O documento discute a importância da divulgação científica para o público leigo. Apresenta as motivações para divulgar ciência, como promover alfabetização científica e mostrar como a ciência realmente funciona. Também discute o papel do jornalista científico de divulgar a ciência de forma crítica e acessível, e dá dicas sobre como cientistas podem divulgar suas pesquisas de forma efetiva para a mídia.
2. DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
O
CIENTISTA E A MÍDIA
Henrique Kugler
JORNALISTA
INSTITUTO CIÊNCIA HOJE
henrique.kugler@gmail.com
UFJF | OUTUBRO DE 2013
3.
4.
5. PLANO DE VOO
Por que divulgar ciência?
Quem é o jornalista de ciência?
Alguns veículos interessantes
Breves comentários sobre Ascoms
Como divulgar suas pesquisas?
TQVDSACJ
6. REFERÊNCIAS
DURANT, J.
1993
Science and culture in Europe. London: Science Museum,
VIEIRA, C. L.
Pequeno manual de divulgação científica. Rio de
Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2006.
MASSARANI, L.; TURNEY, J.; MOREIRA, I. C.
Terra incógnita: a interface
entre ciência e público. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2005.
WEB:
Science Media Centre (UK)
7. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
DURANT, J.
Science and culture in Europe
London: Science Museum, 1993
Para promover alfabetização científica?
Para mostrar como a ciência funciona?
Para mostrar como a ciência realmente funciona?
8. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para promover a “alfabetização científica”
“Esse conhecimento de livro-texto
não é lá muito esclarecedor. Saber
apresentar uma definição de
dicionário não é o mesmo que
saber o que ela significa.”
9. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para promover a “alfabetização científica”
"Para entender os novos
conhecimentos, o público deve
entender a gestação ou a
embriologia da ciência.”[p.17]
10. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para saber “como a ciência funciona”
MILLER, J. D.
Scientific literacy: a conceptual and empirical review.
Daedalus, v.2, n.112, 1983.
11. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para saber “como a ciência funciona”
Segundo Miller, uma pessoa cientificamente alfabetizada deve ter:
Um vocabulário básico de termos e conceitos científicos e tecnológicos
Uma compreensão dos processos ou métodos científicos
Uma compreensão do impacto da ciência e da tecnologia na sociedade
12.
13. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para saber “como a ciência realmente funciona”
Estrutura social da ciência!
14.
15.
16.
17. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
Para saber “como a ciência realmente funciona”
“Beber leite integral pode estar associado
a menores taxas de doenças cardíacas.”
Resultados preliminares de um estudo
da Universidade de Cardiff (País de Gales)
19. “Ao que tudo indica, parece que uma companhia
de relações públicas que trabalhava para a
indústria de laticínios tinha a ver com a
orquestração da publicidade (DURANT, J).”
20. POR QUE DIVULGAR CIÊNCIA?
É o grande público quem paga pelas pesquisas
Inspirar novas gerações
Redes de contato e colaboração
Pontos no currículo lattes
21.
22. "Estamos em real perigo por ter construído uma
sociedade fundamentalmente baseada em
ciência e tecnologia na qual dificilmente alguém
entende a ciência e a tecnologia.
É uma clara receita para o desastre"
SAGAN, C, 1989.
Why scientists should popularize science.
American Journal of Physics, 57, 295.
23.
24.
25. QUEM É O JORNALISTA DE CIÊNCIA?
“A ciência não é a dona da verdade. Nós, jornalistas, somos
parceiros dos cientistas na expansão da cultura científica,
mas não intermediários acríticos nem meros tradutores dos
que produzem conhecimento. O pensamento crítico e a
vigilância da produção científica devem ser constantes e
farão a diferença entre os bons jornalistas e as pessoas que
apenas distribuem informação.”
IVANISSEVICH, A. 2013
26. "Pensando bem, ser jornalista
é um estado de espírito.
É como estar bêbado: fala-se sobre
tudo com exatidão.”
BARROS, L. 2010
27. QUEM É O JORNALISTA DE CIÊNCIA?
A maioria dos jornalistas de ciência no Brasil
não tem formação científica.
Perguntas idiotas devem ser esperadas
Tempo! O jornalista quer tudo para ontem!
28.
29. "Eu não sabia exatamente como meu material estava sendo
aproveitado no jornal e umas duas vezes, enquanto transmitia os
relatos, ouvi do outro lado da linha observações que julguei vazias
de sentido. Alguém queria saber os resultados dos trabalhos que
estavam sendo feitos. Mandei aquele alguém para o inferno e odiei
profundamente minha profissão.”
30. “Naquele canto da Terra estava um grupo de homens e mulheres
realizando um trabalho dos diabos, em condições precárias em
todos os sentidos, a começar pela fragilidade de nosso navio, e um
imbecil de um jornalista, do alto de sua pretensa autoridade, nos
cobrava resultados.”
31. “Malditos sejam esses idiotas da objetividade, insensatos, que
movem diariamente uma guerra de nervos contra tudo e contra
todos, principalmente contra si próprios.”
CAPOZZOLI, U.
Antártida, a última terra.
São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2001.
35. “Henrique,
Como eu já esperava, fiquei muito desapontado. Ou melhor,
tive mais uma oportunidade de perceber que o dito jornalismo
científico brasileiro é apenas um exercício de manipulação e
truncamento de informações.
Se a sua publicação tiver interesse em artigos assinados, poderei
colaborar. Quanto a esta carnificina de idéias, que você chama
de entrevista, está definitivamente fora de meus planos.”
80. CONTATO INICAL:
O QUE PERGUNTAR AO JORNALISTA
QUE IRÁ ME ENTREVISTAR?
Qual é o foco específico de sua reportagem?
É para uma publicação impressa, on-line, rádio ou televisão?
Quem é o público-alvo?
Qual é a formação do entrevistador?
Qual é o prazo?
81. ANTES DA ENTREVISTA
Defina os pontos centrais de sua fala ou argumento
Pense em analogias, metáforas ou outros recursos
que possam facilitar o entendimento do jornalista e
do leitor
Confirme com antecedência a exatidão das
informações que passará ao jornalista
82. DURANTE A ENTREVISTA
Seja claro e use linguagem simples. Regra de ouro: evite jargão
Procure ter certeza de que o jornalista está acompanhando seu raciocínio
Repita o que for importante e destaque o que for significativo
Lembre-se de que dar uma entrevista não é fazer um favor. É cumprir o dever de
divulgar ciência para o grande público. Afinal, é esse público que, em muitos
casos, paga pelas pesquisas
Jornalistas podem fazer perguntas mal formuladas. Nesse caso, basta orientá-los
quanto a maneiras mais proveitosas de se abordar o tema em questão
83. SE FOR PARA RÁDIO OU TV
Pergunte se a entrevista é ao vivo ou gravada
Em televisão, boas histórias precisam de apelo visual,
boas imagens e bons personagens
Você pode passar horas com a equipe e ter sua
participação sintetizada em poucos minutos, talvez
segundos
84. SE FOR PARA IMPRESSO OU INTERNET
Pense em possíveis ilustrações, fotografias, vídeos e textos que
possam ser pertinentes para a publicação
Informe-se sobre o número de palavras, caracteres ou páginas
para ter alguma noção quanto ao tamanho do texto
Lembre-se: você pode dar uma entrevista de meia hora e ter sua
fala sintetizada em apenas algumas frases. É assim mesmo.
Em certos casos, você pode dizer ao jornalista que gostaria de
conferir o texto antes da publicação. Caberá ao profissional
decidir *
85. "A verificação de erros no original impresso,
após todas as revisões, é a prova definitiva
da existência do demônio.”
GOETHE