Editorial
Vivenciamos mais um final de ano, época de avaliar desempenhos e projetar rumos. Mais um ciclo de aprendizado com os obstáculos surgidos. Tivemos um ano de características atípicas; nele, a copa do mundo comemorada junto às festividades junina nas cores verdes e amarelas em referência ao evento. Em seguida, eleições presidenciais e parlamentares. Esses fatores incidiram diretamente no quotidiano das empresas, obrigando-as a flexibilizar horários de acordo com os jogos do Brasil. Agora, pós eleições, aguardamos os eleitos serem empossados e, os rumos político/econômico/social definidos, para que possamos voltar à normalidade. Diante desse panorama, nos defrontamos com o escândalo de desvio de dinheiro na Petrobrás. Temos a Operação Lava-jato como um marco da maturidade institucional do Brasil, onde a maior empresa brasileira, a estatal Petrobrás vem sendo dissecada por uma centena de agentes federais, procuradores e peritos da justiça, impedindo que nenhum dos investigados lancem mão do poder financeiro e do compadrio político, para armar, como era de costume. Só em um país onde a democracia se implantou em sua plenitude a justiça tem poder de independência para iniciar a investigação de um crime de lavagem de dinheiro restrito a uma única cidade, envolvendo um doleiro e alguns corruptos, e terminar com figurões do empresariado e da administração pública. De uma investigação iniciada em Londrina, no Paraná em 2008, tocada por meia dúzia de policiais, a Lava-jato atingiu, em seis anos, as dimensões de um escândalo bilionário. Os eventuais acusados com direito a foro privilegiado, membros do Congresso Nacional e ocupantes de cargo de ministro, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Boa leitura.
Antônio José Bezerra de Melo
Diretor