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Com base no conto “O Carneiro revoltado”, do livro Alvorada Cristã, pelo
Espírito Neio Lúcio. (Momentos de Paz Maria da Luz).
Essa estória é sobre alguém que não compreende os desígnios de Deus e
busca melhorar sua situação por meio de postura orientada pela insatisfação
e pela revolta, sem resignação e sem reconhecimento.
Certo carneiro, muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios
que a lã espalhava por toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que
todos os seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia. Se era tão
precioso, pensava, por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme?
Experimentava intenso frio, de tempos a tempos e, despreocupado das ricas
rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que
supunha sofrer.
Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador exclamando: - Meu pai, não estou
satisfeito com a minha pelagem, a tosquia é um tormento. Modifica-me
Senhor!
O Todo Poderoso indagou, com bondade: - Que desejas que eu faça?
Vaidosamente, o carneiro respondeu: - Quero que minha lã seja toda de
ouro. Sua rogativa foi satisfeita. Contudo, assim que o orgulhoso ovino se
mostrou cheio de pelos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no
sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em
chagas. O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou: - Meu
Pai, muda-me novamente! Não posso exibir lã dourada, encontraria sempre
salteadores sem compaixão.
O Sábio dos Sábios perguntou: - Que queres que eu faça?
O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou: - Quero que minha lã
seja lavrada em porcelana primorosa. Assim foi feito. Entretanto, logo que
tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania que quebrou todos os fios,
dilacerando-lhe a carne. Regressou, aflito, ao Todo Misericordioso e
queixou-se: - Pai, renova-me! A porcelana não resiste ao vento, estou
exausto.
Disse-lhe o Senhor: - O que desejas que eu faça?
A fim de não provocar os ladrões nem ferir-me com porcelana quebrada,
quero que minha lã seja feita de mel.
O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil,
bando de moscas asquerosas cobriram-no em cheio, e, por mais que corresse
campo a fora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados. O
mísero voltou ao Altíssimo e implorou: - Pai, modifica-me, as moscas
deixaram-me em sangue!
O Senhor indagou, com inexaurível paciência: - Que queres que eu faça?
Dessa vez o carneiro pensou mais tempo e considerou: - Suponho que seja
mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface. O Todo
Poderoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade, e o carneiro voltou à
planície, na caprichosa alegria de parecer diferente.
No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu
melhor sorte. Os equinos prenderam-no com os dentes e, depois de lhe
comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo. O carneiro correu na direção do
Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lagrimas,
gemeu, humilde: - Meu Pai, não suporto mais!
Como soluçasse longamente, o Todo Compassivo, vendo que ele se
arrependera com sinceridade, observou: - Reanima-te meu filho! Que pedes
agora? O infeliz então replicou em pranto: - Pai, quero voltar a ser um
carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre
meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus
verdadeiros amigos.
Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber
carinhosamente. Quero ser simples e útil, qual me fizestes, Senhor!
O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou: - Volta e segue o teu
caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos.
Cada criatura está colocada, por minha lei, no lugar que lhe compete e, se
pretendes receber, aprende a dar. Então o carneiro, envergonhado, mas
satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros, e daí por diante
ficou muito feliz.
REFLEXÃO:
É sempre bom, é natural sentirmos satisfação ou prazer quando
conseguimos fazer algo de útil, quando podemos reconhecer a importância
ou a real aplicação daquilo que fizemos.
Esta satisfação é consequência direta da utilidade que praticamos. O
carneiro da estória sentiu isso quando verificou que sua lã era doada para
quem precisava. Achava-se muito importante e sentia o prazer natural por
ser útil.
Apesar de natural, entretanto, a satisfação pela utilidade não pode, nem
deve, desanuviar a visão da realidade, fazendo com que pensemos que
somos os únicos responsáveis pelas boas coisas de que participamos,
merecendo, portanto, a oportunidade de mudar o mundo à nossa volta, de
acordo com os nossos próprios desejos, caprichos ou desígnios.
O sentimento de satisfação é inerente ao ato de servir e não deve se
transformar em ilusão do orgulho, em vaidade pessoal, em soberba, como se
merecêssemos muito além daquilo que nos é concedido. Muitos lutam na
vida por dinheiro, poder ou influência, e alguns, até, por pequenos
momentos inúteis, que deveriam se transformar em alegria, mas que, ao
ocorrerem, nada deixam de importante. Acontece assim com todo aquele
que busca alegria e prazer, por exemplo, na vitória de sua escola de samba
ou de seu time de futebol ou mesmo em festas e comemorações pelos mais
diversos motivos. Espera-se sempre que uma alegria profunda arrebate o
coração, transbordando em prazer e satisfação íntima.
Mas o que se vê é apenas um roldão de paixões, de sensações e emoções
que se vão sem nada deixar de útil para o espírito. Fato idêntico ocorre com
os que buscam a ilusão do poder. Lutam por ele e, quando conseguem,
verificam que nada acrescenta em suas vidas, nada melhora em suas formas
de ser. Pelo contrário, agrava as responsabilidades assumidas com a visita
da ilusão que, muitas vezes, faz com que se sintam orgulhosos, importantes,
fora de sua real posição de seres em evolução. Aceitar sua posição, sem
almejar além, é aprender a viver conforme aquela pessoa dizia: - “Ah,
companheiro, eu não vou como quero, mas vou muito melhor do que
mereço”.
Isso significa que devemos ter humildade diante do mundo e consciência de
nossa pequenez, de nossa impossibilidade de mudar as coisas apenas com
palavras, desejos ou ilusões. Que devemos adquirir a percepção da
necessidade de servirmos constantemente para podermos fazer diferença,
transformando não só nossa própria vida, mas, sobretudo, ajudando a
melhorar a vida dos nossos semelhantes. Que devemos procurar os valores
imperecíveis do espírito. Nossa estrutura deve ser constituída de coisas
eternas, que são amealhadas pelo trabalho e que permanecem como
resultado de virtudes que nos fazem compreender, com exatidão, qual é a
nossa missão, qual a nossa razão de ser.
O Espírito Neio Lúcio observa, ao final da estória, que não devemos nos
deixar iludir pelos valores perecíveis, que devemos agradecer ao Pai a
oportunidade concedida de sermos úteis na sociedade em que vivemos, e
que não podemos nos deixar levar pela ilusão que, em geral, traz sofrimento
diante do orgulho ferido ou das frustrações da própria vida. Aqui, neste
mundo, diversas são as ilusões que nos visitam e que, frequentemente,
complicam a visão de nossa própria natureza e de nossa missão evolutiva. A
humildade é uma virtude determinada na lei e deve ser desenvolvida em
nossos espíritos, atuando como alavanca das nossas ações e como portadora
da nossa compreensão para com a justiça e os desígnios de Deus.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.
Em breve, estudo comentado de O Livro dos Médiuns

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  • 4. O Sábio dos Sábios perguntou: - Que queres que eu faça? O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou: - Quero que minha lã seja lavrada em porcelana primorosa. Assim foi feito. Entretanto, logo que tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania que quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne. Regressou, aflito, ao Todo Misericordioso e queixou-se: - Pai, renova-me! A porcelana não resiste ao vento, estou exausto. Disse-lhe o Senhor: - O que desejas que eu faça? A fim de não provocar os ladrões nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que minha lã seja feita de mel.
  • 5. O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil, bando de moscas asquerosas cobriram-no em cheio, e, por mais que corresse campo a fora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados. O mísero voltou ao Altíssimo e implorou: - Pai, modifica-me, as moscas deixaram-me em sangue! O Senhor indagou, com inexaurível paciência: - Que queres que eu faça? Dessa vez o carneiro pensou mais tempo e considerou: - Suponho que seja mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface. O Todo Poderoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade, e o carneiro voltou à planície, na caprichosa alegria de parecer diferente.
  • 6. No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os equinos prenderam-no com os dentes e, depois de lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo. O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lagrimas, gemeu, humilde: - Meu Pai, não suporto mais! Como soluçasse longamente, o Todo Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou: - Reanima-te meu filho! Que pedes agora? O infeliz então replicou em pranto: - Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus verdadeiros amigos.
  • 7. Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber carinhosamente. Quero ser simples e útil, qual me fizestes, Senhor! O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou: - Volta e segue o teu caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos. Cada criatura está colocada, por minha lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar. Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros, e daí por diante ficou muito feliz. REFLEXÃO: É sempre bom, é natural sentirmos satisfação ou prazer quando conseguimos fazer algo de útil, quando podemos reconhecer a importância ou a real aplicação daquilo que fizemos.
  • 8. Esta satisfação é consequência direta da utilidade que praticamos. O carneiro da estória sentiu isso quando verificou que sua lã era doada para quem precisava. Achava-se muito importante e sentia o prazer natural por ser útil. Apesar de natural, entretanto, a satisfação pela utilidade não pode, nem deve, desanuviar a visão da realidade, fazendo com que pensemos que somos os únicos responsáveis pelas boas coisas de que participamos, merecendo, portanto, a oportunidade de mudar o mundo à nossa volta, de acordo com os nossos próprios desejos, caprichos ou desígnios.
  • 9. O sentimento de satisfação é inerente ao ato de servir e não deve se transformar em ilusão do orgulho, em vaidade pessoal, em soberba, como se merecêssemos muito além daquilo que nos é concedido. Muitos lutam na vida por dinheiro, poder ou influência, e alguns, até, por pequenos momentos inúteis, que deveriam se transformar em alegria, mas que, ao ocorrerem, nada deixam de importante. Acontece assim com todo aquele que busca alegria e prazer, por exemplo, na vitória de sua escola de samba ou de seu time de futebol ou mesmo em festas e comemorações pelos mais diversos motivos. Espera-se sempre que uma alegria profunda arrebate o coração, transbordando em prazer e satisfação íntima.
  • 10. Mas o que se vê é apenas um roldão de paixões, de sensações e emoções que se vão sem nada deixar de útil para o espírito. Fato idêntico ocorre com os que buscam a ilusão do poder. Lutam por ele e, quando conseguem, verificam que nada acrescenta em suas vidas, nada melhora em suas formas de ser. Pelo contrário, agrava as responsabilidades assumidas com a visita da ilusão que, muitas vezes, faz com que se sintam orgulhosos, importantes, fora de sua real posição de seres em evolução. Aceitar sua posição, sem almejar além, é aprender a viver conforme aquela pessoa dizia: - “Ah, companheiro, eu não vou como quero, mas vou muito melhor do que mereço”.
  • 11. Isso significa que devemos ter humildade diante do mundo e consciência de nossa pequenez, de nossa impossibilidade de mudar as coisas apenas com palavras, desejos ou ilusões. Que devemos adquirir a percepção da necessidade de servirmos constantemente para podermos fazer diferença, transformando não só nossa própria vida, mas, sobretudo, ajudando a melhorar a vida dos nossos semelhantes. Que devemos procurar os valores imperecíveis do espírito. Nossa estrutura deve ser constituída de coisas eternas, que são amealhadas pelo trabalho e que permanecem como resultado de virtudes que nos fazem compreender, com exatidão, qual é a nossa missão, qual a nossa razão de ser.
  • 12. O Espírito Neio Lúcio observa, ao final da estória, que não devemos nos deixar iludir pelos valores perecíveis, que devemos agradecer ao Pai a oportunidade concedida de sermos úteis na sociedade em que vivemos, e que não podemos nos deixar levar pela ilusão que, em geral, traz sofrimento diante do orgulho ferido ou das frustrações da própria vida. Aqui, neste mundo, diversas são as ilusões que nos visitam e que, frequentemente, complicam a visão de nossa própria natureza e de nossa missão evolutiva. A humildade é uma virtude determinada na lei e deve ser desenvolvida em nossos espíritos, atuando como alavanca das nossas ações e como portadora da nossa compreensão para com a justiça e os desígnios de Deus.
  • 13. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Em breve, estudo comentado de O Livro dos Médiuns