O documento resume os principais acontecimentos políticos durante o segundo mandato de Lula como presidente do Brasil de 2007 a 2010. No período, Lula lidou com escândalos políticos e de corrupção, a crise aérea, a aprovação da CPMF e a indicação de Dilma Rousseff como sua sucessora.
3. • 2007 – No primeiro ano do segundo mandato, Renan
Calheiros liderou o ranking de escândalos e ainda vimos o
governo usando sua absolvição como moeda de troca no
congresso para manter a CPMF. Mas a pauta que
predominou foi mesmo a crise aérea. Os desdobramentos,
as justificativas, tudo beirava o surreal. Desde o top-top de
Marco Aurélio Garcia, passando pela omissão do Lula no
desastre da TAM em Congonhas, quem acabou levando o
troféu foi Marta Suplicy, então ministra do turismo, com
seu “relaxa e goza”. Enfim, Lula teve o 2º mandato inteiro
para desatar esse nó — mas a crise aérea persiste ainda
hoje, sendo controlada a conta-gotas, em doses
homeopáticas. A pergunta que se faz agora é: seria essa
uma herança maldita que Lula deixa para a Dilma?
4. • 2008 – O escândalo dos cartões corporativos marcou o
governo, logo no início do ano. E ninguém escapou
(nem a oposição). Depois do dossiê, ou melhor, “banco
de dados” anti-FHC na casa civil, o Brasil ficaria
conhecendo uma certa Erenice Guerra, que
despontaria para a fama, dois anos depois. Mas o
personagem daquele ano foi Daniel Dantas que, entre
um mandado de prisão e outro, recebia alvarás de
soltura à velocidade da luz — deixando evidente como
todos (governo, oposição e poder judiciário) têm
telhado de vidro e estão no bolso dos endinheirados.
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7. • 2009 – Com índices de 80% de aprovação popular, Lula
foi eleito “homem do ano” pelo Le Monde, pelo
Guardian e até pelo Obama. Acontece que Sarney
também foi “eleito” o homem do ano (aqui no Brasil),
com seus atos secretos e seu coronelismo. Eis que “o
cara” precisou colocar sua popularidade a serviço do
governo para salvar o acordo com o PMDB, mostrando
que a elasticidade ética no Brasil não conhece limites.
Já no final do ano, tivemos o natal do DEMsaleiros,
com muitos panetones e maços de dinheiro na meia
de todo mundo… Pois é, por trás de todo “grande”
partido, sempre tem um grande mensalão.
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9. • 2010 – O último ano de Lula no governo foi também o ano
de sua aprovação máxima, com direito até a filme
blockbuster (que acabou não arrasando quarteirões). Tal
aprovação o credenciou para fazer sua sucessora, a
presidente (ou seria presidenta?) Dilma Rousseff. Mas,
apesar dos seus mais de 80% de aprovação, Lula queria a
unanimidade e decidiu partir para o ataque. Primeiro
entrou em confronto com a imprensa, depois quis extirpar
o natimorto DEM e, para fechar, criticou os outros menos
de 20% que não o aplaudem, acusando-os de preconceito.
Ao longo dos dois mandatos, Lula se consolidou como líder
popular e carismático, mas também se mostrou rancoroso
e provou que, para ser magnânimo, ele precisava dos 100%
de aprovação popular.