O documento descreve o período de 1955-1964 no Brasil, incluindo os governos de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. O governo JK promoveu um forte crescimento econômico através da industrialização, mas também aumentou a inflação e dependência externa. Jânio Quadros renunciou após poucos meses, abrindo caminho para a breve presidência tumultuada de João Goulart, que terminou no golpe militar de 1964.
4. O governo de Juscelino Kubitschek
(1956-1960)
• Juscelino foi o último presidente da República
a assumir o cargo no Palácio do Catete. Foi
empossado em 31 de janeiro de 1956, e,
governou por 5 anos, até 31 de janeiro de
1961. Seu vice-presidente foi João Goulart.
Com ele, o Brasil viveu anos de otimismo
embalados pelo sonho da construção de
Brasília, a nova capital do país.
5.
6. • O mandato de Juscelino Kubitschek ficou
conhecido como o mais expressivo
crescimento da economia brasileira. O lema
usado foi "Cinquenta anos de progresso em
cinco anos de governo".
Para cumprir as promessas, foi elaborado o
Plano de Metas, que tinha como objetivo um
acelerado crescimento econômico a partir da
expansão do setor industrial,
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8. • com investimentos na produção de aço,
alumínio, metais não-ferrosos, cimento, papel
e celulose, borracha, construção naval,
maquinaria pesada e equipamento elétrico.
Para isso dar certo, JK apoiou a entrada de
multinacionais e transnacionais para o Brasil.
Como consequência, houve um agravamento
na inflação, fazendo com que a abertura da
economia ao capital estrangeiro gerasse uma
9. • desnacionalização econômica, porque estas
empresas passaram a controlar setores
industriais da economia do Brasil.
• Sendo governador de Minas Gerais, Juscelino
Kubitschek queria modificar as bases
econômicas do estado, que eram agrícolas,
transformando-as em urbanas e
industrializadas.
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12. • Investindo em energia e transportes. Por isso,
desenvolveu construções de importantes
usinas hidrelétricas. Também procedeu à
organização das Centrais Elétricas de Minas
Gerais, a Cemig, que se expandiu como
empresa modelo do setor hidrelétrico
nacional. Na área da siderurgia, apoiou a
implantação da Manesmann.
13. • Ele construiu 20 mil km de estradas e
pavimentou mais 5 mil para atrair
multinacionais para o país. Mas, se por um
lado o Plano de Metas alcançou os resultados
esperados, por outro, foi responsável pela
consolidação de um capitalismo
extremamente dependente que sofreu muitas
críticas e acirrou o debate em torno da
política desenvolvimentista.
14. • O presidente tratou também de atender
reivindicações específicas da corporação
militar, no plano dos vencimentos e de
equipamento. Tentou manter, tanto quanto
possível, o movimento sindical sob controle.
Além disso, acentuou-se a tendência de
indicar militares para postos governamentais
estratégicos.
15. • Fora criado também a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
destinado a promover o planejamento da
expansão industrial do Nordeste.
Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek
ocorreu uma definição nacional-
desenvolvimentista de política econômica.
Promoveu-se uma ampla atividade do Estado
tanto no setor de infra-estrutura como no
16. • Fora criado também a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
destinado a promover o planejamento da
expansão industrial do Nordeste.
Portanto, no governo de Juscelino Kubitschek
ocorreu uma definição nacional-
desenvolvimentista de política econômica.
Promoveu-se uma ampla atividade do Estado
tanto no setor de infra-estrutura como no
17. • incentivo direto à industrialização, mas
assumiu também abertamente a necessidade
de atrair capitais estrangeiros, concedendo-
lhes inclusive grandes facilidades. Esta
expressão, nacional-desenvolvimentismo, em
vez de nacionalismo, sintetiza uma política
econômica que tratava de combinar o Estado,
a empresa privada nacional e o capital
estrangeiro para promover o
18. • desenvolvimento, com ênfase na
industrialização. Contudo, o governo de JK
estava mais voltado para o incentivo à
indústria automobilística do que para as
carências e necessidades da população.
No Plano de Metas, o desenvolvimento
industrial estava centrado na produção de
veículos, principalmente automóveis.
19. • A indústria automobilística foi a grande
alavanca que impulsionou a industrialização
brasileira nos anos 50 e 60. JK não contou com
o fato de os bens produzidos pelas indústrias
eram acessíveis apenas a uma pequena parte
do país, já que a maior parte era formada pro
trabalhadores, uma classe marginalizada, já
que a riqueza era concentrada nas mãos de
poucos.
20. • Para tentar amenizar o problema, o
presidente criou a SUDENE afim de promover
o desenvolvimento do Nordeste, porém seu
Partido,o PSD, que era apoiado por coronéis
não aprovou a medida, e o órgão que seria a
solução para acabar com a desigualdade social
não obteve sucesso. O PIB brasileiro cresceu
7% e a renda per capita aumentou, mas esse
progresso gerou muitas dívidas e as
21. • exportações não estavam gerando lucros o
suficiente para sanar o problema, e desse
modo JK foi se enforcando com a própria
corda, do modo que a inflação subia e a
moeda brasileira se desvalorizava.
A sorte de Juscelino foi que esses problemas
só vieram à tona quando seu mandato estava
bem perto do fim, e isto não abalou a sua
imagem diante da população, que até hoje o
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28. • considera como um político visionário e de
grande responsabilidade pelo
desenvolvimento do país. O governo de JK é
lembrado até hoje como um governo de
incentivo e desenvolvimento, já que este tinha
como planos trazer a industrialização ao Brasil
e realizar cinquenta anos de progresso em
somente cinco anos de seu mandato.
29. • O governo de Juscelino foi marcado por
grandes obras e mudanças.
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34. O Governo Jânio Quadros:
• A estabilidade que marcou as eleições
presidenciais de 1960 e o expressivo número
de votos alcançados por Jânio Quadros deixou
a impressão que o regime democrático
brasileiro voltava ao normal. Apoiado por uma
ampla parcela da população, o mandato de
Jânio não parecia carregar alguma tensão
nítida,
35.
36. • salvo os desafios e problemas deixados pelo
ex-presidente JK. Entretanto, as ações
tomadas pelo conservador e polêmico Jânio
Quadros deram outros destinos a essa
história. Em seu primeiro discurso oficial como
presidente, Jânio usou de poucas palavras e
chegou a elogiar o seu tão combatido
antecessor.
37. • Entretanto, horas depois realizou um discurso
incisivo denunciando uma série de mazelas
atribuídas à administração irresponsável de JK.
A partir de então, a imprevisibilidade, o
histrionismo (comportamento caracterizado
por colorido dramático e com notável
tendência em buscar contínua atenção) e o
apelo às massas seriam as características
marcantes daquele breve mandato.
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39. • Inicialmente, ao invés de tomar ações diretas
contra os mais graves problemas do país,
tratou de moralizar os costumes da época
com medidas de pouco impacto. Entre outras
ações, Jânio proibiu a realização de rinhas de
galo, aboliu o uso de biquíni em desfiles de
beleza e restringiu as corridas de cavalo
somente para os finais de semana.
40. • Somente depois, buscou sanear os gastos do
poder público restringindo algumas regalias
asseguradas a militares e funcionários
públicos. Com relação às atribuições dos
poderes, Jânio tinha interesse em dar maior
liberdade ao presidente e limitar a intervenção
política do Congresso. O tom autoritário e
conservador adotado no plano
41. • interno era o inverso de sua política
internacional, que privilegiava ampla
autonomia diplomática e buscava aproximar-
se do bloco socialista desejando maiores
vantagens econômicas. Por isso, os Estados
Unidos, que vivia o auge da Guerra Fria,
observava o governo de Jânio com certa
cautela.
42. • Dando sequência à sua postura
completamente ambígua, Jânio anunciou uma
reforma cambial que beneficiava os credores
internacionais e, nos meses seguintes, se
esforçou para estreitar relações com os
socialistas. A incógnita de seu posicionamento
político logo desembocou em uma grave crise
política quando, em agosto de 1961,
43. • Jânio recebeu o líder revolucionário Ernesto
Che Guevara e condecorou-o com a Grã-Cruz
da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. O gesto
do presidente causou uma grande agitação
política entre os conservadores, que temiam a
aproximação com o socialismo.
44.
45. • No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros
renunciou ao cargo de presidente em razão
das pressões exercidas por “forças terríveis”.
Segundo alguns estudiosos, a renúncia
acobertaria um golpe de Estado onde a
população não aceitaria a sua retirada do
governo e os mais conservadores repudiariam
a chegada de João Goulart à presidência.
46. • Entretanto, o plano de retornar à presidência
com maiores poderes acabou sendo
completamente frustrado. O Congresso
Nacional aceitou prontamente o seu pedido
de renúncia e a população não promoveu
nenhum tipo de manifestação a favor do
retorno de Jânio Quadros à presidência. Dessa
forma, a polêmica figura do presidente
49. • Com a renúncia de Jânio Quadros, a
presidência caberia ao vice João Goulart
popularmente conhecido como Jango. No
momento da renúncia de Jânio Quadros, Jango
se encontrava na Ásia, em visita a República
Popular da China. O presidente da Câmara dos
Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o
governo provisoriamente.
50.
51. • Porém, os grupos de oposição mais
conservadores representantes das elites
dominantes e de setores das Forças Armadas
não aceitaram que Jango tomasse posse, sob
a alegação de que ele tinha tendências
políticas esquerdistas. Não obstante, setores
sociais e políticos que apoiavam Jango
iniciaram um movimento de resistência.
52. • O governador do estado do Rio Grande do Sul,
Leonel Brizola, destacou-se como principal
líder da resistência ao promover a campanha
legalista pela posse de Jango. O movimento
de resistência, que se iniciou no Rio Grande
do Sul e irradiou-se para outras regiões do
país, dividiu as Forças Armadas impedindo
uma ação militar
53.
54. • conjunta contra os legalistas. No Congresso
Nacional, os líderes políticos negociaram uma
saída para a crise institucional. A solução
encontrada foi o estabelecimento do regime
parlamentarista de governo que vigorou por
dois anos (1961-1962) reduzindo
enormemente os poderes constitucionais de
Jango. Com essa medida, os três ministros
militares aceitaram,
55. • enfim, o retorno e posse de Jango. Em 5 de
setembro Jango retorna ao Brasil, e é
empossado em 7 de setembro.
56.
57. • Em janeiro de 1963, Jango convocou um
plebiscito para decidir sobre a manutenção ou
não do sistema parlamentarista. Cerca de 80
por cento dos eleitores votaram pelo
restabelecimento do sistema presidencialista.
A partir de então, Jango passou a governar o
país como presidente, e com todos os poderes
constitucionais a sua disposição. Porém, no
breve período em que governou o país sob
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59. • regime presidencialista, os conflitos políticos e
as tensões sociais se tornaram tão graves que o
mandato de Jango foi interrompido pelo Golpe
Militar de março de 1964. Desde o início de seu
mandato, Jango não dispunha de base de apoio
parlamentar para aprovar com facilidade seus
projetos políticos, econômicos e sociais, por
esse motivo a estabilidade governamental foi
comprometida.
60. • Como saída para resolver os frequentes
impasses surgidos pela ausência de apoio
político no Congresso Nacional, Jango adotou
uma estratégia típica do período populista,
recorreu a permanente mobilização das
classes populares a fim de obter apoio social
ao seu governo.
61.
62. • Foi uma forma precária de assegurar a
governabilidade, pois limitava ou impedia a
adoção por parte do governo de medidas
antipopulares, ao mesmo tempo em que seria
necessário o atendimento das demandas dos
grupos sociais que o apoiavam. Um episódio
que ilustra de forma notável esse tipo de
estratégia política ocorreu quando o governo
criou uma lei implantando o 13º salário.
63. • O Congresso não a aprovou. Em seguida,
líderes sindicais ligados ao governo
mobilizaram os trabalhadores que entraram
em greve e pressionaram os parlamentares a
aprovarem a lei. As dificuldades de Jango na
área da governabilidade se tornaram mais
graves após o restabelecimento do regime
presidencialista.
64. • A busca de apoio social junto às classes
populares levou o governo a se aproximar do
movimento sindical e dos setores que
representavam as correntes e idéias nacional-
reformistas. Por esta perspectiva é possível
entender as contradições na condução da
política econômica do governo. Durante a fase
parlamentarista, o Ministério do Planejamento
e da Coordenação Econômica
65. • foi ocupado por Celso Furtado, que elaborou o
chamado Plano Trienal de Desenvolvimento
Econômico e Social. O objetivo do Plano
Trienal era combater a inflação a partir de
uma política de estabilização que demandava,
entre outras coisas, a contenção salarial e o
controle do déficit público.
66. • Em 1963, o governo abandonou o programa
de austeridade econômica, concedendo
reajustes salariais para o funcionalismo
público e aumentando o salário mínimo acima
da taxa pré-fixada. Ao mesmo tempo, Jango
tentava obter o apoio de setores da direita
realizando sucessivas reformas ministeriais e
oferecendo os cargos a pessoas com
influência e respaldo junto ao empresariado
nacional e
67. • os investidores estrangeiros. Ao longo do ano
de 1963, o país foi palco de agitações sociais
que polarizaram as correntes de pensamento
de direita e esquerda em torno da condução
da política governamental. Em 1964 a situação
de instabilidade política agravou-se. O
descontentamento do empresariado nacional
e das classes dominantes como um todo se
acentuou.
68. • Por outro lado, os movimentos sindicais e
populares pressionavam para que o governo
implementasse reformas sociais e econômicas
que os beneficiassem.
• Atos públicos e manifestações de apoio e
oposição ao governo eclodem por todo o país.
Em 13 de março, ocorreu o comício da estação
da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de
Janeiro, que reuniu 300 mil trabalhadores
69.
70. • em apoio a Jango. Uma semana depois, as
elites rurais, a burguesia industrial e setores
conservadores da Igreja realizaram a "Marcha
da Família com Deus e pela Liberdade",
considerado o ápice do movimento de
oposição ao governo.
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73. • As Forças Armadas também foram
influenciadas pela polarização ideológica
vivenciada pela sociedade brasileira naquela
conjuntura política, ocasionando rompimento
da hierarquia devido à sublevação de setores
subalternos. Os estudiosos do tema assinalam
que, a quebra de hierarquia dentro das Forças
Armadas foi o principal fator que ocasionou o
afastamento dos militares legalistas que
74. • deixaram de apoiar o governo de Jango,
facilitando o movimento golpista.
75. • Em 31 de março de 1964, tropas militares
lideradas pelos generais Luís Carlos Guedes e
Olímpio Mourão Filho desencadeiam o
movimento golpista. Em pouco tempo,
comandantes militares de outras regiões
aderiram ao movimento de deposição de
Jango. Em 1 de abril, João Goulart
praticamente abandonou a presidência, e no
dia 2 se exilou no Uruguai.
76. • O movimento conspirador que depôs Jango da
presidência da república reuniu os mais
variados setores sociais, desde as elites
industriais e agrárias (empresários e
latifundiários), banqueiros, Igreja Católica e os
próprios militares, todos temiam que o Brasil
caminhasse para um regime socialista. O golpe
militar não encontrou grande resistência
popular, apenas algumas manifestações que