua e vê a discreta placa indicando a academia não imagina que ali treina, todos os dias em que está em Belo Horizonte, um dos grandes nomes do tênis no Brasil. O mineiro Bruno Soares, de 31 anos, encontra por lá – um lugar calmo e privilegiado pela paisagem – a concentração tão necessária a um esporte no qual o silêncio dos torcedores contrasta com os clássicos grunhidos e gemidos dos atletas nas quadras. Quando começou a ter intimidade com a bolinha, aos 5 anos, ninguém, e muito menos ele, poderia prever que Bruno estaria, anos mais tarde, na pequena lista de brasileiros a levantar um troféu de Grand Slam, como é chamado o conjunto dos quatro torneios de tênis mais importantes do circuito mundial, em termos de tradição, valor dos prêmios em dinheiro, pontos no ranking e de atenção do público – Roland Garros (França), Wimbledom (Inglaterra), US Open (EUA) e Australian Open (Austrália). Briga pelo título O gosto de Bruno pelas quadras veio de pequeno. Ainda que a raquete fosse grande demais para uma criança de 5 anos, jogar a bolinha de tênis contra o paredão, no clube onde seus pais praticavam o esporte nos finais de semana, estava entre as suas atividades favoritas. Mas as aulas também começaram cedo, aos 7 anos. A partir daí, ele não parou mais, só aumentando, a cada ano, seu empenho e dedicação ao esporte. Ele foi recompensado: ao lado da russa Ekaterina Makarova, o tenista mineiro foi campeão de duplas mistas no US Open de 2012, acabando com o jejum brasileiro de 11 anos, desde o tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland Garros, em 2001. Com o feito, Bruno se consagrou com o maior título de sua carreira: “Um Grand Slam é mais que uma conquista. É o sonho de qualquer tenista. Desde pequeno, quando você começa a jogar e ouve falar do campeonato, você pensa: 'Nossa! Um dia quero estar lá'. E quando a hora chega e você recebe o troféu, é realmente muito especial”, descreve. O triunfo, no entanto, não foi surpresa: “Desde 2009, quando me firmei como um jogador de elite, entro em todo torneio para brigar pelo título. Sempre acreditei e soube que tinha condição de conquistar um torneio como esse”, conta. | Camila Freitas Patrocínio garante estrutura Para deslanchar a carreira, Bruno Soares sempre contou com o apoio dos pais. Era a mãe que se desdobrava para convencer os diretores a deixar o filho fazer a segunda chamada das provas que foram perdidas enquanto ele viajava para disputar os torneios juvenis. Aos 10 anos, o mineiro precisou optar entre as aulas de tênis e as de futebol de salão. Não teve dúvidas em seguir o esporte que não é a paixão nacional, mas vem conquistando fãs pelo país. Os feitos de Gustavo Kuerten em 2001 aumentaram a popularidade do tênis no Brasil. Com a chegada dos canais de televisão a cabo, as partidas passaram a ser transmitidas regularmente, o que também contribuiu para o crescimento do público espectador. Ainda assim, o esporte é considerado de elite. Faltam espaços que não sejam particulares para a prática do tênis no país, além de investimento e incentivo para novos atletas. Para os profissionais, como Bruno, um dos desafios é a conquista de patrocínio, tão fundamental à carreira de um tenista, como ele mesmo explica: “Diferente de um esporte coletivo, em que o jogador é custeado pelo time ou entidade, no tênis é o tenista que contrata toda a sua equipe e arca com todas as despesas. O patrocínio é, portanto, a possibilidade de o atleta ter uma estrutura melhor e, consequentemente, melhores resultados”. No início de 2013, o tenista mineiro passou a contar com o patrocínio da MRV, que desde os anos de 1990 investe no esporte, apoiando equipes de vôlei, basquete, futebol e Fórmula 1. Bruno foi escolhido pela construtora por ter o perfil do cliente MRV: é jovem, está em busca de uma carreira de sucesso e quer realizar seus sonhos. Para o esportista mineiro, o incentivo é fundamental para a sua tranquilidade em quadra. “Com o apoio da MRV tenho condições de manter a qualidade dos treinos, sem me preocupar se a estrutura necessária ao meu bom desempenho (como ter preparador físico, fisioterapeuta e treinador) vai permanecer no mês seguinte”. Firmada em 2012, a parceria entre Bruno e o austríaco Alexander Peya tem rendido bons resultados para a dupla ArquivoBrunoSoares 38 Revista MRV Revista MRV 39
  • 20. Fase de ouro Bruno Soares O ano de 2013 promete ser a melhor temporada na carreira de Bruno Soares, eleito Melhor Atleta do Tênis do país em 2012 pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) AcervoCentrodeMemória MinasTênisClube Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube Acervo Centro de Memória Minas Tênis Clube ArquivoBrunoSoares De quebra, Bruno e Alex, como o mineiro chama o austríaco, se consolidaram na 2ª colocação entre as parcerias de melhor desempenho na temporada. Eles aparecem atrás apenas dos gêmeos norte-americanos Bob e Mike Bryan, atual dupla número 1 do mundo Com a atuação em Roland Garros, Bruno entrou pela primeira vez no top 10 no ranking de duplistas da ATP, baseado na soma da pontuação dos tenistas em cada competição. Melhor colocação da carreira, o 6º lugar transforma Bruno no segundo duplista da história do Brasil, atrás apenas de Cássio Motta, e empatado com Carlos Kirmayr, respectivamente 4° e 6° lugares nos anos de 1980. O 2º brasileiro mais bem colocado no ranking é o também mineiro Marcelo Melo, que aparece no 19º posto Em janeiro, o tenista conquistou o ATP 250 de Auckland, ao lado do escocês Colin Fleming. No mês seguinte se tornou tricampeão seguido do ATP 250 de São Paulo ao lado do austríaco Alexander Peya AcervoCentrodeMemóriaMinasTênis Clube A parceria, firmada em julho de 2012, tem rendido bons resultados para a dupla. Juntos, Soares e Peya faturaram também o ATP 500 de Barcelona (abril), chegaram à final do Masters 1.000 de Madri (maio) e à semifinal de Roland Garros (junho) 40 Revista MRV Revista MRV 41
  • 21. Empenho OtreinadordeBruno,RobertoMoraes,explicaosucesso com o olhar técnico: “Bruno tem nos golpes de fundo e de direitaenasdevoluçõesdesaqueosseustrunfosnaquadra”. Treinarduro,comodefineocampeão,éachaveparaqueos resultados sejam alcançados. E fica aí a dica para os jovens tenistas: “Não há como cortar caminho. São horas de dedicação na quadra e várias coisas para abrir mão”, afirma Bruno,que passa,emmédia,nadamenosquenovemeses do ano viajando para representar o Brasil em cerca de 30 torneiosmundiais. Quandonãoestánaponteaérea,estáemBeloHorizonte em uma rotina de treinos intensa. São aproximadamente seis horas diárias entre as práticas de tênis e a preparação física – que envolve musculação, exercícios aeróbicos, trabalho de equilíbrio, reforço dos membros superiores e movimentosdeiogaepilates,umarotinaessencialparaque o tenista suporte o tempo de uma partida que pode se estender por horas. “Até três horas o corpo aguenta bem. Depois, começa a apitar um pouquinho e aí é necessário ir dosando. A essa altura, no entanto, o nível de adrenalina é tão grande que o corpo sempre encontra um gás a mais”, explicaotenista. Foi o que aconteceu com ele e o também tenista mineiro Marcelo Melo nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012. Com uma vitória histórica contra os checos Tomas Berdych e Radek Stepanek, eles protagonizaram uma das partidas mais longas das Olimpíadas: 4h21. Os brasileiros chegaram às quartas de final e deixaram a capital inglesa com a melhor campanha de uma dupla do Brasil em Jogos Olímpicos. “É uma grande honra representar o país nas Olímpiadas. É um evento muito especial, completamente diferente do nosso dia a dia, em que temos a possibilidade de conviver com o que há de melhor em todos os esportes. Batemos na trave na disputa por medalha, mas estamos de olho no Rio 2016. Eu e Marcelo estamos crescendo bastante. Nosso auge vai ser em 2015, 2016 e uma medalha em casa seria top”, planeja Bruno. Superação Com destaque no Brasil e na América do Sul durante o período em que disputou circuitos juvenis, Bruno sempre teve clara a vontade de jogar profissionalmente. O sonho virou realidade em 2001, quando ele começou a disputar nas modalidades simples e de duplas. Quatro anos mais tarde, uma lesão em um joelho o afastou das quadras por dois anos, marcando a fase mais difícil de sua carreira: “A inflamação no trato tibial insistia em não melhorar. Nunca deixei o tratamento e de acreditar que um dia eu voltaria, mas abri uma academia em BH como um plano B para a minha vida, caso não conseguisse me recuperar. Depois da cirurgia, quando vi que o tratamento começou a engrenar, larguei tudo e voltei com força total”, relembra. Com o retorno às quadras, Bruno decidiu priorizar as duplas. “O meu destaque desde o início foi nessa modalidade, apesar de sempre ter focado na simples. Depois da lesão, me senti mais à vontade para seguir esse caminho que, em termos físicos, é menos impactante para o corpo”, explica. No tênis, segundo ele, formar uma dupla é como começar um namoro, em que o entrosamento entre os pares é essencial para o rendimento em quadra. “Tênis é um esporte de extrema precisão e precisamos de uma sintonia muito boa com o parceiro em todos os sentidos. Afinal, das horas em que passamos juntos, apenas 10% são gastos competindo. O restante é usado na preparação física, conversando sobre o quê melhorar, tática do jogo e fazendo análise do pós-jogo”, revela. Tamanha convivência durante os torneios nem faz da distância durante os treinos – Bruno treina em BH e seu atual parceiro, Alexander Peya, em Viena, na Áustria – um problema: “É como em um relacionamento: esse tempo separado dá um pouco de saudade, dá aquela vontade de se reencontrar para começar mais uma boa campanha”. Top 10 Figurar entre os dez melhores duplistas de tênis do mundo era uma das quatro metas traçadas por Bruno Soares e Alexander Peya (o austríaco está em 9º) para a temporada de 2013. Depois da semifinal de Roland Garros, em junho, a dupla se volta agora para os outros três desafios: ficar entre as oito melhores duplas do mundo para disputar, em novembro, o ATP Finals, em Londres; ganhar um Masters 1.000 e conquistar um título de Grand Slam. “É claro que conquistar títulos é muito mais difícil. Temos que entrar em uma semana e sermos perfeitos. Já estar em Londres depende de uma combinação de fatores e resultados. Mas estamos caminhando para isso. Estabelecemos as quatro metas no início do ano e temos o objetivo de alcançar pelo menos duas. O que vier a mais é lucro”, destaca Bruno, que comemora a sua melhor fase, mas não economiza boas expectativas para o futuro: “Estou em uma crescente e ainda não cheguei ao meu máximo. Tenho muito para render e tenho feito um trabalho muito forte, por isso sinto que vem coisa boa por aí, maior ainda das que já vêm acontecendo”, projeta. RafaelMotta|Nitro Bruno Soares: "Não há como cortar caminho. São horas de dedicação na quadra e várias coisas para abrir mão" 42 Revista MRV Revista MRV 43
  • 22. Malas prontasComportamentocomportamento pura bravata A dor é o principal motivo para levar homens ao médico, já que, em geral, eles “aguentam firme” e fogem dos consultórios o quanto podem. Esse é o retrato de pesquisa feita entre norte- americanos, mas será que por aqui o comportamento é diferente? Todo mundo quer envelhecer bem e a receita para isso não é nenhum mistério: alimentar-se corretamente, fazer exercícios físicos e, ao primeiro sintoma de algo errado, procurar um médico. Mas parece que os homens não estão muito preocupados com a saúde, pelo menos no que diz respeito à prevenção. Estudo feito nos Estados Unidos por um laboratório farmacêutico revelou que 63% dos entrevistados só decidem consultar um médico quando a dor é prolongada e grave, desprezando sintomas como vômitos, sangramento ou coceira. No Brasil, os dados não foram apurados em pesquisa, mas é fato que a expectativa de vida dos homens é menor do que a das mulheres e, culturalmente, eles começam a frequentar os consultórios também mais velhos. A população feminina, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive em média sete anos a mais do que a parcela masculina (77 anos contra 69 anos). De acordo com os dados, as mulheres no Brasil também fumam menos, se alimentam melhor e são mais ativas. Entretanto, no geral, ambos os sexos não têm a cultura da prevenção fortalecida e só procuram o médico quando os sintomas aparecem e precisam ser remediados. | Joana Suarez Fotos:BrunoSenna|Nitro O empresário Marcos Vinícius Guimarães de 45 anos e a família: a última vez que ele foi ao médico fazer um checkup foi antes do casamento 44 Revista MRV Revista MRV 45
  • 23. Sem tempo O Ministério da Saúde recomenda que os homens comecem a visitar o médico periodicamente a partir dos 20 anos, para realização de exames de glicose, pressão arterial, colesterol e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Fazer checkups de cinco em cinco anos, para quem não tem histórico de doenças familiares, é o ideal, segundo a Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Para o empresário Marcus Vinícius Guimarães, de 45 anos, ir ao médico é quase uma opção que não existe, ainda que submetido à pressão familiar e à insistência dos que convivem com ele. Nem mesmo quando surge um sintoma tão aparente, como a mancha vermelha no olho existente há uma semana, ele aceitou os conselhos para visitar o doutor. A última vez que fez um checkup foi em 1998, antes do casamento. “Ia trocar de academia, mas precisava fazer exames. Daí desisti, não tenho tempo. Tenho familiares e amigos médicos, mas sinto ojeriza a remédios e consultas. Só vou se a situação for muito crítica. Quem procura acha!”, profetiza Guimarães. Na casa dele, suas filhas, de 11 anos e 12 anos, já frequentam, por exemplo, consultórios de dermatologista e endocrinologista. “Elas são vaidosas e já têm o costume de ir ao médico desde cedo. Mas os homens são mais relaxados. Eu só procuro me alimentar bem”, admite o empresário. O que ele não leva em conta é que essa diferença entre eles e elas se reflete também na expectativa de vida. Machões Uma das explicações para a resistência masculina a ir ao médico é cultural. As mulheres, desde a primeira menstruação, são incentivadas a visitar o ginecologista, e quando iniciam a vida sexual, são orientadas a fazer exames preventivos anuais. Já os homens se veem mais obrigados a procurar o médico somente quando completam 40 anos, quando é indicado iniciar o controle de doenças na próstata. Mas nem isso é uma realidade, pois socialmente ainda existem preconceitos que afetam a conduta masculina. “Elas acostumam com o médico desde cedo. Os homens geralmente são muito machões e, com isso, deixam a saúde de lado, mas o preconceito está diminuindo aos poucos”, afirma o urologista José Eduardo Távora, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas Gerais (SBU-MG). As doenças mais comuns no universo masculino são as cardiovasculares, diabetes, problemas nos rins e na próstata. Considerado hoje o médico do homem, o urologista deve ser visitado anualmente a partir dos 40 anos, principalmente se já houver histórico de câncer na família. “Quanto mais velho, maior a possibilidade de as doenças aparecerem. Antes dos 40 anos, não é tão prejudicial que o homem não vá ao médico se estiver tudo bem. Mas a qualquer sintoma diferente ele deve procurar ajuda imediatamente para diminuir qualquer complicação”, explicou José Távora. Prevenção O empresário mineiro Ricardo José Suarez, de 55 anos, pode ser considerado uma exceção entre os homens e um exemplo a ser seguido. Desde os 35 anos ele faz consultas regulares, e graças à prevenção, descobriu um câncer de próstata precocemente, aos 43 anos, e consegui curá-lo sem mais complicações. No terceiro ano em que Ricardo foi fazer o exame de toque retal, o tumor foi detectado, e depois retirado por meio de uma cirurgia. “É muito importante fazer a prevenção. Meu câncer poderia ter virado algo muito mais sério. Se for para morrer, que seja num acidente”, diz o mineiro. Campanhas Apesar das ações de saúde ainda serem muito concentradas nas mulheres, já existem campanhas de conscientização e incentivo ao autocuidado masculino. Em 2009, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Os estados que aderem ao programa recebem R$ 75 mil por ano e R$ 55 mil são repassados aos municípios para projetos de sensibilização do público masculino sobre riscos à saúde, e capacitação de profissionais. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) iniciou no ano passado projeto piloto sobre a importância dos cuidados com a saúde masculina que contribui para acabar com o preconceito em relação à realização de exames como o de toque retal. A 1ª Caminhada e Corrida da Saúde do Homem ocorreu em Belo Horizonte, no ano passado, e será expandida para todo o país. O que eles disseram nos Estados Unidos * Menos de um em cada três descreveu a sua saúde como “excelente” 46%se sentem nervosos, ansiosos ou com medo quando vão ao médico 50% admitem que têm medo de descobrir que têm um problema sério de saúde 61% procuram ajuda quando necessário, mas não fazem consultas médicas preventivas ou checkups anuais 63% afirmam que a dor prolongada e grave é o “ponto de decisão” para procurar uma consulta médica Mais de um terço relatam que uma companheira (o) é o principal motivador a consultar um médico * O estudo norte-americano, realizado pelo laboratório Abbot, em parceria com a organização não governamental Men's Health Network, foi feito com 2 mil entrevistados com mais de 18 anos Marcus Vinícius Guimarães: "Os homens são mais relaxados. Eu só procuro me alimentar bem" 46 Revista MRV Revista MRV 47
  • 24. Malas prontasComportamentoentrevista arrasa! ele Luan Santana não se dá por satisfeito e assegura que ainda tem muito para mostrar aos milhões de fãs pelo país. Com o lançamento do DVD Te Esperando, terceiro da carreira, o ídolo teen afirma que não tem medo de ousar e que veio para ficar BrunoSenna|Nitro Revista MRV 49 48 Revista MRV
  • 25. verão de 2009 começou com a explosão de um jovem cantor. Com a canção Meteoro, Luan Santana quebrou recordes de público e conquistou fãs nas redes sociais e pelas cidades por onde passou. Naquele ano ele se apresentou em nada menos que 300 shows pelo Brasil, uma média de 25 por mês. Para muitos, era o maior fenômeno da música sertaneja já ocorrido no país, e para outros, apenas um sucesso passageiro. Contrariando os que acreditavam na teoria dos “15 minutos de fama”, Luan grava, aos 22 anos, o terceiro DVD de uma carreira que começou há pouco mais de cinco anos. O trabalho tem cenas de um grande show na Arena Maeda, em Itu (SP), realizado em julho, e também de apresentações em diversas cidades brasileiras. Na turnê que realiza pelo país e que leva o mesmo nome do DVD, Luan dá uma prévia do que os fãs podem esperar do novo projeto, considerado o mais ousado da carreira. No palco, o sertanejo faz uso de todo o aparato tecnológico a que tem direito. O cenário pesa cerca de oito toneladas e consiste numa estrutura central de dois andares, interligada por três elevadores, que permite a troca de posição dos músicos ao longo do set. É de um deles que Luan surge para abrir o show. No repertório, o público vibra com "Amar Não É Pecado", "Nega", "Te Vivo", "Meteoro", com que tudo começou, e as atuais "Sogrão Caprichou" e "Te Esperando", que bateu primeiro lugar entre as mais tocadas no Brasil já na semana de lançamento. Apesar da grandiosidade do espetáculo, o jeito simples do rapaz de Campo Grande (MS) confirma que ele continua “o mesmo cara de antes”. O segredo para manter os pés no chão, segundo ele, é a humildade: “O sucesso chega, mas mantê-lo é mais difícil ainda. Precisa de muito trabalho e estou me empenhando para buscar melhorar a cada dia, por mim e pelo meu público”, destaca. À fidelidade dos fãs, sem dúvida, Luan deve grande parcela do sucesso. A proximidade com eles, o sertanejo conquistou especialmente pelas redes sociais, nas quais fica conectado 24 horas por dia e é considerado o mais influente dos cantores (homem) brasileiros. Para se ter uma ideia da presença de Luan no mundo virtual, a | Camila Freitas O Terceiro DVD de Luan Santana traz trechos do show realizado em Belo Horizonte, em junho BrunoSenna|Nitro 50 Revista MRV Revista MRV 51
  • 26. hashtag #faltam20diasdvdluansantana estava nos trend topics (assuntos mais comentados) do Twitter – onde o cantor reúne 4,5 milhões de seguidores – juntamente com as hashtags #vemprarua e #ogiganteacordou, referentes às manifestações populares nas principais cidades brasileiras, no dia 17 de junho. Revista MRV: Você lançará em breve o terceiro DVD da sua carreira. O que os fãs podem esperar desse novo projeto? Luan Santana: Vai ser um projeto ousado. Podem esperar algo novo e diferente do que eu já fiz. Tenho certeza de que a galera vai curtir muito. O que a turnê Te Esperando traz de diferente dos outros trabalhos? Meus shows sempre trazem novidades. A interação com o público principalmente. Mas devo destacar os novos sucessos, como "Sogrão Caprichou", "Te Vivo", dois lançamentos que estão no meu novo EP Garotas Não Merecem Chorar, "Cabou, Cabou" e, claro, "Te Esperando", que dá nome ao show. Nessa turnê tem alguma música que você mais goste de cantar? Alguma que tenha um significado especial para você? "Te Esperando". É com ela que mais sinto a “vibe” da galera. Somente voz, violão e público. É instantâneo o retorno. Arrepia. Você tem só 22 anos e faz parte de um fenômeno, muito influenciado pela internet, de projeção de artistas muito jovens. Como é experimentar o sucesso tão cedo? Graças a Deus tenho o carinho que sempre sonhei. Sou realmente novo, mas procuro pensar com o pé no chão; o sucesso chega, mas mantê-lo é mais difícil ainda. Precisa de muito trabalho e estou me empenhando para buscar melhorar a cada dia, por mim e pelo meu público. Você teve problemas, de alguma forma, com a fama? Como faz para manter os pés no chão? Não tive problemas, graças a Deus continuo o mesmo cara de antes. Com meus amigos, minha família, pescando, fazendo churrasco... A diferença está na disponibilidade. O grande segredo é agir com humildade. Você se preocupa com as críticas? Elas fazem diferença no seu trabalho? Críticas sempre vão existir. Mas realmente me importo com o que o público diz. E isso ouço através dos shows, do retorno das músicas nas rádios, dos meus fãs na internet. Faço o que gosto e para eles, que são o meu maior tesouro. Aos três anos de idade, você já gostava de cantar e ganhou o seu primeiro violão. Sua família o apoiou ou havia o medo da “vida de artista”? Graças a Deus meus pais sempre me apoiaram. Eles me deixaram bem à vontade para escolher o que eu queria para mim. Música sertaneja é uma referência na sua carreira. Quais as canções e artistas que o marcaram? Muitas, mas com certeza "Muda de Vida", do Zezé Di Camargo e Luciano. Foi a primeira que aprendi a cantar. Como você se preparou para ser cantor e compositor? Qual é a sua rotina para enfrentar essa carreira? Sempre procuro referências para inovar e me aperfeiçoar, ouço muito... de tudo um pouco. Você pensou em ter outra carreira? No dia em que fui prestar vestibular para biologia, meu empresário marcou um show. Eu Luan Santana: "Meus shows sempre trazem novidades" Nada de botas e chapéus. O estilo descolado é uma das marcas do cantor sertanejo Venerado pelas fãs, Luan é considerado o cantor brasileiro mais influente nas redes sociais Fotos: Arquivo pessoal 52 Revista MRV Revista MRV 53
  • 27. tinha que escolher, ou o vestibular, ou o palco. Escolhi o palco... deu certo! Não me imagino fazendo outra coisa. O seu último CD, Quando Chega a Noite, tem 17 músicas inéditas. Seis são suas. Como é o seu processo de composição? Eu me inspiro nas histórias de amigos, de filmes, de livros... Tudo sobre amor é inspiração. Sua principal influência é a música sertaneja, um estilo que veio se diversificando com o tempo. Hoje, você tem o sertanejo de raiz, o romântico, o sertanejo universitário. Tem espaço para todo mundo? Quais são as dicas para quem está começando? Acredito que o sertanejo é sertanejo. Existe, sim, espaço para todo mundo no mercado e tem muita galera boa começando. O sucesso é fruto de um bom trabalho, com empenho, profissionalismo e, acima de tudo, personalidade. Você já chegou a fazer 300 shows em um ano. Uma média de 25 por mês. Como faz para manter o pique? É difícil. Mas manter uma boa alimentação e dormir, mesmo que em banco de avião e ônibus, é básico para qualquer ser humano com uma rotina agitada. Você tem algum ritual antes dos shows? Ainda dá um friozinho na barriga antes de subir no palco? Sempre dá. Cada show é um público diferente, ele se torna diferente. Faço sempre uma oração com minha equipe antes dos shows. Quando a agenda dá uma folga, o que você gosta de fazer? Pescar, reunir a família, tocar umas modas, fazer um churrasco com os amigos. E como se imagina daqui a 20 anos? Como idealiza o seu futuro? Cantando! Se Deus quiser. Com mais de 4,5 mil fãs clubes no Brasil e 4,5 milhões de seguidores no Twitter, é fato que sua postura e conduta influenciam milhares de pessoas. O que você pensa sobre isso? Sou um cara humano, com defeitos e qualidades. Mas meu público me conhece, e se identifica com a minha postura, como eu sou, isso é o mais bacana. Você recebe fãs no camarim, tira fotos, dá autógrafos. Essa proximidade com o público já lhe causou também algum problema? É amor. Amor a gente recebe, de braços abertos. Não me lembro de nenhum tipo de problema. E você faz o estilo conectado, sempre com um smartphone na mão? Sou. 24 horas por dia. Mesmo que eu não esteja tuitando, ou postando, estou sempre conferindo. Você sai do estilo habitual dos sertanejos: nada de botas ou chapéus. Você escolhe suas roupas? Escolho com a ajuda de um profissional, mas, na maioria das vezes, dou o meu pitaco. Você parece ser vaidoso. É uma característica sua ou uma exigência do meio artístico? Gosto de me sentir bem e, principalmente, estar bem para os meus fãs. Quais são os próximos projetos, além do lançamento do DVD? O DVD vai ser algo realmente surpreendente. Além dele, temos videoclipe da música "Te Esperando" recém-lançado e uma surpresa especial minha e da Jade (namorada do Luan). BrunoSenna|Nitro Revista MRV 55 54 Revista MRV
  • 28.
  • 29. Malas prontasComportamentocarreira não? por que Profissionais de informática, cuidadores de idosos e ecólogos são cada vez mais requisitados pelo mercado, mas esbarram na falta de regulamentação e de uma lei que preserve seus direitos básicos Oqueosprofissionaisdaáreadeinformática,ecologiae cuidadores de idosos têm em comum? À primeira vista, nada. Um observador mais atento dirá que são áreas que atendem a modernização da economia e da vida em sociedade no Brasil. É também. Mas o que as une, especialmente, é que nenhuma dessas três profissões é regulamentada no país. Isso significa que qualquer trabalhadorcominteressenasáreasestálivreparaexercera profissão, sem a exigência de curso técnico ou superior. Alémdisso,oprofissionalnãoestáresguardadoporumalei que preserve seus direitos básicos, como quantidade de horas trabalhadas, piso salarial e garantia de mercado para suaformaçãoespecífica. Nos últimos 10 anos, o mercado para a área de informática, por exemplo, deu um salto. Na era da tecnologia, as mais variadas empresas demandam os serviçosdeumprofissionaldosetoreécomumadificuldade de encontrá-lo. Em 2014, o Brasil poderá ter um déficit de 100milprofissionaisqualificadosparatrabalharnossetores datecnologiadainformação(TI).Aprevisãopreocupanteé da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Assespro). O levantamento revela o cenário de escassez já sentido pelas empresas e o desafio que o país terá que enfrentar para garantir o crescimentodeumdosprincipaissetoresdaeconomia. | Síria Caixeta Buscando atender a demanda do mercado e formar trabalhadores qualificados, as universidades criam cursos voltadosparaaárea.Cercade35milprofissionais concluem, porano,cursosdegraduaçãoligadosàinformáticanoBrasil, segundo o professor Roberto Bigonha, pesquisador do Laboratório de Linguagens de Programação do DepartamentodeCiênciadaComputaçãodaUniversidade FederaldeMinasGerais(UFMG).“SóaUFMGforma100 profissionais anualmente nos cursos de ciência da computação, sistema de informação e matemática computacional. A tendência é aumentar a oferta de vagas nasuniversidadeseasoportunidadesdetrabalho”,explica. Polêmica A falta de regulamentação divide opiniões dos especialistas em informática. Para o assessor de Formação doSindicatodosEmpregadosemEmpresasdeInformática, Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindados-MG), MarcosWelingtondeLima,oreconhecimentodaprofissão é fundamental para a categoria. “Vários projetos de lei que regulamentam a profissão já foram arquivados na Câmara Federal, pois há setores empresariais que não concordam com a padronização. Isso porque pesaria no bolso de informática ecólogocuidador de idosos 58 Revista MRV Revista MRV 59
  • 30. quem paga, tendo em vista que depois de serem reconhecidos, esses trabalhadores poderiam ter melhores salários. Há 30 anos a categoria luta pela legalização da profissão.Adiscussãoépolêmica”,assinala. O professor Roberto Pigonha discorda. Para ele, a regulamentação não traria muitas mudanças. “A informáticapermeiatodasasprofissões.Regulamentar a informática é como regulamentar o uso da língua portuguesa. O país teria muito a perder com a criação de reserva de mercado de trabalho na área”, argumenta. Segundo o professor, essa falta de regulamentação ainda facilita para que o mercado tenha mão de obra, sem prejudicar o especialista. “Engenheiros continuam ingressando na profissão, o que favorece a diversidade de profissionais. Estão sobrando vagas no mercado”, aponta. Técnica em informática, Marina Gomes realmente não tem do que reclamar. Desde que concluiu o curso de analista de sistemas, há dois anos, as propostas de trabalho não param de aparecer. “A profissão está no auge. Tenho certeza que fiz a escolha certa. Com pouco tempo de formada já trabalhei em três empresas diferentes e consegui comprar meu carro. Pretendo continuar os estudos e abrir uma escola de informática”, planeja. Mais idosos A luta pela regulamentação é bandeira também dos cuidadores de idosos, outra profissão cuja demanda tende a crescer. É o que mostram dados oficiais. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 11,3% da população brasileira tem mais de 60 anos e, com o aumento da expectativa de vida, a previsão é de que essa parcela chegue a 25% do total em 2050. Em Minas, a Associação de Cuidadores de Idosos (ACI-MG) ministra cursos, desde 2005, para as pessoas que queiram se dedicar à profissão. De lá pra cá, cerca de 5 mil pessoas, moradoras de Belo Horizonte e região metropolitana, concluíram o curso. A carga horária é de 100 horas, entre teoria e prática. De acordo com a assistentesocialAndréaMariadeCarvalho,aprocurapelo aperfeiçoamento tem aumentado muito devido à ótima fase do mercado. “Entre os anos de 1999 e 2002, esses cursosforamcriados paraatenderostrabalhadoresquejá atuavam em asilos. Hoje, percebemos que a procura diversificou. Familiares e pessoas interessadas em ingressar no mercado de trabalho querem especializar-se, pois a demanda é muito grande. Isso se deve ao aumento da expectativa de vida da população brasileira, ao fato de as famílias hoje serem menores e de a mulher trabalhar fora, com várias jornadas. Então, podemos dizer que o cuidador de idosos é uma necessidade social”, garante. Os profissionais que trabalham cuidando de idosos esperam, porém, o reconhecimento da profissão. “Um trabalhador com tamanha responsabilidade tem que ser valorizado e o passo inicial para isso é a regulamentação de seu trabalho. Um dos grandes entraves hoje é a falta de padronização salarial. Estamos na luta pela regulamentação”, explica Cláudio Márcio Nascimento, que trabalha como cuidador há cinco anos. Quem quiser seguir essa carreira precisa ter muita dedicação. Além de dar assistência e acompanhamento ao idoso, a pessoa deve ter noções básicas de cuidados preventivos de saúde, prestação de apoio emocional, administração de medicamentos e outros procedimentos de saúde, auxílio e acompanhamento na mobilidade do idoso e na realização de rotinas de higiene pessoal, ambiental e de nutrição. Informática* Quanto ganha o profissional? R$ 3.434 Administrador de banco de dados R$ 3.831 Analista de negócios R$ 3.933 Analista de implantação R$ 2.935 Analista de suporte R$ 3.406 Analista de infraestrutura R$ 3.181 Analista de testes R$ 3.745 Analista de sistemas R$ 4.654 Analista de software R$ 2.555 Programador Esses valores são médias aritméticas ponderadas, de cada cargo, considerando todas as informações salariais da carreira júnior, pleno e sênior. A última atualização de salário da categoria foi feita no final de 2012. *Dados do Sindicato das Empresas de Informática de Minas Gerais (Sindinform-MG) Plantões de 12 horasMensal (40 horas semanais) de R$ 60 a R$ 120 R$ 1,2 mil Cuidador de idosos Ecólogos bolsas/salários que variam de R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil Recém- graduado R$ 3 mil a R$ 6 mil Com mestrado R$ 4 mil a R$ 10 mil Com doutorado bolsas/salários que variam de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil Com especialização Fonte: Associação Brasileira de Ecólogos Em busca de credibilidade e autonomia A necessidade de cuidar do meio ambiente e garantir a sustentabilidade do planeta faz da ecologia uma profissão de futuro. E o futuro já chegou. O profissional que estuda o meio ambiente, os ecossistemas, os recursos naturais e interação entre natureza e seres vivos é bastante demandado, principalmente por órgãos públicos. O que explica a procura por esse perfil de trabalhador, segundo a presidente da AssociaçãoBrasileiradeEcólogos(ABE),AlessandraRodrigues, é a crescente preocupação com a área. “Não possuímos um estudo específico sobre demanda no Brasil, mas quando precisocontratarprofissionaisperceboqueaprocuraporesses especialistaséintensa.NasregiõesSuleSudeste,hábuscade profissionais mais especializados. Já nas regiões Norte e Nordeste há demanda, porém com salários menos competitivos”, explica. A regulamentação da profissão, acredita Alessandra, traria mais credibilidade e autonomia para a categoria. “Como não háregistroemconselhodeclasse,nãohácomoexigirumpiso salarial. Além disso, a existência da regulamentação favorece efortaleceadivulgaçãoeaaceitaçãodoecólogoemconcursos públicos, uma vez que, dessa forma, não se pode entrar em um conselho de classe já existente ou criar um específico. O Ministério da Educação (MEC) reconhece as universidades, mas não a regulamentação da profissão”, lamenta. Outraquestãopreocupante,segundoela,équeosprofissionais fazem o trabalho, mas não recebem o devido crédito. “Em muitos casos, os ecólogos realizam os estudos de impacto ambientaleoutroprofissionalacabaassinando,porestarligado a um conselho de classe, que só se consolida quando a profissão é regulamentada”. Fonte: Associação dos Cuidadores de Idosos de Minas Gerais 60 Revista MRV Revista MRV 61
  • 32. Malas prontasComportamentoon-line há vagas! clicou? Há alguns anos, a opção para quem estava à procura de um emprego era vestir sua melhor roupa e bater de porta em porta, deixando o currículo impresso. Hoje, muitas vezes não é preciso nem sair de casa, porque diversos sites oferecem oportunidades e dão dicas para otimizar a procura 64 Revista MRV Revista MRV 65
  • 33. Duas semanas foram suficientes para o professor de inglês Henrique Carvalho, de 29 anos, receber quatro ofertas de emprego sem sair de casa e sem gastar nada. Ele se cadastrou em um portal especializado em profissionais de idiomas. Por ser uma novidade no mercado on-line, muita gente ainda não sabe sobre a possibilidade de disponibilizar os currículos em sites direcionados que servem de ponte entre os candidatos e as empresas. E o melhor: é de graça! Os portais de vagas segmentados surgem como uma alternativa para a busca de mão de obra qualificada. Além de exibir oportunidades de trabalho, eles trazem informações específicas sobre cada profissão. Muitos deles ainda cobram para cadastrar o currículo, mas são cada vez mais comuns os que oferecem a ferramenta gratuitamente, tanto para os profissionais quanto para as empresas que querem divulgar suas vagas. Busca Entre os sites mais conhecidos estão o Banco Nacional de Empregos, o Vagas.com, o Guia de Empregos e o Curriculum – a maioria oferece também dicas e vagas separadas por área ou por estado. Todos esses são de graça. A fonte de renda deles está em oferecer produtos pagos, como cursos para melhorar o desempenho nas entrevistas e dar destaque ao currículo on-line. Os consultores de recursos humanos lembram que, para que o resultado seja positivo, é preciso levar a busca por emprego a sério. “A pesquisa pela internet deve ser encarada como um trabalho, começando de manhã para passar o dia focado em procurar uma vaga no mercado e, se possível, até vestir uma roupa adequada”, explica Leopoldo Lopes, gerente de Relacionamentos da Reggiani Hunting, empresa que atua no mercado de consultoria em RH, especializada em profissionais estratégicos. Lopes destaca que os portais segmentados por profissão surgiram como uma boa ferramenta diante da dificuldade de selecionar profissionais capacitados, com o perfil adequado à empresa. “Empregados e empregadores estão aderindo a esses sites porque são mais direcionados, e ninguém precisa perder tempo com vagas que não lhe interessam”, afirma. Segundo ele, os conselhos de classe costumam divulgar os portais e as vagas oferecidas na área. “É preciso esperar um tempo para que esses sites se tornem mais conhecidos no mercado. Por enquanto, as pessoas devem fazer | Joana Suarez uma pesquisa direcionada na internet e nos conselhos para encontrá-los”, opina. Segmentados O ProfCerto, por exemplo, é um portal de talentos para professores e escolas de idiomas. Os profissionais podem preencher, gratuitamente, um cadastro e realizar teste escrito e comportamental. Podem também convidar colegas a postar referências e postar um vídeo se expressando na língua que ensinam. As empresas e alunos particulares selecionam esses professores filtrando por idioma, região (de todo o país), perfil e experiência. Após fazer seu cadastro no portal, Henrique Carvalho aumentou o número de empresas em que dá aulas em São Paulo. “Para o profissional, é uma ótima ferramenta porque podemos aceitar e recusar as propostas, sem ressentimentos. No início, temos uma certa resistência por ser novo, mas é muito confiável”, diz. Também o paulista Tiago Afonso Rafael Tashvn, de 36 anos, se cadastrou no ProfCerto, e, em poucos dias, conseguiu uma oportunidade. “Este tipo de site dá ao profissional de línguas a oportunidade de ter o seu currículo visto por escolas de todo o território nacional. A principal vantagem é ter um site focado e objetivo na oferta de profissionais que atuam no mercado de ensino de idiomas”, destaca. Assim como a ProfCerto, existe também o About Me, voltado para profissionais da área de saúde e farmácia (healthcare and cosmetics), lançado há um ano. “Para os profissionais é de graça. Já as empresas só pagam se uma vaga publicada no portal for devidamente preenchida através do nosso suporte”, explica o diretor de Operações do About Me, Newton Velloso. Pré-testes Alguns portais fazem apenas o recrutamento segmentado, mas não realizam a triagem do profissional. No caso do ProfCerto, é possível verificar o resultado de vários testes executados pelo candidato no site e selecionar apenas os que mais interessam. A ferramenta não elimina o papel do recrutador, que deve fazer a avaliação final. “Percebemos na Companhia de Idiomas que gastávamos horas e muito dinheiro com diversas dinâmicas, aplicando testes escritos, pedagógicos, comportamentais. Criamos a plataforma ProfCerto para filtrar os profissionais com poucos cliques, e conseguimos reduzir esse investimento em 50%”, explica Rosângela de Fátima Souza, sócia- diretora da Companhia de Idiomas e do site ProfCerto. As escolas só pagam se quiserem visualizar os resultados dos testes dos candidatos. Na rede Além dos portais de emprego, as redes sociais também são uma ferramenta muito eficaz na busca por emprego. O LinkedIn é a mais importante, por ser voltada para o mercado de trabalho. Segundo os consultores de RH, um perfil completo, bem montado e visto na internet aumenta as chances de conseguir uma recolocação. No Facebook, ao digitar empregos na busca é possível encontrar páginas para lugares e classes específicas como psicologia, moda e tecnologia da informação. O perfil Vagas, no Twitter, é do grupo Vagas.com e traz oportunidades em todo o Brasil. Mas atenção ao que você posta na rede social. “Sempredigoqueasempresascostumamvasculhartoda a vida do candidato na internet. Tem que ter muita cautela com o que você quer que apareça no ambiente virtual”, avisa Lopes. Copie e cole Os especializados Veja alguns sites que cadastram currículo e oferecem vagas gratuitamente: www.vagas.com www.curriculum.com.br www.bne.com.br www.guiadeempregos.com.br www.profcerto.com.br – Idiomas www.brasil.infomine.com – Mineração www.aboutme.com.br – Cosméticos, farmácia e saúde www.world-architects.com/jobs – Arquitetura Conecte-se Dicas para recolocação no mercado de trabalho: Desemprego não é férias. A procura por uma vaga deve ser encarada como um trabalho em tempo integral. Enquanto procura emprego, uma boa opção é fazer cursos de qualificação, que pode ser uma língua ou pós-graduação. Deixe os seus dados sobre educação/ formação, experiência de trabalho e idiomas sempre atualizados. Entre em outras redes sociais. Além do LinkedIn, do Twitter e do Facebook, há o Quora e Squidoo. Siga empresas no Facebook, comunidades de empregos e da sua área de trabalho. Invista no networking. Avise a todas as pessoas da sua rede de relacionamentos que está procurando emprego; elas podem ter algum contato a oferecer. É essencial que as atitudes de um candidato sejam 100% coerentes com as palavras escritas nas redes sociais ou blogs. 66 Revista MRV Revista MRV 67
  • 34. Malas prontasComportamentoespetáculo sucessos rede de Longe dos ditames do mercado, músicos e artistas mostram talento na internet, emplacam sucessos e ganham apoio dos internautas. Do virtual, deságuam nos palcos da vida real e conquistam inúmeros fãs A Galinha Pintadinha caiu no gosto da criançada e dos pais por acaso e hoje é uma fonte de produções variadas, que engloba muito mais do que as nostálgicas músicas Caio Gallucci 68 Revista MRV Revista MRV 69
  • 35. Cem, mil, milhões e pronto. Aumenta-se o número de acessos a um conteúdo na internet e, possivelmente, uma nova celebridade surge. A busca pelos 15 minutos de fama, almejados por muitos e conquistados por poucos, parece ter encontrado nas telas dos computadores uma espécie de democracia do estrelato. É verdade que a grande maioria é de estrelas cadentes, que somem quase da mesma forma que aparecem, mas é fato também que outras ganham notoriedade e vão além do mundo virtual. Para o professor da Universidade Católica de Pernambuco Fernando Fontanella, não há diferença entre a celebridade na web e em outras mídias. “É tudo uma questão de estar presente. O que muda é a construção dessa fama, que não se controla, e depende da colaboração de outros que compartilham, comentam, curtem”. Ele acredita que essa é uma das razões de as pessoas comemorarem tanto o estrelato na rede, especialmente quando ele é atingido sem intenção. “O público acha muito legal, principalmente, quando a fama é efetivada e os famosos aparecem em outras mídias, como a TV. Eles (os famosos) se tornam uma espécie de símbolo dessa mobilização coletiva”, arremata. Viradas A rede, sem dúvidas, possibilita maior versatilidade para os representantes das mais diversas artes divulgarem seus trabalhos. Os tradicionais degraus da fama, tais como o lançamento de um CD, o alcance a rádios e TVs, a chegada da popularidade e a consequente venda do produto, ou da ideia, não precisam estar mais tão engessados. Exemplo disso é a cadeia produtiva que envolve o mundo musical poder virar de ponta-cabeça ao permitir que um vídeo no YouTube alcance mais de um bilhão de acessos. Histórias da carochinha? Não para o rapper sul-coreano Psy, que foi o primeiro a chegar a esse número na rede social. Meta alcançada em dezembro do ano passado com a música “Gagnam Style”. Lançado em julho de 2012, o vídeo gerou cerca de US$ 8 milhões para o YouTube, valor compartilhado com o artista. O aumento da acessibilidade à internet é um prato cheio para os aspirantes a estrelas. No Brasil, a quantidade de pessoas com acesso à internet, no terceiro trimestre de 2012, era de 94,2 milhões, de | Ione Maria Nascimento O Teatro Mágico sobrevive com shows, vendas de produtos e compartilhamento gratuito de várias de suas produções na internet ArquivoOTeatroMágico 70 Revista MRV Revista MRV 71
  • 36. acordo com o Ibope Media. O número se refere a crianças e adolescentes (de 2 a 15 anos de idade) que possuem acesso em domicílios e às pessoas de 16 anos ou mais com acesso em qualquer ambiente (domicílios, trabalho, escolas, lan houses e outros locais). Os números podem fazer brilhar ainda mais os olhos de quem almeja a carreira artística. Basta pensar que 53,5% dos brasileiros com 10 anos ou mais ainda não possuem acesso à rede, de acordo com dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao período de 2005 a 2011. Inesperado Qual artista nunca sonhou ganhar na loteria da fama? Foi sem pretensão de divulgação que os empreendedores Marcos Luporini e Juliano Prado viram seu projeto explodir na rede. Em 2006, eles postaram o vídeo “Galinha Pintadinha” no YouTube para evitar os custos com um motoboy que levaria o DVD a uma reunião com produtores, na qual eles não estariam presentes. A dupla buscava parcerias ou financiamentos para o trabalho deslanchar. Luporini e Juliano receberam muitos “nãos” para a proposta e, desanimados, simplesmente esqueceram o vídeo na rede. Seis meses depois, a surpresa: o número de visualizações do vídeo ultrapassava a marca de 500 mil. Era o início da consolidação do estrondoso sucesso infantil da “Galinha Pintadinha”. “Na época, a quantidade de visualizações era considerada altíssima. A resposta foi bem legal. Foi chegando aos poucos e encaramos com muita naturalidade. Foi o público quem elegeu a Galinha Pintadinha”, enfatiza Luporini. Em 2008, depois de um milhão de visualizações, os dois resolveram gravar um DVD com recursos próprios. Para isso, reuniram 10 artistas de Campinas. “Era simples, mesmo porque não tínhamos nem dinheiro para fazer mais complicado. Não foi nada planejado, nem o sucesso, nem o efeito sobre as crianças”, assinala o artista, achando graça quando as pessoas imaginam que o DVD possui mensagens subliminares ou qualquer outra Mystery Guitar Man O videomaker Joe Penna virou febre no YouTube em 2007. Com seu personagem Mystery Guitar Man, um verdadeiro homem show, Penna usa e abusa da sonoridade e técnicas audiovisuais em pequenos vídeos que grava e edita no próprio apartamento. O brasileiro, que mora nos Estados Unidos há 12 anos, e antes passava aperto para pagar até o próprio aluguel, tem atualmente trabalhos em comerciais da Coca-Cola, Guaraná e McDonald’s. No YouTube o Mystery Guitar Man já tem mais de 300 milhões de visualizações. Mallu Magalhães “Tchubaruba” foi uma das canções que fizeram a cantora Mallu Magalhães virar celebridade na internet. Apaixonada por música desde muito nova, ela gravou suas primeiras canções em estúdio aos 15 anos por conta própria e jogou no My Space, na internet. Ela já gravou três CDs. O último, Pitanga, foi lançado em 2011. Justin Bieber O sucesso do cantor Justin Bieber teve um grande empurrão do mundo virtual. É que o empresário americano Scooter Brau descobriu vídeos do cantor no YouTube em 2008 e gostou do que viu. Brau se tornou o empresário do cantor e o jovem talento, agora com 19 anos, se tornou uma grande febre mundial. Bieber foi a primeira pessoa a alcançar a marca de 40 milhões de fãs no Twitter, atingida em junho deste ano. Banda Mais Bonita da Cidade “Meu amor essa é a última oração / Pra salvar seu coração/ Coração não é tão simples quanto pensa / Nele cabe o que não cabe na despensa”. Foi com esses versos que A Banda Mais Bonita da Cidade se tornou sucesso na rede com a música “Oração”. Formado em 2009, o grupo, que toca MPB e indie rock, estourou no YouTube, em 2011, com mais de 10 milhões de visualizações. A banda, que ganhou visibilidade nacional, é formada por Uyara Torrente (vocal), Rodrigo Lemos (banjolele e guitarrista), Vinicius Nisi (teclado e violão), Diego Plaça (violão e baixo) e Luis Bourscheidt (percussão e bateria). 72 Revista MRV Revista MRV 73
  • 37. coisa que não seja a própria música e a animação. O vídeo se transformou em uma marca de resgate e promoção de canções infantis populares brasileiras, com mais de 200 produtos licenciados, entre brinquedos e outros itens infantis. Variáveis e surpresas Mas na internet tudo acontece por acaso ou há uma receita para se alcançar a fama? Fontanella ressalta que “não é simplesmente por estar na rede que você vai se tornar famoso. Existem algumas práticas recorrentes que dão certo. Mas não há uma fórmula”. Ele lembra que até agências de publicidade investem nesse mecanismo para provocar notoriedade, mas nem sempre acertam. “Muitos anunciantes optam por voltar para a mídia tradicional ou usar algum tipo de combinação dela com a internet. Reconhecem ter mais controle da mídia tradicional. Apesar de não ser impossível, a campanha feita na rede possui mais variáveis”, esclarece. Por ser um ambiente que permite maior liberdade de criação, achar quem investe na divulgação de trabalhos na rede virtual é fácil. O interessante é a projeção de produtos de qualidade que estariam na gaveta se não fosse a web. A internet foi uma aliada do vocalista, compositor e ator do Teatro Mágico, Fernando Anitelli. Seu pai, Odácio Anitelli, um grande apoiador do trabalho, foi quem fez a travessura. Inconformado porque nem gravadoras nem empresários procuravam o filho, lançou um CD de Fernando no E-mule, sem contar para ele. Durante quatro anos, as músicas se propagaram entre um público fiel e sempre crescente, motivando o líder do Teatro Mágico a montar a trupe independente. Formada em 2003, na cidade de Osasco (SP), ela lançou o primeiro álbum, Entrada para Raros. A trupe reúne elementos do circo, teatro, poesia, literatura, política e, além das composições próprias, o cancioneiro popular. Compartilhamento Até hoje, os artistas envolvidos trabalham pela acessibilidade das músicas. “Quando colocamos todas as canções no site para serem baixadas, a relação com o público passou a ser mais próxima. Ele entendeu o projeto e passou a acompanhar muito mais. Compreendeu que eu só era capaz de existir porque o público compartilhava as músicas, comprava o CD nos shows e dava cópias de presente para amigos”, conta Fernando. Nos shows, o grupo, formado por 10 músicos, três artistas circenses e algumas participações esporádicas, fomenta o acesso ao trabalho na web. “Com a internet, conseguimosretiraroatravessadorculturalqueengordao preço. Mas não basta jogar o trabalho na rede. Uma coisa ou outra pode até se tornar um grande sucesso, mas para que o projeto tenha uma constância é necessário desenvolver uma relação transparente e honesta com o público. O trabalho ainda tem que ter personalidade, inteligência, qualidade, criatividade”, defende o artista. A trupe comemora o alcance da marca de 6 milhões de downloads feitos e mais de 5 milhões de transmissões de músicas do primeiro e segundo CD, nos sites Trama Virtual e Palco MP3. Por baixos preços, no site (www. oteatromagico.mus.br), ainda é possível adquirir, por exemplo, um CD por R$ 5 ou um box com CD e DVD por R$ 40. O Teatro Mágico continua sem patrocínio, mas chegou a recusar propostas de gravadoras. Um dos motivos é que as empresas não aceitam que as músicas continuem sendo baixadas gratuitamente na internet. Você decide Mas nem só de música vivem os artistas da rede. O humorista Rafinha Bastos foi um que caiu na graça do público pela internet. Jornalista, com algumas passagens pelaTV,elequeriaserjogadordebasqueteerumouparaos EUA para investir no grande sonho. Para manter contato comfamíliaeamigos,criouumwebsite.Apáginavirouum sucesso e, em 2002, de volta ao Brasil, Rafinha Bastos ganhoufamacomohumoristaapresentandoprogramasna internetenaTVaberta,ficandoconhecidonacionalmente. Sorte?Talento?Éointernautaquemdecide. Com a música "Gagnam Style", o rapper sul-coreano Psy alcançou mais de um bilhão de acessos no YouTube DebbyWong/Shutterstock.com 74 Revista MRV Revista MRV 75
  • 38. Malas prontasComportamentodestaque mrv na veia sustentabilidade Multinacional brasileira faz história na construção civil do país ao incorporar processos de produção e lançar produtos de baixo impacto ambiental. Participante do projeto Parceiros de Qualidade da MRV, a Tigre é exemplo de preocupação com o futuro do planeta Do discurso à prática existe um longo caminho. Para se comprometercomofuturodaspróximasgeraçõeseatender as exigências do mercado e dos clientes não basta às empresas parecer sustentável. Mais do que isso, é preciso rever produtos e serviços, reconfigurar processos de produçãoeincorporarpráticasnãoapenasambientalmente corretas, mas incentivadoras do desenvolvimento socioeconômico. A Tigre, multinacional brasileira líder na fabricaçãodetubos,conexõeseacessóriosnopaíseumadas maioresdomundo,entendeuafórmulahátempos. Referência nos mercados predial, de infraestrutura, de irrigação e indústria, ela é reconhecida também pelas iniciativas voltadas à sustentabilidade. “Estratégia, governança e sustentabilidade são temas que caminham juntos e representam a forma como a Tigre conduz seus negócios”, diz o diretor corporativo de Tecnologia e Qualidade Rogério Kohntopp. Segundo ele, de forma estratégicaaempresaavaliaosaspectossociaiseambientais queimpactamosresultadoseconômico-financeiros. “Adotamos as melhores práticas de governança para orientar nossas operações e decisões no sentido de minimizar os riscos e maximizar as oportunidades, agregando valor à marca, assegurando a continuidade dos negócios e, ao mesmo tempo, contribuindo para o desenvolvimentosustentável”,ressaltaKohntopp. ComolançamentodaGrelhaEcológicaTigre,em2012, aempresafoiaprimeiradoBrasilausarplásticosustentável comomatéria-primanaconstruçãocivil.Oselo“EcoTigre” vemestampadonaembalagemparamostraraoconsumidor que o produto foi feito de polietileno verde de fonte 100% renovável – o etanol. Outro benefício desse plástico é absorverduranteoprocessoprodutivooCO2 daatmosfera, gáscausadordoefeitoestufa. Apesar de não ser o primeiro produto sustentável no portfólio da Tigre, a linha de grelhas traduz a essência da nova política de sustentabilidade da empresa, reformulada no início de 2012 e baseada em seis eixos de atuação: sustentabilidade integrada ao modelo de gestão, linhas de produtos sustentáveis, construção sustentável, envolvimento com a sociedade, desenvolvimento humano e compromisso ambiental. “A sustentabilidade sempre estevepresentenaTigre,sejanaconduçãodosnegóciosde forma responsável, ética e transparente, com foco nas pessoas, seja na inovação para o desenvolvimento de soluções em tubos e conexões com qualidade e alta performance. No entanto, para que isso formalmente fizessepartedarotina,foinecessárioorganizarummodelo degovernançaedetomadadedecisõesqueincorporassede forma consciente e sistemática as questões ligadas à sustentabilidade”,explicaKohntopp. Com a reformulação, a Tigre implementou também projetodelogísticareversadosmateriaisdemerchandising (cartazes, faixas de gôndolas, testeiras e displays de | Camila Freitas Tigre mantém diversas iniciativas em suas unidades para evitar o desperdício e reduzir o consumo de energia e água Fotos:ArquivoTigre 76 Revista MRV Revista MRV 77