O documento descreve o lançamento do Livro dos Espíritos em 18 de abril de 1857 em Paris, marcando o início da codificação da Doutrina Espírita por Allan Kardec. O texto também ressalta a importância dos ensinamentos contidos no Livro dos Espíritos e sua aplicabilidade nos dias atuais.
2. Em meio às manifestações dos Espíritos que se espalhavam pelo mundo,
notadamente pela Europa, há exatamente 161 anos, em 18 de abril de 1857,
na cidade de Paris, capital da França, veio a lume o primeiro livro que trata
sobre a Doutrina Espírita no mundo. Essa obra, intitulada “O Livro dos
Espíritos”, ditada pelo mundo espiritual e compilada, separada, classificada
e codificada por um educador francês, Hyppolyte Léon Denizard Rivail, que
assinava sob o pseudônimo Allan Kardec. Por isso, essa data é considerada
um marco para o Espiritismo. O Dia Nacional do Espiritismo, data instituída
em homenagem ao lançamento do referido livro, que resume a Doutrina
Espírita.
3. Não se pode deixar de reconhecer que os ensinos contidos em O Livro dos
Espíritos, em sua essência, permanecem absolutamente aplicáveis aos dias
atuais, o que, por si, recomenda a leitura, a releitura e, sobretudo, a reflexão,
em torno de tão preciosa obra, que contém os princípios sobre a
imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os
homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da
Humanidade. Verdadeira síntese do conhecimento humano, é um tesouro
colocado em nossas mãos, que merece, por isso mesmo, repetimos de caso
pensado, ser lido e refletido de capa a capa, palavra por palavra. Com efeito,
para dizer o mínimo, convém salientar que o Espiritismo nada impõe a seus
profitentes, e muito menos a terceiros.
4. Ao contrário, procura orientar sempre, pela palavra escrita ou falada, que
somos dotados de livre-arbítrio, da faculdade de decidir livremente sobre
quaisquer assuntos, esclarecendo ao mesmo tempo que, exatamente por isso,
somos responsáveis pelas decisões que tomemos, sejam quais forem e nos
mais variados campos, e naturalmente responsáveis pelas suas
consequências. Por outra parte, enfatiza lições seculares, procurando
demonstrar com exemplos e com fatos que “A semeadura é livre, mas a
colheita é obrigatória” e que “A cada um será concedido de acordo com
suas obras”. Consola, ao salientar que ninguém será condenado
irremediavelmente pelos erros, males e equívocos cometidos, porquanto até
mesmo em outra encarnação, que detalha e aprofunda, poderá repará-los,
parcial ou totalmente, até quitá-los integralmente, ...
5. ... contando com todas as oportunidades de que necessite para tal, uma vez
que Deus, sendo o Pai Celestial de todos nós, a nenhum de seus filhos
abandona ou desampara. Consola, igualmente, ao demonstrar cabalmente
que as Leis Naturais são perfeitas e por isso mesmo imutáveis, advindo daí a
certeza de que a Justiça Divina, que nelas se baseia, é absolutamente
imparcial, não havendo seres privilegiados na Criação ou privilégio de
qualquer espécie a quem quer que seja, prevalecendo a convicção de que
Deus não pune, não castiga e não premia a ninguém, sendo, assim,
soberanamente bom e justo. Ele que é a inteligência suprema do Universo,
causa primária de todas as coisas. Por fim, nestas rapidíssimas observações,
o Espiritismo ensina que o amor é a lei maior da vida, consubstanciada por
Cristo na sentença que constitui o seu ensino máximo ...
6. “Amar ao próximo como a si mesmo”, vale dizer, aconselhando que
façamos ao próximo aquilo que gostaríamos que ele nos fizesse, porque
quem assim procede estará, por esse mesmo motivo, “Amando a Deus
sobre todas as coisas”. Aliás, esta sentença de Jesus de Nazaré, o Cristo,
modelo e guia da Humanidade, nosso mestre e amigo de todas as horas,
também ensina e deixa muito claro que para que amemos ao próximo é
absolutamente indispensável que nos amemos, de modo que é necessário, no
mínimo, que tenhamos elevada autoestima. É preciso que entendamos
também que, além da Doutrina Espírita, precisamos conhecer o pensamento
kardequiano e, para tanto, é necessário que, além das cinco obras da
codificação, procuremos conhecer a Revista Espírita, O que é o Espiritismo,
Obras Póstumas, Viagem Espírita em 1862, todas de Kardec.
7. Aliás, o estudo da Revista Espírita foi recomendado por Kardec em O Livro
dos Médiuns, Primeira Parte, Capítulo III, Do Método, item 35. Ainda são
poucos aqueles que a conhecem. É pena! Nela encontramos Kardec
praticando o Espiritismo e discutindo com inteira liberdade as ideias
espíritas e os problemas humanos que pudessem ser vistos à luz dessa
doutrina.
Doutrina Espírita:
O que é?
É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores,
contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o
Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
8. “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec
(O que é o Espiritismo – Preâmbulo) “O Espiritismo realiza o que Jesus
disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o
homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os
verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”
Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)
O que ela revela?
Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do
Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
9. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o
objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
Sua abrangência
Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o
Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do
comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da
Humanidade. Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os
aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso,
ético, moral, educacional, social.
Seus ensinos fundamentais
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno,
imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
10. O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e
irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais. Além do mundo
corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o
mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados. No Universo há
outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais,
mais evoluídos e menos evoluídos que os homens. Todas as leis da Natureza
são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas
como as leis morais. O homem é um Espírito encarnado em um corpo
material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo
material. Os Espíritos são os seres inteligentes da criação.
11. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Os
Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e
moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a
perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. Os Espíritos preservam sua
individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação. Os Espíritos
reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio
aprimoramento. Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas
existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do
seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para
chegar à perfeição. Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o
grau de perfeição que tenham alcançado:
12. Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos
quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos,
caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões
inferiores. As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre
existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas
provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os
imperfeitos nos induzem ao erro. Jesus é o guia e modelo para toda a
Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais
pura da Lei de Deus. A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro
para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para
todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
13. O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências
de suas ações. A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis
com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus. A prece é um ato de
adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato
no homem, assim como é inata a ideia da existência do Criador. A prece
torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais
forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-
lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com
sinceridade.
A Prática Espírita
Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do
Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
14. A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior,
dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e
verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas
reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões,
sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou
alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia,
pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto
exterior. O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os
interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão,
antes de aceitá-los.
15. A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é
uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer,
independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que
adotem. Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos
princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. O Espiritismo
respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a
prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os
povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor,
nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o
verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de
caridade, na sua maior pureza”. “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir
sempre, tal é a lei.”
16. “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as
épocas da Humanidade.” O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental
para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.
Que possamos festejar tão significativo acontecimento, estudando o Livro
dos Espíritos e divulgando-o com amor e perseverança, melhor maneira de
externarmos nosso agradecimento pelo surgimento dessa monumental obra.
O mais importante, no entanto, é sabermos realmente o que estamos
festejando e porque o estamos fazendo. E isso acontecerá quando
compreendermos a importância das obras kardequianas, pelo aprendizado e
uso de seus ensinamentos.
17. Comemoremos tão significativo acontecimento estudando e divulgando O
Livro dos Espíritos com perseverança, melhor maneira de externarmos
nossa gratidão a Jesus a ao seu grande missionário Allan Kardec, pelo
legado deixado.
Muita Paz!
18. Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!